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Coordenação de Pesquisa e Orientação Técnica COPEQ TEMA LAPSO DE TEMPO DE RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA PARA RECONHECIMENTO DA RESPECTIVA MAJORANTE DATA DA PESQUISA: 01/02/2016 PESQUISA NO STJ I) PENAL E PROCESSUAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. VIA INADEQUADA. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. EMPREGO DE ARMA DE FOGO. PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DAS VÍTIMAS POR TEMPO JURIDICAMENTE RELEVANTE. REEXAME. AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA. CONSTITUCIONALIDADE. COMPENSAÇÃO COM A ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA. POSSIBILIDADE. AUMENTO DE PENA EM FACE DAS MAJORANTES. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA. OFENSA À SÚMULA 443 DO STJ NÃO EVIDENCIADA. AUMENTO DE PENA EM FACE DO CONCURSO FORMAL. PROPORCIONALIDADE COM O NÚMERO DE INFRAÇÕES. DISCUSSÃO SOBRE A VALIDADE DA INDENIZAÇÃO MÍNIMA COMINADA. QUESTÃO QUE NÃO INFIRMA O DIREITO DE LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, acompanhando a orientação da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, firmou-se no sentido de que o habeas corpus não pode ser utilizado como substituto de recurso próprio, sob pena de desvirtuar

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Coordenação de Pesquisa e Orientação Técnica

COPEQ

TEMA

LAPSO DE TEMPO DE RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA PARA

RECONHECIMENTO DA RESPECTIVA MAJORANTE

DATA DA PESQUISA: 01/02/2016

PESQUISA NO STJ

I) PENAL E PROCESSUAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE

RECURSO ESPECIAL. VIA INADEQUADA. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. EMPREGO DE ARMA

DE FOGO. PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DAS

VÍTIMAS POR TEMPO JURIDICAMENTE RELEVANTE. REEXAME. AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA.

CONSTITUCIONALIDADE. COMPENSAÇÃO COM A ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA. POSSIBILIDADE. AUMENTO DE PENA EM FACE DAS MAJORANTES.

FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA. OFENSA À SÚMULA 443 DO STJ NÃO EVIDENCIADA.

AUMENTO DE PENA EM FACE DO CONCURSO FORMAL. PROPORCIONALIDADE COM O NÚMERO DE INFRAÇÕES. DISCUSSÃO SOBRE A VALIDADE DA INDENIZAÇÃO MÍNIMA COMINADA. QUESTÃO QUE NÃO INFIRMA O DIREITO DE LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO.

1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, acompanhando a orientação da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, firmou-se no sentido de que o habeas corpus não pode ser utilizado como substituto de recurso próprio, sob pena de desvirtuar

a finalidade dessa garantia constitucional, exceto quando a ilegalidade apontada é flagrante, hipótese em que se concede a ordem de ofício.

2. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que é prescindível a apreensão e perícia da arma de fogo para a caracterização de causa de aumento de pena quando outros elementos comprovem tal utilização.

3. A restrição de liberdade da vítima por tempo juridicamente relevante justifica a aplicação da majorante prevista no art. 157, § 2º, V, do Código Penal.

4. O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento do RE 453.000/RS, em que foi reconhecida a repercussão geral, decidiu que a circunstância agravante da reincidência (art. 61, I, do Código Penal) não ofende os princípios constitucionais do non bis in idem e da individualização da pena.

5. A Terceira Seção desta Corte Superior, no julgamento do Recurso Especial n. 1.341.370/MT, submetido ao procedimento previsto no art.

543-C, do Código de Processo Civil, adotou o entendimento de que não há preponderância entre a agravante da reincidência e a atenuante da confissão espontânea, nos termos do art. 67 do Código Penal. Desse modo, considerou-se que as duas circunstâncias compensam-se entre si. No caso dos autos, as instâncias ordinárias atribuíram maior peso à reincidência, tendo sido configurado o constrangimento ilegal nesse ponto.

6. Para aumentar a pena, na fração de 1/2, pela presença das majorantes, o decreto condenatório avaliou o número de agentes (cinco) e a quantidade de armas empregadas (quatro), elementos concretos e idôneos, que revelam a periculosidade mais acentuada da empreitada criminosa e justificam a elevação da reprimenda em proporção maior do que o mínimo legal cominado.

7. A jurisprudência desta Corte Superior orienta que o aumento de pena em face do concurso formal, de 1/6 a 1/2, deve ser calculado em função do número de delitos praticados, que, no caso do roubo, corresponde ao número de patrimônios atingidos pela ação delituosa.

Na espécie, a elevação da pena na metade (1/2) encontra-se justificada, pois o roubo atingiu sete patrimônios distintos.

8. O habeas corpus não se presta para impugnar a validade da indenização mínima arbitrada, haja vista que esse efeito civil da sentença condenatória não infirma o direito à liberdade de locomoção. Precedentes.

9. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida, de ofício, para compensar a agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea e, por conseguinte, reduzir a pena aplicada aos pacientes.

(HC 201.568/RJ, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 08/09/2015, DJe 29/09/2015)

II) PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE

RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO DO WRIT. CRIMES DE ROUBO MAJORADO E SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO. PRIVAÇÃO DA LIBERDADE REALIZADA PARA ASSEGURAR O EXAURIMENTO DO DELITO DE ROUBO MAJORADO. ATIPICIDADE DA CONDUTA RELATIVA AO DELITO DE SEQUESTRO. INEXISTÊNCIA DE VONTADE LIVRE E CONSCIENTE DE PRIVAÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.

1. Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou o Superior Tribunal de Justiça ser inadequado o writ em substituição a recursos especial e ordinário, ou de

revisão criminal, admitindo-se, de ofício, a concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade flagrante, abuso de poder ou teratologia.

2. Praticada a privação da liberdade com o fim de assegurar a concretização ou o exaurimento do delito de roubo, e não visando deliberadamente privar a vítima de sua liberdade, não há falar em sequestro, restando configurada, nesses casos, a majorante do inciso V do § 2º do art. 157 do CP: se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. Precedentes.

3. Habeas corpus não conhecido. Concedida a ordem de ofício para, reconhecida a atipicidade material da conduta, absolver o paciente da imputação relativa ao delito de sequestro, prevista no art. 148 do CP.

(HC 35.536/MG, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 16/12/2014)

III) PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO. (1)

IMPETRAÇÃO SUBSTITUTIVA DE RECURSO ESPECIAL. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. (2) MAJORANTES (ART. 157, § 2.°, I, II E V, DO CP). EXASPERAÇÃO ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. 1/2 (METADE). JUSTIFICATIVA IDÔNEA. (3) WRIT NÃO CONHECIDO.

1. É imperiosa a necessidade de racionalização do emprego do habeas corpus, em prestígio ao âmbito de cognição da garantia constitucional, e, em louvor à lógica do sistema recursal. In casu, foi impetrada indevidamente a ordem como substitutiva de recurso especial.

2. Não há manifesta ilegalidade a ser reconhecida. Em se tratando de roubo circunstanciado, a majoração da pena acima do mínimo legal (um terço) requer devida fundamentação, com referência a circunstâncias concretas que justifiquem um acréscimo mais expressivo, o que se verifica no caso em apreço (o crime tentado foi praticado pelos dois réus e o menor, porquanto em concurso de pessoas, havendo os próprios réus admitido em Juízo que todos conjuntamente planejaram o roubo; as armas de fogo foram apreendidas efetivamente, conforme laudo técnico pericial acostado às fls. 64/67 do processo, dois revólveres marca "Taurus", com numeração raspada, calibre 38, acompanhadas de cartuchos íntegros, ainda que um dos revólveres estivesse em péssimo estado de conservação como atestado no laudo.

A qualificadora de restrição de liberdade das vítimas também restou comprovada, pois como afirma Renata, permaneceram em poder dos agentes forçosamente e sob grave ameaça no veículo por quase uma hora até serem detidos pela Polícia).

3. Habeas corpus não conhecido. (HC 256.188/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA

TURMA, julgado em 06/02/2014, DJe 01/07/2014) IV) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ROUBO

CONSUMADO. DESNECESSIDADE DA POSSE MANSA E TRANQÜILA DA RES FURTIVA. PRECEDENTES DO STJ. RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA.

INEXIGÊNCIA DE LARGO LAPSO TEMPORAL. CARACTERIZAÇÃO DA CAUSA DE AUMENTO DO ART. 157, § 2o., V DO CPB. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. É firme o entendimento deste Tribunal Superior de que a consumação do delito de roubo se dá quando o agente consegue retirar o bem da esfera de disponibilidade da vítima, ainda que não haja posse tranqüila da res, ou seja, quando o ofendido não puder mais exercer os poderes inerentes à sua posse ou propriedade.

2. A causa de aumento prevista no art. 157, § 2o., V do CPB demanda, tão-somente, para sua incidência, a restrição da liberdade da vítima, que, uma vez caracterizada, autoriza a exasperação da reprimenda de um terço até a metade. Não é feita qualquer menção ao lapso temporal necessário de tal restrição, bastando, para fins de subsunção ao tipo circunstanciado, a efetiva privação da liberdade, necessária à prática do delito de roubo, tal como configurada na espécie.

3. Pretende o Agravante debater questão que não foi enfrentada pelo Tribunal Estadual, sequer suscitada no Recurso Especial, o que se mostra de todo inadmissível. É assente a jurisprudência desta Corte sobre a impossibilidade de o recorrente inovar em Agravo Regimental, devendo se ater à impugnação dos fundamentos do decisum atacado.

4. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 1020270/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,

QUINTA TURMA, julgado em 08/09/2009, DJe 13/10/2009)

SÍNTESE DA PESQUISA NO STJ:

Uma vez proposta a questão sobre o entendimento do Superior Tribunal de Justiça

a respeito de “LAPSO DE TEMPO DE RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA PARA RECONHECIMENTO DA RESPECTIVA MAJORANTE”, procedemos a presente pesquisa e encontramos as ocorrências colacionadas abaixo.

A priori, salientamos que a jurisprudência do STJ tende a seguir a orientação dada pelo artigo 157, § 2º, V do Código Penal que prevê a majorante tendo em vista a referida restrição de liberdade da vítima por tempo juridicamente relevante.

Quanto ao lapso temporal em si, observa-se não existir uma mensuração pré-definida. Conforme disposto no AgRg no REsp 1020270/RS, julgado em 08/09/2009, o Relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Quinta Turma, não é feita qualquer menção ao tempo necessário para que seja caracterizada a majorante de privação da liberdade.

Destacamos por fim, a diferença observada pelo Relator Ministro Nefi Cordeiro, Sexta Turma, em seu HC 35.536/MG, julgado em 25/11/2014, entre a majorante e o crime de seqüestro, ao dizer que “Praticada a privação da liberdade com o fim de assegurar a concretização ou o exaurimento do delito de roubo, e não visando deliberadamente privar a vítima de sua liberdade, não há falar em sequestro, restando configurada, nesses casos, a majorante do inciso V do § 2º do art. 157 do CP: se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade”.

PESQUISA DE ENTENDIMENTO DE CÂMARAS DO TJMG

SÍNTESE DA PESQUISA NO TJMG:

Uma vez proposta a questão sobre o entendimento das câmaras criminais a

respeito de “LAPSO DE TEMPO DE RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA

PARA RECONHECIMENTO DA RESPECTIVA MAJORANTE”, procedemos a presente pesquisa e encontramos as ocorrências colacionadas abaixo.

Em síntese, salientamos que a jurisprudência deste tribunal tende a seguir a orientação dada pelo artigo 157, § 2º, V do Código Penal que prevê a majorante tendo em vista a referida restrição de liberdade da vítima por tempo juridicamente relevante. Conforme explica o Relator Des. Nelson Missias de Morais, 2ª Câmara Criminal, na Apelação Criminal 1.0621.14.000475-8/001, julgamento em 17/09/2015, “o reconhecimento da causa de aumento de restrição à liberdade da vítima somente é possível nos casos em que tal circunstância extrapolou aquela ínsita ao tipo penal, tornando-se juridicamente relevante ao aumentar o grau de reprovabilidade da conduta”. (Grifo nosso).

Para alguns, entretanto, como o Relator Des. Alberto Deodato Neto, Apelação Criminal 1.0452.13.004083-8/001, independe o tempo de restrição da liberdade para a configuração da majorante. Para outros, como a Relatora Des.(a) Kárin Emmerich, Apelação Criminal 1.0313.13.023698-4/001, a referida majorante deve ser reconhecida somente se o tempo de restrição da liberdade for maior que o necessário para a execução do crime.

Destacamos por fim, os ensinamentos de Guilherme de Souza Nucci: "e) se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo a sua liberdade (§ 2º, V): introduzida pela Lei 9.426/96, teve o legislador por finalidade punir mais gravemente o autor do roubo que, além do mínimo indispensável para assegurar o produto da subtração, detém a vítima em seu poder. [...] se o agente segura a vítima por brevíssimo tempo, o suficiente para tomar-lhe o bem almejado (ex.: disposto a tomar o veículo da vítima, o agente ingressa no automóvel unicamente para, alguns quarteirões depois, colocá-la para fora); [...] cremos não estar configurada a causa de aumento - afinal, o tipo penal fala em 'manter', o que implica uma duração razoável; [...]" (Manual de Direito Penal: parte geral: parte especial - 3ª edição - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais , 2007, p. 706).”

