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Prof. Dr. Miguel Angel Uribe Opazo- Estatístico 1 CAPÍTULO I CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSOS 1. INTRODUÇÃO Os métodos estatísticos são técnicas eficazes para a melhoria do processo produtivo e redução de seus defeitos. Entretanto, é preciso que se tenha em mente que as técnicas estatísticas só são eficazes caso sejam aplicados adequadamente. As técnicas estatísticas conferem objetividade e exatidão à observação, dando maior importância aos fatos ao invés de conceitos abstratos, usando evidencias obtidas a partir de resultados específicos da observação, que devem ser verificados os erros e variações, aceitando o padrão regular que aparece em grande parte dos resultados observados como uma informação confiável (KUME, l989). Numa era de economia global, não é mais possível garantir a sobrevivência da empresa apenas exigindo que as pessoas façam o melhor que puderem ou cobrando resultados. Hoje são necessários métodos que possam ser utilizados por todos em direção aos objetivos de sobrevivência e desenvolvimento da empresa. Estes métodos devem ser aprendidos e praticados por todos. Portanto, o controle de qualidade é necessário para manter a empresa competitiva no mercado. 2. CONTROLE DE QUALIDADE TOTAL 2.1 CONCEITO DE CONTROLE Segundo FALCONI (1992), controlar significa detectar quais foram os fins, efeitos ou resultados não alcançados, analisar estes maus resultados buscando suas causas e atuar sobre estas causas de tal modo a melhorar os resultados. Portanto, controlar significa localizar o problema, analisar o processo, padronizar e estabelecer itens de controle de tal forma que o problema nunca mais ocorra. A falta de padronização pode conduzir a variações na produtividade por operador, na qualidade do produto, no custo, etc. 2.2 CONCEITO DE QUALIDADE PALADINI (1990) mostra pelos trabalhos realizados por GARVIN (1984), que o conceito de Qualidade sofre modificações simultâneas as atividades de concepção, projeto, fabricação e comercialização do produto. Assim, foram listadas cinco abordagens gerais para definir qualidade, que podem ser identificadas como abordagem transcendental; abordagem centrada no produto; no usuário; na fabricação e no valor do produto. a) Abordagem Transcendental Considera a qualidade uma característica, propriedade ou estado que torna o produto ou um serviço aceitável plenamente, embora esta aceitação seja derivada não de análises e estudos feitos, mas da constatação prática, proveniente, no mais das vezes, da experiência.

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Prof. Dr. Miguel Angel Uribe Opazo- Estatístico 1

CAPÍTULO I CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSOS

1. INTRODUÇÃO Os métodos estatísticos são técnicas eficazes para a melhoria do processo produtivo e redução de seus defeitos. Entretanto, é preciso que se tenha em mente que as técnicas estatísticas só são eficazes caso sejam aplicados adequadamente . As técnicas estatísticas conferem objetividade e exatidão à observação, dando maior importância aos fatos ao invés de conceitos abstratos, usando evidencias obtidas a partir de resultados específicos da observação, que devem ser verificados os erros e variações, aceitando o padrão regular que aparece em grande parte dos resultados observados como uma informação confiável (KUME, l989). Numa era de economia global, não é mais possível garantir a sobrevivência da empresa apenas exigindo que as pessoas façam o melhor que puderem ou cobrando resultados . Hoje são necessários métodos que possam ser utilizados por todos em direção aos objetivos de sobrevivência e desenvolvimento da empresa. Estes métodos devem ser aprendidos e praticados por todos. Portanto, o controle de qualidade é necessário para manter a empresa competitiva no mercado. 2. CONTROLE DE QUALIDADE TOTAL 2.1 CONCEITO DE CONTROLE Segundo FALCONI (1992), controlar significa detectar quais foram os fins, efeitos ou resultados não alcançados, analisar estes maus resultados buscando suas causas e atuar sobre estas causas de tal modo a melhorar os resultados. Portanto, controlar significa localizar o problema , analisar o processo, padronizar e estabelecer itens de controle de tal forma que o pr oblema nunca mais ocorra. A falta de padronização pode conduzir a variações na produtividade por operador, na qualidade do produto, no custo, etc. 2.2 CONCEITO DE QUALIDADE PALADINI (1990) mostra pelos trabalhos realizados por GARVIN (1984), que o conceito de Qualidade sofre modificações simultâneas as atividades de concepção, projeto, fabricação e comercialização do produto. Assim, foram listadas cinco abordagens gerais para definir qualidade , que podem ser identificadas como abordagem transcendental; abordagem centrada no produto; no usuário; na fabricação e no valor do produto.

