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  • Contratos de Transferncia de

    TecnologiaInstrues Bsicas

    Frum de Gestores de Inovao e Transferncia de Tecnologia

    Regional Nordeste

    Macei, AlagoasMaro de 2012

  • Macei, AlagoasMaro de 2012

    Contratos de Transferncia de

    TecnologiaInstrues Bsicas

    VII REUNIO PLENRIA DO FORTEC-NE26 a 30/03/2012

  • APRESENTAO O Frum Nacional de Gestores de Inovao e Transferncia de

    Tecnologia FORTEC, criado em 1 de maio de 2006 - uma Associa-o Civil de Direito Privado, um organizao de representao dos responsveis nas universidades e institutos de pesquisa e instituies gestoras de inovao e pessoas fsicas, pelo gerenciamento das polti-cas de inovao e das atividades relacionadas Propriedade Intelectual (PI) e Transferncia de Tecnologia (TT), incluindo-se, neste conceito, os ncleos, agncias, escritrios e congneres.

    Em relao s tecnologias geradas no mbito acadmico, a trans-ferncia de tecnologia se constitui, na realidade, um processo que con-siste de vrias etapas, que inclui desde a revelao da inveno, o pa-tenteamento e o licenciamento, at o uso comercial da tecnologia pelo licenciado e a percepo dos royalties pela universidade.

    Considerando que, aps a garantia da Propriedade Intelectual dentro das Instituies de Cincia e Tecnologia, a inovao e a insero dos produtos no mercado somente sero possveis mediante mecanis-mos de TT para as empresas. Nesta VII Plenria do Fortec da Regio Nordeste, a Coordenao do Fortec-NE, atravs do Departamento de Apoio a Projetos de Inovao e Gesto de Servios Tecnolgicos, DAPI/PPPG, da Universidade Federal do Maranho, organizou essa Cartilha sobre Contratos de Transferncia de Tecnologia. Esperamos que esta publicao seja til a todos os colaboradores de NIT, aos empresrios e Comunidade em geral.

    Gilvanda NunesCoordenadora FORTEC-NE

    Gesto 2010-2012

    Frum de Gestores de Inovao e Transferncia de Tecnologia da regio

    Nordeste Fortec-NE

  • SUMRIO

    APRESENTAO....................................................................... 1

    1 DEFINIO DE CONTRATO...................................................................... 3

    1.1 Convnio............................................................................. 3

    2 FORMAS DE TRANSFERENCIA DE TECNOLOGIA.................................... 4

    3 VALIDADE DO CONTRATO....................................................................... 4

    4 PRINCIPAIS CLAUSULAS DE CONTRATO................................................. 6

    5 CONTRATOS DE PESQUISA, P&D E TRANSFERNCIA DE DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E TECNOLOGIAS........................................ 7

    5.1 Contrato de Pesquisa............................................................................... 8

    5.2 Contrato de Parceria de P&D.................................................................... 9

    5.3 Contrato de Transferncia de Tecnologia e de Licenciamento.................... 11

    5.4 Cobertura de Despesas Operacionais e Administrativas de Contratos.......... 13

    6 NORMAS BRASILEIRAS SOBRE PROPRIEDADE INTELECTUAL COM REGRAS SOBRE CONTRATOS................................................................. 14

    7 ESTRUTURA DE UM CONTRATO.............................................................. 15

    8 COMO AVERBAR UM CONTRATO NO INPI................................................. 16

    9 DOCUMENTOS NECESSRIOS PARA AVERBAO................................... 16

    10 CUSTO DA AVERBAO......................................................................... 16

    Referncias Bibliogrficas........................................................................ 17

  • 1. DEFINIO DE CONTRATOO contrato um acordo de vontades entre duas ou mais pessoas

    fsicas, entre pessoas jurdicas ou fsicas e jurdicas. As pessoas que integram a relao contratual so chamadas de partes ou partcipes. No contrato ajustam-se interesses que convergem para alcanar o ne-gcio almejado pelas partes, tecnicamente designado objeto.

