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RELATÓRIO Nº 201504940 CORREDOR BRT NORTE-SUL GOIÂNIA/GO Fiscalização para a avaliação da execução do BRT Norte Sul, obra de Mobilidade Urbana contratada pela Prefeitura do Município de Goiânia/GO e apoiada pelo Governo Federal por meio de Contrato de Repasse no valor de R$ 70 milhões. Foi realizada uma análise individualizada das obras de Implantação do Corredor Norte Sul envolvendo a avaliação dos projetos de engenharia, análise dos custos das obras e verificação da execução do empreen- dimento. POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO? A fiscalização no Corredor BRT Norte-Sul em Goiânia/GO foi fiscalizado em razão do valor do investimento previsto e da sua importância na estruturação da mobilidade urbana da cidade e da região metropolitana em que está inserida. QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? O trabalho aponta para algumas não conformidades no processo licitatório e no contrato para a execução das obras. Ficou evidenciado que as obras estão atrasadas devido à demora nas desapropriações entre outras causas, além de questões relacionadas ao licenciamento ambiental do empreendimento. Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle

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RELATÓRIO Nº 201504940

CORREDOR BRT NORTE-SUL GOIÂNIA/GO

Fiscalização para a avaliação

da execução do BRT Norte

Sul, obra de Mobilidade

Urbana contratada pela

Prefeitura do Município de

Goiânia/GO e apoiada pelo

Governo Federal por meio de

Contrato de Repasse no valor

de R$ 70 milhões.

Foi realizada uma análise

individualizada das obras de

Implantação do Corredor

Norte Sul envolvendo a

avaliação dos projetos de

engenharia, análise dos

custos das obras e verificação

da execução do empreen-

dimento.

POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO?

A fiscalização no Corredor BRT Norte-Sul em

Goiânia/GO foi fiscalizado em razão do valor

do investimento previsto e da sua importância

na estruturação da mobilidade urbana da

cidade e da região metropolitana em que está

inserida.

QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS?

O trabalho aponta para algumas não

conformidades no processo licitatório e no

contrato para a execução das obras. Ficou

evidenciado que as obras estão atrasadas

devido à demora nas desapropriações entre

outras causas, além de questões relacionadas

ao licenciamento ambiental do

empreendimento.

Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO

Ordem de Serviço: 201504940 Município/UF: Goiânia/GO Órgão: MINISTERIO DAS CIDADES Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 680971 Unidade Examinada: GOIANIA PREFEITURA MUNICIPAL GABINETE DO PREFEITO Montante de Recursos Financeiros: R$ 240.480.734,12 Prejuízo: R$ 0,00 1. Introdução

Os trabalhos foram realizados no período de 21 de dezembro de 2015 a 10 de março de 2016 sobre a aplicação dos recursos do Programa 2048 – Mobilidade Urbana e Trânsito, Ação 10SS – Apoio a Sistemas de Transporte Coletivo Urbano, com recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, conforme disposto no Decreto nº 7.836, de 9 de novembro de 2012, cujo o objeto é a implantação do Trecho 01 do “BRT Norte Sul” no município de Goiânia/GO. Para tanto, foi celebrado o Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-GO, de 22 de agosto de 2014, no valor de R$ 70.000.000,00, firmado pelo Município de Goiânia/GO junto à União Federal, por intermédio do Ministério das Cidades, representado pela CAIXA. Até o mês de novembro/2015, havia sido executado apenas 2,66% das obras do Trecho 01, conforme demonstrado na 7ª medição da CAIXA. Posteriormente, os apontamentos realizados pela equipe de auditoria foram encaminhados à Prefeitura de Goiânia/GO e a CAIXA, em 10 de março de 2016, para manifestação. As manifestações encaminhadas pela Prefeitura e pela CAIXA estão consignadas neste relatório.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

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2.1 Parte 1 Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Aderência à Política Nacional de Mobilidade Urbana. Fato Por intermédio da Portaria nº 185, de 24 de abril de 2012, publicada no Diário Oficial da União nº 83, seção 1, pág. 58, de 30 de abril de 2012, o Ministério das Cidades tornou pública a seleção de proposta apresentada pela Prefeitura do Município de Goiânia, inserida no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) – Mobilidade Grandes Cidades, relativa ao projeto básico de implantação do Corredor Norte-Sul – BRT-NS com a solução do tipo BRT. A partir da seleção da proposta, a Caixa Econômica Federal formalizou o Processo nº 2634.0402097-67/2014, procedimento que recolheu todos os projetos técnicos relacionados ao objeto pactuado, reunindo a documentação jurídica e institucional necessária à celebração do termo de compromisso, de acordo com os normativos do programa e nos termos da legislação aplicável à espécie. A fonte de recursos do empreendimento foi estimada com a seguinte configuração: Tabela: Valor do empreendimento de acordo com a fonte de recurso.

Fonte Aplicação Valor de

Investimento Valor de Repasse

Valor de Empréstimo

Valor de Contrapartida

Financiamento com recursos do FGTS

Trecho entre o Terminal de Integração Isidória e o Terminal Recanto do Bosque (17,01 km)

192.662.105,95

0,00 140.000.000,0

0 52.662.105,9

5

Orçamento Geral da União – OGU

Trecho entre o Terminal Cruzeiro do Sul e o Terminal de Integração Isidória (4,79 km)

75.999.743,46 70.000.000,0

0 0,00 5.999.743,46

Total 268.661.849,4

1 70.000.000,0

0 140.000.000,0

0 58.661.849,4

1

O trabalho relativo ao projeto básico de implantação do Corredor Norte-Sul – BRT-NS foi desenvolvido pela empresa Basitec Projetos e Construções Ltda. e possui 10 volumes, sendo que o seu primeiro volume, denominado “Estudos Operacionais e Cenário Futuro”, de 17 de agosto de 2012, contemplou o estudo de viabilidade técnica do empreendimento e a sua conformação aos preceitos da Política Nacional de Mobilidade Urbana.

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Nesse sentido, o trabalho fez constar em sua introdução que o Eixo de Transporte Norte – Sul possuirá em sua totalidade 27 km, dos quais 22 km encontram-se no município de Goiânia e 5 km no município de Aparecida de Goiânia, o que o torna o segundo maior eixo de transporte coletivo da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia - RMTC, atrás apenas do denominado Corredor Anhanguera, o qual já conta com uma estrutura segregada, modelo BRT. O projeto seguiu registrando que o Eixo de Transporte Norte – Sul faz a ligação do Município de Aparecida de Goiânia, ao Sul, com a área central do Município de Goiânia, bem como dos bairros da região Sul, Sudeste, Norte e Noroeste deste município com a sua área central expandida, sendo que diariamente, neste eixo de transporte coletivo são transportados 112 mil passageiros, atendendo a um carregamento da ordem de 8.000 passageiros/hora/sentido, com uma frequência média no seu segmento mais carregado de 110 ônibus/hora. Nesse cenário, o estudo elencou as circunstâncias geradoras do problema a ser resolvido, argumentando que, por se tratar de um eixo de transporte coletivo que corta a região central, bem como, por atender a vias comerciais, há baixas velocidades operacionais e efeitos sobre a regularidade da operação dos ônibus que afetam o desempenho global do serviço, seus custos, a qualidade do atendimento e o tempo de viagem da população usuária. O estudo destacou que, atualmente, ao longo do eixo de transporte coletivo norte-sul, há cinco terminais de integração, sendo que apenas um deles, o Terminal Cruzeiro, encontra-se reformulado e em condições satisfatórias, todos os demais são terminais antigos que se encontram saturados e com instalações inadequadas às necessidades dos usuários, situação que também abrange os locais de embarque e desembarque, que na maioria, também estão em mal estado de conservação. Para justificar a escolha da solução de transporte adotada pela Prefeitura Municipal de Goiânia, argumentou-se que o Corredor Norte – Sul está previsto no Plano Diretor do Município de Goiânia como um dos eixos estruturais de transporte da Capital e é considerado prioritário no Plano Diretor de Transporte Coletivo Urbano da Grande Goiânia, sendo que a sua inserção geográfica oferece uma ampla articulação territorial, atendendo direta e indiretamente a aproximadamente 1,8 milhão de habitantes dos municípios de Goiânia e de Aparecida de Goiânia. Nessa perspectiva, a implantação desse modelo de transporte tem por objetivo a estruturação de nove locais de integração com outras linhas de transporte, tanto alimentadoras, como troncais de outros eixos viários, contribuindo para a difusão da demanda e a acessibilidade em Goiânia e em municípios do entorno, graças à viabilidade de integração eletrônica prevista no âmbito de outras iniciativas em curso. Quanto a tais aspectos, é importante destacar que o projeto básico prevê a integração física e tarifária entre o BRT-NS e o Corredor Anhanguera, o qual já conta com uma estrutura segregada, modelo BRT. A mencionada estruturação será materializada por intermédio das seguintes ações:

� Implantação de faixas segregadas de circulação de ônibus, com ultrapassagem; � Construção de estações de embarque e desembarque específicas, com cobrança

externa e em nível com o piso do ônibus;

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� Implantação de novos terminais e a reforma dos atuais existentes; � Adoção de um novo modelo operacional das linhas; � Uso de tecnologias de controle operacional, de monitoramento de imagens, e de

informação aos passageiros. O estudo de demanda apresentado para o Corredor Norte-Sul – BRT-NS foi dividido em dois tópicos, quais sejam:

a) Projeções de demanda para o horizonte futuro do projeto; b) Estimativas de demanda.

Em relação às projeções de demanda para o horizonte futuro do projeto, o estudo adotou as seguintes premissas:

� Análises e projeções de população; � Espacialização da população projetada; � Análises e projeções de emprego; � Projeções de emprego na Região Metropolitana de Goiânia; � Espacialização dos empregos; � Análises e projeções das matrículas escolares;

Importa destacar que foi considerada uma projeção de população para o período de vinte anos, de 2010 a 2030, a qual compreendeu a população dos dezoito municípios da Região Metropolitana de Goiânia. Por sua vez, as análises e projeções de emprego foram baseadas em pesquisa de origem e destino realizada durante o ano de 2000 e em estimativas de emprego para os anos de 2006 e 2010 constantes do Plano Diretor de Transporte Coletivo Urbano da Grande Goiânia. Para as projeções de matrículas escolares, o estudo adotou como parâmetro a correlação existente entre a população em idade escolar e o crescimento populacional da respectiva região metropolitana de Goiânia. Em relação às estimativas de demanda, o estudo adotou como parâmetro os modelos de transporte desenvolvidos para o Plano Diretor de Transporte Coletivo Urbano da Grande Goiânia, os quais foram modulados a partir de Pesquisa Origem e Destino Domiciliar realizada durante o ano de 2000. Convém esclarecer que os dados da “Pesquisa Origem e Destino” refletem o volume e as características dos deslocamentos em uma aglomeração urbana, realizados pela população em suas atividades diárias, estabelecendo relações quantitativas entre viagens realizadas e diversas outras variáveis, tais como características socioeconômicas, aspectos físicos e urbanos da ocupação, de forma a estabelecer projeções futuras para os desejos de deslocamentos da população. Desse modo, a aplicação dos modelos de geração de demanda para os cenários socioeconômicos adotados e relativos aos anos-horizonte do projeto resultou nos vetores de produção e atração de viagens por zonas de tráfego. A partir daí o estudo dimensionou a oferta atual e a oferta de cenário futuro do Corredor Norte-Sul – BRT-NS apresentando alguns dados relativos ao estudo, tais como:

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� Que o máximo carregamento no corredor do BRT, incluindo todas as linhas na hora pico manhã para o ano base de 2011, ocorre no segmento entre a Estação Praça Cívica e o Corredor Anhanguera, com um volume de 6.700 passageiros/hpm;

� Que as operações das linhas do Corredor Norte-Sul – BRT-NS para o ano base de 2011 compõem-se de 21 veículos articulados e 14 padron;

� Que o máximo carregamento no corredor do BRT, incluindo todas as linhas na hora pico manhã para o ano base de 2030, ocorre no segmento entre os terminais Cruzeiro e Correios, com um volume de 12.500 passageiros/hpm;

� Que as operações das linhas do Corredor Norte-Sul – BRT-NS para o ano base de 2030 compõem-se de 63 veículos articulados e 9 padron;

� Que as viagens em dia útil passarão de 416 em 2011 para 895 em 2030. Baseado nas projeções realizadas, o estudo concluiu que a rede de transporte coletivo BRT-NS, projetada para o ano de 2030, possibilitará um ganho de 4% no tempo total de viagem, o que significa o transporte de um maior número de passageiros em um menor período de tempo, fatores que demonstram a compatibilidade do projeto com a demanda prevista de transporte de passageiros até o seu horizonte máximo. Nessa perspectiva, constatou-se que o projeto básico de implantação do BRT-NS está inserido no tema da chamada Política Nacional de Mobilidade Urbana, a qual foi instituída pela Lei nº 12.587, de 03 de janeiro de 2012, e cujos preceitos nucleares estão reproduzidos, de modo adaptado, no Plano Diretor do Município de Goiânia, documento que dedica o seu capítulo III à estratégia de mobilidade, acessibilidade e transporte. Diante de todo o exposto, verificou-se que o projeto básico de implantação do Corredor Norte-Sul – BRT-NS obedece aos preceitos de planejamento estipulados para o município de Goiânia nos termos do Plano Diretor de Transporte Coletivo Urbano da Grande Goiânia, aprovado pela Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo, consoante Deliberação nº 057, de 04 de maio de 2007, atendendo as exigências básicas vinculadas aos princípios, diretrizes e objetivos norteadores da Política Nacional de Mobilidade Urbana. ##/Fato##

2.1.2. Projetos do eixo de transporte Norte - Sul (corredor Norte- sul). Fato Com o intuito de verificar se os projetos de engenharia visando à implantação do Corredor Norte – Sul com a solução do tipo BRT estão em concordância com os requisitos técnicos e legais, solicitou-se a referida documentação à Prefeitura Municipal de Goiânia, tendo sido apresentado o que se segue: Projetos básicos datados de janeiro/2012: a.1) Vol. 01 – Estudos operacionais e cenário futuro; a.2) Vol. 02 – Projeto de Infraestrutura Viária (concepção do corredor; projeto geométrico; projeto das travessias em desnível; projeto de pavimentação, contemplando estudos geológicos e estudos geotécnicos; projeto de melhorias localizadas de escoamento das águas pluviais, contemplando estudos hidrológicos e projeto de drenagem; projeto básico de paisagismo e obras complementares e cadastro de utilidades públicas, contemplando relocação de postes, cadastro de interferências de água e esgoto e estimativa de desapropriação); a.3) Vol. 03 - Projeto de Estação e Terminais de integração;

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a.4) Vol. 04 - Projeto de Sinalização e Tecnologia da Informação. Projetos executivos datados de agosto/2013, outubro/2013 e novembro/2013: b.1) Vol. 05A - Projeto Geométrico - Projeto de Pavimentação; b.2) Vol. 05 B – Projeto do corredor, Drenagem e Terminais; b.3) Vol. 06 – Projetos de Desapropriação; b.4) Vol. 07 - Memórias de Cálculo e Orçamento; b.5) Vol. 08 - Projeto de Obras de Arte Especiais; b.6) Vol. 09 - Projeto de Drenagem. b.7) Vol. 10 – Plantas arquitetônicas dos terminais e das estações, da requalificação urbana, detalhes das estruturas metálicas, plantas das sinalizações horizontal, vertical e semafórica, projeto de urbanismo e plantas dos terminais relativas às instalações hidráulicas, águas pluviais, combate a incêndio, instalações elétricas, de esgoto, estrutura metálica, fundações, estruturas e comunicação e memória de cálculo e orçamentos. Dentre as informações constantes na documentação apresentada, destacam-se:

• o eixo de transporte Norte - Sul (corredor Norte- sul) possuirá em sua totalidade 27 km, dos quais 22 km se encontram em Goiânia, e o restante em Aparecida de Goiânia, iniciando no Terminal Veiga Jardim, na região sul, até o Terminal Recanto do Bosque, na região norte. Ao todo contará com sete terminais de integração e 39 estações, das quais 32 em Goiânia (a partir do Terminal Cruzeiro) e sete em Aparecida de Goiânia;

• as estações serão implantadas no centro da via, em nível elevado, com 95 cm de

altura em relação ao piso de rolamento dos ônibus, do tipo bidirecional, isto é, permitindo a parada concomitante de ônibus nos dois sentidos de circulação, com abertura de portas do ônibus do lado esquerdo do sentido de marcha. Terão uma largura padrão de 3,5 m e um comprimento de 60 m, sendo que, em alguns casos, haverá estações especiais com dimensões e disposições diferenciadas. As estações serão fechadas mediante dispositivos em vidro e elementos vazados, com abertura automática de portas quando do acostamento dos veículos. Terão acesso controlado com linha de bloqueio e portão. Serão ainda dotadas de câmeras de vídeo e painéis de informações eletrônicas para os passageiros;

• todo o eixo do BRT terá um tratamento paisagístico e de melhorias urbanísticas de

entorno e uma nova sinalização viária e semafórica;

• a implantação do Corredor Norte - Sul é um dos eixos de transporte coletivos estruturais considerados como prioritários no Plano Diretor de Transporte Coletivo Urbano da Grande Goiânia em razão de ser o 2º maior eixo de transporte da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo – RMTC;

• a escolha pela estruturação de um sistema de transporte com a solução do Tipo “Bus

Rapid Transit” – BRT visa proporcionar à grande parte da população de Goiânia e Aparecida de Goiânia melhoria da velocidade do transporte, do conforto dos passageiros e do dinamismo do sistema de transporte coletivo.

