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Órgão de divulgação do SindSaúde/PR • Novembro de 2014 • Rua Mal. Deodoro, 314, cj 801, CEP 80.010-010, Curitiba/PR Impresso fechado pode ser aberto pela ECT DEVOLUÇÃO GARANTIDA CORREIOS IMPRESSO ESPECIAL 9912290863/2012 DR/PR SINDSAÚDE CORREIOS ( ) MUDOU-SE ( ) FALECIDO ( ) AUSENTE ( ) DESCONHECIDO ( ) NÃO PROCURADO ( ) RECUSADO ( ) CEP ERRADO ( ) END. INSUFICIENTE ( ) NÃO EXISTE O Nº INDICADO ( ) INF. PORTEIRO / SINDICO ( ) OUTORS ____________ REINTEGRADO AO SEVIÇO POSTAL EM: ____/____/________ RESPONSÁVEL: _______________________________ www.sindsaudepr.org.br | [email protected] | Telefone: (41) 3322-0921 30 HORAS É o fim do decreto 4.345. STF decide a favor dos servidores da saúde. PÁGINA 12 SAÚDE DO TRABALHADOR Conheça a história de servidores que adoeceram no trabalho. PÁGINA 11 Vamos juntar nossas forças e fazer em 2015 uma super campanha salarial. Participe da assembleia no dia 6 de dezembro, em Londrina Hotel Thomasi - Av.Tiradentes 1155 ASSÉDIO MORAL Sindicato vence ação contra ex-prefeito! PÁGINA 12 QPSS: UMA CONQUISTA A SER LAPIDADA Entusiasmo por conquistar o Quadro Próprio da Saúde. Motivação para permanecer na luta. Só com a nossa união é que conseguiremos construir novas conquistas. Mesmo longe do Plano de Carreira que almejávamos e construímos com a categoria, ter o QPSS é, sem dúvida, o início de uma nova fase de negociações dos nossos direitos. Páginas de 6 a 9

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Órgão de divulgação do SindSaúde/PR • Novembro de 2014 • Rua Mal. Deodoro, 314, cj 801, CEP 80.010-010, Curitiba/PR

Impresso fechado pode ser aberto pela ECT

DEVOLUÇÃOGARANTIDA

CORREIOS

ImpRESSOESpECIAL

9912290863/2012 DR/PRSINDSAÚDE

CORREIOS

( ) Mudou-sE ( ) FalECIdo( ) ausEnTE ( ) dEsConhECIdo( ) não proCurado ( ) rECusado( ) CEp Errado( ) End. InsuFICIEnTE( ) não ExIsTE o nº IndICado( ) InF. porTEIro / sIndICo( ) ouTors ____________ rEInTEgrado ao sEvIço posTal EM: ____/____/________ rEsponsávEl: _______________________________

www.sindsaudepr.org.br | [email protected] | Telefone: (41) 3322-0921

30 horasÉ o fim do decreto 4 . 345.

STF decide a favor dos servidores da saúde. Página 12

saÚDE Do TraBaLhaDorConheça a história de

servidores que adoeceramno trabalho. Página 11

Vamos juntar nossas forças e fazer em 2015uma super campanha salarial.Participe da assembleia no dia 6 de dezembro, em LondrinaHotel Thomasi - Av.Tiradentes 1155

asséDio moraLSindicato vence

ação contra ex-prefeito! Página 12

QPSS: uma conQuiSta a Ser LaPidadaEntusiasmo por conquistar o Quadro Próprio da Saúde.Motivação para permanecer na luta. Só com a nossa união é que conseguiremos construir novas conquistas.Mesmo longe do Plano de Carreira que almejávamos e construímos com a categoria, ter o QPSS é, semdúvida, o início deuma novafase de negociaçõesdos nossos direitos.Páginas de 6 a 9

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Os encontros recarregaram as baterias dos veteranos.

sindsaúde/pr - sindicato dos Trabalhadores e servidores públicos Estaduais dos serviços de saúde e previdência do Estado do paraná. Sede própria à Rua Mal. Deodoro, 314, 8º andar, cj.801, Ed. Tibagi, Curitiba, PR, CEP 80.010-010. Fone (041) 3322-0921, fax (041) 3324-7386 • www.sindsaudepr.org.br • [email protected] • Fotos: colaboradores espontâneos • Textos: Marcio Mittelbach • Colaboração: Elaine Rodella • Editora e jornalista responsável: Lea Okseanberg • diagramação: Excelência Comunicação. Fone: (41) 3408-0300 • Impressão: Mega Gráfica e Editora • Tiragem: 8.500 exemplares. É permitida a reprodução com a citação da fonte.

eXPedientePressão Alta - Órgão de divulgação do SindSaúde

Inúmeras correspondências voltam ao sindicato porque muitos filiados não mantêm atualizados seus endereços. Mudou? Ligue para o sindicato ou envie email para [email protected]. Assim, você não perde uma!

AtuAlizeseu

cAdAstro

A participação dos aposen-tados nas atividades do sin-dicato tem crescido e preci-sa aumentar. Para resgatar a participação desse importante grupo, este ano foram realiza-dos dois encontros dos apo-sentados para atender tanta gente! Ocorridos no mês de setembro, os encontros reser-varam à brava gente momentos de muita descontração e rela-

xamento, mas também de bas-tante reflexão e debate sobre os desafios enfrentados pelos aposentados.

Jamil, o nosso secretário de aposentados, afirmou que es-ses encontros são fundamen-tais porque estimulam a parti-cipação dos veteranos na luta: “Quanto maior a participação, maior o poder de luta dos apo-sentados”.

