contabilidade para entidades sem fins lucrativos...

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1 Departamento de Desenvolvimento Profissional CONTABILIDADE PARA ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS - ONGS Prof. Luis Antonio B Rangel [email protected] Rio de Janeiro Abril de 2017 Rua 1º de Março, 33 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – Cep: 20.010-000 Telefone: (21) 2216-9544 e 2216-9545 [email protected] – www.crc.org.br

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Departamento de Desenvolvimento Profissional

CONTABILIDADE PARA ENTIDADES SEM FINS

LUCRATIVOS - ONGS

Prof. Luis Antonio B Rangel

[email protected]

Rio de Janeiro

Abril de 2017

Rua 1º de Março, 33 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – Cep: 20.010-000

Telefone: (21) 2216-9544 e 2216-9545 [email protected] – www.crc.org.br

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SUMÁRIO

1. Introdução

2. Aspectos Legais

2.1 Constituição e Legalização das Entidades Sem Finalidade de Lucro.

2.1.1 Natureza Jurídica

2.1.2 Associação

2.1.3 Fundação

2.1.4 Organizações Religiosas

2.1.5 Partidos Políticos

2.1.6 Registro civil da Ata de criação e do Estatuto das Entidades do 3°

Setor

2.2 Benefícios concedidos pelo Poder Público às entidades de interesse social

2.2.1 Titulações e Certificações

2.2.2 Título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

(OSCIP)

2.2.3 Título de Organização Social (OS)

2.2.4 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas)

2.3 Marco Regulatório do 3º Setor

2.3.1 Pessoas Jurídicas Envolvidas

2.3.1.1 Organização da Sociedade Civil

2.3.1.2 Sociedade Cooperativa

2.3.1.3 Organização Religiosa

2.3.1.4 Instrumentos Jurídicos

2.3.1.5 Chamamento Público

2.3.1.6 Comissão de Seleção

2.3.1.7 Formalização do Termo de Colaboração e de Fomento ou

Acordo de cooperação

2.3.1.8 Liberação e contabilização dos Recursos

2.3.1.9 Prestação de Contas

2.4 Imunidades e Isenções

2.4.1 Imunidade tributária

2.4.2 Isenções tributárias

2.4.3 Contribuições Sociais alcançadas pela isenção

2.5 Obrigações acessórias das Entidades do 3° Setor

2.5.1 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF)

2.5.2 Demonstrativo de Apurações de Contribuições Sociais (DACON)

2.5.3 Escrituração Fiscal Digital Contribuições (EFD Contribuições)

2.5.4 Declaração de Imposto de Retido na Fonte (DIRF)

2.5.5 Declaração de Informações Econômico- Fiscais da Pessoa Jurídica

(DIPJ)

2.5.6 GFIP/SEFIP Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações a

Previdência

2.5.7 Exercícios

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3. Aspectos Contábeis.

3.1 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao 3° Setor (Res. CFC

1.409/12)

3.2 Escrituração Contábil

3.2.1 Mensuração e Reconhecimento Contábil das Receitas de Doações

3.2.2 Trabalho Voluntário utilizado como investimento

3.2.3 Trabalho Voluntário utilizado como custeio

3.2.4 Reconhecimento das imunidades e isenções

3.2.5 Receita de Convênios e Contrapartidas de Convênios

3.2.6 Reconhecimento da gratuidade

3.3 Demonstrações Contábeis

3.3.1 Finalidade das Demonstrações Contábeis

3.3.2 Regime de Competência

3.3.3 Pressuposto da Continuidade Normal das Operações

3.3.4 Modelos de Demonstrações Contábeis ( Res. 1.409/12 )

3.3.4.1 Balaço Patrimonial

3.3.4.2 Demonstração do Resultado do Período

3.3.4.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

3.3.4.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa

3.3.5 Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis

4. Exercícios

5. Anexos

6. Referências

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Introdução.

Impulsionada pelos Movimentos Sociais a década de 1980 foi marcada pelo

crescimento significativo das Entidades do Terceiro Setor, notabilizada pelo

segmento das Organizações Sociais atuante em áreas específica como: meio

ambiente, pobreza, discriminação racial, entre outras. O meio ambiente

dominou a pauta dos debates na sociedade, sobretudo, os temas versando

sobre biodiversidade, preservação das espécies, despoluição do ar, etc. Neste

cenário realizou-se a ECO-92, vinte anos após a realização da primeira

conferência sobre o meio ambiente, em Estocolmo Suécia. No Rio de Janeiro,

representantes de cento e oito países do mundo reuniram-se para decidir que

medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a

existência de outras gerações. A intenção, nesse encontro, era introduzir a

ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento

econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico. Dentre

os resultados da Conferência aparece o crescimento de fundos internacionais

para apoio às ONG.

No Brasil, o termo ONG não está contemplado na nossa legislação, sendo mais

usado termos como Organização da Sociedade Civil, Terceiro Setor ou

Entidade sem fim lucrativo. Estas Instituições são constituídas com a natureza

jurídica de Associações, Fundações, Partidos Políticos e Instituições

Religiosas.

Segundo Estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE e o

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA em parceria com a

Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais - Abong e o

Grupo de Institutos, Fundações e Empresas – GIFE existiam no Brasil “em

2010, 290,7 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos -

Fasfil. Sua importância é revelada pelo fato de este grupo de instituições

representar mais da metade (52,2%) do total de 556,8 mil entidades sem fins

lucrativos e uma parcela significativa (5,2%) do total de 5,6 milhões de

entidades públicas e privadas, lucrativas e não lucrativas, que compunham o

Cadastro Central de Empresas - Cempre, do IBGE” neste mesmo ano.

No nosso curso vamos fazer uma abordagem das Entidades do Terceiro setor

sob dois aspectos: O legal e o contábil. No primeiro, trataremos de questões

como constituição, benefícios concedidos pelo Poder públicos, Imunidades e

Isenções e obrigações acessórias; no segundo será a vez de abordarmos as

Normas Brasileiras de Contabilidade, Escrituração e Demonstrações

Contábeis.

Não temos a pretensão de esgotar o assunto, contudo, esperamos contribuir

para o aprofundamento do conhecimento das Entidades com compõem o

Terceiro Setor.

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2. Aspectos Legais.

Delimitando o campo de aplicação da Contabilidade do Terceiro setor,

podemos definir como sendo o das pessoas jurídicas que não tem objetivo de

lucro. Neste sentido, o quadro abaixo mostra as pessoas jurídicas existente no

Brasil de acordo com a Lei 10.406 de 2002, nosso Código Civil.

Interno: União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e demais Entidades de caráter público criadas por Lei.

1° Setor Direito Público

Externo: Estados estrangeiros e toda pessoa Jurídica regida pelo Direito Público Internacional

Direito Privado

Associações Fundações Organizações Religiosas Partidos Políticos

Pessoa Jurídica

3° Setor

Sociedades Empresarias

Limitada Anônima Nome coletivo Comandita Simples Comandita Por ações

Não Empresárias Sociedade Simples Sociedades Cooperativas

2° Setor

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2.1 Constituição e Legalização das Entidades Sem Finalidade de Lucro.

As Entidades Sem Finalidades de Lucro se constituem de fato e de direito a

partir dos registros dos seus atos constitutivos nos órgãos competentes.

Compõem os atos constitutivos das Entidades do terceiro setor.

Associação:

o Ata da Assembleia de Fundação

o Estatuto aprovado pela Assembleia de Fundação

Fundação.

o Escritura pública ou testamento

o Estatuto

Organizações Religiosas:

o Ata da Assembleia de Fundação

o Estatuto aprovado pela Assembleia de Fundação

Partidos Políticos:

o Requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório

competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital

Federal, devendo ser subscrito pelos seus fundadores, em

número nunca inferior a cento e um, com domicílio eleitoral em,

no mínimo, um terço dos Estados, e será acompanhado de:

o I - cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido;

o II - exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor,

o programa e o estatuto;

o III - relação de todos os fundadores com o nome completo,

naturalidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção,

Município e Estado, profissão e endereço da residência.

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2.1.1 Natureza Jurídica

De acordo com os incisos I, III, IV e V do Art. 44 da Lei 10.406 de 2002, Código

Civil a Natureza Jurídica se apresenta:

“Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I – as associações;

II – as sociedades;

III – as fundações.

IV – as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003);

V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003).”

2.1.2 Associação

É uma forma jurídica de legalizar a união de pessoas em torno de

necessidades e objetivos comuns, sem finalidade de lucro. Sua

constituição permite a construção de melhores condições do que

aquelas que os indivíduos teriam isoladamente para a realização dos

seus objetivos.

Segundo o Art. 53 do CCB “Constituem-se as associações pela união

de pessoas que se organizem para fins não econômicos”.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS.

De modo geral as associações caracterizam-se por:

Reunião de duas ou mais pessoas para a realização de objetivos

comuns (lembrando que a lei não define o número legal para criar uma

associação);

Seu patrimônio é constituído pela contribuição dos associados ou de

seus membros, por doações, subvenções. Não possui capital social, por

isso dificulta a obtenção de financiamento junto às instituições

financeiras;

Seus fins podem ser alterados pelos associados;

Seus associados deliberam livremente;

São entidades do direito privado e não público.

CONSTITUIÇÃO.

Passos para constituição de uma Associação.

1 assembleia geral de Fundação da organização;

2 aprovação dos estatutos;

3 eleição dos membros da diretoria;

4 posse dos membros da diretoria;

5 lavratura das atas de reuniões;

6 registro dos atos constitutivos.

ESTATUTO

O instrumento de constituição de uma associação é o estatuto, o qual

deve conter, segundo o art. 54 do Código Civil, os seguintes itens:

“Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:

I – a denominação, os fins e a sede da associação;

II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;

III – os direitos e deveres dos associados;

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IV – as fontes de recursos para sua manutenção;

V – o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos;

(Lei nº 11.127/2005)

VI – as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a

dissolução;

VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas

contas. (Lei nº 11.127-2005) (Código Civil)”

DISSOLUÇÃO

De acordo com o Art. 61 do Código Civil a dissolução de uma

Associação deve estar expressa no seu Estatuto.

Ainda, neste mesmo Artigo, está previsto a possibilidade de restituição

dos valores das contribuições prestadas ao patrimônio da Associação.

“Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio

líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais

referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins

não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação

dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins

idênticos ou semelhantes.

§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos

associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida

neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as

contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.

§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no

Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições

indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se

devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.”

2.1.3 Fundação.

São organizações sem fins lucrativos, que podem ser públicas ou

privadas. Instituídas a partir da destinação de um patrimônio com a

finalidade de servir a uma causa, podendo constituir-se somente para

fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. Não é necessária a

reunião de várias pessoas para constituí-la, como no caso das

associações. No caso das fundações públicas estas são entidades de

personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, criadas por

autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades de

interesse público (educação, cultura e pesquisa, entre outras). Vamos

abordar somente as fundações privadas.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS.

De modo geral as Fundações caracterizam-se por:

Patrimônio disponibilizado por um instituidor.

Fins definidos pelo § Único do Art.62 do Código Civil - somente poderá

constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência

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Não se forma pela associação de pessoas físicas, nasce em virtude da

dotação de um patrimônio inicial, o qual servirá para prestar serviços de

interesse coletivo ou social.

Podem assumir personalidades jurídicas de direito Público ou Privado

Controlada e fiscalizada pelo Ministério Público

CONSTITUIÇÃO.