Entretanto, cabe destacar que o escopo desta fiscalização se restringe ao Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-60, cujo objeto tem por finalidade a transferência de

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recursos financeiros da União para a execução do Corredor Goiás BRT Norte Sul no Trecho Terminal Cruzeiro do Sul até Terminal Integração Isidória – Trecho 01, perfazendo um total de 4,79 km. O referido trecho, conforme projeto básico apresentado, é composto de três terminais e seis estações. Os três terminais de integração estão detalhados a seguir: 1 - Terminal Cruzeiro - existente, com 26.000 m², a ser adequado ao BRT e ter a sua cobertura substituída; 2 - Terminal Correio - novo, a ser implantado com 5.600 m²; 3 - Terminal Isidória - existente, com 13.000 m², a ser reconstruído. Em 10 de novembro de 2012, o Município de Goiânia celebrou, com interveniência da Secretaria Municipal de Finanças, o Convênio nº 22/2012, com a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos – CMTC, com vigência de dois anos após a assinatura. O objeto desse convênio é promover a cooperação mútua entre o Município e seus órgãos da administração direta, fundos, autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades nas quais o Município seja acionista majoritário e a CMTC, para a realização de organização, planejamento, gerenciamento, controle e fiscalização, de todas e quaisquer modalidades ou categorias de serviços públicos de passageiros, prestados dentro do contexto sistêmico da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos da Grande Goiânia, nos termos do artigo 9º, § 4º da Lei Complementar Estadual nº 027/1999, com vistas à ampliação da oferta de serviços de transporte qualificado à população. E ainda, propiciar meios e recursos materiais, humanos e econômicos, necessários à eficiente manutenção do Sistema Integrado de Transportes de Rede Metropolitana de Transportes Coletivos -SIT/RMTC. Posteriormente, em 15 de fevereiro de 2013, foi celebrado o 1º aditivo ao convênio nº 22/2012, cujo objeto foi a realização, pela CMTC, de todos os procedimentos necessários à implantação do Corredor Goiás (Corredor Norte-Sul) nos moldes do Sistema BRT, compreendendo a supervisão dos projetos que se encontrassem em andamento, a licitação do Projeto Executivo e posteriormente a licitação da execução da obra, com as respectivas contratações e sua supervisão, tendo como uma de suas obrigações, constante no Item 5 da Cláusula Quarta do respectivo termo aditivo: “dar aprovação no projeto executivo contratado”. Da análise da documentação apresentada pela Prefeitura de Goiânia, verificou-se que os projetos, bem como memoriais descritivos e especificações técnicas para a implantação do empreendimento foram devidamente elaborados e aprovados pela autoridade competente. ##/Fato##

2.1.3. Formalização legal do termo de compromisso. Fato A fim de se avaliar as obras de execução do “Corredor Norte-Sul – BRT-NS”, realizou-se análise da documentação apresentada pela Caixa Econômica Federal e pela Prefeitura de Goiânia-GO, bem como visita in loco ao empreendimento custeado com recursos do Orçamento Geral da União – OGU provenientes do Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-GO, de 22 de agosto de 2014.

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O Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-GO, assinado em 22 de agosto de 2014, celebrado entre o Município de Goiânia-GO e a União Federal, intermediada pelo Ministério das Cidades e representada pela Caixa Econômica Federal, tendo como interveniente executora a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos – CMTC, cuidou de estipular as cláusulas regedoras de transferência de recursos financeiros da União destinados à execução do Corredor Goiás BRT Norte Sul – especificamente no trecho entre o Terminal Cruzeiro do Sul e o Terminal Integração Isidória, denominado Trecho 01, com extensão de 4,79 km. Os recursos aptos à transferência foram enquadrados no âmbito do Programa Mobilidade Urbana e Trânsito, Ação Governamental 10SS – Apoio a Sistemas de Transporte Público Coletivo Urbano, sendo essa transferência de recursos limitada ao valor de R$70.000.000,00, ao passo que o valor relativo à contrapartida do município de Goiânia-GO, após os ajustes realizados ao longo do processo, alcançou o montante de R$12.928.897,01, conforme especificado às folhas 618/627 do volume principal II do Processo Administrativo/CAIXA nº 2634.0402097/2014. Inicialmente, por meio do Ofício nº 372/2012/SeMOB/MCIDADES, de 1º de outubro de 2012, constante às folhas 01/02v do volume principal I do Processo Administrativo/CAIXA nº 2634.0402097/2014, o Ministério das Cidades cientificou a Caixa Econômica Federal acerca da homologação de carta-consulta selecionada no âmbito do PAC 2 Mobilidade Grandes Cidades, relativa à intervenção BRT Norte/Sul, autorizando a instituição financeira a receber do proponente a documentação exigida para a formalização do termo de compromisso e da contratação das operações de crédito. Por intermédio do Ofício nº 003 – 2013 – CMTC, de 23 de abril de 2013, previamente à celebração do termo de compromisso, a CMTC encaminhou à Caixa Econômica Federal os documentos necessários à assinatura do contrato de repasse com recursos oriundos do OGU e destinados à implantação do trecho do Corredor Goiás – BRT Norte Sul, especificamente entre o Terminal Cruzeiro e o Terminal de Integração Isidória, com extensão de 4,79 km, conforme consta às folhas 47 do volume principal I do Processo Administrativo/CAIXA nº 2634.0402097/2014. Mediante o Ofício nº 004/2013/CMTC, de 26 de abril de 2013, a CMTC atendeu solicitação oriunda da Caixa Econômica Federal e encaminhou relação de documentos pendentes para as devidas análises, incluindo o plano de trabalho do empreendimento, constante às folhas 159 do volume principal I do Processo Administrativo/CAIXA nº 2634.0402097/2014. Já na COMUNICAÇÃO GIDURGO nº 8.152/2013, de 14 de novembro de 2013, constante às folhas 289 do volume principal I do Processo Administrativo/CAIXA nº 2634.0402097/2014, a Caixa Econômica Federal evidenciou a análise dos custos da obra e solicitou da CMTC o saneamento das pendências técnicas da análise de engenharia, o que foi atendido por intermédio do Ofício M14/2013, de 27 de novembro de 2013, constante às folhas 327/330v do volume principal II do Processo Administrativo/CAIXA nº 2634.0402097/2014. Quanto ao plano de trabalho, observou-se que, além da execução das obras de implantação do corredor exclusivo de transporte coletivo denominado “Corredor Goiás BRT Norte Sul” com extensão de 21,7 km, consistente de serviços de terraplenagem, drenagem, pavimentação, sinalização horizontal, vertical e semafórica, estações de embarque e

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terminais de integração, consta a execução de serviços complementares voltados à mobilidade urbana, como o tratamento das calçadas tornando-as acessíveis, paisagismo, iluminação e rede lógica. Para o Corredor Goiás BRT Norte Sul foi escolhida a solução “Bus Rapid Transit” – BRT, sob o argumento de que a implantação desse modelo de transporte tem por objetivo a estruturação de nove locais de integração com outras linhas de transporte, tanto alimentadoras, como troncais de outros eixos viários, contribuindo para a difusão da demanda e a acessibilidade em Goiânia e em municípios do entorno, graças à viabilidade de integração eletrônica prevista no âmbito de outras iniciativas em curso. Quanto a tais aspectos, destaca-se também que o projeto básico prevê a integração física e tarifária entre o empreendimento de mobilidade supra e o equipamento que já se encontra em operação ao longo da Região Metropolitana de Goiânia denominado Corredor Anhanguera, o qual já conta com uma estrutura segregada, modelo BRT. O plano de trabalho – trecho 1 – OGU 2015, de 18 de maio de 2015, estipulou em 24 meses o prazo de execução de todo o empreendimento, conforme consta às folhas 3.947 do volume técnico de engenharia XVII. Por intermédio do Laudo de Análise Técnica de Engenharia – LAE, de 12 de dezembro de 2013, constante às folhas 2.362/2.365 do Volume Técnico de Engenharia XVI, e da PA GIDUR/GO 320/2014, de 19 de fevereiro de 2014, constante às folhas 3.466 do Volume Técnico de Engenharia XVI, a Caixa Econômica Federal concluiu pela viabilidade do empreendimento sobre os aspectos técnicos de engenharia, apresentando, contudo, pendências a serem saneadas pela Prefeitura Municipal de Goiânia. Conforme registrado pelo mencionado laudo, a análise do orçamento obteve como base o Sinapi, pesquisas de mercado e a tabela Sicro. Sendo firmado, assim, em 22 de agosto de 2014, respectivo Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-GO. Por intermédio do Ofício nº G-116/2015, de 04 de fevereiro de 2015, constante às folhas 3.513 do Volume Técnico de Engenharia XVI, a Prefeitura Municipal de Goiânia encaminhou a documentação referente à licitação da obra, a qual foi realizada no âmbito da Concorrência nº 004/2013, divulgada definitivamente em 1º de outubro de 2014 e adjudicada ao Consórcio Isolux – EPC e WVG (Isolux Projetos e Instalações Ltda., EPC Construções Ltda. e WVG – Construções e Infraestrutura Ltda.) pelo valor total de R$ 242.459.882,78, conforme Despacho Homologatório nº 002/015, de 20 de janeiro de 2015, constante às folhas 3.517 do Volume Técnico de Engenharia XVI. Para o Trecho 01, o valor final ficou em R$ 64.507.970,98, conforme valores aprovados pela Caixa constantes do Ofício nº 032/2015, de 20 de maio de 2015, constante às folhas 3.794/3.795 do Volume Técnico de Engenharia XVII. Em 04 de março de 2015, foi celebrado o Contrato de Execução nº 001/2015, originado da Concorrência nº 004/2013, sendo partes o Município de Goiânia e o Consórcio BRT-Goiânia (Consórcio Isolux – EPC – WVG), com prazo de execução estabelecido pelo 1º termo aditivo ao contrato nº 001/2015, consistente em 24 (vinte e quatro) meses a contar da data de recebimento da ordem de serviço autorizativa do início das obras. Por intermédio do Ofício nº 205/2015/GIGOV/GO/SR Negócios de Governo e Judiciário – Sul de Goiás, de 18 de março de 2015, juntado às folhas 651/652 do volume principal III do

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Processo Administrativo/CAIXA nº 2634.0402097/2014, a CAIXA informou à Prefeitura Municipal de Goiânia que o resultado da licitação apresentada havia sido considerado apto para efeito de início de execução do objeto, e naquela data o valor aprovado de investimento perfazia o montante de R$ 64.104.704,67. Em relação à evolução dos serviços, verificada em dezembro de 2015, a Prefeitura Municipal de Goiânia havia encaminhado à CAIXA 07 (sete) medições referentes aos serviços realizados de março de 2015 a novembro de 2015, totalizando R$ 1.858.559,13, correspondendo a 2,66% do total físico da obra, sendo que o planejado para os meses referentes às medições era de 39,82%, conforme demonstrado na tabela a seguir: Tabela: Evolução dos serviços

Medi-ção

Período de realiza-ção dos serviços

Mês de referên

cia

Emissão do boletim de medição

Data de envio à Caixa

Valor (R$)

Físico plane-jado (%)

Físico

execu-

tado (%)

1 19/03/2015 a 31/05/2015

abr/15 e

mai/15 31/05/2015 25/06/2015 193.922,66 3,82 0,28

2 01/06/2015 a 30/06/2015

jun/15 30/06/2015 12/08/2015 263.614,07 6,00 0,38

3 01/07/2015 a 31/07/2015

jul/15 10/08/2015 31/08/2015 925.505,66 6,00 1,32

4 01/08/2015 a 31/08/2015

ago/15 31/08/2015 18/09/2015 65.053,68 6,00 0,09

5 01/09/2015 a 30/09/2015

set/15 30/09/2015 08/10/2015 326.264,64 6,00 0,47

6 01/10/2015 a 31/10/2015

out/15 31/10/2015 25/11/2015 65.331,10 6,00 0,09

7 01/11/2015 a 30/11/2015

nov/15 30/11/2015 14/12/2015 18.867,32 6,00 0,03

Total 1.858.559,13 39,82 2,66

Fonte: Processo Administrativo/CAIXA nº 2634.0402097/2014 A Caixa Econômica Federal realizou inspeção nos serviços realizados até aquele momento, conforme consubstanciado nos Relatórios de Acompanhamento do Empreendimento – RAE contidos nos autos, realizando glosa no total de R$ 271.253,67, referente aos serviços medidos além do previsto no cronograma físico-financeiro apresentado, conforme demonstrado na tabela a seguir:

Tabela: Resumo dos RAE da CAIXA.

RAE Inspeção Emissão relatório

Valor aprovado

Glosa

1 30/06/2015 13/07/2015 193.922,66 200.788,81

2 03/09/2015 03/09/2015 1.165.843,73 23.276,00

3 28/09/2015 28/09/2015 46.123,85 18.929,82

4 28/09/2015 19/10/2015 298.005,60 28.259,04

6 02/12/2015 03/12/2015 65.331,10 -

Total 1.769.226,94 271.253,67

Fonte: Processo Administrativo/CAIXA nº 2634.0402097/2014

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O primeiro crédito de recursos, no valor de R$ 254.435,71, somente foi realizado na conta do instrumento de repasse em 13 de outubro de 2015, conforme Comunicação GIGOVGO nº 4.810/2015, de 13 de outubro de 2015, constante às folhas 695/695v, 698/700 do volume principal III do Processo Administrativo/CAIXA nº 2634.0402097/2014, sendo que do valor inicialmente solicitado de R$ 1.703.895,84, houve a glosa de R$ 1.449.460,13, motivada pela insuficiência de recursos disponibilizados pelo gestor. ##/Fato##

2.1.4. Divergências entre valores da licitação, contrato e termo aditivo. Fato Com o objetivo de verificar a regularidade da contratação dos serviços objeto do Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-GO, solicitou-se da Prefeitura de Goiânia a apresentação do processo administrativo relativo ao procedimento licitatório realizado por aquela municipalidade. A Prefeitura Municipal de Goiânia apresentou o Processo CMTC nº 554770723, referente à formalização da licitação para a contratação de empresa de engenharia para execução das obras e dos serviços de implantação e modernização do corredor exclusivo de transporte coletivo BRT Norte-Sul. Ressalta-se que, no âmbito do Município de Goiânia, compete à CMTC a realização das licitações para os projetos e as obras nos corredores preferenciais. A CMTC deu início aos procedimentos destinados a recrutar empresas de engenharia interessadas na execução das obras e serviços de implantação do “Corredor Goiás – BRT Norte-Sul”, optando em realizar certame de pré-qualificação, conforme faculdade do art. 114, da Lei nº 8.666/93. O Edital de Pré-Qualificação nº 002/2013 foi publicado pela CMTC em 06 de setembro de 2013, habilitando, em 06 de fevereiro de 2014, as seguintes empresas: Consórcio BRT Goiás Norte-Sul (Construtora Andrade Gutierrez S.A e Construtora Central do Brasil S.A), Construtora Norberto Odebrecht Brasil S.A e Construtora Queiroz Galvão S.A. Entretanto, em 18 de setembro de 2014, acatando a determinação expedida pelo TCU nos autos do Processo nº 010.585/2014-1, originário de representação feita pelo Consórcio Trier/Equipav, inabilitado no procedimento de Pré-Qualificação, a CMTC publicou a anulação do edital e todos os demais procedimentos e atos referentes ao procedimento de Pré-Qualificação nº 02/2013. Por fim, em 1º de outubro de 2014, a CMTC publicou o aviso de licitação da Concorrência nº 004/2013 – Processo nº 55470723, para implantação do “Corredor Goiás – BRT Norte-Sul”, no valor estimado de R$ 322.735.809,23, sendo os recursos oriundos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC 2, de financiamento com organismos nacionais e internacionais e de recursos municipais. Estabeleceu-se o tipo de licitação em menor preço global, o regime de execução em empreitada por preço unitário de serviços e a realização sob a forma presencial.