Alegria, descanso e luta!

Teve pesca, hidroginástica, dicas para viver uma terceira idade saudável e até um festival de mentiras.

Até quando?Quantas fora as vezes e há quanto tempo o

SindSaúde vem batendo na tecla do direito à aposentadoria aos 25 anos pelo trabalho de-senvolvido em ambiente insalubre ou periculo-so? Não é de hoje, com certeza.

Fomos à Justiça. ganhamos!Para transformar essa vitória em realidade

já tentamos de tudo. Negociação, protesto, re-cursos na ParanaPrevidência etc.

Mas uma novidade atravessou nosso cami-nho. O governo entregou aos sindicatos a pro-posta de lei para regular a aposentadoria espe-cial para o funcionalismo.

indecente – Ao ler a proposta do governo, vimos que as restrições para a obtenção dessa aposentadoria eram grandes. E mais: o valor

da aposentadoria não seria integral. E para piorar, essa aposentadoria não teria paridade com o pessoal da ativa.

correção no projeto – O SindSaúde, junto com os sindicatos do Fes, analisou a proposta e enviou nova minuta para tentar salvaguardar todos os direitos dos trabalhadores que estão submetidos a ambiente de trabalho com expo-sição a risco.

O governo ainda não convocou reunião de negociação sobre o tema. Os sindicatos que-rem que a reunião ocorra para buscar mostrar as irregularidades da proposta governamental.

nenhum direito pode ser retirado do tra-balhador. Chega de retrocesso!

Aposentadoria especial é nosso direitoparIdadE - É a garantia de tratamento na data base igual entre ativos e aposentados. Se o servi-dor tiver 7% de reajuste na data base, o aposen-tado também tem.

InTEgral - É o salário e o adicional de tempo de serviço não sofrerem redução no momento da aposentadoria.

leia, em nosso site sindsaudepr.org.br, a íntegra da proposta do governo e a contrapro-posta do sindsaúde.

2 Órgão de divulgação do SindSaúde/PR • Novembro de 2014

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ASSEMblEiA dO SindSAúdE

Vamos debater os próximos passos?Luta contra a Funeas, gre-

ve, QPSS, e no Supremo Tribu-nal Federal ação do sindicato foi julgada procedente deter-minando que o Estado tem de manter a jornada de trabalho fixada nas leis federais. A bra-va gente se entregou à luta em 2014 e acabou colhendo bons frutos. Para seguir no caminho do enfrentamento e da pres-são, precisamos traçar quais serão nossas dificuldades da-qui por diante. Para isso, no

dia 6 de dezembro toda a ca-tegoria está convocada a par-ticipar da assembleia.

a novidade dessa edição é que o evento vai aconte-cer em londrina. Portanto, desde já vá conversando com seus colegas de trabalho e or-ganizando as caravanas. Não perca essa oportunidade única de levar os seus questiona-mentos e dar a sua contribui-ção para as decisões do nosso sindicato.

EM lOndrinA

Contas da greve aprovadas

Um dos pontos debatidos na Assembleia do dia 27 de setembro foi a prestação de contas do sindicato no pe-ríodo entre julho de 2013 e abril deste ano. Inclusive as contas dos 24 dias da greve.

Depois de analisadas e aprovadas pelos servidores que fazem parte do Conselho Fiscal, foi a vez de toda a categoria ter acesso aos números e aprovar as contas apresentadas.

poupAnçA - Alimentação, carro de som, locação de tendas, cadeiras, faixas, panfletos informativos para a população, dois atos e cinco assembleias. Toda essa despesa só foi possível porque o sindicato possui um fun-do de greve. Dinheiro guardado mês a mês durante anos e que foi esgotado durante a greve.

poupAnçA ii - Para que as nossas próximas lutas pos-sam ter o mesmo fôlego da última greve, a direção já retomou uma política para recuperar os recursos do fun-do de greve para que não haja sobressaltos futuros caso tenhamos outro movimento paredista.

acesse a prestação de Contas da greve emhttp://migre.me/mnpph

SUS empauta

Um dia antes da assembleia, no dia 5 de novembro, o sindicato realizará, também em Lon-drina, um seminá-rio sobre o SUS. A ideia é que cada Regional e cada Hospital tenha até 4 representantes para participarem de uma grande discussão sobre Saúde Pública com a presença de especialistas. Vagas limitadas! Inscreva-se e fique ligado na divulgação da programação no site e redes sociais do sindicato.

3Órgão de divulgação do SindSaúde/PR • Novembro de 2014

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O absurdo está na leiAbaixo a escravidão! Trabalhar e não receber é trabalho escravo.

Todas as nossas unidades têm equipe inferior à necessi-dade. A consequência inevitá-vel é que a jornada normal tem de ser acrescida de hora extra.

Isso obriga o servidor a fazer horas extraordinárias.

Os trabalhadores da saú-de que aumentaram a jornada para tapar os furos das desfal-cadas equipes - se depararam com a mais recente malvadeza.