Passos para constituição de uma Fundação.

1. o instituidor e/ou instituidores, designando os bens patrimoniais,

elaborará o estatuto e o submeterá ao Ministério Público (Curador de

Fundações) que, após analise aprovará ou não a instituição, bem

como indicará modificações estatutárias, se necessário;

2. autorizado pelo Ministério Público, o instituidor e/ou instituidores

providenciará a lavratura da escritura;

3. após a lavratura da escritura de constituição da fundação, esta será

registrada perante Cartório de Registro de Pessoa Jurídica,

atribuindo-lhe, então, a personalidade jurídica.

ESTATUTO

Cabe aos administradores indicados pelos Instituidores a formular o

Estatuto da Fundação, submetendo em seguida ao Ministério Público, com

recurso ao Juiz.

Deverá conter:

Denominação;

Fundo social (patrimônio), quando houver;

Fins;

Endereço completo da sede;

Prazo de duração da Fundação;

Modo de constituição de todos os órgãos e seus mandatos;

Atribuições dos diretores;

Cargo que representa a sociedade, ativa e passivamente, judicial e

extrajudicialmente;

Se o estatuto é reformável no tocante à administração, e de que

modo;

Se os membros respondem ou não subsidiariamente pelas

obrigações sociais;

Condições de extinção e, nesse caso, o destino de seu patrimônio;

Nomes dos fundadores ou instituidores, informando identidade e

CPF;

Relação dos membros da diretoria, provisória ou definitiva, com a

indicação da nacionalidade, estado civil, profissão, residência, CPF e

identidade de cada um.

DISSOLUÇÃO

Os artigos 69 do Código Civil e 1.204 do Código de Processo Civil

enumeram as hipóteses de dissolução da Fundação, a saber:

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a) quando a finalidade da fundação tornar-se ilícita, impossível ou

inútil;

b)quando vencer o prazo de sua existência;

c)quando for impossível sua manutenção.

Ocorrendo uma destas hipóteses, portanto, o Ministério Público ou

qualquer interessado promoverá a extinção da fundação.

Da interpretação destes dispositivos legais podemos concluir que

qualquer interessado e também o Ministério Público podem requerer a

extinção da fundação, que se dar pela via judicial ou administrativa.

O Estatuto também deve prever a destinação dos bens quando da

extinção da fundação, consignando o nome da instituição, com fins

iguais ou semelhantes, na qual serão incorporados.

Não havendo previsão estatutária, se a extinção ocorrer pela via

judiciária, ficará a cargo do juiz decidir; se ocorrer pela via administrativa,

caberá a escolha ao Ministério Público.

É importante que conste do Estatuto a responsabilidade por realizar o

registro da extinção da fundação no Registro Civil das Pessoas

Jurídicas, para que produza seus efeitos perante terceiros.

2.1.4 Organizações Religiosas

A lei l0.825 de 22 de dezembro de 2003 deu nova redação aos Art. 44

da lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 Código Civil, introduzindo o Inciso

IV as organizações religiosas, definindo-a como pessoas jurídicas de

direito privado.

PRICIPAIS CARACTERÍSTIAS

As organizações religiosas é uma forma associativa que agrega pessoas

que professam as mesmas convicções religiosas. Deste modo geral as

organizações religiosas caracteriza-se por:

Reunião de pessoas que professam e se dedicam na vivência de

uma religião, de uma crença, de uma espiritualidade e através da

meditação, da oração e de outras práticas próprias e peculiares

segundo a opção pessoal e individual das pessoas;

Patrimônio é constituído pela contribuição dos associados ou de

seus membros, por doações, dízimos e ofertas. Não possui capital

social, por isso dificulta a obtenção de financiamento junto às

instituições financeiras;

Seus associados deliberam livremente; e

São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o

funcionamento sendo vedado ao poder público negar-lhes

reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários

ao seu funcionamento.

CONSTITUIÇÃO

As organizações religiosas são associações de pessoas que processam

as mesmas convicções religiosas, portanto, sua constituição segue os

mesmos passos da associação, ou seja:

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Assembleia geral de Fundação da organização religiosa;

Aprovação do Estatuto;

Eleição dos membros da diretoria;

Posse dos membros eleitos;

Lavratura da ata de fundação; e

Registro dos atos constitutivos.

ESTATUTO

Na elaboração do ato constitutivo, a organização religiosa tem ampla

liberdade para estabelecer os objetivos, a estrutura administrativa, as

regras de funcionamento e outros aspectos inerentes ao modo de ser da

Instituição. Deste modo o estatuto das organizações religiosas além de

conter as cláusulas exigidas nas associações ( Art. 54 do Código Civil),

pode mencionar, ainda, a sua liturgia.

DISSOLUÇÃO

De acordo como o Inciso VI do Art. 54 do Código Civil, sob pena de

nulidade o Estatuto das Associações deverá conter as condições para a

alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.

2.1.5 Partidos Políticos

O inciso V do Art. 44 da lei 10.406 de 2002 Código Civil introduzida pela

Lei 10.825 de 2003 define Partido Político como pessoa jurídica de

direito privado.

Já o parágrafo 1º do art. 17 da Constituição Federal de 1988 e o artigo

3º da Lei nº 9.096/95 introduzem no ordenamento jurídico nacional a

autonomia que é assegurada ao partido político para definir sua

estrutura interna, organização e funcionamento.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

O partido político é uma associação de pessoas, todas com iguais

direitos e deveres, que comungam do mesmo ideário político,

caracterizando-se por:

Tem a pretensão de alcançar o poder político, ou influenciá-lo tanto

quanto possível, para que o Estado possa ser conduzido em

consonância com esse ideário;

Vedação a criação de partidos Regionais;

Autonomia para definir sua estrutura interna, organização e

funcionamento;

Assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do

sistema representativo e a defender os valores fundamentais da

pessoa humana;

Na falta da lei, estabelece limites de campanhas para seus

candidatos.

CONSTITUIÇÃO

Faz-se muita confusão quando o tema é a criação de partidos políticos.

Alguns, equivocadamente, pensam que o partido é criado a partir do

registro do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral. Todavia, a

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finalidade do registro do estatuto do partido junto ao TSE, não é apenas

sua criação.

É preciso separar três coisas:

Fundação do partido;

Aquisição de personalidade jurídica;

Aquisição de direitos próprios de partidos políticos.

A criação (ou fundação) do partido ocorre com a reunião de fundação do

partido e a confecção da ata correspondente (Lei nº 9.096/95, art. 8º, I).

A aquisição de personalidade jurídica pelo partido ocorre com o

registro do seu ato constitutivo (estatuto) no Registro Civil das Pessoas

Jurídicas da Capital Federal (Código Civil, art.45 e Lei nº 9.096/96, art.

7º,caput e art. 8º, §3º).

A aquisição de direitos próprios de partido político ocorre com o

deferimento do registro do seu estatuto no TSE:

direito de participar do processo eleitoral;

de ter acesso gratuito ao rádio e à televisão;

de receber quotas do fundo partidário;

de gozar das imunidades tributárias dos partidos políticos;

e

de ter exclusividade sobre o uso do nome e símbolos

partidários (Lei nº 9.096/95, art. 7º, §§ 2º e 3º).

ESTATUTO

O estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre:

I – nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede na

Capital Federal;

II – filiação e desligamento de seus membros;

III – direitos e deveres dos filiados;

IV – modo como se organiza e administra, com a definição de sua

estrutura geral e identificação, composição e competências dos órgãos

partidários nos níveis municipal, estadual e nacional, duração dos

mandatos e processo de eleição dos seus membros;

V – fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das

infrações e aplicação das penalidades, assegurado amplo direito de

defesa;

VI – condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e

funções eletivas;

VII – finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os

habilitem a apurar as quantias que os seus candidatos possam

despender com a própria eleição, que fixem os limites das contribuições

dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido, além

daquelas previstas nesta Lei;

VIII – critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os

órgãos de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido;

IX – procedimento de reforma do programa e do estatuto.

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Art. 15 da lei 9.096 de 19 de setembro de 1995.

DISSOLUÇÃO

O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão,

determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido

contra o qual fique provado:

I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência

estrangeira;

II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;

III – não ter prestado, nos termos da Lei, as devidas contas à Justiça

Eleitoral;

IV – que mantém organização paramilitar.

A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de

processo regular, que assegure ampla defesa.

O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia

de qualquer eleitor, de representante de partido, ou de representação do

Procurador-Geral Eleitoral.

Art. 28 da Lei 9.096/95

2.1.6 Registro civil da Ata de criação e do Estatuto das Entidades do 3°

Setor.

ASSOCIAÇÃO.

O registro dos atos constitutivos de uma Associação é feito no Cartório de

Registro de Pessoa Jurídica, da seguinte forma:

Requerimento assinado pelo Presidente ou procurador (procuração

especifica para RCPJ), com firma reconhecida;

Tamanho mínimo de fonte em documentos digitados;

A Ata da Assembleia de Fundação deve conter:

o Aprovação do estatuto e da criação da associação;

o Relação dos Fundadores com identidade e CPF, assinaturas do

Presidente e Secretário da Assembleia de Fundação e mesma data da

ata;

o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em

todas as páginas e suas assinaturas na última página;

o Eleição da diretoria com qualificação completa: cargo, nome, estado

civil, nacionalidade, profissão, CPF, identidade, endereço.

o Declaração do(s) administrador(es), firmada sob as penas da lei, de não

estar(em) impedido(s) de exercer(em a administração da associação,

em virtude de condenação criminal. O(s) mesmo(s) deve(m) assinar, a

ata com o presidente e o secretário da assembleia, OU fazer declaração

avulsa, assinada pelo Presidente e Vice-presidente da

Diretoria.(Res.02/2006 CGJ).

Se a qualificação for feita em folhas avulsas:

Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em

todas as páginas e suas assinaturas na última página;

Mesma data da Assembleia de Fundação na última página;

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o O Estatuto deve conter:

o Visto do advogado, com o número da OAB - somente na última folha;

o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em

todas as páginas;

o Mesma data da Assembleia de Fundação na última página;

o Assinaturas do presidente e do Secretário da Assembleia de

Fundação na última página

o Classificar como "Associação Civil".

o Artigos que tratem dos seguintes assuntos:

o Endereço completo da sede;

o Prazo de duração da associação;

o Admissão, demissão, exclusão de associados;

o Direitos e deveres dos associados;

o Atribuições de todos os diretores;

o Modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativo e

administrativo;

o Prazo de mandato de todos os órgãos;

o Fontes de recursos;

o Forma de gestão administrativa e de Aprovação das respectivas contas;

o Forma de dissolução;

o Destino do patrimônio, em caso de dissolução (entidade de fins não

econômicos);

o Incluir na competência da Assembleia Geral os assuntos abaixo,

definindo o quorum exigido:

o Destituir administradores

o Alterar o estatuto

FUNDAÇÃO.

A fundação somente pode constituir-se para fins religiosos, morais,

culturais ou de assistência.

Os documentos de criação da fundação deverão ser feitos através de

escritura pública e vir acompanhados de autorização do Ministério

Público (Travessa do Ouvidor, 38 – Centro, Rio de Janeiro/RJ).

Um advogado deverá dar seu visto ao final do estatuto, informando o

seu número da OAB.

