controle concentrado de constitucionalidade.docx

4
Controle concentrado de Constitucionalidade Devido à circunstância de concentrar-se em um único tribunal o controle constitucional de lei ou ato normativo recebe a denominação de controle concentrado. Sua verificação pode se dar em cinco situações: (1) ADIn ou ADI – ação direta de inconstitucionalidade – C. F., art.102, I, “a”; (2) ADPF – argüição de descumprimento de preceito fundamental – C. F.,art.102, §1º; (3) ADIn por omissão- C. F., art. 103, § 2º; (4) ADIN interventiva – C.F., art. 36, III; (5) ADECON ou ADC – ação declaratória de constitucionalidade – C.F., art. 102, I, “a”. Genericamente, a ADIN (ação direta de inconstitucionalidade) é um instrumento processual que tem como objeto a lei ou ato normativo que se mostre incompatíveis com o sistema. Com ela, busca-se descobrir se determinada lei (lato sensu) é incompatível ou não com o sistema constitucional, cabendo ao Judiciário manifestar-se de forma específica quanto a inconstitucionalidade ou não. Só poderá ser objeto de controle concentrado ato normativo revestido de abstração e generalidade. Assim as espécies normativas que podem ser objeto de controle concentrado são: emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções, etc. A Emenda Constitucional nº 45/2004 consolidou o entendimento de que as convenções e tratados internacionais ratificados pelo Brasil sejam eles equivalentes a Emendas Constitucionais ou infraconstitucionais, cabendo controle abstrato/concentrado. Todos os atos anteriores à Constituição não podem ser objeto de controle constitucional. Somente atos editados após a Constituição é que poderão ser objeto de controle, os atos anteriores são recepcionados ou não pela nova Constituição. No que tange às leis e atos normativos municipais em face à Constituição Federal, “por falta de expressa previsão constitucional, seja nos arts. 102, I, “a”, ou 125, § 2º.,

Upload: rafael-castro

Post on 18-Jan-2016

15 views

Category:

Documents


6 download

TRANSCRIPT

Page 1: Controle concentrado de Constitucionalidade.docx

Controle concentrado de Constitucionalidade

Devido à circunstância de concentrar-se em um único tribunal o controle constitucional de lei ou ato normativo recebe a denominação de controle concentrado. Sua verificação pode se dar em cinco situações: (1) ADIn ou ADI – ação direta de inconstitucionalidade – C. F., art.102, I, “a”; (2) ADPF – argüição de descumprimento de preceito fundamental – C. F.,art.102, §1º; (3) ADIn por omissão- C. F., art. 103, § 2º; (4) ADIN interventiva – C.F., art. 36, III; (5) ADECON ou ADC – ação declaratória de constitucionalidade – C.F., art. 102, I, “a”.

Genericamente, a ADIN (ação direta de inconstitucionalidade) é um instrumento processual que tem como objeto a lei ou ato normativo que se mostre incompatíveis com o sistema. Com ela, busca-se descobrir se determinada lei (lato sensu) é incompatível ou não com o sistema constitucional, cabendo ao Judiciário manifestar-se de forma específica quanto a inconstitucionalidade ou não. Só poderá ser objeto de controle concentrado ato normativo revestido de abstração e generalidade. Assim as espécies normativas que podem ser objeto de controle concentrado são: emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções, etc. A Emenda Constitucional nº 45/2004 consolidou o entendimento de que as convenções e tratados internacionais ratificados pelo Brasil sejam eles equivalentes a Emendas Constitucionais ou infraconstitucionais, cabendo controle abstrato/concentrado.

Todos os atos anteriores à Constituição não podem ser objeto de controle constitucional. Somente atos editados após a Constituição é que poderão ser objeto de controle, os atos anteriores são recepcionados ou não pela nova Constituição. No que tange às leis e atos normativos municipais em face à Constituição Federal, “por falta de expressa previsão constitucional, seja nos arts. 102, I, “a”, ou 125, § 2º., inexistirá controle concentrado”8 . No caso de lei ou ato normativo distrital contrariar a Constituição Federal, há particularidades a serem observadas. Primeiro, a Constituição de 1988 não fez qualquer previsão expressa quanto ao controle de constitucionalidade das leis elaboradas pelo Legislativo do Distrito Federal. Segundo, cabe ao Distrito Federal competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios 9. Tais particularidades nos leva ao entendimento de que o controle concentrado exercido pelo STF estará condicionado à natureza da norma elaborada pelo Distrito Federal. Assim teríamos: (a) lei ou ato normativo distrital de natureza estadual contrariando a Constituição Federal, caberia controle concentrado exercido pelo STF; (b) lei ou ato normativo distrital de natureza municipal contrariando a Constituição Federal, controle difuso ou incidental. “Há a possibilidade do ajuizamento da argüição de descumprimento de preceito fundamental da lei ou ato normativo distrital, de natureza municipal, confrontada perante a C.F.”10 .