O valor da hora extra passou a ser maior por ter a inclusão da GAS em seu cálculo. Mas essa boa notícia veio acompa-nhada de uma má notícia para alguns servidores. O susto foi olhar no contracheque e ver que parte do trabalho realiza-

Para quem já caiu no redu-tor, o sindicato está disponi-bilizando a assessoria jurídica para ingresso de ação judicial que vai cobrar a devolução dos valores.

nAs gArrAs do leão - Para quem tem horas extras fica ou-tro alerta. O Imposto de Ren-da - IR - incide no sobre o total de vantagens. Ou seja, quan-to maior a remuneração total, maior a alíquota. Às vezes mais trabalho mais gera maior des-

do caiu no redutor. Com isso, o servidor trabalhou, por exem-plo, 37 horas extras e recebeu apenas 32 horas porque parte do valor foi descontado. Esse é o absurdo!

não Abrir Mão de concur-so público - O concurso é uma necessidade. A quantia de hora extra liberada é um absurdo. Ao final, tem momentos em que nem temos opção de dizer que não podemos assumir mais e mais plantões.

E para resolver só com no-vas nomeações. Por isso, va-mos continuar firmes na luta pela realização de concurso e mais nomeações na Sesa.

Servidores caem no redutor de hora extra

Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$

Até 1.787,77 - -

De 1.787,78 até 2.679,29 7,5 134,08

De 2.679,30 até 3.572,43 15,0 335,03

De 3.572,44 até 4.463,81 22,5 602,96

Acima de 4.463,81 27,5 826,15

Tabela Progressiva para o cálculo mensal do imposto sobre a renda da Pessoa Física a partir do exercício de 2015, ano-calendário de 2014.

Tabela Salarial do QPSS válida a partir de Outubro de 2014

CARREIRA CARGO CLASSESREFERÊNCIAS

1 2 3 4 5 6 7 8 9

PRO

MO

TOR

DE

SAÚ

DE

PROMOTOR DE SAÚDE FUNDAMENTAL

C 1.010,00 1.060,50 1.113,53 1.169,20 1.227,66 1.289,04 1.353,50 1.421,17 1.492,23

B 1.566,84 1.645,18 1.727,44 1.813,81 1.904,51 1.999,73 2.099,72 2.204,70 2.314,94

A 2.430,69 2.552,22 2.679,83 2.813,82 2.954,51 3.102,24 3.257,35 3.420,22 3.591,23

PROMOTOR DE SAÚDE EXECUÇÃO

C 1.595,00 1.674,75 1.758,49 1.846,41 1.938,73 2.035,67 2.137,45 2.244,33 2.356,54

B 2.474,37 2.598,09 2.727.99 2.864,39 3.007,61 3.157,99 3.315,89 3.481,68 3.655,77

A 3.838,56 4.030,49 4.232,01 4.443,61 4.665,79 4.899,08 5.144,03 5.401,24 5.671,30

PROMOTOR DE SAÚDE PROFISSIONAL

C 3.400,00 3.570,00 3.748,50 3.935,93 4.132,72 4.339,36 4.556,33 4.784,14 5.023,35

B 5.274,52 5.538,24 5.815,15 6.105,91 6.411,21 6.731,77 7.068,36 7.421,77 7.792,86

A 8.182,51 8.591,63 9.021,21 9.472,27 9.945,89 10.443,18 10.965,34 11.513,61 12.089,29

conto do leão. Por isso, fique de olho na tabela do cálculo mensal do IR.

diante desse problema, o sindicato orienta:

• Os servidores peguem o contracheque e façam o cál-culo de quantas horas extras podem fazer por mês para que o Redutor não recaia sobre os vencimentos.

• O cálculo é feito da seguin-

te forma: com o contracheque na mão, localize onde diz base previdência –que é a soma do salário, adicional de tempo de serviço e GAS. Esse valor está descrito no contracheque como base previdência.

• O cálculo é feito sobre esse valor. Veja os exemplos na página ao lado.

basta!

4 Órgão de divulgação do SindSaúde/PR • Novembro de 2014

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VAmOS A exemplOS pArA enSinAr VOCê A FAzer O CálCUlO: ExEMplo 1 - proMoTor dE saúdE FundaMEnTal Um servidor que está na classe C, referência 1 Base previdência - R$ 2.078,83

Como é calculado? siga os passos: Valor da hora extra a 50% = R$ 15,59 R$ 20178,83 dividido por 200 = R$ 10,39 (Esse é o valor da hora normal)Para calcular a hora extra a 50% Valor da hora x 1,5 = R$ 10,39 x 1,5 = R$ 15, 59Para calcular a hora extra a 100% Valor da hora x 2 = R$ 10,39 x 2 = R$ 20,79Considerando que o teto é 33,33% - nesse caso o valor máximo que a pes-soa pode receber de hora ExTra é de r$ 692,94.ConClusão – O servidor pode ter até 44 horas pagas (que é o limite men-sal pago pelo Estado), pois não cairá no redutor. Mas atenção, no caso de horas extras a 50% e não 100%.Agora, se as horas extras forem a 100%, o servidor só poderá fazer 33 horas extras mensais. Se fizer a mais terá o dissabor de ver seu trabalho devorado pelo patrão em forma de redutor de hora extra.

ExEMplo 2 - proMoTor dE saúdE ExECução Uma servidora que está na classe a, referência 3:Base previdência – R$ 6.147,24 – lembrando que a base previdência é a soma do salário, adicional de tempo de serviço e GAS. Esse valor está descrito no contracheque como base previdência.

Como é o cálculo? siga os passos:R$ 6.147,24 dividido por 200 = R$ 30,73 - valor da hora normalPara calcular a hora extra a 50% Valor da hora x 1,5 = R$ 30,73 x 1,5= R$ 46,09 Para calcular a hora extra a 100% Valor da hora x 2 = R$ 61,49Considerando que o teto é 33,33% - nesse caso o valor máximo que a pes-soa pode receber de hora ExTra é de r$ 2.049,08.ConClusão - O servidor pode ter até 44 horas - que é o limite mensal de horas extras pagas pelo Estado, aí não cairá no redutor. Mas atenção, no caso de horas extras a 50%, não a 100%.Mas se as horas extras forem a 100% só poderá fazer 33 horas mensais de hora extras. Se fizer a mais terá o dissabor de ver seu trabalho devorado pelo patrão em forma de redutor de hora extra.