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Consta nos autos do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723, às folhas 791/803 do volume II, o Parecer nº 008/2014, de 25 de agosto de 2014, a respeito da análise da minuta do edital e dos anexos. Naquele documento, houve ressalvas apenas quanto à necessidade de modificação de titularidade do contrato. Posteriormente, a minuta do contrato foi modificada levando em consideração as ressalvas da assessoria jurídica. Com efeito, o extrato do edital foi publicado em 1º de outubro de 2014 e a abertura das propostas foi inicialmente prevista para o dia 31 de outubro de 2014, na sede da CMTC. Posteriormente, aquela companhia realizou o adiamento da abertura das propostas para o dia 03 de novembro de 2014. Em relação à retirada do edital, uma vez que o instrumento foi disponibilizado na Internet, não foi possível determinar a quantidade de interessados. Entretanto, verificou-se nos autos que dezenove empresas visitaram a área de intervenção da obra e dezessete empresas apresentaram garantia de proposta comercial. Apesar da quantidade de interessados que apresentaram garantia apenas nove empresas apresentaram proposta, conforme consta na ata da sessão de abertura dos trabalhos, de 03 de novembro de 2014, acostada às folhas 1.341/1.342 do volume III do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723. O Consórcio Isolux – EPC e WVG (Isolux Projetos e Instalações Ltda., EPC Construções Ltda. e WVG – Construções e Infraestrutura Ltda.) sagrou-se vencedor do certame apresentando a melhor proposta, no valor de R$ 242.459.882,78, sendo que conforme a ata de julgamento das propostas de preços, de 07 de janeiro de 2015, a proposta apresentada pelo consórcio vencedor atendeu integralmente as exigências do edital, conforme consta às folhas 7.511/7.514 do volume XIX do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723. Quanto à documentação apresentada pelo Consórcio vencedor do certame, a ata de julgamento da documentação de habilitação, de 06 de novembro de 2014, acostada às folhas 5.586/5.587 do volume XIV do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723, consignou que a referida documentação atendeu integralmente às exigências do edital da Concorrência nº 004/2013 – CMTC. Após a análise da legalidade dos atos realizados na licitação, a assessoria jurídica da CMTC, por intermédio do Parecer nº 002/2015, de 20 de janeiro de 2015, juntado às folhas 7.528/7.546 do volume XIX do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723, opinou pela homologação. Dessa forma, a companhia, mediante o despacho homologatório nº 002/2015, de 20 de janeiro de 2015, juntado às folhas 7.549 do volume XIX do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723, realizou a homologação do certame. Em seguida, deu-se a lavratura do Contrato nº 001/2015, de 04 de março de 2015, cuja cláusula quarta estipulou como valor do contrato o montante de R$ 242.417.423,98. Ou seja, o valor constante do contrato diverge do valor que fora estipulado pela ata de julgamento das propostas de preços, de 07 de janeiro de 2015, que definiu a proposta vencedora no valor de R$ 242.459.882,78. Em 23 de julho de 2015, houve a lavratura do 1º Termo Aditivo de retificação e rerratificação ao Contrato nº 001/2015, que notadamente dilatou o prazo de execução do contrato de 20 meses para 24 meses e estipulou o valor de R$ 240.480.734,12 para o contrato.

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Desse modo, constatou-se que a Prefeitura Municipal de Goiânia, representada pela CMTC, apresentou três valores distintos para o Contrato nº 001/2015, de 04 de março de 2015, e não indicou ou juntou aos autos as justificativas para as citadas divergências de valores nem apresentou as respectivas planilhas orçamentárias. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por intermédio do Ofício nº 0027-2016, de 29 de março de 2016, a Prefeitura Municipal de Goiânia apresentou a seguinte manifestação: “13 – Divergências entre valores da Licitação, contrato e termo aditivo. Em anexo enviamos os documentos que balizaram as alterações de valores mencionadas.” A seguir estão destacados os pontos constantes dos documentos anexados pela Prefeitura de Goiânia relativos ao achado de auditoria ora relatado:

• Despacho do Presidente da Comissão Permanente de Licitação da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos – CMTC, de 16 de junho de 2015, no qual informa que o valor estimado pela Administração para a execução das obras de implantação do “Corredor Goiás – BRT Norte-Sul” era de R$322.735.809,23, com prazo de 20 meses e garantia contratual de 5% do valor do contrato;

• Proposta no valor total de R$ 242.459.882.78 do Consórcio Isolux-EPC-WVG,

posteriormente denominado Consórcio BRT Goiânia, integrado pelas empresas Isolux Projetos e Instalações Ltda., EPC Construções Ltda. e WVG Construções e Infraestrutura Ltda., o qual se sagrou vencedor do certame ao apresentar o desconto de 24,87%;

• Documentos evidenciando que anteriormente à assinatura do contrato, a

Administração realizou ajustes de valores e de arredondamentos de casas decimais constantes da planilha orçamentária apresentada pelo Consórcio vencedor do certame, o que implicou na redução do valor global da proposta, cuja nova configuração assumiu o valor de R$ 242.417.611,04;

• Despacho DVFO/CGM nº 090/2015, de 12 de março de 2015, da Controladoria Geral

do Município, no qual informa a detecção de inconsistências de valores e de arredondamentos junto à planilha orçamentária apresentada pela Administração;

• Documentos evidenciando que a Administração reduziu o valor da planilha orçamentária para R$ 241.525.587,09 em virtude do despacho da Controladoria Geral do Município supracitado;

• Documentos nos quais a Prefeitura Municipal de Goiânia relata que em atendimento

à análise e orientação da Caixa Econômica Federal, agente financeiro do empreendimento, formalizou o 1º Termo Aditivo de Retificação e Rerratificação ao Contrato nº 001/2015, o qual ajustou cláusulas e definiu o valor do objeto do contrato em R$ 240.480.734,12.

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Por intermédio do Ofício nº 270/2016/GIGOV/GO/SN GOVERNO JUDICIÁRIO/GO, de 14 de abril de 2016, a CAIXA apresentou a seguinte manifestação: “1.9 Das divergências entre valores da licitação, contrato e termo aditivo Conforme esclarecido pelo Tomador, a diferença verificada entre a proposta da empresa vencedora do processo licitatório, no valor de R$242.459.882,78 e o valor firmado no Contrato de Execução nº 001/2015, R$242.417.423,98, se deve a correção de erros de multiplicação verificados na planilha orçamentária da empresa vencedora, que assumiu/acatou o novo valor global corrigido pela Prefeitura. Após análise do resultado do processo licitatório, por meio da Comunicação GIGOVGO nº 2599/2015, de 22/05/2015, a CAIXA solicitou apresentação de Termo Aditivo ao Contrato de Execução ajustado ao prazo de execução e aos seguintes valores aprovados: R$64.507.970,98 referente às obras com utilização de repasse OGU (Trecho Terminal Cruzeiro do Sul até Terminal Integração Isidória) e R$172.003.026,03 referente às obras de financiamento (Trecho Terminal Integração Isidória até Terminal Recanto do Bosque), perfazendo o valor total de R$236.510.997,01. Através do Ofício nº 524/2015, de 10/07/2015, e das Comunicações GIGOVGO nº 3415/2015, nº 3436/2015, nº 4442/2015, nº 4501/2015, nº 5125/2015, nº 5526/2015, nº 141/2016, nº 272/2016, nº l110/2016, foi reiterada pela CAIXA a necessidade de apresentação do Termo Aditivo formalizado. Em, 29/03/2016, o Tomador apresentou, por meio do Ofício nº 0027/2016, o 1º Termo Aditivo realizado ao Contrato de Execução, alterando o valor da obra para R$240.480.734,12, valor que difere do valor total de obra aceito pela CAIXA na verificação do resultado do licitatório, somando-se os trechos executados com recurso OGU e Financiamento. Neste sentido, a CAIXA notificou a Prefeitura Municipal, por meio da Comunicação GIGOV/GO nº 1526/2016, a apresentar justificativa quanto ao valor do Termo Aditivo formalizado.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Conforme a manifestação da CAIXA, o valor de execução das obras de implantação do “Corredor Goiás – BRT Norte-Sul” constante do 1º Termo Aditivo de Retificação e Rerratificação ao Contrato nº 001/2015 está diferente do valor total de obra aceito pela CAIXA no ato de verificação do resultado do processo licitatório, o qual obedeceu à configuração disposta no quadro abaixo: Quadro: Detalhamento do custo da obra segundo a CAIXA

Trecho

Trecho 1 Trecho 2

Total

Trecho entre o Terminal Cruzeiro do Sul e o Terminal de Integração Isidória (4,79 km).

Trecho entre o Terminal de Integração Isidória e o Terminal Recanto do Bosque (17,01 km).

Fonte de recursos

Repasse oriundo do Orçamento Geral da União – OGU.

Repasse oriundo de financiamento com recursos do FGTS.

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Valor de investimento

78.665.411,15 192.662.105,95 271.327.517,10

Valor de repasse 70.000.000,00 140.000.000,00 210.000.000,00

Valor de contrapartida

8.665.411,15 52.662.105,95 61.327.517,10

Valor de obras 64.507.970,98 172.003.026,03 236.510.997,01

Intervenções futuras

14.157.440,17 20.659.079,92 34.816.520,09

Desse modo, verifica-se que o valor de obra aceito pela CAIXA na verificação do resultado do certame licitatório, somando-se os trechos executados com recursos do Orçamento Geral da União e de financiamento com recursos do FGTS, alcançou a monta de R$ 236.510.997,01. Essa informação apresentada pela CAIXA vai de encontro à manifestação da Prefeitura Municipal de Goiânia, cuja alegação foi no sentido de que a definição do valor do objeto constante do 1º Termo Aditivo de Retificação e Rerratificação ao Contrato nº 001/2015, ou seja, R$ 240.480.734,12, atendeu à orientação expedida pela CAIXA. Portanto, persistem as divergências de valores das obras, desta feita, a divergência está sediada entre o valor da obra aprovado pela CAIXA e o valor do objeto constante do 1º Termo Aditivo de Retificação e Rerratificação ao Contrato nº 001/2015. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.5. Utilização, de forma inadequada, de índice geral de variação de preços para reajuste do Contrato nº 001/2015. Fato Conforme verificado no Certificado/GGM nº 7207/2015-GABSEC, de 28 de setembro de 2015, o reajuste com base no INCC foi aplicado sobre o saldo do contrato em 30 de abril de 2014 (R$ 239.843.698,14), para as medições entre maio de 2015 e abril de 2016, provocando o acréscimo de R$ 16.540.371,21. Tal reajuste seguiu o disposto na Cláusula Décima Terceira do Contrato nº 001/2015, de 04 de março de 2015, firmado entre o Município de Goiânia e o Consórcio BRT-Goiânia (Consórcio Isolux-EPC-WVG). Entretanto, conforme consta da legislação vigente, a adoção de índice único para o empreendimento em pauta é inadequada. Pois, no que tange à adoção de índice único para o reajuste de preços, para empreendimentos em que haja preponderância de serviços ou insumos específicos, ou no caso de obras de infraestrutura de grande vulto nas quais exista significativa variação quanto à natureza dos serviços contratados, a previsão contratual para reajuste deve ser efetuada com base em uma cesta de índices representativos dos insumos ou grupos de serviços a serem executados. Neste sentido, o Decreto nº 1.054/94, aplicável à Administração Federal, no art. 2°, § 1°, dispõe que:

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“O reajuste deverá basear-se em índices que reflitam a variação efetiva do custo de produção ou do preço dos insumos utilizados, admitida a adoção de índices setoriais ou específicos regionais, ou na falta destes, índices gerais de preços. ” Já no art. 5º, Parágrafo único, há previsão de que: “Para a produção ou fornecimento de bens, realização de obras ou prestação de serviços que contenham mais de um insumo relevante, ou cuja singularidade requeira tratamento diferenciado, poderá ser adotada a fórmula de reajuste abaixo, baseada na variação ponderada dos índices de custos ou preços relativos aos principais componentes de custo considerados na formação do valor global de contrato ou de parte do valor global contratual...” ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício n° 0027-2016, de 29 de março de 2016, a Prefeitura Municipal de Goiânia/GO apresentou a seguinte manifestação: “A CPL - CMTC adotou o índice único para a correção o INCC, pois este é o índice que apura a evolução dos custos no setor da construção, um dos termômetros do nível de atividade da economia. Hoje pelo que pudemos levantar, este índice único em valor global de correção estaria abaixo e ou se igualaria aos valores obtidos para cada índice de correção para cada um dos grupos de serviços que compõem o fornecimento, conforme pode-se verificar pela planilha abaixo:

Somente no item de pavimento flexível teríamos um índice de correção perto de 30%. ” Por meio do Ofício n° 270/2016/GIGOV/GO/SN GOVERNO JUDICIÁRIO/GO, de 14 de abril de 2016, a CAIXA apresentou a seguinte manifestação: “Na análise do resultado do processo licitatório, a verificação realizada pela CAIXA no Contrato de Execução, firmado pelo Tomador com a empresa vencedora, restringe-se a constatação de que o objeto do Termo de Compromisso esteja contido no objeto da licitação.

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Ademais, o normativo de engenharia da CAIXA AE 099v010, esclarece que não são verificados aspectos legais e éticos do processo licitatório realizado pelo Tomador, visto que esta análise extrapola a competência da CAIXA enquanto instituição financeira para realizar atividades de controle não previstas em seu Estatuto. ” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Tendo em vista que a União não é partícipe do Contrato e que os reajustes contratuais não são aceitos no decorrer da execução do Contrato de Repasse em análise, conforme dispõe o item 3.6.1.11 do normativo de engenharia CAIXA AE 099 009 (“As alterações de valores decorrentes de reajustes previstos no CTEF, ocorridos após a assinatura do CT ou TC não são objeto de análise técnica e não são custeados com recurso de repasse.”), o reajuste torna sem efeito no que se refere à aplicação dos recursos federais.

Entretanto, no que se refere à celebração de instrumento de repasse para parcelas futuras das obras do BRT Norte-Sul que por ventura venham a ocorrer, deverá ser observado pela CAIXA o disposto no Decreto nº 1.054/94 no que se refere à adoção de índice único para o reajuste de preços.

