cria, recria e engorda - bovinos a pasto

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    Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009,

    Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

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    GERENCIAMENTO DA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL: CRIA, RECRIA EENGORDA DE BOVINOS A PASTO. 

    [email protected] 

     Apresentação Oral-Estrutura, Evolução e Dinâmica dos Sistemas Agroalimentares e

    Cadeias Agroindustriais CYNTHIA CÂNDIDA CORRÊA1; ALINE FREITAS VELOSO2; BELTRAN MARTINS

    LIMA3; RONAILSON GARCIA COTA4; LEONARDO FRANCISCO FIGUEIREDONETO5.

    1,2,5.UFMS, CAMPO GRANDE - MS - BRASIL; 3,4.FECRA, COSTA RICA - MS -

     BRASIL. 

    GERENCIAMENTO DA PECUÁRIA DE CORTE NO BRASIL: CRIA,RECRIA E ENGORDA DE BOVINOS A PASTO. 

    Grupo de Pesquisa: Estrutura, Evolução e Dinâmica dos Sistemas Agroalimentares eCadeias Agroindustriais

    ResumoEste trabalho foi desenvolvido com o intuito de descrever aspectos relevantes aoagronegócio brasileiro, abrangendo em particular a pecuária de corte de bovinos, que é umquesito muito importante na economia brasileira. Esta área vem surpreendendo o país deforma positiva, apresentando hoje um potencial de crescimento e geração de renda e

    divisas, com a produção de carne bovina, principalmente. Enfatiza-se ainda, a produção debovinos a pasto com alta produtividade e precocidade, tanto no que diz respeito àpreferência dos consumidores, quanto aos custos de produção, obviamente bem menores.Também focaliza-se aspectos da produção, do gerenciamento das atividades e dacomercialização, tudo a partir de uma perspectiva bem prática: a busca pela produtividadee qualidade em toda a cadeia da carne bovina. O objetivo geral desta pesquisa é mostrar aimportância do gerenciamento no manejo da pecuária de corte, constituindo uminstrumento essencial à produtividade significativa na geração de lucros ao pecuarista.Palavras-chave: Agronegócio. Gerenciamento. Pecuária de corte.

    Abstract

    This work was developed with the intention of describing important aspects to theBrazilian agronegócio, embracing in matter the cut livestock of bovine, that is a veryimportant requirement in the Brazilian economy. This area is surprising the country in apositive way, presenting a growth potential and generation of income and exchange valuetoday as the production of bovine meat. It is still emphasized, the production of bovine to Igraze on with high productivity and precocity, so much in what he/she concerns theconsumers' preference, as in what he/she refers at the production costs, obviously verysmaller. It is also focalized aspects so much of the production, as of the administration ofthe activities and of the commercialization, everything starting from a very practicalperspective, the search for the productivity and quality in the whole chain of the bovinemeat. The general objective of this research is to show the importance of the administration

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    revistas, jornais, redes eletrônicas, artigos e balanços sociais já publicados, embora estessejam apresentados de forma excessivamente agregada.

    O referencial teórico está dividido em tópicos que abordam o setor conjunturale economicamente. A discussão dos dados está estruturada em três tópicos onde: oprimeiro abrange o gerenciamento da pecuária de bovinos de corte no Brasil, comoresponsável pela busca constante de inovações na produção de gado de corte, buscandosempre as melhores maneiras de facilitar o manejo e produzir qualidade, já, o segundo,envolve aspectos da atividade de cria e recria de bovinos de corte, como maneira demelhorar a produtividade na fazenda. Dando continuidade as discussões, o terceiro tópicodescreve características da engorda de bovinos a pasto, ressaltando a qualidade da carnecom esse tipo de alimentação.

    Espera-se, com este estudo, contribuir com a pesquisa desenvolvendo umareferencia para observação e tratamento da administração na área de agronegócio, a partir

    da pesquisa na área da pecuária de corte no Brasil, no que se refere ao gerenciamento decria, recria e engorda de bovinos a pasto.

    3. Revisão Teórica

    A pecuária de corte é uma das atividades produtivas mais importantes para oagronegócio brasileiro. Lazzarini Neto (2000, p. 6) afirma que “a pecuária estásurpreendendo o Brasil”. Segundo ele, “nenhuma outra atividade no campo, apresenta hojepotencial de crescimento e geração de renda e divisas como a produção de carne bovina”.Para complementar esta afirmação o autor apresenta alguns resultados das exportações

    brasileiras de carne bovina:“Em 5 anos, as exportações brasileiras de carne bovina passaram de umpatamar de U$300 milhões para U$ 800 milhões. Vencida a guerra contra afebre aftosa nos Estados do circuito Centro-Sul, as expectativas tornam-seanimadoras. As exportações poderão atingir U$ 2 bilhões até 2003. O Brasilpassará a ser, assim, o maior exportador mundial de carne bovina. Junto comos suínos e as aves, a receita de exportações do grupo carnes poderá, em trêsanos, atingir U$ 5 bilhões, ultrapassando qualquer outro produto dosagronegócios (LAZZARINI NETO, 2000, p. 6)”.

    A grande preocupação nessa atividade é a qualidade nos resultados da produção.Nesse caso, para que obtenha bons resultados, o gerenciamento tem papel fundamental. O

    gerenciamento é o responsável pela busca constante de inovações na produção de gado decorte, buscando sempre as melhores maneiras de facilitar o manejo e produzir qualidade.

    Cada vez mais, pecuaristas vem inovando seu padrão de produção de carne,introduzindo conceitos e tecnologias novas, com o intuito de melhorarem sua produção e aestruturarem como negócio.

    No passado, não muito distante, criar gado era sinônimo de conservadorismo rural.Os famosos latifúndios confundiam-se com as enormes pastagens, algumas ociosas. Tudoo que era moderno se voltava apenas para a agricultura.