ExEMplo 3 - proMoTor dE saúdE proFIssIonal Uma servidora que está na classe B, referência 7: Base previdência- R$ 9.197,44

Como é o cálculo? siga os passos: R$ 9. 197,44 dividido por 200 = R$ 45,98 (Esse é o valor da hora normal)Para calcular a hora extra a 50% Valor da hora x 1,5 = R$ 45,98 x 1,5 = R$ 68,98 Para calcular a hora extra a 100% Valor da hora x 2 = R$ 45,98 x 2 = R$ 91,97Considerando que o teto é 33,33% - nesse caso o valor máximo que a pes-soa pode receber de hora ExTra é de r$ 3.065,81.ConClusão - O servidor pode ter até 44 horas, que é o limite mensal pago pelo Estado, pois não cairá no redutor. Mas atenção, isso no caso de horas extras a 50%, não a 100%.Mas se as horas extras forem a 100% só poderá fazer 31 horas mensais de hora extras. Se fizer a mais terá o dissabor de ver seu trabalho devorado pelo patrão em forma de redutor de hora extra.

ação – Quem tiver o desconto, busque o sindicato e vamos ingressar com ação judicial. Nosso entendimento é que essa delimitação de teto para pagamento de hora extra não pode prosperar. Lembramos que o sindicato já entrou com ações com a mesma reclamatória e obtivemos ganho de causa. Várias ações já estão encerradas e os servidores tiveram seus valores devolvidos.

se você quer ou precisa de mais orientação, fale com o sindicato.

2015 - Esse assunto será tratado na assembleia de dezembro. E com certeza fará parte da pauta de reivindicação da categoria no próximo ano.

DESclassificados!

TruculênciaEra uma manifestação contra a proposta do governo Beto Richa de adiar a votação para diretores de escolas. Traba-lhadores em educação estavam na Assembleia Legislativa e defendiam a ideia de manter a eleição democrática dos diretores. O clima esquentou, a presidência da Casa mostrou-se irri-tada e despreparada para o convívio de opiniões diferentes. As palavras de ordem vindas das galerias onde estavam os manifestantes mostravam que o projeto do governo não era bem recebido pelos educadores. Mas o diálogo não foi aber-to. Pelo contrário, por ordem expressa de Valdir Rossoni, os seguranças agiram para retirar todos do plenário. Podemos dizer que o conceito da palavra violência demons-tra o que aconteceu de fato: uso excessivo de força, além do necessário ou esperado.Diante das imagens, diante da vergonhosa tarde de agres-são à democracia, o SindSaúde repudia os parlamentares da base aliada que aprovaram o projeto do governo Beto Richa de adiar por um ano as eleições para diretores! A aprovação foi no soco, no chute, na truculência mesmo. Atitude arbitrá-ria e extemporânea!

Rebeliões mostram a falta de segurança que o Paraná viveDepois de 23 rebeliões e 46 agentes feitos reféns, apenas nos últimos 10 meses, os agentes penitenciários fizeram um ato em frente ao Palácio Iguaçu. Lá, os trabalhadores se acorrentaram para protestar contra a atual administração do Sistema Penitenciário do Estado, contra os péssimas condi-ções de trabalho, contra a falta de investimentos no setor e pela dificuldade.

Saúde sem dindin Ta mais uma vez comprovado. O governo não investe na saú-de. 12% é o percentual mínimo para investir na saúde. E apesar de a lei federal 141 de 2012 determinar o que é ação em saúde, o governador Beto Richa e a equipe da saú-de estão achando jeitinhos para tirar recurso da saúde.O MP já se pronunciou pela ilegalidade do orçamento. Mas nem isso ajudou os chefões da Sesa a tirar do orçamento da saúde os valores pagos para itens que a lei 141 diz com cla-reza que não pode ser considerado como SUS. Continuam no orçamento de 2013, 2014 e da previsão orçamentária de 2015, as despesas feitas como pagamento do programa de leite das crianças. Pagamento para os hospitais prestadores de serviços do SAS e as despesas com o Hospital da Polícia Militar. Os dois últimos jamais poderiam ser considerados SUS pois não são serviços de acesso universal. O primeiro também não pode ser caracterizado como programa para quem tem deficiência nutricional, pois o leite é distribuído sem ter a recomendação médica para utilização e não ter controle nutricional adequado. Quantas vezes já nos prome-teram que isso seria retirado do orçamento. Ficou na pro-messa ou eles têm memória curta?

5Órgão de divulgação do SindSaúde/PR • Novembro de 2014

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Ufa! Chegamos à última classe!

expectativas concretizadas e frustradasParte da categoria vive um

momento muito positivo. Pro-gressão e promoção pagas, crescimento na carreira e mais dinheiro no orçamento pes-soal.

Esse avanço só aconteceu por conta da greve. São mais de 1.400 trabalhadores da saúde que tiveram o paga-

O Quadro Próprio da Saúde traz mais uma novidade. Che-gar à última classe ficou um pouco mais rápido. É que a re-gra de promoção por antigui-dade da classe B para a Clas-se A agora exige 20 anos de serviço público. Até setembro, ainda no QPPE, a regra era ter essa promoção somente após completar 25 anos de serviço público.

