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CORRELAÇÃO Vitor Vieira Vasconcelos BH1350 – M étodos e Técnicas de Análise da I nformação para o Planejamento Julho de 2015

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CORRELAÇÃO

Vitor Vieira Vasconcelos

BH1350 – Métodos e Técnicas de Análise da Informação para o PlanejamentoJulho de 2015

Inferência Estatística: Método científico para tirarconclusões sobre os parâmetros da população a partirda coleta, tratamento e análise dos dados de umaamostra recolhida dessa população. Estatísticas da Amostra para Estimar Parâmetros da População

Inferência Estatística se resumindo a uma equação:

Revisão

Saídai = (Modeloi) + erroi

Média como um modelo estatístico

Uma representação simplificada de umacaracterística do mundo real:

A média do consumo per capita de água naRegião Sudeste

A altura média dos edifícios em São Caetano

O PIB médio dos municípios localizados no arcodo desmatamento

Este modelo é preciso? O quão diferente nossos dados reais são do

modelo criado?

Média (2,6)

Desvios(erro do modelo)

Nr.

de h

abita

ntes

Domicílio

Conceitos:

- Variância

- Desvio Padrão

Média com boa aderência aos dados

Médias iguais, mas desvios padrão diferentes

Média com pobre aderência aos dados

Nr.

de h

abita

ntes

Domicílio

Nr.

de h

abita

ntes

Domicílio

Para além de Médias… Modelos Lineares São modelos baseados sobre uma linha reta,

utilizados para representar a relação entre variáveis

Ou seja, geralmente estamos tentando resumir as RELAÇÕES observadas a partir de nossos dados observados em termos de uma linha reta.

Cons

umo

de Á

gua

per

Capi

ta (m

3/di

a/an

o)

Renda per Capita (R$)

RELAÇÃO ENTRE CONSUMO DE ÁGUA E

RENDA

CORRELAÇÃO

É uma medida do relacionamento linear entre duas variáveis

Duas variáveis podem estar:

(a) Positivamente relacionadas quando maior a renda, maioro consumo de água

(b) Negativamente relacionadas quanto maior a renda, menor o consumo de água

(c) Não há relação entre as variáveis

Representando Relacionamentos Graficamente

Diagrama de Dispersão

DIAGRAMA DE DISPERSÃO: Gráfico que coloca o escore de cada observação em uma variável contra seu escore em outra

Importante começar por ele!

Diagrama de Dispersão

Nos diz se a relação entre variáveis é linear, se existempeculiaridades nos dados que valem a pena observar (outliers) e

dá uma ideia da força do relacionamento entre as variáveis.

Exemplo de Correlação Não-Linear: Renda e proporção de domicílios próprios.

Diagrama de Dispersão

Como medimos relacionamentos?

Veremos duas medidas para expressarestatisticamente os relacionamentos entre variáveis:

1. Covariância

2. Coeficientes de correlação

COVARIÂNCIA

Uma maneira de verificar de duas variáveisestão associadas é ver se elas variam

conjuntamente. Ou seja, ver se as mudanças em uma variável correspondem

a mudanças similares na outra variável

RELEMBRANDO O CONCEITO DE VARIÂNCIA:

COVARIÂNCIA

Em outras palavras:

Quando uma variável se desvia de sua média, esperamos que a outra variável se desvie da sua

média de maneira similar (ou de maneiradiretamente oposta).

RELEMBRANDO O CONCEITO DE VARIÂNCIA:

Padrão similar nas diferenças de ambas as variáveis

Municípios

Renda per capita/

Consumo de águaper capita

(Renda)

(Consumo)

Como calcular a semelhança entre o padrão das diferenças das 2 variáveis?

Multiplicando a diferença de uma variável pela diferençacorrespondente da segunda variável!

