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Reforma da Previdência: Aposentadoria fica, Temer sai! POR QUE SOMOS conTrA?

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Reforma da Previdência:

Aposentadoria fica, Temer sai!

PoR que

somos conTrA?

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reforma da Previdência: por que somos contra?

registros do 15M, dia nacional de paralisação contra a reforma da Previdência, em curitiba

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Editorial

O governo Temer, ilegítimo e impopular, tem uma tarefa bastante clara: en-quanto tiver condições mínimas de sustentação, deve garantir as medidas de ajuste fiscal para “resolver” os problemas de caixa do país, que supostamente

tem um problema de gastar mais do que arrecada. Exemplos disso são a PEC 241/55, aprovada pelo Congresso no fim do ano passado, e as Reformas da Previdência e Trabalhista, em trâmite atualmente.

Devemos ter claro que esse não é o problema do país e que não é retirando direitos dos(as) trabalhadores(as) que resolveremos a vida da população. Aliás, outras reformas já foram feitas com esse objetivo (ou com essa desculpa), como a Reforma da Previ-dência de 2003, sob o governo Lula, e está claro que não é assim que garantiremos um Estado que responda às nossas necessidades. Ao contrário, isso melhora a situação dos banqueiros e dos patrões, que se beneficiam com um Estado com menos atenção às áreas sociais e com o desmonte de direitos.

Para barrar a Reforma da Previdência posta pelo governo Temer (PEC 287) e garantir a manutenção de direitos duramente conquistados, devemos mobilizar os(as) trabalha-dores(as), ocupar as ruas e fazer uma greve que paralise a produção do país. Para isso, devemos ter disposição de unidade com todos e todas dispostos(as) a lutar contra esses ataques. O dia 15 de março foi um primeiro passo importante para, a nível nacional, ensaiar uma resposta unitária e massiva, mas é preciso uma mobilização maior.

A presente cartilha é, ao mesmo tempo, um esforço de levar a cada trabalhador e a cada trabalhadora da categoria informações mais precisas sobre a Reforma da Previ-dência – papel que a mídia tradicional não cumpre dado o seu engajamento às posturas patronais – e um convite à luta. Somente nossa mobilização pela base será capaz de derrotar o governo Temer e esse Congresso conservador.

Como aprendemos no dia 15 de março:

Aposentadoria fica, Temer sai!

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reforma da Previdência: por que somos contra?

Você sabe o que é a Previdência Social?

Como uma espécie de poupança ou seguro, a Previdência Social é aquela ajuda para as horas difíceis: doença, invalidez, acidente, prisão, morte e velhice. Seu sistema tem o objetivo de garantir renda ao(à) trabalhador(a) e à sua família

em casos emergenciais, além de proteger a maternidade, após parto ou adoção, e de amparar o(a) desempregado(a).

A Previdência e outros direitos sociais são uma conquista sua, e de todos(as) os(as) trabalhadores(as)! O direito à aposentadoria, pensão por morte, licença-maternidade e outros benefícios está garantido pela Constituição de 1988, nos artigos 194 e 195. Mas, como veremos mais adiante, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) quer mudar isso, reduzindo o acesso da população aos seus direitos.

Tipos de regimeA Previdência Social é composta, hoje, por dois tipos de regime: o Regime Geral de Pre-vidência Social (RGPS) e os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS).

O RGPS é mantido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e é destinado aos(as) empregados(as) das empresas, aos(as) empregados(as) domésticos(as), aos(as) contribuintes individuais – autônomos(as) e empresários(as) – aos(as) facultativos(as), e aos(as) microempreendedores(as) individuais, aos(as) servidores(as) públicos(as) ocu-pantes exclusivamente de cargo em comissão, entre outros(as).

Os RPPS são destinados aos(as) servidores(as) públicos(as) e militares.

Modalidades de AposentadoriaHoje, existem três tipos de aposentadoria no sistema previdenciário brasileiro: por ida-de, por tempo de contribuição e por invalidez. Além desses, há a aposentadoria espe-cial, um caso específico da aposentadoria por tempo de contribuição. Ela é destinada aos(as) trabalhadores(as) sujeitos(as) a atividades em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física, e também às pessoas com deficiência.

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Na modalidade da aposentadoria por idade, o RGPS estabelece apenas a idade mínima para aposentadoria, mas os RPPS também contam com uma ida-de máxima, para fins de aposentadoria compulsória.

ImportânciaA Previdência Social faz parte de uma pasta maior, chamada Seguridade So-cial. Também a integram as áreas da Saúde e da Assistência Social. A Seguri-dade Social é um direito humano inalienável – que não pode ser vendido ou concedido.

