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28/07/2015 1 Trabalho Escravo e Dano moral Coletivo. Prof. Enoque Ribeiro dos Santos Prof. Associado do FADUSP -SP Trabalho Escravo O que é trabalho escravo segundo depoimentos de trabalhadores resgatados (fonte OIT) “de primeiro (escravidão) era trabalhar apanhando. Hoje é quando trabalha humilhado”. “Não é só ficar preso numa fazenda, é humilhar a pessoa no serviço e não pagar, ter o de comer ruim, trabalhar demais” Trabalhadores em carvoarias Demastamento Trabalho forcado de criancas, adolescentes e mulheres na atividade da colheita Equipe do Grupo Movel e Policia Federal

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28/07/2015

1

Trabalho Escravo e Dano moral Coletivo.

Prof. Enoque Ribeiro dos Santos

Prof. Associado do FADUSP -SP

Trabalho Escravo

O que é trabalho escravo segundo depoimentos detrabalhadores resgatados (fonte OIT)

“de primeiro (escravidão) era trabalhar apanhando. Hoje équando trabalha humilhado”.

“Não é só ficar preso numa fazenda, é humilhar a pessoa noserviço e não pagar, ter o de comer ruim, trabalhar demais”

Trabalhadores em carvoarias Demastamento

Trabalho forcado de criancas, adolescentes e mulheres na atividade da colheita Equipe do Grupo Movel e Policia Federal

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Trabalhadores escravos encontrados pela fiscalizacao Interior do barraco dos trabalhadores(calor insuportavel)

“Gato” preso em flagrante pela Policia FederalGrupo Movel liberta trabalhadores com pagamento das verbas trabalhistas e salarios atrasados

Trabalho Escravo

“ser humilhado. Receber grito direto, ser tratado que nem cachorro”

ESCRAVIDÃO: é a coisificação do homem, tratado dentro da seara produtiva como mera propriedade de outrem, sem respeito à dignidade humana do trabalhador

Gênese e desenvolvimento histórico

ESCRAVIDÃO: primeira modalidade de trabalho humano

Substituído pela servidão e pelas corporações de ofício

Até aparecimento do prestação de trabalho pessoal e subordinado

A partir da Revolução Industrial

Máquinas começam a substituir mão-de-obra

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Condições análogas à escravo

Exercício do trabalho humano em que há restrição, em qualquer forma, à liberdade do trabalhador e/ou

Quando não são respeitados os direitos mínimos para o resguardo da liberdade do trabalhador.

Afronta ao princípio da dignidade humana

A Escravidão ainda existe?

Junho de 2010: trabalhadores escravizados em fazenda de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul recebem suas refeições. Foto: Joao Roberto Ripper

TRABALHO DEGRADANTE E ESCRAVO

Piores formas de exploração do trabalho humano:

Trabalho forçado ou degradante

Com discriminação, ou exclusão

Trabalho infantil

Trabalho intermediado, fronteiriço, trabalho migrante (cubanos, haitianos, bolivianos, senegaleses).

O contrato da União com os médicos cubanos.

Trabalho análogo à escravo

Sujeitos de direitos: direitos fundamentais total ou parcialmente afastados

Longe do trabalho decente

Condições degradantes:

Meio ambiente, constrangimento moral e físico, deformação do consentimento, proibição de resilir o vínculo

Motivação: lucro do empregador

Trabalho em condição análoga à de escravo

Escravidão proibida pelos povos civilizados

Exploração: dignidade humana aviltada

Trabalhador iludido por promessas

Transportado para lugares remotos

Impedido de sair do local de trabalho

Vigilância armada

Sonegação de salários, registro CTPS etc.

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Pessoa humana

“todos os seres humanos, apesar das inúmeras diferençasbiológicas e culturais que os distinguem entre si,merecem igual respeito, como únicos entes no mundocapazes de amar, descobrir a verdade e criar a beleza”(Fábio Konder Comparato. Afirmação histórica dos direitoshumanos)

Emmanuel Kant

Princípio primeiro de toda a ética

“O ser humano é um fim em si mesmo, não simplesmente como meio do qual esta ou aquela vontade possa servir-se a seu talante”

(Fundamentos da Metafísica dos Costumes)

Fim natural de todos homens= realização de sua própria felicidade

Kant

“Não basta agir de modo a não prejudicar ninguém. Isto seriauma máxima meramente negativa. Tratar a humanidade comoum fim em si implica o dever de favorecer, tanto quantopossível o fim de outrem.

Pois sendo o sujeito um fim em si mesmo, é preciso que os fins deoutrem sejam por mim considerados também como meus”(Kant)

Ser humano

Dupla natureza:

Humana (racional) e Divina (espiritual)

Possui autonomia

Capaz de guiar-se pelas leis que ele próprio edita

Todo homem tem dignidade, não tem preço

É único, insubstituível (individualidade)

Não tem equivalente, não pode ser trocado por coisa alguma (Kant).

ONU

CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE ESCRAVATURA DE 1926:

Art. 1º – Escravidão é o estado e a condição de um indivíduosobre o qual se exercem, total ou parcialmente, alguns ou todos

os atributos do direito de propriedade.

