lei aprovada - pddua sem anexos

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LEI COMPLEMENTAR N 434 Dispe sobre o desenvolvimento urbano no Municpio de Porto Alegre, institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre e d outras providncias.

PARTE I DO DESENVOLVIMENTO URBANO AMBIENTAL

TTULO I DOS PRINCPIOS

Art. 1 A promoo do desenvolvimento no Municpio de Porto Alegre tem como princpio o cumprimento das funes sociais da cidade e da propriedade urbana, nos termos da Lei Orgnica, garantindo: Ia gesto democrtica, participativa e descentralizada; II a promoo da qualidade de vida e do ambiente, reduzindo as desigualdades e a excluso social; III - a integrao das aes pblicas e privadas atravs de programas e projetos de atuao; IV - o enriquecimento cultural da cidade pela diversificao, atratividade e competitividade; V - o fortalecimento do papel do Poder Pblico na promoo de estratgias de financiamento que possibilitem o cumprimento dos planos, programas e projetos em condies de mxima eficincia; VI - a articulao das estratgias de desenvolvimento da cidade no contexto regional metropolitano de Porto Alegre; VII - o fortalecimento da regulao pblica sobre o solo urbano mediante a utilizao de instrumentos redistributivos da renda urbana e da terra e controle sobre o uso e ocupao do espao da cidade; VIII - a integrao horizontal entre os rgos e Conselhos Municipais, promovendo a atuao coordenada no desenvolvimento e aplicao das estratgias e metas do Plano, programas e projetos. Art. 2 O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental incorpora o enfoque ambiental de planejamento na definio do modelo de desenvolvimento do Municpio, das diretrizes e das estratgias para a execuo de planos, programas e projetos, enfatizando a participao popular, a sustentabilidade econmica, social e ambiental.

TTULO II DAS ESTRATGIAS

Art. 3 O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental o instrumento bsico de definio do modelo de desenvolvimento do Municpio e compe-se de sete estratgias, quais sejam: IEstratgia de Estruturao Urbana; II Estratgia de Mobilidade Urbana; III Estratgia de Uso do Solo Privado; IV Estratgia de Qualificao Ambiental; VEstratgia de Promoo Econmica; VI Estratgia de Produo da Cidade; VII - Estratgia do Sistema de Planejamento. Pargrafo nico. Para a implementao de polticas, programas e projetos, pblicos ou privados, sero adotadas as diretrizes das estratgias correspondentes. CAPTULO I Da Estruturao Urbana

Art. 4 A Estratgia de Estruturao Urbana tem como objetivos gerais promover a estruturao do espao na cidade e a integrao metropolitana. Pargrafo nico. A implementao da Estratgia de Estruturao Urbana darse- a partir da conceituao, identificao e classificao dos elementos referenciais do espao urbano, existentes ou potenciais, e das suas conexes, valorizando prioritariamente o espao pblico e, ainda, a proposio de projetos articulados com os municpios da Regio Metropolitana. Art. 5 Constituem a Estratgia de Estruturao Urbana: IPrograma de Espaos Abertos, que prope a implementao de um sistema de espaos referenciais articulados, edificados ou no, de abrangncia local, urbana ou regional, caracterizados pelo uso coletivo e pela promoo da interao social, com vistas a potencializar a legibilidade da cidade atravs do fortalecimento das centralidades e da valorizao do patrimnio ambiental: a) Integram o Sistema de Espaos Abertos todas as formas de conexo urbana que permitem viabilizar fluxos entre as diversas partes do sistema; b) Complementam o Sistema de Espaos Abertos todos os elementos que equipam o espao pblico, tais como os de infraestrutura aparente na paisagem urbana, os de mobilirio urbano e os veculos de publicidade que compem o espao visual urbano, a serem regulamentados por lei; II Programa de Integrao Metropolitana, que visa a articular o PDDUA com as aes e as polticas que envolvem os municpios da Regio Metropolitana, dando nfase s interfaces dos limites norte e leste do Municpio, prioritariamente no que se refere ao transporte, uso do solo e saneamento. Pargrafo nico. As potencialidades da estratgia esto representadas espacialmente na fig. 1.

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CAPTULO II Da Mobilidade Urbana

Art. 6 A Estratgia de Mobilidade Urbana tem como objetivo geral qualificar a circulao e o transporte urbano, proporcionando os deslocamentos na cidade e atendendo s distintas necessidades da populao, atravs de: Iprioridade ao transporte coletivo, aos pedestres e s bicicletas; II reduo das distncias a percorrer, dos tempos de viagem, dos custos operacionais, das necessidades de deslocamento, do consumo energtico e do impacto ambiental; III capacitao da malha viria, dos sistemas de transporte, das tecnologias veiculares, dos sistemas operacionais de trfego e dos equipamentos de apoio - incluindo a implantao de centros de transbordo e de transferncia de cargas; IV Plano Geral de Circulao e Transportes; Vresguardo de setores urbanos mobilidade local; VI estmulo implantao de garagens e estacionamentos com vistas reconquista dos logradouros pblicos como espaos abertos para interao social e circulao veicular. Pargrafo nico. As disposies da NBR-9050, do ano de 1994, referente Acessibilidade de Pessoas Portadoras de Deficincias, sero observadas na aplicao da Estratgia de Mobilidade Urbana, no caso de obras de construo de praas, vias pblicas, loteamentos e espaos urbanos em geral, tanto nos planos e projetos de iniciativa privada como do Poder Pblico. Art. 7 A mobilidade urbana compreende os seguintes conceitos: ISetor Urbano de Mobilidade - reas da cidade com restrio ao trfego veicular de passagem ou de travessia, em favor do pedestre, da bicicleta e do trfego local; II Corredores Virios - vias, ou conjunto de vias, de diferentes categorias funcionais ou no, com vistas a otimizar o desempenho do sistema de transporte urbano; III Sistema de Transporte Urbano - conjunto das diferentes modalidades de transporte de passageiros ou de cargas e seu inter-relacionamento com a cidade; IV Sistema de Transporte Coletivo - linhas e itinerrios operados por veculos com tecnologias para mdia e baixa capacidade de passageiros, integrados ou no com outras modalidades de transporte urbano; VSistema de Transporte Seletivo - linhas e itinerrios operados por veculos com tecnologias para baixa capacidade de passageiros sentados, servios e tarifao diferenciados, integrados ou no com outras modalidades de transporte urbano; VI Sistema de Transporte de Alta Capacidade - linhas operadas por veculos com tecnologias para grande capacidade de passageiros, integradas com outras modalidades de transporte urbano; VII - Rede de Transporte Coletivo - centros de transbordo, equipamentos de apoio e conjunto de vias, segregadas ou no, cuja natureza funcional justifique a existncia do servio ou, reciprocamente, induza ao enquadramento na classificao funcional compatvel; VIII - Rede de Transporte Seletivo - equipamentos de apoio e conjunto de vias cuja natureza funcional justifique a existncia do servio ou, 3

reciprocamente, induza ao enquadramento na classificao funcional compatvel; IX Rede de Transporte de Alta Capacidade - centros de transbordo, equipamentos de apoio e conjunto de eixos fsicos, coincidentes ou no com a malha viria bsica, onde opera o sistema de transporte de alta capacidade; XRede Cicloviria - conjunto de ciclovias integradas com o sistema de transporte urbano; XI Centros de Transbordo - terminais de integrao, de retorno ou de conexo, destinados s transferncias modais e intermodais das demandas de deslocamento de pessoas, equipados com comrcio e servios complementares; XII - Centros de Transferncia - terminais de manejo de cargas, de abastecimento, inclusive centrais de armazenamento e comercializao atacadista; XIII - Terminais de Estacionamentos - estacionamentos em reas pblicas ou privadas, destinados a substituir progressivamente os estacionamentos nos logradouros; XIV - Estacionamentos Dissuasrios - estacionamentos pblicos ou privados, integrados ao sistema de transporte urbano, com vistas a dissuadir o uso do transporte individual; XV - Estacionamentos Temporrios - estacionamentos pblicos com tarifao peridica, ao longo dos logradouros de reas de centralidade; XVI - Heliponto - local para pouso e decolagem de helicpteros, a ser regulamentado por lei. Art. 8 Constituem a Estratgia de Mobilidade Urbana: IPrograma de Transporte Coletivo, que abrange as questes fsicas, operacionais e tecnolgicas ligadas ao transporte de alta, mdia e baixa capacidades, bem como ao transporte seletivo, em suas diferentes modalidades; II Programa de Centros de Transbordo e de Transferncia, que visa qualificao dos transbordos e das transferncias modais e intermodais das demandas de deslocamento da populao e das cargas, atravs da implantao e/ou melhoramento de: a) Terminais de Integrao - que tambm constituiro centros de intercmbio urbano, com comrcio, servios e estacionamentos dissuasrios; b) Terminais de Retorno e Pontos de Conexo; c) Centro de Transferncia de Cargas do Porto Seco; d) estratificao em reas especiais junto aos eixos de carga, de centrais de abastecimento, armazenamento e comrcio atacadista, com vistas racionalizao dos servios, minimizao dos custos operacionais e integrao modal de diferentes eixos de mobilidade, tarifas e fretes. III Programa Virio, que abrange os gravames, os projetos e as obras de implementao da malha viria, inclusive das ciclovias e vias de pedestres; IV Programa de Garagens e Estacionamentos, que define a implantao de sistemas de:

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a) terminais de estacionamento em reas pblicas e privadas, destinados a substituir progressivamente os estacionamentos na superfcie dos logradouros em reas de grande centralidade; b) estacionamentos dissuasrios integrados com centros de transbordo; c) estacionamentos temporrios pblicos; d) implementao de incentivos legais construo de garagens; V - Programa de Trnsito, que corresponde ao tratamento da malha viria no que concerne ao uso das potencialidades da engenharia de trfego, com vistas sua fluidez e segurana, utilizando as tecnologias para a conservao energtica, o controle da qualidade ambiental e a prioridade ao transporte coletivo. 1 O programa referido no inciso III englobar detalhamento da Malha Viria Bsica do Municpio, devendo ser apreciado pela comunidade atravs das instncias de planejamento regional. 2 As diretrizes espaciais bsicas da estratgia esto representadas na fig.2.