Se ambos os erros são positivos ou negativos, isso nos dará um valor positivo(desvios na mesma direção)

Se um erro for positivo e outro negativo, isso nos dará um valor negativo(desvios em direções opostas)

COVARIÂNCIA

CovariânciaMédia das Diferenças Combinadas

É uma medida de como duas variáveis variamconjuntamente.

Se a covariância entre duas variáveis é igual a zero, significa que elas sãoindependentes.

COVARIÂNCIA

Municípios

Renda per capita/

Consumo de águaper capita

(Renda)

(Consumo)

CovariânciaCovariância Positiva: Quando uma variável se desvia da média, a outra variável se desvia na mesma direção.

Covariância Negativa: Quando uma variável se desvia da média, a outra variável se desvia na direção oposta.

COVARIÂNCIA

CovariânciaUM PROBLEMA!!!

A covariância depende das escalas de medida. Não éuma medida padronizada.

Ou seja, não podemos dizer se a covariância éparticularmente grande ou pequena em relação a outro

conjunto de dados a não ser que ambos os conjuntosfossem mensurados nas mesmas medidas.

Padronização & Coeficiente de Correlação

Para superar o problema da dependência das escalas de medida, precisamos converter a variância em um

conjunto padrão de unidades Padronização

Precisamos de uma unidade de medida na qual qualquerescala de mensuração possa ser convertida

Unidades de Desvio Padrão(medida da média dos desvios a partir da média)

Padronização & Coeficiente de Correlação

O COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO

é uma covariância padronizada

COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DE PEARSON

Coeficiente de Correlação

Padronizando a covariância, encontramos um valor que deve estar entre -1 e +1

r = +1 duas variáveis estão perfeitamentecorrelacionadas de forma positiva (se uma aumenta, a outraaumenta proporcionalmente)

r = -1 relacionamento negativo perfeito (se umaaumenta, a outra diminui em valor proporcional

r = 0 indica ausência de relacionamento linear

Mas… Como saber se a correlação não se deve a um

erro amostral, ao acaso? Como saber se a correlação é

estatisticamente significativa?

Uma breve revisão sobre

TESTES DE HIPÓTESE

Para testar a significância de uma medida de correlação, estabelecemos uma hipótese(nula) de nenhuma correlação existe napopulação.

HIPÓTESES

Hipótese Experimental (H1) Geralmentecorresponde a uma “previsão” feita pela pesquisador(existe uma correlação na população)

Hipótese Nula (H0) O efeito previsto não existe(não existe uma correlação na população)

Tornou-se convenção na análise estatística iniciar o estudo peloteste da hipótese nula.

Para confirmar ou rejeitar nossashipóteses:

Calculamos a probabilidade de que o efeitoobservado (no nosso caso, a correlação) ocorreupor acaso: À medida que a probabilidade do “acaso” diminui, confirmamos que a hipóteseexperimental é correta e que a hipótese nula podeser rejeitada.

E quando podemos considerar que um resultado égenuíno, ou seja, não é fruto do acaso?

Há sempre um risco de considerarmos umefeito verdadeiro, quando, de fato, não oé (ERRO TIPO I). Para Ronald Fisher,somente quando a probabilidade de algoacontecer por acaso é igual ou menor a 5%(<0,05), podemos aceitar que é umresultado estatisticamente significativo.

O valor da probabilidade de cometer umerro do tipo I num teste de hipóteses éconhecido como NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA eé representado pela letra α

Os níveis de significância mais utilizados são de 5%, 1% e 0,1%

Apresentador
Notas de apresentação
Erro do Tipo I: Quando acreditamos que há um efeito verdadeiro na nossa população e, de fato, não há. Usando o critério de Fisher, a probabilidade deste tipo de erro é 0,01 (5%). Esse valor é conhecido como nível de significância e sua probabilidade é representada pela letra α .

Para estabelecer se um modelo (no caso, a medida de correlação) é uma representação razoável do que estáacontecendo, geralmente calculamos uma ESTATÍSTICA TESTE

É uma estatística que tem propriedades conhecidas, jásabemos a frequência com que diferentes valores destaestatística ocorrem.