ONU 1956

CONVENÇÃO SUPLEMENTAR SOBRE A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA, DO TRÁFEGO DE ESCRAVOS E

DAS INSTITUIÇÕES E PRÁTICAS ANÁLOGAS À ESCRAVATURA - ONU 1956:

A servidão por dívidas, isto é, o estado ou a condição resultante do fato de que um devedor se haja

comprometido a fornecer, em garantia de uma dívida, seus serviços pessoais ou os de alguém sobre o qual tenha autoridade, se o valor desses serviços não for

eqüitativamente avaliado no ato da liquidação de dívida ou se a duração desses serviços não for limitada nem sua

natureza definida

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ONU 1948

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS DE 1948:

Artigo IV - Ninguém será mantido em escravidãoou servidão, a escravidão e o tráfico de escravosserão proibidos em todas as suas formas.

Artigo V - Ninguém será submetido à tortura,nem a tratamento ou castigo cruel, desumanoou degradante.

Convenção Americana 1969

CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS DE 1969:

Artigo 6º - Proibição da escravidão e da servidão

1. Ninguém pode ser submetido a escravidãoou a servidão, e tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos

em todas as suas formas.

OIT

CONVENÇÃO Nº 29 DA OIT:

Art. 2º - Para os fins da presente Convenção, aexpressão “trabalho forçado ou obrigatório”designará todo trabalho ou serviço exigido deum indivídio sob ameaça de qualquer penalidadee para o qual ele não se ofereceu de espontâneavontade.

Convenção n. 105 OIT

Relativa ao trabalho forçado, 1957

“Todo País-Membro da OIT que ratificar esta Convenção compromete-se a abolir toda forma de trabalho forçado ou obrigatório e dele não fazer uso:

A) como medida de coerção ou de educação política ou como punição por ter ou expressar opiniões políticas ou pontos de vista ideologicamente opostos ao sistema politico, social e econômico vigente,

Convenção n. 105, OIT

B) como método de mobilização e de utilização de mão-de-obra para fins de desenvolvimento econômico,

C) como meio de disciplinar mão-de-obra

D) como punição por participação em greves

E) como medida de discriminação racial, social, nacional ou religiosa.

PROTOCOLO DE PALERMO

Ratificado pelo Decreto n. 5077/2004

Define o Tráfico de Pessoas:

“o recrutamento, o transporte, a transferência, oalojamento ou o acolhimento de pessoas,recorrendo à ameaça ou uso de força ou a outrasformas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano,ao abuso de autoridade ou à situação devulnerabilidade ou à entrega ou aceitação depagamento ou benefícios para obter oconsentimento de uma pessoa que tenhaautoridade sobre a outra, para fins de exploração”

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Legislação Nacional de proteção e combate ao trabalho escravo

FUNDAMENTOS DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

E DA PRÓPRIA PRESERVAÇÃO DA ESPÉCIE HUMANA

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

Direitos Fundamentais

Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

II - prevalência dos direitos humanos;

Art. 5º. (...)

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

Direitos Fundamentais

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

III - função social da propriedade;

CF 186

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I - aproveitamento racional e adequado;

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Art. 149 CP

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quersubmetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva,quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, querrestringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão dedívida contraída com o empregador ou preposto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da penacorrespondente à violência

Art. 149 CP

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;

II - mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.

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Art. 149 CP

§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:

I - contra criança ou adolescente;

II - por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.

Casos concretos na eficácia horizontal

REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA A DE ESCRAVO – ESCRAVIDÃO MODERNA – DESNECESSIDADE DE COAÇÃO DIRETA CONTRA A LIBERDADE DE IR E VIR – DENÚNCIA RECEBIDA – Para configuração do crime do art. 149 do Código Penal, não é necessário que se prove a coação física da liberdade de ir e vir ou mesmo o cerceamento da liberdade de locomoção, bastando a submissão da vítima "a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva" ou "a condições degradantes de trabalho", condutas alternativas previstas no tipo penal...

Casos concretos.....

A "escravidão moderna" é mais sutil do que a do século XIX e ocerceamento da liberdade pode decorrer de diversosconstrangimentos econômicos e não necessariamente físicos.Priva-se alguém de sua liberdade e de sua dignidade tratando-o como coisa e não como pessoa humana, o que pode ser feitonão só mediante coação, mas também pela violação intensa epersistente de seus direitos básicos, inclusive do direito aotrabalho digno.

Casos concretos....

A violação do direito ao trabalho digno impacta a capacidade davítima de realizar escolhas segundo a sua livre determinação.Isso também significa "reduzir alguém a condição análoga à deescravo". Não é qualquer violação dos direitos trabalhistas queconfigura trabalho escravo. Se a violação aos direitos dotrabalho é intensa e persistente, se atinge níveis gritantes e seos trabalhadores são submetidos a trabalhos forçados,jornadas exaustivas ou a condições degradantes de trabalho,

Casos concretos....

é possível, em tese, o enquadramento no crime do art. 149 doCódigo Penal, pois os trabalhadores estão recebendo otratamento análogo ao de escravos, sendo privados de sualiberdade e de sua dignidade. Denúncia recebida pela presençados requisitos legais. (STF – Inq 3.412 – Rel. Min. MarcoAurélio – DJe 12.11.2012 – p. 18).