    Atualmente, o marketing da carne mudou e a imagem da pecuária é mais positiva.Os cruzamentos industriais a partir das raças européias trouxeram aprimoramento e melhorqualidade carcaça aos bovinos criados por grande parte dos criadores de gado, além de

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    24%

    10%

    17%21%

    5%

    5%

    18%Cria

    Recria

    EngordaCria/Recria

    Cria/Engorda

    Recria/Engorda

    Cria/Recria/Engorda

    outras tecnologias ligadas à inseminação artificial. Hoje é possível controlar as doenças enão ter tantos prejuízos. É possível ainda produzir gado puro de elite, com apoio de

    tecnologia nas diversas fases de criação do rebanho.Dessa forma, é necessário que o gerenciamento desta área apresente um perfil degestão forte, com capacidade para administrar estas inovações, além de ter conhecimentoem manejo de gado e em aberturas de áreas de formação de pastagens. Depende dessafunção, o sucesso da produtividade do gado, apresentando no final, bons resultados emtodos os aspectos da atividade pecuária.

    Portanto, apresenta-se nesse trabalho uma série de conceitos e aspectos aogerenciamento e à intensificação da pecuária de corte no Brasil.

    3.1. Pecuária de corte no Brasil

    Segundo dados do IBGE (2000) apud Lazzarini Neto (2000), na pecuária de cortebrasileira, nos setores de cria e recria de bovinos, acham-se envolvidos 78% dospecuaristas do país, que detêm 55% do total do rebanho nacional, como pode ser visto noGráfico 1. Deve-se salientar que nesses números estão incluídos também os produtores queefetuam a cria e a recria conjuntamente. Entretanto, estão fora os produtores que efetuam acria e a engorda conjuntamente, a recria/engorda e a cria/recria/engorda.

    Gráfico 1: “Mix” do Setor Pecuário – Estrutura da produção de acordo com o tipode exploração.

    Fonte: IBGE/SDF Consultoria Rural apud Lazzarini Neto, 2000, p. 14

    Nota-se que, no Brasil, a cria é desenvolvida caracteristicamente por pequenos emédios pecuaristas. Normalmente explora-se a cria em terras de baixa fertilidade, estandobastante difundido o conceito de que a vaca pare bezerro em qualquer qualidade de terra(fraca, média ou de cultura).

    O agronegócio no Brasil vem sofrendo mudanças devido à inovação tecnológicavigente nos últimos anos. Assim sendo, as várias atividades do sistema do agronegócio,vêm se modernizando para qualificar e tornar seus produtos viáveis. Para confirmar estaafirmação Folz (2002, p. 5) reforça:

    “O agronegócio brasileiro está passando por um acelerado processo demodernização em todos os seus segmentos, estimulado pela abertura demercado que trouxe a reboque os preços internacionais aos produtos que estãona nossa pauta de exportações, inserindo e obrigando os produtos a se

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    adequarem a uma nova realidade de custos para viabilizar a sua atividade(Folz, 2002, p. 5).”

    No caso da pecuária de corte no Brasil, houve um aumento significativo de custosassociados a uma redução do preço de venda, gerando uma redução nos lucros daatividade. No entanto, para conquistar uma fatia significativa no mercado internacional porum período mais duradouro, é fundamental que se consiga sanar os principais entravescolocados pelo mercado ao produto brasileiro, quais sejam: ocorrência de doenças jáeliminadas nos países importadores, como a febre aftosa, a brucelose, a tuberculose, etc.;barreiras tarifárias; e, atendimento as exigências dos consumidores quanto à qualidade dacarne, principalmente. Esta qualidade é avaliada pelo consumidor através da maciez dacarne que vai à mesa e pela rastreabilidade – exigência do mercado europeu, que é dosprincipais clientes da carne do Brasil.

    Segundo Orsolin et. a. (2007), os rápidos avanços no processamento econservação de alimentos permitiram diferentes benefícios tais como à reduçãodos custos de produção e os sensíveis aumentos na durabilidade e conveniênciados produtos. Porém, pelo fato desses avanços serem complexos, técnicos e dedifícil interpretação, também é gerada muita confusão, superestimação ousubestimação de seus efeitos à saúde humana. Motivos dessa natureza e aliada aoutros fatores relacionados a sanidade, imprimiram uma busca por parte dosconsumidores à relativa garantia de qualidade e ao conhecimento do processo deprodução como um todo onde a certificação e a rastreabilidade assumem papéisrelevantes na interligação entre produção e consumo.

    Desta forma, foi possível desvelar que a aceitação da carne brasileira por

    esse mercado muito exigente, passará a ser um atestado de qualidade que seráválido para todo o mundo, ou seja, é uma aposta no futuro, além de trazer para opaís, como conseqüência, uma melhora da qualidade do produto para o mercadointerno e, por necessidade, uma melhora do controle dos rebanhos.

    Porém, acredita-se que para que esta tendência de melhora de eficiência aconteça epermaneça é necessário um esforço contínuo de todos os segmentos que influemdiretamente no desempenho do desfrute do rebanho que envolve o volume de gado abatidoe o número total de animais do rebanho. A Figura 1 descreve essa metodologia demensuração do volume de gado abatido, o segmento que influencia o desempenho edesfrute do rebanho.

    Figura 1: Volume de gado abatido / número total de animais do rebanho.

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    Fonte: Folz (2002, p. 11)

    Folz (2002, p. 11) afirma que “a natalidade de um rebanho é o índice obtido peladivisão da quantidade de bezerros produzidos por ano pelo total de fêmeas adultas desterebanho”. Isso significa que na prática, é o valor de avaliação da eficiência reprodutiva dorebanho e, em última instância, da competência do próprio criador. O autor ainda acreditaque o objetivo de todo o sistema de cria deve ser alcançar um índice de natalidade acimade 80%, em média, tolerando 75% em anos desfavoráveis. Tudo isso se deve à influênciade fatores que fogem ao controle da propriedade, tais como ocorrência de secas,

    queimadas, ataque de cigarrinhas em larga escala e outros.Quanto à mortalidade, pode-se dizer que seu cálculo é feito através da divisão donúmero de animais mortos, não aproveitados, pelo número total de animais do rebanho.Pode ser admitido, segundo Folz (2002), um índice de mortalidade de bezerros abaixo de5% ao ano.

    E por fim, a idade de abate apresentada pelo autor, será determinada pela eficiêncianas fases de recria e engorda dos animais, que são controladas pela oferta de alimentos,pelo manejo e pelo controle sanitário do rebanho e pela qualidade genética dos animais. Doponto de vista do autor, pode-se afirmar que todos esses aspectos apresentados necessitampassar por um processo de aperfeiçoamento do conjunto de técnicas de produção eadministração rural.