Resultado de quase um século de luta da classe trabalhadora, a Previdência Social é defendida por organizações internacionais e instituições supranacionais, como:

Organização Internacional do Trabalho (OIT); Associação Internacional de Seguridade Social (AISS); Organização Iberoamericana de Seguridade Social (OISS); Conferência Interamericana de Seguridade Social (CISS).

A Previdência Social ajuda a diminuir a pobreza, construindo uma sociedade com mais justiça e bem-estar social. O pagamento dos benefícios estimula a economia e é essencial para redistribuir renda e manter a segurança social de milhões de famílias.

Com seus benefícios e seguros, os recursos da Previdência movimentam a eco-nomia de milhares de cidades. Em 3.996 municípios brasileiros, o pagamento de benefícios do RGPS chegou a ultrapassar os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) – que são recursos vindos do governo federal – em 2012. Isso representa 71,8% do total de cidades.

Em 2015, a Previdência (urbana e rural) beneficiou diretamente mais de 32 milhões de famílias (ou cerca de 106 milhões de pessoas, considerando uma família com 3,34 membros). Isso é metade da população brasileira! Também nesse ano, 86% dos(as) ido-sos(as) foram cobertos(as) pela proteção da aposentadoria. Para a imensa maioria de-les(as), o benefício representava a principal fonte de renda.

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Reforma da Previdência

A equipe econômica do ilegítimo presidente Michel Temer, chefiada pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles, está impondo uma Reforma da Previdência que, na prática, vai negar o acesso de milhões de brasileiros(as) à aposentadoria.

Através da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, o governo vai esta-belecer a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, igualando o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) aos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), e aumentar o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos. E, para quem quiser se aposentar com valores integrais, o tempo de contribuição deverá ser de 49 anos – algo impraticável diante da realidade da classe, que trabalha a vida toda sem ter os direitos trabalhistas mínimos garantidos. Na prática, quem conseguir se aposentar o fará de forma proporcional.

Se a Reforma passar, não é exagero dizer que teremos que trabalhar até morrer. Isso porque a expectativa de vida dos(as) trabalhadores(as) é muito próxima da idade mínima de 65 anos e porque o texto da PEC 287 prevê que 65 anos é apenas um pon-to de partida. Caso a expectativa de vida média do(a) brasileiro(a) aumente, também aumentará a idade mínima para aposentadoria! É possível, portanto, que a juventude trabalhadora consiga se aposentar apenas aos 70 anos ou mais.

Além disso, as pensões por morte serão cortadas pela metade: ao invés dos atuais 100% do benefício, os(as) pensionistas receberão somente 50% do valor, mais 10% para cada dependente – filhos(as) menores de 21 anos. E, a partir de agora, o(a) trabalhador(a) não poderá mais acumular pensão por morte e aposentadoria: terá que optar por um dos direitos.

Como se não bastasse, Temer quer desvincular as pensões por morte do salário mí-nimo. O reajuste do benefício não estará mais atrelado ao reajuste do salário mínimo – portanto, será inferior. Com o passar do tempo, a inflação corroerá o valor das pensões por morte, que serão menores que a quantidade de dinheiro mínima necessária para um(a) brasileiro sobreviver – essa é a definição do salário mínimo. É um absurdo!

E as maldades não param por aí. Sabe o Benefício de Prestação Continuada (BPC), aquele auxílio pago a quem não pode trabalhar e tem renda familiar menor que ¼ do salário mínimo por pessoa ou tem mais de 65 anos de idade? O governo propõe que o benefício, além de ser desvinculado do salário mínimo, assim como a pensão por morte, só possa ser recebido por maiores de 70 anos!

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Em resumo, a PEC 287 retira direitos de todos(as) os(as) trabalhadores(as): públi-cos(as), privados(as), urbanos(as), rurais, ativos(as) e aposentados(as). Mas sabe para quem ela é especialmente cruel?

Mulheres TrabalhadorasComo já falamos antes, a Reforma da Pre-vidência vai acabar com uma política que tem o objetivo de compensar a desigualda-de social entre homens e mulheres. A PEC 287 vai abolir a diferença de cinco anos para aposentadoria por tempo de contribuição e por idade entre homens e mulheres.