Orientação n. 3 da CONAETE

“Jornada de trabalho exaustiva é a que, por circunstâncias deintensidade, frequência, desgaste ou outras, cause prejuízos àsaúde física ou mental do trabalhador, agredindo suadignidade e decorra de situação de sujeição que, por qualquerrazão, torne irrelevane a sua vontade”

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Orientação n. 4 CONAETE

“Condições degradantes de trabalho são as que configuramdesprezo à dignidade da pessoa humana, pelodescumprimento de direitos fundamentais do trabalhador, emespecial os referentes à higiene, saúde, segurança, moradia,repouso, alimentação ou outros relacionados a direitos dapersonalidade, decorrentes de situação de sujeição que, porqualquer razão, torne irrelevante a vontade do trabalhador”

CÓDIGO PENAL – REDAÇÃO DA LEI Nº 9.777/1998:

Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do trabalho:

Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 1º Na mesma pena incorre quem:

I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em

virtude de dívida;

II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus

documentos pessoais ou contratuais

CÓDIGO PENAL – REDAÇÃO DA LEI Nº 9.777/1998

Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional

Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para

outra localidade do território nacional:

Pena - detenção de um a três anos, e multa

Para falar de Direito…

Como pensar a escravidão, hoje?

Para falar de Direito…

Maioresincidências

• Trabalho rural

• Indústria têxtil

• Construção civil

PobrezaMá formação educacional

Atividadesazonal

MigraçãoExploração

lucrativadesmedida

Para falar de Direito…

Investigando causas

Pretéritas

• Brasil: último país do continente a abolir oficialmente a escravidão;

• Estrutura social hierarquizada;

• Desvalorização do trabalho manual;

• Exploração predatória da propriedade;

Atuais

• Expansão da fronteira agrícola;

• Globalização econômica com “precarização” das relações de trabalho;

• Desemprego estrutural e subemprego;

• Crescimento das desigualdades regionais

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Para falar de Pessoas…

Oficina de costura:

Para falar de Pessoas…

Oficina de costura:

Para falar de Pessoas…

Trabalho rural:

Para falar de Pessoas…

Trabalho rural:

Escravidão

Não tem mais a formatação do Brasil Imperial

Superado com o fim das senzalas, quilombos, chibatas, correntes....

Abolição da escravatura: Lei Áurea em 1888

13 de maio: comemoramos 127 anos da abolição

Hoje temos os escravos modernos:

Resgatados quase que diariamente

Ano passado: quase 47 mil resgatados (últimos 20 a)

Fazendas, carvoarias, confecção roupas, construção civil, exploração sexual

Trabalho infantil doméstico Lista Tip Piores formas...

Trabalho escravo contemporâneo

Utilização de trabalhadores, mediante intermediação de mão-de-obra pelos chamados “gatos”

Cooperativas fraudulentas (oscips, organ. Sociais)

Trabalhadores aliciados para trabalhar em outros locais distantes (fazendas, carvoarias)

Trabalho infantil e juvenil para exploração sexual

Servidão por dívidas

Truck system

Coação explícita ou implícita

Castigos físicos, abuso sexual, serviços sob vigilância

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Escravidão moderna

Vigilância armada

Abandono de trabalhador em local isolado

Ausência de registro em CTPS

Péssimas condições de alojamento, alimentação

Condições sanitárias

Falta de fornecimento de EPIs

Falta de água potável

Violação às NRs. 24 e NRR 01 do M.T.E.

neoescravidão

Mudanças de cenário observadas

Fiscalização integrada com Previdência, IBAMA, PRT, PF e MP, tem fortalecido os resultados (Estado Móvel);

Presença de Delegado de Polícia Federal e escrivão nas equipes;

Várias prisões em flagrante em 2002 e 2003 tiveram efeito moralizante;

Divulgação pela OIT e pela imprensa têm inibido a prática e provocado a indignação da sociedade e do Poder Estatal.

Avanços e conquistas alcançadas na luta contra o trabalho escravo

As Varas Itinerantes da Justiça do Trabalho são a grande novidade emtermos de eficácia do poder punitivo do Estado;

Bloqueio de contas bancárias e de bens, quebra de sigilo bancário etelefônico, mandados de prisão são as novas medidas adotadascontra os infratores, provocadas pelo MP;

Pedidos de Habbeas Corpus têm sido negados pela Justiça Federalaos presos pela prática de trabalho escravo;

Elaboracao do Plano Nacional para Erradicacao do Trabalho Escravo

Artigo 3 / Definição das Piores Formas de Trabalho Infantil.

RELATÓRIO:

Indicar, para cada um das cláusulas, as medidas tomadas para assegurar a proibição e a eliminação das piores formas de trabalho infantil.

Artigo 4/Determinação dos Tipos de Trabalho PerigosoRELATÓRIO:

Indicar a Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil/tipos de trabalho e documentos legais pertinentes. Indicar meios de identificação do tipo de trabalhoe estratégias de análise periódica. Informações quanto à consulta das organizações de empregadores e trabalhadores.

Como fazer: ( Item II, 3 e 4 da Recomendação n. 190)

A) Exposição a abuso físico, psicológico ou sexual;

B) Trabalho subterrâneo, debaixo d’água, em alturas perigosas ou em espaços confinados

C) Trabalho com máquinas, equipamentos e instrumentos perigosos/ transporte manual de cargas pesadas;

D) Trabalho insalubre

E) Trabalho em condições particularmente difíceis (penso, noturno e confinado.

