conversas - risco

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  • 7/25/2019 Conversas - Risco

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    Conversa com Brando

    Se voc pega o direito romano, no digesto, sempre utilizada apalavra periculum. Por exemplo, na lex aquilia, se um escravoalheio causar dano ou ferir de morte qualquer pessoa o dono do

    escravo responde pelo dano ou pela exposio a perigo . !nto aideia de periculum est" no digesto. # palavra risco nunca foiencontrada no direito romano, na "rea penal. ! a palavra risco vemdo latim resicum que signi$ca cortar o mar. !ra indicada para odesconhecido. Se voc for o%servar o latim erudito, que era usadoat as fases iniciais acadmicas na #lemanha no sculo &'&, vocencontra s( a palavra periculum. # vinculao de risco e perigocomo conceitos sin)nimos algo relativamente recente. #t porqueo conceito de risco um conceito un*voco. Se verdade que +ectra%alha risco e perigo como sin)nimos, se voc pega o referencialdo funcionalismo, como o caso de -uhmann, isso no identi$cado. isco no identi$cado como perigo, porque o riscosup/e uma atividade humana. -uhmann prop/e um exemplo que euestava trazendo para !duardo. Se voc chega e a%re o seu guardachuva porque est" chovendo e essa ao atrai a descarga de umraio, isso o produto de um risco. 0as se voc anda, surpreendido por uma tempestade e um raio produz a tua morte,isso produto de um perigo. # diferena de risco e perigo

    vinculada a ideia de interveno humana. 'sso tem re1exo no2ireito penal, isso tem re1exo na fundamentao dos crimes deperigo a%strato. !les no so novos, so muito antigos. Se voc

    pega no sculo &'& eles eram chamados de crimes de perigo geral.3 que o crime de perigo geral4 5omo a gente tinha umaquantidade muito pequena de tipos, algumas a/es tinham, e issoera sa%ido por todos, um perigo 6ungido a si. ! os crimes quetinham perigos eram to pequenos, diminutos em termos den7mero, que de fato nunca se questionou se haveria ou no umapresuno. #contece que com a expanso do direito penal, n(s notemos a/es assemelhadas. 3 que a gente tem que os crimes deperigo de ho6e muitas vezes independem de uma ao humana,logo independem de uma prova, s( pode ser auferido no casoconcreto, isso a luz da ideia de que o perigo que interessa para n(s

    aquele que se traduz num risco. 8...9