Hoje, homens podem se aposentar com 60 anos de idade ou 35 de contri-buição. As mulheres, por sua vez, têm o direito de se aposentar com 55 anos de idade ou 30 de contribuição. Com as no-vas regras, todos e todas só poderão se aposentar com a idade mínima de 65 anos – a aposentadoria por tempo de contribuição será extinta.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que cerca de 47% das atuais contribuintes não conseguirão se aposentar. Em geral, serão as trabalhadoras mais precari-zadas, o que vai aumentar a demanda pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) – isso mesmo, aquele benefício que com o passar do tempo será inferior ao salário mínimo! Isso se conseguirem sobreviver até a idade de recebimento do benefício.

A diferença de cinco anos para se aposentar é uma compensação pelas duplas e até triplas jornadas de trabalho da mulher brasileira. Além do trabalho remunerado fora de casa, as mulheres ainda acumulam o trabalho doméstico e o cuidado dos filhos – fruto de uma educação machista que reafirma que cuidar dos filhos e do lar é uma obrigação feminina. Isso é a chamada divisão sexual do trabalho. Estima-se que as mulheres traba-lhem cinco horas a mais que os homens por semana.

A atual diferença de cinco anos para aposentadoria também visa compensar a desi-gualdade nos pagamentos. Mulheres recebem, em média, 30% menos que os homens ao trabalharem no mesmo cargo. Por causa do machismo, a mulher é considerada infe-rior e com menos capacidade de decisão e menos habilidade para fazer certas ativida-des, além de ser discriminada por engravidar.

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Tudo isso faz com que as chances de a mulher subir na carreira sejam menores. Agrava o quadro a baixa cobertura de creches em tempo integral. A falta de onde deixar os filhos e filhas também é um obstáculo para a mulher no mercado de trabalho.

Trabalhadoras negrasA Reforma da Previdência é ainda mais terrível para as mulheres negras e periféricas. São elas quem, histori-camente, mais sofrem: os séculos de escravidão continuam refletindo nos piores e mais precarizados postos de trabalho. A PEC 287 vem para retirar direitos trabalhistas dos quais essas mulheres nunca usufruíram.

Para se ter uma ideia, apenas 40% delas trabalha com carteira assinada. Apesar de trabalharem desde crianças, as mulheres negras, em geral, entram tardiamente no mercado formal de trabalho. No trabalho doméstico, elas são maioria: de um total de quase 6 milhões de empregadas domésticas, mais da metade é negra.

Em contrapartida, até 2014, 70% delas não tinham carteira assinada, anulan-do assim o direito à aposentadoria. A situação começou a mudar com a PEC das Domésticas, em 2015, que agora está ameaçada pelas novas reformas que estão por vir, como a reforma trabalhista.

Se as mulheres negras entram tardiamente no mercado de trabalho e apenas 40% delas têm carteira assinada, como conseguirão contribuir por 49 anos seguidos para se aposentar recebendo o valor integral do benefício?

MudançasResumimos em seis quadros as novas regras que a Reforma da Previdência Social quer impor aos(as) trabalhadores(as) brasileiros(as). Confira a dimensão dos ataques:

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Regras atuais e propostas para a aposentadoria por tempo de contribuição no Regime Geral (RGPS)

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

LIMITES ATUAIS PROPOSTA DA PEC COMENTÁRIO SINTÉTICO

IDADE Não exige. Extingue a aposentadoria exclusivamente por tempo de contribuição.

Torna mais difícil se aposentar.Elimina o diferencial de regra de aposentadoria da mulher, dos trabalhadores rurais e dos professores da educação básica.

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

35 anos – homem; 30 anos – mulher.Professores da educação básica e rurais:30 – homem;25 – mulher.

REGRA DE TRANSIÇÃO(só se aplica ao tempo de contribuição, não há transição para o valor e forma de cálculo)

Homem com 50 anos ou mais e mulher com 45 anos ou mais.Pedágio de 50% de contribuição que falta para 35 (homem) ou 30 anos (mulher).(Professores da educação básica e rurais: pedágio de 50% sobre o que falta para 30 ou 25 anos de contribuição.)

Retarda o momento da aposentadoria para todos.

Na nova regra de aposentadoria

BASE DE CÁLCULO Média de 80% dos maiores valores de contribuição.

Média de todos os valores de contribuição.

CÁLCULO DO VALOR Fator previdenciário ou Fórmula 85/95 progressiva.Vale o mais favorável.

Revoga.

VALORES MÍNIMO E MÁXIMO

Mínimo = salário mínimoMáximo = teto do RGPS.

Mínimo = salário mínimoMáximo = 100% do Salário de Benefício (SB) ou o teto

Elimina a possibilidade de aposentadorias superiores a 100% do SB.