    Sendo assim, para se obter bons resultados é fundamental, no gerenciamento dapecuária de corte, uma visão do conjunto de fatores que afetam o desempenho dos animaise o resultado econômico da atividade, bem como uma visão dos fatores que influenciam aatividade na fazenda antes e depois da porteira. Tais atividades serão viáveis a partir de umplanejamento que vise produzir a baixo custo e no longo prazo. Enfim, essas condiçõessão possíveis através de um bom suporte técnico e administrativo, que levam o produtor aquestionar e reavaliar a sua atividade.

    3.2. Mercado pecuário e sua potencialidade

    Previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE - (2008) apontaque a pecuária de corte no Brasil está em expansão e, deve continuar assim nos próximos

    IDADE DE ABATE

    DESFRUTENatalidade

    %

    IDADE AO 1º PARTO

    Mortalidade%

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    anos. Segundo Torres Junior e Rosa (2002), os dados do IBGE apontavam para umcrescimento da pecuária de corte brasileira da ordem de 1,4% ao ano, como pode ser

    observado na Tabela 1.

    Tabela 1: Efetivo do rebanho bovino (milhares de cabeças)Ano Efetivo de Rebanho Variação (%)1997 161.416.157 0,00%1998 163.154.357 1,08%1999 164.621.038 0,90%2000 169.875.524 3,19%2001 172.423.657 1,50%2002 175.010.012 1,50%  

    Fonte: Torres Junior e Tito Rosa (2002, p. 85)

    Conforme dados do IBGE (2008), houve acréscimo efetivo no rebanho de 17,64%no período entre 2002 e 2006. Dessa forma, com o impulso das exportações brasileiras decarne, o rebanho cresceu e se expandiu para novas áreas. É importante destacar que oBrasil é a terceira maior potencia exportadora de carne bovina do mundo e tem conseguidomanter, apesar das crises na economia, e conquistar novos mercados.

    Tito Rosa e Torres Junior (2002, p. 88-89) afirmam que “a rastreabilidade é acartada final para conquistarmos de vez o mercado europeu. Carne magra, saudável,produzida corretamente e rastreada, vindo de animal reconhecidamente vegetariano. É issoque o consumidor quer”. O processo de rastreabilidade reúne, então, condições para tornar-se ferramenta de marketing e sua certificação pode criar mecanismos com potencial para

    evidenciar que o produto brasileiro é de qualidade, ou seja, tem sabor, bom aspecto eorigem garantida.Apesar da conjuntura ambiental e econômica atual, o Brasil apresenta condições

    extremamente favoráveis à criação bovina. Essas condições envolvem terras, solo fértilpara pastagem, campanhas de vacinação contra febre aftosa, brucelose e tuberculose e atecnologia brasileira.

    Os principais problemas encontrados na cadeia estão relacionados à economia e asanidade do rebanho. Com relação a economia, nota-se que com a desvalorização damoeda, muitos insumos têm um aumento de custo, o que, consequentemente, aumenta opreço da carne, tornando-a escassa na mesa dos brasileiros de baixa renda. O desemprego ea diminuição de renda provocam uma retração no consumo interno da carne bovina. O

    outro problema, relacionado a sanidade está aos poucos sendo vencido, com a programaçãode vacinação e controle de doenças pelas agências de controle e pelos agentesgovernamentais, além da conscientização dos produtores.

    Ao se comparar a atividade pecuária a outras explorações agrícolas, verifica-se queela permite uma relativa independência e auto-afirmação. O que se tem visto nessesúltimos anos é o empreendedor brasileiro buscando na pecuária o caminho para diversificare solidificar seus negócios.

    4. Resultados e Discussão

    4.1. Intensificação do processo de cria, recria e engorda do gado de corte

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     Observando o perfil da pecuária nacional, onde fica demonstrada a baixa eficiência

    de todo o conjunto da atividade, o que mais chama nossa atenção é justamente odesempenho da fase de cria.

    Segundo Folz (2002, p. 92), a fase de cria na atividade pecuária bovina estátradicionalmente em vigor no país, apresentando baixa fertilidade, é tardio, produzbezerros leves, tem baixa capacidade de fazer seleção, baixo índice de desfrute do rebanho.Todos esses aspectos resultam numa baixa rentabilidade ao produtor.

    Fica claro que esses problemas existem e são causas de prejuízos a muitospecuaristas no país. Porém, este quadro pode ser alterado em todos os segmentos daatividade pecuária, e em especial na cria, que vem a ser o segmento mais defasado de todosse comparado com o potencial de produção de um rebanho.

    Folz (2002, p. 92) corrobora com essa mesma idéia, afirmando que, ao tomar adecisão de melhorar esta atividade, o produtor deve inicialmente avaliar a sua estrutura deprodução, fazer um levantamento absolutamente real e honesto, para si mesmo, e traçar umplanejamento de longo prazo atingido pelo menos duas gerações de matrizes. Esteplanejamento deverá impor algumas metas de melhoria de desempenho, que devem serseguidas à risca para viabilizar o empreendimento.

    Para tanto, pode-se afirmar que na cria, devido à complexidade dos fatores queafetam o processo, o produtor deverá então avaliar e planejar a atividade enfrentando duasgrandes frentes de trabalho, uma que abrigue o rebanho e outra a propriedade.

    Tomada a decisão de melhorar os índices do rebanho, tem-se pela frente umconjunto de fatores que podem ser alterados para que sistemicamente se tenha resultados

    desejados. Entre eles estão: a melhora da fertilidade; o aumento do peso a desmama; amineralização adequada, a adoção do cruzamento industrial para geração de animais commaior vigor híbrido; a aceleração no desenvolvimento ponderal de machos e fêmeas aindadurante a amamentação, antecipando a maturidade sexual e permitindo maior seleção porprecocidade e também idade de abate; a adoção da inseminação artificial como forma deintroduzir rapidamente uma nova genética no rebanho; e, os cuidados com as primíparas eos bezerros, entre outros.