POSIÇÃO DA 1ª (PRIMEIRA) CÂMARA CRIMINAL

A posição desta câmara tende a observar a ocorrência da qualificadora prevista no art. 157, §2º, V, do CP, se o agente do delito mantém a vítima cativa por tempo suficiente à execução do roubo. Para o Relator Des. Alberto Deodato Neto, por exemplo, Apelação Criminal 1.0452.13.004083-8/001, independe o tempo de restrição da liberdade para a configuração da majorante. Para a relatora Relatora Des.(a) Kárin Emmerich, Apelação Criminal 1.0313.13.023698-4/001, a majorante deve ser reconhecida somente se o tempo de restrição da liberdade for maior que o necessário para a execução do crime. Assim, colaciona os ensinamentos de Guilherme de Souza Nucci: . “[...] se o agente segura a vítima por brevíssimo tempo, o suficiente para tomar-lhe o bem almejado (ex.: disposto a tomar o veículo da vítima, o agente ingressa no automóvel unicamente para, alguns quarteirões depois, colocá-la para fora); [...] cremos não estar configurada a causa de

aumento [...] (Manual de Direito Penal: parte geral: parte especial - 3ª edição - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais , 2007, p. 706)”.

1 - DESEMBARGADOR Alberto Deodato Neto Número do Processo: Apelação Criminal 1.0452.13.004083-8/001 Data do Julgamento: 28/10/2014

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIMES DE ROUBO MAJORADO PELO EMPREGO DE ARMA, CONCURSO DE PESSOAS E RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS E CORRUPÇÃO DE MENORES - MATERIALIDADE, AUTORIA E TIPICIDADE SUFICIENTEMENTE COMPROVADAS - PALAVRAS DA VÍTIMA EM CONSONÂNCIA COM OS RELATOS DOS ADOLESCENTES ENVOLVIDOS E DOS POLICIAIS RESPONSÁVEIS PELA PRISÃO DOS AGENTES, SEM PREJUÍZO DOS DEMAIS ELEMENTOS DE CONVICÇÃO - SÓLIDO CONTEXTO PROBATÓRIO - LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO - CONDENAÇÕES MANTIDAS - CORRUPAÇÃO DE MENORES - CRIME FORMAL - MAJORANTES DO CRIME DE ROUBO SOBEJAMENTE COMPROVADAS - DECOTE INCABÍVEL - CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS QUE SE COMUNICAM ENTRE OS AGENTES - QUANTUM DE AUMENTO FIXADO DE ACORDO COM AS CIRCUNSTÂNCIAS REAIS DO DELITO PRATICADO - MANUTENÇÃO - PENAS-BASE - OBSERVÂNCIA ÀS DISPOSIÇÕES DOS ARTS. 59 E 68 DO CÓDIGO PENAL - MANUTENÇÃO - RECONHECIMENTO DA ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA - IMPOSSIBILIDADE - CONFISSÃO PARCIAL - REGIME PRISIONAL - ABRANDAMENTO INCABÍVEL - NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO DO CONCURSO FORMAL ENTRE OS CRIMES DE ROUBO E CORRUPÇÃO DE MENORES - RECURSOS PROVIDOS EM PARTE. - A segura prova testemunhal, aliada ao exame detido dos demais elementos colhidos durante a instrução criminal, é o suficiente para a condenação, em conformidade com o sistema do livre convencimento motivado. - Nos termos da Súmula nº 500 do STJ: "A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal". - Comprovado nos autos o concurso de duas ou mais pessoas, o emprego de arma de fogo de forma ostensiva, servindo como meio de intimidação da vítima e impedindo que ela esboçasse qualquer tipo de reação, e a restrição da liberdade do ofendido, restam caracterizadas as majorantes do art. 157, § 2º, I, II e V, do CP, não havendo que se falar em decote. - Para a configuração da majorante do emprego de arma é irrelevante que esta seja ineficiente, pois o que deve ser considerado é a redução da capacidade de resistência da vítima e não a efetiva potencialidade lesiva do objeto empregado pelo agente. - Independentemente do tempo de restrição da liberdade, se este foi um meio de execução do roubo - como verdadeira garantia contra a ação policial, ou mesmo dos próprios ofendidos -, sendo juridicamente relevante para sua consumação, configurada está a majorante prevista no art. 157, §2º, V, do CP. - As circunstâncias objetivas do crime se comunicam entre todos os agentes, bastando que delas tenham ciência.

- O quantum de majoração em virtude do reconhecimento das causas de aumento de pena previstas no §2º do art. 157 do CP deve ater-se às reais circunstâncias do delito praticado, com base em dados concretos. - Examinados com acuidade os elementos circunstanciais do delito, obedecidas as disposições dos arts. 59 e 68 do CP, não há que se falar em redução das penas-base aplicadas. - O agente que, buscando minimizar sua responsabilidade penal, altera a realidade dos fatos, comprometendo a verdade processual, não pode reclamar a aplicação da atenuante da confissão espontânea, pois, além do requisito da espontaneidade, não se admite, para efeito de diminuição das penas, confissão pela metade. - Na fixação do regime de cumprimento de pena, cabe ao magistrado examinar as peculiaridades de cada caso, atentando-se, sempre, para as disposições dos §§ 2º e 3º do art. 33 do CP. - Tendo os agentes, mediante uma só ação, praticado dois ou mais crimes, idênticos ou não, necessário é o reconhecimento do concurso formal, já que preenchidos todos os contornos do art. 70, caput, do CP. (TJMG - Apelação Criminal 1.0452.13.004083-8/001, Relator(a): Des.(a) Alberto Deodato Neto , 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 28/10/2014, publicação da súmula em 07/11/2014)

2 - DESEMBARGADOR Flávio Leite Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.11.322490-1/001 Data do Julgamento: 10/09/2013

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÕES CRIMINAIS - ROUBOS MAJORADOS PELO EMPREGO DE ARMA, EM CONCURSO DE PESSOAS E COM RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS, UM CONSUMADO E OUTRO TENTADO, E CÁRCERES PRIVADOS NA FORMA SIMPLES E QUALIFICADA - INÉPCIA DA DENÚNCIA - PRELIMINAR RECHAÇADA - NULIDADE DA SENTENÇA DECLARADA DE OFÍCIO PELO RELATOR POR OFENSA AO PRINCÍPIO DE INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA - PRELIMINAR RECHAÇADA, VENCIDO O RELATOR - MÉRITO: ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - AUTORIA E MATERIALIDADE DE TODOS OS DELITOS DEVIDAMENTE COMPROVADAS PARA AMBOS OS RÉUS PELO CONJUNTO PROBATÓRIO - DESCLASSIFICAÇÃO DO ROUBO TENTADO PARA CONSTRANGIMENTO ILEGAL - INVIABILIDADE - CRIME COMPLEXO - LESIVIDADE CUMULATIVA DOS BENS JURÍDICOS (PATRIMÔNIO, INTEGRIDADE FÍSICA E LIBERDADE DA PESSOA) MEDIANTE GRAVE AMEAÇA OU VIOLÊNCIA - DECOTE DA MAJORANTE DO ARTIGO 157, § 2º, V, DO CP - INVIABILIDADE - NÍTIDA RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS - RECONHECIMENTO DO CRIME CONTINUADO - POSSIBILIDADE APENAS PARA OS ROUBOS - REDUÇÃO DAS PENAS-BASE - NECESSIDADE, MAS NÃO AO MÍNIMO LEGAL - REDUÇÃO DAS FRAÇÕES RELATIVAS ÀS CAUSAS DE AUMENTO - INVIABILIDADE - REDUÇÃO DA FRAÇÃO RELATIVA AO CONCURSO FORMAL DE CRIMES - POSSIBILIDADE - AUMENTO DA FRAÇÃO DA TENTATIVA NO MÁXIMO - IMPOSSIBIIDADE - EXTINÇÃO OU REDUÇÃO DA

PENA DE MULTA - INVIABILIDADE - ISENÇÃO DAS CUSTAS PROCESSUAIS - MATÉRIA AFETA AO JUÍZO DA EXECUÇÃO - RECURSOS PARCIALMENTE PROVIDOS. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.11.322490-1/001, Relator(a): Des.(a) Flávio Leite , 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 10/09/2013, publicação da súmula em 20/09/2013) "Ocorre roubo qualificado previsto no art. 157, §2º, V, do CP, na hipótese em que o agente mantém a vítima por cerca de 15 minutos em seu poder, restringindo a sua liberdade, tempo esse mais do suficiente para a configuração da qualificadora, porquanto o verbo 'restringir', utilizado pelo legislador, é de menor intensidade que a privação referida no art. 148 do mesmo Diploma Legal, sendo certo que, se o período for prolongado, nasce um crime autônomo, de seqüestro e cárcere privado, a ser considerando em concurso material" (RJTACRIM 50/145). – Excerto do acórdão

3 – DESEMBARGADOR Wanderley Paiva Número do Processo: Data do Julgamento:

ENTENDIMENTO

Nenhum Espelho do Acórdão foi encontrado com os critérios utilizados, nem em exercício da função de vogal ou revisor.

4 - DESEMBARGADOR Walter Luiz Número do Processo: Apelação Criminal 1.0713.10.007718-7/001 Data do Julgamento: 02/10/2012

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - 1º APELANTE - PRELIMINAR - NULIDADE PROCESSUAL FACE AUSÊNCIA DE DEFESA TÉCNICA ADEQUADA - REJEIÇÃO - NECESSIDADE - EFEITO SUSPENSIVO AO RECURSO DEFENSIVO - IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO - RÉU QUE RESPONDEU AO PROCESSO NA PRISÃO - EXISTÊNCIA DOS REQUISITOS ENSEJADORES DA MANUTENÇÃO DO CÁRCERE - POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - DEPOIMENTOS POLICIAIS E CIRCUNSTÂNCIAS DE APREENSÃO DA ARMA INDICATIVOS DE AUTORIA DO DELITO TIPIFICADO NO ART.12 DA LEI Nº10.826/03 - PALAVRA DOS POLICIAIS - CREDIBILIDADE - ROUBO - DELITO COMETIDO EM DESFAVOR DE 03 VÍTIMAS DA MESMA FAMÍLIA, NO MESMO MOMENTO - AFASTAMENTO DO CONCURSO FORMAL - IMPOSSIBILIDADE - PRECEDENTES STJ E STF - REDUÇÃO DO QUANTUM DE PENA PELAS CAUSAS DE AUMENTO DO ARTIGO 157 §2º INCISOS I, II E V - POSSIBILIDADE - DE OFÍCIO - REESTRUTURAÇÃO DA PENA DE MULTA

QUE GUARDA DESPROPORCIONALIDADE COM A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE - 2º APELANTE - ROUBO QUALIFICADO - ABSOLVIÇÃO - INVIABILIDADE - DECLARAÇÕES DAS VÍTIMAS - RECONHECIMENTO DO APELANTE, BEM COMO SEU COMPARSA - DIMINUIÇÃO DA PENA-BASE - NECESSIDADE - DIFERENCIAÇÃO ENTRE APLICAÇÃO DE PENA-BASE DE RÉUS QUE GUARDAM VALORAÇÃO DE MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS - 1. Em se tratando de alegação de ineficiência da defesa técnica, compete ao réu comprovar o prejuízo sofrido, por se tratar de nulidade relativa. 2. Súmula 523 do STF. 3. Tendo o réu permanecido preso durante toda a instrução criminal e, quando da prolação da sentença, ainda persistirem os motivos ensejadores da medida cautelar, deverá aguardar o julgamento do recurso no cárcere. 4. Comprovadas a autoria e materialidade do delito, não há como acolher a pretendida absolvição por insuficiência comprobatória. 5. As provas amealhadas ao longo da instrução são mais do que suficientes para ensejar a condenação, ainda mais quando a negativa de autoria apresenta-se destituída de álibi comprobatório e verossimilhança. 6. "É uníssono o entendimento deste Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que o roubo perpetrado com violação de patrimônios de diferentes vítimas, ainda que num único evento, configura a literalidade do concurso formal de crimes, e não apenas de crime único. 2. Especialmente no crime de roubo, que se caracteriza pelo emprego de violência ou grave ameaça na investida do agente contra o patrimônio alheio, tal entendimento se justifica e se evidencia, porque diversificada também é a constrição das vítimas, e não somente seu patrimônio. 3. "O fato de as vítimas pertencerem a uma mesma família não faz comuns os bens lesados." (AgRg no REsp 984.371/RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJe. 19.12.09) 4. Ordem de habeas corpus denegada. (STJ - HC 208191 / RJ). 7. A aplicação da pena de multa, cominada no preceito secundário da norma, deve guardar proporcionalidade com a pena privativa de liberdade fixada no caso concreto. 8. Existindo três causas de aumento de pena no crime de roubo, concurso de duas pessoas, emprego de uma arma de fogo e restrição da liberdade das vítimas por tempo significativo, justifica redução do quantum das majorantes em 5/12 (cinco doze avos) considerado o aspecto qualitativo da norma sub judice. 9. A palavra da vítima, eivada de coerência e credibilidade, autoriza a condenação do acusado nos moldes da peça vestibular apresentada. 10. É possível que haja uma condenação baseada unicamente na palavra da vítima, desde que a versão apresentada mostre-se extremamente firme e coerente e nem de longe demonstre a intenção de acusar um inocente. (TJMG - Apelação Criminal 1.0713.10.007718-7/001, Relator(a): Des.(a) Walter Luiz , 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 02/10/2012, publicação da súmula em 05/10/2012) 5 - DESEMBARGADOR Kárin Emmerich Número do Processo: Apelação Criminal 1.0313.13.023698-4/001 Data do Julgamento: 24/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO - ART. 157, § 2º, INCISO V DO CÓDIGO PENAL - INÉPCIA DA DENÚNCIA - PRELIMINAR REJEITADA - ABSOLVIÇÃO DO FALTA DE PROVAS - IMPOSSIBILIDADE - AUTORIA E MATERIALIDADE DEVIDAMENTE COMPROVADAS - PALAVRA DA VÍTIMA - FIXAÇÃO DAS PENAS NO MÍNIMO LEGAL - INVIABILIDADE -

