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Departamento de Engenharia Eletrotécnica Criação de ferramentas e controlo de recursos para a execução de Overall Equipment Effectiveness em Processos Industriais — Estágio na MDA, Moldes de Azeméis, SA Relatório de Estágio apresentado para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Eletrotécnica — Área de Especialização em Automação e Comunicações em Sistemas de Energia Autor Alexandre Francisco Ferreira Pereira Orientadores Carlos Manuel Borralho Machado Ferreira Inácio de Sousa Adelino da Fonseca Instituto Superior de Engenharia Coimbra Supervisor na Empresa Carlos Manuel Alves da Silva MDA, Moldes de Azeméis, SA Coimbra, abril, 2016

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  • Departamento

    de Engenharia Eletrotécnica

    Criação de ferramentas e controlo de recursos

    para a execução de Overall Equipment

    Effectiveness em Processos Industriais — Estágio

    na MDA, Moldes de Azeméis, SA

    Relatório de Estágio apresentado para a obtenção do grau de

    Mestre em Engenharia Eletrotécnica — Área de Especialização em

    Automação e Comunicações em Sistemas de Energia

    Autor

    Alexandre Francisco Ferreira Pereira

    Orientadores

    Carlos Manuel Borralho Machado Ferreira

    Inácio de Sousa Adelino da Fonseca

    Instituto Superior de Engenharia Coimbra

    Supervisor na Empresa

    Carlos Manuel Alves da Silva

    MDA, Moldes de Azeméis, SA

    Coimbra, abril, 2016

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Agradecimentos

    Alexandre Francisco Ferreira Pereira iii

    AGRADECIMENTOS

    Ao Professor Doutor Inácio de Sousa Adelino da Fonseca e ao Professor Doutor Carlos Manuel

    Borralho Machado Ferreira por toda a disponibilidade prestada durante a realização do estágio,

    pela orientação e apoio, bem como pela oportunidade de organizar o estágio na MDA, Moldes

    de Azeméis, SA.

    Ao Engenheiro Carlos Manuel Alves da Silva, por todo o apoio dado e pelos ensinamentos que

    me transmitiu.

    Ao Grupo Simoldes, pela excelente oportunidade da realização deste estágio neste grupo que é

    uma referência nível mundial.

    A toda minha família, em especial à minha Mãe e ao meu Irmão, pelo apoio e orgulho

    demonstrado durante todo o meu percurso académico.

    A todos os que contribuíram de alguma forma para a pessoa que sou hoje, em especial a Emília

    Paiva, Adérito Francisco e Arlindo Francisco.

    A Cátia Freitas por todo o apoio demostrado ao longo deste percurso.

    A todos as pessoas do Grupo Simoldes, principalmente a todos os que estão na equipa de

    métodos & processos e investigação & desenvolvimento pela boa integração e apoio

    demonstrado. Também à equipa de manutenção da Simoldes Aços o meu obrigado. Um

    agradecimento especial à equipa que esteve diretamente ligada a este projeto em particular ao

    Mickaël Pinto Oliveira pelo seu companheirismo, dedicação e profissionalismo ao longo do

    desenvolvimento deste projeto.

    Aos meus amigos e colegas da faculdade por todo o espírito de entre ajuda e por todos os bons

    momentos vividos.

    Agradeço a todos os que contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho.

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Resumo

    Alexandre Francisco Ferreira Pereira v

    RESUMO

    Perante o desenvolvimento cada vez mais acelerado que presenciamos no mundo atual, a

    qualidade dos produtos finais e o cumprimento de prazos para o cliente são fatores decisivos

    para a indústria global. Neste sentido a utilização eficiente dos recursos de uma empresa são

    posições que cada vez mais se manifestam como a chave para o desenvolvimento.

    A empresa Simoldes Aços, pertencente ao Grupo Simoldes, onde se realizou o estágio, é uma

    empresa dedicada à produção de moldes para a injeção de termoplástico. O rápido crescimento

    da empresa, verificado ao longo destes 50 anos de existência obriga a uma melhoria contínua

    no sentido de diminuir custos operacionais e ao aumento de rentabilidade. O objetivo do projeto,

    associado ao estágio, é o aumento da rentabilidade de máquinas CNCs. Com este intuito um

    sistema automático de monitorização de máquinas CNCs foi desenvolvido no decorrer do

    estágio. O sistema de monitorização permite saber em qualquer altura, o estado em que as

    máquinas se encontram (a trabalhar, em preparação de trabalho ou paradas). Previamente ao

    desenvolvimento desta tecnologia era impossível saber ou registar o estado das máquinas com

    mais idade na empresa. Assim o operador da máquina tinha a responsabilidade de registar de

    forma manual os diferentes estados e respetivos tempos. Atualmente consegue-se registar de

    forma automática os intervalos de operação entre diferentes estados.

    O desenrolar deste projeto é caracterizado por três fases distintas.

    A primeira fase correspondeu à pesquisa e análise pormenorizada de sinais disponíveis nas

    diferentes máquinas, nas quais se pretendia aplicar o sistema de monitorização.

    Na segunda fase procedeu-se a elaboração de hardware e software para a plataforma de

    controlo, a qual permite identificar os diferentes estados das máquinas.

    A terceira fase caracteriza-se pelo desenvolvimento de aplicações que permitem a visualização

    da informação recolhida pelo sistema de monitorização.

    Os resultados obtidos através desta tecnologia durante e após a conclusão do estágio na

    empresa, são elucidativos do quanto esta é imprescindível para uma melhor gestão e

    conhecimento do processo de fabrico. O projeto encontra-se em fase de expansão, tendo sido

    integrado nos planos de construção de uma nova unidade fabril do Grupo Simoldes.

    Palavras-Chave: Monotorização, Máquinas, CNC, Tracker, Arduíno, Estados, Automática,

    Rede, OEE.

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Abstract

    Alexandre Francisco Ferreira Pereira vii

    ABSTRACT

    Given the increasingly accelerated development we are witnessing in the world today, the

    quality of the final products and compliance with deadlines for the customer are decisive factors

    in an industry. In this regard the use of resources of a company are positions that increasingly

    manifest as the key to development.

    The company Simoldes Aços belonging to Simoldes Group, where the internship took place, is

    a company dedicated to the production of molds for thermoplastic injection. The fast growth of

    the company, that occurred during these 50 years of existence requires a continuous

    improvement in order to reduce operating costs and increase profitability.The goal of the project

    associated with the internship, is to increase the profitability of CNC machines. Therefore an

    automatic CNC machines monitoring system was developed during the internship. This

    monitoring system allows to know at any time, the status in which the machines are (working,

    in preparation for work or stoped). Before the development of this technology it was impossible

    to know or register the status of the older machines in the company. Therefore the machine

    operator had the responsibility to register manually the different times of each status. Currently

    it is possible to register automatically the operating intervals between different statuses.The

    development of this Project is characterized by different phases.

    The first phase corresponded to research and detailed analysis of available signals for the

    different machines on which it was intended to apply the monitoring system.

    The second phase consisted in developing hardware and software for the control platform,

    which identifies the different status of the machines.

    In a third phase were developed applications to allow the visualization of information.

    The results obtained about this technology, during and after the conclusion of the internship at

    the Company, are elucidative of how it is essential for better management and knowledge of

    the manufacturing process. The project finds itself in an expansion phase, being integrated into

    plans to build a new plant of Simoldes Group.

    Keywords: Monitoring, CNC, Machines, Tracker, Arduino, Status, Automatic, Network, OEE.

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Índice

    Alexandre Francisco Ferreira Pereira ix

    Índice

    AGRADECIMENTOS .......................................................................................................................... iii

    RESUMO ................................................................................................................................................ v

    ABSTRACT .......................................................................................................................................... vii

    ÍNDICE DE FIGURAS ....................................................................................................................... xiii

    ÍNDICE DE TABELAS ...................................................................................................................... xvii

    SIMBOLOGIA ..................................................................................................................................... xix

    ABREVIATURAS ............................................................................................................................... xxi

    1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................1

    1.1. Enquadramento ................................................................................................. 1

    1.2. Empresa de Acolhimento .................................................................................. 1

    1.3. O Projeto ............................................................................................................ 2

    1.4. Objetivos Gerais ................................................................................................ 4

    1.5. Metodologia ....................................................................................................... 5

    1.6. Estrutura do Relatório ....................................................................................... 6

    2. A EMPRESA ......................................................................................................................................7

    2.1. Grupo Simoldes ................................................................................................. 7

    2.2. Organização ....................................................................................................... 9

    2.3. Simoldes Aços, SA .......................................................................................... 10

    2.4. Processo Produtivo da Empresa .................................................................... 11

    2.5. Layout da Empresa.......................................................................................... 12

    3. ESTADO DE ARTE ....................................................................................................................... 15