##/AnaliseControleInterno##

2.1.6. Verificação da adequação do BDI Fato Objetivando efetuar a análise da taxa de Bonificações e Despesas Indiretas – BDI apresentada pela Consórcio BRT-Goiânia (Consórcio Isolux-EPC-WVG), às fls. 6393 do Volume XVI do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723, no âmbito Contrato de Execução nº 001/2015, realizou-se exame dos componentes percentuais, apresentados a seguir:

Taxa % Administração Central 4,67 Seguro + Garantia 0,74 Risco 0,97 Despesa Financeira 1,21 Lucro 8,69 Tributos 8,65 - PIS 0,65 - COFINS 3,00 - ISS 3,00 - INSS Desonerado 2,00

Para o cálculo do BDI, adotou-se a seguinte fórmula, que é indicada no Acórdão nº 2622/2013 – TCU/Plenário e, também, nos normativos da CAIXA:

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��� =�� + � + + � + � �� + �� �� + �

�� − � − �

Onde: AC = taxa de administração central S = taxa de seguros R = taxa de riscos G = taxa de garantias DF = taxa de despesas financeiras L = taxa de lucro/remuneração I = taxa de incidência de impostos (PIS, COFINS, ISS e INSS) Chega-se, portanto, ao percentual de 28,10% de BDI, conforme apresentado pela empresa Contratada, o qual foi aplicado sobre todos os itens contratados. Em atenção ao estabelecido pelo Acórdão nº 2622/2013 – TCU/Plenário, verifica-se que foi utilizado, para a composição do BDI, como diretriz os percentuais contidos no item 9.2.1 daquele Acórdão para o tipo de obra “Construção de Rodovias e Ferrovias”. Estando, para este fim, todos os itens relativos aos custos indiretos (taxas de rateio da administração central, riscos, seguros, garantias e despesas financeiras) e remuneração da empresa contratada, nos limites máximos estipulados pelo Tribunal de Contas para o 3ª Quartil. Com relação aos tributos incidentes no faturamento, importante ressaltar que foi aplicada, para a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta, a sistemática de desoneração da folha de pagamento, sendo assim constou o percentual de 2% no BDI. Para os tributos federais PIS e COFINS, os percentuais correspondem à legislação federal, ou seja, 0,65% e 3%, respectivamente. Quanto ao ISS, que no munícipio de Goiânia é de 5%, foi deduzido o percentual de 40%, relativo ao fornecimento de material, resultando 3% na composição do BDI.

##/Fato##

2.1.7. Análise dos custos da planilha orçamentária do Contrato nº 001/2015, firmado entre o Município de Goiânia e o Consórcio BRT-Goiânia (Consórcio Isolux-EPC-WVG), oriundo da Concorrência nº 004/2013. Fato Com o objetivo de verificar a adequação do orçamento constante no Contrato nº 001/2015, de 04 de março de 2015, firmado entre o Município de Goiânia e o Consórcio BRT-Goiânia (Consórcio Isolux-EPC-WVG), oriundo da Concorrência 004/2013, em relação aos preços praticados no mercado, realizou-se comparativo entre os preços unitários das composições de serviços contratados e os custos unitários contidos nos sistemas referenciais oficiais do Governo Federal. O valor total do contrato é de R$ 242.417.423,98, sendo R$ 64.507.970,98 referente ao Trecho 01 da obra, o que é custeado com recursos do Termo de Compromisso 0402.097-67/2013. Ressalta-se que o orçamento da proposta vencedora foi alterado mediante o 1º Termo Aditivo de retificação e reratificação ao Contrato nº 001/2015, de 23 de julho de 2015, reduzindo o valor total do contrato para R$ 240.480.734,12. Todavia, não foram encaminhadas a esta CGU as motivações para a alteração do valor contratual nem a planilha

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orçamentária alterada, sendo assim, considerou-se para análise a planilha orçamentária final encaminhada à CAIXA constante às fls. 3833 a 3879 do Volume Técnico de Eng. XVII. Cabe enfatizar que a análise realizada por este órgão de controle constatou divergências no somatório dos itens de serviço correspondente ao Grupo de Serviços “SERVIÇOS PRELIMINARES”, o que ocasionou um acréscimo de R$ 62.769,00 no valor total, conforme descrito em item específico deste relatório. Desta forma, o valor total considerado para o Trecho 01 foi de R$ 64.445.201,98. Para a análise dos custos, realizou-se a Curva ABC da planilha orçamentária demonstrando a participação percentual de cada componente de custo no valor total da obra, com o propósito de identificar os componentes de maior materialidade. Foram selecionados aqueles itens com representatividade significativa e que se encontravam nos sistemas de referência. O total de itens de serviço que compuseram a análise foi de 133, que, agrupados por serviços idênticos, compõe 58 serviços, e o valor total da análise foi de R$ 51.561.131,97, ou seja, 80,01% do total do orçamento para o Trecho 01. Com relação aos sistemas de referências oficiais do Governo Federal, utilizou-se as tabelas Sinapi-desonerado (abril/2014) e o Sicro-desonerado (março/2014). Nos casos em que não houve correspondentes nos sistemas oficiais, realizou-se a comparação com sistema de custo referencial de serviços da Agetop – desonerada, de junho/2013. Nos casos em que não havia correspondentes nos sistemas citados, considerou-se a cotação apresentada pelo gestor municipal. O BDI adotado foi de 28,10%, em conformidade com o detalhamento encaminhado pela empresa contratada para realização dos serviços. Ao final, naqueles itens que puderam ser analisados, verificou-se o sobrepreço de R$ 3.248.412,22, o que representa 6,30% do total contratado e 5,04% do valor total analisado, e um subpreço de R$ 11.586.157,57, o que representada 17,98% do valor total contratado e 22,47% do valor total analisado. Conforme determinação da Secretaria Federal de Controle Interno/CGU, para a quantificação do sobrepreço, foi utilizada a metodologia contida no documento “Entendimentos Relativos a Auditorias de Obras Públicas”, aprovado pela Portaria nº 2.079, de 11 de setembro de 2014, que determina a utilização compensação entre subpreço e sobrepreço, o que resultou no valor de R$ 8.337.745,35 abaixo do preço de mercado, conforme demonstrado na planilha a seguir: Item Descrição do

Serviço Unid

Quant Preço

Total

Referência

Preço Ref.

Total Ref.

Sobrepreço Sobrepreço Subpreço

5.1.9, 12.2.8.9 e 13.2.8.10

Execução de pavim. rígido com concreto fck = 30 MPa e fctm, k = 4,5 MPa excl. transp.

m³ 11.057,48 627,98

6.943.876,29

Comp

481,25 5.321.368,90

1.622.507,39 1.622.507,39

11.3.1, 12.3.3 e 13.3.1

Fornecimento e montagem de estrutura metálica vertical - não patinavel

kg 449.174,92 11,22

5.039.742,60

Comp

11,80 5.299.370,20

-259.627,60 259.627,60

2.1.1.3, 3.4, 3.9, 4.3, 5.1.6, 5.1.10,

Transporte local com caminhão basculante 6 m³, rodovia pavimentada -

m³ x Km

2.637.753,79

1,85

4.879.844,51

Comp

1,85 4.879.844,51

0,00

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5.3.3, 6.1.4, 6.1.14, 9.1.5.1, 11.1.5, 12.1.5, 12.2.8.6, 12.2.8.10, 13.1.5, 13.2.8.7 e 13.2.8.11

Material de limpeza

5.1.2, 5.2.2, 12.2.8.2 e 13.2.8.2

Base para pavimentação com brita graduada, inclusive compactação

m³ 17.170,86 101,35

1.740.266,74

SINAPI-73710

126,72 2.175.831,73

-435.564,98 435.564,98

5.2.8 e 5.3.6

Execução de concreto betuminoso warm mix

t 8.281,91 205,69

1.703.506,15

Comp

163,78 1.356.376,92

347.129,23 347.129,23

11.3.2, 12.3.4 e 13.3.2

Cobertura com telha de aço zincado, trapezoidal, espessura de 0,5 mm, incluindo acessórios

m² 54.218,08 26,76

1.450.875,82

SINAPI-84040

44,60 2.418.366,01

-967.490,19 967.490,19

2.4.2 Cantina, obras civis - Agetop (Composição) 271502

un 173.957,00 8,20

1.426.447,40

AGETOP-271502

6,15 1.069.626,80

356.820,60 356.820,60

9.1.7.1 e 9.1.7.2

Perfil Metálico W310x44,5 (fornecimento, transporte, descarga e cravação)

kg 282.672,50 4,98

1.407.709,05

Comp

9,58 2.708.830,17

-1.301.121,12

1.301.121,12

5.1.5, 12.2.8.5 e 13.2.8.6

Concreto compactado com rolo - ccr excl. transp.

m³ 4.419,80 316,84

1.400.369,43

Comp

165,30 730.594,00

669.775,43 669.775,43

9.1.7.3 Tirantes passivos permanentes (100mm incluindo material)

m 7.578,00 173,68

1.316.147,04

Comp. CAIXA

173,68 1.316.147,04

0,00

2.4.4 Vale Transporte un 347.915,00 3,59

1.249.014,85

CMTC

3,59 1.249.014,85

0,00

9.1.2.2, 9.1.3.2, 9.1.4.2, 9.1.7.10, 11.2.3, 12.2.3 e 13.2.3

kg 226.992,30 5,29

1.200.789,28

SINAPI-74254/002

9,01 2.044.163,29

-843.374,01 843.374,01

1.1.18 Encarregado de Turma

mês 511,00 2.160,81

1.104.173,91

T501-SICRO

2.875,08 1.469.164,04

-364.990,13 364.990,13

11.3.3, 12.3.5

Isolamento térmico com manta de lã de

m² 29.223,17 34,46

1.007.030,44

73833/001-

57,43 1.678.205,70

-671.175,27 671.175,27

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e 13.3.3

vidro, espessura 2,5cm

SINAPI

1.1.17 Encarregado Geral

mês 255,00 3.937,12

1.003.965,60

INSUMOS-4083

4.937,49 1.259.059,03

-255.093,43 255.093,43

10.3.1 Rede de dutos para comunicação - rede em método destrutivo (md) dcf (duto corrugado flexível) diam 100mm x 6 dutos - em canteiro central ou passeio - envelopado em concreto - escavação, instalação, concretagem e reaterro

m 2.633,00 322,81

849.958,73

0,00 0,00

5.1.12, 12.2.8.12 e 13.2.8.13

Tela aço soldada CA-60, Q-138, diâmetro do fio=4,2mm, largura=2,45 x 120 metros de comprimento, espaçamento da malha = 10 x 10 cm

kg 67.553,14 12,36

834.956,81

INSUMOS-7155

15,45 1.043.619,00

-208.662,19 208.662,19

7.3 Piso em concreto 20 mpa usinado, espessura 7cm e juntas serradas 2x2m incluso polimento com desempenadeira eletrica

m² 32.274,00 25,76

831.378,24

SINAPI-4083

42,93 1.385.403,73

-554.025,49 554.025,49

6.1.52 Escoramento de valas contínuo

m² 29.079,51 27,85

809.864,40

SINAPI-83868

46,41 1.349.598,45

-539.734,06 539.734,06

6.1.11, 11.1.6, 12.1.6 e 13.1.6

Reaterro e compactação mecânico de vala com compactador manual tipo soquete vibratório

m³ 70.845,50 10,99

778.592,07

SINAPI-74015/001

18,31 1.296.861,64

-518.269,56 518.269,56

3.14.1 Guarda rodas de concreto

m 2.380,00 300,63

715.499,40

Comp

426,88 1.015.975,45

-300.476,05 300.476,05

5.1.11, 12.2.8.11 e 13.2.8.12

Fornecimento e aplicação de barras de transferência

kg 91.954,18 7,11

653.794,22

Comp

7,47 686.734,97

-32.940,75 32.940,75

9.1.2.1, 9.1.3.1, 9.1.4.1, 9.1.7.9, 11.2.5, 12.2.5 e 13.2.5

Forma para estrutura de concreto em chapa de madeira compensada resinada de 1,10 x 2,20, esp 12 mm 02 utilizações

m² 20.028,91 30,17

604.272,21

SINAPI-84214

50,28 1.007.038,57

-402.766,36 402.766,36

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2.4.3 Fornecimento de Cesta Básica/Vale Alimentação coonforme cláusula 15ª da Convenção Coletiva de Trabalho

un 5.751,00 102,48

589.362,48

ESTIMATIVA

102,48 589.362,48

0,00

6.1.53 Escoramento de valas descontínuo

m² 29.911,33 19,47

582.373,67

SINAPI-83867

32,45 970.554,89

-388.181,22 388.181,22

5.1.3,5.2.3, 5.2.9, 5.3.7, 6.1.15, 6.1.54.4, 8.5, 8.8, 12.2.8.3, 13.2.8.3 e 12.3.1

Transporte comercial com caminhão basculante 6 m³, rodovia pavimentada - BGS

m³ x Km

551.307,12 0,98

540.280,98

SINAPI-72887

1,09 600.290,76

-60.009,78 60.009,78

1.3.6 Adicional de Ferramentas sobre Mão de Obra Direta

mês 7,00 75.668,40

529.678,80

ESTIMATIVA

75.668,40

529.678,80

0,00

7.2 Meio-fio de concreto pré moldado sem sarjeta

m 19.348,72 25,02

484.104,97

SINAPI-74223/001

41,68 806.527,01

-322.422,04 322.422,04

5.4.3, 9.1.7.5, 11.2.6, 12.2.6 e 13.2.6

Concreto usinado fck=25MPa, inclusive lancamento e adensamento

m³ 1.818,92 264,64

481.360,05

SINAPI-74138/003

427,94 778.397,01

-297.036,96 297.036,96

8.2 Muda de palmeira real (altura>4,0 m)

un 2.147,00 215,21

462.055,87

COTAÇÃO

280,00 601.162,10

-139.106,23 139.106,23

6.1.43 Diâm. 60 cm (corpo bstc d=0,60m ac / bc / pc) tubo de concreto

m 4.897,00 93,02

455.518,94

INSUMOS-12578

155,05 759.290,82

-303.771,88 303.771,88

7.1 Meio-fio e sarjeta de concreto moldado no local, usinado fck=15 MPa

m 9.828,72 45,38

446.027,31

SINAPI-73763/002

72,86 716.152,78

-270.125,46 270.125,46

10.2.2.5

Rede em método destrutivo (md) de 1 duto em dcf (duto corrugado flexível) diam 100mm para semafórica e detectores envelopada com concreto

m 2.241,00 194,07

434.910,87

0,00 0,00

1.3.4 Motorista de veículo leve

mês 61,00 7.128,92

434.864,12

INSUMOS-4095

8.916,78 543.923,87

-109.059,75 109.059,75

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10.2.4.7

Laço detector 2,00m x 1,00m com 3 voltas

pç 612,00 664,84

406.882,08

0,00 0,00

3.6 e 3.5

Demolição de concreto simples (meios-fios)

m³ 3.259,20 121,35

395.503,92

SINAPI-73616

121,35 395.501,08

0,00

2.4.1 Café da manhã - Agetop (Composição) 271500

un 173.957,00 2,20

382.705,40

AGETOP-271500

1,05 182.727,91

199.977,49 199.977,49

2.5.1 Epi's e Uniformes mês 7.907,00 47,96

379.219,72

COTAÇÃO

47,96 379.224,78

-5,06 5,06

5.1.7, 5.2.5, 12.2.8.7 e 13.2.8.8

Imprimação de base de pavimentação com emulsão CM-30

m² 101.849,34 3,46

352.398,72

SINAPI-72945

5,55 564.930,79

-212.532,07 212.532,07

10.3.8 Eletroduto de PVC rígido roscável DN 75mm

m 10.700,00 30,63

327.741,00

SINAPI-55868

51,05 546.212,00

-218.471,00 218.471,00

6.1.51 Diâm. 150 cm (corpo bstc d=1,50m ac / bc / pc) tubo de concreto

m 872,00 372,11

324.479,92

INSUMOS-55868

620,18 540.799,87

-216.319,95 216.319,95

1.2.6 Caminhao Cavalo Mecanico c/ Carreta Prancha Cap 20T (Incl Manut/Operacao)

mês 7,00 45.853,24

320.972,68

INSUMOS-1286

57.319,37

401.235,59

-80.262,91 80.262,91

11.3.4, 12.3.6 e 13.3.4

Pintura estrutura metálica c/ 1 demão primer + 2 demãos esmalte sintético utilizando revolver/compressor (e=75 micras)