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SEO I Da Malha Viria Art. 9 Malha Viria o conjunto de vias do Municpio, classificadas e hierarquizadas segundo critrio funcional, observados os padres urbansticos estabelecidos no Anexo 9. 1 Malha Viria Bsica o conjunto das vias de transio, arteriais e coletoras, constituindo o principal suporte fsico mobilidade urbana. 2 Funo da via o seu desempenho de mobilidade, considerados aspectos da infra-estrutura, do uso e ocupao do solo, dos modais de transporte e do trfego veicular. Art. 10. As vias, de acordo com os critrios de funcionalidade e hierarquia, classificam-se em: IVias de Transio(V-1) - estabelecem a ligao entre o sistema rodovirio interurbano e o sistema virio urbano, apresentando altos nveis de fluidez de trfego, baixa acessibilidade, pouca integrao com o uso e ocupao do solo, e so prprias para a operao de sistemas de transporte de alta capacidade e de cargas; II Vias Arteriais (V-2) - permitem ligaes intra-urbanas, com mdia ou alta fluidez de trfego, baixa acessibilidade, apresentando restrita integrao com o uso e ocupao do solo, e so prprias para a operao de sistemas de transporte de alta capacidade de transporte coletivo, segregado do trfego geral e de cargas; III Vias Coletoras (V-3) - recebem e distribuem o trfego entre as vias locais e arteriais, apresentando equilbrio entre fluidez de trfego e acessibilidade, possibilitando sua integrao com o uso e ocupao do solo, e so prprias para a operao de sistemas de transporte coletivo, compartilhado com o trfego geral e de transporte seletivo; IV Vias Locais (V-4) - promovem a distribuio do trfego local, apresentando baixa fluidez de trfego, alta acessibilidade, caracterizandose pela intensa integrao com o uso e ocupao do solo, podendo ter seu trmino em "cul de sac" a critrio do Sistema Municipal de Gesto do Planejamento - SMGP; VCiclovias (V-5) - vias com caractersticas geomtricas e infraestruturais prprias ao uso de bicicletas; VI Vias Secundrias (V-6) - ligaes entre vias locais, exclusivas ou no para pedestres; VII - Vias para Pedestres (V-7) - logradouros pblicos com caractersticas infra-estruturais e paisagsticas prprias de espaos abertos exclusivos aos pedestres. Pargrafo nico. As caractersticas funcionais, geomtricas, infra-estruturais e paisagsticas das vias integrantes da malha viria observam os padres urbansticos estabelecidos no Anexo 9.

CAPTULO III Do Uso do Solo Privado

Art. 11. A Estratgia de Uso do Solo Privado tem como objetivos gerais disciplinar e ordenar a ocupao do solo privado, atravs dos instrumentos de 6

regulao que definem a distribuio espacial das atividades, a densificao e a configurao da paisagem urbana no que se refere edificao e ao parcelamento do solo. 1 A Estratgia de Uso do Solo Privado composta pelo Plano Regulador, que apresentado na Parte III desta Lei. 2 Constitui tambm forma de regulao da paisagem urbana a avaliao de Projetos Especiais com normas prprias. Art. 12. O programa correspondente Estratgia de Uso do Solo Privado o Programa de Gerenciamento do Plano Regulador, que engloba o conjunto de procedimentos de natureza tcnica, legal e administrativa para viabilizar um processo de planejamento dinmico, participativo, ancorado numa estrutura administrativa capaz de responder a estes objetivos. Pargrafo nico. As normas componentes desta estratgia esto representadas nos Anexos.

CAPTULO IV Da Qualificao Ambiental

Art. 13. A Estratgia de Qualificao Ambiental tem como objetivo geral qualificar o territrio municipal, atravs da valorizao do Patrimnio Ambiental, promovendo suas potencialidades e garantindo sua perpetuao, e da superao dos conflitos referentes poluio e degradao do meio ambiente, saneamento e desperdcio energtico. 1 O Patrimnio Ambiental abrange os Patrimnios Cultural e Natural. 2 Os espaos representativos do Patrimnio Ambiental devem ter sua ocupao e utilizao disciplinadas de forma a garantir a sua perpetuao, nos termos da Parte II. Art. 14. Integra o Patrimnio Cultural, para efeitos desta Lei, o conjunto de bens imveis de valor significativo - edificaes isoladas ou no -, ambincias, parques urbanos e naturais, praas, stios e paisagens, assim como manifestaes culturais - tradies, prticas e referncias, denominados de bens intangveis -, que conferem identidade a estes espaos. Pargrafo nico. As edificaes que integram o Patrimnio Cultural so identificadas como Tombadas e Inventariadas de Estruturao ou de Compatibilizao, nos termos de lei especfica, observado que: Ide Estruturao aquela que por seus valores atribui identidade ao espao, constituindo elemento significativo na estruturao da paisagem onde se localiza; II de Compatibilizao aquela que expressa relao significativa com a de Estruturao e seu entorno, cuja volumetria e outros elementos de composio requerem tratamento especial. Art. 15. Integram o Patrimnio Natural os elementos naturais ar, gua, solo e subsolo, fauna, flora, assim como as amostras significativas dos ecossistemas originais do stio de Porto Alegre indispensveis manuteno da biodiversidade ou proteo das espcies ameaadas de extino, as manifestaes fisionmicas que representam marcos referenciais da paisagem, que sejam de interesse proteger,

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preservar e conservar a fim de assegurar novas condies de equilbrio urbano, essenciais sadia qualidade de vida. Art. 16. Para efeito desta Lei, considera-se: Itopo de morro: a rea delimitada a partir da curva de nvel correspondente a (trs quartos) de sua altitude mxima, medida em relao ao nvel do mar; II nascente ou olho d'gua: o local onde se verifica o aparecimento de gua por afloramento do lenol fretico; III talvegue: a linha de maior profundidade de um vale; IV curso d'gua: a massa lquida que cobre uma superfcie, seguindo um curso ou formando um banhado, cuja corrente pode ser perene, intermitente ou peridica; Vfaixas de Proteo de guas superficiais: as faixas de terreno compreendendo o conjunto de flora, fauna, solo e subsolo, correspondentes a nascentes, talvegues, cursos d'gua, dimensionadas de forma a garantir a manuteno do manancial hdrico; VI rvore ou conjunto de rvores imunes ao corte: os exemplares botnicos que se destacam por sua raridade, beleza, localizao, condio de porta-sementes, ameaados de extino ou de reconhecida utilidade terra que revestem, os quais sero objeto de especificao e regulamentao nos termos do pargrafo nico do art. 242 da Lei Orgnica do Municpio de Porto Alegre. Art. 17. A implementao da Estratgia de Qualificao Ambiental dar-se- atravs de: Iconceituao, identificao e classificao dos espaos representativos do Patrimnio Ambiental, os quais devero ter sua ocupao e utilizao disciplinadas; II valorizao do Patrimnio Ambiental como espaos diversificados na ocupao do territrio, constituindo elementos de fortalecimento das identidades cultural e natural; III caracterizao do Patrimnio Ambiental como elemento significativo da valorizao da paisagem e da estruturao dos espaos pblicos e, como tal, integrante do Programa de Espaos Abertos; IV promoo de aes de saneamento, de monitoramento da poluio e de otimizao do consumo energtico. Vaplicao de instrumentos urbansticos e tributrios com vistas ao estmulo proteo do patrimnio natural nas propriedades identificadas nos termos do 3 do art. 32. Art. 18. Constituem a Estratgia de Qualificao Ambiental: IPrograma de Valorizao do Patrimnio Cultural, que envolve aes e polticas que permitem identificar e classificar elementos de valor cultural, estabelecer diretrizes e desenvolver projetos com vistas ao resgate da memria cultural, tais como restaurao, revitalizao e potencializao de reas significativas, e criar ou aperfeioar instrumentos normativos para incentivar a preservao; II Programa de Proteo s reas Naturais, que prope desenvolver estudos para a identificao de espaos representativos de valor natural, com vistas a estabelecer usos sustentveis, resguardando as

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caractersticas que lhe conferem peculiaridade e envolvendo a recuperao de reas degradadas e a preservao de riscos ambientais; III Programa de Implantao e Manuteno de reas Verdes Urbanas, que envolve aes permanentes de implantao e manuteno de parques e praas, de disciplinamento da arborizao nos passeios pblicos e de criao de incentivos arborizao e ao ajardinamento em reas privadas; IV Programa de Conservao de Energia, que prope aes com vistas a garantir melhor qualidade de vida na cidade, com o mnimo de consumo energtico e a menor agresso ao ambiente, envolvendo a elaborao do Plano de Gerenciamento de Energia; VPrograma de Gesto Ambiental, que prope a elaborao do Plano de Gesto Ambiental, contendo diretrizes gerais de atuao consolidadas a partir dos planos setoriais de abastecimento de gua, esgotamento sanitrio, drenagem urbana, gerenciamento de resduos slidos e de energia e do plano de proteo ambiental, visando a estabelecer prioridades de atuao articuladas, qualificando solues e reduzindo custos operacionais no mbito das bacias hidrogrficas; VI Programa de Preveno e Controle da Poluio, que prope aes permanentes de monitoramento da qualidade do ar, da gua, do solo e do espao urbano, visando preveno, ao controle e fiscalizao das atividades potencialmente poluidoras, considerando as condies atmosfrica, hdrica, do solo, sonora e visual e a degradao do meio ambiente. Pargrafo nico. As diretrizes espaciais bsicas desta estratgia esto representadas nas figs. 3, 4 e 5:

CAPTULO V Da Promoo Econmica

Art. 19. A Estratgia de Promoo Econmica tem como principal objetivo o estabelecimento de polticas que busquem a dinamizao da economia da cidade, a melhoria da qualidade de vida e a qualificao da cidadania, atravs de aes diretas com a comunidade e com os setores produtivos, assim como a articulao com outras esferas de poder. 1 A implementao da Estratgia de Promoo Econmica dar-se- atravs de: Irevalorizao do papel de Porto Alegre como plo metropolitano; II redefinio do perfil de competitividade no Mercosul; III estmulo ao crescimento e desconcentrao econmica; IV promoo da gerao de postos de trabalho em sua relao com o lugar de residncia; Vfomento organizao e autopromoo de iniciativas empreendedoras; VI promoo de condies favorveis para produzir um melhor valor agregado atividade rural; VII garantia de condies mnimas de abastecimento e de consumo a todos; VIII - incentivo produo e socializao de conhecimento tecnolgico.

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2 O Poder Executivo dever elaborar projeto, no prazo mximo de 01 (um) ano, a partir da publicao desta Lei, como parte do Plano de Promoo Econmica, hierarquizando os Projetos Especiais de Realizao Necessria, visando a: Irenovao e revitalizao de reas comerciais tradicionais, plos de comrcio e servios e formao de novas reas comerciais; II critrios para localizao de estabelecimentos comerciais de grande porte. Art. 20. Constituem a Estratgia de Promoo Econmica: IPrograma de Dinamizao da Economia, que visa a promover o crescimento e a desconcentrao econmica; II Programa de Qualificao da Cidadania, que tem como principais metas a democratizao do conhecimento tcnico para os diversos tipos de atividades produtivas no Municpio, o incentivo a medidas que orientem para a viso de desenvolvimento sustentvel nas empresas e a oferta de alternativas de atividades para a populao de baixa renda; III Programa de Desenvolvimento Sustentvel para a Macrozona 8, que contemple, entre outras, aes e polticas de fomento produo primria, de proteo ao patrimnio natural e de saneamento ambiental, com vistas fixao das populaes rurais, ao desenvolvimento de atividades de lazer e turismo e qualificao das reas habitacionais; IV Programa de Incentivos a Investimentos, o qual criar condies de competitividade e atrao para estes. 1 Para viabilizar o programa previsto no inciso III deste artigo, o Municpio desenvolver, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data da publicao desta Lei, projetos especiais que visem a: Icadastramento das propriedades rurais, nos termos do art. 32; II cadastramento das propriedades com patrimnio natural a preservar, nos termos do art. 32; III estmulo melhoria da produtividade e rentabilidade das atividades agropecurias; IV incentivo produtividade mxima, conforme cadastramento e anlise do Poder Executivo, devendo fomentar tal atividade mediante a utilizao da poltica tributria municipal, utilizando, para tanto, a reduo das alquotas do IPTU, at a eliminao do imposto. 2 As diretrizes espaciais bsicas desta estratgia esto representadas na fig. 6.