    3.1. Caracterização dos meios / equipamentos. ................................................... 15

    3.1.1. Características .................................................................................. 15

    3.1.2. Comandos.......................................................................................... 16

    3.1.3. Registos Efetuados ........................................................................... 16

    3.1.3.1. Documental ......................................................................... 16

    3.1.3.2. Informático .......................................................................... 16

    3.1.3.3. Observações ....................................................................... 17

    3.2. Tecnologia Antecessora ................................................................................. 17

    3.2.1. Observação “OneShot” .................................................................... 17

    3.2.2. Software e Hardware em Testes ....................................................... 20

    3.2.3. Tracker PLC ....................................................................................... 20

    4. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO TRACKER .................................................................. 23

    4.1. Projeto Tracker ................................................................................................ 23

    4.1.1. Descrição ........................................................................................... 23

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Índice

    x

    4.1.2. Objetivos ............................................................................................ 23

    4.2. Caracterização das Máquinas ......................................................................... 23

    4.2.1. Rambaudi 800 (CNC) ......................................................................... 25

    4.2.2. Rambaudi 800 (CNW) ........................................................................ 25

    4.3. Caracterização dos estados ........................................................................... 26

    4.3.1. Maquinação ....................................................................................... 26

    4.3.2. Setup .................................................................................................. 26

    4.3.3. Paragem ............................................................................................. 27

    4.3.4. Emergência ........................................................................................ 27

    4.3.5. Troca Tool / Troca Ferramenta ......................................................... 27

    4.3.6. Transportador ON/OFF ..................................................................... 27

    4.3.7. Extra curso ........................................................................................ 28

    4.4. Validação da sequência temporal dos estados ............................................. 28

    4.5. Tecnologia do Projeto ..................................................................................... 30

    4.5.1. Microcontrolador Programável Arduíno .......................................... 30

    4.5.2. Hardware ............................................................................................ 31

    4.5.2.1. Arduíno Uno ........................................................................ 31

    4.5.2.2. Arduíno Mega 2560 ............................................................. 32

    4.5.2.3. Arduíno Ethernet Shield 2 .................................................. 33

    4.5.3. Software ............................................................................................. 34

    4.6. Projeto Tracker - Dados da Máquina .............................................................. 35

    4.6.1. Módulos X Y Z ................................................................................... 36

    4.6.2. Circuito de Adaptação da Máquina ao Arduíno .............................. 39

    4.6.2.1. Plataforma de Controlo - Ampops Configuração Inversor

    .......................................................................................................... 40

    4.6.2.2. Observações ....................................................................... 62

    4.6.3. Circuito Final ..................................................................................... 63

    5. IMPLEMENTAÇÃO NA MÁQUINA DO CIRCUITO FINAL .................................................... 69

    5.1. Circuito Implementado - Ampops na configuração inversor com sinais de

    relés. ........................................................................................................................ 69

    5.1.1. Componentes .................................................................................... 69

    5.1.2. Configuração Utilizada ...................................................................... 71

    5.2. Comportamento Expectável ........................................................................... 72

    5.3. Realidade Implementada ................................................................................. 73

    5.3.1. Circuito Final “Breadboard” ............................................................. 73

    5.3.2. Circuito Final PCB ............................................................................. 75

    5.4. Verificação/Comprovação de Estados das Máquinas ................................... 79

    5.5. Resultados Obtidos ......................................................................................... 80

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Índice

    Alexandre Francisco Ferreira Pereira xi

    6. TRATAMENTO DE DADOS E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ................................... 81

    6.1.Programação Desenvolvida ............................................................................. 81

    6.2.Configurações Informáticas ............................................................................ 83

    6.3. Softwares Utilizados ........................................................................................ 84

    6.3.1. App ”SNSD” (Searching Network Saving Data) .............................. 84

    6.3.2. Base de Dados – MICROSOFT SQL SERVER MANAGEMENT

    STUDIO ........................................................................................................ 85

    6.3.3. Visual Studio 2013 Professional (Linguagem VB.NET) .................. 86

    6.4. Visualização da Informação Recolhida .......................................................... 87

    6.4.1. Aplicação 1 – Raw Information (CMD) ............................................. 87

    6.4.2. Aplicação 2 – Excel - Base de Dados ............................................... 87

    6.4.3. Aplicação 3 – Informação Gráfica .................................................... 89

    6.4.3.1. Temporal .............................................................................. 89

    6.4.3.2. Analise a Diferentes Espectros Temporais ....................... 90

    6.5. Hardware .......................................................................................................... 91

    6.5.1. Computador “Base” /”Servidor” ...................................................... 91

    7. ANÁLISE DE FINANCEIRA ........................................................................................................ 93

    7.1. Custos Por Máquina CNC ............................................................................... 93

    7.2. Comparação de Custos de Projeto Atual com Antecessores ...................... 95

    8. CONCLUSÕES E PERSPETIVAS DO PROJETO PARA O FUTURO ................................ 97

    9. ANEXOS ......................................................................................................................................... 99

    9.1. Projeto Tracker – Sensores ............................................................................ 99

    9.1.1. Acelerómetro / Magnetómetro .......................................................... 99

    9.1.2. Observações .................................................................................... 102

    9.2. Circuitos Pré Final ......................................................................................... 103

    9.3.Esquemas / Datasheet .................................................................................... 104

    10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 107

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Índice de Figuras

    Alexandre Francisco Ferreira Pereira xiii

    ÍNDICE DE FIGURAS

    Figura 1.1 ˗ Símbolo Tracker. ..................................................................................................................2

    Figura 1.2 ˗ 4 Fases do Projeto Tracker. ..................................................................................................3

    Figura 1.3 ˗ Tracker desevolvido por EP. ................................................................................................3

    Figura 1.4 ˗ Melhorias de OEE. ...............................................................................................................4

    Figura 1.5 ˗ Metodologia aplicada no projeto. .........................................................................................5

    Figura 2.1 ˗ Grupo Simoldes. ...................................................................................................................7

    Figura 2.2 ˗ Diferentes empresas do Grupo Simoldes em Oliveira de Azeméis. .....................................7

    Figura 2.3 ˗ António Costa e Pedro Passos Coelho em visita ao Grupo Simoldes. .................................8

    Figura 2.4 ˗ Garrafa de gás Pluma. ...........................................................................................................8

    Figura 2.5 ˗ Diferentes logótipos das empresas da divisão de moldes. ....................................................9

    Figura 2.6 ˗ Diferentes logótipos das empresas da divisão de plásticos. .................................................9

    Figura 2.7 ˗ Diferentes instalações da empresa Simoldes Aços. ........................................................... 10

    Figura 2.8 ˗ Instalações fabris da Simoldes Aços em 1974. .................................................................. 10

    Figura 2.9 ˗ Instalações fabris da Simoldes Aços atualmente. .............................................................. 10

    Figura 2.10 ˗ Layout da Simoldes Aços. ............................................................................................... 13

    Figura 3.1 ˗ Blocos de aço para posterior maquinação. ........................................................................ 15

    Figura 3. 2 ˗ Dados recolhidos durante o estágio. ................................................................................. 18

    Figura 3. 3 ˗ Ativação e paragem de maquinaria. ................................................................................. 19

    Figura 3. 4 ˗ Representação grafica de ativação e paragem de maquinaria. ......................................... 19

    Figura 3. 5 ˗ Informação apresentado por software em teste. ............................................................... 20

    Figura 3. 6 ˗ Autómato industrial, Micrologix 1100. ............................................................................ 20

    Figura 4.1 ˗ Logótipo da RAMBAUDI. ................................................................................................ 23

    Figura 4. 2 ˗ Vista frontal de máquina CNC. ........................................................................................ 24

    Figura 4. 3 ˗ Vista de topo de máquina CNC. ....................................................................................... 24

    Figura 4. 4 ˗ Máquina CNC e localização no layout da empresa. ......................................................... 25

    Figura 4.5 ˗ Máquina CNW................................................................................................................... 25

    Figura 4.6 ˗ Verificação estado atual – em cima estado de memória, em baixo estado medido. .......... 28

    Figura 4.7 ˗ Alteração do estado parado para maquinação – em cima estado de memória, em baixo

    estado medido. ....................................................................................................................................... 29

    Figura 4.8 ˗ Verificação estado atual – em cima estado de memória, em baixo estado medido. .......... 29

    Figura 4.9 ˗ Alteração do estado maquinação para parado – em cima estado de memória, em baixo

    estado medido. ....................................................................................................................................... 30

    Figura 4.10 ˗ Arduíno Uno. ................................................................................................................... 31

    Figura 4.11 ˗ Arduíno Mega. ................................................................................................................. 32

    Figura 4.12 ˗ Arduíno Ethernet Shield 2. .............................................................................................. 33

    Figura 4.13 ˗ Software open-source para programação do Arduíno (IDE). .......................................... 35

    Figura 4.14 ˗ Estrutura de programação do software IDE. ................................................................... 35

    Figura 4.15 ˗ Módulos SIMODRIVE 611. ............................................................................................ 36

    Figura 4.16 ˗ Módulo de acionamento Siemens do eixo X,Y,Z. ........................................................... 37

    Figura 4.17 ˗ Esquemático de conector da placa “ARTW1” CNC FIDIA ............................................ 38