APLICAÇÃO DA ATENUANTE DE CONFISSÃO ESPONTÂNEA AO ACUSADO 'ALEF' NA SENTENÇA - PEDIDO PREJUDICADO - DECOTE DA CAUSA DE AUMENTO DE PENA RELATIVA AO EMPREGO DE ARMA DE FOGO - NÃO CABIMENTO - DESNECESSIDADE DE APREENSÃO DA ARMA - DECOTE DA QUALIFICADORA DE RESTRIÇÃO DE LIBERDADE - INVIABILIDADE - DIREITO DE IR E VIR DA VÍTIMA TOLHIDO/RESTRINGIDO POR TEMPO ALÉM DO NECESSÁRIO À SUBTRAÇÃO - SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITO - AUSÊNCIA DE PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS DO ART. 44, INCISO I, DO CÓDIGO PENAL - DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE NEGADO - ISENÇÃO DE CUSTAS - JUÍZO DA EXECUÇÃO - RECURSO NÃO PROVIDO. (TJMG - Apelação Criminal 1.0313.13.023698-4/001, Relator(a): Des.(a) Kárin Emmerich , 1ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 24/11/2015, publicação da súmula em 04/12/2015) “Sabe-se que para o reconhecimento da citada majorante é imprescindível que a restrição seja mantida por lapso temporal juridicamente relevante e que a utilização de tal meio de execução extrapole o dolo atinente à subtração patrimonial simples. Acerca do tema, os ensinamentos de Guilherme de Souza Nucci: "e) se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo a sua liberdade (§ 2º, V): introduzida pela Lei 9.426/96, teve o legislador por finalidade punir mais gravemente o autor do roubo que, além do mínimo indispensável para assegurar o produto da subtração, detém a vítima em seu poder. [...] se o agente segura a vítima por brevíssimo tempo, o suficiente para tomar-lhe o bem almejado (ex.: disposto a tomar o veículo da vítima, o agente ingressa no automóvel unicamente para, alguns quarteirões depois, colocá-la para fora); [...] cremos não estar configurada a causa de aumento - afinal, o tipo penal fala em 'manter', o que implica uma duração razoável; [...]" (Manual de Direito Penal: parte geral: parte especial - 3ª edição - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais , 2007, p. 706).” Excerto do acórdão.

POSIÇÃO DA 2ª (SEGUNDA) CÂMARA CRIMINAL

A posição desta câmara tende a observar a ocorrência da qualificadora prevista no art. 157, §2º, V, do CP, se o agente do delito mantém a vítima cativa por tempo suficiente à execução do roubo. Para os Relatores Des.(a) Beatriz Pinheiro Caires, Des. Renato Martins Jacob, Des. Matheus Chaves Jardim e Des. Catta Preta, o tempo deve se caracterizar como “juridicamente relevante” para o reconhecimento da majorante. Para o Relator Des. Nelson Missias de Morais, justifica-se a majorante quando a restrição à liberdade da vítima extrapolar a ínsita à natureza do delito praticado.

1 - DESEMBARGADOR Beatriz Pinheiro Caires Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.319414-0/001 Data do Julgamento: 05/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO - AUTORIA E

MATERIALIDADE COMPROVADAS - MAJORANTE REFERENTE AO EMPREGO DE ARMA - MANUTENÇÃO - NÃO APREENSÃO DA ARMA - IRRELEVÂNCIA - MAJORANTE REFERENTE À RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA - CONFIRMAÇÃO - RESTRIÇÃO JURIDICAMENTE RELEVANTE - RECONHECIMENTO DA MODALIDADE TENTADA DO DELITO - IMPOSSIBILIDADE - MOMENTO CONSUMATIVO ALCANÇADO - PENA - REDUÇÃO - ADMISSIBILIDADE - AUMENTO ACIMA DO MÍNIMO NA TERCEIRA FASE DA FIXAÇÃO DA REPRIMENDA, SEM JUSTIFICATIVA - FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL ABERTO - IMPOSSIBILIDADE - QUANTUM DA PENA - RECURSO PROVIDO EM PARTE.

- O circunstância de não ter sido apreendida a arma utilizada na prática criminosa não se mostra apto para afastar a incidência da causa de aumento prevista no § 2º, inciso I, do artigo 157, CP, é prescindível a apreensão e perícia da arma utilizada.

- Para a configuração da majorante prevista no inciso V do §2º do art. 157 do Código Penal, basta que a restrição à liberdade do ofendido seja juridicamente relevante, ainda que seja de curta duração.

- O roubo se consuma no instante em que o agente se torna, mesmo que por pouco tempo, possuidor da "res" subtraída mediante emprego de grave ameaça ou violência à pessoa. A rápida recuperação da coisa e a prisão do autor do delito não autorizam o reconhecimento de sua modalidade tentada.

- O aumento da reprimenda na terceira fase de sua fixação exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação a mera presença de mais de uma majorante.

- Sendo a pena fixada em patamar superior a 4 anos, mas inferior a 8 anos, deve ser imposto o regime prisional semiaberto. Inteligência do art. 33, §2º, 'b', CP. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.319414-0/001, Relator(a): Des.(a) Beatriz Pinheiro Caires , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 05/11/2015, publicação da súmula em 16/11/2015)

2 - DESEMBARGADOR Renato Martins Jacob Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.242004-1/001 Data do Julgamento: 09/07/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBOS CIRCUNSTANCIADOS TENTADOS. RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS. DECOTE DA MAJORANTE. FRAÇÃO DE AUMENTO APLICADA NA TERCEIRA FASE DA DOSIMETRIA. ADEQUAÇÃO NECESSÁRIA. TENTATIVA. ITER CRIMINIS

PERCORRIDO EM SUA QUASE TOTALIDADE. PERCENTUAL DE REDUÇÃO MANTIDO. REESTRUTURAÇÃO DA PENA. SANÇÃO PECUNIÁRIA. INTIMAÇÃO PARA PAGAMENTO SOMENTE APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO. ISENÇÃO DAS CUSTAS. PEDIDOS PREJUDICADOS. - Se as vítimas não têm sua liberdade restringida por tempo juridicamente relevante, impõe-se o decote da causa de aumento de pena prevista no artigo 157, §2º, V, do Estatuto Penal. - Não é aleatória a diminuição da pena com base no artigo 14, parágrafo único, do Código Penal, devendo observar-se o maior ou menor iter criminis percorrido, mas deve ser reduzida em seu grau mínimo quando os agentes estão próximos da consumação. - Se o Juízo a quo determinou a intimação do réu para pagamento da multa somente após o trânsito em julgado, tal pretensão defensiva não tem razão de ser. - Resta prejudicado o pedido de isenção das custas processuais quando ele foi integralmente acolhido em primeira instância. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.242004-1/001, Relator(a): Des.(a) Renato Martins Jacob , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 09/07/2015, publicação da súmula em 20/07/2015)

3 - DESEMBARGADOR Nelson Missias de Morais Número do Processo: Apelação Criminal 1.0621.14.000475-8/001 Data do Julgamento: 17/09/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - VÍTIMAS QUE RECONHECERAM O APELANTE - PROVA TESTEMUNHAL ROBUSTA - CONDENAÇÃO MANTIDA - MAJORANTE PREVISTA NO ARTIGO 157, § 2º, INCISO V, DO CÓDIGO PENAL - DECOTE DE OFÍCIO - NECESSIDADE - RESTRIÇÃO DA LIBERDADE POR TEMPO JURIDICAMENTE IRRELEVANTE - DOSIMETRIA - PENA BASE E AUMENTO PELA REINCIDÊNCIA - REFORMA DE OFÍCIO - RECURSO DESPROVIDO E REFORMA DE OFÍCIO A SENTENÇA. - O reconhecimento da vítima e os depoimentos dos policiais sob o crivo do contraditório autorizam o juízo de certeza acerca da autoria delitiva pelo acusado, não restando margem para absolvição. - O reconhecimento da causa de aumento prevista no artigo 157, § 2º, inciso V, do Código Penal somente é possível nos casos em que a restrição à liberdade da vítima extrapolou aquela ínsita à natureza do delito de roubo praticado mediante grave ameaça. - Verificada a existência de apenas uma circunstância judicial desfavorável ao apelante, impõe-se a redução de sua pena base para patamar próximo ao mínimo legal. - O reconhecimento da reincidência impõe o aumento em 1/6 (um sexto) da pena na segunda fase da dosimetria. (TJMG - Apelação Criminal 1.0621.14.000475-8/001, Relator(a): Des.(a) Nelson Missias de Morais , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 17/09/2015, publicação da súmula em 28/09/2015) “o reconhecimento da causa de aumento de restrição à liberdade da vítima somente é possível nos casos em que tal circunstância extrapolou aquela ínsita ao tipo penal, tornando-se juridicamente relevante ao aumentar o grau de reprovabilidade da conduta”. Excerto do acórdão.

4 - DESEMBARGADOR Matheus Chaves Jardim Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.13.177196-6/001 Data do Julgamento: 22/10/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: ROUBO. CAUSA DE AUMENTO DE PENA. RESTRIÇÃO DE LIBERDADE POR LAPSO TEMPORAL JURIDICAMENTE RELEVANTE. MANUTENÇÃO. MAJORANTE ATINENTE AO EMPREGO DE ARMA DE FOGO. APREENSÃO E PERÍCIA. DESNECESSIDADE. INCIDÊNCIA DE TRÊS MAJORANTES. DADOS OBJETIVOS A JUSTIFICAREM O AUMENTO DA PENA EM 5/12. I - Se as vítimas foram privadas de sua liberdade por período de tempo juridicamente relevante, bem superior ao necessário à subtração dos bens, tem incidência a causa de aumento de pena retratada no art. 157, § 2º, V, do CP. II - Ainda que não apreendida arma de fogo empregada pelos recorrentes para anunciar o roubo e intimidar as vítimas, tal circunstância não constitui óbice à incidência da causa de aumento de pena prevista no art. 157, § 2º, I, do CP, se a prova testemunhal confirma o efetivo emprego do artefato. III - Ressaindo dos autos a perpetração de conduta violenta pelos recorrentes, denotando extremada censurabilidade a violência imprimida contra as vítimas, algumas delas torturadas e covardemente agredidas, justificado se faz o aumento da reprimenda em 5/12, por força da incidência de três majorantes à espécie dos autos. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.13.177196-6/001, Relator(a): Des.(a) Matheus Chaves Jardim , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 22/10/2015, publicação da súmula em 03/11/2015) 5 - DESEMBARGADOR Catta Preta Número do Processo: Apelação Criminal 1.0105.14.004740-5/001 Data do Julgamento: 16/04/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. CRIMES DE ROUBO MAJORADO E DE PORTE DE ARMA. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. CONTEXTO FÁTICO DISTINTO DO CRIME DE ROUBO. NECESSIDADE DE REDUÇÃO DA PENA-BASE. PRESENÇA DAS MAJORANTES DO EMPREGO DE ARMA E DO CONCURSO DE AGENTES. AFASTADA A QUALIFICADORA DA RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA. ISENÇÃO DAS CUSTAS. - Comprovadas a materialidade e a autoria delitivas, a condenação dos réus é medida que se impõe. - Não há consunção entre o crime de roubo e o de porte ilegal de arma de fogo quando praticados em contexto fático distinto, com desígnios autônimos e sem nexo de dependência ou subordinação entre as condutas. - Decota-se a majorante da restrição da liberdade da vítima quando tal privação não perdurou por tempo juridicamente

relevante. - Se as penas não foram bem dosadas, é cabível a reparação destas. - Presentes as causas de aumento previstas no art. 157, § 2º, incisos I e II, do Código Penal, está caracterizado o delito de roubo majorado. - Cabe isentar do pagamento das custas processuais o réu assistido pela Defensoria Pública, com base no art. 10 da Lei Estadual nº 14.939/2003. (TJMG - Apelação Criminal 1.0105.14.004740-5/001, Relator(a): Des.(a) Catta Preta , 2ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 16/04/2015, publicação da súmula em 29/04/2015)

POSIÇÃO DA 3ª (TERCEIRA) CÂMARA CRIMINAL A posição desta câmara tende a observar a ocorrência da qualificadora prevista no art. 157, §2º, V, do CP, se o agente do delito mantém a vítima cativa por tempo suficiente à execução do roubo.

