coordenador pedagógico como articulador escolar

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Unip Universidade Paulista Curso de Pedagogia Ações do Coordenador Pedagógico Alunas: Elivane Leandro da Silva RA: 1225956 Deusiane da Silva Sousa RA: 1201302 Ceres Centro 2014

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O coordenador pedagógico é um profissional que desempenha várias funções entre elas estimular, orientar e acompanhar o processo de formação dos professores e ter sensibilidade para identificar dificuldades e necessidades que possam ser supridas através da promoção e implantação de programa de formação continuada.

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Page 1: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

Unip – Universidade Paulista

Curso de Pedagogia

Ações do Coordenador Pedagógico

Alunas:

Elivane Leandro da Silva – RA: 1225956

Deusiane da Silva Sousa – RA: 1201302

Ceres Centro

2014

Page 2: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

II

Autoras

Elivane Leandro da Silva – RA: 1225956

Deusiane da Silva Sousa – RA: 1201302

Ações do Coordenador Pedagógico

Trabalho apresentado na

disciplina Projetos e Práticas de

Ação Pedagógica ministrada pela

professora Lucy Almeida do curso

de Pedagogia - Turma 2012 pela

Universidade Paulista – Unip.

Ceres – Centro

2014

Page 3: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

III

Sumário

Tema ................................................................................................................. II

Justificativa ....................................................................................................... IV

Situação-problema ............................................................................................ V

Público Alvo ..................................................................................................... VII

Objetivos ......................................................................................................... VIII

Embasamento Teórico ..................................................................................... IX

Metodologia .................................................................................................... XIII

I – Função do Coordenador Pedagógico ............................................. XIII

II – Pesquisa realizada no Município Ceres Go ................................... XV

III – Conclusões iniciais ....................................................................... XVI

Recursos ........................................................................................................ XIX

Cronograma .................................................................................................... XX

Avaliação ........................................................................................................ XXI

Referências Bibliográficas ............................................................................. XXII

Page 4: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

IV

Justificativa

O coordenador pedagógico é um profissional que desempenha

várias funções entre elas estimular, orientar e acompanhar o processo de

formação dos professores e ter sensibilidade para identificar dificuldades e

necessidades que possam ser supridas através da promoção e implantação de

programa de formação continuada. “Reger a escola do século 21 não é uma

tarefa para qualquer maestro. Exige reflexão e interferência das práticas

pedagógicas no processo de ensino-aprendizagem. Não há uma receita para o

trabalho da coordenação pedagógica que garanta o sucesso do trabalho” é o

que diz a “Revista Educação – agosto 2011”. “Além disso, a função do

coordenador pedagógico tem se consolidado, mas os próprios coordenadores

muitas vezes não sabem qual é sua função”. Pesquisa: O papel do

coordenador pedagógico (2010), da Fundação Victor Civita, e revela ainda que

apenas 9% dos coordenadores entrevistados acreditam que faz parte do seu

trabalho realizar um planejamento pedagógico e buscar melhorias para o

ensino, aprendizagem e dificuldades dos alunos. Ainda, apenas 60%

promovem reuniões com docentes.

Compreendendo a importância da função do coordenador

pedagógico, faz se necessário um programa que norteie o trabalho desse

profissional levando em consideração a reflexão e as peculiaridades de cada

instituição.

Page 5: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

V

Situação-Problema

O coordenador pedagógico de uma forma geral é aquele profissional que

busca soluções para os problemas inerentes à realidade da Escola na qual

trabalha. Desempenhando uma função articuladora, formadora e

transformadora, tornando-se o mediador entre currículo e professores,

conhecendo e considerando a realidade dos discentes nas dimensões

sociocultural, interpessoais e pedagógicas.

Considera-se que cada escola tem características pedagógico-sociais

peculiares (José Mário Pires Aranha), portanto o profissional da Coordenação

Pedagógica precisa atentar em desempenhar um trabalho coletivo que abranja

e atenda as necessidades da instituição sendo o elo entre professores,

gestores, pais e alunos.

A demanda cresceu, o cenário educacional mudou e ainda considerando

a cobrança social pela aprendizagem dos alunos, o trabalho interdisciplinar, as

singularidades regionais e muitas outras questões que pressionam de todos os

lados, pergunta-se: Quais as características que fariam do coordenador um

profissional capacitado a desempenhar plenamente seu papel de articulador?