    Figura 4.18 – Saidas (˗10 Vd.c. a 10 Vd.c.) dos acionamentos (eixo X,Y,Z). ...................................... 39

    Figura 4.19 ˗ Transformador usado no circuito 3. ................................................................................. 40

    Figura 4.20 ˗ Aspeto real do amplificador operacional uA741. ............................................................ 41

    Figura 4.21 ˗ Configuração de pinos do uA741. ................................................................................... 41

    Figura 4.22 ˗ Circuito final – plataforma de controlo. .......................................................................... 43

    Figura 4.23 ˗ Circuito ideal do amp. inversor. ...................................................................................... 43

    Figura 4.24 ˗ Circuito equivalente ideal do amp. inversor. ................................................................... 43

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Índice de Figuras

    xiv

    Figura 4.25 ˗ Sensor de temperatura LM35. ......................................................................................... 44

    Figura 4.26 ˗ Circuito equivalente do ampop. ....................................................................................... 44

    Figura 4.27 ˗ Circuito equivalente ao implementado – Considerando-se alimentação simétrica. ........ 45

    Figura 4.28 ˗ Circuito implementado em laboratório. ........................................................................... 46

    Figura 4.29 ˗ Função de Transferência .................................................................................................. 47

    Figura 4.30 ˗ Formas de onda da entrada/saída. .................................................................................... 47

    Figura 4.31 ˗ Formas de onda da entrada/saída. .................................................................................... 47

    Figura 4.32 ˗Vin=800μV ≈ 0 V .............................................................................................................. 48

    Figura 4.33 ˗Vin=1.01 Vd.c. ................................................................................................................. 48

    Figura 4.34 ˗Vin=1.61 Vd.c. ................................................................................................................. 48

    Figura 4.35 ˗Vin=1.90 Vd.c. ................................................................................................................. 49

    Figura 4.36 ˗Vin=10.0 Vd.c. ................................................................................................................. 49

    Figura 4.37 ˗Vin=˗604 mV. .................................................................................................................. 49

    Figura 4.38 ˗Vin=˗2.59 Vd.c. ................................................................................................................ 50

    Figura 4.39 ˗Vin=˗7.50 Vd.c. ................................................................................................................ 50

    Figura 4.40 ˗Vin=˗10.0 Vd.c. ................................................................................................................ 50

    Figura 4.41 ˗ Função de Transferência .................................................................................................. 52

    Figura 4.42 ˗ Função de Transferência Ganho=1 Declive=˗0.96. ......................................................... 53

    Figura 4.43 ˗ Função de Transferência. ................................................................................................. 54

    Figura 4.44 ˗ Formas de onda da entrada/saída. .................................................................................... 54

    Figura 4.45 ˗ Formas de onda da entrada/saída. .................................................................................... 55

    Figura 4.46 ˗Vin=˗57.9 mV ≈ 0 V ......................................................................................................... 55

    Figura 4.47 ˗Vin=1.0 Vd.c. ................................................................................................................... 55

    Figura 4.48 ˗Vin=1.50 Vd.c. ................................................................................................................. 56

    Figura 4.49 ˗Vin=1.85 Vd.c. ................................................................................................................. 56

    Figura 4.50 ˗Vin=2.00 Vd.c. ................................................................................................................. 56

    Figura 4.51 ˗Vin=2.50 Vd.c. ................................................................................................................. 57

    Figura 4.52 ˗ Vin=10.0 Vd.c. ................................................................................................................ 57

    Figura 4.53 ˗Vin=˗1.00 Vdc .................................................................................................................. 57

    Figura 4.54 ˗Vin=˗1.85 Vd.c. ................................................................................................................ 58

    Figura 4.55 ˗Vin=˗2.51 Vd.c. ................................................................................................................ 58

    Figura 4.56 ˗Vin=˗3.50 Vd.c. ................................................................................................................ 58

    Figura 4.57 ˗Vin=˗5.00 Vd.c. ................................................................................................................ 59

    Figura 4.58 ˗Vin=˗10.0 Vd.c. ................................................................................................................ 59

    Figura 4.59 ˗ Função de Transferência G=0.5. ..................................................................................... 60

    Figura 4.60 ˗ Função de Transferência Ganho=0.5 Declive=˗0.48 ....................................................... 61

    Figura 4.61 ˗ Relé de atuação. ............................................................................................................... 63

    Figura 4.62 ˗ Divisor de tensão. ............................................................................................................ 66

    Figura 4.63 ˗ Circuito final implementado. ........................................................................................... 67

    Figura 5.1 ˗ Aspeto real do circuito final já implementado. .................................................................. 69

    Figura 5.2 ˗ Configuração amplificador inversor. ................................................................................. 71

    Figura 5.3 ˗ Configuração divisor e regulador de tesnsão. .................................................................... 71

    Figura 5.4 ˗ Interligação da máquina CNC com a plataforma Arduino. ............................................... 72

    Figura 5.5 ˗ Circuito final implementado na máquina. ......................................................................... 73

    Figura 5.6 ˗ Alimentação de circuito final. ........................................................................................... 74

    Figura 5.7 ˗ Cabalagem para interligação de diferentes componetes. ................................................... 74

    Figura 5.8 ˗ Switch SKY LINK. ............................................................................................................ 75

    Figura 5.9 ˗ Circuito da Figura 4.22, isntalado em PCB. ...................................................................... 76

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Índice de Figuras

    Alexandre Francisco Ferreira Pereira xv

    Figura 5.10 ˗ Esquemático do ircuito final. ........................................................................................... 76

    Figura 5.11 ˗ Visão geral do projeto Tracker. ....................................................................................... 77

    Figura 5.12 ˗Sinalisador luminoso instalado. ........................................................................................ 79

    Figura 6.1 ˗ Fluxograma correspondente a programação do Arduíno................................................... 82

    Figura 6.2 ˗ App “SNSD” com informação rececionada. ..................................................................... 84

    Figura 6.3 ˗ Informação guardada na base de dados. ............................................................................ 85

    Figura 6.4 ˗ Representação gráfica das diferentes séries. ...................................................................... 86

    Figura 6.5 ˗ Informação em atualização na app “SNSD”. ..................................................................... 87

    Figura 6.6 ˗ Folha de rosto da aplicação 2. ........................................................................................... 88

    Figura 6.7 ˗ Folha de seleção dos estados da máquina selecionada. ..................................................... 88

    Figura 6.8 ˗ Registos provenientes da seleção de uma máquina sem oredenação do estado. ............... 88

    Figura 6.9 ˗ Apresentação grafica temporal de informação. ................................................................. 89

    Figura 6.10 ˗ Exibição gráfica de informação na segunda versão da terceira aplicação. ...................... 90

    Figura 6.11 ˗ Exposição gráfica de informação resultante das condições selecionadas. ....................... 90

    Figura 6.12 ˗ Computador base selecionado para a app “SNSD”. ........................................................ 91

    Figura 7.1 ˗ Arduíno Mega. ................................................................................................................... 93

    Figura 7.2 ˗ Arduíno Ethernet Shield 2. ................................................................................................ 93

    Figura 7.3 ˗ Transf. 220Va.c.–12 Vd.c.. ................................................................................................ 93

    Figura 7.4 ˗ Reguladores L7805. ........................................................................................................... 93

    Figura 7.5 ˗ Ampops uA741. ................................................................................................................. 93

    Figura 7.6 ˗ Resistência utilizadas. ........................................................................................................ 93

    Figura 7.7 ˗ Sensor temperatura. ........................................................................................................... 94

    Figura 7.8 ˗ Cablagem de interligação. ................................................................................................. 94

    Figura 7.9 ˗ Switch de oito conceções de rede utilizado. ...................................................................... 94

    Figura 9. 1 ˗ Acelerómetro MMA7361L ............................................................................................... 99

    Figura 9.2 ˗ Local onde foi instalado o acelerómetro na máquina. ..................................................... 100

    Figura 9.3 ˗ Magnetómetro LSM303D ............................................................................................... 101

    Figura 9.4 ˗ Local onde foi instalado o magnetómetro na máquina. ................................................... 101

    Figura 9. 5 ˗ Consola de visualização (serial monitor) Android. ........................................................ 102

    Figura 9. 6 ˗ Módulo de acionamento do eixo X ˗ SIEMENS. ........................................................... 104

    Figura 9. 7 ˗ Módulo de acionamento do eixo Y ˗ SIEMENS. ........................................................... 105

    Figura 9. 8 ˗ Módulo de acionamento do eixo Z ˗ SIEMENS. ............................................................ 106

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Índice de Tabelas

    Alexandre Francisco Ferreira Pereira xvii

    ÍNDICE DE TABELAS

    Tabela 1 ˗ Comandos presentes na empresa Simoldes Aços. ................................................................ 16

    Tabela 2 ˗ Especificações técnicas do Arduíno Uno. ............................................................................ 32

    Tabela 3 ˗ Especificações técnicas do Arduíno Mega 2560. ................................................................. 33