Para os Relatores Des. Octavio Augusto De Nigris Boccalini e Des.(a) Maria Luíza de Marilac o tempo deve se caracterizar como “juridicamente relevante” para reconhecimento da majorante. O Relator Des. Antônio Carlos Cruvinel caracteriza o lapso necessário ao reconhecimento da majorante como de “razoável duração”. Para o Relator Des. Paulo Cézar Dias o lapso deve exceder a restrição comum aos crimes de roubo, a fim de que seja reconhecida a majorante. Para o Relator Des. Fortuna Grion não se reconhece a exasperante da restrição de liberdade caso a duração do cárcere se resuma ao tempo necessário à pilhagem.

1 - DESEMBARGADOR Antônio Carlos Cruvinel Número do Processo: Apelação Criminal 1.0301.12.012630-7/001 Data do Julgamento: 05/11/2013

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO - ABSOLVIÇÃO DO SEGUNDO APELANTE POR INSUFICIÊNCIA DE PROVAS - IMPOSSIBILIDADE - EXASPERANTES DA RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DAS VÍTIMAS E EMPREGO DE ARMA DE FOGO - NÃO APREENSÃO E PERÍCIA DO ARTEFATO - MAJORANTES DECOTADAS - PENAS-BASE E PROVISÓRIAS ADEQUADAS - MANUTENÇÃO - PENAS REDUZIDAS NA TERCEIRA FASE DE FIXAÇÃO EM RAZÃO DO DECOTE DAS EXASPERANTES - REGIMES PRISIONAIS MANTIDOS - ISENÇÃO CUSTAS PROCESSUAIS - SOBRESTAMENTO MANTIDO. 1- Restando comprovada a efetiva participação do apelante Dênio no delito de roubo, sobretudo por ter um dos acusados o apontado como um dos envolvidos no assalto e o fato de algumas das vítimas tê-lo reconhecido, impossível acolher o pleito absolutório.

2- Consoante a melhor doutrina, para a configuração da majorante prevista no inciso V, § 2º do art. 157 do CPB, é necessário que o agente mantenha o ofendido em seu poder, restringindo-lhe a liberdade com duração razoável de tempo, o que in casu não ocorre. 3- Não havendo perícia da arma de fogo utilizada quando da empreitada criminosa, e não inexistindo outros meios para aferir a real potencialidade ofensiva do artefato, não há como reconhecer esta majorante em desfavor dos apelados. 4- Resultando adequadas as penas-base fixadas ao primeiro apelante, mostrando-se suficientes para a prevenção e repressão do delito perpetrado, não há como reduzi-las, ante o elevado grau de reprovabilidade da conduta dos acusados. 5- Decotadas duas das causas especiais de aumento de penas do crime de roubo, deve ser reduzido o percentual de exasperação das penas para o mínimo cominado na lei penal. 6- Mantêm-se os regimes prisionais estabelecidos na sentença aos acusados em decorrência do quantum das penas cominadas. 7- Deve prevalecer a determinação contida na sentença para que o recolhimento das custas processuais fique suspenso até a fase da execução das penas, momento em que será analisada a possibil idade ou não de isenção dos pagamentos. 8- Provimento ao terceiro recurso e parcial aos primeiro e segundo recursos são medidas que se impõem. V.V.P.: APELAÇÃO CRIMINAL - DESNECESSIDADE DE APREENSÃO E PERÍCIA DA ARMA DE FOGO PARA CONFIGURAR A QUALIFICADORA PREVISTA NO INCISO I DO § 2º DO ART. 157 DO CP. Comprovado o emprego de arma de fogo na prática do crime através das declarações prestadas pelas vítimas, deve prevalecer a respectiva majorante, mesmo quando a arma não for apreendida ou periciada. (TJMG - Apelação Criminal 1.0301.12.012630-7/001, Relator(a): Des.(a) Antônio Carlos Cruvinel , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 05/11/2013, publicação da súmula em 12/11/2013)

2 - DESEMBARGADOR Paulo Cézar Dias Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.06.935728-3/001 Data do Julgamento: 28/05/2013

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO PELO CONCURSO DE AGENTES, EMPREGO DE ARMA E RESTRIÇÃO À LIBERDADE DA VÍTIMA - PRELIMINAR DE NULIDADE DO INQUÉRITO - AUSÊNCIA DE ADVOGADO OU DEFENSOR QUANDO DO INTERROGATÓRIO EXTRAJUDICIAL - VIOLAÇÃO A DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL - INOCORRÊNCIA - PRELIINAR AFASTADA - PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - CONFISSÃO EXTRAJUDICIAL EM CONSONÂNCIA COM DEMAIS ELEMENTOS DE PROVA - CONDENAÇÃO MANTIDA - CONFISSÃO ESPONTÂNEA - RECONHECIMENTO DE OFÍCIO - DECOTE DAS MAJORANTES DO EMPREGO DE ARMA E RESTRIÇÃO A LIBERDADE DA VÍTIMA - IMPOSSIBILIDADE - 1. As alterações decorrentes da Lei 10.792/03 apenas impõem a presença do advogado no momento do interrogatório pelo Magistrado, pelo que não se pode estender tal exigência para a fase policial. 2. A confissão é retratável,

sendo o seu valor, no entanto, relativo, cabendo ao juiz a plena liberdade de confrontá-la com os demais elementos probatórios dos autos, a fim de verificar se ela é ou não verossímil. 3. A confissão espontânea, ainda que parcial, deve ser considerada na dosimetria da pena, pois esta foi de fundamental importância para alicerçar o decreto condenatório. 4. A ausência da prova pericial na arma empregada para o crime não implica em sua desconsideração, desde que não tenha havido sua apreensão e tenha sido confirmado o seu emprego por outras provas. 5. Se comprovado que a vítima foi mantida no interior do veículo em poder dos roubadores por aproximadamente 01 (uma) hora, lapso que excede a restrição comum aos crimes de roubo, correto o reconhecimento da majorante do art.157, §2º, V do Código Penal. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.06.935728-3/001, Relator(a): Des.(a) Paulo Cézar Dias , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 28/05/2013, publicação da súmula em 07/06/2013)

3 - DESEMBARGADOR Fortuna Grion Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.192386-2/001 Data do Julgamento: 01/12/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO CIRCUNSTANCIADO -

CHAMADA DE CORRÉU - MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS - CONDENAÇÃO MANTIDA - RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS - EXASPERANTE NÃO CONFIGURADA- DECOTE - NECESSIDADE. 01. Demonstrada a autoria do crime através das declarações do corréu, as quais têm valia probatória quando confessa estar envolvidos no crime, bem como através das demais provas orais constantes dos autos, a condenação, à falta de causas excludentes de ilicitude ou de culpabilidade, é medida que se impõe. 02. Para a caracterização da causa especial de aumento de pena insculpida no art. 157, § 2º, V, do Código Penal, necessário que o agente restrinja a liberdade da vítima de molde a extrapolar a grave ameaça caracterizadora do roubo. 03. Se o ofendido foi mantido preso apenas durante o espaço de tempo necessário à pilhagem da res, não se reconhece a exasperante da restrição da liberdade da vítima. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.192386-2/001, Relator(a): Des.(a) Fortuna Grion , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 01/12/2015, publicação da súmula em 18/12/2015)

4 - DESEMBARGADOR Maria Luíza de Marilac Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.331885-5/001 Data do Julgamento: 17/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBOS MAJORADOS PELO EMPREGO DE ARMA, CONCURSO DE AGENTES E RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS - PRELIMINAR DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO QUANTO AO RECONHECIMENTO DE UMA DAS MAJORANTES - REJEIÇÃO -

AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - CRIME ÚNICO - NÃO CONFIGURAÇÃO - MAJORANTE DA RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS - DECOTE - NECESSIDADE - CORRUPÇÃO DE MENOR - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE. Nada obsta que o juiz dê ao fato definição jurídica diversa da que constar da queixa ou da denúncia, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave. Inteligência do art. 383 do Código de Processo Penal. Comprovadas a materialidade e a autoria que recai sobre o apelante, bem como o elemento subjetivo do injusto penal, não há como se acolher o pleito de absolvição por insuficiência de provas. Quando o agente, mediante uma só ação, viola o patrimônio de várias vítimas, correto o reconhecimento do concurso formal, não havendo que se falar em crime único. A majorante prevista no artigo 157, § 2º, V, somente deve ser reconhecida quando a restrição da liberdade da vítima ocorrer por tempo juridicamente relevante, excedendo à restrição necessária para a prática do roubo. A prova da efetiva corrupção do menor é prescindível à configuração do delito tipificado no artigo 244-B da Lei 8.069/90, bastando evidências da participação do inimputável na empreitada criminosa. Inteligência da Súmula nº 500, do STJ. Existindo nos autos documento hábil, dotado de fé pública, capaz de comprovar a menoridade do adolescente, não há que se falar em ausência de prova da menoridade. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.331885-5/001, Relator(a): Des.(a) Maria Luíza de Marilac , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 17/11/2015, publicação da súmula em 27/11/2015) 5 - DESEMBARGADOR Octavio Augusto De Nigris Boccalini Número do Processo: Apelação Criminal 1.0005.07.021706-1/001 Data do Julgamento: 12/05/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO TRIPLAMENTE MAJORADO - MINISTÉRIO PÚBLICO CONTRA ABSOLVIÇÃO DO SEGUNDO APELADO - INSUFICIÊNCIA DE PROVAS DA AUTORIA DELITIVA - MANUTENÇÃO DA SENTENÇA ABSOLUTÓRIA - RECURSO DO SEGUNDO APELANTE - ABSOLVIÇÃO E AFASTAMENTO DO CONCURSO FORMAL - IMPOSSIBILIDADE - PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA - NÃO OCORRÊNCIA - DECOTE DAS MAJORANTES RELATIVAS AO EMPREGO DE ARMA DE FOGO E RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS - INVIABILIDADE - PENA - FIXAÇÃO ACIMA DO MÍNIMO DEVIDAMENTE JUSTIFICADA PELAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS - ABRANDAMENTO DE REGIME - IMPOSSIBILIDADE. - O roubo triplamente majorado é delito grave, punido severamente em nosso ordenamento jurídico, assim, para se proferir um decreto condenatório por este crime são necessárias provas robustas e não apenas suposições em desfavor do réu. - Restando comprovado que o segundo recorrente contribuiu efetivamente para a prática dos roubos em desfavor de todas as vítimas, não há que prosperar o pleito absolutório, o afastamento do concurso formal de crimes, tampouco participação de menor importância. - Para a configuração da majorante relativa ao emprego de arma de fogo prescindível a sua apreensão e perícia, se seu emprego restou comprovado por outros meios de prova. - A majorante prevista no artigo 157, § 2º, V, se configura quando a restrição da liberdade da vítima ocorrer por tempo juridicamente relevante, excedendo à restrição necessária para a prática do roubo, como ocorreu in

casu. - Restando a reprimenda concretiza em patamar acima de 08 (oito) anos de reclusão, não é possível o abrandamento para o regime semiaberto a teor do que dispõe o art. 33, §2º, 'a', do CP. (TJMG - Apelação Criminal 1.0005.07.021706-1/001, Relator(a): Des.(a) Octavio Augusto De Nigris Boccalini , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 12/05/2015, publicação da súmula em 22/05/2015)

POSIÇÃO DA 4ª (QUARTA) CÂMARA CRIMINAL A posição desta câmara tende a observar a ocorrência da qualificadora prevista no art. 157, §2º, V, do CP, se o agente do delito mantém a vítima cativa por tempo suficiente à execução do roubo.

Para o Relator Des. Eduardo Brum a configuração da majorante dá-se somente se o tempo de ofensa à liberdade da vítima exceder o da consumação do crime. Assim, se a liberdade desta for tolhida unicamente enquanto durar a ameaça para a entrega da res furtiva, a exasperante prevista no CP deve ser decotada. O Relator Des. Júlio Cezar Guttierrez ressalta que o tempo a configurar a majorante deva se caracterizar como o mínimo indispensável para assegurar a subtração do bem, mas também ser inferior ao caracterizador do crime de roubo seguido de seqüestro. Para o Relatore Des. Doorgal Andrada o lapso temporal deve ser reconhecido como juridicamente relevante, assim também como para o Relator Des. Corrêa Camargo que destaca ainda que a restrição da liberdade da vítima deva extrapolar o dolo atinente à subtração patrimonial simples. Para o Relator Des. Amauri Pinto Ferreira (JD CONVOCADO) o lapso temporal também deve ser reconhecido como juridicamente relevante. Ressalva, contudo que se houver dúvidas quanto o período em que a vítima tenha estado em poder dos assaltantes, é prudente que a respectiva causa de aumento de pena seja decotada.