Levando em conta que há um número considerável de trabalhadores com mais de 20 anos e que estão na classe B, a elevação na carreira é mais

mento do que é seu por di-reito.

A dívida é grande com o funcionalismo! E é bom lem-brar que a saúde foi uma das únicas categorias a receber a promoção e progressão. A maioria dos servidores do Es-tado está cobrando essa dívi-da e o governo segue dizendo:

um motivo para fazer a alegria da categoria. Salário maior, vida melhor!

e os AposentAdos? – Ao elaborar o QPSS, o governo feriu a regra do tratamento paritário entre servidores da ativa e aposentados. Aqueles que já eram aposentados até o dia 1º de outubro de 2014 ficaram no QPPE. Somente os servidores que se aposenta-ram após o dia 1º de outubro estarão no QPSS.

Para o sindicato, o governo rasgou o art. 37, XI, da Consti-tuição Federal. Temos de exigir

Alegria de alguns, tristezas de outros “Estamos no limite, não temos previsão de pagamento.”

não reAlizAdo! – Outra

parte vive um momento de aflição, em especial, quem foi para o novo quadro de carreira, que conseguiu o reconhecimento tão espera-do. Com o QPSS, os servi-dores que ocupam a função de auxiliar de laboratório,

agente de saneamento ou atendente de farmácia pas-saram para a tabela de onde jamais poderiam ter saído - a de promotor de saúde exe-cução. Porém, o governo im-pediu que o reconhecimento fosse total e os servidores, com toda razão, estão indig-nados. E o fato gerou enor-me frustração. Leia mais nesta edição.

a revisão desse entendimento. Diz a Carta Maior desse país que os aposentados têm direi-to aos mesmos avanços e rea-justes que os trabalhadores da ativa. É o direito à paridade com os trabalhadores em ati-vidade.

O sindicato não aceita essa separação entre ativos e apo-sentados e já recorreu desse entendimento do governo. Se a gestão não reparar o erro, o sindicato pretende deba-ter o assunto em assembleia e proporá o ingresso de ação judicial para dar fim a essa di-ferenciação.

HorA extrA teM gAs – En-fim, a hora extra está mais re-chonchuda. O cálculo do serviço extra, contando com a soma do valor do salário mais a GAS, re-sulta num bom salto no valor. Essa mudança no cálculo era uma reivindicação forte da cate-goria. Agora, conquistamos esse objetivo.

leia mais nesta edição so-bre o redutor de hora extra.

inconforMAdos - Uma gran-de reclamação é daqueles que estão na Secretaria de Saúde há cerca de sete ou oito anos.

QPSS6 Órgão de divulgação do SindSaúde/PR • Novembro de 2014

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liçõeS dA VidA e dA greVe!Nos momentos de realiza-

ção, e mesmo de frustração, precisamos tirar ensinamen-tos. E 2014 nos mostrou o caminho. Luta, união, 100%

de disposição, enfrentamen-to de ameaças das chefias, conversas e convencimento dos colegas.

Não é reclamando da

situação que a vida muda. Sentados não vamos con-quistar nenhum direito a mais. O caminho é: #lutar sem vacilar!

2015! Tempo de melhorar o QpSSConquistamos o nosso Quadro Próprio da

Saúde – QPSS. Sabemos que o texto da lei 18.136 não traduz todos os anseios da ca-tegoria. Demos um passo, mas o caminho é longo para que a carreira da saúde seja a tra-dução da valorização ao importante trabalho

novas lutas para ir além

Esses servidores estão fera por-que todo o tempo e cursos já en-tregues para evolução na tabela salarial resultou em nada. E eles têm razão. E vamos lembrar que o sindicato propôs que a transpo-sição entre QPPE e QPSS deveria manter o trabalhador na mesma classe e referência. Ou seja, se uma servidora estava na Classe 3, referência 5, no QPSS ela iria para a classe e referência corres-pondentes. Ou seja, classe c re-ferência 5.

Não conseguimos isso, faltou fazer pressão junto aos parla-mentares. Mas a vida continua e a luta tem de ser maior.

ainda temos muito que avançar. não dá pra esmorecer na luta

que desenvolvemos. Então, nosso foco deve ser a luta por aprimorar a lei, o texto do plano.

Na assembleia que acontecerá em Lon-drina, no dia 6 de dezembro, vamos definir por onde começamos a propor os consertos necessários no QPSS. Participe e dê sua opi-nião. Veja mais sobre a assembleia nesta edi-ção.

Sem essa de ‘atividades afins’Outro tema que tem agitado as mesas de

negociações sobre o QPSS entre trabalhado-res e governo é o PP - Perfil Profissiográfico -, documento que vai regulamentar a função de cada profissional da Sesa. Na nova des-crição, algumas funções estão postas de ma-neira genérica, o que pode gerar uma série de problemas no futuro.

Depois de consulta aos trabalhadores, o sindicato construiu uma contraproposta ao PP apresentado pelo governo. Se em um primeiro momento a gestão aceitou debater o assunto

e prometeu dar uma resposta, os servidores até hoje estão sem uma resposta definitiva.

Seremos irredutíveis na defesa de que a descrição das atividades dos profissionais de saúde seja bem definida para evitar que o servidor seja um joguete nas mãos de certas chefias.

novA rodAdA – O sindicato quer garan-tir nova rodada de negociação entre Seap e Sesa para que o PP tenha o texto remodelado para atender a natureza do trabalho na saúde.