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CAPTULO VI Da Produo da Cidade

Art. 21. A Estratgia de Produo da Cidade tem como objetivo a capacitao do Municpio para a promoo do seu desenvolvimento atravs de um conjunto de aes polticas e instrumentos de gerenciamento do solo urbano que envolvem a diversidade dos agentes produtores da cidade e incorporam as oportunidades empresariais aos interesses do desenvolvimento urbano como um todo. Pargrafo nico. A Estratgia de Produo da Cidade efetivar-se- atravs: Ida promoo, por parte do Municpio, de oportunidades empresariais para o desenvolvimento urbano; II do estmulo e gerenciamento de propostas negociadas com vistas consolidao do desenvolvimento urbano; III da implementao de uma poltica de habitao social que integre e regule as foras econmicas informais de acesso terra e capacite o Municpio para a produo pblica de Habitao de Interesse Social (HIS); IV da implementao de uma poltica habitacional para as populaes de baixa e mdia renda, com incentivos e estmulos produo de habitao. Art. 22. Para a implementao da poltica habitacional de interesse social, sero adotadas as seguintes diretrizes: Ia regularizao fundiria e a urbanizao especfica dos assentamentos irregulares das populaes de baixa renda e sua integrao malha urbana; II a democratizao do acesso terra e a ampliao da oferta de moradias para as populaes de baixa e mdia renda; III a redistribuio da renda urbana e do solo na cidade, recuperando para a coletividade a valorizao decorrente da ao do Poder Pblico. 1 No atendimento s diretrizes o Poder Pblico promover: Ia regularizao das reas de manuteno de Habitao de Interesse Social; II a proviso pblica e a diversificao de mercado na produo de Habitao de Interesse Social; III - o reassentamento e/ou a recuperao do ambiente degradado das reas ocupadas em situao de risco; IV - o estmulo a aes conjuntas dos setores pblico e privado na produo e na manuteno de Habitao de Interesse Social; V - a aplicao dos instrumentos redistributivos da renda urbana e do solo da cidade. 2 A habitao entendida como a moradia provida de infra-estrutura bsica, de servios urbanos e equipamentos comunitrios, sendo a Habitao de Interesse Social aquela destinada populao residente em ncleos de habitabilidade precria ou desprovida de poder aquisitivo familiar suficiente para obt-la no mercado. 3 Na execuo de programas habitacionais, o Municpio atender como Demanda Habitacional Prioritria (DHP) a parcela da demanda por Habitao de Interesse Social destinada populao com renda familiar igual ou inferior a 5 (cinco) salrios mnimos. Art. 23. Compem a Estratgia de Produo da Cidade: 11

IPrograma de Projetos Especiais, que busca promover intervenes que, pela multiplicidade de agentes envolvidos no seu processo de produo ou por suas especificidades ou localizao, necessitam critrios especiais e passam por acordos programticos estabelecidos com o Poder Pblico, tendo como referncia os padres definidos no Plano Regulador; II Programa de Habitao de Interesse Social, que prope a implementao de aes, projetos e procedimentos que incidam no processo de ocupao informal do solo urbano atravs da regulamentao, da manuteno e da produo da Habitao de Interesse Social, viabilizando o acesso dos setores sociais de baixa renda ao solo urbano legalizado, adequadamente localizado, considerando, entre outros aspectos, reas de risco, compatibilizao com o meio ambiente, posio relativa aos locais estruturados da cidade, em especial os locais de trabalho, e dotado dos servios essenciais; III Programa de Gerenciamento dos Instrumentos para o Desenvolvimento Urbano, que busca gerenciar os instrumentos de planejamento, monitorando o desenvolvimento urbano, potencializar a aplicao dos instrumentos captadores e redistributivos da renda urbana, bem como sistematizar procedimentos para a elaborao de projetos que viabilizem a captao de recursos; IV Programa de Incentivos Habitao para baixa e mdia renda que, atravs de parcerias entre o poder pblico e a iniciativa privada, com a adoo de incentivos fiscais, financiamentos especiais e oferta de Solo Criado, dentre outros, busque a criao de procedimentos simplificados no exame e aprovao de projetos de edificao e parcelamento do solo direcionados populao de baixa e mdia renda. Pargrafo nico. As diretrizes espaciais bsicas desta estratgia esto representadas nas figs. 7 e 8.

CAPTULO VII Do Sistema de Planejamento

Art. 24. A Estratgia do Sistema de Planejamento objetiva um processo de planejamento dinmico e contnuo, que articule as polticas da administrao municipal com os diversos interesses da sociedade, promovendo instrumentos para o monitoramento do desenvolvimento urbano. Pargrafo nico. A Estratgia do Sistema de Planejamento efetivar-se- atravs: Ida rearticulao da estrutura administrativa; II de canais de participao como os Conselhos Municipais, Entidades Profissionais, Sindicais e Empresariais, funcionalmente vinculadas ao desenvolvimento urbano da cidade, as Associaes de Moradores e as Regies de Gesto do Planejamento; III dos Planos de Ao Regional; IV dos instrumentos bsicos do PDDUA; Vdo Sistema de Informaes; VI do Sistema de Avaliao do Desempenho Urbano; VII da definio de aes e polticas de desenvolvimento urbano globais e setoriais, dos programas e projetos especiais; VIII - dos demais instrumentos de gesto. 12

Art. 25. Compem a Estratgia do Sistema de Planejamento: IPrograma de Gerenciamento de Polticas que busque articular as diversas polticas que definem as diretrizes do desenvolvimento urbano, garantindo maior racionalidade na produo sustentvel da cidade; II Programa de Regionalizao e Participao da Comunidade que busque a concretizao de canais de participao, assegurando s Regies de Gesto do Planejamento o espao de deliberao sobre polticas de desenvolvimento regional; III Programa de Sistema de Informaes que busque disponibilizar informaes para a gesto do desenvolvimento urbano, articulando produtores e usurios e estabelecendo critrios que garantam a qualidade das informaes produzidas; IV Programa de Comunicao e Educao Ambiental que objetive dar suporte de comunicao e divulgao sobre as principais idias e contedos do desenvolvimento urbano ambiental, com carter educativo, objetivando uma adequada compreenso do tema e incentivando a cultura participativa no planejamento urbano; VPrograma de Sistema de Avaliao do Desempenho Urbano que vise a descrever os elementos que propiciam avaliar a qualidade de vida urbana, bem como a aplicao das disposies do PDDUA. 1 As Regies de Gesto de Planejamento tero seus limites constitudos pelos limites externos dos bairros que as compem, assegurando-se, nas deliberaes do SMGP, a representao de todos os bairros. 2 As Regies de Gesto do Planejamento esto identificadas na fig. 9.

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TTULO III Do Modelo Espacial

Art. 26. Modelo Espacial o conjunto das diretrizes de desenvolvimento urbano expresso atravs de representaes espaciais consubstanciadas nas Estratgias. 1 O Modelo Espacial define todo o territrio de Porto Alegre como cidade, estimulando a ocupao do solo de acordo com a diversidade de suas partes, com vistas considerao das relaes de complementariedade entre a cidade consolidada de forma mais intensiva e a cidade de ocupao rarefeita. 2 Constituem princpios bsicos do Modelo Espacial proposto: Ia descentralizao de atividades, atravs de uma poltica de policentralidade que considere a atividade econmica, a proviso de servios e aspectos socioculturais; II a miscigenao da ocupao do solo com vistas diminuio de deslocamentos de pessoas e veculos e qualificao do sistema urbano; III a densificao controlada, associada perspectiva de otimizao e racionalizao dos custos de produo da cidade; IV o reconhecimento da cidade informal, atravs de uma poltica que envolva o interesse social; Va estruturao e a qualificao ambiental, atravs da valorizao do patrimnio e do estmulo produo primria.

CAPTULO I Da rea de Ocupao Intensiva e da rea de Ocupao Rarefeita

Art. 27. O territrio do Municpio de Porto Alegre divide-se, por seu Modelo Espacial, em rea de Ocupao Intensiva e rea de Ocupao Rarefeita. 1 rea de Ocupao Intensiva (AOI) a rea que, conciliada com a proteo do Patrimnio Ambiental, se caracteriza como prioritria para fins de urbanizao e abrange: Ia rea urbana contnua com os limites definidos na planta do Anexo 1.1; II as reas dos Ncleos Intensivos isolados da malha urbana contnua, como segue: a) Belm Velho, constitudo pela Unidade de Estruturao Urbana n 8026; b) Belm Novo, constitudo pela Unidade de Estruturao Urbana n 8078; c) Lami, constitudo pela Unidade de Estruturao Urbana n 8084; d) Ilha da Pintada, constitudo pela Unidade de Estruturao Urbana n 9032. 2 rea de Ocupao Rarefeita (AOR) a rea com caractersticas de baixa densificao, onde ser dada predominncia proteo da flora, da fauna e demais elementos naturais, admitindo-se, para a sua perpetuao e sustentabilidade, usos cientficos, habitacionais, tursticos, de lazer e atividades compatveis com o desenvolvimento da produo primria.

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Art. 28. As reas de Ocupao Intensiva e Rarefeita dividem-se em Unidades de Estruturao Urbana, Macrozonas e Regies de Gesto do Planejamento. IUnidades de Estruturao Urbana - UEUs - so mdulos estruturadores do Modelo Espacial definidos pela malha viria bsica, podendo ser divididos em Subunidades quando englobarem regimes urbansticos distintos; II Macrozonas so conjuntos de Unidades de Estruturao Urbana com caractersticas peculiares quanto a aspectos socio-econmicos, paisagsticos e ambientais; III Regies de Gesto do Planejamento so unidades de diviso territorial para fins de descentralizao da gesto participativa do desenvolvimento urbano ambiental.