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quADRo 2

Regras atuais e propostas para a aposentadoria por tempo de contribuição e idade nos Regimes Próprios (RPPSs)

APOSENTADORIA POR TEMPO DE

CONTRIBUIÇÃO E IDADE

LIMITES ATUAIS PROPOSTA DA PEC COMENTÁRIIO SINTÉTICO

IDADE 60 anos – homem; 55 anos – mulher.Professores da educação básica: 55 – homem;50 – mulher.

Extingue a aposentadoria por tempo de contribuição.

Torna mais difícil se aposentar.Elimina o diferencial de regra de aposentadoria da mulher e dos professores da educação básica.

TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

35 anos – homem; 30 anos – mulher.Professores da educação básica: 30 – homem;25 – mulher.

OUTROS REQUISITOS Tempo no serviço público: 10 anos. Tempo no cargo: 5 anos.

REGRA DE TRANSIÇÃO(só se aplica ao tempo de contribuição, não há transição para o valor e forma de cálculo)

Homem com 50 anos ou mais e mulher com 45 anos ou mais e ambos com pelo menos 20 anos de serviço público.Pedágio de 50% de contribuição que falta para 35 (homem) ou 30 anos de contribuição (mulher).(Professores da educação básica: pedágio de 50% sobre o que falta para 30 ou 25 anos de contribuição.)

Retarda o momento da aposentadoria para todos.

Na nova regra de aposentadoria, com a Previdência complementar

BASE DE CÁLCULO Depende da data de ingresso no serviço público.

Média de todos os valores de contribuição.

Redução no valor do benefício.

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quADRo 3

Regras atuais e propostas para a aposentadoria por idade no Regime Geral (RGPS)REGRA DE

APOSENTADORIA POR IDADE

LIMITES ATUAIS PROPOSTA DA PEC COMENTÁRIO SINTÉTICO

IDADE MÍNIMA 65 anos – homem; 60 anos – mulher.Rurais e professores da educação básica: 60 anos – homem; 55 anos – mulher.

65 anos para todos.Eliminada a redução da idade para mulheres, rurais e professores da educação básica.

Torna mais difícil se aposentar.Elimina o diferencial de idade da mulher, dos trabalhadores rurais e dos professores da educação básica.

CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA

180 contribuições(equivalente a 15 anos).

300 contribuições(equivalente a 25 anos).

Exige mais tempo de emprego registrado.

REGRA DE TRANSIÇÃO(só se aplica ao tempo de contribuição, não há transição para o valor e forma de cálculo)

Homem com 50 anos ou mais e mulher com 45 anos ou mais.Pedágio de 50% do que falta para 180 contribuições.

Retarda o momento da aposentadoria para todos.

BASE DE CÁLCULO Média de 80% dos maiores valores de contribuição.

Média de todos os valores de contribuição.

Redução no valor do benefício.

CÁLCULO DO VALOR 70% + 1% por ano de contribuição.Aplicação do Fator Previdenciário, quando mais favorável à pessoa segurada.

51% + 1% por ano de contribuição.

VALORES MÍNIMO E MÁXIMO

Mínimo = 1 Salário MínimoMáximo = 100% do Salário de Benefício (SB) ou o teto

Mínimo = 1 Salário MínimoMáximo = 100% do SB ou o teto

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quADRo 4

Regras atuais e propostas para a aposentadoria por idade nos Regimes Próprios (RPPSs)

REGRA DE APOSENTADORIA

POR IDADE

LIMITES ATUAIS PROPOSTA DA PEC COMENTÁRIO SINTÉTICO

IDADE MÍNIMA 65 anos – homem; 60 anos – mulher.Professores da educação básica: 60 anos – homem; 55 anos – mulher.

65 anos para todos.Eliminada a redução da idade para mulheres, rurais e professores da educação básica.

Torna mais difícil se aposentar.Elimina o diferencial de idade da mulher, dos trabalhadores rurais e dos professores da educação básica.

CONTRIBUIÇÃO MÍNIMA

Não tem. 300 contribuições(equivalente a 25 anos).

Passa a exigir tempo de contribuição.

OUTROS REQUISITOS Tempo no serviço público: 10 anos. Tempo no cargo: 5 anos.

Mantém.

REGRA DE TRANSIÇÃO(só se aplica ao tempo de contribuição, não há transição para o valor e forma de cálculo)

Não tem regra de transição para aposentadoria por idade.

Retarda o momento da aposentadoria para todos.

Na nova regra de aposentadoria, com a Previdência complementar

BASE DE CÁLCULO(Depende da data de ingresso no serviço público.)