    Quanto a recria, trata-se de uma fase do desenvolvimento do bovino em que esteapresenta maior ímpeto de crescimento corporal. Está compreendida entre a desmama e oinício da engorda. Essa fase é caracterizada pela grande formação de massa muscular e odesenvolvimento da estrutura óssea. Ao final desta fase, o bovino estará com o esqueleto

    totalmente formado e seu tamanho corporal estará definido.Para se obter sucesso nos resultados finais dessa fase, a alimentação éessencialmente importante e deve ser tratada com muito cuidado para que o animal nãoultrapasse as medidas da formação considerada ideal.

    Segundo Mello (2002, p. 117), os bovinos na fase de recria apresentam uma maiornecessidade de proteína na dieta, porém suas exigências de energia são mais reduzidas doque na fase de engorda. Por este motivo, apresentam uma conversão alimentar melhor, oque resulta em ganho de peso a baixo custo e torna esta fase a mais rentável do ciclopecuário (cria-recria-engorda).

    O que o autor afirma, nesse caso, é que os bovinos em recria, possuindo umanecessidade de proteína mais elevada, uma necessidade de energia mais baixa em

    comparação com a fase de engorda e uma alimentação a base de volumoso (pasto) podem,

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    por exemplo, utilizando tão somente um suplemento protéico (sal proteinado), satisfazersuas exigências protéicas e aumentar o ganho de peso individual, sem aumentar

    drasticamente os custos.Já, a fase da engorda é a fase de maior eficiência de ganho de peso edesenvolvimento do animal, quando este apresenta o seu maior ímpeto de crescimento.Esse período ocorre após a formação do esqueleto e da musculatura e compreende operíodo que vai do final da fase de recria até o abate.

    Segundo Sewell (2002, p. 135), esta fase de engorda é dividida em duas fases: afase de engorda propriamente dita, onde os animais estão ganhando peso devido àdeposição de tecido muscular e a fase de terminação ou acabamento, onde os animaisdiminuem o ritmo de deposição de carne e passam a depositar gordura, promovendo oacabamento da carcaça. Nesse caso, a alimentação tem grande influência e deve serministrada com cuidado para não causar autos custos ao pecuarista e baixos resultados na

    fase de engorda.Na fase de engorda, o grau máximo possível de intensificação é o confinamento.

    Existem medidas intermediárias de intensificação, como a engorda a pasto, contudonenhuma dessas medidas apresenta o mesmo impacto de permitir uma utilização tãointensiva de terra como o confinamento.

    A Tabela 3 apresenta uma comparação entre alguns sistemas de engorda debovinos, segundo Sewell (2002, p. 148-149):

    Tabela 3: Comparação entre sistemas de Engorda de BovinosPremissas: - inicio da engorda - junho

    - peso dos bois magros - 360 kg- idade dos bois magros - 20 meses- peso dos bois gordos - 460 a 480 kg

    Sistema

    de

    engorda

    Lotação

    (cabeças/há)

    Ganho de peso

    diário (GPD)

    (Kg/cabeça/dia)

    Lotação

    (cabeças/há)

    Ganho de peso

    diário (GPD)

    (Kg/cabeça/dia)

    Período

    Produção

    (Kg peso

    vivo/há/no)

    Patagem

    intensiva  0,8 0,1 0,8 0,6 jun-mar 84

    Rotacion

    ado

    intensivo

    1,5 0,15 5 0,6 jun-fev 394

     jun-nov

    dez-mai

    1,2

    -0,5

    Confinam

    ento **  40 0 0 jun-out 4800

    1464Rotacion

    ado5 0,8 8 0,6

    (*) Dois lotes de engorda por ano(**) produção anual de silagem = 80 t/há.ano: confinamento de 100 dias; entre parênteses esta o ganho depeso que pode ser atribuído à contribuição energética no volumoso da ração do confinamento.Fonte: Sewell (2002, p. 148-149)

    Segundo Sewell (2002), a fase de engorda envolve tomadas de decisão que podemrepresentar a diferença entre o lucro ou o prejuízo da atividade: é a escolha do momento

    correto para o abate. É preciso saber escolher a hora certa para os gastos e o peso certo

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    para o abate dos bovinos, além de prezar para que as fases anteriores ao abate sejamdesempenhadas com sucesso.

    Como alternativa, para manter a renda da atividade, muitos pecuaristas reduziramgradativamente seu estoque de bovinos, ano após ano, adiantando receitas para obter osrecursos suficientes para garantir seu padrão de vida. Isso decorreu da estabilidadeeconômica proporcionada pelo Plano Real criou novas relações entre os preços da carnebovina e os insumos de sua produção, resultando em um quadro de baixa rentabilidadepara o setor.

    Segundo Burgi (2002, p. 150), o período de recria foi reduzido e os invernistaspassaram a enviar para abate bois cada vez mais leves e mais novos. Se no inicio da décadade 90, a idade média de abate no Brasil estava entre 4,0 e 5,0 anos, hoje ela caiu para algoentre 3,0 e 3,5 anos.

    A redução na idade de abate, a primeira vista, parece um mérito dos produtores,

    mas fica claro que é apenas uma solução óbvia e natural, que, a par de explorar melhor afase mais eficiente de ganho de peso dos bovinos, permite aumentar o giro do capitalenvolvido no sistema de produção. Veja um exemplo na tabela 4.

    Tabela 4 - Estimativa do Desempenho Médio de Bovinos de Corte a Pasto nasFases de Recria e Engorda – Sistema extensivo tradicional – Brasil.

    Faixa de peso vivo

    Meses (Kg) (@) (Kg peso vivo/há/no) (@/cabeça/ano

    ago/20 170-300 5,7-10,0 130 4,320-32 300-400 10,0-13,5 100 3,532-44 400-460 13,5-15,9 60 2,4

    44-56 460-500 15,9-17,7 40 1,856-68 500-530 17,7-19,1 30 1,4

    Faixa de idade Ganho de peso anual

     Fonte: Burgi (2002, p. 150)

    A maior parte dos produtores pratica o manejo extensivo tradicional e apenasreduziu a idade e o peso de abate, não tendo deliberadamente partido para a intensificaçãode sua produção, com a adoção de novas tecnologias na área de pastagens, nutrição,genética e manejo.