Ou qual seria o foco da ação desse profissional?

Entende-se que não há receita pronta para o trabalho desse profissional

e que existem experiências positivas e negativas, recomenda-se não

padronizar métodos e técnicas didáticas. Para tanto ainda é necessário levar

em consideração a formação do profissional, preferências, limitações, estilo de

comunicação, postura diante das situações diversas do cotidiano, percepção e

reflexão.

Diante de pesquisas, uma delas “O papel do coordenador pedagógico”

(2010), da Fundação Victor Civita, apontam que coordenadores muitas vezes

não sabem qual é sua função, e revela ainda que apenas 9% dos

coordenadores entrevistados acreditam que faz parte do seu trabalho realizar

um planejamento pedagógico e buscar melhorias para o ensino, aprendizagem

e dificuldades dos alunos. Além disso, apenas 60% promovem reuniões com

docentes.

Page 6: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

VI

De acordo com a revista Nova Escola, Edição Especial 046, em

entrevista com Neurilene Ribeiro, coordenadora pedagógica regional do

Instituto Chapada de Educação e Pesquisa, ONG que atua em 30 municípios

baianos, a diferença entre um coordenador que sabem quais devem ser suas

atividades e outro que não sabe com clareza é o comprometimento da escola

com o projeto político-pedagógico. Uma escola que tem como objetivo

sustentar uma prática pedagógica inovadora deve voltar a coordenação para

sua real função, que é a da formação continuada.

A partir das considerações acima e dos cenários apresentados pelas

pesquisas trazemos nossa investigação realizadas entre os dias 06 à 29 de

abril de 2014 como parte integrante desse trabalho na qual verificou-se que os

dos 23 coordenadores de 17 escolas particulares e públicas entre elas três

creches da rede municipal de Ceres Go verifica-se que 13 desses profissionais

da área da coordenação pedagógica forneceram respostas que demonstram

uma atuação frágil, descontínua e focado a resolver problemas cotidianos.

“Muitas vezes planejo ações, principalmente orientações pedagógicas para

alguns professores, mas quando chego à escola surge tanta coisa do tipo, tem

uma torneira vazando, o muro precisa ser consertado. Faço de tudo, inclusive

serviço da direção quando ela não está presente”. A justificativa da

coordenadora quando perguntada foi: “Nossa escola é pequena e particular,

então faço o trabalho do coordenador, orientador e resolvo todo tipo de

problema que aparecer”.

A situação do professor/coordenador no nosso município não é diferente

da pesquisa apontada pela revista Nova Escola, sustentando assim a

necessidade de se discutir soluções e desenvolver um projeto que oriente não

só coordenadores, mas diretores e demais atores envolvidos no processo

educacional.

Page 7: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

VII

Público-Alvo

O presente estudo/projeto tem como público-alvo

professores/coordenadores, diretores de escolas públicas e particulares do

município de Ceres e demais profissionais envolvidos na educação.

Page 8: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

VIII

Objetivos

Disponibilizar informações sobre a situação do profissional

professor/coordenador quanto ao desempenho de ações referentes à

sua função.

Disponibilizar por escrito, de forma clara, objetiva e simplificada itens

que fazem parte da função do coordenador pedagógico.

Analisar a função do coordenador, características profissionais e

fundamentar o trabalho desse profissional em teorias já consagradas.

Desenvolver uma pesquisa que favoreça um embasamento teórico na

função do coordenador pedagógico.

Page 9: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

IX

Embasamento Teórico

Inicia-se refletindo sobre o estar aberto ao novo com a frase do grande

professor Paulo Freire: “A minha abertura ao querer bem significa a minha

disponibilidade à alegria de viver. Justa alegria de viver, que, assumida

plenamente, não permite que me transforme num ser „adocicado‟ nem

tampouco num ser arestoso e amargo”.

Diversos estudiosos, educadores e teóricos falam sobre o trabalho do

coordenador pedagógico em relação à:

O coordenador de hoje:

Como mostrado em pesquisas os coordenadores sentem-se sozinhos,

lutando em muitas frentes, tendo que desempenhar várias funções. Qual seria

sua efetiva identidade profissional? A sensação que se têm, com frequência é

de que são „bombeiros‟ a apagar os diferentes focos de „incêndio‟ na escola, e

no final do dia vem o amargo sabor de que não se fez nada de muito relevante

[...] Sentem ainda o distanciamento em relação aos professores, a

desconfiança, a competição, a disputa de influência e de poder

(VASCONCELLOS, 2007, p. 85).