Regras de integralidade e paridade mantidas para ingressantes até dez/2003

Regras mantidas para quem tem 50 anos ou mais (se homem) ou 45 anos ou mais (se mulher) na promulgação da Emenda.

Não tem perdas.

Regras extintas para quem tem menos de 50 anos (se homem) ou de 45 (se mulher) na promulgação da Emenda.

Redução no valor do benefício.

Para ingressante posterior a jan/2004: Média de 80% dos maiores valores de contribuição.

Média de todos os valores de contribuição.

CÁLCULO DO VALOR Depende da data de ingresso no serviço público.

51% + 1% por ano de contribuição.

VALORES MÍNIMO E MÁXIMO

Depende da data de ingresso no serviço público.

Mínimo = 1 salário mínimoMáximo = 100% do SB ou o teto

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quADRo 5

Regras atuais e propostas para a aposentadoria por invalidez no Regime Geral (RGPS)APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

CONDIÇÕES ATUAIS PROPOSTA DA PEC COMENTÁRIO SINTÉTICO

COBERTURA Invalidez Incapacidade permanente para o trabalho

A expressão “incapacidade para o trabalho” pode indicar tentativa de reforçar a reabilitação e evitar a aposentadoria.

VALOR 100% do Salário de Benefício (SB)

51% + 1% do SB por ano de contribuição.

Reduz o valor do benefício por invalidez.

Em caso de acidente de trabalho:= 100% do SB

MÍNIMO E MÁXIMO Limitado ao salário mínimo e ao teto de benefícios

Limitado ao salário mínimo e ao teto de benefícios

Mantém

quADRo 6

Regras atuais e propostas para a aposentadoria especial no Regime Geral (RGPS)APOSENTADORIA ESPECIAL

CONDIÇÕES ATUAIS PROPOSTADA PEC COMENTÁRIO SINTÉTICO

COBERTURA Pessoas com deficiência:a) por idade (60 anos, homens; e 55, mulheres); eb) por tempo de contribuição, em três níveis, dependendo do grau da deficiência (homens: 33 anos, 29 ou 25; mulheres: 28 anos, 24 ou 20).Trabalhadores em atividades prejudiciais à saúde ou à integridade física: 15, 20 ou 25 anos de contribuição.

Requisitos para aposentadoria:a) idade mínima: pelo menos 55 anos; eb) tempo de contribuição: pelo menos 20 anos.

Retira a característica de ameaçar integridade física como condição para a aposentadoria especial.Diminui a antecipação da aposentadoria desses casos.

VALOR 100% do Salário de Benefício (SB). Calculado conforme regra geral, isto é, 51% do SB + 1% por ano de contribuição.

Reduz o valor do benefício.

MÍNIMO E MÁXIMO

Limitado ao salário mínimo e ao teto de benefícios

Limitado ao salário mínimo e ao teto de benefícios

Mantém

Fonte: DIEESE – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos

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reforma da Previdência: por que somos contra?

regras de Transição

Bom, agora que já vimos que o impacto vai ser grande, e não vai poupar nenhuma categoria de trabalhadores(as), você quer saber: quem escapa? Somente quem ti-ver dado a entrada na aposentadoria até o momento da sanção da PEC 287 por

Temer, caso ela seja aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.Se a PEC 287 começar a valer, homens com 50 anos ou mais e mulheres com 45 anos

ou mais passarão pelas regras de transição – os(as) mais jovens serão integralmente submetidos(as) às novas regras.

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PedágioAs regras de transição serão uma espécie de pedágio que também adiará o direito à aposentadoria. Será cobrado 50% sobre o tempo que falta para o(a) trabalhador(a) se aposentar pelas regras atuais.

Exemplo:Se faltam dois anos para a aposentadoria de acordo com as regras atuais, o(a) traba-

lhador terá de contribuir um ano a mais.2 anos + 50% (1 ano) = 3 anos

A reforma ignora as regras de transição atuais, quebrando contratos já estabelecidos com a classe trabalhadora. A PEC acaba com os direitos adquiridos dos(as) trabalhado-res(as). E o nome disso é calote!

E a regra de transição sequer é um paliativo. Apesar do nome, ela permite apenas que o(a) trabalhador(a) consiga se aposentar antes dos 65 anos, mas o valor da aposen-tadoria passa a ser proporcional em relação aos anos não trabalhados. Por exemplo: você tem 53 anos e iria se aposentar integralmente aos 55 anos. Agora, adicionando um ano a mais (50%), você se aposentaria com 56 anos – antes dos 65. Mas o valor não será integral, sua aposentadoria passará a ser proporcional.

