nº 18 • maio de 2007 apesar do caos na saúde, prioridade de...

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Nº 18 • Maio de 2007 Apesar do caos na saúde, prioridade de Cláudio Xavier é penalizar servidores A dificuldade de acesso ao Sis- tema Único de Saúde, o surto de dengue, o fato do governador cha- mar para si o controle sobre a com- pra de medicamentos, os índices de vacinação mais baixos dos últi- mos anos... Estes são alguns dos problemas decorrentes da falta de recursos fi- nanceiros para o SUS e da inexistên- cia de planejamento adequado na Secretaria da Saúde. O poder público estadual, que deveria organizar os serviços, tem se omitido dessa função. É inevitá- vel que as conseqüências recaiam sobre a maioria da população, que necessita do SUS para atendimen- to da saúde. Há muito o que fazer na área da saúde. Problemas saem pelo la- drão, mas na Sesa não vemos nin- guém com sensibilidade e disposi- ção para enfrentá-los e superá-los. Enquanto isso... Nossa jornada de trabalho nunca foi problema na área da Jorram argumentos em favor da nossa jornada de 20 e 30 ho- ras: • Temos respaldo em leis fe- derais; • Há portarias de nomeação com jornada especificada; • ações judiciais tiveram de- cisão favorável aos bioquímicos, garantindo-lhes de jornada de 4 horas; • As leis 13666/02 e 10692/ 93 prevê que, verificada a exis- tência de atividade insalubre ou perigosa, o órgão pericial deter- minará a redução da jornada de trabalho. • Projeto de lei em tramita- ção no Congresso Nacional pre- vê a jornada de trabalho de 30 horas semanais para os profissio- nais de enfermagem. Nos hos- pitais federais esta jornada já é realidade • Até uma emenda à Consti- tuição proposta pelo deputado Caito Quintana (PMDB) utiliza um argumento jurídico que usa- mos em favor de nossa jornada: “pelo transcurso inexorável do tempo é indiscutivel a seguran- ça jurídica”. Essa frase é igual à que a assessora jurídica Denise Agostini utilizou na elaboração da ação jurídica que visa man- ter as jornadas de 20 e 30 horas. Nosso direito Quem apóia nossa jornada saúde. Ao contrário, era ele- mento que assegurava qualida- de no atendimento à popula- ção. E, justamente, combater nossa jornada tornou-se prioridade para o secretário de Saúde Cláudio Xavier. Ele tomou atitudes que os servido- foto ato_10abr07_01.jpg Manifestação de 10 de abril exigiu a abertura de negociações res da saúde jamais se esquecerão. A história está sendo registrada e em seu tempo a verdade da im- propriedade dessa gestão vai surgir naturalmente, mais forte do que já vem sendo falada atualmente. Foi assim com Lerner e não será dife- rente com Xavier. • Organização Mundial de Saúde; • Conferências Estaduais e Nacionais de Saúde; • Conselho Estadual de Saúde; • Os estados de Santa Catarina, Goiás, Minas Ge- rais e o Distrito Federal já adotam a jornada de 30 horas; • Os municípios de Cascavel, Londrina e Betim também são exemplos.

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Nº 18 • Maio de 2007

Apesar do caos na saúde, prioridade deCláudio Xavier é penalizar servidores

A dificuldade de acesso ao Sis-tema Único de Saúde, o surto dedengue, o fato do governador cha-mar para si o controle sobre a com-pra de medicamentos, os índicesde vacinação mais baixos dos últi-mos anos...

Estes são alguns dos problemasdecorrentes da falta de recursos fi-nanceiros para o SUS e da inexistên-cia de planejamento adequado naSecretaria da Saúde.

O poder público estadual, quedeveria organizar os serviços, temse omitido dessa função. É inevitá-vel que as conseqüências recaiamsobre a maioria da população, quenecessita do SUS para atendimen-to da saúde.

Há muito o que fazer na áreada saúde. Problemas saem pelo la-drão, mas na Sesa não vemos nin-guém com sensibilidade e disposi-ção para enfrentá-los e superá-los.

Enquanto isso...Nossa jornada de trabalho

nunca foi problema na área da

Jorram argumentos em favorda nossa jornada de 20 e 30 ho-ras:

• Temos respaldo em leis fe-derais;

• Há portarias de nomeaçãocom jornada especificada;

• ações judiciais tiveram de-cisão favorável aos bioquímicos,garantindo-lhes de jornada de 4horas;

• As leis 13666/02 e 10692/93 prevê que, verificada a exis-tência de atividade insalubre ouperigosa, o órgão pericial deter-minará a redução da jornada detrabalho.