    Tabela 4 ˗ Especificações técnicas do Arduíno Ethernet Shield 2. ....................................................... 34

    Tabela 5 ˗ Combinação de leds para transmitir informação. ................................................................. 34

    Tabela 6 ˗ Informação da placa “ARTW1” CNC FIDIA. ..................................................................... 37

    Tabela 7 ˗ Características técnicas do transformador utilizado no circuito final. ................................. 40

    Tabela 8 ˗ Características técnicas do amplificador operacional uA741. ............................................. 41

    Tabela 9 ˗ Tensão de Vout em função de Vin (G=1). ........................................................................... 51

    Tabela 10 ˗ Tensão de VoutA0 em função de Vin (G=1). .................................................................... 51

    Tabela 11 ˗ Tensão de Vout em função de Vin (G=0.5). ...................................................................... 59

    Tabela 12 ˗ Tensão de XoutA0 em função de Vin (G=0.5). ................................................................. 60

    Tabela 13 ˗ Características dos relés presentes nas máquinas. .............................................................. 64

    Tabela 14 ˗ Descrição de sinais, porto associados, gamas de tensões e componentes. ......................... 67

    Tabela 15 ˗ Descrição de sinais, portos associados, gamas de tensões, componentes e sinalizadores

    lumino ................................................................................................................................................... 78

    Tabela 16 ˗ Descrição/função de cor ativada. ....................................................................................... 79

    Tabela 17 ˗ Colunas da base de dados onde a informação é guardada. ................................................. 85

    Tabela 18 ˗ Custo em € por componente utilizado. ............................................................................... 94

    Tabela 19 ˗ Características do sensor MMA7361L. ............................................................................ 100

    Tabela 20˗ Características do sensor LSM303D. ................................................................................ 101

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Simbologia

    Alexandre Francisco Ferreira Pereira xix

    SIMBOLOGIA

    A – Ampere

    g – Grama

    mm – Milímetros

    mS – Milissegundos

    mV/g – Milivolts por Grama

    MHz – Megahertz

    Kbytes – Kilobytes

    KΩ – KiloOhm

    VA – Volt-Ampere

    °C – Graus Célicos

    μV – Microvolts

    Ω – Ohm

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Abreviaturas

    Alexandre Francisco Ferreira Pereira xxi

    ABREVIATURAS

    AC – Alternate Current

    ACS – Advanced Customer Services

    CAD – Computer-Aided Design

    CAM – Computer Aided Manufacturing

    CNC – Computer Numerical Control

    DC – Direct Current

    DHCP –Dynamic Host Configuration Protocol

    DNS – Domain Name System

    FDX – Full Duplex

    GND – Ground

    GS – Grupo Simoldes

    IDE – Integrated Development Environment

    ISEC – Instituto Superior de Engenharia de Coimbra.

    ISO – International Organization for Standardization

    LED – Light Emitting Diode

    OEE – Overall Equipment Effectiveness

    PC –Personal Computer

    PCB –Printed Circuit Board

    POE – Power Over Ethernet

    PWM – Pulse-Width Modulation

  • Criação de ferramentas e controlo de recursos para OEE Abreviaturas

    xxii

    Rx – Recive

    SNSD – Searching Network Saving Data

    SQL –Structured Query Language

    SSID –Service Set Identifier

    TCP – Transmission Control Protocol

    Tx – Trasmit

    USB – Universal Serial Bus

    UDP – User Datagram Protocol

    WEB – World Wide Web

  • CAPÍTULO 1 Introdução

    MEE ˗ Alexandre Pereira 1

    1. INTRODUÇÃO

    1.1. Enquadramento

    O projeto enquadra-se no âmbito da unidade curricular do estágio de final de Mestrado em

    Engenharia Eletrotécnica, apresentando como objetivo a criação de ferramentas e controlo de

    recursos para a execução de overall equipment effectiveness em processos industriais.

    As extremas e atuais economias mundiais, obrigam as empresas a focarem-se na necessidade

    constante de redução dos desperdícios. Desperdícios que assumem diferentes formas: matéria-

    prima, tempo de execução de trabalho, recursos humanos, entre outros. O setor automóvel, por

    si já competitivo, obriga as empresas dentro deste a rejuvenescerem-se e a uma inovação

    constante. Esta inovação, técnica e de gestão, vai ao encontro das exigências dos clientes do

    Grupo Simoldes, permitindo a este o seu elevado reconhecimento mundial.

    A rentabilização dos meios disponíveis, com vista ao aumento de produção, o aperfeiçoamento

    do processo produtivo e a excelência da qualidade dos produtos finais com recursos já

    existentes, correspondem às diretrizes do trabalho para este estágio. Com estas permite-se o

    aumento da satisfação do cliente bem como o lucro final do Grupo Simoldes.

    1.2. Empresa de Acolhimento

    Simoldes Aços, empresa mais antiga do Grupo Simoldes, foi onde se realizou o estágio final de

    Mestrado em Engenharia Eletrotécnica. A empresa Simoldes Aços, liderada por António da Silva

    Rodrigues na cidade de Oliveira de Azeméis, nas origens da sua atividade dedicou-se à produção

    de moldes para fabrico de pequenos e médios utensílios. As décadas de 60 e 70 foram relevantes

    no seu crescimento. Foi nestas que a empresa consegui diversificar os seus clientes e mercado

    alvo. Nestas décadas foram também realizados investimentos em instalações, equipamentos e

    mão-de-obra especializada, permitindo que a empresa se consolidasse até ao presente. A

    mudança principal e mais importante da empresa foi a aposta do trabalho direcionada ao setor

    da indústria automóvel. Nos dias de hoje, ainda é o principal cliente e consecutivamente o

    principal responsável pelas receitas da empresa.

    O Grupo Simoldes está dividido em duas partes. A divisão de moldes, na qual se insere a

    empresa onde foi realizado o estágio (Simoldes Aços) e a divisão de plásticos. A divisão de

    moldes do grupo é identificada atualmente como o maior fabricante europeu de moldes,

    apresentando com clientes empresas como: Renault, Saab, Citroën, VW, Seat, Ford, Peugeot,

    Honda, Volvo, Audi, BMW, Mercedes, Porsche, entre outras.

    A certificação de qualidade que a empresa possui são as certificações do modelo geral de gestão

    de qualidade, estando implantadas a ISO 9001:2008 em 29-12-1995, e ISO/TS 16949:2002

    (normas de qualidade específicas para a indústria automóvel).

  • CAPÍTULO 1 Introdução

    2

    1.3. O Projeto

    Proposto pelo Grupo Simoldes e desenvolvido na empresa mãe, Simoldes Aços, o projeto tem

    como objetivo a melhoria do processo de fresagem em CNCs, de forma a aumentar a sua

    capacidade de produção. O projeto piloto designado de Tracker, tem como foco o controlo do

    processo de fresagem de CNCs (parâmetros reais), através da criação de ferramentas com

    recurso a meios tecnológicos. Estas ferramentas permitem à posterior a execução do cálculo de

    OEE (Overall Equipment Effectiveness) em processos industriais. O símbolo adotado pelo

    Grupo Simoldes correspondente ao projeto piloto Tracker é visível na figura 1.1.

    Figura 1.1 ˗ Símbolo Tracker.

    No processo produtivo de um molde, o setor de fresagem CNCs assume um papel decisivo. A

    falta de informação relativamente aos parâmetros reais de maquinação acarreta uma dificuldade

    acrescida para o planeamento da carga de trabalho. O setor de fresagem deve ser estudado e

    analisado de forma a se avaliar os métodos de trabalho atuais para posteriormente proceder-se

    a melhorias.

    A necessidade de uma equipa de métodos & processos e investigação & desenvolvimento,

    abrangentes às diferentes unidades fabris do Grupo Simoldes, é imprescindível na realidade

    económica social atual. A equipa de métodos & processos e investigação & desenvolvimento é

    constituída por colaboradores com qualificações no ensino superior, abrangendo as principais

    áreas de engenharia, tais como: Engenharia Eletrotécnica, Mecânica, Eletromecânica,

    Informática, Civil, Gestão Industrial, entre outras.

    O projeto Tracker, entregue à equipa de métodos & processos do Grupo Simoldes, foi orientado

    e tratado por esta equipa. O estágio, ao qual o presente relatório se refere, foi inserido nesta

    equipa e completamente direcionado para o projeto Tracker.

    Devido à distinta qualificação desta equipa o projeto foi elaborado pela minha pessoa, em

    conjunto com membros da equipa de métodos & processos.

  • CAPÍTULO 1 Introdução

    MEE ˗ Alexandre Pereira 3

    O estágio realizado e consequentemente o projeto Tracker executado na empresa Simoldes

    Aços, teve 4 fases principais contendo dentro destas subfases. Numa primeira fase foi realizado

    o levantamento e análise de dados, seguindo-se a segunda fase: definição de objetivos atingir.