Formação Continuada:

A aprendizagem organizacional consiste na capacidade das

organizações de criar, adquirir e transferir conhecimentos. (RIBEIRO;

GARAFFA, 2007). O cenário mudou, a sociedade está em constante

transformação bem como as necessidades de cada um. O profissional da

coordenação pedagógica é bombardeado constantemente de todos os lados

com cobranças das mais diversas. Deve-se existir uma busca tanto do

profissional da coordenação quanto da escola em direcionar o trabalho, se

organizar e focar naquilo que realmente atenda as necessidades da instituição

em si, considerando as diferenças de cada uma.

A análise do pensamento de Alarcão (2000, p. 13), sobre a

conceituação da escola como “uma organização que continuamente se pensa a

si própria, na sua missão social e na sua estrutura, e se confronta com o

desenrolar da sua atividade num processo avaliativo e formativo” permite

considerar que a escola que ela classifica de reflexiva, constitui-se numa

Page 10: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

X

organização de aprendizagem, num processo permanente de repensar-se,

avaliar-se e promover as mudanças que o contexto local e mundial exige.

Assim, para caracterizar-se como uma organização de aprendizagem,

não basta à escola qualificar o aluno, mas também todos os seus integrantes,

tendo como destaque o professor, através de um processo permanente de

formação, coordenado pelo Coordenador Pedagógico.

De acordo com o pensamento de Pimenta e Severino (2005), a

democratização do ensino, no Brasil, passa pela formação, valorização e

condições de trabalho do professor. Daí a importância de investimento no

contínuo desenvolvimento dos professores.

Ainda segundo esses autores, o processo de valorização profissional

envolve formação inicial e continuada, articulada, identitária e profissional. Essa

formação identitária é epistemológica, ou seja, reconhece a docência como um

campo de conhecimentos específicos configurados em quatro grandes

conjuntos (PIMENTA; SEVERINO, 2005, p. 13). Esses quatro conjuntos são

constituídos de conteúdos:

- das diversas áreas do saber e do ensino (das ciências humanas e naturais,

da cultura e das artes);

- didático-pedagógicos vinculados à prática docente;

- de saberes pedagógicos mais abrangentes;

- vinculados ao esclarecimento do sentido da existência humana individual,

com sensibilidade pessoal e social.

A construção das propostas de formação continuada dos professores

deve reconhecer a capacidade dos professores de participar e decidir. Dessa

forma, não há o risco de a prática docente constituir-se apenas na execução

das determinações pedagógicas e curriculares propostas por outras instâncias

educativas: gestores, mantenedoras, outras.

Conforme o pensamento de Becker (2003) toda participação e decisão

da equipe docente exigem uma superação a uma visão precária do

conhecimento, sendo essa última matéria prima de seu fazer pedagógico. Esse

autor ainda questiona as condições do professor para propor e dialetizar as

relações entre professor e aluno, entre ensino e aprendizagem, entre ciência e

conhecimento, se ele, professor, não possui uma visão dialética. E continua

questionando como um professor, cujo embasamento epistemológico é

Page 11: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XI

anticonstrutivista e antiinteracionista, pode conceber o conhecimento como

uma construção.

Assim, o professor só se efetivará como agente de mudanças “se

ampliar sua consciência sobre a própria prática, a de sala de aula e a da escola

como um todo, o que supõe os conhecimentos teóricos e críticos sobre a

realidade” (PIMENTA; SEVERINO, 2005, p. 13).

A pesquisa realizada por Medina (2002) aponta a produção do professor

como o objeto de trabalho do coordenador pedagógico. Essa produção

manifesta-se na aprendizagem do aluno. Assim, o coordenador pedagógico

contribui para um desempenho docente mais qualificado, opondo-se a uma

atuação linear, hierarquizada e burocrática.

Segundo Medina (2002, p. 155) o coordenador pedagógico “assume

uma posição de problematizador do desempenho docente”. Dessa forma,

expressa um posicionamento de indagar, comparar, responder, opinar, duvidar,

questionar, apreciar, revelar situações de ensino em geral e, em especial, as

classes regidas pelo professor.