    O contrato uma troca, onde geralmente se satisfaz necessidade, em troca do pagamento de preo estabelecido.

    Considera-se contrato todo e qual-quer ajuste entre partes (pessoas fsicas, jurdicas ou fsicas e jurdicas), em que haja acordo de vontades para a formao de vnculo e a estipulao de obrigaes recprocas, seja qual for a denominao utilizada no documento, como, por exem-plo: acordo, compromisso, protocolo, ter-mo (adaptado da Lei no 8.666/1993, art. 2, pargrafo nico).

    O contrato geralmente um acordo de vontades bilateral (duas partes), mas pode ser plurilateral; neste caso, com vrias partes e obrigaes rec-procas e diversas. (Ex.: contrato de sociedade; parceria entre empresa, rgo de fomento ou financiador e instituio de pesquisa).

    Existem obrigaes que no so contratos. Exemplos: as decla-raes unilaterais de vontade, bastando a declarao de uma pessoa para ser exigida a prestao em juzo, como o caso dos ttulos de crdito (cheque, promissria, carta de crdito etc.) e das declaraes ou termos de sigilo.

    O contrato uma obrigao, logo pode enquadrar-se numa das modalidades: de dar (coisa certa ou incerta), de fazer ou de no fazer.

    1.1Convnio uma espcie de contrato, regido pelo Direito Pblico Adminis-

    trativo, celebrado entre rgos pblicos ou que tem entre os partcipes pelo menos um agente ou rgo pblico (governo, autarquia etc.).

    Geralmente o convnio o instrumento que regula a transferncia de recursos pblicos, visando execuo de programas de trabalho, projetos, atividades ou eventos de interesse pblico, sendo possvel atender o interesse privado quando resulta em algum benefcio para a sociedade.

    3

  • 2 FORMAS DE TRANFERNCIA DE TECNOLOGIA Contrato de cesso Transferncia de titularidade do direito de propriedade intelectual

    Contrato de licenciamento Licenciamento Uso do Direito de Propriedade Intelectual de for-

    ma exclusiva ou no

    Contrato de Transferncia de Tecnologia Fornecimento de informaes no amparadas por direitos de

    propriedade industrial e Servios de Assistncia Tcnica

    3 VALIDADE DO CONTRATOO contrato, para ter validade, quer dizer, produzir efeito garantido

    pelo Direito, deve cumprir requisitos mnimos estabelecidos pelo Cdigo Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002), a seguir CC. O efeito esperado pode ser a entrega de um resultado de pesquisa, de P&D, a tecnologia de um processo industrial ou produto a ser industrializado ou o pagamento do preo.

    Quando um dos contratantes no cumpre a sua obrigao, ne-cessrio acionar o judicirio ou um procedimento de mediao ou arbi-tragem, para que a outra parte cumpra seu dever. Nestas situaes, o primeiro questionamento ser se o contrato tem validade.

    A validade do contrato (CC, art. 104) requer: agente capaz; objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel, e forma prescrita ou no defesa em lei.

    Agente capaz significa que a pessoa fsica deve ser capaz no mundo jurdico para manifestar sua vontade (ex.: maior de dezoito anos), ou que a pessoa jurdica tenha sido regularmente constituda (ex.: sociedade por cotas de responsabilidade limitada, inscrita na Junta Comercial).

    Segundo o CC: As pessoas jurdicas so de direito pblico, in-terno ou externo, e de direito privado (art. 40): so pessoas jurdicas de direito pblico interno: a Unio, os Estados, o Distrito Federal, os Territrios, os Municpios, as autarquias e as demais entidades de ca-rter pblico, criadas por lei (art. 41); so pessoas jurdicas de direito pblico externo: os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo Direito Internacional Pblico (art.42); so pessoas jurdicas 4

  • de direito privado: as associaes, sociedades e fundaes (art. 44). As pessoas jurdicas de direito pblico so criadas por lei.