kg 449.174,92 0,71

318.914,19

Comp

1,11 500.591,97

-181.677,78 181.677,78

6.2.2 Enrocamento manual, com arrumação do material

m³ 3.528,00 90,35

318.754,80

SINAPI-34604

150,58 531.251,71

-212.496,91 212.496,91

2.1.2.4, 9.1.1.1, 12.7.3 e 13.9.3

Banheiro Químico mês 304,00 992,19

301.625,76

992,19 301.624,46

0,00

3.15.4 Ensaios de concreto asfaltico

t 8.281,91 35,38

293.013,99

SINAPI-73900/012

35,38 293.024,09

-10,10 10,10

1.1.2 Responsável de Pavimentação

mês 13,00 22.242,17

289.148,21

INSUMOS-2707

27.874,82

362.372,61

-73.224,40 73.224,40

6.1.6 Escavação mecânica vala de 1,5 a 3,0 m

m³ 33.069,60 8,53

282.083,69

SINAPI-73579

14,24 471.067,19

-188.983,51 188.983,51

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4.1 Escavação e carga em solo 1ª categoria

m³ 59.906,55 4,70

281.560,79

SINAPI-74151/001

4,78 286.241,29

-4.680,50 4.680,50

1.1.1 Engenheiro Civil Sênior

mês 7,00 37.869,24

265.084,68

SINAPI-2708

47.466,94

332.268,60

-67.183,92 67.183,92

3.14.6 Tapume de chapa de madeira compensada (6mm) - pintura a cal- aproveitamento 2 x

m² 6.332,00 41,21

260.941,72

SINAPI-74220/001

41,20 260.859,15

0,00

1.1.28 Vigia mês 142,00 1.828,03

259.580,26

SINAPI-10508

2.294,01 325.750,10

-66.169,84 66.169,84

1.2.5 Caminhao Pipa 6000L Toco, 162Cv - 7,5T (Vu=6Anos) (Inclui Tanque de Aço para Transporte de Agua e Motobomba Centrifuga A Gasolina 3,5Cv) - Custo Horario Produtivo Diurno.

mês 8,00 31.232,42

249.859,36

INSUMOS-1147

24.707,16

197.657,28

52.202,08 52.202,08

10.3.7 Eletroduto de PVC rígido roscável DN 75mm

m 10.700,00 22,97

245.779,00

SINAPI-55867

38,29 409.693,26

-163.914,26 163.914,26

6.1.7 Escavação mecânica vala de 3,0 a 4,5 m

m³ 24.087,73 9,91

238.709,44

SINAPI-73578

16,56 398.973,08

-160.263,64 160.263,64

2.3.3 Tarifas de Energia mês 7,00 33.938,20

237.567,40

ESTIMATIVA

44.354,68

310.482,73

-72.915,33 72.915,33

7.4 e 8.12

Grama esmeralda em rolo

m² 28.349,07 7,71

218.571,33

INSUMOS-3329

10,06 285.074,00

-66.502,67 66.502,67

1.1.29 e 1.1.35

Servente (Faxineiro)

mês 153,00 1.421,05

217.420,65

INSUMOS-6111

1.783,92 272.939,85

-55.519,20 55.519,20

Total 51.561.131,97

3.248.412,22

11.586.157,57

Para as composições citadas, foi considerado o seguinte: - Itens 5.1.9, 12.2.8.9 e 13.2.8.10 (“Execução de pavim. rígido com concreto fck = 30 MPa e fctm, k = 4,5 MPa excl. transp.”), no valor total de R$ 6.943.876,29, foi considerada a seguinte composição apresentada pela Contratada:

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- Itens 11.3.1, 12.3.3 e 13.3.1 (“Fornecimento e montagem de estrutura metálica vertical - não patinavel”), no valor total de R$ 5.039.742,60:

- Itens 2.1.1.3, 3.4, 3.9, 4.3, 5.1.6, 5.1.10, 5.3.3, 6.1.4, 6.1.14, 9.1.5.1, 11.1.5, 12.1.5, 12.2.8.6, 12.2.8.10, 13.1.5, 13.2.8.7 e 13.2.8.11 (“Transporte local com caminhão basculante 6 m³, rodovia pavimentada - Material de limpeza”):

Produtiva Improdutiva Produtivo ImprodutivoE337-SICRO Regua Vibratoria 2,0000 1,0000 0,0000 10,8644 7,9726 21,73 E403-SICRO Caminhão basculante 6m3 1,0000 0,5000 0,5000 105,9310 8,4155 57,17 E406-SICRO Caminhão pipa 6000 l 2,0000 0,5000 0,5000 87,2783 8,4155 95,69 E502-SICRO Grupo Gerador 114/109 kva 1,0000 1,0000 0,0000 75,6707 8,2257 75,67 A070-SICRO Treliça Vibratória 1,0000 1,0000 0,0000 2,2973 0,0000 2,30

252,56

4750-INSUMOS Pedreiro 20 9,61 192,20 6111-INSUMOS Servente 50 6,33 316,50 T511-SICRO Encarregado de pavimentação 1 25,1832 25,18

533,88

10,0000

78,64

Não informado Corte de juntas m 13,01 1,0000 13,0100

Não informadoCura química (compatibilizado com espessura do concreto de 23 cm) m2 16,09 4,3400 69,8306

1 A 01 656 01-SICRO Usinagem pavimento de concreto m3 192,03 1,0000 192,0300 1 A 02 702 00-SICRO Limpeza e enchim. junta pav. concr.(const e rest) m 2,61 1,0000 2,6100 Não informado Forma metálica m2 78,2 0,2500 19,5500

297,03

0,0000375,6753

Equipamentos (A)

(C) Produção da Equipe (m3/H)

Discriminação QtdeUtilização Custo Operacional

Custo Horario

Discriminação Qtde Salário Base Custo Horário

Mão de obra(B)

Transporte (F)Custo Unitário (D+ E+F)

Execução de pavim. rígido com concreto fck = 30 MPa e fctm, k = 4,5 MPa excl. transp.

Custo Unitário

(A) Total

(B) Total

(E) Total

(D) Custo Unitário da Execução (A+B)/C

Referencia Discriminação Unidade Custo Consumo

Referencia

Referencia

Materiais(E)

Produtiva Improdutiva Produtivo Improdutivo

-

2700-INSUMOS Montador 1 14,84 14,84 6111-INSUMOS Servente 2 6,33 12,66 T501-SICRO Encarregado de turma 0,3 19,615 5,88

33,38

10,0000

3,34

Não informadoEstrutura metálica vertical - não patinável kg 5,87 1,0000 5,8700

5,87

0,00009,2085

Fornecimento e montagem de estrutura metálica vertical - não patinavel

Equipamentos (A)

Referencia Discriminação QtdeUtilização Custo Operacional

Custo Horario

(A) Total

Mão de obra(B)

Referencia Discriminação Qtde Salário Base Custo Horário

(E) Total

Transporte (F)Custo Unitário (D+ E+F)

(B) Total

(C) Produção da Equipe (kg/H)

(D) Custo Unitário da Execução (A+B)/C

Materiais(E)

Referencia Discriminação Unidade Custo Consumo Custo Unitário

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- Itens 5.2.8 e 5.3.6 (“Execução de concreto betuminoso warm mix”), no valor total de R$ 1.703.506,15, foi considerada a seguinte composição apresentada pela Contratada:

- 9.1.7.1 e 9.1.7.2 (“Perfil Metálico W310x44,5 (fornecimento, transporte, descarga e cravação)”), no valor total de R$ 1.407.709,05:

Produtiva Improdutiva Produtivo Improdutivo

E403-SICROTransporte local com caminhão basculante 6 m³, rodovia pavimentada - Material de limpeza 1,0000 1,0000 0,0000 105,9310 8,4155 105,93

105,93

- -

73,5000

1,44

- -

0,00001,4412

Transporte local com caminhão basculante 6 m³, rodovia pavimentada - Material de limpeza

Equipamentos (A)

Referencia Discriminação QtdeUtilização Custo Operacional

Custo Horario

(A) Total

Mão de obra(B)

Referencia Discriminação Qtde Salário Base Custo Horário

(E) Total

Transporte (F)Custo Unitário (D+ E+F)

(B) Total

(C) Produção da Equipe (m3 * km/h)

(D) Custo Unitário da Execução (A+B)/C

Materiais (E)

Referencia Discriminação Unidade Custo Consumo Custo Unitário

Produtiva Improdutiva Produtivo ImprodutivoE007-SICRO Trator agricola 110hp 1,0000 0,2100 0,7900 61,6257 8,2257 19,44 E142-SICRO Rolo de pneus 2,0000 0,2600 0,7400 99,8736 8,2257 64,11 E139-SICRO Rolo Tandem vibratorio 1,0000 0,6700 0,3300 95,5331 8,2257 66,72 E149-SICRO Vibroacabadora sobre esteira 1,0000 1,0000 0,0000 159,5368 19,6150 159,54 E107-SICRO Vassoura mecanica 1,0000 0,2100 0,7900 4,6500 0,0000 0,98

310,78

6111-INSUMOS Servente 8 6,33 50,64 T511-SICRO Encarregado de pavimentação 1 25,1832 25,18

75,82

50,0000

7,73

1 A 01 390 02-SICRO Usinagem CBUQ (capa) t 43,86 1,0000 43,8600 Não informado Cimento asfaltico CAP 50/60 t 1.271,00 0,0600 76,2600

120,12

0,0000127,8521

Execução de concreto betuminoso warm mix

Equipamentos (A)

Referencia Discriminação QtdeUtilização Custo Operacional

Custo Horario

(A) Total

Mão de obra(B)

Referencia Discriminação Qtde Salário Base Custo Horário

(E) Total

Transporte (F)Custo Unitário (D+ E+F)

(B) Total

(C) Produção da Equipe (t/H)

(D) Custo Unitário da Execução (A+B)/C

Materiais(E)

Referencia Discriminação Unidade Custo Consumo Custo Unitário

Page 28: CORREDOR BRT NORTE-SUL QUAIS AS CONCLUSÕES GOIÂNIA… · Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 680971 ... indiretamente a aproximadamente 1,8 milhão de habitantes

- Itens 5.1.5, 12.2.8.5 e 13.2.8.6 (“Concreto compactado com rolo - ccr excl. transp.”): foi considerada a seguinte composição apresentada pela Contratada:

- Item 3.14.1 (“Guarda rodas de concreto”), no valor total de R$ 715.499,40:

- Itens 5.1.11, 12.2.8.11 e 13.2.8.12 (“Fornecimento e aplicação de barras de transferência”), no valor total de R$ 653.794,22:

Produtiva Improdutiva Produtivo ImprodutivoE903-SICRO Bate-estacas 1,0000 1,0000 0,0000 127,8890 8,2257 127,89

127,89

378-INSUMOS Armador 2 9,61 19,22 6111-INSUMOS Servente 10 6,33 63,30

82,52

500,0000

0,42

73970/001Perfil Metálico W310x44,5 (fornecimento, transporte, descarga e cravação) kg 7,06 1,0000 7,0600

7,06

0,00007,4808

Perfil Metálico W310x44,5 (fornecimento, transporte, descarga e cravação)

Equipamentos (A)

Referencia Discriminação QtdeUtilização Custo Operacional

Custo Horario

(A) Total

Mão de obra(B)

Referencia Discriminação Qtde Salário Base Custo Horário

(E) Total

Transporte (F)Custo Unitário (D+ E+F)

(B) Total

(C) Produção da Equipe (kg/H)

(D) Custo Unitário da Execução (A+B)/C

Materiais(E)

Referencia Discriminação Unidade Custo Consumo Custo Unitário

Produtiva Improdutiva Produtivo ImprodutivoE002-SICRO Trator de Esteiras CAT-D6 1,0000 0,5000 0,5000 194,2196 14,6796 104,45 E142-SICRO Rolo de pneus 2,0000 0,5780 0,4220 99,8736 8,2257 122,40 E013-SICRO Rolo Dynapac CA-250 1,0000 0,5000 0,5000 109,0185 8,2257 58,62 E406-SICRO Caminhão pipa 6000 l 1,0000 0,7000 0,3000 87,2783 8,4155 63,62

349,09

6111-INSUMOS Servente 5 6,33 31,65 T511-SICRO Encarregado de pavimentação 1 25,1832 25,18

56,83

10,00000

40,59

1 A 01 653 00-SICRO usinagem concreto rolado m3 88,45 1,0000 88,4500 88,45

0,0000129,0421

Concreto compactado com rolo - ccr excl. transp.

Equipamentos (A)

Referencia Discriminação QtdeUtilização Custo Operacional

Custo Horario

(A) Total

Mão de obra(B)

Referencia Discriminação Qtde Salário Base Custo Horário

(E) Total

Transporte (F)Custo Unitário (D+ E+F)

(B) Total

(C) Produção da Equipe (m3/H)

(D) Custo Unitário da Execução (A+B)/C

Materiais (E)

Referencia Discriminação Unidade Custo Consumo Custo Unitário

SINAPI-73820/001 Forma comum de madeira m2 29,51 2,0866 61,5756 SINAPI-74138/001 Concreto fck=15MPA m3 282,28 0,3900 110,0892 SINAPI-74254/002 ARMACAO ACO CA-50 kg 7,03 22,0000 154,6600 SINAPI-4884 ARGAMASSA TRACO 1:3 (CIMENTO E AREIA) m3 345,75 0,0200 6,9150

333,24 (E) Total

Materiais(E)

Referencia Discriminação Unidade Custo Consumo Custo Unitário

Page 29: CORREDOR BRT NORTE-SUL QUAIS AS CONCLUSÕES GOIÂNIA… · Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 680971 ... indiretamente a aproximadamente 1,8 milhão de habitantes

- Itens 11.3.4, 12.3.6 e 13.3.4 3 (“Pintura estrutura metálica c/ 1 demão primer + 2 demãos esmalte sintético utilizando revolver/compressor (e=75 micras)”), no valor total de R$ 318.914,19:

Apesar de a análise ter apontado, no total analisado, preço abaixo ao de mercado, os itens de serviço 5.1.9, 5.2.8, 5.3.6, 10.2.2.5, 10.2.4.7, 10.3.1, 12.2.8.9 e 13.2.8.10, apresentaram inconformidades na formação dos custos unitários da planilha orçamentária contratada, e, devido à materialidade desses serviços, tal assunto é tratado em item específico deste Relatório. ##/Fato##

2.1.8. Itens contratados no valor total de R$ 10.339.134,12 com inconformidades na formação dos custos unitários. Fato Com o objetivo de verificar a adequação do orçamento constante no Contrato nº 001/2015, de 04 de março de 2015, firmado entre o Município de Goiânia e o Consórcio BRT-Goiânia (Consórcio Isolux-EPC-WVG), oriundo da Concorrência nº 004/2013, em relação aos preços praticados no mercado, esta CGU-R/GO realizou comparativo entre os preços unitários das composições de serviços contratados e os custos unitários contidos nos sistemas referenciais oficiais do Governo Federal, em conformidade com o Decreto nº 7.983, de 8 de abril de 2013. Analisando, inclusive, a conformidade entre as memórias de cálculo dos quantitativos e a fundamentação para os mesmos.