a) Abordagem Transcendental Considera a qualidade uma característica, propriedade ou estado que torna o produto ou um serviço aceitável plenamente, embora esta aceitação seja derivada não de análises e estudos feitos, mas da constatação prática, proveniente, no mais das vezes, da experiência.

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b) Abordagem Centrada no Produto

Esta abordagem entende qualidade como uma variável passível de medição e até mesmo precisa. Assim, diferenças de qualidade são observáveis no produto pela diversidade de quantidades de elementos ou atributos que o produto possui.

c) Abordagem Centrada no Valor Esta abordagem agrega qualidade aos custos de produção e considera que um produto é de boa qualidade se apresentar alto grau de conformação a um custo aceitável.

d) Abordagem Centrada na Fabricação Esta abordagem fixa-se no esforço feito, a nível de fábrica, para produzir um item em completo acordo com suas especificações básicas, determinadas a nível de projeto.

e) Abordagem Centrada no Usuário A qualidade do produto fica condicionada ao grau com que ela atenda às necessidades e conveniências do consumidor. 2.3 CONTROLE DE QUALIDADE TOTAL (TQC) O TQC é o controle exercido por todas as pessoas para a satisfação das necessidades de todas as pessoas (FALCONI, 1992). O TQC é regido pelos seguintes princípios básicos: a) Produzir e fornecer produtos e ou serviços que atendam concretamente as

necessidades do cliente; b) Garantir a sobrevivência da empresa através de lucro contínuo adquirido pelo

domínio da qualidade (quanto maior a qualidade maior a produtividade); c) Identificar o problema mais crítico e solucioná-la pela mais alta prioridade

(utilizando métodos adequados para solucionar os problemas); d) Tomar decisões em cima de fatos e dados concretos e não com base em

experiências, bom senso, intuição ou coragem; e) Gerenciar a empresa ao logo do processo e não por resultados (quando o mau

resultado ocorre a ação é tardia. O gerenciamento deve ser preventivo); f) Reduzir metodicamente as dispersões através do isolamento de suas causas

fundamentais (os problemas decorrem da dispersão nas variáveis do processo); g) Não permitir a venda de produtos defeituosos; h) Procurar prevenir a origem de problemas cada vez mais a montante; i) Respeitar os empregados como seres humanos independentes; j) Definir e garantir a execução da visão e Estratégia da Alta Direção da

Empresa. 2.4 QUALIDADE NA INDUSTRIA As fases da qualidade na indústria:

a) Inspeção (Até ano 1929): Controle de conformidade no recebimento; enfoque a posteriori;

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b) Controle Estatístico de qualidade (anos 1930 a 1949): Controle de processo; qualidade é prevenir falhas;

c) Garantia da Qualidade (1950 a 1969): Análise de valor; certificação de fornecedores; enfoque da qualidade ä priori, global-ampliação dos conceitos de controle e inspeção da qualidade, agregando fatores humanos aos técnicos;

d) Gestão de qualidade ou Qualidade Total (A partir de 1970): Enfoque organizacional; ênfase na política de recursos humanos e no relacionamento intra e inter-empresas.

3. PRINCIPAIS TÉCNICAS PARA A ANÁLISE E MELHORIA DE

PROCESSOS

A) PROGRAMA 5S (OSADA, 1991) É o conjunto de cinco conceitos simples que ao serem praticados, são capazes de modificar o seu humor, o seu ambiente de trabalho, a maneira de conduzir suas atividades rotineiras e as suas atitudes. O termo 5S é derivado de 5 palavras japonesas, todas iniciadas com a letra S. QUADRO 1. PROGRAMA 5S

5 S Japonês Inglês Português Significado 1º. “S” Seiri Sorting Senso de: Utilização

Arrumação Organização Seleção

Distinguir o que é essencial; manter limpeza; eliminar o desnecessário; identificar as causas de futuros problemas.