    A terceira fase correspondeu à procura de soluções para a recolha e tratamento de dados e por

    fim (4ª fase) o envio da informação, correspondente ao estado da máquina, para a rede interna

    da empresa. A figura 1.2, exibe as 4 fases do projeto Tracker, desenvolvidas durante o estágio

    na empresa Simoldes Aços.

    Figura 1.2 ˗ 4 Fases do Projeto Tracker.

    Após o envio de informação para a rede interna da unidade fabril, e ainda durante a realização

    do estágio, foi desenvolvido por um membro da equipa com formação superior em engenharia

    informática um software para a receção/visualização de informação, bem como a respetiva base

    de dados para guardar a informação. Foram também desenvolvidos dois softwares de

    visualização de informação, possuindo um deles capacidade para alteração da escala temporal

    abrangente. Os softwares desenvolvidos tiveram pequenas indicações da minha pessoa, para

    que em ambas as programações fossem realizados ajustes. Devido a esta colaboração, a

    apresentação gráfica é precisa e de fácil interpretação. Na figura 1.3 é observável a parte

    correspondente do projeto Tracker desenvolvida pela equipa de processos.

    Figura 1.3 ˗ Tracker desevolvido por EP.

    As informações guardadas na base de dados, relativas aos estados das máquinas CNCs, serão

    utilizadas para o cálculo de overall equipment effectiveness em processos industriais.

  • CAPÍTULO 1 Introdução

    4

    Na figura 1.4, são apresentadas as melhorias resultantes do cálculo de OEE.

    Figura 1.4 ˗ Melhorias de OEE.

    E possível verificar que as melhorias resultantes do cálculo de OEE são abrangentes a inúmeras

    áreas. Destas melhorias salientam-se a notória melhoria na rapidez de execução dum processo

    já existente, a qualidade do produto final e maximização do tempo de operação e produtividade.

    1.4. Objetivos Gerais

    A rentabilidade de fresadoras CNCs no processo de fabrico atual da empresa Simoldes Aços é

    uma componente importantíssima. Um aumento de capacidade de produção destas fresadoras

    CNCs, traduz-se em ganhos muito significativos. O projeto Tracker tem como objetivos

    principais a aquisição dos parâmetros reais de maquinação e o seu envio para a rede interna da

    unidade fabril para serem guardados numa base de dados. A quando do inicio do estágio a

    informação que existia acerca do processo de fresagem era resultante de apontamentos

    realizados manualmente por parte dos operadores e a informação que se conseguia extrair das

    máquinas era mínima. Para além de a empresa ficar com histórico de ocupação/trabalho das

    fresadoras CNCs pode saber-se em tempo real o comportamento das diferentes máquinas CNCs

    (estado em que se encontram). Ou seja, se estão a trabalhar (correspondente ao estado de

    maquinação), em preparação de trabalho/ferreamente (estado Setup) ou paradas. A informação

    guardada é tratada à posterior por software para resultados estatísticos com recurso a

    visualização gráfica. Com vista a que os objetivos descritos fossem atingidos, a investigação

    dos sinais elétricos disponíveis no quadro da máquina, bem como os seus comandos foi

    imprescindível.

    O projeto tem como objetivos principais os seguintes tópicos:

    Levantamento e análise de dados;

    Investigação de máquinas e respetivos comandos;

    Caracterização dos diferentes estados das máquinas;

    Elaboração de hardware;

    Programação dum módulo Arduíno.

  • CAPÍTULO 1 Introdução

    MEE ˗ Alexandre Pereira 5

    Tem ainda como objetivos comuns à estratégia da unidade fabril Simoldes Aços os seguintes:

    Redução dos prazos de entrega do produto finalizado ao cliente;

    Melhoria do processo produtivo nas máquinas CNCs;

    Aumento da produtividade em todos os setores;

    Redução de desperdícios.

    1.5. Metodologia

    A metodologia de trabalho aplicada neste projeto envolve as seguintes etapas:

    1. Levantamento de dados para o projeto Tracker;

    2. Análise detalhada dos equipamentos da empresa;

    3. Definição de objetivos a atingir com o projeto;

    4. Procura de soluções para o projeto Tracker;

    5. Implementação da solução encontrada;

    6. Período de observação e implementação de melhorias.

    O levantamento de dados foi realizado através da consulta de ficheiros, análise de processos

    anteriores, e a envolvência nas atividades da empresa. A análise dos dados foi realizada

    exaustivamente para que às necessidades do projeto ficassem bem definidas. A definição dos

    objetivos a atingir, vai de encontro com as necessidades da empresa para este projeto. A procura

    de soluções caracteriza-se pela resolução da fase anterior. Na quinta fase onde ocorre a

    implementação da solução final tendo sempre os critérios de segurança e qualidade da unidade

    fabril como regra principal e ponto de partida.

    Por fim, o período de observação e implementação de melhorias tem uma responsabilidade

    acrescida. Esta responsabilidade é devida ao cálculo de overall equipment effectiveness, que

    tem como base fundamental a informação resultante deste projeto. As etapas que caracterizam

    a metodologia aplicada neste projeto são visíveis na figura 1.5.

    Figura 1.5 ˗ Metodologia aplicada no projeto.

    Levantamento de Dados

    Analise de DadosDefenição de

    Objetivos

    Procura de Solução

    Implementação Solução

    Observação e Implementação

    de Melhorias

    Calculo de

    OEE

  • CAPÍTULO 1 Introdução

    6

    1.6. Estrutura do Relatório

    O presente relatório está repartido em nove capítulos com vários pontos dentro destes. No

    primeiro capítulo deste relatório faz-se uma introdução ao projeto desenvolvido na empresa,

    bem como, os seus objetivos gerais, a metodologia de trabalho adotada e a estrutura do relatório.

    No segundo capítulo é apresentada a unidade fabril Simoldes Aços onde se realizou o estágio

    (unidade fabril que faz parte do Grupo Simoldes). A organização do Grupo Simoldes, o

    processo produtivo da empresa Simoldes Aços e o seu layout, são também referenciados neste.

    No capítulo três é abordado o estado de arte do projeto. Este envolve vários temas, desde

    caracterização dos meios até às tecnologias antecessoras.

    O capítulo quatro descreve a principal parte do projeto realizado durante o estágio. Neste são

    abordadas as máquinas utilizadas, as tecnologias de controlo, a caraterização de estados das

    máquinas, escolha de componentes e montagem de diferentes circuitos eletrónicos bem como

    a solução “ótima”.

    O capítulo cinco diz respeito à solução final. Neste capítulo é apresentado o circuito final

    implementado, onde são descritos componentes, configurações utilizadas, comportamentos

    expetáveis, realidades implementadas e resultados obtidos acerca do circuito.

    No capítulo seis apresenta-se a lógica de programação desenvolvida para o tratamento de dados,

    a forma de comunicação de informação para a base de dados, e as tecnologias/procedimentos

    que foram desenvolvidos para a visualização de informação.

    A análise financeira, onde os custos de implementação do projeto desenvolvido por máquina

    são apresentados, juntamente com a comparação de custos de projeto atual com anteriores,

    formam o capítulo sete. O capítulo oito apresenta as conclusões e perspetivas do projeto para o

    futuro.

    O capítulo oito apresenta as conclusões e perspetivas do projeto para o futuro.

    O capítulo nove corresponde aos anexos do documento. Neste são apresentadas as diferentes

    soluções desenvolvidos até a solução final e esquemas das máquinas CNC.

  • CAPÍTULO 2 A Empresa

    MEE ˗ Alexandre Pereira 7

    2. A EMPRESA

    2.1. Grupo Simoldes

    Fundado em 1959 e desde 1981 liderado por António da Silva Rodrigues, o Grupo Simoldes é

    constituído por 20 empresas espalhadas pelo mundo e 8 gabinetes comercias. O seu modelo de

    negócio baseia-se em duas áreas distintas. O fabrico de moldes e a injeção de termoplástico.

    Figura 2.1 ˗ Grupo Simoldes. [3]

    A primeira área, dedicada à construção de moldes para injeção de termoplástico é composta por

    dez empresas, das quais seis localizam-se no concelho de Oliveira de Azeméis, estando as

    restantes espalhadas pelo mundo. A segunda área de negócio é constituída por onze empresas

    produtoras de peças de plástico resultante da injeção de termoplástico.

    Em Portugal estão localizadas dez empresas visíveis na figura 2.2. Do total das empresas fazem

    parte empresas de suporte técnico e comerciais (Advanced Customer Services ou ACS)

    espalhadas também pelo mundo. Com meio século de presença na indústria portuguesa e

    mundial, este grupo tem contribuído de forma decisiva para o setor de fabrico de moldes e

    injeção de termoplástico. Com a globalização do seu mercado, este grupo transporta a imagem

    da indústria portuguesa para um nível internacional.

    O espírito de inovação aliado ao investimento persistente em equipamentos e a participação em

    projetos exigentes, promoveu o desenvolvimento e expansão do Grupo Simoldes.