    O CC estabelece que comea a exis-tncia legal das pessoas jurdicas de direito privado com a inscrio do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessrio, de autorizao ou aprovao do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alteraes por que passar o ato constitutivo CC, arts. 45 e 46.

    Objeto lcito significa que no viola direito e nem causa dano a outrem, seja por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, ainda que exclusivamente mo-

    ral (arts. 186 a 188).Se o objeto do contrato um programa de computador, quem o

    negocia deve ter a sua propriedade intelectual, quer dizer, ser o titular dos direitos, ou estar autorizado por uma licena do legtimo titular, que autoriza e legitima o negcio.

    Forma no defesa em lei significa que devem ser observadas as limitaes impostas para certos tipos de contratos (prazo de validade; muitas compras pblicas requerem licitao prvia; relao trabalhista; negcios ao consumidor). Ex.: Lei 9.279/1996, art. 75, 3:

    A explorao e a cesso do pedido ou da patente de interesse da defesa nacional esto condicionadas prvia autorizao do r-go competente, assegurada indenizao sem-pre que houver restrio dos direitos do deposi-tante.

    Forma prescrita significa o cumprimento de certos requisitos ex-pressos em lei, como, por exemplo, os negcios com imveis ou pro-priedade intelectual protegida por patente ou registro. Ex.:

    Decreto 5.563/2005: Art. 10.[...] acordos de parceria para realizao de ativi-dades conjuntas de pesquisa cientfica e tecno-lgica e desenvolvimento de tecnologia [...]. 2 As partes devero prever, em contrato, a titulari-dade da propriedade intelectual e a participao nos resultados da explorao das criaes re-sultantes da parceria [...] 5

  • O regime jurdico brasileiro dos contratos compreende quatro grandes grupos:

    Empresariais ou Privados, que permitem maior poder de ar-ranjo das clusulas e autonomia da vontade;

    Pblicos ou Administrativos, entre rgos da administrao pblica ou entre instituio pblica e particular, mais vantajosos para a administrao, onde as partes tm vrias limitaes impostas pelo Direito Pblico;

    Trabalhistas, que tutelam o hipossuficiente, geralmente mais favorveis ao empregado com menor grau de estudos; e

    Consumidores, que os protegem, que podem proteger o eco-nomicamente mais fraco ou que no tem condies tcnicas de avaliar bem o produto ou o servio, logo, tutela o hipossuficiente (Regulado pelo Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor, Lei n 8.078/1990, a seguir CDC).

    4 PRINCIPAIS CLUSULAS DE CONTRATO Para facilitar a elaborao dos contratos, sugere-se o seguinte

    modelo estrutural, no impedindo que outras clusulas sejam acrescen-tadas ou a ordem alterada.

    CONTRATO DE [TTULO]

    Prembulo

    - qualificao das partes, executores e intervenientes- aviso de adeso- considerando- definies de termos e expresses- comunicaes

    Clusula- objeto- exclusividades - territorialidade

    Clusula- preo- condies de pagamento- garantia de pagamento

    Clusula - propriedade intelectual

    Clusula - confidencialidade

    Clusula - garantia- responsabilidades6

  • Clusula

    - outras obrigaes Dados, informaes Requisitos de qualificao pessoal Atualizaes e novas verses Notificaes e auditoria

    Clusula - prazo

    Clusula - extino

    Clusula - clusula penal

    Clusula- alterao contratual- autonomia das clusulas- transferncia

    Clusula Lei aplicvel

    Clusula - foro ou clusula compromissria de arbitragem

    FechamentoLocal e dataAssinaturas dos contratantes e intervenientesAssinaturas e CPF de duas testemunhas

    5 CONTRATOS DE PESQUISA, P&D E TRANS-FERNCIA DE DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E TECNOLOGIAS

    Tomando por base a Lei de Incentivo Inovao (Lei n10.973/2004) e seu Regulamento (Decreto n 5.563/2005), pode-se esquematizar o seguinte:

    Prestao de Servi-os de Pesquisa (en-comenda)

    Prestao de servios voltada inovao e pesquisa cientfica e tecnolgicano ambiente pro-dutivo.Servidor pblico pode receber retribuio pecuni-ria, na forma de adicional varivel sujeito ao reco-lhimento de impostos.