O coordenador pedagógico, no dizer de Medina (2002, p. 159), que tiver

como ponto de partida e de chegada o pensamento de que a escola, como

instituição social, precisa ser pensada dialeticamente, cria um espaço novo e

diferente daquele que, historicamente, foi ocupado e que se caracterizou pelo

controle e, também, também, como refúgio burocrático.

O coordenador que queremos:

Para de fato haver efetividade da atuação do coordenador pedagógico

na intencionalidade de qualificar o trabalho destacam-se muitos fatores dentre

eles:

- reflexão contínua sobre as mudanças na sociedade que se refletem na

escola, demandando novo saberes, novos posicionamentos, novas

metodologias;

- definição da intencionalidade e planejamento do trabalho a ser desenvolvido;

- estabelecimento de canais de comunicação e colaboração consistentes com

os professores criando um clima de confiança de modo que os professores

possam reconhecer seus saberes e os aspectos que necessitam ser superados

e aperfeiçoados;

Page 12: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XII

- articulação do trabalho de formação contínua ao projeto político pedagógico

da escola para que o professor tome consciência de sua ação sobre o contexto

no qual atua;

- identificação de espaços/tempo em que a formação continuada dos

professores se concretize;

- aceitação dos professores em suas singularidades, tanto individuais quanto

coletivas.

Ainda, segundo o pensamento de Thurler (2002, p. 90) os professores

precisam ser considerados como: [...] atores plenos de um sistema que eles

devem contribuir para transformar, no qual devem engajar-se ativamente,

mobilizando o máximo de competências e fazendo o que for preciso para que

possam ser construídas novas competências a curto ou médio prazo.

O foco do coordenador pedagógico:

Os professores devem ser o foco do trabalho do coordenador

pedagógico (Thurler - 2002). Reuniões pedagógicas objetivando

direcionar/orientar/articular o corpo docente a repensar suas práticas

adequando-as ao PPP da escola e às necessidades em questão.

Ainda afirma (MEIRIEU, 2005) “Para melhor elucidar a questão, é fundamental

ao pedagogo, seja em âmbito de sistema ou em âmbito local, uma liderança

proativa, na qual suas estratégias serão pluralistas e focadas no

desenvolvimento do processo de aprendizagem de todos os alunos, até porque

apreender o que se ensina na escola é necessidade ou exigência de todos”.

Novas tecnologias e a atividade docente:

José Carlos Libâneo afirma que enquanto as inovações tecnológicas

invadem os meios de comunicação, da difusão cultural, científica e de

propagandas, na educação ela está em descrédito assim como a atividade

docente e a pedagogia.

Page 13: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XIII

Metodologia I - Função do coordenador pedagógico

Em releituras do material da UNIP (Orientação em Supervisão Escolar E

Orientação Educacional – Unidade III Pagina 125) verificamos que o mesmo

destaca a Resolução SE-SP-88/2007, atribuindo ações no exercício da função

do professor-coordenador que são:

• Acompanhar e avaliar o ensino e o processo de aprendizagem, bem como

os resultados do desempenho dos alunos;

• Atuar no sentido de tornar as ações de coordenação pedagógica espaço

coletivo de construção permanente da pratica docente;

• Assumir o trabalho de formação continuada, a partir do diagnostico dos

saberes dos professores para garantir situações de estudo e de reflexão sobre

a prática pedagógica, estimulando os professores a investirem em seu

desenvolvimento profissional;

• Assegurar a participação ativa de todos os professores do segmento/nível

objeto da coordenação, garantindo a realização de um trabalho produtivo e

integrador;

• Organizar e selecionar materiais adequados as diferentes situações de ensino

e de aprendizagem;

• Conhecer os recentes referenciais teóricos relativos aos processos de ensino

e aprendizagem, para orientar os professores;

• Divulgar práticas inovadoras, incentivando o uso dos recursos tecnológicos

disponíveis.

Entende-se que o professor/coordenador pedagógico tem a função de

articular, integrar e desenvolver relações harmônicas entre professores, pais,

alunos e equipe técnica.

Sendo assim o coordenador pedagógico se consolida cada vez mais

como formador, orientador de um trabalho coletivo e elo entre as pessoas, o

projeto escolar e os conteúdos programáticos.