O DECRETO 6481/2008: AS PIORES FORMAS DE TRABALHO INFANTIL

Outros Aspectos de Aplicação da Convenção n. 182

A Recomendação n. 190

Visa a complementar e traçar diretrizes de aplicação da Convenção n. 182 da OIT.

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A Recomendação n. 190

Principais Diretrizes de Aplicação

1) Criminalização de Condutas:

A) todas as formas de escravidão ou práticas análogas à escravidão, como venda e tráfico de crianças, sujeição e servidão por dívida, trabalho forçado ou compulsório, inclusive recrutamento forçado ou compulsório de crianças

para serem utilizadas em conflitos armados;

B) utilização, demanda e oferta de crianças para prostituição, para produção de material pornográfico ou para espetáculos pornográficos;

C) Utilização, demanda e oferta de crianças para atividades ilícitas, particularmente para produção e tráfico de drogasconforme definidos nos tratados internacionais pertinentes, ou para atividades que envolvam porte ou uso ilegal de

armas de fogo ou outras armas.

Trabalho escravo migrante

Trabalhadores fronteiriços

Tríplice Fronteira

Domésticas estrangeiras

Indústria de confecções (Rede Zara)

Características: migrantes, clandestinos, pessoas com deficiência, doentes, alcoolistas e sem qualquer documento.

Homens entre 18 e 44 anos

Declaração de Direitos Fundamentais do Trabalhador

• De 1998, da OIT

• (...)

• Eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório

• Abolição efetiva do trabalho infantil

• A eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação

Medidas adotadas para erradicação do trabalho escravo

• Estado de São Paulo: Lei 14.946/2003

• Cassa o registro de ICMs

• Empresas flagradas com trabalho escravo

• Impede-as de estabelecer relações comerciais

• COETRAE – SP

• Comissão Estadual pela Erradicação do Trabalho Escravo (criada em 2011)

• Prevenção e enfrentamento do trab.escravo

Medidas.....

• Programa Nacional do Trabalho Decente

• Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo

• Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas

• COETRAE – MA (2007).

• Maranhão: um dos principais fornecedor de mão-de-obra escrava

MINISTÉRIO DO TRABALHO DO TRABALHO E EMPREGO

• Conta com dez grupos móveis

• Quatro são destinados ao trabalho escravo

• Atua em conjunto com o M.P.T.

• Fiscalizações

• Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo –CONAETE

• LISTA SUJA

• Revogada pelo Min. Ricardo Lewandowski

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LISTA SUJA

• M.T.E. e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República editaram nova Portaria em 31/março/2015

• Regulamenta o procedimento a ser seguido para inclusão de p.f. e jurídicas flagradas com mão de obra escrava na lisa suja

• Lei de Acesso à Informação

• Princípio constitucional da publicidade

Lei 7998/98

• Art. 2º-C. O trabalhador que vier a ser identificado como submetido aregime de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à deescravo, em decorrência de ação de fiscalização do Ministério doTrabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá direito àpercepção de três parcelas de seguro-desemprego no valor de umsalário mínimo cada, conforme o disposto no§ 2º deste artigo.

Art. 2 Lei 7998/98

• § 1º O trabalhador resgatado nos termos do caput deste artigo seráencaminhado, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, paraqualificação profissional e recolocação no mercado de trabalho, pormeio do Sistema Nacional de Emprego - SINE, na forma estabelecidapelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador -CODEFAT.

Seguro-Desemprego

• § 2º Caberá ao CODEFAT, por proposta do Ministro de Estado doTrabalho e Emprego, estabelecer os procedimentos necessários aorecebimento do benefício previsto no caput deste artigo,observados os respectivos limites de comprometimento dosrecursos do FAT, ficando vedado ao mesmo trabalhador orecebimento do benefício, em circunstâncias similares, nos dozemeses seguintes à percepção da última parcela.

CONAETE MPT

• Objetivo:

• Erradicar o trabalho escravo por meio de

• Investigações

• Ações judiciais e extrajudiciais

• Que promovam a punição do empregador

• Assim como a prevenção do ilícito e

• Inclusão do trabalhador resgatado no mercado de trabalho

MPT

• Instrumentos extrajudiciais poderosos

• Ações judiciais

• Indenizações por dano moral coletivo

• Função punitiva e pedagógica

• Outras formas de compensação:

• Recomendação n. 203 OIT (junho/2014)

• Responsabilização das redes produtivas

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

• Órgão com atribuição criminal exclusiva

• Intensificou ações para identificar e processar os infratores

• Câmara de Coordenação e Revisão (criminal)

• Em 2012, criou o Grupo de Trabalho Escravidão Contemporânea

• Metas: aperfeiçoar diretrizes de investigação do crime, foco naqualidade das provas e execução penal, com punição dos envolvidos

STF

• RE 398.041

• Acolheu recurso extraordinária do MPF

• Reconheceu que a escravidão contemporânea é um crime federal, emqualquer de suas formas

• Utiliza ferramentas de inteligência para mapear e medir a efetividadeda persecução penal

Human Watch

• 1994: Organizações Human Rights Watch

• Centro de Justiça

• Comissão Pastoral da Terra

• Peticionaram junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos

• Contra o Brasil denunciando o caso do trabalhador escravo JoséPereira (menor)

• Gravemente ferido

Human Watch

• Ferido quando tentava fugir

• Juntamente com outro trabalhador

• Parana (que foi morto no ato)

• Na Fazenda Espírito Santo

• Onde ambos trabalhavam

• Sapucaia, Pará, em 1989

• Em 2003 Brasil assinou um acordo com as entidades denunciantes(pagou indeniz.)