Se o que nos caracteriza como trabalhadores(as) é depender exclusivamente da venda da nossa força de trabalho, quem pode abrir mão de uma parcela significativa de seus proventos? Na prática, a maior parte dos(as) trabalhadores(as) que se encaixam na regra de transição também terão de trabalhar até muito tarde.

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reforma da Previdência: por que somos contra?

Falso DéficitVocê já deve ter ouvido falar em déficit da Previdência. Este é o principal argumento do governo para justificar a Reforma. A gestão Temer ainda é apoiada pela imprensa, que sustenta o discurso de que é preciso equilibrar os cofres públicos cobrando a conta dos(as) trabalhadores(as).

Fonte: ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil

Para convencer a população de que existe um rombo nos cofres previdenciários, o governo faz uma “manobra matemática”: considera apenas as receitas da Previdência, ignorando que ela está embaixo do “guarda-chuva” da Seguridade Social, junto com a Saúde e a Assistência Social.

PREvIDêNCIA

seguridade social SAúDE

ASSISTêNCIA SOCIAL

UNIvERSALISTA

CONTRIBUTIvA SEGURADOS

DIREITO DE TODOS

DESTINADA A qUEM PRECISAR

SiSTEMA DE ProTEção SociAl brASilEiro

constituição de 1988

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Como a Previdência é financiada?

A Seguridade Social – da qual fazem parte a Previdência Social, a Saúde e a Assis-tência Social – está prevista no artigo 195 da Constituição Federal e é financiada por toda a sociedade. Os recursos vêm dos orçamentos da União, dos Estados, do

Distrito Federal, dos Municípios e das contribuições sociais (impostos e tributos).Essa grande pasta é custeada pelas contribuições previdenciárias obrigatórias. Seu

sistema de arrecadação é tripartite – ou seja, sustentado por três pilares, como um tripé. Trabalhador(a), empregador(a) e governo são responsáveis pelos recursos. Sabe o PIS, o Pasep e o Cofins? São impostos destinados por lei para sustentar a Seguridade Social.

Para alegar que existe um “déficit”, o governo considera somente o desconto em folha dos(as) trabalhadores(as) e a contribuição do(a) empregador(a), deixando de fora a contribuição do governo – o dinheiro proveniente de todos esses impostos: CSLL, CSSP, Cofins, Pis, Simples.

FinAnciAMEnTo DA SEguriDADE SociAl

fOLhA DE SALÁRIOS

fontes de financiamento

REC/fATURAMENTO

CONCURSOS PROGNóSTICOS

LUCRO

COMPETêNCIA RESIDUAL

CONTRIBUIÇÃO DA UNIÃO

IMPORTAÇÃO

cotas de previdência

Fonte: ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil

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reforma da Previdência: por que somos contra?

O cálculo correto, utilizando todas as fontes de receita definidas na Constituição para financiar a Seguridade Social, desmonta a mentira da turma do Temer.

Na verdade, a Seguridade Social recebe mais do que gasta. Ou seja, goza de supe-rávit. Em 2015, último cálculo feito pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), “sobraram” R$ 11,17 bilhões nos cofres da Seguridade Social – a conta ficou “no azul”.

A Seguridade Social é historicamente superavitária. Veja:

R$ BILhõES 2012 2013 2014 2015RECEITAS 595,8 651,1 687,8 694,2

PROG. SOCIAIS 513,0 574,7 632,1 683,1

suPerÁVit 82,8 76,4 55,7 11,1

sequenciA DE SuPEráViTS

Fonte: Fonte: ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil

csllContribuição Social

Sobre o Lucro Líquido

cssPContribuições de

Empregados e Empregadores

Plano de seguridade Social do Servidor

Público

cofinsContribuição para o Financiamento da Seguridade Social

Quais são as fontes de financiamento da Previdência?

Pis Programa de Integração

Social, que financia o seguro-desemprego

simplesSistema Integrado de

Pagamento de Impostos e Contribuições

Dívida PúblicaA Reforma da Previdência vai ser uma verdadeira barbaridade para a classe trabalha-dora. No entanto, será muito boa para o mercado financeiro. Vamos entender por quê.

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Já falamos sobre os impostos criados para sustentar a Seguridade Social. O que você ainda não sabe é que eles foram destinados para o pagamento de juros da dívida pública, aquela que o governo mantém com os banqueiros e investidores. Isso acontece via DRU, que explicaremos a seguir, e através de dois outros mecanismos: isenção de impostos para grandes empresas (com o falso argumento de que isso manterá empregos) e garantia do superávit primário, que é a destinação das verbas públicas para a amortização da dívida.