CAPTULO II Das Macrozonas Art. 29. As Macrozonas dividem o territrio municipal em: IMacrozona 1 - Cidade Radiocntrica: engloba o territrio compreendido pelo Centro Histrico e sua extenso at a III Perimetral, constituindo a rea mais estruturada do Municpio, com incentivo miscigenao e proteo ao patrimnio cultural; II Macrozona 2 - Corredor de Desenvolvimento: constitui a rea entre a BR-290, a Av. Sertrio e a Av. Assis Brasil, sendo estratgica para empreendimentos auto-sustentveis de polarizao metropolitana, com integrao de equipamentos como o Aeroporto e as Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul - CEASA S.A.; III Macrozona 3 - Cidade Xadrez: compreendida entre a Av. Sertrio e Cidade da Transio no sentido norte-sul e entre a III Perimetral e o limite do Municpio no sentido oeste-leste. Constitui a cidade a ser ocupada atravs do fortalecimento da trama macroestruturadora xadrez, do estmulo ao preenchimento dos vazios urbanos e da potencializao de articulaes metropolitanas e novas centralidades. So marcos estruturadores os trs Corredores de Centralidade: Sertrio/Assis Brasil, Anita Garibaldi/Nilo Peanha e Ipiranga/Bento Gonalves; IV Macrozona 4 - Cidade da Transio: compreendida entre a Cidade Radiocntrica e a Cidade Jardim, devendo manter suas caractersticas residenciais, com densificao controlada e valorizao da paisagem. Constitui marco estruturador desta Macrozona o Corredor de Centralidade Cavalhada/Tristeza, que faz conexo entre bairros, sendo limitado longitudinalmente pelas ruas Dr. Barcellos e Pereira Neto. VMacrozona 5 - Cidade Jardim: caracteriza-se pela baixa densidade, pelo uso residencial predominantemente unifamiliar e elementos naturais integrados s edificaes, com especial interesse na orla do Guaba; VI Macrozona 6 - Eixo Lomba-Restinga: estrutura-se ao longo das Estradas Joo de Oliveira Remio e Joo Antnio da Silveira, com potencial para ocupao residencial miscigenada, em especial para projetos de habitao de carter social, apresentando reas com potencial de ocupao intensiva, situadas na rea de Ocupao Rarefeita; VII Macrozona 7 - Restinga: bairro residencial da Zona Sul cuja sustentabilidade tem base na implantao do Parque Industrial da

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Restinga. Liga-se com a Regio Metropolitana atravs do Corredor de Produo; VIII - Macrozona 8 - Cidade Rururbana: rea caracterizada pela predominncia de patrimnio natural, propiciando atividades de lazer e turismo, uso residencial e setor primrio, compreendendo os ncleos intensivos de Belm Velho, Belm Novo e Lami, bem como as demais reas a partir da linha dos morros da Companhia, da Polcia, Terespolis, Tapera, das Abertas e Ponta Grossa; IX Macrozona 9 - Parque Estadual Delta do Jacu: rea de preservao do patrimnio natural, que constitui elemento fundamental para o processo de desenvolvimento sustentado e inclui o Ncleo de Ocupao Intensiva da Ilha da Pintada, devendo ser valorizada atravs da utilizao do solo compatvel com a sua funo no equilbrio ambiental da cidade. Pargrafo nico. As macrozonas esto representadas na fig. 10.

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CAPTULO III Dos Elementos Estruturadores do Modelo Espacial

Art. 30. So Elementos Estruturadores do Modelo Espacial: ICentro Histrico; II Corredores de Centralidade; III Corredor de Urbanidade; IV Corredor de Desenvolvimento; VCorredor de Produo; VI Corredor Agroindustrial. 1 Centro Histrico a rea de urbanizao mais antiga do territrio do Municpio, com limites entre o lago Guaba e o contorno da I Perimetral, desenvolvendo-se como um espao de diversidade comercial, que contm equipamentos pblicos e privados, instituies financeiras, parte da rea porturia e concentrao de reas e bens de interesse cultural. 2 Corredor de Centralidade o espao definido por duas vias estruturadoras principais com o objetivo de: Itornar mais eficiente o sistema de transporte urbano e as condies de ingresso metropolitano com a criao de novas alternativas de circulao; II caracterizar um espao onde se estimule a diversidade de usos, a fim de propiciar s reas residenciais vizinhas o atendimento de suas necessidades; III estruturar prioritariamente um Sistema de Espaos Abertos de importncia para toda a cidade; IV estimular prioritariamente a densificao visando a orientar estrategicamente a ocupao do solo; Vestruturar uma rede de plos comerciais multifuncionais, formando centros de bairro que visem a atender populao em suas necessidades de bens, servios e empregos. 3 Corredor de Urbanidade o espao urbano que envolve parcialmente os Bairros Cidade Baixa, Bom Fim, Independncia e Navegantes, com caractersticas de uso semelhantes s dos Corredores de Centralidade, diferenciando-se, entretanto, pela presena de Patrimnio Cultural a ser valorizado e pela necessidade de investimentos pblicos e privados que propiciem a interao social. 4 Corredor de Desenvolvimento a rea de interface com a Regio Metropolitana disponvel para investimentos auto-sustentveis de grande porte com vistas ao fortalecimento da integrao regional. 5 Corredor de Produo a faixa situada entre as imediaes do Porto Seco e a Av. Protsio Alves, onde estimulada amplamente a atividade produtiva passvel de convivncia com a atividade residencial, bem como a ocupao de vazios urbanos para a habitao de interesse social. 6 Corredor Agroindustrial a rea com potencial para a localizao de indstrias no-poluentes de produtos vinculados produo primria e a matriasprimas locais, alm de atividades de apoio com vistas a intensificar o desenvolvimento primrio no sul do Municpio. 7 O modelo espacial representado esquematicamente na fig. 11.

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CAPTULO IV Das Zonas de Uso

Art. 31. As Zonas de Uso so concebidas de acordo com os seguintes conceitos bsicos: ICidade Miscigenada - caracteriza-se pela presena de diferentes atividades em todo o territrio, desde que compatveis com condicionantes paisagsticos, ambientais, infra-estruturais ou com outras atividades instaladas; II Policentralidade - o conjunto dos espaos urbanos que configura a distribuio das centralidades conforme proposto no modelo espacial; III Centralidade - a qualidade de um espao dito central, que rene caractersticas prprias de densificao, fluxos, animao, miscigenao, acessibilidade e tipo de infra-estrutura que podem se apresentar em diferentes graus ou hierarquias, constituindo centralidades de carter metropolitano, urbano, regional ou local; IV Incmodo - o estado de desacordo de alguma atividade com condicionantes locais como vivncias sociais, qualidade ambiental e/ou outras atividades vizinhas; VImpacto - a repercusso, positiva ou negativa, ocasionada pela implantao de uma atividade especfica no ambiente, na estrutura ou na infra-estrutura da cidade, bairro ou regio; VI manuteno do Patrimnio Ambiental do Municpio atravs da preservao dos bens naturais e culturais; VII - estmulo produo primria. Art. 32. As Zonas de Uso representam parcelas do territrio municipal, propostas com as mesmas caractersticas, em funo de peculiaridades a serem estimuladas nas seguintes categorias: Ireas Predominantemente Residenciais - zonas da cidade onde se estimula a vida de bairro, com atividades complementares habitao e demais atividades no-residenciais controladas quanto a incmodo e impacto; II reas Miscigenadas - zonas cuja ocupao estimulada igualmente tanto para atividades residenciais como de comrcio, servios e indstrias, distribuindo-se, com relao ao uso, em diferentes categorias que representam graus de restrio diferenciados quanto ao porte e variedade de atividades: a) Mista 1 e Mista 2 - zonas de maior diversidade urbana em relao s reas predominantemente residenciais onde se estimule, principalmente, o comrcio varejista, a prestao de servios e demais atividades compatveis, que representem apoio atividade habitacional e ao fortalecimento de centralidades; b) Mista 3 e Mista 4 - zonas com estmulo atividade produtiva e gerao de postos de trabalho associados atividade habitacional, onde a diversidade proposta apresenta nveis mais significativos de interferncia ambiental, representando, tambm, maiores potencialidades de impacto; c) Mista 5 - zonas de diversidade mxima, onde todas as atividades so permitidas, sendo o uso habitacional somente admitido atravs de Projetos Especiais; 18

III reas Predominantemente Produtivas - zonas de diversidade mxima, sem controle de porte, onde o uso habitacional somente admitido para a atividade de zeladoria ou para as situaes existentes na data da publicao desta Lei; IV reas de Interesse Cultural - zonas que apresentam ocorrncia de patrimnio cultural representativo da histria da cidade, com caractersticas fsicas ou no, que lhes conferem um carter excepcional; Vreas de Interesse Institucional - reas pblicas ou privadas de grande porte, destinadas a fins comunitrios e administrativos; VI reas de Proteo do Ambiente Natural - zonas previstas para atividades que, conciliando a proteo da flora, da fauna e dos demais elementos naturais, objetivem a perpetuao e a sustentabilidade do patrimnio natural; VII - Reserva Biolgica - rea que tem por finalidade proteger integralmente a flora, a fauna e seu substrato em conjunto, assegurando a proteo da paisagem e a normal evoluo do ecossistema, bem como cumprindo objetivos cientficos e educacionais; VIII - Parque Natural - rea em que se pretendem resguardar atributos excepcionais da natureza, conciliando a proteo integral da flora, da fauna e das belezas naturais, com a utilizao para objetivos educacionais, de lazer e recreao; IX reas de Desenvolvimento Diversificado - zonas que, por suas caractersticas naturais e seu grau de transformao, permitem atividades mais diversificadas, sempre compatibilizadas com a proteo ambiental; Xreas de Produo Primria - zonas propostas para o desenvolvimento compatibilizado de atividades primrias, extrativas, comrcio e servios de apoio, bem como para a localizao de pequenas indstrias vinculadas produo por propriedade rural; XI Corredor Agroindustrial - zona de apoio produo agroindustrial com vistas a fortalecer o desenvolvimento primrio no extremo sul do Municpio, respeitadas as ocorrncias ambientais intrnsecas ao meio; XII - rea com Potencial de Intensiva - corresponde s zonas que apresentam, pela sua localizao espacial e usos preexistentes, condies de integrao rea intensiva mediante demonstrao de interesse por parte do urbanizador em realizar projeto habitacional de interesse social, sendo seu regime definido em funo do entorno, respeitando, sempre, os condicionantes do patrimnio natural. 1 Com vistas a estimular a manuteno e o reconhecimento da funo social da propriedade, para efeitos desta Lei, equiparam-se s zonas de uso as propriedades rurais e as que apresentam patrimnio natural a proteger, independente da zona de uso onde se localizem. 2 Considera-se propriedade rural aquela explorada para a produo agropecuria, extrativa vegetal ou agroindustrial, que assegure a conservao dos recursos naturais e possua produo satisfatria, conforme legislao especfica. 3 Considera-se propriedade com patrimnio natural a preservar, aquela que apresente elementos naturais de preservao significativos, nos termos de legislao especfica, e garanta a manuteno e perpetuao.

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PARTE II DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO

TTULO I Do Sistema Municipal de Gesto do Planejamento

Art. 33. Fica criado o Sistema Municipal de Gesto do Planejamento - SMGP como um processo contnuo, dinmico e flexvel, que tem como objetivos: Icriar canais de participao da sociedade na gesto municipal; II garantir o gerenciamento eficaz direcionado melhoria da qualidade de vida;

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III -

instituir um processo permanente e sistematizado de atualizao do PDDUA.

Art. 34. O SMGP atua nos seguintes nveis: Invel de formulao de estratgias, das polticas e de atualizao permanente do PDDUA; II nvel de gerenciamento do Plano, de formulao e aprovao dos programas e projetos para a sua implementao; III nvel de monitoramento e controle dos instrumentos de aplicao e dos programas e projetos aprovados.