Lei n. 10.706/2003

• LEI Nº 10.706, DE 30 DE JULHO DE 2003• (DOU 31.07.2003)• Autoriza a União a conceder indenização a

José Pereira Ferreira.• O Presidente da República• Faço saber que o Congresso Nacional decreta

e eu sanciono a seguinte Lei:

José Pereira

• Art. 1º Fica a União autorizada a conceder indenização de R$52.000,00 (cinqüenta e dois mil reais) a José Pereira Ferreira,portador da carteira de identidade RG nº 4.895.783 e inscrito no CPFsob o nº 779.604.242-68, por haver sido submetido à condiçãoanáloga à de escravo e haver sofrido lesões corporais, na fazendadenominada Espírito Santo, localizada no Sul do Estado do Pará, emsetembro de 1989.

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Convenção n. 169 da OIT

• Promulga a Convenção nº 169 da Organização Internacional doTrabalho - OIT sobre Povos Indígenas e Tribais.

• Artigo 3º

• 1. Os povos indígenas e tribais deverão gozar plenamente dos direitoshumanos e liberdades fundamentais, sem obstáculos nemdiscriminação. As disposições desta Convenção serão aplicadas semdiscriminação aos homens e mulheres desses povos.

Convenção n. 169 OIT

• 2. Não deverá ser empregada nenhuma forma de força ou de coerçãoque viole os direitos humanos e as liberdades fundamentais dos povosinteressados, inclusive os direitos contidos na presente Convenção.

• Art. 11. item 2. As autoridades e os tribunais solicitados para sepronunciarem sobre questões penais deverão levar em conta oscostumes dos povos mencionados a respeito do assunto.

Instrumentos de Repressão

(judiciais e extrajudiciais):

• Atuação da inspeção do MTE (Divisão de Fiscalização para Erradicaçãodo Trabalho Escravo e a “Lista suja”)

• Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (execuçãomonitorada pela CONATRAE)

• Atuação investigativa do MPT (inquérito civil, TAC, ação civil pública eoutras ações)

• Sindicatos (reclamações trabalhistas e ação civil pública)

Na esfera trabalhista

• Repressão policial

• Ministério Público: ação penal (art. 149 do CP)

Na esfera criminal

Para falar de Direito…

Instrumentos de PREVENÇÃO:

IN’s 76/09 e 90/11: providências para recrutamento detrabalhadores em outros Estados (emissão da CDTT)

Geração de empregos

Qualificação de mão-de-obra

Educação e inclusão social efetiva

Para falar de Direito…

• Iniciativas legislativas:

• PEC Nº 438/2001.: Dá nova redação ao art. 243 da Constituição Federal.Estabelece a pena de perdimento da gleba onde for constada aexploração de trabalho escravo (expropriação de terras), revertendo aárea ao assenta-mento dos colonos que já trabalhavam na respectivagleba.

• PROJETO DE LEI Nº 5.016/2005: Estabelece penalidades para o trabalhoescravo, altera dispositivos do Código Penal e da Lei nº 5.889/73 (Lei doTrabalho Rural).

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Meios de combate ao trabalho escravo

• Papel do Ministério do Trabalho e Emprego

• Papel dos sindicatos (negociação coletiva de trabalho e seusinstrumentos jurídicos: acordo coletivo e convenção coletiva detrabalho

• Papel do Ministério Público do Trabalho

• Papel do Judiciário Trabalhista

• Varas e Tribunais do Trabalho

Canais de acesso ao sistema de justiça

• No combate ao trabalho análogo à escravo

• CF 88: promoveu verdadeira revolução no mundo dadoutrina dos direitos humanos

• Velhos e novos direitos humanos

• Instrumentos de tutela

• Legitimados

• Reconfiguração do MPT (arts. 83/84 LC 75/93)

• Engendrou a gênese do microssistema de tutela coletiva

Papel do MPT

• Gênese no BOARD: National Labour Relations Board americano

• Administrative judge (juiz administrativo) sentenças administrativascoletivas

• Prosecutor: promotor de justiça laboral

• Class actions

• No Brasil: membro do MPT atua como ambos

• Órgão agente e órgão interveniente

Papel do MPT

• Coordenadoria do Trabalho Escravo

• Instrumentos poderosos de atuação:

• Audiências públicas

• Diligências conjuntas com Polícia Federal, juízes e M.T.E.

• Inquérito civil

• TAC

• Ação civil pública

Negociação coletiva de trabalho

• Direito humano social fundamental

• Instituto constitucional (art. 7º., XXVI CF)

• Bem sucedida: desdobramentos

• Acordos e convenções coletivas

• Cláusulas normativas

• Cláusulas obrigacionais

• Art. 114, par. 2º. CF

• Súmula n. 277 TST

Súmula 277 TST

• Nº 277 - CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO

DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE (Redação Alterada na Sessão

do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012)

• As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas

integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser

modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho.