Produtiva Improdutiva Produtivo Improdutivo

-

378-INSUMOS Armador 0,08 9,61 0,77 6111-INSUMOS Servente 0,1 6,33 0,63

1,40

1,0000

1,40

INSUMOS-0028 Aço CA 50 Ø 1" m 4,43 1,0000 4,4300 4,43

0,00005,8318

Fornecimento e aplicação de barras de transferência

Equipamentos (A)

Referencia Discriminação QtdeUtilização Custo Operacional

Custo Horario

(A) Total

Mão de obra(B)

Referencia Discriminação Qtde Salário Base Custo Horário

(E) Total

Transporte (F)Custo Unitário (D+ E+F)

(B) Total

(C) Produção da Equipe (kg/H)

(D) Custo Unitário da Execução (A+B)/C

Materiais(E)

Referencia Discriminação Unidade Custo Consumo Custo Unitário

Produtiva Improdutiva Produtivo Improdutivo

-

4783-INSUMOS Pintor 1 9,61 9,61 9,61

50,0000

0,19

INSUMOS-7311 Esmalte Sintético L 19,54 0,0200 0,3908 INSUMOS-34604 Primer m 18,92 0,0150 0,2838

0,67

0,00000,8668

Pintura estrutura metálica c/ 1 demão primer + 2 demãos esmalte sintético utilizando revolver/compressor (e=75 micras)

Equipamentos (A)

Referencia Discriminação QtdeUtilização Custo Operacional

Custo Horario

(A) Total

Mão de obra(B)

Referencia Discriminação Qtde Salário Base Custo Horário

(E) Total

Transporte (F)Custo Unitário (D+ E+F)

(B) Total

(C) Produção da Equipe (kg/H)

(D) Custo Unitário da Execução (A+B)/C

Materiais(E)

Referencia Discriminação Unidade Custo Consumo Custo Unitário

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Da análise realizada, identificaram-se inconsistências nos seguintes itens:

- Itens 5.1.9, 12.2.8.9 e 13.2.8.10 (“Execução de pavim. rígido com concreto fck = 30 MPa e fctm, k = 4,5 MPa excl. transp.”), no valor total de R$ 6.943.876,29: apesar de a CAIXA, no Parecer Técnico acostado às fls. 3770 a 3775 do Volume Técnico de Engenharia XVII, informar que a composição havia sido aprovada no Laudo de Análise de Engenharia, verificou-se que a composição aprovada foi a encaminhada pela Prefeitura antes da Verificação de Resultado de Processo Licitatório, às fls. 539 a 553 do Volume II do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723. A composição apresentada posteriormente pela Contratada, às fls. 6400 a 7395 dos Volumes XVI a XIX do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723, diverge daquela composição apresentada pela CAIXA. Além disso, para os materiais "Corte de juntas", "Cura química" e "Forma metálica" não foram encontrados correspondentes nos sistemas referenciais e não havia a composição nas planilhas apresentadas pela Contratada. Não foi verificado, também, justificativas quanto à inviabilidade da definição dos custos com base nos sistemas de referências. Cabe ressaltar, ainda, que, inicialmente, no edital da licitação, a Prefeitura havia sugerido o método de cura úmida, entretanto o método foi trocado para cura química sem apresentação de justificativas.

Quanto ao equipamento “Grupo Gerador 114/109 kva”, foi utilizado a referência de um grupo gerador com maior dimensionamento (“Grupo Gerador : Heimer : GEHM-150 - 136 / 150 KVA”), tendo em vista que não havia, no SICRO, a especificação mencionada pela Contratada. Ressalta-se que a composição apresentada pela Contratada está demonstrada na análise de custos dos serviços contratados no item 2.2.4 deste Relatório.

- Itens 5.2.8 e 5.3.6 (“Execução de concreto betuminoso warm mix”), no valor total de R$ 1.703.506,15: apesar de a CAIXA informar que a composição havia sido aprovada no Laudo de Análise de Engenharia, verificou-se que a composição aprovada foi aquela encaminhada pela Prefeitura antes da Verificação de Resultado de Processo Licitatório. Para o material "Cimento asfáltico CAP 50/60", não foi encontrado correspondente nos sistemas referenciais e não havia a composição nas planilhas apresentadas pela Contratada. Não foi verificado, também, justificativas quanto à inviabilidade da definição dos custos com base nos sistemas de referências. Ressalta-se que a composição apresentada pela Contratada está demonstrada na análise de custos dos serviços contratados no item 2.2.4 deste Relatório.

- Item 10.3.1 (“Rede de dutos para comunicação - rede em método destrutivo (md) dcf (duto corrugado flexível) diam 100mm x 6 dutos - em canteiro central ou passeio - envelopado em concreto - escavação, instalação, concretagem e reaterro”), no valor total de R$ 849.958,73: não há composição do serviço na documentação apresentada. Nas planilhas orçamentárias repassadas pela Prefeitura, há somente a menção de “COTAÇÃO”. Posteriormente, quando do envio da composição dos itens de serviço pela Contratada, às fls. 6400 a 7395 dos Volumes XVI a XIX do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723, também não foi apresentada a composição para o serviço. Na documentação da CAIXA, às fls. 3775 do Volume Técnico de Engenharia XVII, há apenas a informação “COTAÇÃO APROVADA NO LAE”;

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- Item 10.2.2.5 (“Rede em método destrutivo (md) de 1 duto em dcf (duto corrugado flexível) diam 100mm para semafórica e detectores envelopada com concreto”), no valor total de R$ 434.910,87: não há composição do serviço na documentação apresentada pela Prefeitura. Nas planilhas orçamentárias encaminhadas, há somente a menção de “COTAÇÃO”. Posteriormente, quando do envio da composição dos itens de serviço pela Contratada, às fls. 6400 a 7395 dos Volumes XVI a XIX do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723, também não foi apresentada a composição para serviço. Na documentação da CAIXA, às fls. 3775 do Volume Técnico de Engenharia XVII, há apenas a informação “COTAÇÃO APROVADA NO LAE”;

- Item 10.2.4.7 (“Laço detector 2,00m x 1,00m com 3 voltas”), no valor total de R$ 406.882,08: não consta dos autos apresentados as cotações de referência para o preço. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício n° 0027-2016, de 29 de março de 2016, a Prefeitura Municipal de Goiânia/GO apresentou a seguinte manifestação: “A CPL - CMTC entende que não existe sobrepreço em nenhum item contratado para as obras do Corredor Goiás BRT NS, pois para a liberação do valor estimativo da contratação destas obras, foram realizados projetos e estudos que definiram os serviços e seus quantitativos necessários à execução das obras e implantação do corredor exclusivo de transporte coletivo. Todos os itens elencados nesta planilha estimativa de preços foram valorados através de tabelas oficiais obtidas no site da CEF (SINAPI), site da AGETOP e do DNIT, sendo ainda utilizados alguns orçamentos de itens que as tabelas oficiais não atendiam tecnicamente o fornecimento, lembrando ainda que todos os itens valorados tiveram seus preços unitários e composições previamente aprovados pelo Agente Financeiro do Contrato de Repasse e, que os preços da proposta vencedora ou se equipararam aos preços estimativos ou ficaram abaixo destes mesmos preços, portanto como existir sobrepreço com valores unitários iguais ou abaixo dos obtidos através das tabelas oficiais? A CPL - CMTC tem a convicção de que a homologação da proposta vencedora seguiu estritamente a vinculação ao ato convocatório, pois a análise de preços da proposta vencedora se restringiu exclusivamente aos preços unitários apresentados pelo licitante, conforme preconiza o Edital Convocatório, pois em nenhum momento este mesmo edital faz qualquer menção de que o licitante vencedor deveria adotar as composições utilizadas pelo poder público e, sim obedecer aos tetos máximos de preços unitários para cada fornecimento. A CPL - CMTC considera que, em obras como a do Corredor Goiás BRT NS, as CPU solicitadas pelo poder público e apresentadas pelo licitante vencedor, após a homologação e adjudicação do objeto da licitação, serão utilizadas para ações futuras esporádicas como: solicitação de reequilíbrio econômico e financeiro do contrato e não para a análise de validação dos valores ofertados através de nova valoração com outra tabela oficial. A CPL-CMTC entende ainda que a adoção de preços SICRO somente foram utilizados quando não obtivemos o mesmo fornecimento em tabelas do SINAPI e ou AGETOP, pois as tabelas SICRO em nada correspondem a veracidade de fornecimento em áreas urbanas, pois, como é sabido, planilhas SICRO são utilizadas para o balizamento de fornecimentos de pavimentação em áreas rurais, com um menor índice de impedâncias que possibilitam

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uma maior produtividade. Já a realização de obras de pavimentação em áreas urbanas com alta densidade demográfica e um alto fluxo de tráfego com grandes congestionamentos também é sabido que a produtividade é inferior a alcançada em obras rodoviárias, razão esta que a utilização dos valores do SINAPI se fez mais adequada, até porque abrange também obras civis e com obras urbanas. Em virtude do exposto consideramos que as CPU aprovadas pela CEF é que realmente devem ser analisadas e elas evidenciam que não há sobrepreço elencado neste item. Seguem abaixo as CPU aprovadas.

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” Por meio do Ofício n° 270/2016/GIGOV/GO/SN GOVERNO JUDICIÁRIO/GO, de 14 de abril de 2016, a CAIXA apresentou a seguinte manifestação: “1.5.1 Execução de pavimento rígido com concreto fck =30 Mpa e fctm,k =4,5 MPa excl. transp. 1.5.2 Execução de concreto betuminoso warm mix De acordo com o normativo de engenharia da CAIXA, AE099, ‘nos casos em que a adequação de custos (...) for baseada diretamente na planilha orçamentária da proposta vencedora da licitação, o Tomador deverá apresentar à CAIXA (...) as composições de custos unitários dos serviços do orçamento de referência que não estejam presentes nos sistemas de referência [...]’. (grifo nosso) Portanto as composições da empresa vencedora do processo licitatório não são objeto de análise da CAIXA na verificação do resultado do processo licitatório. Isto posto, a análise da planilha orçamentária na verificação do resultado do processo licitatório pela CAIXA foi realizada segundo as composições do orçamento de referência próprias apresentadas pelo Tomador, que constam às folhas 2269 a 2284 do Volume Técnico de Engenharia XII, baseadas em insumos referenciados ao SINAPI, sempre que existentes. Salientamos que o normativo CAIXA, AE099, prevê que ‘na elaboração dos orçamentos de referência, o Tomador poderá considerar especificidades locais ou de projeto na elaboração das respectivas composições de custo unitário de serviços, desde que demonstrada a pertinência dos ajustes para a obra ou serviço de engenharia [...]’. Considerando que o SICRO é recomendado para obras rodoviárias, entende-se que, para serviços e obras em ambiente urbano a utilização do SINAPI torna-se mais adequada, visto que neste suas ‘referências são específicas para serviços realizados neste ambiente, pois a produtividade aferida dos serviços e os custos dos equipamentos apropriam as ineficiências típicas devidas às interferências de serviços presentes nas cidades, tais como: transporte público/privado, redes de água, esgoto, gás, telecomunicações, drenagem urbana e proximidade de habitações’, conforme esclarece o normativo CAIXA AE099.

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Ressaltamos ainda que ‘não cabe ao profissional CAIXA a homologação e/ou aferição da composição apresentada, mas tão somente a análise e aceite dos custos dela provenientes’. 1.8.5 Redes de dutos para comunicação em método destrutivo (duto corrugado flexível) Laço detector 2,00m x l,00m com 3 voltas Esclarecemos que a análise e aceite pela CAIXA do preço unitário destes itens foi realizada segundo cotações de mercado apresentadas pelo Tomador, que constam às folhas 1770 a 1774 do Volume Técnico de Engenharia X, conforme resume a tabela abaixo:

” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Com relação às alegações da Prefeitura de Goiânia e da CAIXA quanto à utilização do SICRO, cabe ressaltar, inicialmente, que a equipe de auditoria faz uso das composições SINAPI, fazendo uso do SICRO subsidiariamente quando as composições apresentadas não possuem correspondentes naquele Sistema. Destaca-se, inclusive, que nas composições de custo unitário apresentadas tanto pela Prefeitura quanto pela Contratada, há uso recorrente das composições, materiais e equipamentos contidos no SICRO. Mesmo assim, cabe enfatizar que a presente obra, mesmo que esteja sendo executada nas regiões metropolitanas de Goiânia e Aparecida de Goiânia, trata-se de obra infraestrutura de transportes. Portanto a utilização do SICRO no caso concreto atende ao disposto no Decreto nº 7.983, de 8 de abril de 2013, que estabelece regras e critérios para elaboração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos orçamentos da União. O citado Decreto assim dispõe: “Art. 3º O custo global de referência de obras e serviços de engenharia, exceto os serviços e obras de infraestrutura de transporte, será obtido a partir das composições dos custos unitários previstas no projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes nos custos unitários de referência do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi, excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou que não possam ser considerados como de construção civil. ... Art. 4º O custo global de referência dos serviços e obras de infraestrutura de transportes será obtido a partir das composições dos custos unitários previstas no projeto que integra

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o edital de licitação, menores ou iguais aos seus correspondentes nos custos unitários de referência do Sistema de Custos Referenciais de Obras - Sicro, cuja manutenção e divulgação caberá ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou que não possam ser considerados como de infraestrutura de transportes.” A afirmação da Prefeitura de que o SICRO somente deve ser utilizado quando não for possível a verificação das composições no SINAPI ou nas tabelas Agetop, pois as tabelas SICRO em nada correspondem a veracidade de fornecimento em áreas urbanas, não encontra amparo legal. Pois, apesar de ser utilizada na orçamentação de obras de engenharia com execução no Estado de Goiás, a tabela Agetop não é um sistema oficial de referência para obras executadas com recursos da União, devendo ser empregada apenas de forma subsidiária àqueles dois sistemas, conforme estampado no Decreto nº 7.983: “Art. 5º O disposto nos arts. 3o e 4o não impede que os órgãos e entidades da administração pública federal desenvolvam novos sistemas de referência de custos, desde que demonstrem sua necessidade por meio de justificativa técnica e os submetam à aprovação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Parágrafo único. Os novos sistemas de referência de custos somente serão aplicáveis no caso de incompatibilidade de adoção dos sistemas referidos nos arts. 3o e 4o, incorporando-se às suas composições de custo unitário os custos de insumos constantes do Sinapi e Sicro. ” Além disso, ressalta-se que várias composições utilizadas pela Prefeitura nos serviços da planilha orçamentária são oriundas das tabelas para obras rodoviárias da Agetop. A respeito das composições dos custos unitários encaminhadas pela Prefeitura de Goiânia, na qual a municipalidade informa que são as composições aprovadas pela CAIXA e que são estas que devem ser analisadas, verificou-se, nos exames realizados, que, previamente ao julgamento das propostas de preços, a Comissão Permanente de Licitação - CPL da CMTC emitiu a Diligência nº 001-2014, de 10 de dezembro de 2014, solicitando o envio das composições elaboradas pela vencedora do certame para se chegar aos preços apresentados (fls. 6.400 do Volume XVI do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723). No documento de julgamento das propostas de preços, acostado às fls. 7.511 do Volume XIX do Processo Administrativo/CMTC nº 55470723, a CPL da CMTC informa que “foram analisadas as composições de preço unitários apresentadas pelo Licitante para justificar os preços unitários adotados”, e que, mediante diligências, o Consórcio vencedor “respondeu e trouxe os dados necessários e as garantias para a finalização da análise dentro dos parâmetros de aceitabilidade pela Administração”. Portanto, conclui-se que as composições de custo unitário a serem analisadas são aquelas apresentadas pela empresa contratada para a execução das obras do BRT Norte-Sul e que foram previamente aprovadas pela CPL da CMTC. Isto posto, entende-se que a Prefeitura deveria ter encaminhado à CAIXA, juntamente com a planilha orçamentária contratada, as novas composições de custo unitário para avaliação dos custos em face aos sistemas de referências.