2º. “S” Seiton Systematyzing Senso de: Ordenação Sistematização Classificação

Tornar a produção eficiente mantendo as coisas em seus lugares e posições certas, eliminando perda de tempo; analisar detalhadamente o processo.

3º. “S” Seisou Sweeping Senso de: Limpeza Zelo

Manter ambiente e equipamentos limpos e impecáveis.

4º. “S” Seiketsu Sanitizing Senso de: Asseio Higiene Saúde Integridade

Organizar os locais de trabalho; usar códigos de cores e símbolos visuais; criar manuais, normas internas.

5º. “S” Shitsuke Self-disciplinig Senso de: Autodisciplina Educação Compromisso

Desenvolver bons hábitos de trabalho; responsabilidade individual; ambiente disciplinado; comunicação visual e capacitação.

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B) CICLO PDCA (PLAN-DO-CHECK-ACT)

É um método gerencial de tomada de decisões para garantir o alcance das metas necessárias a sobrevivência de uma organização. O ciclo PDCA segundo ISHIKAWA, (1989) e CAMPOS, (1992, 1994) e composto pelas seguintes etapas:

FIGURA 1. Ciclo PDCA.

• Planejamento (P) Consiste em estabelecer metas sobre os itens de controle; Estabelecer a maneira (o caminho, o método para se atingir as metas propostas). • Fazer (D) Execução de tarefas exatamente como prevista na etapa de planejamento e coletar dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação do processo. Nesta etapa são essenciais a educação e a capacitação no trabalho. • Verificar (C) A partir dos dados coletados na execução, compara-se o resultado alcançado com as metas planejadas. • Agir ( A ) Esta etapa consiste em atuar no processo em função dos resultados obtidos. Existem duas formas de atuação: - Adotar como padrão o plano proposto, caso as metas tenham sido alcançadas; - Agir sobre as causas do não cumprimento das metas, caso o plano não tenha sido efetivo. O método PDCA é um método de gestão, representando o caminho a ser

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seguido para que as metas estabelecidas possam ser atingidas. Na utilização do método poderá ser preciso empregar varias ténicas para a coleta, o processamento e a disposição das informações necessárias a condução das etapas do PDCA. Segundo FALCONI (1994), o Ciclo PDCA para atingir “metas padrões ”, ou para manter os resultados num certo nível desejado, poderia ser chamado de Ciclo SDCA (S para “Standart” ou Padrão). O PDCA pode ser utilizado para melhorar o processo existente ou definir um novo processo. A conjugação destes dois tipos de PDCA e do SDCA e que compõe o “melhoramento contínuo”.

FIGURA 2 . CICLO PDCA e SDCA. C) BRAINSTORMING (Tempestades de Idéias) É uma técnica de reunião em grupo extremamente eficaz tanto para a escolha do problema a ser trabalhado como para seu entendimento e resolução. D) FLUXOGRAMAS É a representação gráfica de todos os passos que integram um determinado processo, sob forma seqüencial e de modo analítico. A elaboração de um fluxograma tem como ponto de partida o levantamento da rotina de um determinado processo, identificando-se entradas e seus fornecedores, padrões de entrada, operações, órgãos e pessoas responsáveis, saídas e seus clientes.

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não

E) DIAGRAMA CAUSA - EFEITO (ISHIKAWA OU ESPINHA DE PEIXE) Constitui em um diagrama de registro das diversas causas de um problema, a partir da análise e de classificação das prováveis origens das causas. Este diagrama também é denominado de “ Espinha de Peixe ” e é utilizado para investigar as causas prováveis de um problema de qualidade. Para a construção de um diagrama de causa e efeito é necessário seguir os seguintes passos:

Passo 1 : Identificar o problema que se quer investigar; Passo 2 : Escrever o problema dentro de um retângulo ao lado direito da folha e no final de um eixo, conforme Figura abaixo..

____________________________

Montagem Automático

Aprovado? Refazer ou Sucatear

Montagem Manual

Aprovado?