TTULO II DOS COMPONENTES DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO

CAPTULO I Da Estrutura e das Atribuies dos Componentes

Art. 35. As atividades do SMGP sero apoiadas pelas estruturas dos rgos integrantes do processo, que devero contemplar especialmente as seguintes atividades: Iapoio tcnico de carter interdisciplinar, com a finalidade de orientar ou realizar os estudos e pesquisas necessrios execuo da atividade de planejamento; II informaes tcnicas atinentes ao desenvolvimento urbano do Municpio; III planejamento urbano setorial vinculado Administrao Pblica Municipal. Pargrafo nico. Integram o SMGP os rgos da Administrao Direta e Indireta, bem como os Conselhos Municipais vinculados ao desenvolvimento urbano. Art. 36. So atribuies do SMGP: Ielaborar e coordenar a execuo integrada de planos, programas e projetos, promovendo sua viabilizao junto ao processo de elaborao do oramento municipal; II informar e orientar acerca de toda e qualquer legislao urbanstica e ambiental municipal; III estabelecer fluxos permanentes de informao entre as suas unidades componentes, a fim de facilitar o processo de deciso; IV aplicar a legislao do Municpio atinente ao desenvolvimento urbano ambiental, estabelecendo interpretao uniforme; Vmonitorar a aplicao do PDDUA com vistas melhoria da qualidade de vida; VI promover, a cada gesto administrativa, uma Conferncia Municipal de Avaliao do Plano Diretor, sendo que a primeira dever ocorrer no terceiro ano aps a publicao desta Lei. Art. 37. O SMGP gerenciado pela Secretaria de Planejamento Municipal, qual compete:

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Iestabelecer as diretrizes do desenvolvimento urbano ambiental, planejar e ordenar o uso e ocupao do solo do Municpio de Porto Alegre, atravs da elaborao, monitoramento e reviso de planos, programas e projetos, visando a sua permanente atualizao; II consolidar e organizar as informaes essenciais ao processo de desenvolvimento do Municpio; III gerenciar a normatizao necessria ao planejamento urbano; IV articular polticas e aes com os demais rgos municipais e com outros organismos governamentais e no-governamentais, estabelecendo formas de integrao entre os participantes do SMGP; Vimplementar programas e projetos atravs da aplicao dos instrumentos de ordenao do solo urbano e da promoo de convnios ou acordos pblicos e/ou privados; VI elaborar os planos de distribuio dos estoques construtivos do Solo Criado; VII - definir os valores semestrais do Solo Criado. Art. 38. Para dar suporte deciso tcnico-administrativa sero criadas Comisses Tcnicas vinculadas estrutura do SMGP, com caractersticas diferenciadas segundo seu objeto: IComisses Especficas, de carter permanente, integradas por diversos rgos da Administrao Municipal, tendo por atribuies o exame e deliberao de matrias relativas aos empreendimentos objeto de Projetos Especiais que no envolvam Operaes Concertadas, nos termos dos art. 55 e seguintes desta Lei; II Comisses de Anlise Urbanstica e Gerenciamento, integradas por rgos da Administrao Municipal e entidades externas, com a atribuio de analisar os Projetos Especiais objeto de Operaes Concertadas. Pargrafo nico. Qualquer deliberao das Comisses de que trata o inciso I admite recurso pelo empreendedor ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental. SEO I Do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental

Art. 39. O rgo de integrao do SMGP o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental - CMDUA -, que tem por finalidade formular polticas, planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano, ao qual compete: Izelar pela aplicao da legislao municipal relativa ao planejamento e desenvolvimento urbano ambiental, propor e opinar sobre a atualizao, complementao, ajustes e alteraes do PDDUA; II promover, atravs de seus representantes, debates sobre os planos e projetos que incidam nas Regies de Gesto do Planejamento; III propor, discutir e deliberar sobre os planos e projetos relativos ao desenvolvimento urbano ambiental; IV receber e encaminhar para discusso matrias oriundas de setores da sociedade que sejam de interesse coletivo; Vpropor ao SMGP a elaborao de estudos sobre questes que entender relevantes;

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instalar comisses para assessoramento tcnico compostas por integrantes do CMDUA, podendo-se valer de rgos componentes do SMGP, bem como de colaboradores externos; VII zelar pela integrao de polticas setoriais que tenham relao com o desenvolvimento urbano ambiental do Municpio; VIII - propor a programao de investimentos com vistas a assessorar a implantao de polticas de desenvolvimento urbano ambiental para o Municpio; IX aprovar Projetos Especiais de Empreendimentos de Impacto Urbano, bem como indicar alteraes que entender necessrias; Xaprovar os estoques construtivos do Solo Criado; XI propor critrios e parmetros para avaliao de Projetos Especiais Pontuais; XII aprovar a metodologia para definio do valor do Solo Criado; XIII - aprovar os valores semestrais do Solo Criado; XIV - aprovar os planos de aplicao dos recursos do Solo Criado destinados para o desenvolvimento urbano, prioritariamente poltica habitacional.VI -

Art. 40. O CMDUA compe-se de 25 (vinte e cinco) membros titulares e seus suplentes, designados pelo Prefeito, com renovao bienal e a seguinte composio: I08 (oito) representantes de entidades Governamentais que tratem de matria afim, assim distribudos: a) 01 (um) representante do nvel federal; b) 01 (um) representante do nvel estadual; c) 06 (seis) representantes do nvel municipal; II 08 (oito) representantes de entidades no-governamentais, constitudas por entidades de classe e afins ao planejamento urbano, entidades empresariais, preferencialmente da rea da construo civil, e entidades ambientais e instituies cientficas: IAB, SERGS, SINDUSCON, Sindicato dos Trabalhadores da Construo Civil, OAB/RS, CIDADE, AREA e Sociedade de Economia; III - 08 (oito) representantes das Regies de Gesto do Planejamento; IV - o titular do rgo responsvel pelo gerenciamento do SMGP, na qualidade de Presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental. 1 As representaes das entidades no-governamentais, constantes do inciso II deste artigo, devero ser alteradas em trs fruns especficos a serem realizados por ocasio das Conferncias Municipais do Plano Diretor, previstas no inciso VI do art. 36, observadas as seguintes propores: I04 (quatro) representantes de entidades de classe e afins ao planejamento urbano; II 02 (dois) representantes de entidades empresariais, preferencialmente da rea da construo civil; III 02 (dois) representantes de entidades ambientais e instituies cientficas. 2 O Regimento Interno de funcionamento dos fruns ser estabelecido em conjunto pelos representantes de cada frum. 3 A escolha dos representantes das Regies de Gesto do Planejamento ocorrer nas respectivas regies, atravs de convocao de plenrias da comunidade. 23

4 O funcionamento do CMDUA ser disciplinado por decreto do Poder Executivo. Art. 41. Ao CMDUA aplicam-se, no que couber, as disposies em vigor da Lei n 3.607, de 27 de dezembro de 1971, e da Lei Complementar n 267, de 16 de janeiro de 1992. Pargrafo nico. O atual Conselho Municipal do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano atuar, com as atribuies que a lei lhe confere, at 120 (cento e vinte) dias a partir da vigncia desta Lei, quando dever ser instalado o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental.

TTULO III DOS INSTRUMENTOS DO PDDUA

CAPTULO I Dos Instrumentos Bsicos

Art. 42. O planejamento do desenvolvimento do Municpio dar-se- atravs do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) e compreende os seguintes instrumentos bsicos: IEstratgias de Desenvolvimento Urbano; II Programas; III Plano Regulador; IV Modelo Espacial. CAPTULO II Dos Instrumentos Complementares

Art. 43. So Instrumentos Complementares do PDDUA os Planos de Ao Regional e os Planos Setoriais ou Intersetoriais. 1 Os Planos de Ao Regional consistem na definio de aes que promovam o desenvolvimento de cada Regio de Gesto do Planejamento, partindo da anlise das suas singularidades, adequando-se s diretrizes gerais propostas para a cidade, considerando as reivindicaes e estimulando a participao de todos os segmentos sociais atravs de uma dinmica continuada e sistemtica. 2 Os Planos Setoriais ou Intersetoriais contero as diretrizes, definio de polticas e normas setoriais ou intersetoriais.

CAPTULO III Dos Mecanismos de Participao na Gesto, de Informao e de Avaliao

Art. 44. Alm da participao global da comunidade na gesto do planejamento urbano, a qual se dar atravs do CMDUA, fica assegurada a participao comunitria em nvel regional e local, na forma a ser definida em lei.

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Art. 45. Ficam criados os seguintes mecanismos de ajuste do PDDUA, a serem regulados por legislao especfica, observados os procedimentos estabelecidos na Parte IV desta Lei: Iajuste por Unidade de Estruturao Urbana, mecanismo pelo qual a populao e suas entidades organizadas propem a reviso dos usos, regime volumtrico e ndices do Solo Criado, atendendo s seguintes condies: a) que da alterao proposta no resulte comprometimento ou subaproveitamento dos equipamentos urbanos e comunitrios; b) que a proposta, aps deliberao na Regio de Gesto do Planejamento, seja encaminhada pelo respectivo representante ao CMDUA para exame e manifestao; II ajuste atravs dos Planos de Ao Regional; III ajuste por iniciativa do CMDUA ou do Poder Executivo, atravs do SMGP. Art. 46. O Sistema de Informaes integrado por dados de rgos governamentais e no-governamentais, com a finalidade de constituir bancos de informaes que atendam s necessidades e s demandas da comunidade e da atividade de planejamento urbano do Municpio. 1 As informaes devem observar o Sistema Cartogrfico Municipal em diferentes tipos de representao, utilizando a tecnologia do geoprocessamento. 2 O SMGP prover as condies tcnicas e administrativas necessrias implantao do Sistema de Informaes. Art. 47. Fica criado o Sistema de Avaliao de Desempenho Urbano, instrumento de suporte deciso que propicie ao Executivo Municipal as avaliaes necessrias, o qual ser regulamentado por lei ordinria. Pargrafo nico. Sero objeto do Sistema de Avaliao de Desempenho Urbano: Ia avaliao da implantao de atividades que caracterizam Projetos Especiais; II a avaliao da implantao de empreendimentos de impacto; III o monitoramento do desenvolvimento urbano; IV a elaborao de estudos com vistas predio de situaes. Art. 48. O monitoramento do desenvolvimento urbano dar-se- pelo acompanhamento permanente do crescimento da cidade, com a reviso e a adequao dos parmetros da legislao urbanstica, visando melhoria da qualidade de vida. 1 O Municpio utilizar, para o monitoramento do desenvolvimento urbano, os parmetros referentes a infra-estrutura, estrutura e ambiente. 2 So unidades de monitoramento: IMacrozonas; II Regies de Gesto do Planejamento; III Bairros; IV Unidades de Estruturao Urbana; VQuarteires. 3 O Poder Executivo publicar semestralmente descrio das condies de desenvolvimento da cidade no Dirio Oficial de Porto Alegre, ou em documento especfico, a ser amplamente divulgado, com prioridade para os representantes de Associaes de Bairros e de Moradores do Municpio. 25

TTULO IV DOS INSTRUMENTOS DE REGULAO PARA A INTERVENO NO SOLO

Art. 49. Na aplicao dos planos, programas e projetos, o Municpio utilizar os seguintes instrumentos urbansticos de interveno no solo para o cumprimento da funo social da propriedade: INormas de Uso e Ocupao do Solo; II Transferncia de Potencial Construtivo; III Solo Criado; IV Tributao e Incentivos; VProjetos Especiais; VI Monitoramento da Densificao; VII reas Especiais.

CAPTULO I Da Ocupao e Uso do Solo

Art. 50. O Uso e Ocupao do Solo definido em funo das normas relativas a densificao, regime de atividades, dispositivos de controle das edificaes e parcelamento do solo, que configuram o regime urbanstico. Pargrafo nico. O regime urbanstico pode ser definido ainda em face de projetos e regimes especiais, bem como da aplicao do Solo Criado.