• Projeto de lei em tramita-

ção no Congresso Nacional pre-vê a jornada de trabalho de 30horas semanais para os profissio-nais de enfermagem. Nos hos-pitais federais esta jornada já érealidade

• Até uma emenda à Consti-tuição proposta pelo deputadoCaito Quintana (PMDB) utilizaum argumento jurídico que usa-mos em favor de nossa jornada:“pelo transcurso inexorável dotempo é indiscutivel a seguran-ça jurídica”. Essa frase é igual àque a assessora jurídica DeniseAgostini utilizou na elaboraçãoda ação jurídica que visa man-ter as jornadas de 20 e 30 horas.

Nosso direito

Quem apóia nossa jornada

saúde. Ao contrário, era ele-mento que assegurava qualida-de no atendimento à popula-ção.

E, justamente, combater nossajornada tornou-se prioridade para osecretário de Saúde Cláudio Xavier.Ele tomou atitudes que os servido-

foto ato_10abr07_01.jpg

Manifestação de 10 de abril exigiu a abertura de negociações

res da saúde jamais se esquecerão.A história está sendo registrada

e em seu tempo a verdade da im-propriedade dessa gestão vai surgirnaturalmente, mais forte do que jávem sendo falada atualmente. Foiassim com Lerner e não será dife-rente com Xavier.

• Organização Mundial de Saúde;• Conferências Estaduais e Nacionais de Saúde;• Conselho Estadual de Saúde;• Os estados de Santa Catarina, Goiás, Minas Ge-

rais e o Distrito Federal já adotam a jornada de30 horas;

• Os municípios de Cascavel, Londrina e Betimtambém são exemplos.

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Questões trabalhistasSempre às quartas-feirasDas 9h às 12 horas

Plantões JurídicosQuestões previdenciáriasSempre às sextas-feirasDas 9h às 12 horas

Agende seu horário pelo fone (41)3322-0921

SindSaúde está ingressandocom ação para reclamar a devolu-ção dos dias descontados injusta-mente e a anistia das faltas imputa-das abusivamente a servidores dasaúde.

Para isto, o SindSaúde/PR estásolicitando aos sindicalizados queentreguem a documentação paraingressar com ação juidicial contrao Estado do Paraná.

Quem pode entrar com a açãoEsta ação é restrita àqueles ser-

vidores que tiveram desconto sala-rial decorrente da jornada de traba-lho de 20 ou de 30 horas sema-nais. Os direitos dos demais servi-dores é defendido na açãoimpetrada em 2005.

O que a ação vai pedira) devolução dos descontos;b) imediata suspensão dos des-

contos salariais;c) retirada das faltas na ficha

funcional.

Prazo de entrega de documen-tos

Não há prazo estabelecido paraingressar com a ação, mas o servi-dor deve juntar a documentação eentregá-la no sindicato o mais rápi-do possível. Quem optar por cor-reio deve enviar por AR (Aviso derecebimento).

Como será a açãoEssa será uma ação por grupos.

Segundo assessoria jurídica do sin-dicato, será mais eficiente formargrupos de servidores com situaçãofuncional semelhante.

Sobre as custas da açãoA advogada dessa ação é a Dra.

Denise Agostini e o sindicato paga-rá integralmente todas as despesasjurídicas.

ProcuraçãoVocê obtém cópia da procura-

ção, no sindicato, com representan-te do sindicato em seu local de tra-

Orientações sobre ação pela devoluçãodos descontos e anulação das faltas

balho ou no site do SindSaúde (pro-cure o item Jurídico > OrientaçõesGerais).

Documentação• Ficha funcional;• Contracheques dos últimos 5

anos – se possível, três contrache-ques por ano;

• Cópia do livro ponto ou doespelho do relógio ponto;

• Cópia do contracheque ondeconsta o desconto salarial;

• Procuração com firma reco-nhecida;

• Os servidores que têm por-taria de redução de jornada ou

portaria de nomeação para cargode 4 horas – ou Resolução, ouMandato de Segurança – devemjuntar cópia da medida na docu-mentação a ser entregue no sindi-cato.