Declaração do(s) administrador(es), firmada sob as penas da lei, de não

estar(em) impedido(s) de exercer(em a administração da associação,

em virtude de condenação criminal. O(s) mesmo(s) deve(m) assinar, a

ata com o presidente e o secretário da assembleia, OU fazer declaração

avulsa, assinada pelo Presidente e Vice-presidente da

Diretoria.(Res.02/2006 CGJ).

Todo pedido de registro deve ser apresentado com um Requerimento de

Registro (disponível neste site).

O Estatuto deve conter:

Denominação;

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Fundo social (patrimônio), quando houver;

Fins;

Endereço completo da sede;

Prazo de duração da Fundação;

Modo de constituição de todos os órgãos e seus mandatos;

Atribuições dos diretores;

Cargo que representa a sociedade, ativa e passivamente, judicial e

extrajudicialmente;

Se o estatuto é reformável no tocante à administração, e de que modo;

Se os membros respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações

sociais;

Condições de extinção e, nesse caso, o destino de seu patrimônio;

Nomes dos fundadores ou instituidores, informando identidade e CPF;

Relação dos membros da diretoria, provisória ou definitiva, com a

indicação da nacionalidade, estado civil, profissão, residência, CPF e

identidade de cada um.

ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS

Requerimento assinado pelo Presidente, com firma reconhecida, ou por

procurador (procuração especifica para RCPJ com firma reconhecida);

Tamanho mínimo de fonte em documentos digitados.;

A Ata da Assembleia de Fundação deve conter:

o Aprovação do estatuto e da criação da associação;

o Relação dos Fundadores c/ identidade e CPF, assinaturas do

Presidente e Secretário da Assembleia de Fundação e mesma data da

ata;

o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em

todas as páginas e suas assinaturas na última página;

o Nomeação da diretoria com qualificação completa: cargo, nome, estado

civil, nacionalidade, profissão, CPF, identidade, endereço;

o Se a qualificação for feita em folhas avulsas:

o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em

todas as páginas e suas assinaturas na última página;

o Mesma data da Assembleia de Fundação na última página;

O Estatuto deve conter:

o Visto do advogado, com o número da OAB - somente na última folha;

o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em

todas as páginas;

o Mesma data da Assembleia de Fundação na última página;

o Assinaturas do presidente e do Secretário da Assembleia de

Fundação na última página;

o Classificar como ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA;

Artigos que tratem dos seguintes assuntos:

A. Endereço completo da sede;

B. Prazo de duração da organização;

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C. Atribuições de todos os diretores;

D. Modo de constituição e funcionamento dos órgãos

deliberativo e administrativo;

E. Prazo de mandato de todos os órgãos;

F. Fontes de recursos;

G. Órgão competente e quorum para dissolução.

Extraído do site http://www.rcpjrj.com.br/rcpj.web/#.

2.2 Benefícios concedidos pelo Poder Público às entidades de interesse

Social

As Entidades de Interesse Social são pessoas jurídicas de direito privado

reguladas, quanto a sua criação e funcionamento, pelo Código Civil. Como

reconhecimento da atuação dessas pessoas jurídicas, o Poder Público

lhes concede benefícios como a imunidade e a isenção de tributos, além

da concessão de títulos como, Organização Social (OS), Certificado de

Entidade Beneficentes de Assistência Social (CEBAS) e o título de

organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP)

2.2.1 Titulações e Certificações

As organizações do Terceiro Setor, basicamente as associações e

fundações podem, de acordo com seus objetivos e funcionamento,

solicitarem e obterem titulações e certificações que lhes concedam e/ou

garantam benefícios, além daqueles previstos pela Constituição Federal, as

chamadas isenções ou imunidades em relação aos tributos.

Vamos nos concentrar basicamente nas titulações e certificações federais,

seguindo um breve resumo das suas vantagens, condições e obrigações

para obtenção ou manutenção dos mesmos.

2.2.2 Título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

(OSCIP)

Titulação conferida as entidades que estabelecem termo de parceria com o

Estado. Para requerer a qualificação como Oscip a entidade interessada

deverá atender aos requisitos da Lei nº 9.790/99, regulamentada pelo

Decreto nº 3.100/99.

DELIMITANDO O CAMPO DE ATUAÇÃO

Podem – Observado o princípio da universalização dos serviços, no

respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida

às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos

objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:

I - promoção da assistência social;

II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e

artístico;

III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma

complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;

IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar

de participação das organizações de que trata esta Lei;

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V - promoção da segurança alimentar e nutricional;

VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção

do desenvolvimento sustentável;

VII - promoção do voluntariado;

VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à

pobreza;

IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e

de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;

X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e

assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;

XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da

democracia e de outros valores universais;

XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas,

produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e

científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.

Art. 3º Lei 9.790/99.

NÃO PODEM - Não são passíveis de qualificação como Organizações

da Sociedade Civil de Interesse Público:

I - as sociedades comerciais;

II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de

categoria profissional;

III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos,

cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;

IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas

fundações;

V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou

serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;

VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e

assemelhados;

VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas

mantenedoras;

VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e

suas mantenedoras;

IX - as organizações sociais;

X - as cooperativas;

XI - as fundações públicas;

XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado

criadas por órgão público ou por fundações públicas;

XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de

vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192

da Constituição Federal.

Art. 2° Lei 9.790/99.

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Para qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse

Público, exige-se, ainda que as pessoas jurídicas interessadas sejam

regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre:

a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência;

a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e

suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de

benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação

no respectivo processo decisório;

a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de

competência para opinar sobre os relatórios de desempenho

financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas,

emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade;

a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o

respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa

jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que

tenha o mesmo objeto social da extinta;

a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a

qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial

disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em

que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa

jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que

tenha o mesmo objeto social;

a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da

entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para

aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em

ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região

correspondente a sua área de atuação;

as normas de prestação de contas a serem observadas pela

entidade, que determinarão, no mínimo:

observância dos princípios fundamentais de contabilidade

e das Normas Brasileiras de Contabilidade;

que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no

encerramento do exercício fiscal, ao relatório de atividades

e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se

as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao

FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer

cidadão;

a realização de auditoria, inclusive por auditores externos

independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais

recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em

regulamento;

a prestação de contas de todos os recursos e bens de

origem pública recebidos pelas Organizações da

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Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme

determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição

Federal.

Art. 4° Lei 9.790/99.

Documentação Exigida

PEDIDO DE QUALIFICAÇÃO DE OSCIP

CHECK-LIST OSCIP

Base Legal: art. 5º, Lei 9.790, de 1999:

CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS ESTATUTÁRIAS – art. 4º da Lei 9.790, de

1999:

CONSTA

(S/N)

I) Observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade, economicidade e da eficiência.

DOCUMENTAÇÃO CONSTA

(S/N)

a) Requerimento de qualificação como OSCIP, endereçada ao Ministro da

Justiça

b) Estatuto registrado em cartório (cópia autenticada)

c) Ata de eleição da atual Diretoria (cópia autenticada)

d) Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado de Exercício (original

ou cópia autenticada) - não serão aceitos tais documentos com valores

zerados, devendo ainda ser original ou autenticado. Deverá constar a

assinatura do representante legal e o contador.

e) Declaração de Isenção do Imposto de Renda

(modelo disponível no site do Ministério da Justiça)

f) Inscrição no Cadastro Nacional de Contribuintes

(com os dados atualizados: ex: Razão Social, endereço)

g) Declaração da entidade atestando que os membros da diretoria não

exercem ou ocupam cargo ou função pública.

(conforme Parecer nº45/2010/CEP/CGLEG/CONJUR/MJ, de 30.04.2010 c/c

parágrafo único do art. 4º da Lei 9.790/99).

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II) Adoção de pratica de gestão administrativa, necessária e suficiente a

coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou

vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo

processo decisório.

III) Constituição do conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de

competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e

contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo

pareceres para os organismos superiores da entidade.

IV) Previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo

patrimônio liquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos

termos da Lei nº 9.790/99, preferencialmente que tenha o mesmo objeto

social da extinta.

V) Previsão de que, na hipótese da pessoa jurídica perder a qualificação,

o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos

públicos durante o período que perdurou aquela qualificação, será

transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei nº

9.790/99, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social.

VI) Possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da

entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles

que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os

valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área

de atuação.

VII a) Normas de prestação de contas com observância dos princípios

fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de

Contabilidade.

VII b) Normas de prestação de contas determinando a publicidade, por

qualquer meio eficaz, no encerrametno do exercício fiscal, ao relatório de

atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as

certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à

disposição para exame de qualquer cidadão.

VII c) Normas de prestação de contas determinando a realização de

auditoria, inclusive por auditores externos independentes, se for o

caso, da aplicação de eventuais recursos objeto do termo de parceria

conforme previsto em regulamento.

VII d) Normas de prestação de contas de terminando que a prestação de

contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas

OSCIP será feita conforme o parágrafo único do art. 70 da Constituição

Federal.

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Obs. A documentação deve ser encaminhada ao seguinte endereço:

Ministério da Justiça - Secretaria Nacional de Justiça

Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação

Setor de Qualificação – OSCIP

Esplanada dos Ministérios, Ministério da Justiça, Ed. Anexo II – 3º Andar

– Sala 326 - CEP: 70.064-900 Brasília – DF.

TERMO DE PARCERIA.

É o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades

qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público

destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o

fomento e a execução das atividades de interesse público.

São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:

I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho

proposto pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público; II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os

respectivos prazos de execução ou cronograma;

III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de

desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado; IV - a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu

cumprimento, estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela

organização e o detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a

serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a

seus diretores, empregados e consultores; V - a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse

Público, entre as quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada

exercício, relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo

comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados,

acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente

realizados, independente das previsões mencionadas no inciso IV; VI - a de publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou da

União, conforme o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e

a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo de

Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme

modelo simplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados

principais da documentação obrigatória do inciso V, sob pena de não liberação

dos recursos previstos no Termo de Parceria.

§ 2° Art. 10 da lei 9.790.

2.2.3 Título de Organização Social (OS)

O Poder Executivo poderá qualificar como Organização Social as Pessoas

Jurídicas de direito privado sem fins cujas atividades sejam dirigidas:

pesquisa científica;

ao desenvolvimento tecnológico;

à proteção e preservação do meio ambiente;

à cultura; e

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à saúde.

São requisitos específicos para que as entidades privadas habilitem-se à

qualificação como organização social:

I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:

natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de

atuação;

finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de

seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias

atividades;

previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação

superior e de direção, um conselho de administração e uma

diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele

composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas

nesta Lei;

previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação

superior, de representantes do Poder Público e de membros da

comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;

composição e atribuições da diretoria;

obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos

relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato de

gestão;

no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na

forma do estatuto;

proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido

em qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada

ou falecimento de associado ou membro da entidade;

previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das

doações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes

financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou

desqualificação, ao patrimônio de outra organização social

qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao

patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos

Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados;

haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua

qualificação como organização social, do Ministro ou titular de órgão

supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu

objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e

Reforma do Estado.

Conselho de Administração.