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NC mal sucedida

• Desdobramentos:

• Mediação

• Arbitragem Lei 9307/96

• Greve Lei 7783/89 (iniciativa privada)

• Estatutários STF e art. 37, VII, CF 88

• Norma de eficácia contida

• Dissídios coletivos de natureza econômica

Negociação coletiva

• Instrumento de concretização de direitos fundamentais trabalhistas

• Princípio da autonomia privada coletiva

• Auto governo

• Princípio da criatividade jurídica

• Inserção de cláusulas após processo dialógico

• Até mesmo de limite ao poder diretivo

PODERES INVESTIGATÓRIOS

• Diferenças entre as atuações

• MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

• PODER JUDICIÁRIO TRABALHISTA

Principais diferenças

Ações moleculares Ações atomizadas

Objeto: direitos e interesses difusos, coletivos e DIH

Objeto: direitos individuais, plúrimos, ou multitudinários

Tutela inibitória, preventina, coativa, reparatória e pedagógica

Tutela: preventiva, reparatória e ressarcitória

Objeto: bens da maior dignidade (vida, saúde, educação, meio ambiente)

Bens de natureza material

Obrigações de fazer, de não fazer e de dar ($) dano moral coletivo

Obrigações principalmente de dar (verbas, patrimônio, família)

Manejo: legitimados Manejo: qualquer indivíduo lesado

Coisa julgada: erga omnes/ultra partes (atinge a todos que se encontrar na mesma situação)

Coisa julgada individual: somente atinge os autores (art. 462 CPC)

Ampliação: concretização de D.H.constitucionais

Diminuição do n. processos (reforma do CPC) Incidente Colet.

AnalogiaVaras do Trabalho Procuradorias do Trabalho

Titular: juiz do trabalho Titular: procurador do trabalho

Quadro funcional: diretor de secretaria, servidores, assistentes, estagiários

Quadro funcional: diretor de secretaria, servidores (vários cedidos), assistentes e estagiários

Atividades diárias de rotina: audiências e prolação de sentenças, despachos etc.

Atividades diárias de rotina: audiências, celebração de TACs, despachos, diligências

Clientela: ex-empregados e empregados(pessoas físicas), sindicatos e o MPT (eventualmente)

Clientela: empregadores (pessoas físicas e jurídicas), sindicatos, a partir de denúncias, representações etc.

Produção de provas/instrução do processo judicial atomizado, inclusive oitiva de testemunhas

Produção de provas nas audiências/juntadas nos Inquéritos Civis (processo administrativo molecular). Oitiva de testemunhas e dos representantes das empresas

ANALOGIA Varas do Trabalho Procuradorias do Trabalho

Contraditório exauriente/sumário, tanto nas ações atomizadas, como moleculares

Contraditório mitigado no Inquérito Civil. Autos do IC podem ser juntados como prova nos autos da ACP

Sentença judicial individual ou coletiva

TAC. Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta. Sempre de natureza coletiva

Natureza jurídica: título executivo judicial

Natureza: título executivo extrajudicial

Execução, em caso de descumprimento

Execução, em caso de descumprimento

Matéria prima: predominância de direitos individuais (atomizados)

Matéria prima: direitos coletivos, difusos e individuais homogêneos

Efetividade: justiça no caso concreto no “varejo”(caso a caso) nas ações atomizadas e algumas ACPs (molecular)

Efetividade: pacificação do conflito por meio do TAC: justiça no “atacado”. Eficácia erga omnes ou ultrapartes

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ANALOGIAVaras do Trabalho Procuradorias do Trabalho

Subsunção do fato à norma. Prolação de decisões judiciais atomizadas e moleculares

Manejo (expertise jurídico) dos instrumentos do microssistemaprocessual de tutela coletiva. Se não houver arquivamento ou celebração de TAC, haverá ajuizamento da ação coletiva

Expedição de ofícios e cópias de sentenças judiciais para órgãos públicos

Expedição de “requisições”ao M.T.E., para verificação do cumprimento dos TACs

Poderão propiciar a instauração de Inquéritos Civis pelo MPT

Se se verificar descumprimento do TAC: possibilidades:

MPT e M.T.E. poderão verificar cumprimento de sentenças judiciais coletivas

Celebração de TAC Aditivo

Aplicação de astreintes, em caso de não cumprimento de decisão judicial

Decretação de multas por descumprimento. Astreintes e novas execuções em sede adm./judicial

Poderes Investigatórios do MPT

• Instrumentos de ação:

• Requisição, Inquérito Civil, TAC e ACP

• Resolução n. 67/2007 CSMPT art. 6, par. 9

CF/88

• art. 129, VI e VIII

• São funções institucionais do Ministério Público:

• “expedir notificações nos procedimentos administrativos de suacompetência, requisitando informações e documentos para instrui-los, na forma da lei complementar respectiva”;

• “requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquéritopolicial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestaçõesprocessuais”.