Requerimento para pedir expli-cações sobre descontos

O modelo do requerimentopara solicitar explicações da Sesasobre os motivos do descontovocê encontra no site doSindSaúde (procure o item Jurídi-co > Orientações Gerais).Protocole e, se obtiver resposta,junte-a na documentação.

Conselho de Saúdeapóia servidores

Diversos servidores vêm de-nunciado ao sindicato atitudesabusivas de seus chefes.

As denúncias revelam o que amaioria dos atuais ocupantes doscargos comissionados não têm qua-lificação para ocupar estes postose muito menos, têm responsabili-dade com a saúde da população.

Leia a seguir alguns dos depoi-mentos. Utilizamos nomes fictíciospara evitar a perseguição e assédiomoral contra esses servidores.

GMKJ“O chefe chega perto das 10

horas, fica de papo no telefone ouna internet. Às 12 horas, almoça efica na sala de refeição até as 13horas. Do almoço, corre para o car-ro e já vai saindo. Afirma que vaipara reunião. Será que tem reuniãotodo dia?”

VHY“Chefe? Quando achamos para

resolver os problemas? Não sabede nada que fazemos. Epidemiolo-gia para ele é palavrão. Vigilânciaem saúde é colocar guardião na

porta da Regional. Esse é o nível dochefe”.

POQ“Será que o governo não con-

trola a qualidade das chefias? Pare-ce que o critério para ser chefe é terQI de ameba! Outro dia, estávamosplanejando e organizando um novoprograma do Ministério da Saúde.Fomos apresentar nossa propostapara aprovação. A resposta do chefefoi: ‘faça como quiserem, acreditona competência de vocês. Só façoquestão de uma coisa, que o meunome apareça como o promotor daação e o incentivador dessa novi-dade na saúde. Pensar e executardeixou para vocês que são técni-cos da área. Imediatamente, ele sedespediu, rindo.”

SG“Com essa confusão da jornada

de trabalho desenvolvi síndrome dopânico. Em qualquer lugar fico bem,menos no meu local de trabalho.Chego lá e não tenho vontade deviver, tenho idéias de suicídio. Essachefia é um torturador profissional”.

Depoimentos revelamdespreparo das chefias

A assessora jurídica Denise Agostini orienta a categoria em assembléia

O Conselho Estadual de Saúde referenda as jornadas até 30 horas

SindSaúde/PR - Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Estadu-ais dos Serviços de Saúde e Previdência do Estado do Paraná

Sede própria à Rua Mal. Deodoro, 314, 8º andar, cj.801, Ed. Tibagi, Curitiba, PR, CEP 80.010-010.Fone (041) 3322-0921, fax (041) 3324-7386. Endereço eletrônico [email protected] geral: Maria José dos Santos Teske. Diretora de Comunicação: Elaine Rodella.Jornalista responsável: Luiz Herrmann (DRT-PR 2331), Diagramação: Mainardes (41-3039-8504).Impressão: Helvética. Tiragem: 6.500 exemplares. É permitida a reprodução com a citação da fonte.

Leia a seguir o teor da Moção Nº 002/07 do Conselho Estadualde Saúde, aprovada em reunião realizada na manhã de quinta-feira,26 de abril, com os votos da ampla maioria dos conselheiros:

MOÇÃO DE APOIO Nº 002/07O Conselho Estadual de Saúde – CES/PR, regulamentado con-

forme disposto no inciso III do artigo 169 da Constituição Estaduale artigo 1º da lei Federal nº 1842, de 28 de dezembro de 1990, pelaLei Estadual nº 10.913, de 4 de outubro de 1994, no uso de suacompetência regimental conferida pelo art. 5º, reunido em sua 130ªReunião Ordinária, realizada na data de hoje, reafirma APOIO àjornada de trabalho de 20 e 30 horas semanais dos trabalhadoresde saúde, conforme orientação da Organização Mundial de Saúde- OMS, Organização Internacional do Trabalho - OIT, Leis Federaise Deliberações das Conferências Nacional e Estadual de Saúde, eREPUDIA veementemente a decisão da SESA de imputar descontosalarial aos servidores em razão da manutenção dessa jornada detrabalho.