    Parceria na P&D

    Atividades conjuntas de pesquisa cientfica e tec-nolgica e desenvolvimento detecnologia.Servidor pblico pode receber bolsa de estmulo inovao.

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  • Transferncia detecnologia e licena

    A transferncia de tecnologia aqui sinnimo de cesso de direitos, foi previsto o licenciamento, ambos da propriedade intelectual. Sendo possvel negociar:Patente de inveno e modelo de utilidade;Registro de topografia de circuito integrado, dese-nho industrial, programa computador, obra cient-fica;Certificado de cultivar;Pedido de patente, de registro e de certificado;No patenteadas, registradas ou certificadas, como segredo industrial, informao tecnolgica no divulgada.Servidor pblico ou empregado pode receber per-centual como participao no resultado.

    5.1 Contrato de Pesquisa

    O contrato de pesquisa, prestao de servio ou simplesmente encomenda de pesquisa a atividade voltada inovao pela potncia da pesquisa cientfica e tecnolgica a ser levada ao ambiente produtivo.

    As instituies cientficas e tecnolgicas (a seguir ICT) pblicas esto legitimadas para a prestao desse servio. As empresas e or-

    ganizaes privadas de pesquisa no precisam de autorizao legal porque tm autonomia para fazer tudo o que a lei no probe ou restringe.

    A titularidade da propriedade intelectual, via de regra, nesse tipo de contrato, ser da con-tratante. Pertencer a ela com exclusividade e a retribuio pela autoria (inveno, criao, me-lhoria ou obteno vegetal) se limitar ao custo do projeto ajustado entre as partes (aplicao do art. 88 combinado com o art. 92 da Lei n 9.279/1996).

    O direito do autor ser moral, ver seu nome ligado paternidade da criao.

    Nada atrapalha, entretanto, que por disposio contratual expres-sa a titularidade da propriedade intelectual seja conjunta. o que ocorre nos casos em que a ICT e seus pesquisadores tm saber acumulado e know-how de difcil quantificao ou pagamento, e a alternativa para viabilizar o contrato a participao no resultado, sob a forma de co--titularidade mais a retribuio financeira pelo xito do produto no mer-cado.

    A clusula especial desse contrato ser referente ao servidor, o 8

  • militar ou o empregado pblico, envolvido na pesquisa, que poder re-ceber retribuio pecuniria, diretamente da ICT ou de instituio de apoio com que esta tenha firmado acordo, para tal.

    A retribuio pecuniria do servidor da ICT ser sob a forma de adicional varivel e desde que custeado exclusivamente com os recur-sos arrecadados no mbito da atividade contratada. O valor ficar sujei-to incidncia dos tributos e contribuies aplicveis espcie, vedada a incorporao aos vencimentos, remunerao ou aos pro- ventos, bem como a referncia como base de clculo para qualquer benef-cio, adicional ou vantagem coletiva ou pessoal, configurando um ganho eventual.

    5.2 Contrato de Parceria de P&D

    O contrato de P&D ou acordo de parceria para realizao de ati-vidades conjuntas de pesquisa cientfica e tecnolgica e desenvolvi--mento de tecnologia, produto ou processo um negcio jurdico carac-terizado pela cooperao e unio de esforos para alcanar inovao.

    No caso das instituies pblicas e privadas o instrumento ade-quado ser o convnio de cooperao.