    Figura 2.2 ˗ Diferentes empresas do Grupo Simoldes em Oliveira de Azeméis. [26]

  • CAPÍTULO 2 A Empresa

    8

    O Grupo Simoldes é o maior fabricante europeu de moldes para o setor automóvel. Em visita

    recente às instalações deste grupo (figura 2.3), António Costa e Pedro Passos Coelho já

    anteriormente, apontaram o grupo como um exemplo a seguir.

    Figura 2.3 ˗ António Costa e Pedro Passos Coelho em visita ao Grupo Simoldes. [33;34]

    No ano de 1980 foi inaugurada a primeira unidade dedicada exclusivamente à injeção de

    termoplástico. Foi nesta unidade fabril, Simoldes Plásticos, onde foi desenvolvida a primeira

    garrafa de gás que utiliza a tecnologia Comet, a qual ficou amplamente conhecida por Pluma

    (figura 2.4), sendo mais tarde comercializada pela Galp.

    Figura 2.4 ˗ Garrafa de gás Pluma. [32]

    Os principais clientes do Grupo Simoldes são países da Europa tal como França, Alemanha,

    Espanha, Escandinávia e Reino Unido mas também a América do Sul e do Norte. A produção

    do grupo é absorvida na sua quase totalidade pelo setor automóvel.

    O Grupo Simoldes caracteriza-se pela sua capacidade de desenvolver qualquer tipo de projeto

    para peças plásticas, sendo especializado na produção de moldes para a indústria do setor

    automóvel. Também para outros setores como embalagens, jardim e eletrodomésticos o grupo

    tem uma posição relevante na indústria mundial.

    O Grupo Simoldes caracteriza-se pelos seus 3704 funcionários distribuídos por diferentes

    unidades fabris em Portugal, Alemanha, Reino Unido e Brasil, bem como vários escritórios

    noutros pontos do mundo. O seu prestígio internacional no fabrico de moldes e capacidade de

    injeção de termoplástico são pontos que distinguem este grupo do resto do mundo.

  • CAPÍTULO 2 A Empresa

    MEE ˗ Alexandre Pereira 9

    2.2. Organização

    O Grupo Simoldes está dividido em duas áreas distintas de indústria.

    A primeira área, Tool Division corresponde à divisão de moldes (figura 2.5).

    Figura 2.5 ˗ Diferentes logótipos das empresas da divisão de moldes. [3]

    Esta área de atividade tem como foco de indústria a produção de moldes sendo constituída por

    oito empresas de fabrico de moldes e Advanced Customer Services ou ACS.

    A segunda área, Plastic Division corresponde à divisão de plásticos (figura 2.6).

    Figura 2.6 ˗ Diferentes logótipos das empresas da divisão de plásticos. [3]

    Para além das anteriores fazem também parte da Plastic Division as seguintes empresas.

    Simoldes Plástico Indústria Simoldes Plástico Brasil Simoldes Plástico France

    Simoldes Plástico España Simoldes Plástico Polska

    Simoldes Plástico France Engineering Simoldes Plástico Deutschland Engineering

    Estas empresas, pertencentes à divisão de plástico, são especializadas na produção de peças a

    partir da injeção de termoplástico.

    Embora totalmente independentes as duas áreas de atividade complementam-se, formando um

    grupo coeso e reconhecido na indústria mundial.

  • CAPÍTULO 2 A Empresa

    10

    2.3. Simoldes Aços, SA

    Fundada em 1959 a Simoldes Aços teve sempre a expansão do negócio como um dos seus

    objetivos principais. Em 1968 concretiza a primeira exportação para Inglaterra, cidade de

    Londres. Devido ao espaço ocupado anteriormente já limitar a capacidade de trabalho, no lugar

    da Espinheira (centro de Oliveira de Azeméis), no início da década de 70 procedeu-se a

    construção de novas instalações para a Simoldes Aços. Na figura 2.7, são visíveis as instalações

    já ocupadas e as instalações atuais.

    Figura 2.7 ˗ Diferentes instalações da empresa Simoldes Aços. [3]

    No dia 25 de Abril de 1974, inauguram-se oficialmente as novas instalações, localizadas na

    zona industrial de Oliveira de Azeméis. Para 70 colaboradores da empresa o 25 de Abril de

    1974 não encantou tanto quanto as novas instalações que a Simoldes Aços passou a ocupar

    nesse dia. Na figura 2.8 são visíveis as instalações atuais ainda em construção.

    Figura 2.8 ˗ Instalações fabris da Simoldes Aços em 1974. [28]

    António da Silva Rodrigues, presidente do Grupo Simoldes, refere que pela manhã do dia 24

    de Abril de 1974, foi ligado o posto de transformação instalado na nova fábrica. A empresa

    encontra-se implantada numa área total de 15.521 m2 de terreno, sendo desse total uma área

    coberta de 12.200 m2, da qual 7.500 m2 estão diretamente ligados ao setor produtivo. Na figura

    2.9 são visíveis as instalações da empresa Simoldes Aços.

    Figura 2.9 ˗ Instalações fabris da Simoldes Aços atualmente.

  • CAPÍTULO 2 A Empresa

    MEE ˗ Alexandre Pereira 11

    Em Dezembro de 1995, a Simoldes Aços obtém a certificação do Sistema de Garantia de

    Qualidade segundo a norma NP EN ISO 9001. Entre 1976 e 1977 dá-se a grande ofensiva na

    procura de novos mercados com a participação em feiras de indústria. É nesta década que a

    Simoldes Aços começa a fabricar moldes para a indústria automóvel para países como França

    e Suécia e consecutivamente para clientes como a Renault e Volvo.

    A título informativo cada molde que é construído tem aproximadamente 100 a 300

    componentes. Estes componentes são essenciais a várias funções como o caso da gravação da

    peça polimérica, os mecanismos de extração do molde, a mecânica do molde, a refrigeração do

    molde, entre outros. Desde o dia 24 de Abril de 1974 verificou-se um constante crescimento da

    área coberta, através da criação de novas empresas, acompanhadas de uma contínua evolução

    de equipamentos. Esta expansão permite uma elevada capacidade de resposta para o fabrico de

    moldes e consequentemente o aperfeiçoamento do produto final.

    Atualmente a Simoldes Aços tem 207 postos de trabalho e 98% da sua atividade é para o setor

    automóvel. Os principais clientes da empresa são países como a Alemanha com 35% da

    produção, seguindo-se a França com 25% e Espanha com 10%. Em 2013 o volume de negócios

    ronda os 20 milhões de euros na Simoldes Aços. O total de faturação das 27 empresas que hoje

    constituem o Grupo Simoldes, foi de 500 milhões de euros em 2013.

    2.4. Processo Produtivo da Empresa

    O processo produtivo da empresa Simoldes Aços está dividido em 4 fases distintas.

    1. Fase: Orçamentação.

    Depois da apresentação do desenho ou modelo tridimensional da peça que o cliente pretende, é

    elaborado um estudo preliminar de conceção e dos materiais necessários ao molde. Um cálculo

    das horas de trabalho necessárias em cada projeto também faz parte do estudo. Estes estudos

    permitem ao setor comercial o cálculo do orçamento para determinado molde que é

    posteriormente fornecido ao cliente.

    2. Fase: Conceção e Desenvolvimento.

    Perante uma encomenda confirmada pelo cliente, o departamento de estudos e desenvolvimento

    realiza um desenho preliminar do molde. Este desenho sofre de uma aprovação do cliente para

    comentários e por isso é enviado ao mesmo. Mediante aprovação do cliente, iniciasse quase

    paralelamente ao projeto a construção do molde. Posteriormente o departamento de engenharia

    de sistemas produz a definição matemática das zonas que definem as formas da peça,

    recorrendo para isso a softwares de CAD e CAM. Por fim são simulados os percursos de

    ferramentas que modelem o aço de acordo com as formas pretendidas pelo cliente.

  • CAPÍTULO 2 A Empresa

    12

    3. Fase: Produção.

    Após a realização do planeamento relativo ao processo produtivo, inicia-se a organização da

    matéria-prima necessária ao molde. Dá-se então início à maquinação das formas do molde

    através da gravação dos diferentes componentes (machos, cavidades, movimentos e postiços).

    As máquinas usadas no processo de produção são fresadoras CNCs, tornos, mandriladoras e

    também máquinas de eletroerosão. Componentes do molde que não constituem zonas

    moldastes, tais como placas de extração, placas de encosto, calços, entre outras são produzidos.

    Após o fabrico individual e único de todos os componentes, transforma-se um aglomerado de

    componentes num molde. Esta fase é caracterizada por ser uma operação com uma vigorosa

    componente de trabalho humano. Os principais componentes/subsistemas criados/introduzidos

    são os seguintes:

    Extração;

    Refrigeração;

    Elétrico;

    Hidráulico.

    Já numa fase de acabamento do produto final, executasse o polimento de espelho ou rugosidade

    das superfícies moldantes para obtenção do aspeto final das peças de plástico injetadas. Depois

    do acabamento, o molde é ensaiado em máquinas de injeção de plástico tendo como objetivo a

    verificação do bom funcionamento do molde e a aquisição de peças plásticas para a validação

    dimensional e aspeto estético. Já numa fase final e posterior ao ensaio, o molde aguarda o

    consentimento por parte do cliente ou o pedido de alterações com vista a corrigir imperfeições.