Mas no que consiste a dívida pública? São os empréstimos contraídos pelo Estado junto a instituições financeiras públicas ou privadas, no mercado financeiro interno ou externo, bem como junto a empresas, organismos nacionais e internacionais, pessoas ou outros governos.

Somente em 2015 foram desembolsados mais de R$ 501 bilhões para o pagamento de juros da dívida pública. O governo usa o dinheiro que financia a Seguridade Social para pagar banqueiros e megaempresários, e ainda alega que a Previdência Social é deficitária. É mole?

E o mais grave sobre tais empréstimos, sobre os quais a população nunca decidiu, é o seguinte: o pagamento não diminui o saldo devedor. Todo esse valor, que significa a miséria e a morte de uma parcela significativa da nossa classe, apenas amortiza parte dos juros da suposta dívida. Trata-se de uma dívida impagável e ilegítima, com o objeti-vo de subtrair os recursos do país para o capitalismo central.

DRuOutra artimanha usada pelo Governo para ‘minguar’ a Seguridade Social foi a ampliação da DRU (Desvinculação de Receitas da União).

A DRU é um mecanismo que permite ao governo usar livremente parte de todos os tri-butos federais vinculados por lei a fundos ou despesas. A principal fonte de recursos da DRU são as contribuições sociais, que correspondem a cerca de 90% do montante desvinculado.

Na prática, a DRU permite que o governo aplique os recursos destinados a áreas como Educação, Saúde e Previdência Social em qualquer despesa considerada primária. Despesas primárias são aquelas que alteram o endividamento do governo. Nelas está incluído o pagamento de juros da dívida pública. É assim que o governo tira dinheiro da Previdência para beneficiar o mercado financeiro!

Quase um terço das fontes de financiamento dos gastos e investimentos sociais já foi des-viado para o pagamento de juros, despesas financeiras, desonerações aos empresários e para a concessão de subsídios àqueles que não precisam – como empresários ricos, por exemplo.

Se a Previdência não tem recursos, porque o Governo se permite fazer esmola com o chapéu alheio?

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reforma da Previdência: por que somos contra?

contriBuiÇÕes sociais (r$ bilhões)

2012 2013 2014 2015

Cofins 36,3 39,9 39,2 40,2

CSLL 11,5 12,5 12,6 11,9

Pis/Pasep 9,5 10,2 10,4 10,6

Outras contribuições sociais 0,8 0,8 1,0 1,1

total 58,1 63,4 63,2 63,8

DESVinculAção DAS rEcEiTAS DA união (Dru)

A PEC 31/2016 prorrogou em 24/08 a DRU até 2023 e ampliou de 20% para 30%Permite desvincular cerca de R$ 120 bilhões de contribuições sociais em 12 meses...

Fonte: ANFIP – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil

Alternativas Populares

Agora que já vimos que o chamado déficit ou rombo da Previdência é uma farsa, o que a classe trabalhadora propõe para melhorar a gestão e o financiamento dos cofres previdenciários?

Em junho de 2016, as centrais sindicais propuseram nove sugestões ao governo Temer:

1. Revisão ou fim das desonerações das contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento das empresas;

Só em 2015, a União deixou de receber mais de R$ 157 bilhões que deveriam ter ido para a Previdência Social devido à política de renúncias e desonerações fiscais, de acordo com a professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Gentil.

2. Revisão das isenções previdenciárias para entidades filantrópicas; Com essas isenções, a Previdência deixa de ter uma fonte de arrecadação. Apenas em 2016, foram mais de R$ 69 bilhões de renúncias previdenciárias. O

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que é isto? São as isenções e reduções de alíquotas a diversos setores, como o agronegócio exportador, a filantropia nas áreas da saúde e educação, o micro e pequeno empresário, entre outros, além da desoneração da folha de salários. Nestes setores, apesar de pagarem menos ou bem menos, todos os(as) trabalha-dores(as) se aposentam igual aos(as) demais.

3. Alienação de imóveis da Previdência Social e de outros patrimônios em desu-so, por meio de leilão;

Dessa forma, os imóveis “ociosos” seriam convertidos de dinheiro parado para receitas.

4. fim da aplicação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) sobre o orçamento da Seguridade Social;

Esse mecanismo permite que o governo retire dinheiro da Seguridade Social e use para outros fins, como pagamento de juros da dívida pública. Antes da gestão ilegí-tima de Michel Temer, o percentual de desvinculação era de 20%. Após aplicação do seu pacote de maldades, Temer conseguiu ampliar esse percentual para 30%.