    Clusula de propriedade intelectual

    Na clusula de propriedade intelectual dever ser prevista a titularidade,que recomendamos ser conjunta entre a empresa e a ICT (co- titularidade), ou somente da ICT, pela visibilidade que d para as ICT, especialmente quando estabelecem parcerias com empresa desta-cada no cenrio industrial brasileiro.

    Nesse sentido o que se busca tornar realidade a previso da Constituio Federal (CF, art. _18, 4o). Estimular as empresas a in-vestirem em pesquisa, criao de tecnologia adequada ao Pas, forma-o e aperfeioamento de seus recursos humanos e praticar sistema de remunerao que assegure ao empregado, desvinculada do salrio, participao nos ganhos econmicos resultantes da produtividade de seu trabalho.

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  • Deve ser prevista na clusula de propriedade intelectual a partici-pao nos resultados da explorao das criaes resultantes da parce-ria, assegurando parte empresa o direito ao licenciamento.

    No caso de titularidade exclusiva da ICT, em compensao, a empresa pode ter a exclusividade de explorao comercial (fabricao, distribuio e colocao ao alcance do consumidor).

    A frmula de participao nos resultados, assegurada no acordo, levar em conta a proporo e a equivalncia. Por um lado o montante do valor agregado do conhecimento j existente no incio da parceria e o alcanado no final dela, e por outro, os recursos humanos, financeiros e materiais alocados pelas partes contratantes ou convenentes.

    A fim de equilibrar a relao, por parte da ICT, importante fazer uma avaliao criteriosa e rigorosa do valor dos seus laboratrios, equi-pamentos, conhecimento tcito, experincia dos pesquisadores, con-dies do apoio indireto de outros grupos de pesquisa, infraestrutura, apoio de colegas na resoluo de problemas etc.

    Participao de servidor ou empregado e a bolsa de estmulo

    Especial referncia merece a clusula de participao do servidor, o militar ou o empregado pblico da ICT, envolvido na execuo das atividades de P&D.

    O servidor poder receber bolsa de estmulo inovao direta-mente de instituio de apoio ou de agncia de fomento. A bolsa consti-tui-se em doao civil para realizao de projetos de pesquisa cientfica e tecnolgica e desenvolvimento de tecnologia, produto ou processo, cujos resultados no revertam economicamente para o doa- dor nem importem em contraprestao de servios.

    Somente podero ser caracterizadas como bolsas aquelas que 10

  • estiverem expressamente previstas, identificados os valores, periodici-da- de, durao e beneficirios, no teor dos projetos de P&D.

    As bolsas de inovao so isentas do imposto de renda e no integram a base de clculo de incidncia da contribuio previdenciria.

    No caso da ICT receber participao pela explorao comercial do resultado da P&D, protegido por direitos de propriedade intelectual, da empresa, ser assegurado ao criador uma participao mnima nos ganhos econmicos auferidos pela ICT (aplicao do art. 92da Lei n 9.279/1996).

    5.3 Contrato de Transferncia de Tecnologia e de Licenciamento A ICT que titular de direitos de propriedade intelectual pode ce-

    lebrar contratos de transferncia de tecnologia e de licenciamento para outorga de direito de uso ou de explorao de criao por ela desen-volvida.

    A cesso (equivalente venda de bem material) ou licena (equi-valente locao) de direitos poder ser a ttulo exclusivo ou no ex-clusivo.

    Cesso ou licena com clusula de exclusividade Considerando que os negcios com instituies pblicas reque-

    rem um processo prvio de licitao, a Lei de Incentivo Inovao pre-viu a sua dispensa. O requisito que a contratao seja realizada por ICT ou por agncia de fomento para a transferncia de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explorao de criao pro-tegida por direitos de propriedade intelectual.