Refazer ou Sucatear

Fim

Produto não Funciona

Devolver Material

Recebimento de Material

Aprovado?

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Passo 3: Escrever as causas primárias do problema sob investigação em retângulos e colocar-los em torno de um eixo, conforme Figura abaixo.

___________________________________________________

Passo 4: Identificar as causas secundárias dentro de cada causa primária,

Demora na entrega Ajuste mais constantes ___________________________________________________ Adequação Capacitação Exemplo 1 Construção do diagrama de Causa-Efeito para o elevado custo do condomínio edifício residencial

Custo Alto do Condomínio

Alarma

Salão de Festa

Estacionamento

Corredores

Banheiros

jardins

Esgoto

Piscina

Elevadores

Estacionamento

Jardins

Vigias

Sistema TV

Seguro

Cães

Portaria

Vililancia

Manutenção

Consumo de Agua

Consumo de Energia

Measurements

Environment

Diagrama de Causa e Efeito

Máquinas Material

Métodos Mão- de- obra

Produto não Funciona

Máquinas Material

Métodos Mão- de- obra

Produto não Funciona

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F) AS SEIS PERGUNTAS: 5W1H (What, Who, Where, When, Why, How) À medida que os processos tornam-se mais complexos e menos definidos, ficam mais difícil identificar sua fundão a ser satisfeita, bem como os problemas e as causas que dão origem aos efeitos sentidos. Os SW1H e um check-list muito útil para enfrentar essas situações, garantindo que todos os ângulos de um problema sejam abordados. G) FOLHA DE VERIFICAÇÃO Podem ser utilizados tanto para a coleta de dados quanto para a orientação na execução de uma atividade. Constitui-se num formulário na qual os itens e o período de tempo a serem verificados já estão determinados de modo que os dados possam ser registrados diretamente através de marcas ou símbolos e imediatamente organizados, sem necessidade de rearranjo posterior. A Folha de verificação é um procedimento usado para responder a pergunta ”Com que freqüência certo evento acontece”. Para ouso desta técnica deve ser estabelecido claramente o seguinte

a) Fixar qual evento esta sendo estudado; b) Definir o período durante o qual os dados serão coletados; c) Construir um formulário claro e de fácil manuseio; d) Coletar os dados honestamente.

Defeitos Meses 1 2 3 Total Peso IIIII IIIII IIIII IIIII I 21 Acabamento I II I 4 Dimensão IIII III III 10 Total 10 15 10 35 H) GRÁFICO DE PARETO O gráfico ou diagrama de Pareto e um gráfico de barras verticais que dispõe a informação de forma a tornar evidente e visual a priorização de temas. A informação assim disposta também permite o estabelecimento de metas numéricas viáveis de serem alcançadas. O principio de Pareto estabelece que se forem identificados, por exemplo, cinqüenta problemas relacionados a qualidade, a solução de apenas cinco ou seis destes problemas já poderá apresentar uma redução de 80 ou 90% das perdas que a empresa vem sofrendo devido a ocorrência de todos os problemas existentes. Exemplo 2 Defeitos encontrados em uma amostra de 120 lentes fabricadas durante uma semana de produção de uma industria

Tipo de Defeitos Quantidade de Defeitos Aranhão 12 Trinca 41 Revestimento Inadequado 55 Muito Fina ou Muito Grossa 11 Não Acabada 5 Outros 3