    4. Fase: Expedição.

    Esta última fase é caracterizada por um acondicionamento próprio em encaixotamento

    reforçado, posteriormente enviado para o cliente. Conforme o país a que se destina e a

    necessidade de prazos de entrega de produção, o molde segue o seu percurso por via terrestre,

    marítima ou aérea.

    2.5. Layout da Empresa

    O layout da empresa Simoldes Aços é visível na figura 2.10 (página seguinte). Nesta é possível

    verificar que a empresa é constituída por 4 naves de fabrico, e correspondentes áreas de

    escritórios. Os equipamentos de fabrico estão reunidos por gama tecnológica e por tipo de

    componentes que produzem. As 29 máquinas de fresagem CNC, assinaladas a azul claro,

    permitem perceber o tipo de indústria desta empresa. A organização da maquinaria da empresa

    nesta configuração permite um aumento de capacidade de trabalho bem como um bom

    planeamento de produção.

  • CAPÍTULO 2 A Empresa

    MEE ˗ Alexandre Pereira 13

    Figura 2.10 ˗ Layout da Simoldes Aços.

  • CAPÍTULO 3 Estado De Arte

    MEE ˗ Alexandre Pereira 15

    3. ESTADO DE ARTE

    3.1. Caracterização dos meios / equipamentos.

    A empresa Simoldes Aços dedica-se à produção de moldes. Para este tipo de indústria a

    maquinaria mais utilizada são fresadoras CNCs. Estas máquinas são usadas para a maquinação

    de blocos de aço (figura 3.1), que após diferentes técnicas e trabalho dos colaboradores dão

    origem a moldes.

    Figura 3.1 ˗ Blocos de aço para posterior maquinação.

    3.1.1. Características

    Na empresa Simoldes Aços existem diferentes máquinas de fresagem CNC. Para a execução

    do trabalho os colaboradores inserem programas previamente elaborados nos controladores das

    máquinas através dos seus controlos. Os controlos da máquina juntamente com a programação

    desenvolvida são responsáveis por “guiar” a máquina durante os diferentes períodos de

    trabalho.

    O interface entre homem e máquina é efetuado num computador presente na máquina que

    possui um software próprio.

    Existem diferentes “tamanhos” e construtores de máquinas, estando entre as maiores as

    desenvolvidas pela construtora Rambaudi. Na Simoldes Aços existem os modelos 1400, 1200,

    800, 600, RX da construtora Rambaudi. Exemplo de outros fabricantes de máquinas de

    fresagem CNC são Depojet, Depocut, Trimil e Versamatic que também se encontram na

    unidade fabril Simoldes Aços.

  • CAPÍTULO 3 Estado De Arte

    16

    3.1.2. Comandos

    Devido à quantidade de máquinas e modelos diferente os comandos utilizados para as controlar

    são vários. Este facto está diretamente relacionado com a idade da máquina. Quanto mais

    recente é a máquina, mais recente é o comando e vice-versa. Assim quanto mais antigo é o

    comando, mais difícil é extrair informação da máquina. Os diferentes comandos das fresadoras

    CNCs presentes na empresa Simoldes Aços são os presentes na tabela 1:

    Antigos Recentes

    Fidia F1. Fidia M1.

    Heidenhain TNC 155. Fidia CRX.

    Heidenhain TNC 415. Fidia C20.

    Selca. Heidenhain TNC 426.

    Heidenhain TNC 530.

    Tabela 1 ˗ Comandos presentes na empresa Simoldes Aços.

    3.1.3. Registos Efetuados

    Nesta secção, são apresentados os diferentes tipos de registos efetuados na empresa.

    Os registos efetuadas anteriormente ao desenvolvimento deste projeto eram efetuados

    manualmente. Destacam-se os registos documentais, informático e de observação.

    3.1.3.1. Documental

    A informação disponível sobre os diferentes estados das máquinas anteriormente ao

    desenvolvimento deste projeto, era possível devido a um registo manual efetuado num

    documento (“Registo de tempos”), por parte do colaborador responsável pela máquina. Esta

    forma de registo de informação ainda é efetuada em máquinas que não tem o Tracker instalado.

    Este tipo de registo provoca/potencia a que a informação recolhida não seja a mais credível.

    Um dos potenciais fatores é a falta de rigor por porte dos colaboradores a quando do registo das

    operações realizadas na produção. A falta de rigor no registo de operações resulta numa análise

    imprecisa.

    3.1.3.2. Informático

    Posteriormente aos colaboradores realizarem o registo manual no documento “Registo de

    tempos” é obrigatório realizar a atualização da base de dados informática (através de uma

    aplicação) que contém o histórico de tempos associados à execução dos diferentes moldes. Esta

    atualização de registos é feita individualmente e de forma manual. O processo da atualização

    da base de dados, tem como base a informação do registo de tempos, acarretando/traspondo a

    falta de rigor dos registos realizados anteriormente para a base de dados.

  • CAPÍTULO 3 Estado De Arte

    MEE ˗ Alexandre Pereira 17

    3.1.3.3. Observações

    A forma como são efetuados os registos na empresa Simoldes Aços, registos manuais, traduz-

    se num processo demorado e impreciso. Como consequências diretas deste tipo de registo

    podem-se destacar os seguintes:

    1. Inexistência de controlo em tempo real dos diferentes estados de cada máquina;

    2. Escassez de informação sobre taxas de ocupação de maquinaria, o que se traduz a nível

    de gestão e planeamento numa dificuldade acrescida;

    3. Registos imprecisos associados a execução de diferentes componentes do molde.

    3.2. Tecnologia Antecessora

    Nesta secção pretende-se expor todas as formas e tecnologias que foram testadas/aplicadas para

    o registo dos diferentes estados das máquinas na empresa Simoldes Aços. Assim vão ser

    analisados três formas de controlo: A observação “OneShot”, Conjugação de um software e

    hardware de uma empresa externa e o Tracker PLC.

    3.2.1. Observação “OneShot”

    Apesar de ser uma forma bastante simples e utilizada desde os primórdios da indústria em geral,

    foi similarmente realizada pela minha pessoa no decorrer do estágio. Esta forma de registo de

    informação é apresentada da seguinte forma: Um colaborador da empresa passa pelas diferentes

    máquinas e analisa o estado em que estão (a trabalhar ou paradas), apontando essa informação

    num documento. Mais tarde a informação é transcrita para ficheiros informáticos que permitem

    realizar diferentes estudos e análises. A figura 3.2 (página seguinte) representa os dados

    recolhidos durante o estágio. Nesta figura (3.2) a indicação de máquina a trabalhar corresponde

    a “1”, assinalada com a cor verde e a indicação de máquina parada corresponde a “0”, assinalado

    com a cor vermelha. É também possível verificar a percentagem de ativação correspondente a

    cada máquina.

  • CAPÍTULO 3 Estado De Arte

    18

    A figura seguinte (3.2), apresenta os dados recolhidos da observação “OneShot”.

    Figura 3. 2 ˗ Dados recolhidos durante o estágio.

    Dia

    hora 10:40 15:00 16:45 8:30 11:30 14:30 16:30 9:00 11:15 13:45 16:00 8:45 11:45 14:30 16:45 9:00 13:30 16:40 9:30 11:55 15:45 8:20 12:20 15:30 16:35 9:20 12:15 15:30 9:00 13:50 16:40 10:55 16:30 9:20 10:55 16:05 8:55 14:05 11:00 15:15 8:50 11:20 15:30 13:50 16:55 11:05 16:50

    CNC 0 1 1 1 1 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 0 0 25 47 53%

    CNW 1 0 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1 0 0 23 47 49%

    CNG 1 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 15 47 32%

    CNI 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 18 47 38%

    CNS 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 0 1 13 47 28%

    CNT 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1 24 47 51%

    CNU 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 24 47 51%

    CNV 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 0 1 0 1 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 0 1 0 0 18 47 38%

    CNX 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 20 47 43%

    CNY 0 0 1 0 1 0 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 20 47 43%

    CNJ 0 0 1 1 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 1 1 0 1 0 0 1 0 0 17 47 36%

    CNK 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 19 47 40%

    CNL 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16 47 34%

    CNM 1 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 1 0 1 1 0 0 1 0 0 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 20 47 43%

    CNN 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 1 0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 10 47 21%

    HSC 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 38 47 81%

    HSD 0 0 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 32 47 68%

    HSB 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 38 47 81%

    CNE 0 0 1 0 1 0 1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 17 47 36%

    HSA 1 1 0 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 1 27 47 57%

    CNB 1 1 0 0 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 30 47 64%

    CNP 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 0 0 1 1 0 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 27 47 57%

    CNO 0 0 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 1 0 19 47 40%

    HSH 0 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 39 47 83%

    FI 0 0 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 22 47 47%

    FM 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 0 0 26 47 55%

    HSG 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 0 0 1 1 1 0 36 47 77%

    HSF 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 0 1 1 37 47 79%

    CNA 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1 0 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 29 47 62%

    FB 0 1 1 1 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1 15 47 32%

    HSE 1 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 27 47 57%Media/

    leitura 42% 55% 58% 55% 48% 52% 52% 52% 58% 68% 42% 42% 48% 55% 58% 42% 55% 58% 58% 48% 42% 45% 45% 42% 48% 65% 35% 65% 55% 71% 52% 45% 35% 71% 48% 58% 55% 55% 52% 48% 42% 58% 42% 42% 52% 32% 45%

    Leituras P. 13 17 18 17 15 16 16 16 18 21 13 13 15 17 18 13 17 18 18 15 13 14 14 13 15 20 11 20 17 22 16 14 11 22 15 18 17 17 16 15 13 18 13 13 16 10 14

    19/mar 20/mar 23/mar 24/mar 26/mar 2/abr27/mar 30/mar 31/mar 1/abr 7/abr 8/abr 9/abr 10/abr 13/abr 14/abr

  • CAPÍTULO 3 Estado De Arte

    MEE ˗ Alexandre Pereira 19

    Na figura 3.3 é possível verificar a quantidade total de máquinas com maior e menor ativação

    de trabalho. O número de máquinas a trabalhar considerado ideal, é entre 20 a 24 máquinas.