    O referido edital conter informaes sobre: o objeto do contrato de transferncia de tecnologia ou de licenciamento, mediante descrio sucinta e clara; as condies para a contratao, dentre elas a compro-vao da regularidade jurdica e fiscal do interessado, bem como sua 11

  • qualificao tcnica e econmico-financeira para a explorao da cria-o, objeto do contrato; os critrios tcnicos objetivos para qualificao da contratao mais vantajosa,consideradas as especificidades da cria-o, objeto do contrato; e os prazos e condies para a comercializao da criao, objeto do contrato.

    A lei estabeleceu como critrio de desempate, em igualdades de con-dies, a preferncia pela contratao por empresas de pequeno porte.

    O edital ser publicado no Dirio Oficial da Unio e divulgado na Internet pela pgina eletrnica da ICT, se houver, tornando pblicas as informaes essenciais contratao.

    Entre os deveres da empresa contratada, detentora do direito ex-clusivo de explorao de criao protegida, est a comercializao da criao dentro do prazo e condies estabelecidos no contrato, perden-do automaticamente esse direito caso no a comercialize. No caso de aplicao desta sano pode a ICT proceder a novo licenciamento.

    Cesso ou licena sem clusula de exclusividade A contratao, quando for realizada sem a clusula de exclusivi-

    dade ao receptor de tecnologia ou ao licenciado, e for dispensada a lici-tao, poder ser firmada diretamente, sem necessidade de publicao de edital.

    A explorao comercial da criao protegida por direitos de pro-priedade intelectual, mesmo sendo no exclusiva, exige da empresa receptora ou licenciada a comprovao da regularidade jurdica e fiscal, bem como a sua qualificao tcnica e econmico-financeira.

    Criao de interesse pblico relevante A outorga de direito para explorao de criao reconhecida, em

    ato do Presidente da Repblica ou de Ministro de Estado por ele desig- nado, como de relevante interesse pblico somente poder ser efetua-da a ttulo no exclusivo.

    No caso de criao que interesse defesa nacional, a explorao e a cesso do pedido ou da patente esto condicionadas prvia au-torizao do rgo competente do Governo Federal, assegurada inde-nizao sempre que houver restrio dos direitos do depositante ou do titular (art. 75, 3o, da Lei n 9.279/1996).

    Participao do criador A Lei de Incentivo Inovao assegura que o criador tenha uma

    participao mnima de 5% e mxima de um tero nos ganhos econmi-cos auferidos pela ICT. Ganhos estes resultantes de contratos de ces-so para transferncia de tecnologia e de licenciamento para outorga de direito de uso ou de explorao de criao protegida da qual tenha sido o inventor, obtentor ou autor.

    12

  • A previso de participao do criador deve ser prevista nas nor-

    mas internas da ICT, indicando o procedimento e prazos de pagamento. Tal participao pode ser partilhada pela ICT entre os membros do gru-po de P&D que tenham contribudo para o surgimento da criao.

    Entende-se por ganhos econmicos, conforme a lei, toda forma de royalty, remunerao ou quaisquer benefcios financeiros resultantes da explorao direta ou por terceiros. Est previsto, tambm, que sero deduzidas as despesas, encargos e obrigaes legais decorrentes da proteo da propriedade intelectual.

    O ganho econmico ficar sujeito incidncia dos tributos e con-tribuies aplicveis espcie, vedada a incorporao aos vencimen-tos, remunerao ou aos proventos, bem como a referncia como base de clculo para qualquer benefcio, adicional ou vantagem coletiva ou pessoal, configurando ganho eventual.

    A participao referida ser paga pela ICT em prazo no superior a um ano aps a realizao da receita que lhe servir de base.

    Cesso ou licena por ICT A ICT pode obter o direito de uso ou de explorao de criao

    protegida por propriedade intelectual de outra ICT ou de empresa, a lei especialmente o permite.

    5.4 Cobertura de Despesas Operacionais e Administrativas de Contratos

    Os acordos, convnios ou contratos podero prever a destinao de at 5% do valor total dos recursos financeiros destinados execuo do projeto, para cobertura de despesas operacionais e administrativas incorridas na execuo do seu objeto.