1 - DESEMBARGADOR Eduardo Brum Número do Processo: Apelação Criminal 1.0209.14.003497-3/001 Data do Julgamento: 10/06/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÕES CRIMINAIS - ROUBO DUPLAMENTE MAJORADO

E SEQUESTRO QUALIFICADO - AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS E SEQUER QUESTIONADAS QUANTO AO PRIMEIRO CRIME - DESCLASSIFICAÇÃO DO SEGUNDO DELITO PARA O DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL - INVIABILIDADE - NECESSIDADE, CONTUDO, EX OFFICIO, DE DESCLASSIFICAR TAL CONDUTA PARA A PREVISTA NO ART. 132 DO CP - DOSIMETRIA - APLICAÇÃO DAS PENAS-BASE NOS MENORES PATAMARES - IMPOSSIBILIDADE - ATENUANTE DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA - RECONHECIMENTO - IMPERATIVIDADE -

COMPENSAÇÃO COM A AGRAVANTE DA RECIDIVA - POSSIBILIDADE - DECOTE DA CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA DA RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA - NECESSIDADE - PRESENÇA DE UMA ÚNICA MAJORANTE - AUSÊNCIA DE RAZÕES A JUSTIFICAR A EXASPERAÇÃO EMPREENDIDA NA ORIGEM - MITIGAÇÃO DAS REPRIMENDAS - IMPERATIVIDADE - PRIMEIRO APELO PARCIALMENTE PROVIDO - SEGUNDO INTEGRALMENTE PROVIDO. 1. A ausência de dolo de cercear a liberdade de locomoção da vítima, somada à brevidade temporal da coação, enseja a desclassificação da conduta delitiva, mas não para o delito e constrangimento ilegal, e, sim, para o de perigo para a vida ou saúde de outrem. 2. Se a análise das circunstâncias judiciais do art. 59 do CP que culminou com a aplicação das penas-base acima dos mínimos legais encontra respaldo nos autos, não há motivo para reparar tal apreciação. 3. Tendo os réus confessado espontaneamente o crime patrimonial, deve ser reconhecida a atenuante prevista no art. 65, III, "d", do CP, sendo perfeitamente viável, outrossim, a compensação de tal circunstância com a agravante da reincidência, conforme jurisprudência consolidada do STJ. 4. Demonstrado nos autos que um dos ofendidos teve tolhida a sua liberdade tão somente durante a consumação do crime patrimonial (ou seja, enquanto era ameaçado para entregar a res furtiva), imperioso o decote da majorante prevista no art. 157, §2º, V, do CP. 5. Não havendo motivo para se sustentar a exasperação superior à f ração mínima de 1/3 (um terço), devem ser as penas relativas ao crime patrimonial mitigadas. 6. Primeiro recurso provido em parte e integralmente provido o segundo. (TJMG - Apelação Criminal 1.0209.14.003497-3/001, Relator(a): Des.(a) Eduardo Brum , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 10/06/2015, publicação da súmula em 16/06/2015)

2 - DESEMBARGADOR Júlio Cezar Guttierrez Número do Processo: Apelação Criminal 1.0245.13.021439-9/001 Data do Julgamento: 10/02/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: PENAL - ROUBO MAJORADO - ABSOLVIÇÃO - FRAGILIDADE PROBATÓRIA - INOCORRÊNCIA - PROVAS DA AUTORIA E DA MATERIALIDADE DELITIVAS - ROUBO TENTADO - IMPOSSIBILIDADE - CONSUMAÇÃO - DECOTE DAS MAJORANTES DO EMPREGO DE ARMA, CONCURSO DE AGENTES E RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS - IMPOSSIBILIDADE - REDUÇÃO DO QUANTUM DAS MAJORANTES - IMPOSIÇÃO. - Comprovadas a autoria e a materialidade delitivas pela prova testemunhal produzida e diante da dinâmica fática, mantém-se a condenação, afastando-se o pleito absolutório. - O delito de roubo consuma-se no momento em que, cessada a violência e a grave ameaça, o agente se torna possuidor da res furtiva, ainda que por breve espaço de tempo. - Mantém-se o reconhecimento da causa especial de aumento de pena prevista no artigo 157, §2º, I, do CP, se as vítimas são enfáticas em confirmarem o uso de arma pelos agentes, na prática delitiva. - Incide a causa de aumento de pena do concurso de agentes, se incontroverso nos autos que o roubo foi cometido por duas ou mais pessoas.

- A majorante insculpida no inciso V, do § 2º, do art. 157, do Código Penal, exige que as vítimas sejam mantidas em poder do agente por tempo superior ao mínimo indispensável para assegurar o sucesso da subtração, mas inferior ao tempo caracterizador do crime de roubo seguido de seqüestro, em concurso. - Considerando a existência de três majorantes no delito de roubo consistentes em emprego de uma arma de fogo, concurso de agentes e restrição da liberdade das vítimas, mister a redução do quantum de aumento de pena para 5/12 (cinco doze avos). (TJMG - Apelação Criminal 1.0245.13.021439-9/001, Relator(a): Des.(a) Júlio Cezar Guttierrez , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 10/02/2015, publicação da súmula em 25/02/2015)

3 - DESEMBARGADOR Doorgal Andrada Número do Processo: Apelação Criminal 1.0349.12.002119-2/001 Data do Julgamento: 16/12/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO MAJORADO PELA

RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA. INÉPCIA DA DENÚNCIA. INOCORRÊNCIA. PRELIMINAR REJEITADA. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. PROVA OBTIDA NA FASE POLICIAL E JUDICIAL EM HARMONIA COM O CONTEXTO FÁTICO. DELITO CONFIGURADO. DECOTE DA MAJORANTE. IMPOSSIBILIDADE. REDUÇÃO DA PENA-BASE. IMPOSSIBILIDADE. PENA DEVIDAMENTE SOPESADA. FIXAÇÃO DE REGIME SEMIABERTO. POSSIBILIDADE. PRELIMINAR REJEITADA E RECURSO PROVIDO EM PARTE.

- Não há que falar em prejuízo para a defesa se a denúncia preenche todos os requisitos do artigo 41 do CPP e descreve detalhadamente a conduta do réu e as coisas subtraídas.

- Havendo nos autos prova capaz de imputar ao recorrente a autoria do delito, a sua negativa é ineficaz devendo a ele ser atribuída a responsabilidade pelo crime.

- Não se deve decotar a causa de aumento prevista no art. 157, § 2º, V, do CP, uma vez que ela não faz parte da elementar do tipo de roubo. Na verdade, trata-se de uma conduta a mais que justifica a sua inclusão. Se o agente, para consumar o crime ou garantir o sucesso da subtração, manteve a vítima presa, restringindo a sua liberdade de locomoção, deve ser aplicada a majorante.

- A fixação da pena segue a regra do livre convencimento motivado do Juiz, que no caso em tela foi usado de forma consentânea com o crime praticado pelo agente que será punido de acordo com a gravidade de sua conduta. Na aplicação da pena o juiz deve nortear-se pelos fins a ela atribuídos (retribuição, prevenção geral e prevenção especial).

- Em razão do quantum da pena, bem como pela primariedade do agente, se mostra possível a fixação do regime semiaberto.

- Preliminar rejeitada e Recurso provido em parte. (TJMG - Apelação Criminal 1.0349.12.002119-2/001, Relator(a): Des.(a) Doorgal Andrada , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 16/12/2015, publicação da súmula em 22/01/2016)

“...restou comprovado de forma inequívoca que a vítima teve sua liberdade restringida por tempo juridicamente relevante, impondo-se o reconhecimento da majorante prevista no art. 157, §2º, V, do CP”. Excerto do acórdão.

4 - DESEMBARGADOR Corrêa Camargo Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.14.059772-5/001 Data do Julgamento: 10/03/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO TRIPLAMENTE QUALIFICADO - PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA CONDENATÓRIA POR AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO - NÃO ACOLHIMENTO - FRAGILIDADE PROBATÓRIA - IMPROCEDÊNCIA - DECOTE DAS MAJORANTES REFERENTES AO EMPREGO DE ARMA, AO CONCURSO DE PESSOAS E À RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA - IMPOSSIBILIDADE - CAUSAS DE AUMENTO DE PENA DEVIDAMENTE COMPROVADAS - REANÁLISE DA DOSIMETRIA DAS PENAS - FIXAÇÃO DAS PENAS-BASE NOS MÍNIMOS PREVISTOS E ALTERAÇÃO DE REGIME PRISIONAL - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. - Inexistindo prejuízo à parte, não há falar em "carência de fundamentação", pois, como cediço, não está o Magistrado obrigado a responder de forma exaustiva a todas as alegações do réu, mas tão-somente expor os motivos de seu convencimento, dado que a decisão com motivação sucinta, como é o caso, é decisão motivada. - Ressalvada a negativa infundada do réu, inexistem provas aptas a desqualificar as declarações da vítima e das testemunhas, que guardam perfeita harmonia com as circunstâncias fáticas e demais subsídios informativos existentes nos autos, constituindo, portanto, elemento seguro de convicção, merecedor de ampla credibilidade. Destarte, não há falar em fragilidade ou imprestabilidade do acervo probatório. - Para a configuração da circunstância majorante, prevista no inciso I, do § 2º, do art. 157, do Código Penal, relevante é o temor imposto à vítima por meio do artefato utilizado durante a empreitada criminosa, como meio de coação, fazendo-a ceder à pressão do ofensor, entregando-lhe os bens de sua propriedade ou possibilitando a subtração dos mesmos, visando tão-somente preservar a sua integridade física. In casu, configurada está a causa de aumento de pena do crime de roubo, frente ao relato consistente da vítima, que atestou a existência e o uso da arma quando da ocorrência criminosa. - Concernente à aplicabilidade da majorante referente ao concurso de pessoas, conquanto não tenh a sido apreendido, ou sequer identificado, o co-autor ou partícipe, as provas amealhadas nos autos não deixam dúvidas sobre a sua existência que, conforme demonstrado, agiram em unidade de desígnios. Logo, uma vez comprovada a pluralidade de agentes e de condutas, a relevância causal entre estas últimas e o liame subjetivo ou concurso de vontades entre os envolvidos no delito em questão, resta vencida a pretensão de decote de tal majorante. - Para o reconhecimento da majorante referente à restrição de liberdade, faz-se imprescindível que a vítima seja mantida em poder do agente por lapso temporal

juridicamente relevante e que a utilização de tal meio de execução extrapole o dolo atinente à subtração patrimonial simples, o que restou indubitável no caso em apreço. - Não sendo desfavoráveis ao réu quaisquer das circunstâncias judiciais do art. 59, do Código Penal, equivocou-se, data venia, o d. Magistrado sentenciante ao fixar as penas-base além do mínimo legal. Assim, impende as suas reduções. - Atento à determinação legal do art. 33, §§ 2º e 3 º, do Código Penal, haja vista que a reprimenda do apelante tenha sido definitivamente estabelecida em patamar superior a 4 (quatro) anos inferior a 8 (oito), razoável o cumprimento da sanção privativa de liberdade em regime inicial semi-aberto. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.14.059772-5/001, Relator(a): Des.(a) Corrêa Camargo , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 10/03/2015, publicação da súmula em 18/03/2015) 5 - DESEMBARGADOR Amauri Pinto Ferreira (JD CONVOCADO) Número do Processo: Apelação Criminal 1.0079.14.043332-1/001 Data do Julgamento: 21/10/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO CIRCUNSTANCIADO - PRELIMINAR - AUSÊNCIA DE CORRELAÇÃO ENTRE ACUSAÇÃO E SENTENÇA - INOCORRÊNCIA - REJEIÇÃO - MÉRITO - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVAS COMPROVADAS - DECOTE DA MAJORANTE DA RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DAS VÍTIMAS - CABIMENTO - PENA - DOSIMETRIA - REDUÇÃO DA PENA-BASE - VIABILIDADE - RECONHECIMENTO DO CRIME ÚNICO - NÃO CABIMENTO. 1. É possível a aplicação do instituto da emendatio libelli, previsto no artigo 383 do Código de Processo Penal, uma vez que o réu se defende dos fatos narrados na denúncia e não da capitulação ali apresentada, afastando, assim, a arguição de nulidade da sentença por ofensa ao princípio da correlação. 2. Impossível acolher a pretensão absolutória quando materialidade e autoria delitivas estão fartamente comprovadas nos autos, não havendo nenhuma causa de exclusão da tipicidade, da ilicitude ou da culpabilidade. 3. Para a incidência da majorante prevista no inciso V do § 2º do artigo 157, do Código Penal, a vítima deve ter restrita a sua liberdade por um tempo juridicamente relevante, e na dúvida sobre o período em que os ofendidos estiveram sob o poder dos assaltantes, mostra-se prudente o decote da referida causa de aumento. 4. Possível a redução das penas-base, porquanto exasperadas com fundamento em circunstância judicial equivocadamente considerada desfavorável nos autos. 5. Forçoso o reconhecimento do concurso formal de crimes, nos moldes do artigo 70 do Código Penal, considerando que, em um mesmo contexto fático, o apelante subtraiu bens de vítimas diversas. (TJMG - Apelação Criminal 1.0079.14.043332-1/001, Relator(a): Des.(a) Amauri Pinto Ferreira (JD CONVOCADO) , 4ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 21/10/2015, publicação da súmula em 27/10/2015)

POSIÇÃO DA 5ª (QUINTA) CÂMARA CRIMINAL

A posição desta câmara tende a observar a ocorrência da qualificadora prevista no art. 157, §2º, V, do CP, se o agente do delito mantém a vítima cativa por tempo superior à execução do roubo.