7Órgão de divulgação do SindSaúde/PR • Novembro de 2014

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pagamento versus prejuízoÉ assombroso! A cada cin-

co anos que o servidor per-manece na mesma classe, o governo tem de pagar a pro-gressão por antiguidade. A lei do QPPE determina essa regra. Mas o governo não paga na data correta. Ocorre que o governo, ao pagar em folha complementar em ou-tubro, rompe com o que foi negociado. Ou seja, o paga-mento deveria ser feito após a transposição no QPSS.

O sindicato já mostrou ao governo que esse ato rom-pe com o que foi negociado.

E fere também o artigo 13 da Lei 18.136. E esse não deixa margem de dúvida “A contagem de tempo para os efeitos dos institutos de de-senvolvimento nesta carreira considerará o tempo trans-corrido e não o aproveitado para o desenvolvimento nas carreiras do QPPE.” O caso é que a PGE “entendeu” dife-rente causando enorme pre-juízo aos trabalhadores.

aliás, é preciso dizer, que:

• Os pareceres da PGE têm servido para atender os

Governo paga ainda no QPPE a progressão por antiguidade interesses do patrão. Tudo é feito sob encomenda.

• O governo-patrão tem um foco: economizar agora. Mesmo que isso signifique agir de forma irregular. Arris-cando gerar ação judicial em que o Estado é réu e ainda criar novos passivos a pagar no futuro.

prejuízo reAl - Para faci-litar o entendimento do as-sunto vamos dar um exem-plo. Uma servidora teve a progressão por antiguidade em outubro folha comple-mentar. Linha 6 para linha

7. De R$ 6.093,06 para R$ 6.306,30. Só que essa tra-balhadora teve a promoção agora em 30 de outubro. Ela teria de ir para R$ 8.182,51. Se a progressão por tempo fosse feita também na folha normal de 30 de outubro, ela teria a promoção para a classe A e depois a progres-são por tempo. E o salário dela iria para R$ 8.591,63. Ou seja, ela perde cerca de R$ 500 reais por mês por ter descido uma referência no QPPE.

Vamos à luta! O caminho é #lutar sem vacilar!

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Governo e PGE não se entendem e quem paga o pato são os rebaixados lei deSCUmpridA!

Uma correção na classificação na carreira está prevista na lei 18.136 de 2014, ou seja,no QPSS. Na lei tem a lista com os nomes dos servidores que entraram no serviço público tendo de apresentar certificado de ensino médio. Suas funções exigiam essa escolarida-de. Mas por conta de um erro da gestão lá nos idos de 1997, eles estavam en-quadrados, no QPPE, como ensino fun-damental, agente de apoio.

A Lei 18.136 tem também o descritivo da forma como se daria a transposição de

cargo e de carreira e até o levantamento do impacto financeiro dessa alteração.

Apesar de todos os detalhes e previsões descritas na lei, o governo deixa o texto legal de lado e passa a cumprir o pare-cer da Procuradoria Geral do Estado - PGE. Uma aberração que gera a catástrofe para a vida funcional desses servidores!

no quAse – Com o QPSS, os servidores foram enquadrados corretamente no cargo de Promotor de Saúde Execução. O erro foi que a regra do enquadramento aconteceu

de acordo com o valor do salário e não de acordo com a classe e referência.

diferençAs - Governo e sindicatos têm opiniões divergentes sobre como combater as intervenções da PGE. A gestão quer lan-çar um Projeto de Lei no início de 2015 e se amparava na lei eleitoral dizendo que não era possível fazer essa mudança agora. O Sindi-cato não concorda com a interpretação do governo e demonstrou que o próprio Tribu-nal Superior Eleitoral já deixou consolidado o entendimento. Nesse caso, a reestruturação de carreira e não se trata de ganho salarial.

Esse povo guerreiro num primeiro momento se abateu com as circunstâncias. A grita foi geral. Em reunião com o governo, um dos rebaixados presentes, junto com a dire-ção do sindicato, contestou a atitude da gestão: “Quando o Plano de Carreira foi apro-vado, o secretário mandou chamar o grupo que trabalha

aqui no prédio e que faz parte dessa situação de rebaixado. Nós viemos exatamente nes-sa sala e ele disse: agora foi feita justiça e confirmou que o enquadramento seria correto e completo. Já nem sei mais no que acreditar.”

E se em 17 anos a espe-rança se manteve acesa nes-se grupo, não ia ser agora que

a situação mudaria. Em pé, firmes, junto com o sindicato, estão atuantes para chegar à solução.

Nova maratona foi realiza-da para buscar acabar com esse entendimento pra lá de errado da PGE e resolver a questão. Já que o governo tem maioria na Assembleia Legislativa, que o projeto de

lei seja enviado e aprovado ainda em novembro. Assim, no final de janeiro a revisão na classificação na tabela vem corrigindo realmente os salários e fazendo justiça pra valer!

O sindicato já avisou que enquanto a situação não se resolver é preciso estar aten-to e forte. Até a vitória plena!

Sem desistir e sem chorumelas

QPSS

rEbAixAdOS

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Comprovado! O TrAbAlhO AdOeCe!

Pesquisas já comprovam o que o dia a dia já mostra há muito tempo: o trabalho em saúde gera o adoecimento dos trabalhadores.

Vivemos um momento em que a dinâmica e o ritmo do trabalho estão muito acelerados, incompa-tível com a capacidade de um ser humano trabalhar sem compro-meter sua saúde. Lugar comum, mas não podemos entender como natural, ter uma equipe intei-ra constatando que o cansaço é cada dia mais intenso.