    Conclui-se, então, que o objetivo dos pecuaristas, ao reduzirem a idade de abate, foimanter seus gastos e padrão de vida familiar. O que significa que, ao avaliar a lotação desuas fazendas, o pecuarista certamente passou a ter mais vantagens, pois o gado passou a

    ganhar mais peso, obtendo melhor desempenho.

    4.2. Gerenciamento da produção e custos 

    O gerenciamento da produção e dos custos visa basicamente manter o controlesobre o negócio, oferecendo informações ao pecuarista sobre o desempenho técnico eeconômico de sua atividade. Trata-se de um gerenciamento eficiente, ou seja, o produtorprecisa saber sistematicamente sobre a atividade que desempenha, se está proporcionandolucros ou prejuízos e onde poderá atuar para obter melhores resultados.

    Com o controle da produção e dos custos, será possível ao criador/recriador obterrespostas para algumas perguntas tão cruciais quanto comuns no meio pecuário. Dentre os

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    aspectos que precisam ser levados em conta pelo pecuarista para melhor planejar suaatividade produtiva estão: o estabelecimento de índices técnicos e econômicos que

    mostrem com clareza o desempenho da atividade, o estabelecimento de padrões para osíndices técnicos e econômicos e a avaliação econômica da atividade.  No caso da engorda, Lazzarini Neto (2000) destacam que precisam ser medidos os

    seguintes índices técnicos e econômicos: a) Ganho de peso médio diário: é importanteconhecer não apenas o ganho diário o ano todo, mas também o ganho obtido nas águas e naseca, para se avaliar realmente o que está reduzindo o desempenho animal; b) Lotação daspastagens: em unidades animais por área. Esse índice é importante para se avaliar aprodutividade das pastagens e para se conhecer a real capacidade de suporte da fazenda; c)Produtividade animal: mede o grau de intensificação da exploração a pasto. Quanto maioro número de arrobas produzidas por hectare, maior é a receita global da propriedade emaiores os lucros; d) rotação anual de estoques: mede a fração do rebanho inicial que, após

    o período de um ano, foi vendido. Esse índice irá medir, indiretamente, o giro do capitalaplicado na engorda; e, e) mortalidade: sua medição é óbvia, pois o pecuarista deve ter emmente que mortalidade também é custo.

    No caso dos padrões dos índices técnico-econômicos, devem ser estabelecidos paraque haja avaliação do que está em prática, devendo ser estabelecidos caso a caso.

    De maneira geral, é possível afirmar que a obtenção de bons índices técnicos, quesuperem os padrões, não é tarefa difícil. Basta ter competência e conduzir a produção demodo eficiente, como fazem os grandes pecuaristas e empresas pecuárias.

    Como dito anteriormente, conhecer os custos de produção é uma tarefa básica dopecuarista. Para tanto deve ser efetuado um acompanhamento preciso de todas as despesase receitas da fazenda. Destarte, além de ter em mãos um instrumental poderoso para umaavaliação econômica de sua exploração, o pecuarista pode inclusive saber como reduzirseus custos e se estes estão dentro dos padrões aceitáveis para um certo sistema produtivo.

    Segundo Lazzarinni Neto (2000, p. 90) são tomadas três explorações distintas nosistema produtivo: cria exclusiva, recria exclusiva e cria e recria integradas. Ainda segundoo autor “o sistema de produção considerado envolve a alimentação unicamente empastagens, com vedação destas no período seco, em que se prevê o fornecimento de salmineral enriquecido”.

    Embora seja uma atividade aparentemente fácil, a pecuária de corte abrange váriosproblemas como qualquer outra atividade econômica. Enfim, o que se pode observar nesteaspecto é que havendo um controle de prevenção de tais problemas, é possível torna-la

    uma atividade muito lucrativa. Para tanto, é preciso que o pecuarista acompanhe de perto oandamento da produção, na tentativa de corrigir eventuais desvios, em relação aos padrõesda produtividade de seu rebanho.

    Quando se fala em melhorar a produtividade na fazenda, pensa-se de imediato emum inevitável aumento das despesas. Acredita-se então que as coisas não ocorremassociadas necessariamente dessa forma e nem é esse o ângulo pelo qual os negócios dopecuarista devem ser vistos. Segundo Lazzarino Neto (2000, p. 11) “antes de tudo, importater em mente que o produtor, com a sua atividade pecuária, tem em vista a obtenção demaior lucro e que a entrada de novas tecnologias – para se conseguir maior produtividade –na fazenda deve ser orientada unicamente na direção desse objetivo, ou seja, o de lucrarmais”.

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    Quando se considera a questão sob essa ótica, fica mais fácil entender que algunsconceitos amplamente espalhados entre técnicos, produtores e o público em geral precisam

    ser devidamente esclarecidos. Assim, no caso da pecuária de corte, tem-se dito, de formainsistente, que se trata de um setor atrasado, de baixa produtividade e índice de eficiênciasofrível, etc., e que essa produtividade deve evoluir e alcançar os níveis de PrimeiroMundo.

    Tudo isso está perfeito e ninguém ousaria afirmar o contrário. Mas, poucos se dãoao trabalho de calcular quanto custa alcançar esses tais altos níveis de Primeiro Mundo e seesse acréscimo de custo será efetivamente compensado por um ganho em termos de lucro.Essa é a verdadeira base de referência. A partir desta afirmação, acredita-se que a pecuária,se encarada de forma a aumentar sua produtividade a partir do uso de tecnologiascomprovadas e coerentes pode alcançar a meta de obtenção de lucro, comum a qualqueratividade produtiva.

    Quando se trata de negócios, a questão que vem em primeiro lugar é saber quantoirá render. No caso da pecuária, o que se questiona é o rendimento da cria e da recria dorebanho.

    Pesquisas feitas sobre a rentabilidade da pecuária, em suas fases de produçãoapresentam resultados favoráveis a recria. Entretanto, esses resultados positivos exigem aparticipação do gerenciamento à frente do negócio, pois a compra e venda do gado, narecria, é constante, processando-se praticamente no dia-a-dia. Para confirmar tal afirmação,Lazzarini Neto (2000, p. 16) acrescenta que, “na recria, o giro do capital é muito rápido:compra-se e vende-se, constantemente, sempre procurando o melhor negócio”.