O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser

o respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos

de qualificação, os seguintes critérios básicos:

I - ser composto por:

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20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos

representantes do Poder Público, definidos pelo estatuto da

entidade;

20 a 30% (vinte a trinta por cento) de membros natos

representantes de entidades da sociedade civil, definidos pelo

estatuto;

até 10% (dez por cento), no caso de associação civil, de membros

eleitos dentre os membros ou os associados;

10 a 30% (dez a trinta por cento) de membros eleitos pelos

demais integrantes do conselho, dentre pessoas de notória

capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral;

até 10% (dez por cento) de membros indicados ou eleitos na

forma estabelecida pelo estatuto;

II - os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho devem ter

mandato de quatro anos, admitida uma recondução;

III - os representantes de entidades previstos nas alíneas "a" e "b" do

inciso I devem corresponder a mais de 50% (cinqüenta por cento) do

Conselho;

IV - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados

deve ser de dois anos, segundo critérios estabelecidos no estatuto;

V - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do

conselho, sem direito a voto;

VI - o Conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, três vezes a

cada ano e, extraordinariamente, a qualquer tempo;

VII - os conselheiros não devem receber remuneração pelos serviços

que, nesta condição, prestarem à organização social, ressalvada a ajuda

de custo por reunião da qual participem;

VIII - os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a diretoria da

entidade devem renunciar ao assumirem funções executivas.

Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser

atribuições privativas do Conselho de Administração, dentre outras:

I - fixar o âmbito de atuação da entidade, para consecução do seu

objeto;

II - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade;

III - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de

investimentos;

IV - designar e dispensar os membros da diretoria;

V - fixar a remuneração dos membros da diretoria;

VI - aprovar e dispor sobre a alteração dos estatutos e a extinção da

entidade por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros;

VII - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no

mínimo, sobre a estrutura, forma de gerenciamento, os cargos e

respectivas competências;

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VIII - aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o

regulamento próprio contendo os procedimentos que deve adotar para a

contratação de obras, serviços, compras e alienações e o plano de

cargos, salários e benefícios dos empregados da entidade;

IX - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato

de gestão, os relatórios gerenciais e de atividades da entidade,

elaborados pela diretoria;

X - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar

os demonstrativos financeiros e contábeis e as contas anuais da

entidade, com o auxílio de auditoria externa.

Contrato de Gestão.

Instrumento firmado entre a Administração Pública e a entidade

qualificada como Organização Social, com vistas à formação de parceria

entre as partes, elaborado em comum acordo, discriminando as

atribuições e responsabilidades, devendo ser submetido ao Ministro de

Estado ou autoridade supervisora da área correspondente à atividade

fomentada, após aprovação pelo Conselho de Administração.

Na elaboração do contrato de Gestão devem ser observado os princípios

da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade

e, também, os seguintes preceitos:

I - especificação do programa de trabalho proposto pela

organização social, a estipulação das metas a serem atingidas e

os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa

dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem

utilizados, mediante indicadores de qualidade e produtividade;

II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com

remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem

percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações

sociais, no exercício de suas funções.

Desqualificação.

O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como

organização social, quando constatado o descumprimento das

disposições contidas no contrato de gestão.

A desqualificação será precedida de processo administrativo,

assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da

organização social, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos

decorrentes de sua ação ou omissão.

A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores

entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras

sanções cabíveis.

OBS.: Base legal Lei 9.637/98.

2.2.4 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas)

Certificação concedida pela União a organizações sem fins lucrativos

que atuem especificamente nas áreas da saúde, educação e assistência

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social, conforme definido no art. 1º da Lei Federal nº 12.101/2009. A

conceituação e a abrangência dessas áreas são apresentadas na

Constituição Federal, como segue:

SAÚDE.

“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido

mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco

de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às

ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”

ASSISTÊNCIA SOCIAL

“. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar,

independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por

objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à

velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e

a promoção de sua integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa

portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios

de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família,

conforme dispuser a lei.”

EDUCAÇÃO

“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,

será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando

ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da

cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

Breve Histórico

Cabia ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), órgão do

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), a

Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social, processo

pelo qual uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com

a finalidade de prestação de serviços na área de Assistência Social,

Educação e Saúde, antes denominada “filantrópica”, é reconhecida

como entidade beneficente de assistência social, com base em

requisitos e critérios definidos em lei.

A Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, criou novas regras e

atribuiu ao Ministério da Saúde (MS), ao Ministério da Educação (MEC)

e ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)

a responsabilidade pela certificação das entidades em suas respectivas

áreas.

Requisitos para Obtenção.

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Para obter a certificação, as entidades deverão obedecer ao princípio da

universalidade do atendimento, vedado o direcionamento de suas

atividades exclusivamente a seus associados ou a categoria profissional. Entidade com Atuação em mais de uma Área.

A entidade que atuar em mais de uma das áreas deverá

requerer a concessão da certificação ou sua renovação junto ao

Ministério certificador da sua área de atuação preponderante,

sem prejuízo da comprovação dos requisitos exigidos para as

demais áreas.

A atividade econômica principal constante do CNPJ deverá

corresponder ao principal objeto de atuação da entidade,

verificado nos documentos apresentados, sendo preponderante a

área na qual a entidade realiza a maior parte de suas despesas.

A área de atuação preponderante da entidade será

verificada pelo Ministério certificador que receber o

requerimento, antes da análise dos requisitos exigidos para sua

concessão ou sua renovação.

Na hipótese de recebimento de requerimento por Ministério sem

competência pela certificação na área de atuação preponderante

da entidade, este será encaminhado ao Ministério certificador

competente, considerada a data do protocolo inicial para fins de

comprovação de sua tempestividade.

O requerimento de concessão da certificação ou de sua

renovação protocolado em mais de um Ministério pela mesma

entidade será analisado de acordo com a ordem cronológica do

Ministério certificador competente na área de atuação

preponderante da entidade.

As entidades deverão manter escrituração contábil com registros

segregados de modo a evidenciar o seu patrimônio, as suas

receitas, os custos e despesas de cada área de atuação,

conforme normas do Conselho Federal de Contabilidade.

Os registros de atos e fatos devem ser segregados por área de

atuação da entidade e obedecer aos critérios específicos de cada

área, a fim de possibilitar a comprovação dos requisitos para sua

certificação como entidade beneficente de assistência social.

A concessão da certificação ou renovação de entidade com

atuação em mais de uma das áreas dependerá da manifestação

dos demais Ministérios certificadores competentes nas

respectivas áreas de atuação.

Recebido o requerimento de concessão da certificação ou de sua

renovação, o Ministério certificador competente na área de

atuação preponderante da entidade consultará os demais

Ministérios interessados, que se manifestarão no prazo de trinta

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27

dias, prorrogável por igual período, sobre o cumprimento dos

requisitos nas suas respectivas áreas.

O requerimento deverá ser analisado pelos Ministérios

certificadores interessados e somente será deferido se

constatado o cumprimento dos requisitos previstos na Lei

no 12.101, de 2009, e no Decreto 8.242/14.

As entidades com atuação preponderante nas áreas de

educação ou de saúde deverão, para fins de comprovação dos

requisitos no âmbito da assistência social, demonstrar:

I - a inscrição das ações assistenciais junto aos

Conselhos municipal ou distrital de assistência social

onde desenvolvam suas ações;

II - que as ações e serviços socioassistenciais de

forma gratuita, continuada e planejada, para os

usuários e para quem deles necessitar, sem

discriminação.

III - que suas ações socioassistenciais integram o

sistema de cadastro nacional de entidades e

organizações de assistência social.

CERTIFICAÇÃO DAS ENTIDADES DE SAÚDE

Compete ao Ministério da Saúde conceder ou renovar a certificação das

entidades beneficentes de assistência social da área de saúde.

Consideram-se entidades beneficentes de assistência social na área

de saúde aquelas que atuem diretamente na atenção à saúde.

O requerimento de concessão ou renovação da certificação de

entidade que atue na área da saúde deverá ser protocolado junto ao

Ministério da Saúde, em sistema próprio, acompanhado, além dos

previstos para as áreas de Educação e Assistência Social, dos

seguintes documetntos:

o I - cópia da proposta de oferta da prestação de serviços ao

SUS no percentual mínimo de sessenta por cento, efetuada

pelo responsável legal da entidade ao gestor local do SUS,

protocolada junto à Secretaria de Saúde respectiva; e

II - cópia do contrato, convênio ou instrumento congênere

firmado com o gestor do SUS.

O Ministério da Saúde poderá exigir a apresentação de

outros documentos.

A prestação anual de serviços ao SUS no percentual mínimo de

sessenta por cento será comprovada por meio dos registros das

internações hospitalares e atendimentos ambulatoriais verificados

nos sistemas de informações do Ministério da Saúde.

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Os atendimentos ambulatoriais e as internações hospitalares

realizados pela entidade de saúde serão apurados de acordo com os

seguintes critérios:

I - produção de internações hospitalares medida pela razão

paciente-dia; e

II - produção de atendimentos ambulatoriais medida por

quantidade de atendimentos.

A produção da entidade de saúde que presta serviços

exclusivamente na área ambulatorial será verificada apenas pelo

critério estabelecido no item II.

Para os requerimentos de renovação de certificação, caso a entidade

de saúde não cumpra a exigência constante de sessenta por cento

no exercício fiscal anterior ao do requerimento, o Ministério da Saúde

avaliará o cumprimento da exigência com base na média do total de

prestação de serviços ao SUS pela entidade durante todo o período

de certificação em curso, que deverá ser de, no mínimo, sessenta

por cento.

Apenas será admitida a avaliação da entidade de saúde pelo

Ministério da Saúde caso haja o cumprimento, no mínimo, de

cinquenta por cento da prestação de serviços em cada um dos anos

do período de sua certificação.

A comprovação da prestação dos serviços ao SUS, conforme

regulamento do Ministério da Saúde, será feita com base nas

internações hospitalares, nos atendimentos ambulatoriais e nas

ações prioritárias realizadas.

CERTIFICAÇÃO DAS ENTIDADES DE EDUCAÇÃO

Compete ao Ministério da Educação conceder ou renovar a certificação

das entidades beneficentes de assistência social da área de educação.

Para os fins de concessão da certificação ou de sua renovação, a

entidade de educação deverá:

o I - demonstrar sua adequação às diretrizes e metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE), na forma do art. 214 da Constituição Federal.

o II - atender a padrões mínimos de qualidade, aferidos pelos processos de avaliação conduzidos pelo Ministério da Educação; e

o III - conceder anualmente bolsas de estudo na proporção de 1 (uma) bolsa de estudo integral para cada 5 (cinco) alunos pagantes.

Para o cumprimento da proporção descrita no item III, a entidade poderá oferecer bolsas de estudo parciais, observadas as seguintes condições:

o I - no mínimo, 1 (uma) bolsa de estudo integral para cada 9 (nove) alunos pagantes; e

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o II - bolsas de estudo parciais de 50% (cinquenta por cento), quando necessário para o alcance do número mínimo exigido, conforme definido em regulamento.

A adequação às diretrizes e metas estabelecidas no Plano

Nacional de Educação - PNE será demonstrada por meio de

plano de atendimento que comprove a concessão de bolsas,

eventuais benefícios complementares e projetos e atividades para

a garantia da educação básica em tempo integral, submetido à

aprovação do Ministério da Educação.

O plano de atendimento constitui-se na descrição da concessão

de bolsas, eventuais benefícios complementares e projetos e

atividades para a garantia da educação básica em tempo integral

desenvolvidos pela entidade, e no planejamento destas ações

para todo o período de vigência da certificação a ser concedida

ou renovada.

O Ministério da Educação analisará o plano de atendimento

visando ao cumprimento das metas do PNE, de acordo com as

diretrizes estabelecidas na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de

1996, e segundo critérios de qualidade e prioridade por ele

definidos, reservando-se o direito de determinar adequações,

propondo medidas a serem implementadas pela entidade em

prazo a ser fixado, sob pena de indeferimento do requerimento ou

cancelamento da certificação.