CAPTULO II Da Transferncia de Potencial Construtivo

Art. 51. Denomina-se Transferncia de Potencial Construtivo a possibilidade do Municpio de transferir o direito correspondente capacidade construtiva das reas vinculadas ao sistema virio projetado, instalao dos equipamentos pblicos arrolados no 1 do art. 52, bem como preservao de bens tombados, como forma de pagamento em desapropriao ou outra forma de aquisio. 1 O potencial construtivo a transferir corresponde ao ndice de Aproveitamento relativo parte atingida pela desapropriao ou pelo tombamento, observando-se a manuteno do equilbrio entre os valores do terreno permutado e do terreno no qual seja aplicado o potencial construtivo, de acordo com avaliao dos rgos tcnicos municipais competentes, com base na planta de coeficientes de equivalncia a ser publicada anualmente no Dirio Oficial de Porto Alegre. 2 Nas reas de proteo ambiental e/ou patrimnio natural, onde inexista potencial construtivo, para fins de permuta ou desapropriao, ser considerado o coeficiente de 50% (cinqenta por cento) do ndice do entorno. Art. 52. A Transferncia de Potencial Construtivo pode ocorrer nos limites da Macrozona onde se situa o imvel, desde que no sejam ultrapassados os

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patamares mximos de densificao da Unidade de Estruturao Urbana e do quarteiro. 1 Os equipamentos pblicos cujo potencial construtivo passvel de transferncia so: Ipraas e parques municipais; II equipamentos municipais, tais como: de ensino, de sade, de transporte e de lazer e cultura, constitudos de auditrios, cinemas e teatros; III equipamentos municipais de abastecimento de gua e de esgoto cloacal ou pluvial. 2 A Transferncia de Potencial Construtivo observar os limites estabelecidos para o Solo Criado, podendo ultrapass-los somente quando sua aplicao se der no mesmo imvel, mediante Estudo de Viabilidade Urbanstica na forma de Projeto Especial. 3 A Transferncia de Potencial Construtivo para reas, Lugares e Unidades de Interesse Cultural dever observar as limitaes do regime urbanstico especfico destas reas. 4 A Transferncia de Potencial Construtivo decorrente de desapropriao de imvel tombado poder alcanar toda a rea de Ocupao Intensiva. 5 A Transferncia de Potencial Construtivo poder ocorrer excepcionalmente fora da Macrozona em que se situe o imvel, mediante autorizao expressa do Poder Legislativo. 6 O Poder Executivo publicar, semestralmente, no Dirio Oficial de Porto Alegre, a relao dos quarteires que no recebero ndices de aproveitamento atravs de Transferncia de Potencial Construtivo, garantindo-se aos projetos protocolizados no prazo de at 180 (cento e oitenta) dias aps a data dessa publicao a utilizao dos ndices adquiridos.

CAPTULO III Do Solo Criado

Art. 53. O Solo Criado a permisso onerosa do Poder Pblico ao empreendedor para fins de edificao em rea de Ocupao Intensiva, utilizando-se de estoques construtivos pblicos, e rege-se pelo disposto na Lei Complementar n 315, de 6 de janeiro de 1994. 1 As vendas de estoques construtivos sero imediatamente suspensas mediante decreto do Poder Executivo, em caso de se constatar impacto negativo na infra-estrutura decorrente da aplicao do Solo Criado, ou mesmo quando se verifique a inviabilidade de sua aplicao em face dos limites estabelecidos para as Unidades de Estruturao Urbana ou quarteiro, nos termos do art. 67. 2 O Poder Executivo publicar, semestralmente, no Dirio Oficial de Porto Alegre, a relao dos quarteires que no recebero ndices de aproveitamento atravs de Solo Criado, garantindo-se aos projetos protocolizados no prazo de 180 (cento e oitenta) dias aps a data dessa publicao a anlise, com vistas aprovao, bem como a utilizao dos ndices adquiridos.

CAPTULO IV Da Tributao

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Art. 54. A utilizao dos Instrumentos Tributrios dever ser voltada ao desenvolvimento urbano e ao cumprimento da funo social da cidade e da propriedade, mediante lei especfica.

CAPTULO V Dos Projetos Especiais

Art. 55. Projeto Especial aquele que exige uma anlise diferenciada, devendo observar acordos e condicionantes especficos. 1 Os Projetos Especiais, conforme a iniciativa, classificam-se em: IProjeto Especial de Realizao Necessria aquele que o Municpio compromete-se a implementar para o desenvolvimento de reas de interesse prioritrio, podendo, para a sua realizao, concorrer a iniciativa privada; II Projeto Especial de Realizao Voluntria aquele originado a partir de uma iniciativa externa ao Poder Pblico Municipal, podendo, entretanto, este concorrer para a sua realizao. 2 Operao Concertada o processo pelo qual se estabelecem as condies e compromissos necessrios, firmados em Termo de Ajustamento, para a implementao de empreendimentos compreendendo edificaes e parcelamentos do solo com caractersticas especiais, ou para o desenvolvimento de reas da cidade que necessitem acordos programticos, adequados s diretrizes gerais e estratgias definidas na Parte I. Art. 56. Os Projetos Especiais sero objeto de Estudo de Viabilidade Urbanstica, com vistas anlise de suas caractersticas diferenciadas e verificao da necessidade de realizao de Estudos de Impacto Ambiental, conforme regulamentao a ser estabelecida pelo Sistema de Avaliao do Desempenho Urbano. Pargrafo nico. Os Projetos Especiais, em funo da sua complexidade e abrangncia, caracterizam-se por: IEmpreendimentos Pontuais; II Empreendimento de Impacto Urbano. Art. 57. Caracteriza Empreendimento Pontual o Projeto Especial que necessita de avaliao quanto edificao ou parcelamento do solo, considerando o cumprimento das normas vigentes com atendimento de condicionantes, face s caractersticas especiais do stio de implantao. 1 So Empreendimentos Pontuais: Ias atividades relacionadas no Anexo 5.3; II projetos no-residenciais de porte mdio; III desmembramentos, loteamentos e empreendimentos urbansticos em terrenos e glebas com rea entre 2,25ha (dois vrgula vinte e cinco hectares) e 100ha (cem hectares), no localizados em reas de Proteo do Ambiente Natural, loteamentos sem a interveno do urbanizador social e condomnios por unidades autnomas com qualquer rea, localizados na rea de Ocupao Rarefeita. 2 So tambm Empreendimentos Pontuais, por solicitao dos interessados, com vistas ao ajuste das normas vigentes: 28

Ios projetos em imveis que apresentem patrimnio ambiental natural ou cultural - a preservar, condies topogrficas excepcionais ou forma irregular, entorno constitudo por conjunto de prdios de volumetria diferenciada e homognea, destinados a atividades especficas que requerem volumetrias especiais, ou ainda em funo das situaes previstas no 3 do art. 94 e 2 do art. 52; II os projetos de habitao unifamiliar, nos lotes com tal destinao ao vigorar esta Lei, vedados os condomnios por unidades autnomas nas UEUs onde o uso residencial proibido; III os projetos que alterem o recuo para ajardinamento, nos casos que apresentem patrimnio ambiental - natural ou cultural - a preservar, em stios que tenham condies topogrficas excepcionais ou de entorno, tais como frente a verdes pblicos vinculados ao passeio, falta de continuidade nas reas adjacentes, configurao especial do quarteiro ou via pblica; IV os projetos que solicitem aumento de porte conforme o referido no 2 do art. 99. Vas modificaes e ampliaes de prdios existentes que visem qualificao do prdio e da paisagem urbana, em especial nas reas de renovao e revitalizao urbana. 3 Consideram-se de porte mdio as edificaes: Icom rea computvel entre 10.000m (dez mil metros quadrados) e 30.000m (trinta mil metros quadrados); II com guarda de veculos com capacidade de 200 (duzentas) a 400 (quatrocentas) vagas; III destinadas a garagens comerciais com capacidade de 100 (cem) a 200 (duzentas) vagas. Art. 58. O Estudo de Viabilidade Urbanstica de Empreendimento Pontual ser analisado, em especial, quanto : Iadequao do uso na zona de implantao do empreendimento; II melhor adequao da edificao ao stio de implantao que tenha caractersticas excepcionais relativas forma e estrutura geolgica do solo; III manuteno e valorizao do patrimnio ambiental - natural e cultural; IV adequao estrutura urbana, em especial quanto ao sistema virio, fluxos, segurana, sossego e sade dos habitantes e equipamentos pblicos comunitrios; Vadequao ao ambiente, em especial quanto poluio; VI adequao infra-estrutura urbana. 1 O regime volumtrico poder ser alterado na hiptese dos incisos II e III, desde que compatibilizado com o entorno urbano. 2 Os Projetos Especiais de Empreendimento Pontual sero aprovados pelo Poder Executivo Municipal, mediante prvia apreciao das Comisses Tcnicas competentes. Art. 59. Caracteriza Empreendimento de Impacto Urbano o Projeto Especial que envolve a proposio de normas prprias ou que requer acordos programticos prvios sua urbanizao, mediante Operaes Concertadas. Art. 60. Os Empreendimentos de Impacto Urbano classificam-se em Empreendimentos de Primeiro e de Segundo Nvel. 29

Art. 61. Caracteriza Empreendimento de Impacto Urbano de Primeiro Nvel o Projeto Especial de abrangncia local, com adequao de normas quanto ao regime volumtrico, ao uso do solo e ao entorno urbano imediato. 1 So Empreendimentos de Impacto Urbano de Primeiro Nvel: Iparcelamento do solo e edificao em AEIS; II loteamentos com urbanizador social; III loteamentos e empreendimentos em reas, Lugares e Unidades de Interesse Cultural; IV loteamentos e empreendimentos em reas de Proteo do Ambiente Natural; Vprojetos urbansticos em glebas com rea superior a 100ha (cem hectares); VI empreendimentos de grande porte. 2 So tambm Empreendimentos de Impacto Urbano de Primeiro Nvel, por solicitao dos interessados: Ios projetos que apresentem normas prprias relativas ao uso e regime volumtrico, em terrenos ou em somatrio de terrenos contguos, constituindo testada de quarteiro ou com rea de terreno igual ou superior a 5.000m (cinco mil metros quadrados), situados na rea de Ocupao Intensiva; II os projetos de passarelas areas ligando um prdio a outro, sobre vias pblicas. III os projetos que tiverem acesso a garagens nas vias com proibio para tal, segundo o Anexo 10.2, quando estiverem relacionados ao processo de revitalizao da rea central da Cidade. 3 Consideram-se de grande porte as edificaes: Icom rea computvel superior a 30.000m2 (trinta mil metros quadrados); II com guarda de veculos com capacidade superior a 400 (quatrocentas) vagas; III destinadas a garagens comerciais com capacidade superior a 200 (duzentas) vagas. 4 Na hiptese prevista no 2, inciso I, o plano conjunto para dois ou mais terrenos equipara-se, para efeitos desta Lei, a um nico Estudo de Viabilidade Urbanstica para fins de edificao. 5 Na hiptese do 4, o Estudo de Viabilidade Urbanstica vigorar como regime urbanstico. aprovado

6 Os Projetos Especiais que envolvam Empreendimento de Impacto Urbano de Primeiro Nvel sero aprovados pelo Poder Executivo Municipal, mediante prvia apreciao dos Conselhos Municipais competentes, que deliberaro sobre a consulta comunidade nas instncias de planejamento regional. OBS. O inciso III foi includo no 2 do artigo 61 atravs da Lei Complementar n 468 de 27 de novembro de 2001.