    O requisito legal que os acordos sejam firmados entre as ICT, as instituies de apoio, agncias de fomento e as entidades nacionais de 13

  • direito privado sem fins lucrativos voltadas para as atividades de pes-quisa, cujo objeto seja compatvel com os objetivos da Lei de Incentivo Inovao, desses acordos, convnios ou contratos.

    Os gastos indivisveis, usuais e necessrios consecuo do ob-jetivo de acordo, convnio ou contrato, referidos acima, podero ser lan-ados conta de despesa administrativa, obedecendo sempre o limite definido de 5%.

    6 NORMAS BRASILEIRAS SOBRE PROPRIE-DADE INTELECTUAL COM REGRAS SOBRE CONTRATOS

    Recomendamos a consulta s normas que tratam da propriedade inte-lectual e vamos destacar os aspectos referentes aos contratos:

    Propriedade Industrial: Lei n 9.279, de 14/5/1996, que abrange os direitos de: Patentes de Inveno e de Modelo de Utilidade; Registro de Desenho Industrial; Registro de Marcas; Represso s Falsas Indicaes Geogrficas; e Represso Concorrncia Desleal. Licena Compulsria de Patentes, nos casos de emergncia nacional e de interesse pblico, regulada pelo Decreto n 3.201, de 6/10/1999.

    Direitos Autorais: Lei n 9.610, de 19/2/1998, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre a matria, entendendo-se sob esta denominao: Direitos de Autor e Direitos Conexos dos artistas intrpretes ou executantes, dos produtores fonogrficos e das empresas de radiodifuso. Lei n 10.994, de 14/12/2004, que dispe sobre o depsito legal de publicaes na Biblioteca Nacional, e Decreto n 4.533, de 19/12/2002, que regulamenta os fonogramas.

    Propriedade Intelectual de Programa de Computador: Lei n 9.609, de 19/2/1998, que dispe sobre a sua comercializao no Pas, aplicando as disposies da Lei de Direitos Autorais (Lei n 9.610), quando couber.

    Propriedade Intelectual de Cultivares: Lei n 9.456, de 25/4/1997; Decreto n 2.366, de 5/11/1997, que regulamenta a Lei; e Decreto n 3.109, de 30/6/1999, que promulgou a Conveno Internacional para a Proteo das Obtenes Vegetais.

    Propriedade Intelectual das Topografias de Circuitos Integrados: Lei n11.484, de 31/5/2007.14

  • Proteo de Informaes dos Resultados de Testes e Dados No Divulgados de produtos farmacuticos de uso veterinrio, fertilizantes, agrotxicos, seus componentes e afins: Lei n 10.603, de 17/12/2002.

    Contratos de Transferncia de Tecnologia: Resoluo n 135,de 15/4/1997,do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, que normaliza a Lei n 9.279. Os contratos em geral so regulados pela Lei n 10.406, de 10/1/2002, que instituiu o CC.

    Lei de Incentivo Inovao: Lei n10.973, de 2/12/2004, que estabelece medidas de incentivo inovao e pesquisa cientfica e tecnolgica no ambiente produtivo, com vistas capacitao e ao alcance da autonomia tecnolgica e ao desenvolvimento industrial, nos termos dos arts. 218 e 219 da Constituio Federal do Brasil. Decreto n 5.563, de 11/10/2005, que regulamenta a Lei.

    Embora a Lei de Incentivo Inovao tenha sua aplicao voltada para as instituies cientficas e tecnolgicas - rgos ou entidades da Administrao Pblica de pesquisa bsica ou aplicada de carter cient-fico ou tecnolgico -, suas disposies tambm servem de baliza para a institucionalizao das polticas e normas internas das organizaes de direito privado, sobretudo aquelas de carter social.