Todas as bolsas de estudos a serem computadas como aplicação

em gratuidade pela entidade deverão ser informadas ao Censo da

Educação Básica e ao Censo da Educação Superior, conforme

definido pelo Ministério da Educação.

O número total de bolsas de estudo, eventuais benefícios

complementares e projetos e atividades para a garantia da

educação básica em tempo integral deverão estar previstos no

plano de atendimento, de forma discriminada.

Serão computadas as matrículas da educação profissional

oferecidas em consonância com a Lei nº 9.394, de 1996, com

a Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011, e com o Decreto

no 5.154, de 23 de julho de 2004, na forma definida pelo Ministério

da Educação.

Serão computadas as matrículas da educação de jovens e

adultos oferecidas em consonância com a Lei nº 9.394, de 1996.

O Ministério da Educação estabelecerá as definições necessárias

ao cumprimento das proporções de bolsas de estudo, benefícios

complementares e projetos e atividades para a garantia da

educação básica em tempo integral..

As entidades de educação que prestem serviços integralmente

gratuitos deverão:

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I - garantir a observância da proporção de, no mínimo, um

aluno cuja renda familiar mensal per capita não exceda o

valor de um salário-mínimo e meio para cada cinco alunos

matriculados; e

II - adotar e observar, no que couber, os critérios de

seleção e as proporções previstas na Seção II do Capítulo

II da Lei nº 12.101, de 2009, considerado o número total de

alunos matriculados.

As entidades de educação deverão selecionar os alunos a serem

beneficiados pelas bolsas previstas, a partir do perfil socioeconômico

e dos seguintes critérios:

I - proximidade da residência;

II - sorteio; e

III - outros critérios contidos no plano de atendimento

da entidade.

Na hipótese de adoção dos critérios previstos no item III, as

entidades de educação deverão oferecer igualdade de condições

para acesso e permanência aos alunos beneficiados pelas bolsas de

estudo, eventuais benefícios complementares e projetos e atividades

para a garantia da educação básica em tempo integral.

O Ministério da Educação poderá determinar a reformulação dos

critérios de seleção de alunos beneficiados constantes do plano de

atendimento da entidade, quando julgados incompatíveis com as

finalidades da Lei no 12.101, de 2009, sob pena de indeferimento do

requerimento de certificação ou de sua renovação.

No ato de concessão da certificação ou de sua renovação, as

entidades de educação que não tenham concedido o número mínimo

de bolsas, poderão compensar o número de bolsas devido nos três

exercícios subsequentes com acréscimo de vinte por cento sobre o

percentual não atingido ou o número de bolsas não concedido,

mediante a assinatura de Termo de Ajuste de Gratuidade, nas

condições estabelecidas pelo Ministério da Educação.

Após a publicação da decisão relativa ao julgamento do requerimento

de concessão da certificação ou de sua renovação na primeira

instância administrativa, as entidades de educação a que se refere

o caput poderão requerer a assinatura do Termo de Ajuste de

Gratuidade no prazo improrrogável de trinta dias.

O descumprimento do Termo de Ajuste de Gratuidade implicará o

cancelamento da certificação da entidade em relação a todo o seu

período de validade.

O Termo de Ajuste de Gratuidade poderá ser celebrado uma única

vez.

As bolsas de pós-graduação stricto sensu poderão integrar o

percentual de acréscimo de compensação de vinte por cento, desde

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que se refiram a áreas de formação definidas pelo Ministério da

Educação.

Os requerimentos de concessão ou de renovação de certificação de

entidades de educação ou com atuação preponderante na área de

educação deverão ser instruídos com os seguintes documentos:

da mantenedora: aqueles comum as demais áreas

da instituição de educação:

ato de credenciamento regularmente expedido pelo

órgão normativo do sistema de ensino;

b) relação de bolsas de estudo, eventuais benefícios

complementares e projetos e atividades para a garantia

da educação básica em tempo integral, com

identificação precisa de cada um dos beneficiários;

c) plano de atendimento, na forma definida pelo art. 30,

durante o período pretendido de vigência da

certificação;

d) regimento ou estatuto; e

e) identificação dos integrantes do corpo dirigente, com

descrição de suas experiências acadêmicas e

administrativas.

O requerimento será analisado em relação ao cumprimento do

número mínimo de bolsas de estudo a serem concedidas

e,quanto ao conteúdo do plano de atendimento, será verificado o

cumprimento das metas do PNE, de acordo com as diretrizes e os

critérios de prioridade definidos pelo Ministério da Educação.

O requerimento de renovação de certificação deverá ser

acompanhado de relatório de atendimento às metas definidas no

plano de atendimento precedente.

Sem prejuízo do prazo de validade da certificação, a entidade

deverá apresentar relatórios anuais, contendo informações sobre

o preenchimento das bolsas de estudo e do atendimento às

metas previstas no plano de atendimento vigente, no prazo e

forma definidos pelo Ministério da Educação.

CERTIFICAÇÃO DAS ENTIDADES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Compete ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

conceder ou renovar a certificação das entidades beneficentes de

assistência social da área de assistência social que preencherem os

requisitos previstos na Lei no 12.101, de 2009.

Poderão ser certificadas as entidades de assistência social que

prestam serviços ou executam programas ou projetos

socioassistenciais, de forma gratuita, continuada e planejada, e

sem discriminação de seus usuários.

Consideram-se entidades de assistência social aquelas sem fins

lucrativos que, isolada ou cumulativamente, prestam atendimento

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ou assessoramento aos beneficiários abrangidos pela Lei

no 8.742, de 1993, ou atuam na defesa e garantia de seus

direitos, nos termos do art. 3o da referida lei.

Observado o disposto acima, também são consideradas

entidades de assistência social:

as que prestam serviços ou ações socioassistenciais, sem

qualquer exigência de contraprestação dos usuários, com o

objetivo de habilitação e reabilitação da pessoa com

deficiência e de promoção da sua inclusão à vida

comunitária, no enfrentamento dos limites existentes para

as pessoas com deficiência, de forma articulada ou não

com ações educacionais ou de saúde.

as de que trata o inciso II do caput do art. 430 do Decreto-

Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, Consolidação das

Leis do Trabalho, desde que os programas de

aprendizagem de adolescentes, jovens ou pessoas com

deficiência sejam prestados com a finalidade de promover

a integração ao mercado de trabalho, nos termos da Lei nº

8.742, de 1993, observadas as ações protetivas previstas

na Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990; e

as que realizam serviço de acolhimento institucional

provisório de pessoas e de seus acompanhantes, que

estejam em trânsito e sem condições de autossustento,

durante o tratamento de doenças graves fora da localidade

de residência.

Observado o disposto no item III, as entidades de acolhimento de

idosos poderão ser certificadas, com a condição de que eventual

cobrança de participação do idoso no custeio da entidade não

poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício

previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.

Para obter a concessão da certificação ou sua renovação, além

da documentação prevista comum a todas as áreas, a entidade

de assistência social deverá demonstrar:

natureza, objetivos e público-alvo compatíveis com a Lei

nº 8.742, de 1993 (Lei orgânica da Assistência Social), e

o Decreto no 6.308, de 14 de dezembro de 2007;

inscrição no Conselho de Assistência Social Municipal ou

do Distrito Federal, de acordo com a localização de sua

sede ou do Município em que concentre suas atividades,

nos termos do art. 9º da Lei nº 8.742, de 1993; e

inclusão no cadastro nacional de entidades e organizações

de assistência social de que trata o inciso XI do caput do

art. 19 da Lei nº 8.742, de 1993, na forma definida pelo

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

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A comprovação do vínculo da entidade de assistência social ao

SUAS ( Sistema Único da Assistência Social), suficiente para a

obtenção da certificação.

A verificação do vínculo da entidade de assistência social

ocorrerá no sistema de cadastro nacional de entidades e

organizações de assistência social na forma definida pelo

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

A certificação de entidade de assistência social vinculada ao

SUAS não é automática e depende da formalização de prévio

requerimento, inclusive para sua renovação.

Documentação para Certificação.

Para a Certificação CEBAS são necessário os seguintes documentos:

comprovante de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica -

CNPJ;

cópia da ata de eleição dos dirigentes e do instrumento comprobatório

de representação legal, quando for o caso;

cópia do ato constitutivo registrado, que demonstre a formalização como

PJ de direito privado e preveja, em seus atos constitutivos, em caso de

dissolução ou extinção, a destinação do eventual patrimônio

remanescente a entidade sem fins lucrativos congêneres ou a entidades

públicas.

relatório de atividades desempenhadas no exercício fiscal anterior ao

requerimento, destacando informações sobre o público atendido e os

recursos envolvidos;

balanço patrimonial;

demonstração das mutações do patrimônio líquido;

demonstração dos fluxos de caixa; e

demonstração do resultado do exercício e notas explicativas, com

receitas e despesas segregadas por área de atuação da entidade, se for

o caso.

2.3 Marco Regulatório do 3º Setor

Estabelecido pela Lei 13.019/2014 alterada pela lei 13.204/2015 e regulamentado pelo Decreto 8.726/2016 o terceiro setor experimenta e ainda absorve as transformações significativas na relação entre a Administração Pública e as entidades sem finalidade de lucro. O Marco Regulatório do terceiro setor estabelece o regime jurídico das parcerias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação; define diretrizes para a política de fomento, de colaboração e de cooperação com organizações da sociedade civil. 2.3.1 Pessoas Jurídicas Enquadradas.

2.3.1.1 Organização da Sociedade Civil

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Considera-se Organização da Sociedade Civil as entidade privada sem fins lucrativos que não distribua entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados, doadores ou terceiros eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, isenções de qualquer natureza, participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplique integralmente na consecução do respectivo objeto social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo patrimonial ou fundo de reserva. 2.3.1.2 Sociedade Cooperativa. As sociedades cooperativas previstas na Lei no 9.867, de 10 de novembro de 1999; as integradas por pessoas em situação de risco ou vulnerabilidade pessoal ou social; as alcançadas por programas e ações de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda; as voltadas para fomento, educação e capacitação de trabalhadores rurais ou capacitação de agentes de assistência técnica e extensão rural; e as capacitadas para execução de atividades ou de projetos de interesse público e de cunho social. 2.3.1.3 Organização Religiosa

As organizações religiosas que se dediquem a atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das destinadas a fins exclusivamente religiosos. 2.3.1.4 Instrumentos Jurídicos de Parceria As parcerias entre a Administração Pública Federal, independente de certificação, serão celebradas, tendo por objeto a execução de atividade ou projeto e deverão ser formalizadas por:

Termo de Fomento – Com transferência de recursos financeiros, adotado para consecução de planos de trabalho cuja concepção seja das Organizações da Sociedade Civil, com o objetivo de incentivar projetos desenvolvido ou criado por essas organizações.

Termo de Colaboração – Com transferência de recursos financeiros, adotado para consecução de planos de trabalho, cuja concepção seja da administração pública federal, com o objetivo de executar projetos ou atividades parametrizada pela administração pública federal.

Acordo de cooperação – instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros, podendo ser proposto pela pela Administração publica federal ou pela organização da sociedade civil.

2.3.1.5 Chamamento Público. A celebração de termo de colaboração ou de fomento será precedida de chamamento público voltado a selecionar organizações da sociedade civil que tornem mais eficaz a execução do objeto, Exceto:

Os termos de colaboração ou de fomento que envolvam recursos decorrentes de emendas parlamentares às leis orçamentárias anuais e os acordos de cooperação.