    Sob esse aspecto, salienta-se que a recria acaba por ser uma atividade mais

    arriscada, muito suscetível à variação dos preços no mercado de reposição. Para reduzir aincerteza na comercialização, a associação da cria com a recria pode ser uma composiçãointeressante, por vários motivos, como o custo de aquisição dos bezerros tenderá aencarecer, devido a fatores ligados à demanda (oferta e procura); os animais criolos tendema ter uma genética mais apurada, porque possibilita a adoção do cruzamento industrial; epor ser especialmente indicada para aqueles que não têm tempo para se dedicaremintegralmente à atividade pecuária.

    Outros aspectos que levam a obtenção de melhores resultados econômicos referem-se ao local da fazenda, a concentração e abundância de água na região, a aptidão dos solos,dentre outros. De acordo com Barros (2008, p. 121), os fatores que têm influencia naprodutividade de qualquer cultura podem ser os físicos, a exemplo do clima, naturezageológica e química da terra etc., e os econômicos, que são o capital, facilidades na vendade produtos, transportes, mão-de-obra etc.

    Conforme Folz (2002, p. 16) “a  compreensão por parte dos pecuaristas destesfatores que afetam a atividade pecuária permitirá identificar os problemas de cadapropriedade e facilitará muito na busca por melhores soluções técnicas e administrativas”.

    Como já foi dito anteriormente, a fazenda deve valer pelo seu potencial deprodução animal, no caso da pecuária.

    Outro aspecto relevante, mas muitas vezes negligenciado, são as vias de acesso àfazenda. Sabendo-se que haverá a passagem de veículos pesados, é importante que existamestradas bem dimensionadas e com boa conservação, de modo a não comprometer as

    operações, especialmente nos períodos chuvosos. Por todos esses aspectos, é fundamental

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    procurar um corretor confiável e ficar atento ao processo de escolha e compra da fazenda,para que não se mascarem os defeitos da propriedade.

    4.3. Principais obstáculos à produtividade do rebanho na pecuária de corte.

    Existem vários fatores que podem dificultar a produção do rebanho bovino napecuária de corte. Dentre os vários obstáculos, pode-se citar os três principais fatorescríticos a esse processo. O primeiro diz respeito à gangorra da produção dos pastos e aalimentação do rebanho, o segundo abrange o potencial genético do rebanho e o terceiro serefere às condições de saúde dos animais.

    Sobre a produção de pastos, pode-se discorrer que, sob condições tropicais noBrasil, distinguem-se dois períodos ao longo do ano. Um é mais úmido – de novembro aabril – e o outro é mais seco – de maio a outubro. O período úmido é denominado período

    das águas, caracterizado por altas temperaturas e boa quantidade de chuva. O período secocaracteriza-se pela escassez de chuva e temperaturas mais baixas. Tais diferenças podeminfluenciar na produção dos pastos, gerando uma estacionalidade típica desta atividade,fazendo com que a maioria do que é produzido no ano, em termos de forragem, seconcentre no período das águas.

    Na verdade, é essa gangorra que faz o grande pesadelo dos pecuaristas. Destaforma, torna-se difícil descobrir uma maneira de conciliar um alto potencial de lotação dospastos da fazenda nas águas, com o irrisório potencial da seca. Segundo Lazzarini Neto(2000, p. 26), na época das águas, consegue-se fazer com que os bovinos ganhem peso,mas no período seco o quadro se reverte, pois os animais tem seu crescimentointerrompido ou, pior, perdem uma parcela do ganho obtido nas águas.

    Essa oscilação citada pelo autor determina um alongamento da idade de abate dosbovinos, ficando bem caracterizada a escala de crescimento, onde aumenta no períodoúmido e diminui no período seco.

    No caso da cria, é importante salientar que as vacas devem manter uma certacondição corporal ao longo do ano, pois deste aspecto depende sua fertilidade. Paraentender melhor este processo cita-se o exemplo da época dos nascimentos dos bezerros.Quando as vacas estão parindo e, logo em seguida, tiverem que enfrentar um período deescassez de pasto a situação pode tornar-se crítica.

    Dessa forma, acredita-se que a estabilidade da produção das pastagens acaba sendoa principal causa da reduzida produtividade do rebanho do bovino brasileiro, pois a falha

    no manejo resulta e baixo nível de nutrição dos animais. Ao pecuarista cabe a tarefa deelaborar estratégias para lidar com o problema.Fase de acabamento, a engorda representa a síntese de todos os esforços

    desenvolvidos nas diferentes etapas do processo produtivo da pecuária de corte. É quandoo resultado final, em que o animal está pronto para o abate, alcança sucessivamente aindústria frigorífica, a distribuição e o consumo, ou seja, a fase pós-porteira da cadeia decarne bovina.

    Especialmente nessa etapa, a tarefa da produção de carne deve somar-se a exigênciada qualidade do produto. E para que toda a cadeia possa atender bem ao consumidor é vitalque a engorda e sua interface, a fase pós-porteira, se mostrem muito bem coordenadas.

    Nunca é demais ressaltar a importância da questão da qualidade. É fundamental que

    ela permeie toda a cadeia da carne bovina, desde o setor de insumos até o consumidor

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    final. Esse é o ponto-chave que levará a carne bovina a ampliar as suas barreirascompetitivas junto aos seus principais concorrentes.

    No contexto do processo produtivo da pecuária, Lazzarini Neto (2000, p. 15) afirmaque “a engorda compreende a fase que se inicia com a aquisição de bezerros ou garrotes eculmina com a sua venda como novilhos terminados, prontos para o abate”.

    O que antes de tudo deve ser levado em conta é que o que impossibilita umaengorda eficiente são as más condições de manejo, tão freqüentes em nossa pecuária.Manejados corretamente os pastos e, se necessário, reformados, providenciada aalimentação dos animais para a seca, efetuadas as adubações de restituição de nutrientes ecombatidas as plantas invasoras, o gado agradece tais providências, cresce e ganha peso.