Para os Relatores Des. Alexandre Victor de Carvalho e Des. Eduardo Machado, o tempo que a vítima se encontrar em poder dos agentes deve se caracterizar como juridicamente relevante para que seja configurada a majorante em análise. Para os Relatores Des. Pedro Vergara, Des. Júlio César Lorens e Des. Adilson Lamounier o tempo verificado é o superior ao necessário à subtração da res furtiva.

1 - DESEMBARGADOR Alexandre Victor de Carvalho Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.06.092616-9/001 Data do Julgamento: 15/04/2014

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO - AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS - PALAVRA DA VÍTIMA - FIRME E COERENTE - DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DE FURTO - INADMISSIBILIDADE - AFASTAMENTO DA MAJORANTE DO EMPREGO DE ARMA - INVIABILIDADE - CAUSA DE AUMENTO DO CONCURSO DE AGENTES - IMPOSSIBILIDADE - RESTRIÇÃO À LIBERDADE - MANUTENÇÃO - REDUÇÃO DA PENA-BASE - IMPOSSIBILIDADE - SUBSTITUIÇÃO DA SANÇÃO CORPORAL - PENA SUPERIOR A QUATRO ANOS E CRIME PRATICADO COM VIOLÊNCIA E GRAVE AMEAÇA À PESSOA - NEGAR PROVIMENTO. 1. Impõe-se a condenação porquanto comprovadas se encontram a autoria e a materialidade. 2. A palavra da vítima e a prova testemunhal produzida é suficiente para a manutenção da condenação. 3. A subtração da res com grave ameaça mediante emprego de arma caracteriza o tipo penal de roubo, restando impossível a desclassificação para o crime de furto. 4. Incabível se encontra o afastamento da majorante do emprego de arma de fogo vez que devidamente configurada. 5. Inviável é o afastamento da majorante do concurso de pessoas vez que esta se encontra devidamente configurada. 6. Demonstrada também está a majorante do inciso V do § 2º do artigo 157 do Código Penal porquanto houve restrição à liberdade da vítima. 7. Não há que se falar em redução da pena-base quando encontra-se aplicada nos termos do artigo 59 do Código Penal. 8. Inviável é a substituição da pena corporal por restritiva de direitos por não estarem preenchidos os requisitos do artigo 44 do Código Penal. 9. Negar provimento ao recurso. V.V. PALAVRA EXCLUSIVA DE UMA DAS VÍTIMAS - RECONHECIMENTO DE UM DOS RÉUS - MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - AUSËNCIA DE PROVA JUDICIALMENTE CONSTITUÍDA - ABSOLVIÇÃO DECRETADA. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.06.092616-9/001, Relator(a): Des.(a) Alexandre Victor de Carvalho , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 15/04/2014, publicação da súmula em 25/04/2014)

“As vítima desta forma ficaram sobre o domínio dos apelantes por tempo juridicamente relevante, objetivando os mesmos assegurar a consumação do roubo perpetrado, o que configura a majorante em análise”. Excerto do acórdão

2 - DESEMBARGADOR Pedro Vergara Número do Processo: Apelação Criminal 1.0382.10.013804-1/001 Data do Julgamento: 13/05/2014

ENTENDIMENTO EMENTA OFICIAL: PENAL - ROUBO MAJORADO - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS - PALAVRA DA VÍTIMA - PROVA TESTEMUNHAL - FIRME E COERENTE - AFASTAMENTO DAS MAJORANTES DO EMPREGO DE ARMA DE FOGO, CONCURSO DE AGENTES E RESTRIÇÃO À LIBERDADE DA VÍTIMA - IMPOSSIBILIDADE - REDUÇÃO DA PENA - DESCABIMENTO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Impõe-se a manutenção da condenação porquanto comprovadas estão a autoria e a materialidade do delito. 2. O emprego de arma por um dos corréus comunica-se ao comparsa ainda que este não a esteja portando vez que a referida majorante é circunstância elementar objetiva nos termos do artigo 30 do Código Penal. 3. Necessário é o reconhecimento das majorantes dos incisos II e V § 2º do artigo 157 do Código Penal vez que comprovado que o crime foi praticado em concurso de agentes sendo que a vítima teve sua liberdade restringida por tempo superior ao necessário à subtração da res furtiva. 4. Impossível é a redução da pena vez que a mesma se encontra devidamente fixada para a espécie, considerando a configuração de três majorantes. 5. Recurso improvido. (TJMG - Apelação Criminal 1.0382.10.013804-1/001, Relator(a): Des.(a) Pedro Vergara , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 13/05/2014, publicação da súmula em 19/05/2014)

3 - DESEMBARGADOR Adilson Lamounier Número do Processo: Apelação Criminal 1.0183.12.012246-4/001 Data do Julgamento: 04/06/2013

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO -

ROUBO MAJORADO - AUTORIA E MATERIALIDADE DEVIDAMENTE COMPROVADAS - RECONHECIMENTO DA VÍTIMA - CONDENAÇÃO MANTIDA - MAJORANTES - RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA VÍTIMA - TEMPO SUPERIOR AO NECESSÁRIO PARA O COMETIMENTO DO CRIME - REGIME FECHADO - MANUTENÇÃO - RÉU REINCIDENTE - RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

I - Em crimes contra o patrimônio, geralmente praticados na clandestinidade, deve-se dar particular atenção às palavras seguras da vítima, em detrimento de defesas

inconsistentes e fantasiosas do réu, quando aquelas estejam corroboradas pelo restante das provas e as declarações do acusado apresentem-se isoladas.

II - Se a vítima tem sua liberdade cerceada por tempo bastante superior àquele estritamente necessário ao cometimento do roubo, impõe-se aplicar a majorante do inciso V do § 2º do art. 157 do Código Penal.

III - Em se tratando de réu reincidente, deve ser mantido o regime fechado para cumprimento da pena fixada em patamar superior a 04 (quatro) anos. (TJMG - Apelação Criminal 1.0183.12.012246-4/001, Relator(a): Des.(a) Adilson Lamounier , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 04/06/2013, publicação da súmula em 10/06/2013)

4 - DESEMBARGADOR Eduardo Machado Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.12.275216-5/001 Data do Julgamento: 15/09/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÕES CRIMINAIS - CORRUPÇÃO DE MENOR - CONDENAÇÃO - NECESSIDADE - POSICIONAMENTO PACIFICADO NO STJ - DELITO FORMAL - AUXÍLIO DE MENOR PARA A PRÁTICA DE DELITO - SUFICIÊNCIA - ROUBO - RECONHECIMENTO DA MAJORANTE DO EMPREGO DE ARMA - APREENSÃO E SUBMISSÃO À PERÍCIA TÉCNICA - PRESCINDIBILIDADE - COMPROVAÇÃO PELA PROVA ORAL - NÃO RECIONHECIMENTO DA MAJORANTE DA RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA - CONDIÇÕES E TEMPO NÃO JURIDICAMENTE RELEVANTE - PENA-BASE - ADEQUAÇÃO COM AS CIRCUNSTÂNCIAS - CONCURSO FORMAL - AUMENTO DA FRAÇÃO - PROPORCIONALIDADE COM O NÚMERO DE CRIMES. 1. O posicionamento pacificado no Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a corrupção de menores é delito formal, ou seja, para que se configure basta que o agente pratique o crime na companhia de menor. 2. A não apreensão da arma de fogo e, consequentemente, da falta de sua submissão à perícia técnica, por si só, não impedem o reconhecimento da respectiva majorante, eis que configurada pela simples utilização daquela na empreitada criminosa, que pode ser atestada pela prova oral. 3. A majorante do artigo 157, parágrafo 2º, inciso V, do Código Penal, só incide no caso de a vítima ter restringida a liberdade pelo meliante sob condições e por tempo juridicamente relevante. 4. Não há falar-se em redução da pena-base que estabelecida de acordo com as circunstâncias apuradas nos autos. 5. Doutrina e jurisprudência dominantes adotam como critério único para o aumento de pena pelo concurso formal, o número de infrações praticadas. VV. APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO - ARMA DE FOGO NÃO APREENDIDA - PERÍCIA NÃO REALIZADA - INEXISTÊNCIA DE PROVAS INDIRETAS - POTENCIALIDADE LESIVA NÃO COMPROVADA - EXCLUSÃO DA MAJORANTE - NECESSIDADE - CORRUPÇÃO DE MENORES - CRIME MATERIAL - RESULTADO NATURALÍSTICO NÃO COMPROVADO - ABSOLVIÇÃO - CONFIRMAÇÃO. A majorante do emprego de arma de fogo deve ser analisada sob o enfoque objetivo da potencialidade lesiva do instrumen to à prática do roubo. Quando a arma de fogo não for apreendida e por isso não puder ser periciada, bem como não existirem outras provas indiretas que possibilitem verificar a capacidade de ofensa à integridade física da vítima, esta causa especial de aumento de pena deve ser

decotada. Por ser crime de natureza material, a caracterização do delito de corrupção de menores exige a produção de resultado naturalístico, a partir da prática de pelo menos uma das condutas descritas no tipo penal (corromper ou facilitar), com a consequente alteração das características morais do menor envolvido (corrupção), o que não ocorreu no presente caso. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.12.275216-5/001, Relator(a): Des.(a) Eduardo Machado , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 15/09/2015, publicação da súmula em 23/09/2015) 5 - DESEMBARGADOR Júlio César Lorens Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.12.236043-1/001 Data do Julgamento: 08/04/2014

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIME DE ROUBO MAJORADO - ABSOLVIÇÃO E DESCLASSIFICAÇÃO - INVIABILIDADE - AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS - CAUSAS DE AUMENTO DEVIDAMENTE CONFIGURADAS - IMPOSSIBILIDADE DE DECOTE - PATAMAR DE AUMENTO - REDUÇÃO - REANÁLISE DAS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS - PENA-BASE REDUZIDA - REGIME PRISIONAL - MANUTENÇÃO - RECURSO DO PRIMEIRO APELANTE PARCIALMENTE PROVIDO, RECURSO DO SEGUNDO APELANTE NÃO PROVIDO E, DE OFÍCIO, REDUZIDA A PENA DO SEGUNDO APELANTE. 1- A localização do réu na posse de parte da res furtiva, aliada a confissão, perante os policiais, do corréu, o qual, ainda, indicou o local onde o veículo subtraído foi encontrado, bem como ao reconhecimento inequívoco realizado por uma das vítimas, são provas aptas a sustentar o édito condenatório. 2- Comprovado o emprego de grave ameaça na subtração, inviável a desclassificação da infração. 3- A ausência de apreensão e de realização de laudo pericial comprovando a potencialidade lesiva da arma não impede a configuração da majorante prevista no art. 157, § 2º, I, do CP, quando é possível, por outros meios, comprovar a efetiva utilização da arma, a qual foi eficaz em reduzir a vítima à impossibilidade de resistência. 4- Comprovado o concurso de agentes e que a colaboração de todos foi de extrema importância para a consumação do crime, não há que se falar em decore da majorante nem em aplicação da minorante prevista no art. 29, §1º, do CP. 5- Se, para consumar o delito e garantir o sucesso da fuga, os agentes mantiveram as vítimas em seu poder, restringindo a liberdade de locomoção destas por lapso temporal superior ao necessário para a efetivação da subtração, resta caracterizada a majorante prevista no art. 157, §2º, inciso V, do CP. 6- Na fixação do quantum de aumento decorrente das majorantes, deve ser aferida a qualidade delas e não a quantidade de causas de aumento, de acordo com a Súmula 443 do STJ. 7- Reanalisadas as circunstâncias judici ais de forma favorável ao réu, a pena-base merece redução. 8- O réu reincidente condenado a pena superior a 04 (quatro) e inferior a 08 (oito) anos, deve ser fixado o regime inicial fechado de cumprimento de pena. V. v. EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO - EMPREGO DE ARMA BRANCA - POTENCIALIDADE LESIVA - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO - DECOTE. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.12.236043-1/001, Relator(a): Des.(a) Júlio César Lorens , 5ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 08/04/2014, publicação da súmula em 14/04/2014)

POSIÇÃO DA 6ª (SEXTA) CÂMARA CRIMINAL

A posição desta câmara tende a observar a ocorrência da qualificadora prevista no art. 157, §2º, V, do CP, se o agente do delito mantém a vítima cativa por tempo suficiente à execução do roubo.