O adoecimento no trabalho pode ser gerado por inúmeros mo-tivos. Cabe aqui citar alguns:

A Organização Mundial de Saúde – OMS - definiu que o período entre 2006 e 2016 como a década de valorização do trabalho e dos trabalhadores de saúde (ASSUnÇÃO; bEliSÁriO, 2007). portanto, ainda é tempo de debater o tema e alertar para essa realidade.

1. Pela exposição a risco pelo contato com agentes biológicos, químicos, físicos e de radiação.

2. Pela jornada extensa, pela falta de pessoal e os inúmeros plantões a mais. Podemos dizer que há uma superexposição a ris-co pelas longas jornadas de tra-balho.

3. Pela falta de materiais e pela falta de condições de traba-lho ou o excesso de pacientes, ou o descrédito do serviço público. Tudo isso gera conflitos entre tra-balhadores e usuários.

4. Pelo estresse do trabalho na urgência e emergência ou nas UTIs.

5. Pelo baixo salário e, por isso, se veem obrigados a ter mais de um vínculo empregatício.

6. Pelo contato diário com o sofrimento humano.

7. Pela falta de orientação no uso de equipamentos de seguran-ça ou porque esses equipamen-tos, muitas vezes, não estão dis-poníveis.

8. Pelos conflitos interpessoais no trabalho.

Também é preciso conside-rar que predomina na sociedade a primazia da velha moral que adoecer é um sinal de fraqueza e motivo de vergonha, pois equiva-le à paralisação do trabalho. E ao final alguns trabalhadores tentam conter a doença ou disfarçá-la. “A questão não é evitar a doença, o problema é domesticá-la, contê--la, controlá-la, viver com ela” (DEJOURS, 1992, p. 30).

Quem trabalha na saúde sabe o quanto é desgastante o traba-lho diário pela vida das pessoas. O que poucas vezes a gente pen-

sa é na nossa saúde. Chegamos pra trabalhar e nos concentramos exclusivamente nas atividades. Poucas vezes nos damos conta de que corremos riscos. Quando to-pamos trabalhar no lugar de três ou quatro profissionais ou quando desempenhamos procedimentos de maneira inadequada devido à falta de materiais, estamos cor-rendo sérios riscos de adoecer no trabalho.

E, em geral, não estamos atentos aos sinais do nosso adoe-cimento. E mesmo quando bus-camos ajuda médica, é difícil a investigação da doença levar em conta o ambiente ou o processo de trabalho. As perguntas são: tem alguém da família que já tem ou teve a doença? Quando a doença se manifestou? Muitos médicos esquecem que grande parte de nossa vida passamos no trabalho e que ele também pode ser fonte de adoecimento.

vamos aos fatos de dentro da sesa.

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história i da vida real

O caso de Talita Gomes é um sím-bolo da bravura e da busca da dig-nidade no tratamento e na investi-gação do motivo do adoecimento. Talita trabalha há quatro anos no Hospital Regional São Sebastião da Lapa. Em 2010, quando in-gressou na unidade, os colegas diziam: “Trabalhar aqui é um risco. Mas com a máscara, a chance é bem menor.” Talita conta que não houve nenhu-ma formação, nenhuma orienta-ção direcionada a ela ou a grande parte dos colegas sobre os riscos ou as formas de cuidado. Até a máscara ela aprendeu a colocar porque leu na caixa as instruções de como usá-la. No meio do ano começou a tossir, achou que era porque o tempo es-tava seco. A tosse persistiu e bus-cou um médico. Veio o resultado do exame de TB. Deu positivo e sua vida mudou. Foram semanas afastada do convívio com o filho, sofreu com as febres, com o uso de medicamentos, com a falta dos amigos. Assim que conseguiu melhorar, foi em busca de seus direitos. E não lutou só por ela. Estava sempre atenta às condições de trabalho no HRSS Lapa. E tinha de mudar para que nenhum outro colega passasse pelo sofrimento que ela passou. Talita buscou orientação e apoio do sindicato. E conseguimos jun-tar a Dimis, a Sesa e o Cest.

A Dimis já reconheceu que a doença é decorrente do trabalho. Está sendo realizado um levanta-mento dos problemas estruturais do HRSS Lapa e os processos de trabalho na unidade também estão em revisão. Mas para que haja mudança efetiva, os traba-lhadores do HRSS Lapa precisam estar atentos e o sindicato vai in-tensificar esse trabalho de alerta naquela unidade.

Conseguir que o patrão reconheça que a doença nasceu do trabalho não é tarefa fácil. Mas des-sa vez conseguimos esse reconhecimento.

o mais comum é que o trabalhador – ClT ou Es-tatutário – tenha o seu pedido de licença negado pelo governo. a gestão raramente faz a ligação entre a doença e o local de trabalho. não admi-te que tenha sido con-traída no trabalho e usa uma série de argumentos duvidosos. nesse caso não. o governo teve de investigar a origem da ocorrência e montar uma comissão para avaliar os procedimentos no hospi-tal.

Adoeceu por tuberculose

história ii da vida real

A segunda personagem é do HRL. Cristiane Nascimento tra-balhava no pronto-socorro. Em meio àquela loucura de fazer a função de mais pessoas, teve uma distensão muscular ao des-locar um paciente da maca para a cama.Depois de ficar 20 dias de atesta-do, a servidora voltou ao trabalho alertando às chefias de que teria de trocar de setor por conta da lesão. Sem demonstrar preocu-pação, a chefia argumentou que a transferência não era possível. Resultado: dias depois o caso da Cristiane se agravou e ela teve de se afastar por três meses para tra-

tar do problema.Quando retornou, finalmente ela foi transferida para a pediatria do hospital, que exige menos tra-balho braçal. E aí fica a pergun-ta: precisava a situação chegar a esse ponto para que a gestora tomasse uma atitude? Será que se houvesse uma preocupação maior com relação à saúde do trabalhador, Cristiane não estaria livre de dezenas de sessões de fi-sioterapia?