Sabemos suas distribuições e isso nos permite, uma vezcalculada a estatística teste, calcular um valor tão grandecomo o que temos. Se temos uma estatística teste de 100, por exemplo, poderíamos então calcular a probabilidadede obter um valor tão grande.

Estatísticas teste

Estatísticas teste

Existem várias estatísticas testes (t, F…).

Entretanto, a maioria delas representa o seguinte:

A forma exata desta equação muda de teste pra teste.

Se nosso modelo é bom, esperamos que a variância explicadapor ele seja maior do que a variância que ele não pode explicar.

Quanto maior a estatística teste, menor a probabilidadede que nossos resultados sejam fruto do acaso.

Quando esta probabilidade cai para abaixo de 0,05(Critério de Fisher), aceitamos isso como uma confiançasuficiente para assumir que a estatística teste é assimgrande porque nosso modelo explica um montantesuficiente de variações para refletir o que realmenteestá acontecendo no mundo real (a população)

Estatísticas teste

Quanto maior a estatística teste, menor a probabilidadede que nossos resultados sejam fruto do acaso.

Ou seja,

Rejeitamos nossa hipótese nula e aceitamos nossahipótese experimental

Estatísticas teste

Hipótese Nula Hipótese Experimental

Estatísticas teste

REJEITA!

Teste de Significância do r de Pearson

Para testar a significância do r, calculamos uma estatísticateste conhecida como “razão t”, com graus de liberdadeigual a N-2.

Olhar na tabela o valor crítico de t, com graus de liberdade“N-2” e α=0,05

Se tcalculado > tcrítico, podemos rejeitar a hipótese nula de queρ=0.

Teste de Significância do r de Pearson

Para testar a significância do r, calculamos uma estatísticateste conhecida como “razão t”, com graus de liberdadeigual a N-2.

Olhar na tabela o valor crítico de t, com graus de liberdade“N-2” e α=0,05

Se tcalculado > tcrítico, podemos rejeitar a hipótese nula de queρ=0.

O que o modelo “explica”

O que o modelo NÃO “explica”

N maior, estatística maior

Hipótese Direcional: “Existe uma correlaçãopopulacional positiva”

TESTE DE HIPÓTESE UNILATERAL

Hipótese Não Direcional: “Existe uma correlaçãopopulacional positiva ou negativa”

TESTE DE HIPÓTESE BILATERAL

Testes Uni e Bilaterais

Testes Uni e Bilaterais

Valor-p (p-value): Probabilidade de se obter uma estatística teste igual ou maisextrema que aquela observada em uma amostra, sob hipótese nula. Ou seja, pode-se rejeitar a hipótese nula a 5% caso o valor-p seja menor do que 0,05.

Valor-p ≠ nível de significância (α). O nível de significância é estabelecido antes da coleta dos dados. Já o valor-p é obtido de uma amostra.

1. Escolhemos as hipóteses nula (Ho) e alternativa (H1)

2. Decidimos qual será a estatística utilizada para testar a hipótese nula (no nosso exemplo, a estatística t)

3. Estipulamos o nível de significância (α), ou seja, um valor para o erro do tipo I. Com este valor, construímosa região crítica, que servirá de regra para rejeitar ounão a hipótese nula.

4. Calculamos o valor da estatística teste

5. Quanto o valor calculado da estatística NÃO pertence àregião crítica estabelecida pelo nível de significância, NÃO rejeitamos a hipótese nula. Caso contrário, rejeitamos a hipótese nula.