Para o Relator Des. Rubens Gabriel Soares o tempo que a vítima se encontrar em poder dos agentes deve se caracterizar como juridicamente relevante para que seja configurada a majorante em análise. Para o Relator Des. Furtado de Mendonça é irrelevante o tempo de restrição à liberdade da vítima, mesmo que curto, tendo em vista que a causa de aumento de pena incide no instante do efetivo cerceamento. Para o Relator Des. Jaubert Carneiro Jaques a qualificadora se configura com o excesso de tempo decorrido na restrição à liberdade da vítima para o êxito da subtração do bem. Para a Relator(a): Des.(a) Denise Pinho da Costa Val , deve ser decorrido um tempo razoável para o reconhecimento da majorante. Quanto à Des.(a) Luziene Barbosa Lima (JD Convocada), não foram encontradas ocorrências como relatora. Como revisora, acompanha o voto da Relatora Des.(a) Denise Pinho da Costa Val, 6ª CÂMARA CRIMINAL, Apelação Criminal 1.0418.13.003025-1/001, julgamento em 27/01/2015: “Verifica-se, assim, que a vítima teve a sua liberdade restringida por considerável período de tempo e, pouco importa se esta era ou não a intenção do agente, porquanto a restrição efetivamente ocorreu e, diante deste fato, a majorante deve ser mantida”.

1 - DESEMBARGADOR Rubens Gabriel Soares Número do Processo: Apelação Criminal 1.0479.12.016470-8/001 Data do Julgamento: 23/09/2014

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - PROCESSO PENAL - PRELIMINAR -

NULIDADE DO PROCESSO - CERCEAMENTO DE DEFESA - INDEFERIMENTO DE PEDIDO DE PRODUÇÃO DE PROVA - DISCRICIONARIEDADE DO JUIZ - PREJUÍZO NÃO COMPROVADO - REJEIÇÃO - PENAL - ROUBO MAJORADO - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS - ROBUSTO CONJUNTO PROBATÓRIO - PALAVRA DAS VÍTIMAS - ESPECIAL RELEVO - CONDENAÇÃO MANTIDA - DECOTE DA CAUSA ESPECIAL DE AUMENTO DE PENA PREVISTA NO INCISO V DO § 2º DO ARTIGO 157 DO CÓDIGO PENAL - IMPERIOSIDADE - RESTRIÇÃO MOMENTÂNEA DA LIBERDADE DAS VÍTIMAS - REDUÇÃO DA PENA-BASE - INVIABILIDADE - REDUÇÃO DO QUANTUM DE AUMENTO DA AGRAVANTE

DA REINCIDÊNCIA - POSSIBILIDADE - REDUÇÃO DA FRAÇÃO DE AUMENTO PELAS MAJORANTES - CABIMENTO. PRELIMINAR REJEITADA. RECURSO PROVIDO EM PARTE. 01. Não há falar-se em cerceamento de defesa quando o Julgador não entende necessária a produção de uma prova após a fase de instrução, não estando adstrito ao requerimento formulado pelas partes, que devem, por sua vez, demonstrar a imprescindibilidade da diligência. 02. Não há falar-se em absolvição se o conjunto probatório é firme e consistente em apontar a materialidade e a autoria da subtração, perpetrada mediante grave ameaça, mormente através das palavras coerentes e harmônicas da vítima. 03. Em sede de crimes patrimoniais, cometidos normalmente na clandestinidade, é pacífico que a palavra da vítima é de extrema relevância probatória à demonstração das circunstâncias em que ocorreu a subtração, mormente como no caso concreto, em que não se vislumbra motivos para inculpação de inocentes. 04. A jurisprudência pátria predominante expõe que a caracterização da causa de aumento de pena descrita no art. 157, § 2º, V, do Código Penal, demanda que a restrição da liberdade ocorra por lapso temporal juridicamente relevante. 05. Incabível a redução da reprimenda base se esta foi arbitrada em observância aos critérios do art. 59 do Código Pena l. 06. Mostrando-se exacerbado o aumento decorrente do reconhecimento da agravante da reincidência na segunda fase de aplicação da pena, necessária a sua redução. 07. Se a fração de aumento em virtude das majorantes se mostra excessiva, mister a sua redução. (TJMG - Apelação Criminal 1.0479.12.016470-8/001, Relator(a): Des.(a) Rubens Gabriel Soares , 6ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 23/09/2014, publicação da súmula em 03/10/2014)

2 - DESEMBARGADOR Furtado de Mendonça Número do Processo: Apelação Criminal 1.0480.13.014736-0/001 Data do Julgamento: 24/11/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - PENAL E PROCESSUAL PENAL - ROUBO MAJORADO - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - SUFICIÊNCIA DO CONJUNTO PROBATÓRIO - DECOTE DAS MAJORANTES DO CONCURSO DE AGENTES E DA RESTRIÇÃO À LIBERDADE DA VÍTIMA - INVIABILIDADE - REDUÇÃO DA PENA-BASE APLICADA - NÃO CABIMENTO - DECOTE DA REINCIDÊNCIA - INCONSTITUCIONALIDADE - TESE AFASTADA - DIMINUIÇÃO DA PENA DE MULTA E AUMENTO DO PRAZO PARA PAGAMENTO - NÃO CABIMENTO ISENÇÃO DAS CUSTAS PROCESSUAIS - INVIABILIDADE - COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA EXECUÇÃO - RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Comprovadas a autoria e a materialidade delitiva, não há que se falar em absolvição por insuficiência de provas. 2. Evidenciado o ajuste de vontades, com o fim de perpetrar o crime, impossível o decote da majorante prevista no §2º, II, do art. 157 do CPB. 3. Para fins de configuração da majorante inserta no art.157, §2º, V, do CPB, é irrelevante que a restrição à liberdade da vítima tenha ocorrido em curto lapso temporal, já que a aludida causa de aumento de pena deve incidir no instante em que há o efetivo cerceamento, utilizado como meio de execução do empreendimento criminoso ou como forma de esquivar-se da ação policial. Na espécie, a privação da locomoção do ofendido transcendeu a ação de roubar, extrapolando a elementar constante do tipo. 4. Inviável a redução da pena-base quando esta restou dosada em patamar razoável e

proporcional, e se mostra necessária e suficiente à reprovação e prevenção da conduta ilícita. 5. Deve ser afastada a alegação de inconstitucionalidade da reincidência, pela ocorrência de bis in idem, pois sua aplicação respeita o princípio da individualização da pena, recebendo o réu apenas punição mais severa por ter voltado a delinquir. 6. A pena de multa deve guardar estrita proporção com a reprimenda corporal aplicada, e não com a situação financeira do acusado. 7. Compete ao juízo da execução a análise acerca do pedido de dilação do prazo para pagamento e isençã o das custas processuais. (TJMG - Apelação Criminal 1.0480.13.014736-0/001, Relator(a): Des.(a) Furtado de Mendonça , 6ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 24/11/2015, publicação da súmula em 03/12/2015)

3 - DESEMBARGADOR Jaubert Carneiro Jaques Número do Processo: Apelação Criminal 1.0024.13.366814-5/001 Data do Julgamento: 02/12/2014

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO - AUTORIA E

MATERIALIDADE COMPROVADAS - CONJUNTO PROBATÓRIO CONTUNDENTE - CONDENAÇÃO MANTIDA - DECOTE DA AGRAVANTE DO ART. 61, II, 'H' DO CP - VÍTIMA MAIOR DE SESSENTA ANOS - NECESSIDADE - AUSÊNCIA DE DOCUMENTO OFICIAL ATESTANDO IDADE - AFASTAMENTO DA MAJORANTE DO EMPREGO DE ARMA - NÃO CABIMENTO - PRESCINDIBILIDADE DE APREENSÃO OU PERÍCIA - COMPROVAÇÃO DO USO DE ARMA POR OUTROS MEIOS PROBATÓRIOS - CAUSA DE AUMENTO DA RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DAS VÍTIMAS - MANUTENÇÃO NECESSÁRIA - TESE DE CRIME ÚNICO - NÃO CABIMENTO - CONCURSO FORMAL EVIDENCIADO - REDUÇÃO DA PENA - NECESSIDADE.

- Nos crimes contra o patrimônio, entre eles o roubo, a palavra da vítima, quando corroborada pelos depoimentos das testemunhas e em harmonia com as demais provas e com os abalizados indícios amealhados ao longo da instrução, são elementos mais do que suficientes para alicerçar o decreto condenatório.

- Inexistindo no feito documento oficial atestando a real idade da vítima, temeroso se exasperar a reprimenda pela agravante do art. 61, II, 'h' do CP, eis que, na ausência de prova objetiva, a presunção a esse respeito deve favorecer o réu.

- A ausência da apreensão da arma ou a inexistência do laudo pericial de potencialidade lesiva não afasta a aplicação da causa de aumento de pena referente ao emprego de arma, desde que existam nos autos outros meios de prova que atestem a utilização desta no iter criminis.

- Comprovada a segregação das vítimas em cômodo da residência assaltada, em cujo interior permaneceram por aproximadamente duas horas, tem-se por configurada a qualificadora da restrição de liberdade, mormente porque tal prazo excedeu àquele necessário ao êxito da subtração.

- Ao agente que comete, com unidade de desígnios, delitos de roubo contra vítimas diversas, mediante uma única ação, há de ser aplicada a regra do concurso formal, disposta na primeira parte do art. 70 do Código Penal, sendo d escabida a hipótese de crime único.

V.V. Quando a idade da vítima puder ser aferida por outros meios de provas, desnecessária para comprová-la a juntada de cópia do documento de identidade da vítima, não havendo que se falar em exclusão da agravante do artigo 61, inciso II, letra "h", do Código Penal. (TJMG - Apelação Criminal 1.0024.13.366814-5/001, Relator(a): Des.(a) Jaubert Carneiro Jaques , 6ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 02/12/2014, publicação da súmula em 23/01/2015)

4 - DESEMBARGADOR Denise Pinho da Costa Val Número do Processo: Emb Infring e de Nulidade 1.0079.12.019791-2/002 Data do Julgamento: 11/02/2014

ENTENDIMENTO EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES - ROUBO - DECOTE DA MAJORANTE - RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA - INVIABILIDADE. Configura-se a majorante de restrição de liberdade, quando a vítima foi privada de sua liberdade como meio de execução do crime. V.V. Não é possível majorar a pena com base na suposta utilização de arma de fogo se não emerge cristalina nos autos a sua potencialidade lesiva. 2. Inexistindo nos autos prova da intenção do agente direcionada a fazer da vítima refém, privando-a eficazmente de sua liberdade, inviável o reconhecimento da causa de aumento prevista no inciso V do § 2º do art. 157 do Código Penal. (TJMG - Emb Infring e de Nulidade 1.0079.12.019791-2/002, Relator(a): Des.(a) Denise Pinho da Costa Val , 6ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 11/02/2014, publicação da súmula em 17/02/2014) “É que entendo que a majorante prevista no art. 157, §2º, inciso V, do Código Penal restou configurada nos autos, pois a restrição à liberdade da vítima se deu por tempo razoável e em circunstâncias que ultrapassaram a grave ameaça do delito de roubo. A vítima afirmou na fase policial que, após ser abordada, por dois indivíduos desconhecidos, ficou dentro do carro, com a cabeça baixa e, enquanto um deles dirigia, o outro ficou ao seu lado com a arma em punho apontada para sua direção, durante meia hora...” – Excerto do acórdão. 5 - DESEMBARGADOR Luziene Barbosa Lima (JD Convocada) Número do Processo: Não foram encontradas ocorrências. Como revisora, acompanha o voto da Relatora Des.(a) Denise Pinho da Costa Val, 6ª CÂMARA CRIMINAL, Apelação Criminal 1.0418.13.003025-1/001, julgamento em 27/01/2015. Data do Julgamento:

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CORRUPÇÃO DE MENORES - CRIME FORMAL - CONDENAÇÃO MANTIDA - ROUBO MAJORADO - TENTATIVA - NÃO CABIMENTO - RESTRIÇÃO DA LIBERDADE E CONCURSO DE PESSOAS - DECOTE - IMPOSSIBILIDADE - PENA - REDUÇÃO - NECESIDADE. 1. O crime de corrupção de menores é crime formal, configurando-se independente de

comprovação de que o menor tenha efetivamente sido corrompido, porquanto visa proteger a personalidade do menor, que ainda está em formação. 2. Incabível o reconhecimento da tentativa se houve a inversão da posse da res furtiva, ainda que por pouco tempo. 3. Não há que se falar em decote da causa de aumento de pena do concurso de pessoas, prevista no artigo 157, § 2º, inciso II, do CP, se restou cabalmente provado nos autos a participação de 3 (três) agentes na prática do crime. 4. Configura-se a majorante de restrição de liberdade, quando a vítima foi privada de sua liberdade como meio de execução do crime. 5. Se houve exame equivocado de algumas balizas judiciais, impõe-se a sua reanálise e consequente redução de pena. (TJMG - Apelação Criminal 1.0418.13.003025-1/001, Relator(a): Des.(a) Denise Pinho da Costa Val , 6ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 27/01/2015, publicação da súmula em 06/02/2015) “Verifica-se, assim, que a vítima teve a sua liberdade restringida por considerável período de tempo e, pouco importa se esta era ou não a intenção do agente, porquanto a restrição efetivamente ocorreu e, diante deste fato, a majorante deve ser mantida”. – Excerto do acórdão.

POSIÇÃO DA 7ª (SÉTIMA) CÂMARA CRIMINAL

A posição desta câmara tende a observar a ocorrência da qualificadora prevista no art. 157, §2º, V, do CP, se o agente do delito mantém a vítima cativa por tempo suficiente à execução do roubo.