Curitiba, 26 de abril de 2007Raymundo M. Machado, presidente do CES/PR”

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VVVVVotaram a favorotaram a favorotaram a favorotaram a favorotaram a favordos serdos serdos serdos serdos ser vidoresvidoresvidoresvidoresvidoresda saúdeda saúdeda saúdeda saúdeda saúdeRosane Ferreira (PV)Luciana Rafagnin (PT)Pedro Ivo (PT)Tadeu Veneri (PT)Ademar Traiano (PSDB)Rui Hara (PSDB)Antônio Belinatti (PP)Duílio Genari (PP)Nei Leprevost (PP)Cida Borghetti (PP)Augustinho Zucchi (PDT)Luiz Carlos Martins (PDT)Edgar Bueno (PDT)Chico Noroeste (PL)Douglas Fabrício (PPS)Marcelo Rangel (PPS)Durval Amaral (DEM)Élio Rusch (DEM)Plauto Miro (DEM)Edson Praczyk (PRB)Fernando Ribas Carli (PSB)Reni Pereira (PSB)Jocelito Canto (PTB)

No dia 15 de maio, a Assem-bléia Legislativa votou o proje-to de lei que define percentuaisde reajustes aos servidores e es-tabelece a data-base de reajustedo funcionalismo em 1º demaio. Com sua aprovação, osservidores da saúde terão reajustede 3,34%, mas não se sabequando, pois a lei não prevêdata para o pagamento.

Durante a tramitação do pro-jeto, a deputada Rosane Ferrei-ra (PV) acatou proposta doSindSaúde/PR e apresentouemenda para anular a falta ano-tada para servidores em 29 e 30de março (dia em que se traba-lhou normalmente). Por 25 a 23

votos, a emenda foi rejeitada.Confira a seguir como se

posicionaram os deputados esta-duais em relação à emenda dosservidores da saúde.

VVVVVotaram contraotaram contraotaram contraotaram contraotaram contraos servidoresos servidoresos servidoresos servidoresos servidoresda saúdeda saúdeda saúdeda saúdeda saúdeElton Welter (PT)Professor Luizão (PT)Alexandre Curi (PMDB)Antonio Anibelli (PMDB)Artagão Junior (PMDB)Beti Pavin (PMDB)Caíto Quintana (PMDB)Cheida (PMDB)Cleiton Kielse (PMDB)Dobrandino da Silva (PMDB)Edson Luiz Strapasson (PMDB)Luiz Claudio Romanelli (PMDB)Mamede (PMDB)Nereu Moura (PMDB)Stephanes Junior (PMDB)Teruo Kato (PMDB)Waldyr Pugliesi (PMDB)Carlos Simões (PTB)Felipe Lucas (PPS)Francisco Buhrer (PSDB)Luiz Accorsi (PSDB)Luiz Nishimori (PSDB)Luiz Fernandes Litro (PSDB)Mauro Moraes (PL)Dr. Batista (PMN)

Não votaramNelson Justus (DEM), presidente da Assembléia Legislativa, sóvota em caso de empate.Valdir Rossoni (PSDB), em viagemPéricles de Mello (PT), em viagemOsmar Bertoldi (DEM)Geraldo Cartário (PMDB)Fábio Camargo (DEM)

Observe a posição de cadadeputado sobre descontos

A deputada Rosane Ferreira (PV)

A agressão a uma dirigente sin-dical e uma servidora vítima de as-sédio moral no CRE Marechal, emCuritiba, revelam o estado doentioda saúde pública.

O que poderia ser um caso iso-lado, revela como a intransigênciado secretário Cláudio Xavier fez ex-trapolar os casos de assédio morale, em conseqüência, os afastamen-tos de servidores para atendimentoà saúde.

Um exemplo é o Hospital SãoSebastião, da Lapa, onde nos últi-mos meses ocorreram cerca de 30afastamentos do trabalho por licen-ça médica.

O caso de AliceA servidora Alice (usamos nome

fictício para protegê-la) começou oano contando os dias para adquiriro direito à aposentadoria. “Em maisde 29 anos de serviço, nunca tiveproblema algum com chefe”, con-ta ela.

A determinação do secretáriopara as chefias intensificassem apressão sobre os servidores foi asalvaguarda para que diversos di-retores se permitissem a abusar dopoder.

Sofrendo com a pressão, Alice

passou a se sentir deprimida e ner-vosa. Procurou uma ajuda especi-alizada e, segundo ela, “a médicame deu atestado porque viu que,se eu continuasse, ia enfartar”.

O período de afastamento esta-va para vencer e Alice precisavapassar por avaliação da períciamédica. Procurou o setor de pes-soal do CRE Marechal, onde traba-lha, e não conseguiu a liberaçãopara a perícia. Esperou durantehoras que o diretor geral do CRERenato Soares Marin chegasse paraassinar o documento. Em vão.