    Esta condição não se verifica. Ao invés disso, a quantidade de máquinas que está em simultâneo

    a trabalhar é entre 13 a 18 máquinas. Esta faixa situasse numa escala intermédia de ativação

    pretendida.

    Figura 3.3 ˗ Ativação e paragem de maquinaria.

    Na figura 3.4 está apresentada de forma gráfica a informação presente na figura 3.3

    Figura 3.4 ˗ Representação grafica de ativação e paragem de maquinaria.

    Máquinas Ativas Numero de vezes

    10 1

    11 2

    12 0

    13 9

    14 4

    15 6

    16 6

    17 7

    18 7

    19 0

    20 2

    21 1

    22 2

    23 0

    24 0

  • CAPÍTULO 3 Estado De Arte

    20

    3.2.2. Software e Hardware em Testes

    Antes da realização deste projeto, a empresa envergou pela procura de soluções já

    desenvolvidas no mercado. Empresas especializadas neste tipo de soluções disponibilizaram-

    se para ensaios, o que permitiu perceber à empresa Simoldes Aços a importância deste tipo de

    produtos na indústria atual. O software e hardware permitiam o acesso à informação sobre os

    tempos de paragem, avanço da ferramenta, designação dos componentes, tipo de operação,

    duração da operação, entre outros. Todos os dados referidos eram registados e estavam

    disponíveis para uma posterior análise.

    Na figura 3.5 é visível a informação guardada por esta solução. Cada barra horizontal

    corresponde a uma máquina, onde a cor verde assinala a máquina a trabalhar e a amarela indica

    os tempos de paragem. A barra vermelha aparece cada vez que a máquina não está a trabalhar,

    simbolizando um tempo de paragem não justificado. Posteriormente o operador tem a

    responsabilidade de justificação deste período de paragem, através de seleção de paragem no

    programa.

    Figura 3.5 ˗ Informação apresentado por software em teste.

    Para o uso desta solução foi necessário nos comandos mais antigos realizar a modificação de

    ficheiros dos comandos, realizado pela FIDIA quando aplicável, e o acréscimo de hardware

    (placas eletrónicas) ao quadro de controlo das máquinas. Estas alterações foram implementadas

    pela empresa detentora do software.

    3.2.3. Tracker PLC

    O projeto “Tracker PLC”, surge na empresa na sequência dos projetos anteriores e devido à

    necessidade cada vez mais presente da informação relativa aos estados em que as máquinas se

    encontram juntamente com percentagens de ativação das mesmas.

    Com este propósito foi selecionado um autómato industrial, Micrologix 1100 (Figura 3.6) para

    o desenvolvimento do projeto Tracker PLC.

    Figura 3.6 ˗ Autómato industrial, Micrologix 1100. [35]

  • CAPÍTULO 3 Estado De Arte

    MEE ˗ Alexandre Pereira 21

    A utilização de um autómato neste projeto está diretamente ligada ao facto de a sua lógica ser

    programável podendo executar diferentes funções de acordo com as necessidades da empresa.

    Para além desta mais-valia, outra, é a sua integração em redes indústrias típicas (Modbus /

    Device Net / Profibus / AS-I) ou através de utilização da rede ethernet. Os dados recolhidos são

    facilmente transmitidos para um sistema operativo tipo Windows.

    O autómato selecionado permitia realizar monitorização em tempo real, executar ligações de

    sinais digitais e analógicos de uma máquina, aquisição e processamento de dados, entre outras.

    Com as tecnologias anteriores foi possível saber as percentagens de ativações das máquinas.

    No entanto estas soluções por demasiado simplistas ou dispendiosas foram colocadas em

    “standby”. O projeto apresentado e o relatório presente insere-se no contexto da necessidade de

    desenvolvimento de uma solução que desse resposta à necessidade de informação relativa aos

    diferentes estados das máquinas. No capítulo seguinte (capítulo 4) é descrito o processo de

    desenvolvimento da solução interna e definições teóricas relativas ao projeto inserido no

    estágio.

  • CAPÍTULO 4 Projeto Tracker

    MEE ˗ Alexandre Pereira 23

    4. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO TRACKER

    4.1. Projeto Tracker

    4.1.1. Descrição

    O projeto Tracker integra-se nas atividades da empresa no controlo do processo de fresagem,

    através da definição e identificação dos diferentes estados das máquinas fresadoras CNCs.

    Caracteriza-se este projeto pela identificação de diferentes modelos de máquinas, dificuldades

    encontradas, procura de soluções para o controlo do processo de fresagem, a implementação de

    soluções e o envio de informação correspondente aos estados das máquinas para a rede interna

    da empresa.

    4.1.2. Objetivos

    Os principais objetivos são a identificação dos diferentes estados, tais como Maquinação, Setup

    e Paragem e o envio destes para a rede interna da unidade fabril. Objetivo também do projeto

    são as diferentes informações resultantes complementares dos estados anteriores que

    contribuem de forma significativa para um melhor conhecimento do processo produtivo de

    fresagem CNC da unidade fabril.

    Numa primeira fase o objetivo do projeto Tracker passava apenas pela instalação e testes

    funcionais numa máquina CNC. No entanto com o decorrer do estágio o projeto foi expandido

    para duas máquinas CNC (descritas na secção seguinte).

    4.2. Caracterização das Máquinas

    Os equipamentos envolvidos neste projeto são máquinas de fresagem CNC, para maquinação

    de pequenos e médios componentes da construtora Rambaudi modelo 800.

    Fundada em 1945 a Rambaudi (Figura 4.1) assinalou a história de máquinas de fresagem CNC,

    com máquinas de fresagem e os seus centros de fresagem.

    Figura 4.1 ˗ Logótipo da RAMBAUDI. [36]

    Em 2010, a marca Rambaudi juntou-se ao Grupo Fair, (um dos maiores fabricantes mundiais

    de máquinas de fresagem), encontrando-se presentemente no mercado como um parceiro

    altamente bem qualificado/equipado e de confiança para o fornecimento de uma gama bastante

    alargada de equipamentos, desde máquinas de alta velocidade, máquinas de incremento de alta

    capacidade com 3 + 2, 5, 6 eixos e muitas outras soluções.

    Na Figura 4.2 eFigura 4.3 é apresentado um esquemático das máquinas na vista frontal e de

    topo. Na vista frontal são identificados os eixos X e Z, a base de apoio da máquina, a mesa de

    movimento (eixo X) e a árvore (eixo Z) onde se encontra o motor elétrico.

  • CAPÍTULO 4 Projeto Tracker

    24

    Vista frontal:

    Figura 4.2 ˗ Vista frontal de máquina CNC.

    Na vista de topo é assinalado o eixo Y na mesa da máquina, o quadro de controlo, o comando

    da máquina, a cablagem entre o quadro de controlo e a máquina e novamente a árvore.

    Vista de topo:

    Figura 4.3 ˗ Vista de topo de máquina CNC.

    Eixo X

    Eixo Z

    Árvore

    Mesa

    Base da Apoio

    Eixo Y

    Mesa Árvore

    Quadro de controlo

    Cablagem

    Comando

  • CAPÍTULO 4 Projeto Tracker

    MEE ˗ Alexandre Pereira 25

    4.2.1. Rambaudi 800 (CNC)

    A máquina Rambaudi 800, cuja terminação adotada na unidade fabril é CNC, é uma máquina

    de fresagem CNC, com 3 graus de movimentos (X,Y,Z) produzindo componentes médios e

    pequenos. O fabricante desta máquina foi a RAMBAUDI Industriale S.P.A., e o seu ano de

    fabrico em 2002. Na Figura 4.4 é visível a máquina, na instalação fabril, bem como a sua

    localização no layout da empresa Simoldes Aços.