Ação Direta de Constitucionalidade ADC

Page 2: Controle concentrado de Constitucionalidade.docx

A ADC objetiva reafirmar a validade de determinada lei ou ato normativo frente à Constituição, afastando dúvidas sobre sua aplicação que possam acarretar insegurança jurídica. Ao declarar a constitucionalidade, o STF confirma que determinada lei ou ato está de acordo com a Constituição de 1988. Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental ADPF É um tipo de ação, ajuizada exclusivamente no STF, que tem por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. Neste caso, diz-se que a ADPF é uma ação autônoma. Entretanto, esse tipo de ação também pode ter natureza equivalente às ADIs, podendo questionar a constitucionalidade de uma norma perante a Constituição Federal, mas tal norma deve ser municipal ou anterior à Constituição vigente (no caso, anterior à de 1988). A ADPF é disciplinada pela Lei Federal 9.882/99. Os legitimados para ajuizá-la são os mesmos da ADI. Não é cabível ADPF quando existir outro tipo de ação que possa ser proposto.

Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADO

Descrição do Verbete: ADO é a ação cabível para tornar efetiva norma constitucional em razão de omissão de qualquer dos Poderes ou de órgão administrativo. Como a Constituição Federal possui grande amplitude de temas, algumas normas constitucionais necessitam de leis que a regulamentem. A ausência de lei regulamentadora faz com que o dispositivo presente na Constituição fique sem produzir efeitos. A ADO tem o objetivo de provocar o Judiciário para que seja reconhecida a demora na produção da norma regulamentadora. Caso a demora seja de algum dos Poderes, este será cientificado de que a norma precisa ser elaborada. Se for atribuída a um órgão administrativo, o Supremo determinará a elaboração da norma em até 30 dias.

Ação direta de inconstitucionalidade

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI ou ADIn) é um instrumento utilizado no chamado controle direto da constitucionalidade das leis e atos normativos, exercido perante o Supremo Tribunal Federal brasileiro. A ação direta de inconstitucionalidade é regulamentada pela Lei 9.868/99.1 Ela tem fundamento na alínea "a" do inciso I do artigo 102 da Constituição Federal e pode ser ajuizada, em nível federal, perante o STF, contra leis ou atos normativos federais ou estaduais que contrariem a Constituição Federal. É conhecida doutrinariamente como ADIN Genérica. O poder de ajuizar essa ação, chamado de legitimação, é dado pelos incisos I a IX do artigo 103 da Constituição Federal, constituindo-se em uma legitimação restrita àqueles enumerados nos dispositivos já mencionados. São eles: o presidente da República; o Procurador Geral da República; os Governadores dos Estados e o Governador do Distrito Federal; as mesas (órgãos administrativos) da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, da Câmara Legislativa do Distrito Federal; a Mesa de Assembleia Legislativa; Partidos Políticos com representação no Congresso

Page 3: Controle concentrado de Constitucionalidade.docx

Nacional; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Entidades de Classe de Âmbito Nacional e Confederações Sindicais.

Diferentemente das decisões proferidas em outros processos judiciais, nos quais a o efeito da decisão proferida dirige-se, em regra, apenas às partes que dele participaram, a decisão proferida em ação direta de inconstitucionalidade alcança quem não participou do processo onde ela foi proferida. A isso a doutrina denomina de efeito erga omnes. Outros efeitos decorrentes de decisões proferidas em ADIN são os chamados efeitos retroativo, ou ex tunc; e irretroativo, prospectivo, ou ex nunc. Ocorre, ainda, o chamado efeito vinculante, através do qual ficam submetidas à decisão proferida em ADI, os demais órgãos do Poder Judiciário e as Administrações Públicas Federal, Estadual, Distrital e Municipal (§ único, art. 28, Lei 9.868/99).