    7 ESTRUTURA DE UM CONTRATO Partes Consideraes Definies Objeto Territrio Confidencialidade Remunerao Assistncia tcnica Prazo Lei aplicvel Arbitragem Termos de garantia Aperfeioamentos

    15

  • 8 COMO AVERBAR UM CONTRATO NO INPIO pedido de averbao ou de registro dever ser apresentado,

    em formulrio prprio, por qualquer uma das partes com os documentos necessrios.

    O procedimento administrativo para averbao/registro de contra-tos de tecnologia definido pelo Ato Normativo INPI n 135/97.

    9 DOCUMENTOS NECESSRIOS PARA AVERBAO

    Formulrio de Requerimento de Averbao Original do contrato ou cpia autenticada. Para contratos estrangeiros, apresentar a legalizao consular. Traduo quando redigido em idioma estrangeiro Carta explicativa justificando a contratao Ficha-cadastro da empresa cessionria; Comprovante do recolhimento da retribuio; Procurao

    10 CUSTO DA AVERBAO Retribuio de R$ 2.250,00 para:- Averbao de contrato de UM, EP e/ou DI, at 15 pedidos ou

    registros;- Registro de contrato de FT;- Registro de contrato de SAT;- Registro de Contrato de FRA; Acima deste total, deve-se somar um valor adicional de R$

    185,00 por pedido ou registro, mesmo nas incluses atravs de aditivos quando somados ao contrato original exceder a 15 (quinze) pedidos.

    Reduo de 60% no valor de retribuio para:- Pessoas fsicas; - Micro e pequenas empresas, e cooperativas; - Instituies de ensino e pesquisa; - Entidades sem fins lucrativos, - rgos pblicos; Prazo da deciso at 30 dias a contar da data de aceitao da

    documentao na Diretoria de Transferncia de Tecnologia - DIRTEC/INPI (aps exame formal). Resoluo INPI n 94/2003 e pargrafo nico do artigo 211 da Lei n 9279/1996.

    16

  • RefernciasBibliogrficas

    PIMENTEL, L. O. A gesto universitria da propriedade intelectu-al. In: HOFMEISTER, W.; TREIN, F. (Orgs.). Anurio Brasil-Europa. Rio de Janeiro: Fundao Konrad Adenauer, _003.

    _____. Propriedade intelectual e universidade: aspectos legais. Florianpolis: Fundao Boiteux, Konrad Adenauer Stiftung, _005.

    _____. P&D: inovao, propriedade intelectual e transferncia de resultados. In: CONFERNCIA REGIONAL SUL DE CINCIA, TECNO-LOGIA E INOVAO, _005, Florianpolis, FAPESC.

    _____. O desenvolvimento nacional e a tecnologia: perspectivas para inovao, propriedade intelectual e transferncia de resultados no Brasil. In: ADOLFO, L. G. S.; WACHOWICZ, M. (Coords.). Direito da propriedade intelectual: estudos em homenagem ao Pe. Bruno Jorge Hammes. Curitiba: Juru, _005.

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    PIMENTEL, L. O.; BARRAL, W. (Orgs.). Propriedade intelectual e desenvolvimento. Florianpolis: Fundao Boiteux, _007.

    PIMENTEL, L. O.; ESPLUGUES MOTA, C.; BARRAL, W. (Orgs.). Direito internacional privado: Unio Europia e Mercosul. Florianpolis: Fundao Boiteux, _007.

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  • Coordenao da Regional NordesteDo Frum de Gestores de Inovao

    e Transferncia de Tecnologia- FORTEC NE

    BINIO 2010-2012

    Coordenadora Regional: Profa. Gilvanda Silva Nunes (UFMA) Vice- Coordenadora: Profa. Silvia Beatriz Beger Uchoa (UFAL)

    Secretria- Executiva: Profa. Nelma Miriam Chagas de Arajo (IFPB)

    REALIZAO APOIO

    DAPI/PPPG