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Em relação aos itens 5.1.9, 12.2.8.9 e 13.2.8.10 (“Execução de pavim. rígido com concreto fck = 30 MPa e fctm, k = 4,5 MPa excl. transp.”) e 5.2.8 e 5.3.6 (“Execução de concreto betuminoso warm mix”), em que pese as alegações apresentadas pela Prefeitura, as composições apresentadas pela Contratada e que foram efetivamente aprovadas devem ser reanalizadas pela CAIXA, principalmente porque tais itens correspondem 13,42% do orçamento total do trecho e houve alterações nos métodos constitutivos de tais serviços. Para os itens 10.3.1 (“Rede de dutos para comunicação - rede em método destrutivo (md) dcf (duto corrugado flexível) diam 100mm x 6 dutos - em canteiro central ou passeio - envelopado em concreto - escavação, instalação, concretagem e reaterro”), 10.2.2.5 (“Rede em método destrutivo (md) de 1 duto em dcf (duto corrugado flexível) diam 100mm para semafórica e detectores envelopada com concreto”) e 10.2.4.7 (“Laço detector 2,00m x 1,00m com 3 voltas”), a Prefeitura não se manifestou. Entretanto, a CAIXA, na sua manifestação, encaminhou a tabela com uma cotação para o item 10.3.1 e duas cotações para os itens 10.2.2.5 e 10.2.4.7. Ressalta-se que para insumos ou serviços cujos preços não sejam contemplados pelos sistemas referenciais de custos disponíveis para consulta (Sinapi, Sicro ou sistemas de referência aprovados por outros órgãos da administração pública), aplicou-se o entendimento contido na Instrução Normativa nº 5, de 27 de junho de 2014, que dispõe sobre o procedimento administrativo para a realização de pesquisa de preços para a aquisição de bens e contratação de serviços em geral. Segundo a Instrução Normativa, excepcionalmente, mediante justificativa da autoridade competente, será admitida a pesquisa com menos de três preços ou fornecedores. Além disso, o próprio normativo interno da CAIXA (AE 099 009), dispõe sobre a exigência de apresentação de no mínimo três cotações: “3.3.10.4.2.5 A pesquisa de mercado apura no mínimo três cotações, que devem ser apresentadas preferencialmente por meio de quadro resumo de informações, assinada pelo responsável técnico pelo orçamento, indicando necessariamente as fontes de consulta (com no mínimo nome da empresa, CNPJ, telefone, nome do contato e data, no caso de cotações) e adota como referência valor igual ou inferior à mediana entre os valores.” Ainda assim, não foi encaminhada a composição de custo unitário para os itens 10.3.1, 10.2.2.5 e 10.2.4.7. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.9. Ausência de indicação do órgão que deu causa à glosa de R$ 1.449.460,13 e de comprovação de aplicação dos recursos da contrapartida. Fato Nos termos da Comunicação GIGOVGO nº 4.810/2015, de 13 de outubro de 2015, constante às fls. 695 do Volume Principal III do Processo Administrativo/CAIXA nº 2634.0402097/2014, a primeira parcela de crédito de recursos vinculado ao Termo de

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Compromisso nº 0402097-67/2013-GO, no valor de R$ 254.435,71, recebeu autorização de desbloqueio na conta do instrumento de repasse em 13 de outubro de 2015. Por sua vez, o relatório de prestação de contas parcial e autorização de desbloqueio – PAC, juntado às fls. 698 a 700 do Volume Principal III, registrou que, do valor inicialmente solicitado de R$ 1.703.895,84, correspondentes aos serviços medidos e aprovados até o 5º boletim de medição, ocorreu a glosa de R$ 1.449.460,13, motivada pela insuficiência de recursos disponibilizados pelo gestor. Contudo, considerando-se que os recursos liberados indicam valores efetivamente medidos e neles abrangidos o percentual total do plano de aplicação dos recursos financeiros, ou seja, tanto o percentual financeiro do órgão concedente como o percentual financeiro da contrapartida do município, entende-se que não restou evidenciado qual o gestor foi o responsável pela glosa informada ao longo do relatório de prestação de contas parcial e autorização de desbloqueio, se federal ou municipal. Quanto ao controle do valor da contrapartida aportado pelo Município de Goiânia, o mesmo relatório de prestação de contas parcial e autorização de desbloqueio registrou que não houve aporte de recursos de contrapartida correspondente à liberação do órgão concedente, no valor de R$ 254.435,71, consignando que ainda havia um saldo a aportar no valor de R$ 8.665.411,15, valor esse que representa o total da contrapartida do município. Entretanto, conforme cláusulas estipuladas pelo Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-GO, o Município de Goiânia deverá repassar ao interveniente executor os recursos recebidos acrescidos da contrapartida devida e por sua vez o interveniente executor deverá apresentar relatório da utilização da contrapartida a cada parcela a ser liberada, a qual deverá ser realizada de acordo com o cronograma de desembolso. Nesse sentido, o cronograma de desembolso da contrapartida atribuída ao Município de Goiânia, no bojo do Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-GO, conforme estipulado pelo plano de trabalho – trecho 1 – OGU 2015, de 18 de maio de 2015, constante às fls. 3.947 do Volume Técnico de Engenharia XVII, estipulou o aporte de recursos, por parte do município, em percentuais e prazos idênticos aos percentuais e prazos de liberação de recursos do órgão concedente. Portanto, constatou-se que não houve o devido aporte de recursos de contrapartida do município de Goiânia simultâneo à liberação da primeira parcela de crédito de recursos vinculado ao Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-GO, sendo ainda, que essa primeira parcela de crédito sofreu uma glosa motivada por insuficiência de recursos sem que a CAIXA indicasse se a citada glosa compunha os recursos aportados pelo ente federal ou pelo ente municipal. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por intermédio do Ofício nº 0027-2016, de 29 de março de 2016, a Prefeitura Municipal de Goiânia apresentou a seguinte manifestação: “14 – Ausência de indicação do órgão que deu causa à glosa de R$1.449.460,13 e de comprovação de aplicação dos recursos da contrapartida.

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Entendemos que não houve uma glosa e sim um contingenciamento dos pagamentos devidos, por parte do Governo Federal.” Por intermédio do Ofício nº 270/2016/GIGOV/GO/SN GOVERNO JUDICIÁRIO/GO, de 14 de abril de 2016, a CAIXA apresentou a seguinte manifestação: “1.10 Da ausência de indicação do órgão que deu causa à glosa de R$1.449.460,13 e de comprovação de aplicação dos recursos de contrapartida O Gestor a que a CAIXA se refere para relatar a glosa por insuficiência de recursos na 1ª autorização de desbloqueio, realizada em 08/10/2015, trata-se do Ministério Gestor do Programa, no caso, o Ministério das Cidades, definido na cláusula sexta do Termo de Compromisso como sendo o responsável pela liberação dos recursos financeiros “em conformidade com a execução física e orçamentária da operação, respeitando a disponibilidade financeira do Gestor do Programa”. Ressaltamos que a Tabela 1, acima apresentada, demonstra a evolução da descentralização de recurso de repasse pelo MCidades, face a evolução físico-financeira da obra. Com relação à aplicação dos recursos de contrapartida, informamos que na 2ª autorização de desbloqueio, realizada em 05/01/2016, foi desbloqueado o valor de contrapartida proporcional acumulada, conforme os valores acumulados de administração local apontados no Relatório Resumo do Empreendimento elaborado pelo Tomador e no Relatório de Acompanhamento de Engenharia da CAIXA, sanando, portanto a divergência apontada pela CGU no Relatório Preliminar.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Quanto à manifestação da Prefeitura Municipal de Goiânia, procede a informação de que a glosa por insuficiência de recursos partiu do Ministério das Cidades, órgão gestor do programa. De sua parte, a CAIXA relatou que a glosa motivada por insuficiência de recursos partiu do órgão gestor do programa, ou seja, o Ministério das Cidades. Quanto à ausência de aporte de recursos de contrapartida do município, a CAIXA informou a regularização desta impropriedade mediante o desbloqueio do valor da contrapartida proporcional acumulada, conforme os dados registrados junto ao Relatório Resumo do Empreendimento elaborado pelo Tomador e ao Relatório de Acompanhamento de Engenharia elaborado pela própria CAIXA. Nesse contexto, a informação trazida pela CAIXA leva a entender que a Prefeitura Municipal de Goiânia depositou em conta vinculada ao Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-GO, o valor acumulado de contrapartida correspondente ao desbloqueio da primeira e da segunda liberação de recursos do órgão concedente. Contudo, não houve o encaminhamento de comprovantes dessa regularização, houve tão somente a menção ao RRE e ao RAE. Desse modo, para que se possa considerar saneada a impropriedade, tendo em vista que a movimentação financeira dos recursos de contrapartida da Prefeitura Municipal de Goiânia deve ser efetuada, obrigatoriamente, na conta vinculada ao Termo de Compromisso, faz-se

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necessário que a CAIXA apresente os documentos relativos à movimentação financeira pertinente aos recursos de contrapartida. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.10. Ritmo de execução da obra inferior ao ritmo previsto no cronograma de execução do Plano de Trabalho. Fato Com vistas a verificar a compatibilidade do estágio de andamento do Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-60 com o cronograma físico-financeiro de execução previsto no Plano de Trabalho, analisou-se a documentação apresentada pela CAIXA quanto ao andamento dos serviços pactuados no respectivo termo. Inicialmente, cabe ressaltar que as obras foram previstas para serem executadas em 24 meses, sendo autorizado o início da execução em 18 de março de 2015, por meio do Ofício nº 205/2015/GIGOV/GO/SR, da CAIXA. As mesmas tiveram início em 19 de março de 2015, conforme RAE nº 01 de 13 de julho de 2015,e até a data de 30 de novembro de 2015 foram executados serviços no montante de R$ 1.858.559,13, ou seja, 2,66%, conforme medições atestadas, detalhadas na tabela a seguir: Tabela: Medições da CAIXA

Medição

Período de realização

dos serviços

Mês de referênc

ia

Emissão do

boletim de

medição

Data de envio à Caixa

Valor (R$) Físico

planejado (%)

Físico executado

(%)

1 19/03/2015

a 31/05/2015

abr/15 e mai/15

31/05/15 25/06/1

5 193.922,66 3,82 0,28

2 01/06/2015

a 30/06/2015

jun/15 30/06/15 12/08/1

5 263.614,07 6,00 0,38

3 01/07/2015

a 31/07/2015

jul/15 10/08/15 31/08/1

5 925.505,66 6,00 1,32

4 01/08/2015

a 31/08/2015

ago/15 31/08/15 18/09/1

5 65.053,68 6,00 0,09

5 01/09/2015

a 30/09/2015

set/15 30/09/15 08/10/1

5 326.264,64 6,00 0,47

6 01/10/2015

a 31/10/2015

out/15 31/10/15 25/11/1

5 65.331,10 6,00 0,09

7 01/11/2015

a 30/11/2015

nov/15 30/11/15 14/12/1

5 18.867,32 6,00 0,03

Total 1.858.559,1

3 39,82 2,66

Fonte: Medições e RAE nº 06, de 03/12/2015. O cronograma previsto, datado de 18 de maio de 2015, estabeleceu a execução do percentual de 39,82% da obra até o 8º mês, ou seja, novembro de 2015. Assim, constata-se que as obras

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encontram-se atrasadas em relação ao cronograma previsto, visto que foi executado até novembro de 2015 o percentual de 2,66%, conforme demonstrado na 7ª medição emitida pela empresa executora. Entretanto, nos documentos apresentados a esta CGU-R/GO, não constam as justificativas para o atraso nas obras. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício n° 270/2016/GIGOV/GO/SN GOVERNO JUDICIÁRIO/GO, de 14 de abril de 2016, a Caixa justificou o que se segue: “O Tomador apresentou justificativa, através do Ofício n° 0027-2016, atribuindo o atraso das obras "às notícias, via imprensa e do próprio Governo Federal, de que os recursos para as obras do PAC seriam contingenciados" e ao "atraso para a liberação das medições realizadas". A Caixa apresentou uma tabela de valores demonstrando a evolução físico-financeira do Termo de Compromisso, inclusive no tocante ao crédito de recursos pelo Ministério das Cidades, Gestor do Programa, onde, até a data de 05/01/2016, foram desbloqueados recursos no montante de R$ 1.788.094,26, sendo R$ 1.543.180,01, objeto do repasse e R$ 244.914,25, de contrapartida. E, por meio do Ofício n° 0027-2016, de 29 de março de 2016, da Unidade Executora do BRT, a Prefeitura justificou o que se segue: “Este problema realmente ocorre desde o início do contrato, pois, como é do conhecimento de todos, após a assinatura do contrato e da ordem de serviço surgiram as notícias, via imprensa e do próprio Governo Federal, de que os recursos para as obras do PAC seriam contingenciados, estas notícias e informações gerou uma grande insegurança tanto para o poder público municipal quanto para o consórcio executor da obra, pois qual seria a garantia de se fazer os fornecimentos e efetivamente receber o pagamento? O contingenciamento noticiado se confirmou posteriormente com o grande atraso para a liberação das medições realizadas. Para a normalização do ritmo das obras estamos em negociação com o consórcio executor para retomar os serviços, proporcionando uma maior produtividade para então pleitearmos junto ao Ministério das Cidades um novo calendário para os pagamentos.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno As justificativas e razões apresentadas, tanto por parte da Caixa, como por parte da Prefeitura confirmam a falha apontada. E, necessário se faz que as obras sejam retomadas o mais breve, visando o atendimento aos objetivos propostos. ##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2

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Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Exigências contidas no Edital contrariando jurisprudências do TCU. Fato Com vistas a verificar se houve restrição ao caráter competitivo da licitação – Concorrência nº 004/2013 – realizou-se análise dos itens do Edital nº 004/2013, de 17 de setembro de 2014, relativos às exigências para habilitação das licitantes. Da análise, constatou-se o que se segue: 1 – Exigência de prestação de garantia no valor de R$ 3.000.000,00 para participação no certame (item 7.5.6 do Edital), concomitantemente com a comprovação de capital social mínimo ou patrimônio líquido de R$ 32.000.000,00 (item 7.5.9 do Edital), em desacordo com o § 2º do art. 31 da Lei nº 8.666/93, e com o Acórdão TCU nº 112/2007-Plenário, que diz: “É ilegal a exigência simultânea, nos instrumentos convocatórios, de requisitos de capital social mínimo e garantias para a comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes”; 2 – Limitação em até três empresas para participação dos interessados sob a forma de consórcio (item 5.2 do Edital), não constando nos autos do processo nº 55470723 justificativas para tal imposição, em desacordo com o contido no Acórdão TCU nº 718/2011-Plenário, que diz: “... por ausência de previsão legal, é irregular a condição que estabeleça número mínimo ou máximo de empresas participantes no consórcio.”; 3 – Limitação de três atestados ou certidões para a comprovação da capacidade técnico-operacional (alínea “c” do subitem 7.6.2.2.4 do Edital), em desacordo com o contido no Acórdão TCU nº 2359/2007 – Plenário, que diz: “.. abstenha-se de limitar ao máximo de três certidões e/ou atestados a comprovação de capacidade técnico-operacional, evitando, com isso, restrição indevida do universo de participantes no certame ..”. E, com fulcro no Acórdão TCU nº 1.258/2010 – Segunda Câmara, entende-se que é vedada a imposição de limites ou quantidade certa de atestados ou certidões para fins de comprovação de qualificação técnica, salvo se a natureza da obra ou do serviço assim o exigir, devendo, nesse caso, a pertinência e a necessidade estarem justificados em estudos técnicos nos autos do processo, o que não ocorreu no caso examinado. Diante do exposto, constatou-se que houve exigências contidas no Edital da Concorrência nº 004/2013, em desacordo com a Lei nº 8.666/93, bem como com Acórdãos do TCU, podendo ter contribuído para a restrição ao caráter competitivo da referida licitação. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

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Por meio do Ofício nº 0027-2016, de 29 de março de 2016, da Unidade Executora do BRT, a Prefeitura justificou o que se segue: “1 - Transcrevemos abaixo o que diz o edital convocatório da Concorrência n° 004-2013: 7.5.6 - Haverá a Prestação de garantia para a participação no Certame Regido por este Edital de Concorrência n° 004-2013 no valor de R$3.000.000,00 (três milhões de reais). 7.5.6.1 - A prestação de garantia para a participação no Certame regido pelo Edital Concorrência n° 004-2013 deverá ser feita até o dia 23 de Outubro de 2014, na Gerência Financeira da CMTC, sito à 1a Avenida n° 486 Setor Leste Universitário - Goiânia - GO, e poderá ser feita através das modalidades previstas na Lei 8.666/93. Como se pode verificar, pela reprodução de texto do edital, a prestação da garantia (menos de 1% do orçamento estimativo) corresponde à participação no certame e, não como comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes, pois esta seria comprovada, conforme o edital, pelas seguintes exigências: 7.5 - A Qualificação Econômica - Financeira será comprovada mediante apresentação dos seguintes documentos: 7.5.1 - ....... 7.5.2 - .... 7.5.3 - .... 7.5.4 - .... 7.5.5 - ..... 7.5.7 - .... 7.5.7.1 - .... 7.5.7.2 - .... 7.5.8 - .... 7.5.9 - A empresa Licitante deverá comprovar o capital social mínimo ou patrimônio liquido mínimo de R$ 32.000.000,00 (trinta e dois milhões de reais), cuja comprovação deverá ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de Índices oficiais. 7.5.9.1 - No Caso dos consórcios, a exigência de comprovação de capital social ou Patrimônio Liquido mínimo será de R$41.600.000,00 (quarenta e um milhões e seiscentos mil reais) e cada empresa participante do consórcio deverá comprovar capital social mínimo de acordo com sua participação no consórcio. Em caso de consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definida em lei, prevalecerá o capital definido no subitem 7.5.9. Para a obtenção deste valor poderá ser feita a somatória do capital social das empresas consorciadas. 2 - A CPL-CMTC entende que não houve restrição ao caráter competitivo da licitação pelo número de empresas admitidas para a formação do consórcio, pois se realmente houvesse este propósito de restrição ao caráter competitivo somente poderiam participar empresas solo, não sendo admitida a formação de consórcios. Necessário relembrar que as obras licitadas são compostas por 3 (três) grandes atividades: 1. Execução de Pavimentos Rígido e Flexível; 2. Execução de Passagem Inferior, 3. Implantações de terminais/estações de embargue e desembargue de passageiros, razão esta que balizou o número de empresas admitidas no consórcio.