Em relação aos acordos de cooperação, quando o objeto envolver a celebração de comodato, doação de bens ou

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outra forma de compartilhamento de recurso patrimonial, hipótese em que haverá o respectivo chamamento público.

A administração pública poderá dispensar a realização do chamamento público:

o no caso de urgência decorrente de paralisação ou iminência de paralisação de atividades de relevante interesse público, pelo prazo de até cento e oitenta dias;

o nos casos de guerra, calamidade pública, grave perturbação da ordem pública ou ameaça à paz social;

o quando se tratar da realização de programa de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa comprometer a sua segurança;

o no caso de atividades voltadas ou vinculadas a serviços de educação, saúde e assistência social, desde que executadas por organizações da sociedade civil previamente credenciadas pelo órgão gestor da respectiva política.

2.3.1.6 Comissão de Seleção. O órgão ou a entidade pública federal designará, em ato específico, os integrantes que comporão a comissão de seleção, a ser composta por pelo menos um servidor ocupante de cargo efetivo ou emprego permanente do quadro de pessoal da administração pública federal.

O processo de seleção abrangerá a avaliação das propostas, a divulgação e a homologação dos resultados.

A avaliação das propostas terá caráter eliminatório e classificatório.

2.3.1.7 Formalização do Termo de Colaboração, de Fomento ou Acordo de cooperação. Clausulas essenciais:

I - a descrição do objeto pactuado;

II - as obrigações das partes;

III - quando for o caso, o valor total e o cronograma de desembolso;

V - a contrapartida, quando for o caso;

VI - a vigência e as hipóteses de prorrogação;

VII - a obrigação de prestar contas com definição de forma, metodologia e prazos;

VIII - a forma de monitoramento e avaliação, com a indicação dos recursos humanos e tecnológicos que serão empregados na atividade ou, se for o caso, a indicação da participação de apoio técnico, podendo a Administração Pública Federal delegar competência ou firmar parcerias com órgãos ou entidades que se situem próximos ao local de aplicação dos recursos.

IX - a obrigatoriedade de restituição de recursos, nos casos previstos Lei na Lei 13019/14;

X - a definição, se for o caso, da titularidade dos bens e direitos remanescentes na data da conclusão ou extinção da parceria e que, em razão de sua execução, tenham sido adquiridos, produzidos ou transformados com recursos repassados pela administração pública;

XI - a prerrogativa atribuída à administração pública para assumir ou transferir a responsabilidade pela execução do objeto, no caso de paralisação, de modo a evitar sua descontinuidade;

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XII - quando for o caso, a obrigação de a organização da sociedade civil manter e movimentar os recursos em conta bancária específica;

XIII o livre acesso dos agentes da administração pública, do controle interno e do Tribunal de Contas correspondente aos processos, aos documentos e às informações relacionadas a termos de colaboração ou a termos de fomento, bem como aos locais de execução do respectivo objeto;

XIV - a faculdade dos partícipes rescindirem o instrumento, a qualquer tempo, com as respectivas condições, sanções e delimitações claras de responsabilidades, além da estipulação de prazo mínimo de antecedência para a publicidade dessa intenção, que não poderá ser inferior a 60 (sessenta) dias;

XV - a indicação do foro para dirimir as dúvidas decorrentes da execução da parceria, estabelecendo a obrigatoriedade da prévia tentativa de solução administrativa, com a participação de órgão encarregado de assessoramento jurídico integrante da estrutura da administração pública;

XVI a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo gerenciamento administrativo e financeiro dos recursos recebidos, inclusive no que diz respeito às despesas de custeio, de investimento e de pessoal;

XX - a responsabilidade exclusiva da organização da sociedade civil pelo pagamento dos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais relacionados à execução do objeto previsto no termo de colaboração ou de fomento, não implicando responsabilidade solidária ou subsidiária da administração pública a inadimplência da organização da sociedade civil em relação ao referido pagamento, os ônus incidentes sobre o objeto da parceria ou os danos decorrentes de restrição à sua execução.

Constará como anexo do termo de colaboração, do termo de fomento ou do acordo de cooperação o plano de trabalho, que dele será parte integrante e indissociável.

2.3.1.8 Liberação e contabilização dos Recursos Os recursos serão depositados em conta corrente, sem tarifa bancária, devendo ser automaticamente aplicado em caderneta de poupança ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou em mercado aberto lastreado por título da dívida pública, enquanto não empregado na suas finalidade, obedecendo um cronograma de desembolso que guardará consonância com as metas da parceria.

2.3.1.9 Prestação de Contas. Objetivo demonstrar e verificar resultados e deverá conter elementos que

permitam avaliar a execução do objeto e o alcance das metas. Quando houver atuação em rede, cabe à organização da sociedade civil celebrante apresentar a prestação de contas. Para fins de prestação de contas anual e final, a organização da sociedade civil deverá apresentar relatório de execução do objeto, na plataforma eletrônica, que conterá:

I - a demonstração do alcance das metas referentes ao período de que trata a prestação de contas;

II - a descrição das ações desenvolvidas para o cumprimento do objeto;

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III - os documentos de comprovação do cumprimento do objeto, como listas de presença, fotos, vídeos, entre outros; e

IV - os documentos de comprovação do cumprimento da contrapartida, quando houver.

O relatório de execução do objeto, deverá ainda, fornecer elementos para avaliação:

o I - dos impactos econômicos ou sociais das ações desenvolvidas;

o II - do grau de satisfação do público-alvo, que poderá ser indicado por meio de pesquisa de satisfação, declaração de entidade pública ou privada local e declaração do conselho de política pública setorial, entre outros; e

o III - da possibilidade de sustentabilidade das ações após a conclusão do objeto.

Quando os elementos de avaliação acima forem desproporcional a complexidade da parceria ou ao interesse público, a administração publica federal, mediante justificativa prévia, poderá dispensar a observância destas exigências.

Estas informações serão fornecidas por meio da apresentação de documentos e por outros meios previstos no plano de trabalho.

O Plano de trabalho deverá conter, no mínimo os seguintes elementos: o I - a descrição da realidade objeto da parceria, devendo ser

demonstrado o nexo com a atividade ou o projeto e com as metas a serem atingidas;

o II - a forma de execução das ações, indicando, quando cabível, as que demandarão atuação em rede;

o III - a descrição de metas quantitativas e mensuráveis a serem atingidas;

o IV - a definição dos indicadores, documentos e outros meios a serem utilizados para a aferição do cumprimento das metas;

o V - a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas na execução das ações, incluindo os encargos sociais e trabalhistas e a discriminação dos custos indiretos necessários à execução do objeto;

o VI - os valores a serem repassados mediante cronograma de desembolso; e

o VII - as ações que demandarão pagamento em espécie, quando for o caso.

A organização da sociedade civil deverá apresentar justificativa na hipótese de não cumprimento do alcance das metas.

Quando a organização da sociedade civil não comprovar o alcance das metas ou quando houver evidência de existência de ato irregular, a administração pública federal exigirá a apresentação de relatório de execução financeira, que deverá conter:

o I - a relação das receitas e despesas realizadas, inclusive rendimentos financeiros, que possibilitem a comprovação da observância do plano de trabalho;

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o II - o comprovante da devolução do saldo remanescente da conta bancária específica, quando houver;

o III - o extrato da conta bancária específica; o IV - a memória de cálculo do rateio das despesas, quando for o

caso; o V - a relação de bens adquiridos, produzidos ou transformados,

quando houver; e o VI - cópia simples das notas e dos comprovantes fiscais ou recibos,

inclusive holerites, com data do documento, valor, dados da organização da sociedade civil e do fornecedor e indicação do produto ou serviço.

o A memória de cálculo deverá conter a indicação do valor

integral da despesa e o detalhamento da divisão de custos, especificando a fonte de custeio de cada fração, com identificação do número e do órgão ou entidade da parceria, vedada a duplicidade ou a sobreposição de fontes de recursos no custeio de uma mesma parcela da despesa.

o A análise do relatório de execução financeira será feita pela administração pública federal e contemplará: o I - o exame da conformidade das despesas, realizado pela

verificação das despesas previstas e das despesas efetivamente realizadas, por item ou agrupamento de itens, conforme aprovado no plano de trabalho.e

o II - a verificação da conciliação bancária, por meio da aferição da correlação entre as despesas constantes na relação de pagamentos e os débitos efetuados na conta corrente específica da parceria.

o As organizações da sociedade civil deverão manter a guarda dos documentos originais relativos à execução das parcerias pelo prazo de dez anos, contado do dia útil subsequente ao da apresentação da prestação de contas ou do decurso do prazo para a apresentação da prestação de contas.

Prestação de contas anual

o Nas parcerias com vigência superior a um ano, a organização da sociedade civil deverá apresentar prestação de contas anual para fins de monitoramento do cumprimento das metas previstas no plano de trabalho. o Prazo - até trinta dias após o fim de cada exercício, conforme

estabelecido no instrumento da parceria. o Exercício - cada período de doze meses de duração da parceria,

contado da primeira liberação de recursos para sua execução. o Consistirá na apresentação do Relatório Parcial de Execução do

Objeto na plataforma eletrônica. o Na hipótese de omissão no dever de prestação de contas anual, o

gestor da parceria notificará a organização da sociedade civil para, no prazo de quinze dias, apresentar a prestação de contas.

o Se persistir a omissão de prestar contas transcorrido o prazo para

saneamento da irregularidade ou da omissão, não havendo o saneamento, a autoridade administrativa competente, sob pena de responsabilidade solidária, deve adotar as providências para apuração

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dos fatos, identificação dos responsáveis, quantificação do dano e obtenção do ressarcimento, nos termos da legislação vigente.

o A análise da prestação de contas anual será realizada por meio da produção de relatório técnico de monitoramento e avaliação quando a parceria for selecionada por amostragem, conforme ato do Ministro de Estado ou do dirigente máximo da entidade da administração pública federal, considerados os parâmetros a serem definidos pela Controladoria-Geral da União.

o A análise também será realizada quando: o I - for identificado o descumprimento injustificado do alcance das

metas da parceria no curso das ações de monitoramento e avaliação.

o II - for aceita denúncia de irregularidade na execução parcial do objeto, mediante juízo de admissibilidade realizado pelo gestor.

o A prestação de contas anual será considerada regular quando, da análise do Relatório Parcial de Execução do Objeto, for constatado o alcance das metas da parceria.

o Na hipótese de não comprovação do alcance das metas ou quando houver evidência de existência de ato irregular, a administração pública federal notificará a organização da sociedade civil para apresentar, no prazo de até trinta dias, Relatório Parcial de Execução Financeira, e subsidiará a elaboração do relatório técnico de monitoramento e avaliação.

o O relatório técnico de monitoramento e avaliação conterá: descrição sumária das atividades e metas estabelecidas; análise das atividades realizadas, do cumprimento das metas

e do impacto do benefício social obtido em razão da execução do objeto até o período, com base nos indicadores estabelecidos e aprovados no plano de trabalho;

valores efetivamente transferidos pela administração pública análise dos documentos comprobatórios das despesas

apresentados pela organização da sociedade civil na prestação de contas, quando não for comprovado o alcance das metas e resultados estabelecidos no respectivo termo de colaboração ou de fomento; e

análise de eventuais auditorias realizadas pelos controles interno e externo, no âmbito da fiscalização preventiva, bem como de suas conclusões e das medidas que tomaram em decorrência dessas auditorias

o o parecer técnico de análise da prestação de contas anual, que deverá: a) avaliar as metas já alcançadas e seus benefícios; e b) descrever os efeitos da parceria na realidade local referentes:

1. aos impactos econômicos ou sociais; 2. ao grau de satisfação do público-alvo; e 3. à possibilidade de sustentabilidade das ações após a

conclusão do objeto. o Na hipótese de o relatório técnico de monitoramento e avaliação

evidenciar irregularidade ou inexecução parcial do objeto, o gestor da parceria notificará a organização da sociedade civil para, no prazo de trinta dias:

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I - sanar a irregularidade; II - cumprir a obrigação; ou III - apresentar justificativa para impossibilidade de

saneamento da irregularidade ou cumprimento da obrigação.

o O gestor avaliará o cumprimento dos itens acima e atualizará o relatório técnico de monitoramento e avaliação, conforme o caso.

o Serão glosados valores relacionados a metas descumpridas sem justificativa suficiente.

o Na hipótese acima, se persistir irregularidade ou inexecução parcial do objeto, o relatório técnico de monitoramento e avaliação: o I - caso conclua pela continuidade da parceria, deverá

determinar: a) a devolução dos recursos financeiros relacionados à

irregularidade ou inexecução apurada ou à prestação de contas não apresentada; e

b) a retenção das parcelas dos recursos, o II - caso conclua pela rescisão unilateral da parceria, deverá

determinar: a) a devolução dos valores repassados relacionados à

irregularidade ou inexecução apurada ou à prestação de contas não apresentada; e

b) a instauração de tomada de contas especial, se não houver a devolução de que trata a alínea “a” no prazo determinado.

o O relatório técnico de monitoramento e avaliação será submetido à comissão de monitoramento e avaliação, que o homologará, no prazo de até quarenta e cinco dias, contado de seu recebimento.

o O gestor da parceria deverá adotar as providências constantes do relatório técnico de monitoramento e avaliação homologado pela comissão de monitoramento e avaliação.

o As sanções previstas poderão ser aplicadas independentemente das providências adotadas.

2.4 Imunidades e Isenções

As Entidades de Interesse Social que atuam em benefício da sociedade,

sem a finalidade de lucro, têm uma função social da mais alta relevância.

Suas atividades são tipicamente públicas, apesar de serem pessoas

jurídicas de direito privado. Ocorre que o Estado não consegue

desempenhar seu papel social de maneira satisfatória. Daí, a sociedade se

organiza em associações e fundações, buscando, ao menos, amenizar a

inoperância do Estado. Muito ainda precisa ser feito, mas a sociedade

organizada tem desempenhado um papel da mais alta importância social.

Reconhecendo o trabalho dessas entidades, o Poder Público tem procurado

conceder alguns benefícios para incentivar a criação de novas associações

e fundações e até mesmo propiciar a sobrevivência das que já existem.

Os principais benefícios concedidos são a imunidade e a isenção de

impostos e contribuições e a possibilidade do recebimento de recursos

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públicos, por meio de convênios, contratos, subvenções sociais e termos de

parceria.

2.4.1 Imunidade

Vem de norma constitucional, que impõe ao Estado diversas vedações no poder de tributar. No que diz respeito às Entidades de Interesse Social, a Constituição Federal, em seu art. 150, estabelece a seguinte vedação:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI – instituir impostos sobre: (...) c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os

requisitos da lei”

A norma constitucional deixa claro que os Partidos Políticos e suas fundações

estão coberta pelo instituto da imunidade, contudo, não deixa claro a mesma

regra para as instituições de Educação e Assistência Social .

Estão abrangidas pela imunidades as Instituições de Educação que prestam

serviços educacionais de ensino fundamental, médio e superior, observado os

arts. 206 e 209, incisos I e II da Carta Magna. Estas Instituições só podem ser

associações, uma vez que o Novo Código Civil Brasileiro veda a criação de

Fundação para fins da Educação.

Já as Instituições de Assistência Social, podemos interpretar o termo

“Assistência Social”, em sentido amplo. Assim, estão abrangidas pelo preceito

constitucional as instituições de saúde, previdência e assistência social

propriamente dita.

A parte final do preceito constitucional em questão impõem que as instituições

de educação e de assistência social sejam sem finalidade de lucro, atendendo

aos preceitos da lei.

Lei 5.172/66 Código Tributário Nacional atendendo ao preceito Constitucional

estabelece:

“Art. 14. O disposto na alínea e do inciso IV do art. 9º é subordinado

à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele

referidas:

I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas

rendas, a qualquer título;

II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na

manutenção dos seus objetivos institucionais;

III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros

revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.”

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Tributos alcançados pela imunidade.

FEDERAL ESTADUAL MUNCIPAL

Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza (IR)

Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA)

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)

Imposto Territorial Rural (ITR)

Imposto sobre Transmissão Causa Mortis ou Doação de Bens e Direitos (ITCD)

Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI)

Imposto sobre Importação (II)

Imposto sobre Exportação (IE)

2.4.2 Isenções tributárias

A isenção é a inexigibilidade temporária do tributo, devido previsão

em lei, mesmo com a ocorrência do fato gerador e, em tese, da

obrigação tributária.

A isenção diferencia-se da imunidade. A imunidade tem caráter

permanente, somente podendo ser mudada com a alteração da

Constituição Federal, enquanto a isenção é temporária, ou seja, já na

sua concessão pode-se delimitar prazo de vigência, pois decorre de lei.

Na imunidade não ocorre o fato gerador da obrigação tributária,

diferentemente da isenção, onde ocorre o fato gerador, mas a lei torna o

crédito inexigível.

Assim, as isenções podem alcançar todos os tipos de tributo (impostos,

taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e

contribuições especiais). Cada esfera de Governo (federal, estadual e

municipal) legisla sobre a isenção dos tributos de sua competência.

Desta feita, se as pessoas jurídicas constituídas sob a forma de

fundação ou associação não se enquadrarem nas regras da imunidade,

deverão procurar identificar todas as normas referentes às isenções

(federal, estadual e municipal) para obtenção do benefício. Verificando

atender aos requisitos, deverá requerer à autoridade tributária, que não

poderá denegar o pedido diante do pleno enquadramento da entidade

nas regras da isenção.

2.4.3 Contribuições Sociais alcançadas pela isenção

As contribuições sociais possíveis de isenção são indicadas pelos artigos 22 e

23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, transcritos a seguir:

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Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social,

além do disposto no art. 23, é de:

I – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou

creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e

trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o

trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos

habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de

reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo

tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da

lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou

sentença normativa.

II – para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº

8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de

incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do

trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer

do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o

risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;

b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante

esse risco seja considerado médio;

c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante

esse risco seja considerado grave.

III – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a

qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais

que lhe prestem serviços;

IV – quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de

prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por

cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho

Art. 23. As contribuições a cargo da empresa provenientes do faturamento

e do lucro, destinadas à Seguridade Social, além do disposto no art. 22, são

calculadas mediante a aplicação das seguintes alíquotas:

I – 2% (dois por cento) sobre sua receita bruta, estabelecida segundo o

disposto no § 1º do art. 1º do Decreto-lei nº 1.940, de 25 de maio de 1982,

com a redação dada pelo art. 22, do Decreto-lei nº 2.397, de 21 de

dezembro de 1987, e alterações posteriores;

II – 10% (dez por cento) sobre o lucro líquido do período-base, antes da

provisão para o Imposto de Renda, ajustado na forma do art. 2º da Lei

nº8.034, de 12 de abril de 1990.

§ 1º No caso das instituições citadas no § 1º do art. 22 desta Lei, a alíquota

da contribuição prevista no inciso II é de 15% (quinze por cento).

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica às pessoas de que trata o art. 25.

2.5 Obrigações acessórias das Entidades do 3° Setor

Prevista no Código tributário Nacional, as obrigações acessórias

representam instrumentos jurídicos que funcionam como confissão aos

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órgãos que representam o Estado, na figura do Fisco e outros reguladores.

Impostas às organizações, muitas vezes com informações redundantes as

Obrigações Acessórias têm a função de abastecer com dados diversos e

interligados de forma que sejam capazes e suficientes para levantamentos,

estudos, estatísticas, projeções, mas essencialmente, são instrumentos

fiscalizadores.

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

Enfim, todas as organizações formalmente constituídas estão sujeitas a apresentação das obrigações acessórias que podem variar de acordo com ramo de atividade, tributação, localização, etc...o que inclui também as organizações sem finalidade de lucro(o Terceiro Setor). 2.5.1 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF)

Obrigação onde são informadas à Receita Federal do Brasil, através de

aplicativo próprio todos os valores de tributos federais devidos (pagos ou

não) à Receita Federal, no período a que se refere. Criada pela

Instrução Normativa 129/1986 a mesma já teve várias alterações,

inclusive quanto à periodicidade que agora é mensal.

Caso a entidade de fato não tenha informações sobre débitos e créditos

de tributos federais, deverá, na entrega da DCTF relativa ao mês de

Dezembro, informar os meses os quais não teve informação a declarar.

2.5.2 Demonstrativo de Apurações de Contribuições Sociais (DACON)

Obrigação onde são demonstradas à Receita Federal do Brasil, a memória de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS. No que tange às organizações sem a finalidade de lucro a obrigatoriedade da entrega dessa obrigação só atinge à organização cuja soma mensal das contribuições (PIS/Pasep e COFINS) sejam superiores a R$ 10.000,00 (Dez mil Reais).Esta Declaração, desde 01/2013, foi substituída pela Escrituração Fiscal Digital (EFD) para as empresas tributadas pelo lucro presumido e imunes/isentas do IRPJ e CSLL, que possui a mesma finalidade, entretanto, em formato de arquivo digital, com informações analíticas, onde a possibilidade de cruzamentos é extremamente ampla e rápida.

A Dacon foi instituído pela Instrução Normativa SRF nº 387, de 20 de janeiro de 2004 em substituição ao Demonstrativo de Apuração da Contribuição para o PIS/Pasep não-cumulativo (DAPIS), instituído pela IN SRF nº 365, de 29 de outubro de 2003 , que não produziu efeitos.

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Estão obrigadas à entrega do Dacon as pessoas jurídicas de direito privado em geral e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, submetidas à apuração da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), nos regimes cumulativo e não-cumulativo, inclusive aquelas que apuram a Contribuição para o PIS/Pasep com base na folha de salários.

2.5.3 Escrituração Fiscal Digital Contribuições (EFD Contribuições)

Advento do Projeto do Serviço Público de Escrituração Digital (SPED), instituído pelo Decreto 6.022 de Janeiro/2007, a EFD veio para substituir a DACON, apresentando e demonstrando ao FISCO o cálculo e apuração das Contribuições Sociais ao PIS e COFINS, de forma analítica sobre os relativos à receita ou fato gerador das respectivas contribuições, quer seja sob a forma de vendas de mercadorias, serviços, ou folha de salários. Para as organizações sem finalidade de lucro, na condição de imune/isenta do Imposto de Renda, a obrigatoriedade da apresentação da EFD Contribuições ocorrerá a partir do mês em que o valor de tributos e contribuições for superior a R$ 10.000,00(dez mil Reais),conforme Instrução Normativa RFB 1252/2012. 2.5.4 Declaração de Imposto de Retido na Fonte (DIRF)

É a declaração feita pela fonte pagadora destinada a informar à Receita

Federal o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte, dos rendimentos pagos

ou creditados para seus beneficiários, criada pela Instrução Normativa SRF 65

de 05 de Dezembro de 1996.