Apoio do sindicatoDiante das dificuldades, Alice

procurou o sindicato. Por telefone,buscou-se resolver a questão. A di-retoria de RH da Sesa explicou quequalquer chefia poderia assinar odocumento, mas o diretor geral avo-cou para si esta responsabilidade.Foi, então, definido, que às 10 ho-ras de 21 de maio, a servidora bus-caria o documento. Devido ao seuestado de saúde, iria acompanha-da por uma pessoal da direção sin-dical.

Quando Alice e a dirigente doSindSaúde/PR Elaine Rodella che-garam, Marin, aos berros, exigiu

que a sindicalista se retirasse. Ela serecusou, para não deixardesprotegida a servidora. RenatoMarin se descontrolou e chamouvigilantes para a retirarem à forçabruta.

Enquanto os vigilantes arrasta-vam a dirigente para fora, ouviam-se os gritos irados de Renato Marincontra Alice.

Boletim de OcorrênciaO SindSaúde/PR acionou ime-

diatamente a Polícia Militar, queesteve no local. Os fatos foramregistrados em Boletim de Ocorrên-cia e foi feito Exame de Lesões Cor-porais. Elaine também preencheua CAT.

Toda essa situação piorou sig-nificativamente a saúde de Alice,que entrou em crise. Finalmenteatendida, a perícia médica reconhe-ceu a gravidade do caso e deu a elalicença de 30 dias para tratamentode saúde.

A direção do SindSaúde enviouofícios às Secretarias da Saúde e daAdministração exigindo medidasurgentes, como a abertura de pro-cesso administrativo e o imediatoafastamento de Renato Marin dafunção até a apuração dos fatos.

Intransigência de Xavierestimula assédio moral e agressão

Campanhade mídia

Além de mobilizar osservidores na defesa dosseus direitos, o SindSaúdetambém está promovendocampanha para levar àpopulação a luta da catego-ria.

foto rosane.jpg

Além dos outdoors, oSindSaúde também temveiculado por emissoras derádio de diversas cidades,mensagens para denunciaros descontos ilegais e odesrespeito contra osservidores.

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O Conselho Estadual de Saúde (CES), que estava reu-nido e aprovou Moção de Apoio aos servidores. A mo-ção também repudia a atitude do secretário Cláudio Xa-vier, de implantar descontos nos salários.

Uma solução proposta pelo SindSaúde/PR foi a apro-vação de emenda para anular as faltas imputadas injusta-mente a servidores. A emenda seria proposta ao projetode lei que fixa os índices de reajustes ao funcionalismo.A servidora da saúde e deputada estadual Rosane Ferreira(PV) acolheu a emenda e a apresentou. Sofreu muita pres-são por parte do governo, mas manteve firme sua posi-ção.

A sessão legislativa de 10 de maio apreciaria esta e asdemais emendas. Prevendo a derrota, o governo esvaziouo plenário e a votação foi adiada.

Nessa mesma segunda-feira, pela manhã, os servido-res do Lacen paralisaram as atividades por duas horas,em protesto contra os descontos e pela jornada de 20horas semanais.

A emenda foi reapresentada pela deputada Rosane emplenário, no dia 15. Foi rejeitada por 25 a 23.

O resultado da votação assustou o governo, que nãoesperava que fosse tão apertado. Mostramos que nossaluta tem apoio e precisamos mantê-la firme.

Desde novembro do ano passado a direção tem per-manecido três tardes por semana nos gabinetes de diver-sos deputados, especialmente os aliados do governo, paraconvencê-los sobre a jornada específica da saúde.

Nos meses de março, abril e maio, o trabalho foiestendido para abrir negociações com a Casa Civil, a Se-cretaria da Administração, a Procuradoria Geral do Esta-do e o vice-governador.

Houve muita conversa, mas nenhuma proposta con-creta. Diante disto, o sindicato organizou para 10 de abrilo início da campanha pela implantação do PCCS da Saú-de. Com a negociação do Plano de Cargos, Carreiras eSalários exclusivo dos servidores da saúde o propósitoera resolver as distorções do atual PCCS e regulamentaras jornadas de trabalho.

Pela manhã, a categoria promoveu mobilização nafrente da Secretaria da Saúde. Uma comissão procurou osecretário ou algum dirigente da Sesa para abrir o diálo-go, sem sucesso.