Para o Relator Des. Marcílio Eustáquio Santos o período de tempo a ser analisado para a configuração da majorante deve ser “considerável”. Para o Relator Des. Cássio Salomé o período a ser avaliado deve ser “relevante”. Explica ainda que isso significa que o tempo de restrição à liberdade da vítima deve ir além do necessário para a simples subtração da res. O Relator Des. Agostinho Gomes de Azevedo considera que a majorante configura-se se a restrição se der por “tempo significativo”.

Para o Relator Des. Sálvio Chaves é irrelevante se a restrição à liberdade da vítima ocorrer por curto espaço de tempo. O que importa é que o cerceamento tenha ocorrido no caso concreto.

Para o Relator Des. Paulo Calmon Nogueira da Gama o tempo de restrição à liberdade deve ser “razoável, juridicamente relevante”, explicando ainda que esse período deva ser compreendido como aquele superior ao mínimo indispensável para assegurar a subtração.

1 - DESEMBARGADOR Marcílio Eustáquio Santos Número do Processo: Apelação Criminal 1.0079.14.031025-5/001

Data do Julgamento: 27/08/2015

ENTENDIMENTO

EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. ROUBO MAJORADO. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVAS COMPROVADAS. PALAVRAS DA VÍTIMA. RELEVÂNCIA. ACERVO PROBATÓRIO ROBUSTO. DECOTE DAS MAJORANTES RELATIVAS À ARMA E A CONSTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA. DESCABIMENTO. REDUÇÃO DAS PENAS-BASE. CABIMENTO. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS MAJORITARIAMENTE FAVORÁVEIS. PENA DE MULTA. PROPORCIONALIDE. ISENÇÃO DA CUSTAS PROCESSUAIS. NECESSIDADE EM RELAÇÃO AO RÉU HIPOSSUFICIENTE. RECURSOS PARCIALMENTE PROVIDOS. 1. Demonstradas a materialidade e a autoria delitivas em relação ao crime de roubo majorado, mormente pela palavra da vítima que se mostrou coerente e harmônica com o restante do acervo probatório, tendo esta reconhecido os apelantes como os autores do delito, a manutenção de suas condenações é medida que se impõe. 2. Demonstrado que um dos agentes portava arma de fogo durante a execução do delito, não há que se falar em decote da causa especial de aumento de pena referente ao emprego de arma de fogo, eis que desnecessária a apreensão e perícia na arma para a incidência da referida majorante. 3. Sendo a vítima tolhida em sua liberdade por considerável período de tempo, não há que se falar em decote da causa especial de aumento prevista no inciso V, do §2º, do art. 157, do CP. 4. Analisadas as circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal em sua maioria em favor dos agentes as penas-base devem aproximar-se do mínimo cominado, mantendo-se o intuito de reprovar e prevenir o crime, sem, contudo, implicar rigor excessivo contra os réus. 5. A fixação da pena de multa deve guardar a devida proporção com a pena privativa de liberdade. Havendo exasperação da pena corporal, a pena de multa deve, também, observar o aumento daquela pena. 6.Se um dos acusados foi assistido pela Defensoria Pública, faz jus, mais do que à suspensão, à isenção imediata das custas processuais, pois beneficiado pela Lei Estadual 14939/2003. 6. Recursos parcialmente providos. (TJMG - Apelação Criminal 1.0079.14.031025-5/001, Relator(a): Des.(a) Marcílio Eustáquio Santos , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 27/08/2015, publicação da súmula em 04/09/2015)

2 - DESEMBARGADOR Cássio Salomé Número do Processo: Apelação Criminal 1.0079.14.033387-7/001 Data do Julgamento: 11/06/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ROUBO MAJORADO - DECOTE DA MAJORANTE REFERENTE À RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA - IMPOSSIBILIDADE - PALAVRAS DOS OFENDIDOS QUE COMPROVAM A PRÁTICA DO CRIME COM A INCIDÊNCIA DA CIRCUNSTÂNCIA MAJORANTE - RESTRIÇÃO DA LIBERDADE POR TEMPO JURIDICAMENTE RELEVANTE.

- Nos delitos contra o patrimônio, geralmente perpetrados na clandestinidade, a palavra da vítima assume especial importância para o conjunto probatório, mormente se corroborada pela prova testemunhal. - Os relatos das vítimas colhidos em juízo, inteiramente convincentes, idôneos e coerentes, sustentam a manutenção da majorante prevista no art. 157, § 2°, V, do CP, na medida em que demonstram que o recorrente e seu comparsa as mantiveram em seu poder por tempo relevante, além daquele necessário à simples subtração da res, o que torna o fato concretamente mais grave. (TJMG - Apelação Criminal 1.0079.14.033387-7/001, Relator(a): Des.(a) Cássio Salomé , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 11/06/2015, publicação da súmula em 19/06/2015)

3 - DESEMBARGADOR Agostinho Gomes de Azevedo Número do Processo: Apelação Criminal 1.0040.04.020421-2/001 Data do Julgamento: 12/03/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO - ROUBO TRIPLAMENTE MAJORADO -

MAJORANTE DO EMPREGO DE ARMA - INCIDÊNCIA - NECESSIDADE - APREENSÃO E PERÍCIA DO ARTEFATO - PRESCINDIBILIDADE - MATÉRIA PACIFICADA PELO PLENÁRIO DO STF - CONCURSO DE PESSOAS EVIDENCIADO - PARTICIPAÇÃO DE, NO MÍNIMO, TRÊS AGENTES NA PRÁTICA DELITIVA - RESTRIÇÃO À LIBERDADE DA VÍTIMA CONFIGURADA - LAPSO DE TEMPO SIGNIFICATIVO - RECONHECIMENTO DE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS FAVORÁVEIS - REDUÇÃO DA PENA-BASE - NECESSIDADE - PRESENÇA DE TRÊS MAJORANTES - CRITÉRIO QUALITATIVO E NÃO QUANTITATIVO - ALTERAÇÃO DO PERCENTUAL DE AUMENTO PARA 2/5 (DOIS QUINTOS) - POSSIBILIDADE - REGIME PRISIONAL SEMIABERTO - POSSIBILIDADE - RECURSO PROVIDO EM PARTE E CONCEDIDO HABEAS CORPUS DE OFÍCIO AO CORRÉU NÃO APELANTE.

- A orientação firmada pelo Tribunal Pleno da Suprema Corte é no sentido da prescindibilidade de apreensão e perícia da arma para a caracterização da majorante do roubo.

- Impõe-se a redução da pena-base, se a maioria das circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do Código Penal se mostram favoráveis ao réu.

- Tendo sido o crime de roubo praticado por mais de três agentes, com emprego de arma de fogo, e a restrição da liberdade das vítimas se dado por tempo significativo, a pena pode ser aumentada em 2/5 (dois quintos), pois deve ser adotado o critério qualitativo e não quantitativo.

- Tratando-se de apelante tecnicamente primário e restando a pena privativa de liberdade estabelecida em patamar superior a 04 (quatro) e inferior a 08 (oito) anos, é possível a fixação do regime inicial semiaberto para seu cumprimento, a teor do art. 33, §2º, "b", do CPB.

- Recurso provido em parte e concedido habeas corpus de ofício ao corréu não apelante. (TJMG - Apelação Criminal 1.0040.04.020421-2/001, Relator(a): Des.(a)

Agostinho Gomes de Azevedo , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 12/03/2015, publicação da súmula em 20/03/2015)

4 - DESEMBARGADOR Sálvio Chaves Número do Processo: Apelação Criminal 1.0132.10.001793-9/001 Data do Julgamento: 16/04/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIME DE ROUBO MAJORADO - CONCURSO DE PESSOAS, USO DE ARMA DE FOGO E RESTRIÇÃO DA LIBERDADE - AUTORIA E MATERIALIDADE - COMPROVAÇÃO SATISFATÓRIA - RECONHECIMENTO EFETIVADO PELA VÍTIMA - FUGA DO LOCAL NO VEÍCULO AUTOMOTOR SUBTRAÍDO - PRISÃO NA POSSE DIRETA DO BEM - INVERSÃO DOS ÔNUS PROBATÓRIOS - ART. 156 DO CPP - NEGATIVA DE AUTORIA - NÃO ACOLHIMENTO - CONDENAÇÃO NECESSÁRIA - CONCURSO DE AGENTES - ARMA DE FOGO - NÃO APREENSÃO - USO COMPROVADO - APREENSÃO DESNECESSÁRIA - INCIDÊNCIA POSSÍVEL - RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA POR CURTO ESPAÇO DE TEMPO - IRRELEVÂNCIA - CAUSA DE AUMENTO QUE INCIDE AO CASO - APLICAÇÃO DAS PENAS - ETAPA FINAL DE FIXAÇÃO - MULTIPLICIDADE DE CAUSAS DE AUMENTO - FRAÇÃO - VALORAÇÃO NO CASO CONCRETO - QUESTÃO SUMULADA - SÚMULA 443 DO STJ. Em delitos patrimoniais, cometidos, em regra, na clandestinidade, a palavra da vítima possui especial relevo probatório a esclarecer como os fatos criminosos ocorreram e os seus envolvidos.- Quanto se trata do crime de roubo majorado, não é o número de causas de aumento que acarreta a fração incidente, mas sim, as nuances do caso concreto.- Para que incida a causa especial de aumento prevista no §2º, V do art. 157 do CP, não importa o tempo em que a vítima teve sua liberdade restringida, mas que isso tenha ocorrido no caso concreto. (TJMG - Apelação Criminal 1.0132.10.001793-9/001, Relator(a): Des.(a) Sálvio Chaves , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 16/04/2015, publicação da súmula em 24/04/2015) 5 - DESEMBARGADOR Paulo Calmon Nogueira da Gama Número do Processo: Apelação Criminal 1.0210.13.006688-4/001 Data do Julgamento: 10/12/2015

ENTENDIMENTO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIMES DE ROUBO MAJORADOS - DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DE FURTO - IMPOSSIBILIDADE - GRAVE AMEAÇA E VIOLÊNCIA CARACTERIZADAS - CAUSAS DE AUMENTO RELATIVAS AO EMPREGO DE ARMA E CONCURSO DE PESSOAS - MANUTENÇÃO - MAJORANTE DE RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA - DECOTE NECESSÁRIO - CINCO VÍTIMAS - CRIME ÚNICO - DESCABIMENTO - OCORRÊNCIA DE CONCURSO FORMAL - MULTA - REDUÇÃO -

PROPORCIONALIDADE - REGIME FECHADO - ART.33, §3º, DO CÓDIGO PENAL - REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA - IMPOSSIBILIDADE - RECOMENDAÇÃO AO JUÍZO A QUO - ISENÇÃO DAS CUSTAS PROCESSUAIS - VIABILIDADE - EXTENSÃO DE EFEITOS AO CORRÉU. 1. Inviável falar-se em desclassificação do delito de roubo para furto se foi devidamente comprovado que os agentes atuaram com grave ameaça e violência contra a pessoa. 2. Devem ser mantidas as majorantes relativas ao concurso de pessoas e ao emprego de arma se comprovado que os crimes foram cometidos por três agentes, em unidade de desígnios, e com emprego de arma de fogo. 3. A falta de perícia na arma utilizada nada influencia para fins de reconhecimento da majorante prevista no art.157, §2º, I, do Código Penal, já que importa saber, fundamentalmente, se o objeto serviu a incutir medo na vítima e diminuiu, efetivamente, sua capacidade de defesa. 4. Para a configuração da causa de aumento prevista no art.157, §2º, V, do Código Penal, exige-se que a restrição da liberdade da vítima tenha ocorrido por tempo razoável, juridicamente relevante, ou seja, por período superior ao mínimo indispensável para assegurar o produto da subtração, o que não ocorreu no caso. 5. Configura-se concurso formal de crimes, e não crime único, a unicidade de comportamento, com lesão a patrimônios distintos. 6. Impõe-se a redução da pena de multa, se fixada de forma desproporcional à pena privativa de liberdade. 7. Mostra-se adequado o regime fechado para o inicial cumprimento da pena privativa de liberdade inferior a 08 ( oito) anos, se assim recomendam a culpabilidade do réu e as graves circunstâncias do crime, nos termos do art.33, §3º, do Código Penal. 8. Inviável a revogação da prisão preventiva decretada em sede de sentença, se devidamente fundamentada a sua necessidade. 9. Faz jus à isenção do pagamento das custas processuais o réu que, embora assistido por defensor constituído, comprovou ser pobre no sentido legal. (TJMG - Apelação Criminal 1.0210.13.006688-4/001, Relator(a): Des.(a) Paulo Calmon Nogueira da Gama , 7ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 10/12/2015, publicação da súmula em 16/12/2015) “Lado outro, aquela descrita no inciso V do §2º do art.157 do Código Penal deve ser decotada. É que as provas demonstraram que as vítimas foram mantidas em um cômodo do estabelecimento comercial apenas durante a ação dos acusados, não se tratando, portanto, de restrição da liberdade por tempo razoável, juridicamente relevante - ou seja, por período superior ao mínimo indispensável para assegurar o produto da subtração”. – Excerto do acórdão.