5. Criação de Refis para a cobrança dos R$ 236 bilhões de dívidas ativas recupe-ráveis com a Previdência Social;

O plano de regularização tributária devolveria aos cofres da Previdência o que as empresas sonegaram. Apenas em 2015, as dívidas previdenciárias das empresas ultrapassaram os R$ 350 bilhões.

6. Melhoria da fiscalização da Previdência Social, por meio do aumento do nú-mero de fiscais em atividade e aperfeiçoamento da gestão e dos processos de fiscalização;

Essa medida teria o objetivo de reduzir a sonegação fiscal, contribuindo para a sustentabilidade da Seguridade Social.

7. Revisão das alíquotas de contribuição para a Previdência Social do setor do agronegócio;

Apesar da importância econômica do setor, os empresários do agronegócio de-vem contribuir mais. Hoje, a previdência rural arrecada cerca de R$ 7 bilhões e paga algo como R$ 90 bilhões em aposentadorias e pensões. Só em 2016, o go-verno renunciou a R$ 70 bilhões, de acordo com o presidente da Anfip (Associa-ção Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil).

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reforma da Previdência: por que somos contra?

8. Destinação à Seguridade e/ou à Previdência das receitas fiscais oriundas da regulamentação dos bingos e jogos de azar, em discussão no Congresso Na-cional;

Tal regulamentação traria mais fontes de recursos para os cofres previdenciários.

9. Recriação do Ministério da Previdência Social. O ministério responsável pela política de previdência foi “anexado” ao Ministério

da Fazenda quando o ilegítimo presidente Michel Temer tomou o poder.

TAxAÇÃO DE GRANDES fORTUNAS

AUDITORIA DA DívIDA PúBLICA

outras alternativas que beneficiam a classe trabalhadora:

IMPOSTO PROGRESSIvO PARA IPTU

como barrar a reforma da Previdência – PEc 287?

não aceitaremos nenhum direito a menos!A principal forma de barrar esse e outros ataques que virão pela frente é com muita luta. É necessário somar forças com todos(as) dispostos(as) a resistir. Devemos estar unidos(as) e prontos(as) a ocupar as ruas contra essa Reforma e fazer uma greve que

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paralise a produção do país!As centrais sindicais – CSP Conlutas,

CUT, Força Sindical, CGTB, NCST, Intersin-dical, CSB, UGT e CTB – estão unificadas para lutar contra a Reforma da Previ-dência e a retirada em massa de direitos trabalhistas. Fique ligado e se informe sobre as datas eleitas para greve geral!

Paralise suas atividades nos dias de mobilização! Participe dos atos de rua, das formações e reuniões que estão sendo realizadas para conscientizar os(as) tra-balhadores sobre os impactos do desmonte da aposentadoria!

Em diversas cidades, estão sendo realizadas audiências públicas para discutir os efeitos da PEC 287. Informe-se junto ao sindicato que representa a sua categoria e participe dos eventos.

Use as redes sociais a favor de seus direitos! Compartilhe informações sobre a Re-forma da Previdência no Facebook, conscientize sua família e amigos(as) nos grupos de WhatsApp! O governo tem a grande imprensa como aliada, portanto, nós, trabalhado-res(as), devemos nos unir para combater o discurso da direita!

Pressione ParlamentaresAlém da nossa mobilização, que é a nossa principal arma, temos que colocar os políticos contra a parede. Os(as) mandatários(as) do Legislativo Federal – deputados(as) e senado-res(as) – foram eleitos(as) para propor e votar leis que defendam os interesses da população dos estados que representam. À medida que dificulta o acesso à aposentadoria, a PEC 287 é ruim para quem elegeu os(as) ocupantes do Congresso Nacional.

A reforma será votada em dois turnos (duas votações) na Câmara dos Deputados e em dois turnos no Senado Federal. Pressione os(as) parlamentares dessas casas! Pesqui-se quem são os deputados(as) e senadores(as) de seu estado e envie e-mails, pedindo que votem contra a PEC 287!

expedienteJornalista responsável Celsina Alves Favorito (Reg. Prof. 1205/PR) redação Carla Cobalchini, Carlos Pegurski, Luisa Nucada e Silvia Cunha Projeto gráfico Ctrl S Comunicação (www.ctrlscomunicacao.com.br) impressão Gráfica Mansão tiragem 1.000 exemplares.

FontesAprendendo com a Previdência Social, cartilha do Ministério da Previdência Social Acorde! Mudança na Previdência vai piorar sua vida, cartilha da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)Benefícios Previdência Social, cartilha da ANFIPA minimização da Previdência Pública, nota técnica do Dieese

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