    Do ponto de vista econômico, a engorda constitui efetivamente uma atividadeinteressante economicamente. Entretanto, há outros aspectos a considerar, e neste contextoLazzarini Neto (2000, p. 17) evidencia que mediante a associação da engorda com a recria,

    os lucros podem ser potencializados, e, com a associação das três fases de produção, podehaver redução da lucratividade, porque, para tanto, é necessário suportar um grandenúmero de cabeças na fazenda e o giro do capital é mais reduzido. Contudo, essaassociação de ponta a ponta é interessante, quando o pecuarista deseja engordar e abateranimais de qualidade, como aqueles oriundos de cruzamento industrial. 

    Pastagens bem formadas e bem manejadas são o apoio de uma produção pecuáriaeficiente e lucrativa. Contudo e apesar da evidencia do fato, há pecuaristas quedemonstram verdadeira aversão em investir nas pastagens. Sob essa perspectiva, pode-sededuzir que o aumento da produtividade e do lucro na fazenda depende, antes de maisnada, do manejo adequado das pastagens, além da correta mineralização do rebanho. Tudoisso no contexto do sistema produtivo no qual o produtor trabalha.

    Observando o segundo problema da cadeia: o potencial genético do rebanho,inicialmente é interessante lembrar que a atividade básica na cria é a reprodução animal.Portanto, para que o empreendimento rural tenha resultado econômico compensador, énecessário que o produtor obtenha do seu rebanho a plena eficiência reprodutiva.

    De acordo com Neto (2004, p. 33), “há várias formas de medir a eficiênciareprodutiva: pela fertilidade (expressa em porcentagem de nascimentos), pelos números deserviços (coberturas) por parição, pelo intervalo entre partos, etc”.

    Do ponto de vista econômico, é interessante mencionar que o que realmenteinteressa ao produtor é o número de bezerros nascidos em sua propriedade, número esseque, evidentemente, deve ser levado ao máximo. Em outras palavras, é preciso buscar a

    máxima fertilidade, pois quanto maior a fertilidade das vacas, menores os custos porbezerro nascido. Como afirma Lazzarini Neto (2004, p. 34) “[...] não importa qual osistema de produção que se adote (se inseminação artificial, monta natural, cruzamentoindustrial, alimentação a pasto ou confinamento), o criador deve fazer com que suas vacasproduzam o máximo de bezerros por ano”.

    Entretanto, é de grande valia ressaltar a importância do gerenciamento no que serefere ao planejamento e controle no manejo da reprodução desses bezerros nos diferentessistemas que fazem parte do planejamento e controle reprodutivo do gado.  

    Especificamente no caso da inseminação artificial, pode-se mencionar que omanejo das fertilizações segue os mesmos princípios da monta natural, porém, éimportante lembrar que há o problema de detectar o cio das vacas a inseminar

    artificialmente. A detecção do cio pode ser realizada de diferentes formas. Vale ressaltar

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    que essa atividade necessita de observação diária, impondo, nesse caso, umacompanhamento preciso do pessoal responsável, observando as vacas no período da

    manhã e à tarde, para que o maior número de cios seja detectado.Os métodos de melhoramento genético agrupam-se, segundo Packer (1979 apudNETO, 2000, p. 44) em dois tipos básicos: a seleção, que visa escolher os pais (touros evacas) para os próximos acasalamentos, dentro ou fora do rebanho-base do criador ; e osistema de acasalamento, que envolve as diversas combinações possíveis para se acasalaros indivíduos selecionados, procurando evitar, por exemplo, que os pais cubram suas filhase daí surjam problemas decorrentes da consangüinidade.

    Tais fatores são determinantes na descrição de uma teoria que Euclides Filho (1985apud NETO, 2000, p. 45) relata sobre seleção. O autor afirma que na seleção, o processode definição e escolha das características a melhorar se reveste de grande importância. Nocaso de machos, selecionam-se os férteis, de boa capacidade de serviço, sadios e que

    tenham potencial para imprimir aos filhos boa capacidade de desenvolvimento.Neste contexto, cabe lembrar ainda que, para qualquer processo de seleção, deve-se

    coletar o máximo de dados referentes ao desempenho do rebanho, e controlar o processoreprodutivo.

    Quanto ao sistema de acasalamento, Barbosa (1990) comenta a respeito docruzamento de raças. Para o autor, basicamente, os cruzamentos de raças visam atingir osobjetivos de exploração de vigor de híbrido e complementaridade de características devárias raças e a formação de novas raças. Em tal contexto, pode-se perceber que osobjetivos a alcançar com o cruzamento estão relacionados às características que devem sermelhoradas ou introduzidas no rebanho. Desse modo, a recomendação de qualquerestratégia de cruzamento depende das condições de manejo do rebanho na propriedade edas vantagens advindas com a comercialização dos produtos de cruzamento.

    No tangente ao assunto em questão, portanto, vale assinalar que um aspectoimportante a ser analisado é a adaptação de touros puros de raças européias às condiçõesadversas de clima, em que surge a necessidade de se introduzir a inseminação artificial,buscando garantir alguma adaptabilidade aos descendentes. Todavia, é importante ressaltarque se o pecuarista não proporcionar primeiramente alimentação e sanidade adequada aseus animais, de nada adianta investir em melhoramento genético.

    Com relação as condições de sanidade animal, observou-se ser pequena aparticipação dos produtos veterinários nos custos de produção da atividade pecuária emuitos pecuaristas se mostram relutantes em tratar seu rebanho de forma adequada, sob o

    aspecto sanitário.O caso do controle da febre aftosa é um bom exemplo. Suponha-se que para aplicarduas doses por ano, o pecuarista gaste menos que 0,5% do preço de uma vaca de corte.Apesar disso, ainda há quem relute em fazer essa despesa, deixando de vacinar o rebanho.Daí surgem problemas que não se limitam apenas à área da produção, mas repercutem emtodo o setor, que tem sua imagem comprometida no mercado internacional, prejudicando ocomércio externo. É claro que esse descuido acaba por se refletir no bolso do própriopecuarista, ao diminuir-lhe o resultado financeiro.

    Segundo Lazzarini Neto (2000, p. 29) “a oferta de boas condições de sanidade aosanimais deve fazer parte da filosofia de melhoramento do ambiente na criação e tambémdo esforço de satisfazer plenamente os consumidores”. O controle da sanidade animal,

    nesse aspecto, mostra-se de vital importância para que se produza carne de qualidade para

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    a indústria e, consequentemente, para o mercado externo. Esta é tarefa básica dos criadorese dos recriadores do gado de corte.