Papel do MPT no pós-positivismo

• MP: de defensor do Poder Executivo para defensor da sociedade

• Instrumentos poderosos que passou a manejar: Ação Civil Pública eTAC

• Novos direitos levaram à criação do microssistema jurídico de tutelacoletivo:

• Lei 7347/85, Lei 8078/90; CF/88, ECA Lei 8069/90; Lei do Idoso10741/93

Papel do MPT no pós-positivismo

• MP: de defensor do Poder Executivo para defensor da sociedade

• Instrumentos poderosos que passou a manejar: Ação Civil Pública eTAC

• Novos direitos levaram à criação do microssistema jurídico de tutelacoletivo:

• Lei 7347/85, Lei 8078/90; CF/88, ECA Lei 8069/90; Lei do Idoso10741/93

Poderes Investigatórios do MPT

• Principais Instrumentos de ação:

• Requisição

• Inquérito Civil e seus desdobramentos

• Arquivamento,

• TAC e

• Ações coletivas (moleculares)

• Resolução n. 67/2007 CSMPT art. 6, par. 9

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INQUÉRITO CIVIL

• Erigido a instituto constitucional (art.129,III)

• Instrumento administrativo de titularidade exclusiva do MinistérioPúblico da União e dos Estados

• Objetivo: investigar e descobrir a autoria e a materialidade de delitos

• Objeto: direitos metaindividuais (difusos, coletivos e individuaishomogêneos)

Art. 129, III, CF/88

• Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

• III- promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteçãodo patrimônio público e social, do meio ambiente e de outrosinteresses difusos e coletivos;

Natureza jurídica do Inquérito Civil

• Procedimento administrativo

• De índole constitucional

• Natureza pré-processual e inquisitiva

• Não obrigatória

• Titularidade exclusiva do Ministério Público

• Auxiliar na formação do convencimento dos membros do MP

• Outros legitimados não detém legitimidade

Papéis atribuídos ao IC

• Preventivo ou inibitório

• Reparatório ou ressarcitório (TAC)

• Cominação de danos morais coletivos

• Diferença do dano moral individual x coletivo

• Repressivo

• MPT pode adotar o caminho jurídico que julgar mais adequado

CARACTERISTICAS DO IC

• Instrumentalidade

• Exclusividade

• Dispensabilidade

• Formalidade

• Publicidade

• Disponibilidade

• participação

PROCEDIMENTO DO IC

• Resolução n. 69/2007 do CSMPT

• Fases de Instauração (Portaria)

• Instrução e

• Conclusão

• Prazos: 30, 90, prorrogação e 1 ano

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PROCEDIMENTO DO IC

• Ato inaugural: de ofício do próprio MP

• Requerimentos (sindicatos)

• Representação

• Pedidos de providência de qualquer do povo

• Notícias de jornal, relatório de CPI, informação do Tribunal de Contas,sentença judicial, Ofício do MP

Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)

• Art. 5º, par. 6, LACP

• § 6º. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessadoscompromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais,mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial.(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.078, de 11.09.1990, DOU 12.09.1990)

• Importante inovação trazida pelo CDC à LACP.

• Origem: art. 55 da antiga Lei dos Juizados Especiais

TAC

• Direitos indisponíveis, indivisíveis (difusos)

• Ajuste de conduta do Inquirido

• O QUE SE TRANSACIONA?

• Apenas o modo de cumprimento da norma

• O prazo dessa adequação

• As regras dessa adequação

Astreinte

• Interesses supra-individuais de caráter social

• Cláusula penal não pode ser “convencionada”pelas partes

• Poder discricionário (conveniência eoportunidade) do órgão legitimado

• Para fixar a sua natureza, quantidade equalidade

Astreinte

• Interesses supra-individuais de caráter social

• Cláusula penal não pode ser “convencionada” pelas partes

• Poder discricionário (conveniência e oportunidade) do órgãolegitimado

• Para fixar a sua natureza, quantidade e qualidade

Microssistema

• Jurisdição coletiva para a proteção dos direitos humanos de 3ª. Geração

• Reconhecimento do patrimônio histórico e genético da humanidade

• Direito ao meio ambiente hígido art. 225 CF

• Direitos envolvendo pessoas indeterminadas

• Direitos meta individuais (indivisíveis)

• Democracia participativa da cidadania organizada

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ACP Lei n. 7347/85

• Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danoscausados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos devalor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (vetado),e dá outras providências.

• Art. 1º. Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo daação popular, as ações de responsabilidade por danos morais epatrimoniais causados:

Art. 1º. LACP

• I - ao meio ambiente;

• II - ao consumidor;

• III - à ordem urbanística;

• IV - a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turísticoe paisagístico;

• V - por infração da ordem econômica e da economia popular;

• VI - à ordem urbanística.

LACP. Art. 1º.

• Parágrafo único. Não será cabível ação civilpública para veicular pretensões queenvolvam tributos, contribuiçõesprevidenciárias, o Fundo de Garantia doTempo de Serviço - FGTS ou outros fundos denatureza institucional cujos beneficiáriospodem ser individualmente determinado

Art. 2º. LACP

• Art. 2º. As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro dolocal onde ocorrer dano, cujo Juízo terá competência funcionalpara processar e julgar a causa.

• Parágrafo único. A propositura da ação prevenirá a jurisdição dojuízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuama mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.

Art. 3º. LACP

• Art. 3º. A ação civil poderá ter por objeto a condenação emdinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.

• Art. 5º. Têm legitimidade para propor a ação principal e a açãocautelar:

• I - o Ministério Público; (Redação dada ao inciso pela Lei nº11.448, de 15.01.2007, DOU 16.01.2007)

LACP

• II - a Defensoria Pública; (Redação dada ao inciso pela Lei nº 11.448,de 15.01.2007, DOU 16.01.2007)

• III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

• IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade deeconomia mista;

• V - a associação que, concomitantemente:

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LACP

a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;

b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

§ 1º. O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.