À tarde, os servidores tomaram as galerias da Assem-bléia Legislativa e a diretora do SindSaúde GrazielaSternheim usou a tribuna para denunciar a situação dasaúde. Falou da pressão sobre os servidores e pediu aosdeputados a formação de uma comissão para ajudar nasnegociações com o governo.

A resposta do secretário Cláudio Xavier veio com aimputação de faltas nos dias 29 e 30 de março dos servi-dores que resistissem para manter as jornadas até 30 ho-ras.

A categoria manteve a mobilização e em 18 de abrilrealizou assembléia concorrida na quadra de esportes na

frente da Sesa. Fez breve manifestação na Secretaria daSaúde, protocolou no Conselho Estadual de Saúde o pe-dido para se investigar despesas questionáveis da saúde.

Para a tarde foi conseguida uma reunião com o vice-governador Orlando Pessuti. A direção sindical e repre-sentantes dos Hospitais São Sebastião, da Lapa, AdautoBotelho, Lacen, IASP e Hemepar expuseram a ele todo oproblema.

Pessuti entendeu que a natureza do trabalho em saú-de é fator para justificar jornada especifica. Compreen-deu também que o Decreto 4345/05 fere leis federais. Aconclusão de Pessuti é óbvia – enfim alguém do governopercebeu: o assunto precisa de discussão para se encon-trar uma solução negociada.

Novamente a categoria lotou as galerias do legislati-vo para defender seus direitos. Deputados de vários parti-dos apoiaram a reivindicação e compreenderam que ateimosia do secretário não é boa política.

Nesse período, diariamente dirigentes sindicais e ser-vidores da saúde estiveram na Assembléia Legislativa con-versando com deputados governistas e da oposição paraexpor a luta dos servidores e pedir apoio.

No dia 26 de abril o sindicato organizou manifesta-ção na entrada da Secretaria de Saúde contra o descontosalarial que atingia cerca de 600 servidores.

Em vigília, servidores defendem jornada e PCCS da saúde

Servidores da saúde mostram que a categoria é de luta

Em 18 de abril os servidores realizaram importante assembléia

Servidores compareceram para fiscalizar os deputados

O Lacen realizou protesto de 2 horas contra os descontos

Durou cerca de duas horas e meia areunião entre a direção do SindSaúde ea secretária da Administração MariaMarta Lunardon. Iniciada por volta das17 horas de 16 de maio, a audiência foinoite adentro.

A conversa mostrou que setores dogoverno têm interesse em romper o véuda intransigência. Até então, o únicodiálogo havido no Executivo fora como vice-governador Orlando Pessuti, quese dignou a ouvir a posição da catego-ria sobre a jornada.

Posição do SindSaúdePara buscar uma solução ao impas-

se, a direção sindical apresentou à se-cretária todos os argumentos em favordos servidores. Reafirmou a leis fede-rais, deliberações, portarias, resoluções

e decisões judiciais que os respaldam.Cobrou a realização de estudos sobreas condições de trabalho na saúde, querevelariam as funções desempenhadasem locais insalubres, penosos ou peri-gosos, conforme prevê a Lei 13.666/02.

As dirigentes do SindSaúde contes-taram a absurda posição do governode punir servidores para depois nego-ciar; que seria sensato iniciar pela ne-gociação. A postura adotada pelo go-verno tem levado chefias a abusar doautoritarismo, multiplicando os casos deassédio moral e de licenças médicas.

Posição do governoA secretária da Administração afir-

mou que fará um levantamento da situ-ação e de quem é quem na Secretariada Saúde. Ela inclusive solicitou que

fossem denunciados os casos de des-caso e de abuso de chefias.

Por causa desta situação, a folhade pagamento da Saúde teve seu fe-chamento retardado. Maria Marta dis-se que está se reunindo diariamentecom setor de Recursos Humanos daSesa para ter segurança do cenário e,no seu entender, evitar injustiças.

Firmes na lutaEmbora a secretária não tenha ace-

nado com a suspensão dos descon-tos, o encontro foi importante paraabrir o diálogo. Com nossa mobiliza-ção, vencemos a intransigência. Pre-cisamos nos manter firmes na luta paraque ocorram negociações efetivas.Nova reunião deverá ocorrer nos pró-ximos dias.

Mobilização faz governo abrir diálogo