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Art. 62. Entende-se por Empreendimento de Impacto Urbano de Segundo Nvel o Projeto Especial para setor da cidade que, no seu processo de produo e pelas suas peculiaridades, envolve mltiplos agentes, com possibilidade de representar novas formas de ocupao do solo. 1 So Empreendimentos de Impacto Urbano de Segundo Nvel: Iprojetos de renovao ou revitalizao urbana; II projetos de reestruturao urbana ambiental; III projetos de preservao de identidades culturais locais; IV projetos de reas destinadas a usos especficos de carter metropolitano; Vprojetos de Ncleos de Ocupao Rarefeita. 2 Os Empreendimentos de Impacto Urbano de Segundo Nvel sero aprovados mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, com prvia apreciao dos Conselhos Municipais competentes e ouvidas as instncias de planejamento regional do Municpio. Art. 63. Os Empreendimentos de Impacto Urbano sero analisados atravs de Estudos de Viabilidade Urbanstica, em especial quanto a: Iimpactos sobre a infra-estrutura urbana; II impactos sobre a estrutura urbana; III impactos sobre a paisagem e o ambiente; IV impactos sobre a estrutura socioeconmica nas atividades noresidenciais. 1 Consideram-se infra-estrutura urbana o conjunto de redes e equipamentos necessrios para sustentar a vida urbana, como o sistema virio e as redes de gua, esgoto, drenagem, energia e telefone. 2 Consideram-se estrutura urbana a disponibilidade de terra urbanizada ou no, os estoques edificados sobre o espao e as atividades no interior destes espaos e a circulao e o transporte. 3 Consideram-se ambiente as condies locais urbanas que representam, na maior parte dos casos, a qualidade de vida do cidado, como as questes relativas poluio, ventilao e insolao urbana, qualidade e quantidade de equipamento e servios e preservao do patrimnio ambiental. 4 Considera-se estrutura socioeconmica o conjunto de atividades de carter comercial existentes na cidade ou num determinado espao urbano. Art. 64. Os Empreendimentos de Impacto Urbano devero observar: Ias diretrizes do PDDUA e dos Planos de Ao Regional; II o ndice de Aproveitamento previsto pelo regime urbanstico vigorante na respectiva UEU, bem como os parmetros de aquisio de Solo Criado e a Quota Ideal mnima de terreno por economia, previstos no Anexo 6; 1 Os custos de redimensionamento ou urbanizao de equipamentos que se tornarem necessrios em funo do projeto sero de responsabilidade do empreendedor. 2 Nos casos de comprovado interesse pblico e nos Projetos Especiais de Realizao Necessria, podero ser estabelecidas parcerias pblico-privadas na execuo de equipamentos pblicos urbanos, mediante autorizao legislativa, salvo nos casos de projetos de interesse social analisados e aprovados pelos Conselhos competentes. 3 Nos Projetos Especiais realizados sobre um conjunto de lotes, lei especfica poder autorizar a Transferncia de Potencial Construtivo entre os 31

mesmos, desde que o aproveitamento final do conjunto observe o disposto no inciso II deste artigo e no resulte nenhum imvel sem capacidade construtiva. 4 A Transferncia de Potencial Construtivo dentro da rea do projeto dever avaliar as suas repercusses na infra-estrutura, na estrutura urbana, no ambiente e especialmente os impactos ambientais em relao paisagem. Art. 65. Os Ncleos de Ocupao Rarefeita sero admitidos em glebas com rea igual ou superior a 20ha (vinte hectares), caso em que a densidade bruta poder chegar ao patamar mximo de 30hab/ha (trinta habitantes por hectare), observadas as seguintes condies: Idestinao de reas, Lugares ou Unidades de Proteo do Ambiente Natural em proporo fixada pelo respectivo Estudo de Viabilidade Urbanstica, conforme definio constante no 1 do art. 90; II no ocasionem eroso, desmoronamento, contaminao das guas ou outro deterioramento da gleba; III no possuam risco de alagamento ou inundaes; IV no alterem significativamente a capacidade de absoro do solo; Vem caso de aterramento, no acarretem problemas de drenagem s glebas lindeiras; VI permitam o acesso pblico aos stios de valor paisagstico, indicados no Estudo de Viabilidade Urbanstica; VII - sejam auto-suficientes na proviso de infra-estrutura e equipamentos comunitrios. Pargrafo nico. Mediante lei especfica podero ser alterados o ndice de Aproveitamento e a Quota Ideal mnima de terreno por economia nos Ncleos de Ocupao Rarefeita, adequando-os densidade prevista no "caput" deste artigo.

CAPTULO VI Do Monitoramento da Densificao

Art. 66. O Municpio promover o monitoramento da densificao atravs de patamares mximos de densidade por Macrozona e Unidades de Estruturao Urbana, com o objetivo de atender demanda e racionalizar os custos de produo e manuteno dos equipamentos urbanos e comunitrios de forma a garantir o desenvolvimento urbano sustentvel. Pargrafo nico. Densidade a relao que indica a intensidade do uso e ocupao do solo urbano expressa pela: Idensidade habitacional, atravs do nmero de habitantes fixos por hectare, a fim de controlar o uso dos equipamentos urbanos e comunitrios; II densidade populacional, atravs do nmero total de habitantes por hectare, residentes ou no, e nmero de economias por hectare, a fim de controlar o uso da infra-estrutura urbana e dos servios pblicos. Art. 67. Os patamares diferenciados de densificao estabelecidos para as Unidades de Estruturao Urbana so propostos segundo as diretrizes do Modelo Espacial e compatibilizados com o disposto na Lei Complementar n 315, de 6 de janeiro de 1994. 1 Ficam estabelecidos como patamares mximos de densificao:

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na Cidade Radiocntrica: 160eco/ha (cento e sessenta economias por hectare) por UEU; II demais Macrozonas da rea de Ocupao Intensiva: 120eco/ha (cento e vinte economias por hectare) por UEU; III nos quarteires: 260eco/ha (duzentos e sessenta economias por hectare). 2 Os patamares expressos nos incisos I e II referem-se densidade bruta, e os expressos no inciso III, densidade lquida.I-

Art. 68 . A aplicao do Solo Criado, definido no inciso I do art.111, dever partir de estoques calculados com base em 30 econ/ha (trinta economias por hectare) nos Corredores de Centralidade e 20 econ/ha (vinte economias por hectare) nas demais zonas, assim distribudos: I - 75% (setenta e cinco por cento) do estoque de ndices adensveis nas UEUs (Unidades de Estruturao Urbana); II - 25% (vinte e cinco por cento) do estoque de ndices adensveis nas Macrozonas. Pargrafo nico. garantido um estoque de ndices adensveis de, no mnimo, 10.000 m (dez mil metros quadrados) por UEU nas zonas adensveis, conforme Anexo 4. Art. 69. Em Projetos Especiais de Realizao Necessria poder ser aplicado estoque de ndices adensveis maior do que o da respectiva UEU, desde que o empreendimento seja precedido de avaliao de impacto e que o montante seja descontado do estoque da Macrozona, no ultrapassando o disposto no Anexo 6. Art. 70. Sempre que o estoque das UEUs se esgotar, o SMGP colocar venda o estoque de ndices adensveis reserva, correspondente a 25% (vinte e cinco por cento) do total apurado, e realizar estudos que avaliem a possibilidade de densificao, indicando suas diretrizes. Art. 71. O monitoramento da densificao observar a avaliao permanente dos equipamentos urbanos e comunitrios, segundo parmetros e critrios de qualidade ambiental no que se refere ao dimensionamento, carncias e tipologias.

CAPTULO VII Dos Equipamentos Urbanos e das reas Especiais

Art. 72. So equipamentos urbanos pblicos ou privados: Ios equipamentos de administrao e de servio pblico (segurana pblica, infra-estrutura urbana, cemitrios, administrativos de uso comum e especial); II os equipamentos comunitrios e de servio ao pblico (de lazer e cultura e de sade pblica); III os equipamentos de circulao urbana e rede viria. 1 Conceitua-se equipamento urbano, para efeitos do PDDUA, como uma interface que caracteriza mudana na predominncia de uso, de carter pontual, com ocupao em superfcie diferenciada da morfologia do entorno. 2 Quando o equipamento urbano estruturar o espao ou constituir marco referencial da populao, identificado no modelo espacial como uma rea especial. 33

3 O Municpio promover a implantao descentralizada dos equipamentos urbanos no sentido de obter adequada distribuio das atividades governamentais no territrio, com vistas a propiciar melhor atendimento da populao. 4 O Municpio estabelecer zoneamento para as redes areas e subterrneas, no sentido de organizar a ocupao do espao areo e do subsolo dos logradouros, pelos diversos equipamentos de infra-estrutura urbana, estabelecendo faixas e profundidades de utilizao para cada um deles. Art. 73. reas Especiais so aquelas que exigem regime urbanstico especfico, condicionado a suas peculiaridades no que se refere a caractersticas locacionais, forma de ocupao do solo e valores ambientais, classificando-se em: Ireas Especiais de Interesse Institucional; II reas Especiais de Interesse Urbanstico; III reas Especiais de Interesse Ambiental. 1 Nas reas Especiais, at a definio do regime urbanstico prprio, por lei especfica, ser concedido licenciamento para parcelamento do solo, uso e edificao, atravs de Projetos Especiais, resguardadas as condies ambientais desejveis, no podendo acarretar prejuzo aos valores ambientais intrnsecos que determinaram a instituio da rea Especial de que se trata. 2 Aps a instituio de rea Especial, o Poder Executivo enviar Cmara Municipal projeto de lei definindo o seu regime urbanstico, no prazo mximo de 01 (um) ano.

SEO I Das reas Especiais de Interesse Institucional

Art. 74. As reas Especiais de Interesse Institucional so aquelas onde esto implantados equipamentos urbanos ou que so objeto de projetos governamentais e que, por suas caractersticas, no so passveis de enquadramento no regime urbanstico estabelecido na Parte III e nos Anexos desta Lei. . SEO II Das reas Especiais de Interesse Urbanstico

Art. 75. As reas Especiais de Interesse Urbanstico dividem-se em: Ireas Especiais de Interesse Social - AEIS; II reas Urbanas de Ocupao Prioritria - AUOP; III reas de Conteno ao Crescimento Urbano -ACCRU; IV reas de Revitalizao.