LACP. Art. 5º.

• § 6º. Os órgãos públicos legitimadospoderão tomar dos interessadoscompromisso de ajustamento de sua condutaàs exigências legais, mediante cominações,que terá eficácia de título executivoextrajudicial.

Art. 10 LACP

• Art. 10. Constitui crime, punido com pena dereclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multade 10 (dez) a 1.000 (mil) ObrigaçõesReajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, arecusa, o retardamento ou a omissão dedados técnicos indispensáveis à propositurada ação civil, quando requisitados peloMinistério Público.

LACP Tutela antecipada

• Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigaçãode fazer ou não fazer, o Juiz determinará o cumprimento daprestação da atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sobpena de execução específica, ou de cominação de multa diária, seesta for suficiente ou compatível, independentemente derequerimento do autor.

• Art. 12. Poderá o Juiz conceder mandado liminar, com ou semjustificação prévia, em decisão sujeita a agravo.

Fundo ACP

• Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, aindenização pelo dano causado reverterá aum fundo gerido por um Conselho Federal oupor Conselhos Estaduais de que participarãonecessariamente o Ministério Público erepresentantes da comunidade, sendo seusrecursos destinados à reconstituição dos benslesados.

Dano moral coletivo

• Não se confunde com o dano moral individual

• Este é um instituto do Direito Individual do Trabalho

• O Dano Moral Coletivo pertence ao

• Direito Coletivo do Trabalho

• Possui regras, normas, princípios e institutos próprios e peculiaresdesse ramo jurídico

• Necessidade de uma diferente leitura jurídica

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Dano moral coletivo

• Pode ser verificado um qualquer abalo no patrimônio moral de umacoletividade

• A merecer reparo à violação a direitos difusos, coletivos oueventualmente individuais hom.

• Este instituto surgiu com a sociedade moderna de massa

• Que exige efetiva tutela a direitos moleculares

• Não apenas atomizados

Dano moral coletivo

• Dano moral individual: qualquer indivíduo lesado pode buscar atutela jurisdicional

• Dano moral coletivo: apenas os legitimados

• Ações coletivas ou moleculares

• Natureza objetiva

• Damnum in re ipsa, verificável de plano pela simples análise dascircunstâncias fáticas

Natureza jurídica do dano moral coletivo

• Art. 927, p.u do NCC 2002

• Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ouquando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor dodano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

• E as atividades que não são de risco?

Natureza jurídica

• Para sua ocorrência basta:

• Constatação pela fiscalização do trabalho ou pelo procurador dotrabalho

• Ilicitudes envolvendo direitos difusos, coletivos e eventualmenteindividuais homogêneos

• Condenação: caráter pedagógico, punitivo, exemplar e inibitório

Dano moral coletivo

• Não é necessária a ocorrência de efeitos subjetivos

• Como o constrangimento, angústia, humilhação, vergonha, dormoral etc.

• Se estas vierem a ocorrer caracterizar-se-ão

• Apenas como meros efeitos ou consequências do ato lesivoperpetrado

• Pode ser manejado apenas por ações coletivas

Fundamentos

• Art. 5º., V e X CF 88 e art. 225, par. 3º. CF

• Art. 927, p.u. NCC

• Art. 6º., VI e VII e art. 14 CDC Lei 8078/90

• Art. 1º., LACP Lei 7347/85

• Art. 14, par. 1º., Lei 6938/81

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Possibilidade

• Cabimento do dano moral em sede de DIH

• Desde que a lesão a direitos individuais homogêneos transcendama individualidade dos trabalhadores e atinjam o patrimônio moralde toda a coletividade

• Cabimento de cumulação do dano moral individual e coletivo

• Natureza jurídica diversas

Formas de Reparação/indenização

•Multa pecuniária destinada a Fundos

•Obrigações de fazer ou não fazer

•Obrigações in natura

•Pode haver cumulação na condenação ou

•Indenização por dano moral individual e

•Dano moral coletivo, resultante do mesmo fato

•Natureza jurídica diversa entre os institutos

Casos práticos de dano moral coletivo

• Ofensa a direitos difusos, coletivos e DIH

• Meio ambiente de trabalho em desconformidade com normasregulamentadoras do M.T.E.

• Ofensas à dignidade da pessoa humana

• Assédios moral e sexual

• Discriminação por qualquer motivo

• Trabalho análogo à escravo e degradante

Casos práticos de dano moral coletivo

• Não cumprimento empresarial das cotas legais de aprendizes edeficientes (art. 428 e ss. Da CLT e art. 91 da Lei 8213/91)

• Excesso de jornada de trabalho (vida e saúde do trabalhador)

• Não concessão de intervalos

• Proteção a valores da mais dignidade

• Normas de ordem pública

Filme sobre Trabalho Escravo

• Reporterbrasil.org.br

• Ação fiscal da Força Tarefa no Pará eMaranhão, resgatando trabalhadoresescravos em fazenda

Bibliografia

SANTOS, Enoque Ribeiro dos. O microssistema de tutela coletiva.Parceirização jurisdicional. 3ª. Ed., SP: Ltr, 2015

MELLO, Raimundo Simão. Ação civil coletiva. 3ª. Ed. SP: Ltr, 2013

BEZERRA LEITE. Ministério Público do Trabalho, LTR, 4ª. Ed. 2013

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