Com tantas exigências tanto do mercado (sociedade) como da própria

profissão - quais seriam, então, as características que fariam do coordenador

um profissional capacitado a desempenhar o papel de articulador?

Page 14: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XIV

De acordo com pesquisas realizadas para esse fim verificamos que o

profissional professor/coordenador precisa:

Ser um bom comunicador, por não poder ter um perfil exato, pois só é

possível praticar a coordenação pedagógica com estilos variados sendo que

esse profissional nunca deve descuidar das relações interpessoais. “As

características que definem um bom coordenador talvez sejam as mesmas que

caracterizam um bom professor", aponta Renata Cunha, docente do Programa

de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba -

Unimep. Acesso em 12/04 (http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/167/profissao-articulador-escolar-

233504-1.asp)

Deve-se estabelecer um canal de comunicação para facilitar o caminho

para propor reflexões sobre possíveis divergências e convergências entre o

professor e o projeto pedagógico da escola. Essa ação deve projetar uma

relação de confiança, fundamental para que os professores sintam seguros e

tenham confiança em levar suas dificuldades e problemas/desafios para o

coordenador. Ainda de acordo com Schön, autor de Educando o profissional

reflexivo (Artmed, 2000, edição esgotada), a relação entre instrutor e aprendiz

(interpretados por especialistas como coordenador e professor) pode ser um

sucesso ou um fracasso dependendo de como a hierarquia, o poder e o

controle transparecerem na comunicação.

Garantir o espaço coletivo: Todo o trabalho do coordenador, portanto, só

é possível a partir de um espaço coletivo de debate com os professores. Essa

ação pode ser sua principal função. A reflexão promovida pelo coordenador

junto aos professores leva a uma pratica mais confiante com maiores

possibilidades de acertos. Por isso é importante para os coordenadores

compreender que a construção de conhecimento junto aos professores não

acontece porque o coordenador ensina o professor como ensinar, e sim porque

existe o intercâmbio entre eles. Como mostra as teorias do psicólogo russo Lev

Vigotski, tomada como base para entender as relações de aprendizagem

dentro da escola, é hoje utilizada no estudo do papel do coordenador.

Ser um mediador: Renata Cunha Unimep, defende em seu artigo que o

um dos desafios desses profissional é o de articular teoria e prática: "O saber e

o fazer reflexivo precisam estar contextualizados, uma vez que a transformação

da realidade educacional decorre do confronto entre teoria e prática. Nesse

Page 15: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XV

sentido, questiona-se quem seria o profissional responsável por mediar o

coletivo docente e articular os momentos de formação. O coordenador

pedagógico passa a ser considerado o interlocutor da formação docente na

medida em que proporciona a reflexão sobre a prática e a superação das

contradições entre o pensar e o agir", avalia.

Conhecer sua função: Apesar da consolidação da função do

coordenador pedagógico muitos deles ainda sabem qual é sua função.

Pesquisa O papel do coordenador pedagógico (2010), da Fundação Victor

Civita, que revela ainda: apenas 9% dos coordenadores entrevistados

acreditam que faz parte do seu trabalho realizar um planejamento pedagógico

e buscar melhorias para o ensino, aprendizagem e dificuldades dos alunos.

Além disso, apenas 60% promovem reuniões com docentes. Entende-se que

não há receita pronta para as ações, pois se devem levar em consideração o

repertório cultural, teórico e de vivências dos docentes pensando também nas

limitações, trajetórias de formação, determinadas preferências, estilo de

comunicação, postura em relação às diversas situações do cotidiano da escola.

A sensibilização do coordenador em relação às características

coletivas e individuais de sua equipe o ajuda a ser reflexivo. Conhecer,

executar e comprometer-se com o projeto político-pedagógico o leva a inovar e

automaticamente desperta a necessidade de uma formação continuada.