SUBSEO I Das reas Especiais de Interesse Social - AEIS

Art. 76. As reas Especiais de Interesse Social so aquelas destinadas produo e manuteno de Habitao de Interesse Social, com destinao

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especfica, normas prprias de uso e ocupao do solo, compreendendo as seguintes situaes: IAEIS I - assentamentos autoproduzidos por populao de baixa renda em reas pblicas ou privadas, aplicando-se as Leis Complementares ns 242, de 10 de janeiro de 1991, e 251, de 26 de julho de 1991, que dispem sobre a Concesso de Direito Real de Uso - CRDU , nos termos da Lei Orgnica do Municpio, art. 1 do Ato das Disposies Orgnicas, Gerais e Transitrias, quando se tratar de bens pblicos municipais; II AEIS II - loteamentos pblicos ou privados irregulares ou clandestinos que atendam s condies de habitabilidade nos termos do 5 deste artigo; III AEIS III - imveis no-edificados, subutilizados, localizados na rea de Ocupao Intensiva, que venham a ser destinados implantao de Habitao de Interesse Social com intervenincia do Poder Pblico. IV AEIS IV - reas ocupadas com fins de uso habitacional por populaes de baixa renda com incidncia significativa de edificaes precrias, no plenamente concludas, degradadas ou destinadas originalmente a outras atividades, na maioria das vezes com carncia de equipamentos pblicos e comunitrios. 1 As reas institudas como AEIS I e II integraro os programas de regularizao fundiria e urbanstica, com o objetivo da manuteno de Habitao de Interesse Social, sem a remoo dos moradores, exceo feita s moradias em situao de risco e em casos de excedentes populacionais. 2 A delimitao e localizao de reas destinadas produo de Habitao de Interesse Social dar-se- pela instituio de AEIS III pelo Poder Executivo, considerado o dficit anual da demanda habitacional prioritria e os imveis subutilizados das AUOPs, permitida a promoo de parcerias, incentivos ou outras formas de atuao para a consecuo dos objetivos. 3 Na produo e implantao de parcelamento do solo ou edificaes destinados a suprir a demanda habitacional prioritria, ou ainda na regularizao de parcelamentos do solo enquadrados como tal, ser admitido o Urbanizador Social, que ser o responsvel pelo empreendimento, nos mesmos termos do loteador, com as responsabilidades previamente definidas em projeto especfico. 4 Urbanizador Social o empreendedor imobilirio cadastrado no Municpio com vistas a realizar empreendimentos de interesse social em reas identificadas pelo Municpio. 5 Consideram-se condies de habitabilidade o atendimento a padres de qualidade de vida e o equacionamento dos equipamentos urbanos e comunitrios, circulao e transporte, limpeza urbana e segurana, conforme regulamentao especfica. 6 A instituio das AEIS, bem como a regularizao urbanstica e recuperao urbana levadas a efeito pelos programas municipais, no exime o loteador das responsabilidades civis e criminais e da destinao de reas pblicas, sob a forma de imveis, obras ou valor correspondente em moeda corrente a ser destinado ao Fundo Municipal de Desenvolvimento - FMD. 7 A regularizao fundiria de ncleos habitacionais em reas de propriedade municipal, de suas autarquias, empresas pblicas e sociedades de economia mista dar-se- pela instituio de AEIS I, mediante concesso de Direito Real de Uso, atendidas as condies e requisitos da Lei Complementar n 242, de 10 de janeiro de 1991, e alteraes posteriores.

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Art. 77. As reas caracterizadas como bens de uso comum do povo atingidas por AEIS I e II somente sero objeto de processo de desafetao se: Io ndice de rea verde por habitante, na respectiva Regio de Gesto do Planejamento, for e mantiver-se, aps a desafetao, igual ou acima dos parmetros desejados, conforme laudo tcnico elaborado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e pela Secretaria do Planejamento Municipal; II a populao da respectiva regio for consultada e aprovar a medida. 1 Se as condies locais no permitirem o cumprimento do disposto no inciso I, a desafetao somente poder ocorrer aps a desapropriao, ou imisso na posse, de gleba de igual rea, situada na mesma regio, com a mesma finalidade e destinao. 2 Excluem-se do disposto neste artigo as reas que nesta data integram o Programa de Regularizao Fundiria. Art. 78. As AEIS sero definidas atravs de um processo gradativo e permanente de instituio, observando-se os seguintes procedimentos: Ias AEIS I e II sero institudas por decreto do Poder Executivo e as AEIS III mediante lei ordinria; II a definio de regime urbanstico ser por decreto quando a sua alterao restringir-se ao uso e outros indicadores - no modificando ndices de aproveitamento e densificao em relao ao entorno - e por lei ordinria quando as alteraes modificarem ndices de aproveitamento e densificao; 1 A regularizao de loteamento, bem como a instituio de AEIS II para a sua regularizao, poder ser requerida pelos adquirentes dos lotes ou pelo loteador. 2 O proprietrio de imvel que pretenda construir Habitao de Interesse Social poder solicitar ao Poder Executivo a instituio mediante Estudo de Viabilidade Urbanstica, o qual dever conter: Ipadres especficos do parcelamento do solo e/ou edificaes; II formas de participao da iniciativa privada, proprietrios de terrenos, empreendedores imobilirios ou associaes e cooperativas de moradores. 3 Ser garantida, na forma a ser definida em lei, a participao dos moradores diretamente, atravs de suas entidades representativas e atravs das Regies de Gesto do Planejamento, no processo de identificao, delimitao e detalhamento das AEIS. 4 As AEIS I e II tero como padres aqueles estabelecidos nos respectivos cadastros. 5 Incluem-se no cadastro referido no pargrafo anterior as edificaes existentes destinadas a prticas religiosas, equiparando-se habitao para efeito de regularizao ou remoo.

SUBSEO II Das reas Urbanas de Ocupao Prioritria - AUOP

Art. 79. As reas Urbanas de Ocupao Prioritria - AUOPs - so os locais da rea de Ocupao Intensiva identificados como imveis urbanos destinados ocupao prioritria, visando adequao de seu aproveitamento nos termos do disposto na Lei Complementar n 312, de 30 de dezembro de 1993. 36

1 Os imveis notificados para promoo do parcelamento do solo e/ou edificao compulsrios destinar-se-o, preferencialmente, a empreendimentos para Habitao de Interesse Social ou gerao de postos de trabalho, podendo, para tanto, o Municpio combinar o gravame de AEIS III sobre os imveis notificados das AUOPs. 2 As Regies de Gesto do Planejamento podero indicar as AUOPs para anlise e deliberao do SMGP.

SUBSEO III Das reas de Conteno ao Crescimento Urbano - ACCRU

Art. 80. reas de Conteno ao Crescimento Urbano - ACCRU - so locais cuja ocupao poder acarretar comprometimento dos equipamentos urbanos e comunitrios, ou locais que apresentem condies ambientais imprprias ocupao . 1 Nas reas de Conteno ao Crescimento Urbano ficam vedados, temporariamente, a edificao e o parcelamento do solo, salvo se objeto de projetos aprovados at a data da instituio da rea Especial. 2 Exclui-se do disposto no 1 a edificao de apenas um prdio, vedado o prdio de habitao coletiva, quando no se trate de rea com condies ambientais imprprias ocupao .

SUBSEO IV Das reas de Revitalizao

Art. 81. So reas de Revitalizao: Ios setores urbanos que, pelo seu significativo Patrimnio Ambiental ou pela sua relevncia para a cidade, devam ter tratamento diferenciado a fim de valorizar suas peculiaridades, caractersticas e inter-relaes; II reas que integrem projetos, planos ou programas especiais, e que, visando otimizao de seu aproveitamento e reinsero na estrutura urbana, atendero s normas especficas definidas. Art. 82. As reas de Revitalizao sero institudas por lei e detalhadas por resoluo do Conselho Municipal do Desenvolvimento Urbano Ambiental, observado o disposto no art.164. Art. 83. Ficam identificadas, entre outras, as seguintes reas de Revitalizao: ICentro Histrico - local de origem da cidade e de concentrao de grande diversidade de atividades urbanas; dever ser objeto de plano especfico envolvendo a multiplicidade de situaes que o caracterizam; II Ilhas do Delta do Jacu - pertencentes ao Parque Estadual do Delta do Jacu, regidas pelo Decreto Estadual n 28.436, de 28 de fevereiro de 1979, salvo a UEU n 9032, da Ilha da Pintada, que se rege conforme o disposto nesta Lei; III Orla do Guaba, que dever ser objeto de planos e projetos especficos a fim de integrar a cidade com o seu lago atravs da

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valorizao da paisagem e visuais urbanas, explorao do potencial turstico e de lazer e o livre acesso da populao; IV Praia de Belas - urbanizao de iniciativa do Poder Pblico Municipal, objeto de regime urbanstico especial. Pargrafo nico. Todos os planos, programas e projetos at agora elaborados para a Orla do Guaba, no trecho entre a Usina do Gasmetro e a Divisa Sul do Municpio, sero reavaliados segundo as diretrizes explcitas no inciso III deste artigo. Art. 84. Quanto ao Centro Histrico, observar-se-: Ivedao de bancos e postos de abastecimento, em pavimentos trreos dos prdios localizados nos logradouros para tanto identificados no Anexo 5.8; II permisso da atividade bancos nos pavimentos trreos dos prdios nas demais ruas, quando, em seu conjunto, consideradas as testadas dos imveis sobre os quais acederem, no ultrapassarem 25% (vinte e cinco por cento) da testada do quarteiro; III a edificao de garagens atender o disposto no Anexo 10; IV a identificao de novos logradouros, alm dos relacionados no Anexo 5.8, far-se- mediante lei especfica; Vas atividades existentes em pavimento trreo, nos locais com limitao de uso, poder-se-o relocalizar neste permetro, desde que no implique aumento de polarizao, sendo, neste caso, dispensada a aplicao do disposto no inciso I deste artigo; VI nos bancos localizados em Edificaes de Estruturao no incide a limitao de uso das testadas prevista no inciso II; VII em Edificaes de Estruturao localizadas nos logradouros referidos no inciso I e na situao prevista no inciso VI, a atividade bancos ser permitida - a critrio do SMGP e ouvido o Conselho Municipal do Patrimnio Histrico e Cultural (COMPAHC) - inclusive em pavimento trreo, desde que os interessados restaurem e conservem as caractersticas originais do prdio e, no caso de o mesmo estar restaurado, contribua para o Fundo Municipal do Patrimnio Histrico e Cultural FUMPAHC; Pargrafo nico. A aplicao do disposto no inciso VII condicionada aos seguintes parmetros: Ia aprovao final do projeto e liberao do alvar de localizao e funcionamento so condicionadas ao prvio depsito junto ao FUMPAHC, com destinao especfica recuperao de bens culturais; II a doao a que se refere o inciso VII deste artigo dever ter como base de clculo o custo de construo diretamente proporcional rea do pavimento trreo a receber a atividade. Art. 85. As edificaes nas Unidades de Estruturao Urbana 1048 e 1050 obedecero ao seguinte regime urbanstico: Indice de Aproveitamento - o aproveitamento mximo dos terrenos, considerando neste ndice as reas computveis e as reas noadensveis previstas no art. 107, 1, incisos III, IV e V, ser de: a) 2,0 (dois) para os lotes com frente para a av. Praia de Belas e ruas secundrias;

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b) 4,0 (quatro) para os lotes com frente para as avs. Borges de Medeiros, Aureliano de Figueiredo Pinto, Ipiranga, Dolores Alcaraz Caldas e Edvaldo Pereira Paiva; II Taxa de Ocupao - as taxas mximas permitidas so de 75% (setenta e cinco por cento); III Altura - as alturas mximas permitidas so as seguintes: a) para os prdios situados nos lotes com frente para a Av. Praia de Belas e ruas secundrias, o mximo de 12m (doze metros) acrescidos de um pavimento para garagens e estacionamento; b) para prdios situados nos lotes com frente para as Avs. Borges de Medeiros, Ipiranga, Aureliano de Figueiredo Pinto, Dolores Alcaraz Caldas e Edvaldo Pereira Paiva, o mximo de 50m (cinqenta metros); IV Recuos mnimos: a) nos lotes com frente para as Avs. Edvaldo Pereira Paiva, Borges de Medeiros, Ipiranga, Aureliano de Figueiredo Pinto e Dolores Alcaraz Caldas, sero exigidas as seguintes condies de recuos mnimos para as edificaes: 1de