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Revestim

ento Ina

dequado

Trinca

Aranhão

Muito F ina ou Muito

Grossa

Não- Acabado

Others

55 41 12 11 5 3

43,3 32,3 9,4 8,7 3,9 2,4 43,3 75,6 85,0 93,7 97,6 100,0

0

50

100

0

20

40

60

80

100

Defect

CountPercentCum %

Per

cent

Cou

nt

Gráfico de Pareto

I) CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO (CEP) A análise inicia-se com a coleta de dados. Calculada a media e amplitude ou desvio padrão, calcula-se os limites superior de controle (LSC) e inferior (LIC). Plota-se um gráfico contendo as amostras e os limites. A presença de pontos fora destes limites caracteriza a existência de causas especiais, ou seja, o processo esta fora do controle estatístico. Ocorrendo a presença de causas especiais, deve-se procurar pelos motivos que levaram a estas causas e tentar soluciona-las. Uma particularidade das causas especiais e que para sua eliminação não e necessária a mudança do processo, bastando somente eliminar o motivo (exemplo: consertar a maquina com defeito ou substitui-la). Corrigidas as causas especiais, renova-se os dados através de nova coleta, calculando-se as medias, desvios, limites superior e inferior. Havendo apenas causas comuns, o processo esta sob controle estatístico. Não basta que o processo esteja sob controle estatístico, ele deve atender as necessidades do cliente, ou seja, permanecer dentro dos limites e especificação. Exemplo 3: Medidas do teor de pureza de uma sustância Química

0 5 10 15 20 25

85

90

95

100

Sample Number

Sam

ple

Mea

n

X-bar Chart for Teor de

X=91,96

3,0SL=99,44

-3,0SL=84,48

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J) QUALIDADE, PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE A aplicação bem sucedida das técnicas estatísticas na Engenharia da Qualidade tem muito a ver com o Dr. W. Edward Deming, que emprestou o seu nome para o mais alto premio que as empresas podem receber em reconhecimento a alta qualidade atingida pelos seus produtos. O premio Deming foi instituído pela JUSE, Instituições Japonesa. Deming em 1950 aplicou os conceitos de qualidade além do controle da fase de produção. Espiral da qualidade melhoria a cada ciclo.

DEMING define 14 pontos para a evolução dos conceitos de qualidade da inspeção final ao controle de processos.

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Exercício 1.- Construa um diagrama de causa e efeito para os seguintes problemas: a) Elevado consumo de combustível de um automóvel. b) queima de um motor elétrico utilizado em um processo industrial. 2.- Para as Universidades, a “ qualidade” do ensino ministrado aos alunos é um indicador muito importante. Construa um diagrama de causa e efeito que representa o relacionamento existente entre os fatores que afetam a qualidade do ensino. 3- Na Tabela 1 apresenta-se os defeitos encontrados em uma amostra de suportes de lanterna traseira de um modelo de automóveis durante uma semana de produção de uma industria. Tabela 1 . Defeitos Encontrados em uma Amostra de Suportes de Lanterna Traseira de um Modelo de Automóvel Durante uma Semana de Produção de uma Indústria. Tipo de Defeito Quantidade de Defeito Prejuízo Unitário (US $)

Moldagem 14 0,25 Solda quebrada 1 0,10 Centro da moldagem descolado 4 0,15 Lateral da moldagem descolada 24 0,10 Moldagem arranhada 44 0,10 Moldagem dentada 1 0,75 Plástico arranhado 7 5,25 Limpeza incompleta 79 0,30 Orifício deslocado 1 0,10 Pino descolado 5 0,35 Total 180

a) Construir um gráfico de Pareto onde o eixo vertical represente a quantidade de defeitos.

b) Construa um gráfico de Pareto onde o eixo vertical represente o prejuízo total associado a cada tipo de defeito.

c) Identifique os tipos de defeitos que os técnicos da empresa deveriam “ atacar” em primeiro lugar, com o objetivo de melhorar os resultados que vinham sendo obtidos pela indústria. Justifique sua resposta.

d) A partir da resposta dada ao item anterior, enuncie o tema que deveria ser considerado no giro PDCA e calcule a quantia que poderia ser economizada pela indústria.

4. Na Tabela 2 são apresentados os Defeitos encontrados em uma amostra de manutenção de um edifício no período de 12 meses. Construir um gráfico de Pareto do tipo de defeito. Tire suas conclusões Tipo de Defeitos Quantidade de

Defeito Total

Acumulado Porcentagem Total Geral

Porcentagem Acumulado

Vazão Hidráulica 49 49 36,0 36,0 Infiltração nas Paredes 36 85 26,5 62,5 Fissuras em Paredes 22 107 16,2 78,7

Aquecedor não Esquenta 11 118 8,1 86,8 Fechadura Portas não

Fecham 10 128 7,3 94,1

Outros 8 136 5,9 100,0 Total 136 136 100,0

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