Planejar pode evitar fragilidades na execução de sua função e aumentar a

sustentação educacional. “O coordenador precisa focar sua ação naquela

situação que é única: naquela escola, naqueles alunos, naqueles índices,

naquele cotidiano vivido pela equipe e que deve ser problematizado" (Sonia

USP). Alarcão (2004) expõe acerca da ação reflexiva que tanto a escola como

os que organizam as situações de dialogo entre professores tem necessidade

de compreensão do que e ser professor e como se pode e deve formar tal

profissional. De sorte que e importante para o supervisor escolar/coordenador

pedagógico ter conhecimento das fontes de aquisição do saber do profissional

da educação e seus modos de integração no trabalho docente, como disposto

por Tardif (2002, p. 63):

II – Pesquisa realizada no Município de Ceres Go

Page 16: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XVI

A presente pesquisa parte de uma inquietação acerca do real papel do

coordenador pedagógico, como também, as atribuições a esse profissional nos

segmentos da Educação Infantil, Fundamental I e II. De caráter quantitativo por

analisar a função, a formação, as relações interpessoais e a sobrecarga no

trabalho do Coordenador Pedagógico. Tomando como campo de pesquisa o

município de Ceres Go, no total de 17 escolas sendo elas públicas e

particulares, entre os dias 06 à 29 de abril de 2014.

Objetiva analisar o trabalho do coordenador pedagógico, quanto ao

saber e ao fazer pedagogicamente, frente às funções que ele desenvolve na

instituição na qual trabalha, como agente formador em serviço, articulador dos

processos de ensino-aprendizagem, diante do trabalho pedagógico

desempenhado pelos docentes. Os sujeitos envolvidos serão 23

coordenadores pedagógicos do Ensino Fundamental I e II e Educação Infantil

incluindo 3 creches. A coleta de dados aconteceu por meio de entrevista

semiestruturada e um questionário dialogando com a teoria recorrente.

Na pesquisa comprometemo-nos respeitar o anonimato e a não divulgar

o nome da instituição. As perguntas que se seguiam eram: Há quanto tempo

trabalha nesta instituição? Qual é sua formação? Em qual segmento trabalha:

Educação Infantil, Ensino Fundamental I ou Ensino Fundamental II? Quantas

horas você trabalha por dia? Qual/quais ação/ações desenvolve diariamente

em relação à equipe docente? Qual/quais ação/ações desenvolve diariamente

em relação ao corpo discente? Qual/quais ação/ações desenvolve diariamente

em relação aos pais? Poderia escrever quais dificuldades enfrenta com maior

frequência? Como as resolve? Com que frequência é realizada reuniões com a

equipe docente? Quais são os assuntos? Escreva alguns. Conhece bem o PPP

da sua escola? Você acredita que todas as suas ações na escola faz parte do

seu trabalho? Qual/quais ação/ações não realiza e acha que deveria realizar?

Por quê?

III - Conclusões iniciais:

Faz-se necessário que coordenadores e professores, de um modo geral,

desenvolvam uma relação de proximidade a fim de estabelecerem uma

conexão entre as atividades que desenvolvem. Nesse sentido Libâneo discorre

que a atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores

no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (conteúdos, métodos,

Page 17: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XVII

técnicas, formas de organização da classe), na análise e compreensão das

situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na busca

minuciosa para averiguação da realidade; investigação e estudos, minudentes

e sistemáticos, com o fim de descobrir ou estabelecer fatos ou princípios

relativos a um campo qualquer do conhecimento.

Apontando que se faz necessário que o Coordenador Pedagógico esteja

apto a interferir de forma positiva na formação dos professores, partindo da

articulação dos saberes implícitos nas teorias estudadas, e constante processo

de atualização na área de atuação, o que é algo pouco presente na realidade

de muitos profissionais pesquisados. Estar atualizado e atento a novas teorias

educativas, novos métodos de ensino, novas políticas em educação, as novas

leis implementadas, entendendo que o conhecimento assegura um melhor

desempenho nas práticas pedagógicas.

Freire, tratando da formação dos sujeitos, afirma que “quem forma se

forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser

formado.” (1996, p. 25), como também que “na formação permanente dos

professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática”

(1996, p. 43). Pensando criticamente a prática os profissionais da educação de

um modo geral precisam estar informados sobre as discussões na área da

educação.