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A ampliação do universo de participantes não pode ser implementada indiscriminadamente de modo a comprometer a segurança dos contratos, o que pode gerar graves prejuízos para o Poder Público."(REsp n° 295.806/SP, 2a. T, rei. Min. João Otávio de Noronha, j. em 6.12.2005, DJ de 06.03.2006) (grifo nosso). As exigências editalícias se acham em sintonia com a norma legal, pois ela está fincada nas características e especificidades do objeto licitado, porque, levou-se em conta a pertinência e compatibilidade a que se refere o inciso II, do art. 30, bem como a noção de indispensabilidade contida no inciso XXI, do art. 37 da Constituição Federal. 3 - Limitação de Três atestados para comprovação da aptidão técnica. A CPL - CMTC entende que uma empresa que executou três obras 10.000 m3 de pavimentação em concreto tem uma maior expertise que outra empresa que tenha executado 300 obras de 100 m3 de pavimentação em concreto, da mesma forma para os demais itens da exigência editalícia. Caso a Administração não julgasse relevante a contratação de uma empresa ou de um consórcio com a expertise necessária para executar cada uma das etapas das obras do corredor BRT NS, não haveria a necessidade de se exigir a capacitação técnica. A CPL-CMTC entende que, de acordo com o demonstrado acima, não houve nenhuma restrição ao caráter competitivo da licitação, haja vista que 9 (nove) participaram do certame, sendo 4 empresas solo e 5 consórcios; salientando ainda que não houve qualquer impugnação ao edital a respeito deste assunto, inclusive por mais 10 (dez) empresas que se credenciaram a participar do certame e não apresentaram documentação e propostas.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno As justificativas apresentadas não elidem as falhas apontadas, tendo em vista o que segue. Relativamente ao item 1, o gestor reproduziu o texto do edital, afirmando que a prestação da garantia corresponde à participação no certame e, não como comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes. Todavia, como pode ser observado, a exigência de “prestação de garantia” encontra-se no item 7.5.6 do Edital, o qual é subitem do item 7.5, que diz: A Qualificação Econômica - Financeira será comprovada mediante apresentação dos seguintes documentos:, logo a seguir, constam os subitens 7.5.1 ao 7.5.9, onde o subitem 7.5.9 exige a comprovação de capital social mínimo ou patrimônio líquido de R$ 32.000.000,00. Assim, ambas as exigências destacadas fazem parte do item “Qualificação Econômica”, demonstrando que o edital exigiu prestação de garantia, concomitantemente com a comprovação de capital social mínimo ou patrimônio líquido, em desacordo com o § 2º do art. 31 da Lei nº 8.666/93, e com o Acórdão TCU nº 112/2007-Plenário. A respeito dos itens 2 e 3, apesar dos esclarecimentos apresentados, a ausência de previsão legal e de justificativas embasadas em estudos técnicos nos autos do processo nº 55470723, sobre a limitação em até três empresas para participação dos interessados sob a forma de consórcio e a limitação de três atestados ou certidões para a comprovação da capacidade técnico-operacional permanecem contrariando os Acórdãos do TCU nº 718/2011-Plenário, nº 2359/2007 – Plenário e nº 1.258/2010 – Segunda Câmara, respectivamente. ##/AnaliseControleInterno##

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2.2.2. Não atendimento à exigência complementar constante na Licença Ambiental de Instalação nº 353/2015, quanto à necessidade de requerer a Licença de Exploração Florestal - Desmatamento para os trechos onde tiver supressão de vegetação. Fato Com o intuito de verificar se os projetos de engenharia para a implantação do Corredor Norte – Sul com a solução do tipo BRT estão em concordância com os requisitos técnicos e legais, no que se refere ao licenciamento ambiental, foi analisada a documentação apresentada pela CAIXA e pela Prefeitura de Goiânia (Processo Administrativo/CMTC nº 55470723) e verificou-se a existência de Licença de Instalação nº 353/2015, às fls. 231 a 233 do Anexo Técnico de Engenharia XVI. A citada Licença de Instalação determinava, nas exigências complementares, que, caso houvesse supressões da flora, a Prefeitura deveria requerer a Licença de Exploração Florestal – LEF para os trechos de supressão de vegetação. A licença supra determinava, ainda, que qualquer retirada de vegetação com aproveitamento lenhoso, caso fosse necessária, deveria, também, ser objeto de licenciamento específico. Entretanto, na análise dos projetos apresentados, embora tenha constado a necessidade de derrubada de árvores no canteiro central da av. Rio Verde, visando à implantação do Corredor Norte-Sul, não consta dos autos o respectivo licenciamento. Diante do exposto, verificaram-se falhas relativas à licença ambiental, podendo impactar a execução da obra, visto o não atendimento à exigência complementar contida na Licença de Instalação nº 353/2015. ##/Fato## ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício nº 0027-2016, de 29 de março de 2016, da Unidade Executora do BRT, a Prefeitura justificou o que se segue: “... Quanto à obtenção das licenças complementares, necessárias para a supressão de vegetação conforme determina a LI n° 353/2015, informamos que as mesmas estão sendo obtidas de acordo com cada etapa de execução das obras de implantação do Corredor Goiás BRT NS, conforme cópias em anexo, portanto, estamos cumprindo fielmente ao que nos foi determinado e, que não existem falhas relativas à licença ambiental, afirmando ainda que não haverá nenhum impacto à execução das obras em virtude de qualquer pendência às respectivas LI, haja vista que estamos seguindo as legislações vigentes, lembrando ainda que as obras de implantação do corredor exclusivo de transporte coletivo estão inseridas em área urbana, com viário consolidado e a vegetação arbórea a ser suprimida encontra-se nos canteiros centrais das vias, sendo em sua maioria constituída de espécimes exóticas, oriundas de plantio por parte do poder público.” Foi apresentada, ainda, a Autorização nº 267, expedida pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, da Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia, recebida em 03 de junho de 2015, a qual autoriza a Prefeitura Municipal de Goiânia a retirar as árvores do canteiro central das Avenidas Rio Verde, Uru e Alameda da Almeida. O prazo para o cumprimento é de 90 dias, ficando o compromisso do imediato replantio. ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

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Diante das justificativas apresentadas e da nova documentação, ou seja, a Autorização expedida pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, da Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia, à Prefeitura Municipal de Goiânia, a qual foi recebida em 03 de junho de 2015, autorizando a retirada das árvores do canteiro central das Avenidas Rio Verde, Uru e Alameda da Almeida, verifica-se o atendimento à exigência complementar contida na Licença de Instalação nº 353/2015. Entretanto, a autorização teve seu prazo de vigência expirado em 01 de setembro de 2015, e o objeto, quer seja, a retirada das árvores e o replantio imediato não ocorreram. Assim, passados sete meses do fim do prazo para o cumprimento da Autorização nº 267, as árvores ainda não foram retiradas, necessitando de nova solicitação junto ao órgão de meio ambiente visando o atendimento à exigência complementar contida na Licença de Instalação nº 353/2015, motivo pelo qual a falha permanece. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.3. Desapropriações/ indenizações não efetivadas, encontrando-se os imóveis ainda não disponíveis para a execução da obras. Fato Da análise da documentação relativa às desapropriações/ indenizações, verificou-se que no trecho Terminal Cruzeiro do Sul até Terminal Integração Isidória, perfazendo um total de 4,79 km, onde estão sendo executadas as obras de implantação do Corredor Goiás BRT Norte Sul, com recursos do Termo de Compromisso nº 0402097-67/2013-60, serão necessárias 42 desapropriações/indenizações na faixa de domínio, totalizando 8.762,45 m², sendo 6.041,25 m² de áreas a serem desapropriadas e 2.721,20 m² de áreas a serem indenizadas (áreas irregulares). Conforme consta no projeto referente às desapropriações, os proprietários foram identificados e cadastrados, quando dos levantamentos no campo. As informações necessárias para completar o estudo foram conferidas no Cartório de Registro de Imóveis, todavia foram identificados 18 imóveis em situação irregular, localizados nas quadras 04 e 05 do Parque Amazonas (item 20 a 37 do quadro de imóveis a serem desapropriados/indenizados), sendo classificados em áreas a serem indenizadas. O projeto elaborado, referente às desapropriações, cita que, simultaneamente aos trabalhos de cadastro físico, foram realizadas pesquisas de valores médios estimados para terrenos e benfeitorias de cada propriedade. As pesquisas foram feitas no site www.lugarcerto.com.br, nos classificados dos jornais, em consultas ao mercado e na tabela SINAPI. As pesquisas foram realizadas nos meses de setembro e outubro de 2013. Os imóveis com área construída, residenciais ou comerciais, foram classificados, segundo os diferentes padrões da tabela SINAPI referente a custo unitário de construção, de acordo com avaliação visual e pelo cadastro imobiliário da prefeitura de Goiânia que consta as informações sobre o tipo de edificação. Das pesquisas realizadas dos valores médios estimados, chegou-se ao montante de R$ 8.844.342,00 para as 42 desapropriações/indenizações, sendo R$ 7.055.408,00 para as áreas a desapropriar e R$ 1.788.934,00 para as áreas a serem indenizadas (irregulares).

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Assim, os Prefeitos Municipais de Goiânia e de Aparecida de Goiânia publicaram os Decretos nº 4978, de 06 de dezembro de 2013, e nº 343, de 16 de dezembro de 2013, respectivamente, declarando de utilidade pública, para fins de desapropriação, as áreas dos imóveis constantes na faixa de domínio, necessários à implantação do Corredor Norte-Sul nos moldes do sistema BRT. A Prefeitura Goiânia informou, por meio do Ofício nº 0133/2016-GAB, de 17 de fevereiro de 2016, que “... todos os processos administrativos de desapropriação foram concluídos..”, apresentando uma planilha contendo as 42 propriedades a serem desapropriadas, cujo montante de indenização é de R$ 8.770.124,91, relativos aos meses de janeiro, março e maio/2015. Entretanto, não foram inseridos na referida planilha os valores de indenização relativos a oito propriedades, não sendo justificada tais lacunas. Acrescentou, ainda, que “... não haverá reassentamento de famílias e que as ocupações irregulares serão objeto de indenização, estando concluídos os respectivos processos de desapropriação e indenização das benfeitorias...”. Entretanto, não foi informado se os imóveis já foram, de fato, desapropriados e as indenizações efetivadas. Em visita aos locais, em 01 de março de 2016, verificou-se que os imóveis ainda não foram desocupados e disponibilizados para as obras. Ressalte-se, também, que a RAE nº 04, de 19 de outubro de 2015, cita como pendência de Relatórios de Acompanhamento anteriores (“apresentar manifestação acerca do andamento das desapropriações das áreas afetadas”). Verificou-se que o último relatório de acompanhamento emitido pela Caixa, quando desta fiscalização, o RAE nº 06, afirma que as pendências dos relatórios anteriores não haviam sido sanadas. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício n° 270/2016/GIGOV/GO/SN GOVERNO JUDICIÁRIO/GO, de 14 de abril de 2016, a Caixa justificou o que se segue: “De acordo com o normativo CAIXA SA098, que estabelece as diretrizes operacionais para as operações de repasse de recursos do OGU inseridas no PAC, no caso de desapropriações de imóveis pelo Ente Público, na análise da documentação de titularidade da área de intervenção pode ser aceito o decreto de desapropriação e RGI do imóvel, ficando, neste caso, a prestação de contas final (PCF) do Termo de Compromisso condicionada à apresentação da certidão de matrícula atualizada do imóvel comprovando a propriedade ou termo de "imissão provisória de posse", concedida por juiz. Na fase de análise, o Tomador apresentou certidões dos imóveis necessários a implantação do Corredor Norte-Sul, emitidas por Cartório de Registro de Imóveis, além do Decreto Municipal da Prefeitura de Goiânia n°4978, de 06 de dezembro de 2013, e do Decreto Municipal da Prefeitura de Aparecida de Goiânia n°343, de 16 de dezembro de 2013, que declaram estes imóveis de Utilidade Pública, para fins de desapropriação. Isto posto, para a aprovação da Prestação de Contas Final do Termo de Compromisso pela CAIXA será necessária a comprovação pelo Tomador da Posse do Ente Público por meio dos respectivos termos de “imissão provisória de posse”, expedidos por juiz.

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Ressaltamos que, para acompanhamento das ações do Município, a CAIXA tem solicitado ao Tomador, através das Comunicações GIGOVGO n° 1110/2016, 272/2016, 141/2016, 5526/2015, 5125/2015, 4501/2015 e 2599/2015 a apresentação de manifestação acerca do andamento das desapropriações das áreas afetadas.” E, por meio do Ofício nº 0027-2016, de 29 de março de 2016, da Unidade Executora do BRT, a Prefeitura apresentou uma relação de 65 imóveis a serem desapropriados e justificou o que se segue: “Todos os processos licitatórios já estão com a parte burocrática concluída e foi iniciado os primeiros contatos com os proprietários para a realização das negociações relativas aos pagamentos devidos. Temos a expectativa de que no início do mês de setembro de 2016 já estaremos concluindo estes processos de desapropriações.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno As justificativas apresentadas, tanto por parte da Caixa, como por parte da Prefeitura não acrescentaram nenhuma nova informação à falha apontada. Assim, os processos não foram definitivamente concluídos, pois os imóveis ainda não foram desapropriados e as indenizações também não foram efetivadas, não se encontrando os mesmos disponíveis para a execução e continuidade das obras a serem executadas. ##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais não está adequada e exige providências de regularização por parte dos gestores federais e municipais, conforme demonstrado nos itens 2.1.4, 2.1.5, 2.1.8, 2.1.9, 2.1.10, 2.2.1, 2.2.2 e 2.2.3 do presente Relatório.

__________________________________ Chefe