    No que se refere à saúde animal, vale destacar os altos benefícios que um bommanejo sanitário pode trazer ao pecuarista, não apenas no sentido de prevenir e combaterenfermidades do rebanho, mas igualmente, no sentido de aumentar a qualidade de seuproduto, valorizando-o tanto no mercado externo quanto no interno.

    De acordo com Loureiro (2003, p. 78) “é aconselhável estabelecer um calendário demanejo sanitário, do nascimento ao desmame, no qual consta as atividades de manejopraticadas, e as datas previstas para sua realização”. Vacinações, vermifugações, cuidadoscontra parasitas, intoxicações e distúrbios são elementos essenciais para manter a sanidadedo animal e consequentemente a qualidade na produção. Não se pode esquecer que otratamento veterinário adequado permite melhorar as condições de saúde do rebanho econtribui para gerar carne e couro de qualidade.

    Por outro viés, infelizmente ainda se encontram pecuaristas que insistem em utilizarmeios arcaicos no tratamento dos animais, como por exemplo, a aplicação de querosene,óleo queimado e outros produtos que eles acreditam ser eficaz no tratamento dasenfermidades do animal.

    Contudo, é importante mencionar que as técnicas mais apropriadas existem e estãoao alcance dos pecuaristas. Resta-lhes compreender a necessidade de sua adoção, nãoapenas no sentido da produção e da fazenda, mas com vista à convivência do fornecimentode um produto de qualidade aos consumidores finais.

    A condição ambiental é outro obstáculo que influi na expressão do potencialprodutivo do animal. Tais condições abrangem não só o fator clima como também ascondições nutricionais do bovino, que limitarão o seu potencial genético para ganho dopeso ou fertilidade. Assim, só se pode pensar em melhoramento genético se,primeiramente, forem propiciadas condições ambientais adequadas aos animais. Dentreelas, a alimentação ocupa lugar de destaque e o manejo da escassez de forragem na secatorna-se um aspecto crucial para a atividade pecuária.

    5. Considerações Finais

    Através dos dados apresentados neste trabalho, podemos perceber que quandose fala em melhorar a produtividade na fazenda, por exemplo, verifica-se de imediato em

    um inevitável aumento nas despesas. Acreditando que as coisas não acontecem destaforma, podemos afirmar que os negócios do pecuarista não devem ser vistos nesse ângulo.Antes de tudo, devemos ter em mente que o produtor, com a sua exploração

    pecuária, tem em vista a obtenção de maior lucro e que a entrada de novas tecnologias nafazenda deve ser orientada unicamente na direção desse objetivo, ou seja, o de lucrar mais.

    Entretanto, poucos se dão ao trabalho de calcular quanto custa alcançar essesaltos níveis de primeiro mundo e se esse acréscimo de custos será efetivamentecompensado por um ganho em termos de lucro. Essa é a verdadeira base de referência.

    A viabilidade da atividade pecuária de bovinos depende cada vez mais dacapacidade de se produzir a baixo custo dentro de um planejamento de longo prazo. Nestecaso o gerenciamento de bovinos de corte é essencial para as melhores condições de

    manejo e produtividade. O gerente de pecuária deve conhecer as melhores maneiras de

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    explorar e administrar essa atividade do agronegócio, para que envolva baixos custos deprodução e leve ao mercado consumidor um produto de qualidade.

    O primeiro ponto se refere ao manejo alimentar, onde as estratégias básicassugeridas para a cria, cabem também para a recria. Alimentação adequada, com técnicas desuplementação, manejo e qualidade dos pastos são estratégias muito importantes para acria e recria.

    Outro ponto importante diz que a compra e venda de animais deve ser feita na horacerta. Vale a ressalva de que o ofício do recriador exige principalmente que ele seja umcomerciante ativo, sempre procurando os melhores negócios, tanto para compra quantopara a venda. Todavia, faz-se necessário um planejamento mais a longo prazo das vendas,olhando para o futuro e visualizando as tendências dos mercados pecuários.

    O terceiro e ultimo ponto a ser analisado diz respeito à redução de riscos. Paraprodutores que não estão no dia-a-dia dos negócios, essa estratégia parece ser fundamental.

    Manter o domínio sobre a qualidade do animal que se está recriando, a partir de umcontrole sobre a fase de cria constitui uma vantagem essencial ao processo de redução deriscos. Porém, a desvantagem é que se faz necessária uma maior área de pastagens e umalto capital imobilizado com animais, como pro exemplo, matrizes e touros.

    Esse conjunto de fatores decorre, necessariamente da avaliação econômica dossegmentos da cria e recria, como sistemas exclusivos e como um sistema integrado. Talavaliação deve ser inteiramente original e apontar com clareza como ganhar mais com apecuária, tornando-a capaz de oferecer aos consumidores finais produtos de boa qualidade.

    Quando é considerada a questão sob essa ótica, fica mais fácil de ver quealguns conceitos amplamente espalhados entre técnicos, produtores e o público em geral,precisam ser reavaliados e os pontos de referência do problema precisam ser devidamenteesclarecidos. Assim, no caso da pecuária de corte, muitos acreditam que trata-se de umsetor atrasado, de baixa produtividade e índice de eficiência sofrível, e que essaprodutividade deve evoluir e alcançar os níveis do Primeiro Mundo.

    Na realidade a busca de uma boa produtividade deve ser muito bem planejada,prevendo-se o uso de tecnologias comprovadas e coerentes com a meta básica de maiorlucro. Portanto, pode-se inferir que as atividades que o gerenciador da pecuária precisaadotar devem visar maiores lucros, antes de mais nada. Além disso, precisa-se adotarmedidas de caráter estratégico para alcançar a qualidade e satisfazer a cadeia produtiva dacarne.

    Especialmente nessa etapa, podemos concluir que a produção de carne é uma

    tarefa que deve somar-se à exigência da qualidade do produto. E para que toda a cadeiapossa atender bem ao consumidor é importante que a fase da engorda seja muito bemcoordenada. Ainda que consideremos a notável evolução da pecuária de bovinos de corteno Brasil, nos últimos anos, é preciso reconhecer que ainda há muito a ser feito.

    6. Referências Bibliográficas

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