Passo-a-Passo: Teste de Hipótese

Exigências para o uso do coeficiente de correlação r de Pearson

1. Relação Linear entre X e Y

2. Dados intervalares

3. Amostragem Aleatória (assim podemos aplicaro teste de significância)

4. Características normalmente distribuídas(importante quando se testa significância emamostras pequenas - N<30)

Um alerta sobre interpretação: CAUSALIDADE

Coeficientes de correlação NÃO dão indicaçãoda causalidade

1. O problema da terceira variável

Em qualquer correlação bivariada, a causalidadeentre duas variáveis não pode ser dada porcerto, porque podem ter outras variáveis, medidas ou não, afetando os resultados

Apresentador
Notas de apresentação
spurious correlation, which occurs when two variables coincidentally have a statistical relationship (positive or negative) but one doesn’t cause the other.

Um alerta sobre interpretação: CAUSALIDADE

Coeficientes de correlação NÃO dão indicaçãoda causalidade

2. Direção da causalidadeCoeficientes de correlação nada dizem sobre qualvariável causa a alteração na outra. Mesmo se pudéssemos ignorar o problema da terceira variável, e pudéssemos assumir que as duas variáveiscorrelacionadas eram as únicas importantes, o coeficiente de correlação não indica em qual direção a causalidade opera.

Um alerta sobre interpretação: CAUSALIDADE

Coeficientes de correlação NÃO dão indicaçãoda causalidade

2. Direção da causalidade

Para diversãoSpurious Correlation – www.tylervigen.com

Utilizando o R2 para Interpretação

Embora não possamos tirar conclusões diretassobre causalidade, podemos levar o coeficiente de correlação um passo a frente elevando-o aoquadrado Coeficiente de Determinação, R2

O Coeficiente de Determinação é uma medidada quantidade de variação em uma variável queé explicada pela outra.

Quanto da variabilidade do consumo de água per capita pode ser “explicada” pela renda per capita?

CORRELAÇÃO BIVARIADACoeficientes

1. COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DE PEARSON

2. COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DE SPEARMAN NÃO PARAMÉTRICO – Podeser usada quando dados violarem suposiçõesparamétricas, tais como dados não normais, dados ordinais.

3. TAU DE KENDALL NÃO PARAMÉTRICO. Adequado para conjunto pequeno de dados com muitos escores “empatados”

CORRELAÇÃO PARCIALAté o momento tratamos da CORRELAÇÃO BIVARIADA: correlação entre 2 variáveis. Exemplos: coeficiente de correlação de Pearson (r) e o de Spearman

Mas…

Nossa interpretação da relação entre duasvariáveis muda de alguma maneira aoolharmos para o contexto mais amplo de outros fatores relacionados???

CORRELAÇÃO PARCIAL

Em muitos casos, é importante ver o relacionamento entre duas variáveis quando o efeito de outras variáveis são constantes.

CORRELAÇÃO PARCIAL: determina o relacionamento entre variáveis“controlando” o efeito de uma ou maisvariáveis.

CORRELAÇÃO PARCIAL

CORRELAÇÃO SEMIPARCIAL

Análise de Correlação no SPSS

1. No SPSS, abra o arquivo“Agua2010_SNIS.sav”

1. Vá em Gráficos > Construtor de Gráficos> Diagrama de Dispersão

Selecione as variáveis

Consumo de Água per capita (população total)

Renda per capita

Diagrama de Dispersão

Diagrama de Dispersão

Como é o relacionamento entre as variáveis selecionadas?

- Linear?

- Forte/Fraco?

- Positivo/Negativo?

Diagrama de Dispersão

Correlação no SPSSAnalisar > Correlacionar > Bivariada…(Analyse > Correlate > Bivariate …)

Correlação no SPSS

ATIVIDADE 4Utilizando os dados do seu trabalho de curso, conduza as seguintes análises no SPSS:

1. Construa e interprete diagrama(s) de dispersão a partir de variáveis de interesse.

2. Calcule e interprete a correlação entre variáveisde interesse. É significativa? O que isso significa?

O exercício deverá ser compreendido como uma versãopreliminar de parte do trabalho final da disciplina. Interprete. Aproveite para entender melhor o problemainvestigado.