Nesse caso, ainda não foi feita a relação entre o trabalho desenvol-vido, mas esse é um passo a ser dado.

Adoeceu por esforço físico

Construído durante o gover-no Requião, o Hospital Esta-dual de Guaraqueçaba - HEG – foi inaugurado em 2010.

Desde as primeiras sema-nas os mais de 80 servidores nomeados vivem situações de dificuldades por conta das precárias condições de atendi-mento e de trabalho.

Esse é um dos hospitais em que houve mais troca-troca de direção. E as mudanças de di-retores não ocasionaram ne-nhuma melhora nas atividades.

O pior é que vemos rotinei-ramente a Sesa mandando recursos e equipamentos, fa-zendo contratos e comprando leitos em hospitais da rede fi-lantrópica ou privada. Enquan-to grande parte das nossas uni-dades vive à míngua. E esse é o caso do HRG, talvez um dos hospitais que a Sesa menos se importa.

Mesmo com o Hospital em funcionamento desde 2010, até hoje a UTI neonatal está fe-chada. Nem partos o HRG está realizando. Há uma precarie-dade no atendimento de modo geral.

Como o governo e a Sesa

Tenham responsabilidade com a saúdeHospital regional de Guaraqueçaba jogado às traças

GriTO dE SOCOrrO

só fazem contribuir com as dú-vidas ao não se pronunciarem oficialmente sobre o assunto, o sindicato encaminhou ofício à Sesa exigindo explicações so-bre quais são os planos para a unidade.

Já correram boatos que o HRG ia fechar, que ia ser mu-nicipalizado, que ia virar UPA - Unidade de Pronto Atendimen-to - e ainda que a unidade iria continuar exatamente da ma-neira que está, abandonada à própria sorte.

O fato é que os servidores já não suportam mais tanto es-quecimento. A infraestrutura precária, aliada às incertezas do futuro, gera uma combina-ção terrível para os trabalhado-res. Pra não falar da indignação da população que assiste à degradação e ao subaproveita-mento das instalações.

A única saída para a brava gente de Guaraqueçaba, que fez greve e tem sido incansável na luta pelos seus direitos, é seguir firme na luta. Só a nos-sa resistência e a união com a população serão capazes de manter o HRG 100% em fun-cionamento e 100% público!

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30 horas ganha fôlego com julgamento do STF

A sessão do stf - Supre-mo Tribunal Federal - do dia 30 de outubro foi marcante para a brava gente da saúde. Em tramitação desde 2006, finalmente uma das ações que envolvem as 30 horas e a ile-galidade do decreto 4.345 foi apreciada pelo Supremo.

Mesmo ainda sem conhe-cermos o teor do acórdão do STF sobre o assunto - esse pode demorar até três meses pra sair. A maioria dos minis-tros acompanhou o relator da ação, Ministro Dias Toffoli, no entendimento de que se a jornada dos trabalhadores foi ampliada, mas o salário não, o princípio da irredutibilidade de vencimentos foi violado geran-do perdas ilegais aos trabalha-dores.

brindE TOTAl!

precedente - Essa questão específica envolve os profissio-nais de odontologia. No entan-to, conforme o acórdão do STF, a mesma decisão se estende para outr as ações que têm o mesmo objeto, isto é, derrubar o decreto que determina que todos façam 40 horas.

A luta do sindicato é para garantir que as leis federais sejam cumpridas e para que todos os funcionários da Sesa trabalhem no máximo 30 ho-ras semanais.

Essa é uma luta de todos! 2015 essa reivindicação vem com força total!

Eu aprovoas 30 hoRasaté de olhosfechados!

desculpas velhas

As 17 entidades que compõem o FES - Fórum das Enti-dades Sindicais -, entre elas o SindSaúde, celebraram o Dia do Servidor com um ato em frente ao Palácio Iguaçu no dia 21 de outubro. No mesmo dia, representantes dos sindicatos e a coordenação do Fórum participaram de reunião com a chefe da Seap, Dinorah Portugal Nogara, e representantes de outras secretarias.

Pelo tom usado na reunião em que as reivindicações do funcionalismo encalham nos velhos refrãos do patrão: “A ar-recadação diminuiu, estamos no limite prudencial, o caixa não suporta”. A conclusão é simples: teremos de reforçar nossa organização. Que cada trabalhador vai ter de ser um agente convocador dos colegas para que o governo sinta que a luta dos servidores está mais viva que nunca.

Assédio moral, não!

Aconteceu no Litoral do Paraná. Um prefeito que colocou uma servidora estadual à disposição da 1ª Regional de Saúde.

A forma de agir do prefeito mostrou que havia conotação de assédio moral.

O SindSaúde tentou negociar com o administrador público. Sem sucesso, mais uma vez a reunião deixou visíveis os con-tornos de perseguição e assédio moral.

Na justiça, a confirmação: o prefeito foi condenado a pagar indenização por ter praticado assédio moral contra a servidora. O valor financeiro não é grande, mas a vitória moral é total.

Mais uma conquista para comemorar! Mais um exemplo para seguir. Diante das agressões e atos irregulares do patrão, vamos reagir!

SindSaúde ganha ação contra prefeito assediador

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