Assim como o professor é responsável, na sala de aula, pela mediação

aluno/conhecimento, parceria entre coordenador pedagógico-educacional e

professor concretiza as mediações necessárias para o aperfeiçoamento do

trabalho pedagógico na escola. Essa parceria se traduz em um processo

formativo contínuo, em que a reflexão e os questionamentos do professor

quanto à sua prática pedagógica encontram e se confrontam com os

questionamentos e fundamentos teóricos evocados pelo coordenador (...), num

movimento em que ambos se formam e se transformam. (2007, p. 95)

São diversos os desafios à atuação do Coordenador Pedagógico, e

muitas vezes as funções desenvolvidas por esse profissional acabam

priorizando tarefas de ordem burocráticas e organizacionais em detrimento das

questões pedagógicas como: planejamento, formação, relações humanas,

questões que dizem respeito ao atendimento às dificuldades do corpo docente

no processo de trabalho, caracterizando a omissão ou negligencia a um

Page 18: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XVIII

trabalho com atuação frágil, descontínuo e focado a resolver problemas

cotidianos, o que foi verificado nas respostas de 13 dos profissionais

entrevistados.

Repensar a formação e atuação do pedagogo na escola nos remete à

ideia do dinamismo, que se tenha formação em nível superior para atuação nos

diversos níveis de ensino, supondo que a formação inicial dê conta da

demanda oriunda de diversidade de sujeitos sociais, dos conflitos, das

desigualdades, etc. que adentram as escolas.

Page 19: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XIX

Recursos Folhas A4 ;

Entrevistas;

Visitas às escolas públicas e particulares do município de Ceres - Go;

Pesquisas na internet;

Livro da Universidade Paulista – Unip - Orientação em Supervisão

Escolar e Orientação Educacional.

Page 20: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XX

Cronograma Data Atividade desenvolvida

03/03/2014

Inicio da leitura do material Unip na disciplina de Orientação em

Supervisão Escolar e Orientação Educacional.

17/03/2014 Início das discussões e pesquisas

sobre o tema a desenvolver.

21/03/2014 Definição da escolha do tema

04/04/2014 1ª postagem dos painéis no

Blackboard Learn

06 à 29/04/2014 Pesquisa junto aos coordenadores das escolas no município de Ceres-

Go.

08/05/2014 Postagem dos painéis com alterações

no Blackboard Learn

09/05/2014 Mudança do tema do trabalho em

questão.

10 à 11/05/2014 Revisão do texto redigido

12/05/2014 Postagem do trabalho completo no

Blackboard Learn

Page 21: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XXI

Avaliação

A avaliação será de forma contínua de modo a provocar uma reflexão e

mudanças positivas nas ações do coordenador em relação à função do

profissional da coordenação pedagógica.

Verificam-se necessidades de se desenvolver um projeto de maior

abrangência, na área de coordenação pedagógica, no sentido de que para se

definir seu campo de atuação, necessita ter visão de todo o universo escolar

para que possa intervir e articular condições necessárias para o desempenho

profissional e consequentemente, para o bom andamento do processo ensino-

aprendizagem.

Todos os processos educativos apresentam-se como complexos,

propiciando mudanças não pensadas e situações imprevisíveis que fazem os

educadores distanciarem-se da concepção de uma educação linear e estável.

Para alcançar esta educação, os avanços no âmbito das ciências naturais e

sociais indicam para o paradigma da complexidade. (Edgar Morin)

À luz do ponto de vista de Morin (2003, p. 61) o pensamento complexo é

animado, permanentemente, por uma “tensão entre a aspiração a um saber

não fragmentado, não dividido, não reducionista, e o reconhecimento do

caráter inacabado e incompleto de qualquer conhecimento”. Inacabado e

incompleto são não apenas os processos educativos, mas também a

sociedade, o ser humano, o profissional de pedagogia e todo o conhecimento

que nos cerca.

Page 22: Coordenador Pedagógico Como Articulador Escolar

XXII

Referências Bibliográficas

Revista Eletrônica – Disponível em

http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/167/profissao-articulador-escolar-

233504-1.asp (Acesso em 17/03/2014)

http://pt.scribd.com/doc/100663061/PROPOSTA-DE-TRABALHO-PARA-

ATUAR-NA-COORDENACAO-PEDAGOGICA-prefeitura-de-Sao-Paulo (Acesso

em 19/03/2014)

Revista Eletrônica – Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/edicoes-

especiais/046.shtml (Acesso em 20/03/2014)

Revista Eletrônica – Artigos – Disponível em

http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/142/artigo234539-1.asp (Acesso em

31/03/2014)

MENDES, Eva Cristina de C. Souza - Orientação em Supervisão Escolar e

Orientação Educacional – Unip Interativa