2.5.5 Declaração de Informações Econômico- Fiscais da Pessoa Jurídica

(DIPJ)

Instituída pela Instrução Normativa SRF 127/1998, a DIPJ é o resumo de todas

as operações econômico, fiscais e financeiras de todas as entidades durante o

exercício social, obrigatória a todas as pessoas jurídicas, ainda solicita dados

sociais ,previdenciários e sobretudo contábeis, onde além de outros o Balanço

Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício são fundamentais. No

caso das organizações do Terceiro Setor, normalmente as DIPJ´s são

entregues com a informação de imunidade ou isenção, conforme a

classificação da entidade.

Normalmente o prazo para entrega da DIPJ anual é até o último dia útil do mês

de Junho do ano seguinte.

Caso a entidade esteja inativa, ou seja, não tenha efetuado nenhum tipo de

operação financeira, econômica e/ou patrimonial no ano anterior, deverá

entregar a Declaração de Inatividade, cujo prazo normalmente encerra-se em

31 de Março do ano seguinte.

Importante ressaltar que o não cumprimento das obrigações acessórias, a

entrega em atraso, a entrega com informações incompletas e/ou incorretas

geram punições, que vão desde multas administrativas até início de

procedimentos de fiscalização, podendo ainda trazer efeitos negativos como

suspensão de imunidades, isenções, benefícios, impossibilidade de

emissão/renovação de certidões negativas, dentre outros.

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A DIPJ foi substituída, a partir do ano-calendário de 2014, pela ECF -

Escrituração Contábil FISCAL.

A ECF será transmitida anualmente ao Sistema Público de Escrituração

Digital (Sped) até o último dia útil do mês de setembro do ano seguinte

ao ano-calendário a que se refira.

2.5.6 GFIP/SEFIP Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações a

Previdência

A finalidade da GFIP é fornecer ao Governo informações sobre o empregado,

sua remuneração etc., além de apresentar dados de interesses da Previdência

Social, como informações relativas a fatos geradores de contribuições

previdenciárias e outras.

A GEFIP deve ser entregue por toda pessoa física ou jurídica sujeitas ao

recolhimento do FGTS ou as contribuições previdenciárias inclusive as

instituições sem fins lucrativos. Sua periodicidade é mensal e deve ser

entregue até ao dia 7 do mês seguinte da competência.

2.5.7 EXERCÍCIOS

1) Entidade que pode ser de personalidade jurídica de Privado e de direito

público

A) Associação

B) Partidos políticos

C) Fundação

D) Entidades religiosas

E) Autarquias

2) É uma forma jurídica de legalizar a união de pessoas em torno de

necessidades e objetivos comuns, sem finalidade de lucro.

(A) Partidos políticos

(B) Associação

(C) Fundação

(D) Autarquia

(E) Sociedade simples

3) Representam instrumentos jurídicos que funcionam como confissão aos

órgãos que representam o Estado, na figura do Fisco e outros reguladores.

Impostas às organizações, muitas vezes com informações redundantes,

têm a função de abastecer com dados diversos e interligados de forma que

sejam capazes e suficientes para levantamentos, estudos, estatísticas,

projeções, mas essencialmente, são instrumentos fiscalizadores.

A) Fato gerador

B) Contrato de gestão

C) Termo de parceria

D) Obrigação principal

E) Obrigação acessória

4) A Constituição Federal no Art. 150 inciso VI c veda a Administração

pública de instituir impostos. Esta vedação corresponde a:

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A) Isenção tributária

B) Imunidade tributária

C) Redução da base de cálculo

D) Elisão fiscal

E) Fato gerador

5) As entidades de interesse social de atuação em mais de uma área

deverá requerer o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência

Social junto ao Ministério certificador da sua área de atuação

preponderante. Entende por área de atuação preponderante:

(A) Atividade principal da entidade

(B) Sempre será a de Assistência Social

(C) Área em que a entidade atua ha mais tempo

(D) Área na qual a entidade realiza a maior parte das suas

despesas

(E) Área de maior relevância

¨6) São requisitos essenciais para obtenção do CEBAS-EDUCAÇÃO.

EXCETO.

(A) Comprovação de constituição como pessoa jurídica de direito

público sem finalidade de lucro

(B) Obedecer ao princípio da universalidade de atendimento

(C) Estar constituída e em funcionamento há, no mínimo 12

meses

(D) Estar em conformidade com diretrizes e metas estabelecidas

pelo Plano Nacional de Educação (PNE)

(E) Atender a padrões mínimos de qualidade, aferidos pelos

processos de avaliação conduzidos pelo MEC.

7) A Escrita Fiscal Digital EFD para a entidade imunes/isentas ocorrerá:

(A) A receita bruta atingir a R$ 3.600.000,00.

(B) A partir do mês em que o valor de tributos e contribuições for

superior a R$ 10.000,00(dez mil Reais),conforme Instrução

Normativa RFB 1252/2012.

(C) A partir do mês em que o valor de tributos e contribuições for

superior a R$ 5.000,00(dez mil Reais),conforme Instrução

Normativa RFB 1252/2012.

(D) As entidades imunes/isentas não estão obrigadas a

apresentação da EFD.

8) São características inerentes a Fundação. EXCETO:

(A) Patrimônio disponibilizado por um instituidor.

(C) Somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais,

culturais ou de assistência

(D) Se forma pela associação de pessoas físicas, nasce em

virtude da dotação de um patrimônio inicial, o qual servirá para

prestar serviços de interesse coletivo ou social.

(E) Controlada e fiscalizada pelo Ministério Público.

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9) Assinale alternativa que contem somente pessoa jurídica de direito

privado.

(A) Partidos Políticos, Organizações Religiosas, Empresas

públicas.

(B) Autarquias, Partidos Políticos, Organizações Religiosas.

(C) Empresas Públicas, Partidos Políticos e Embaixadas.

(D) Embaixadas, Partidos Políticos e Autarquias

(E) Autarquias, Embaixadas e Consulados.

10) Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade

Civil de Interesse Público OSCIP. EXCETO:

(A) As sociedades comerciais.

(B) Os sindicatos, as associações de classe ou de representação

de categoria profissional.

(C) As instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de

credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais.

(D) As organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas

fundações.

(E) Promoção da assistência social.

11) Contabilize a operação a seguir:

Determinada entidade recebeu, em 15/6/2013, da prefeitura local um terreno avaliado em R$36.000,00 sobre o qual será edificado um abrigo para idosos. Os recursos financeiros estimados para construção, no valor de R$60.000,00, são da entidade. A entidade contratou uma empreiteira para edificação com pagamento ao final do contrato, previsto para 30/09/2013.

a) recebimento do terreno b) Pagamento efetuado à empreiteira c) Na conclusão do abrigo, reclassificação de imóvel em

andamento para imóvel de uso. O reconhecimento da receita de subvenção deve ocorrer a partir do reconhecimento da depreciação da edificação, de acordo com o item 18 da NBC TG 07, que assim estabelece:

18. Subvenção relacionada a ativo não depreciável pode requerer o

cumprimento de certas obrigações. O reconhecimento como receita deve

então acompanhar a apropriação das despesas necessárias ao cumprimento

das obrigações. Exemplificando: uma subvenção que transfira a propriedade

definitiva de um terreno pode ter como condição a construção de uma

planta industrial e é apropriada como receita na mesma proporção da

depreciação dessa planta. Poderão existir situações em que essa correlação

exija que parcelas da subvenção sejam reconhecidas segundo critérios

diferentes. Considerando que a depreciação da edificação ocorra em 30 anos, o reconhecimento da receita relativo ao valor do terreno recebido deve ocorrer na proporção do tempo de 30 anos. Como 30 anos corresponde a 360 meses, o valor mensal da receita a ser reconhecida é igual a:

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Valor da receita mensal de subvenção = valor do terreno tempo de vida da edificação Valor da receita mensal de subverção = 36.000,00 = R$ 100,00 360 Valor da deprecição do abrigo = 60.000,00 = R$ 166,66 360 O valor de R$100,00 corresponde ao valor da receita de subvenção do terreno reconhecida proporcionalmente ao tempo de depreciação da edificação do abrigo. Contudo, deve-se observar que o valor da depreciação do abrigo é diferente do valor da receita de subvenção, em função de o valor da edificação ser maior do que o valor do terreno. Ainda deve ser observado que o terreno deve ser reconhecido pelo valor justo, que corresponde, neste caso, ao valor de mercado. O valor justo deve ser obtido por meio de avaliação realizada por profissional competente.

a) reconhecimento mensal da receita de subvenção do terreno;

b) reconhecimento mensal da despesa de depreciação

RESPOSTA

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

3. Aspectos Contábeis

A ITG 2002 Entidade Sem finalidade de Lucro, estabelece critérios e

procedimentos específicos de avaliação, de reconhecimento das transações e

variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis e as

informações mínimas a serem divulgadas em notas explicativas de entidade do

Terceiro setor.

3.1 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao 3° Setor (Res. CFC

1.409/12)

A Resolução 1.409 do Conselho Federal de Contabilidade de 21 de

setembro de 2012 aprova a Interpretação Técnico Geral que trata das

peculiaridades inerentes às Entidades sem finalidade de lucro, descrevendo

o objetivo, o alcance, o reconhecimento dos atos e fatos administrativos, as

demonstrações contábeis, as contas de compensação, a divulgação das

demonstrações e traz ainda um apêndice com exemplos de demonstrações

contábeis mencionadas nesta Interpretação, cujo objetivo é auxiliar os

preparadores para divulgação das informações contábeis e financeiras das

entidades sem finalidade de lucros.

A entidade pode alterar e incluir contas para atender às especificidades da

entidade, inclusive agregar contas similares para fins de divulgação das

demonstrações contábeis, sempre que entender ser necessário. A

Resolução traz, ainda, um apêndice que acompanha, mas não faz parte da

Interpretação.

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3.2 Escrituração Contábil

O CFC aprovou, por meio da Resolução CFC n.º 1.330/11, a Interpretação

Técnica Geral – ITG 2000 – Escrituração Contábil. A Interpretação

estabelece critérios e procedimentos a serem adotados pela entidade para

a escrituração contábil de seus fatos patrimoniais, por meio de qualquer

processo, bem como a guarda e a manutenção da documentação e de

arquivos contábeis e a responsabilidade do profissional da Contabilidade.

Além disso, a Interpretação deve ser adotada por todas as entidades,

independente da natureza e do porte, na elaboração da escrituração

contábil, observadas as exigências da legislação e de outras normas

aplicáveis, se houver.

Resumidamente, a Interpretação trata das formalidades da escrituração

contábil, livros diário e razão, da escrituração de filial, da documentação

contábil, do uso de contas de compensação e da retificação de lançamento

contábil.

Quanto às formalidades, a escrituração contábil deve ser realizada com

observância aos Princípios de Contabilidade.

A escrituração dos atos e fatos ocorridos nas Entidades sem finalidade de

lucro deve respeitar as peculiaridades dessas instituições. Assim, ao

elaborar o Plano de contas o contador observará as contas mais adequadas

para contemplar as transações de movimentação desse patrimônio,

reconhecendo que são diferente das demais, adotando terminologias

específicas para as contas de Lucros, Capital e para a denominação da

Demonstração de Resultado.

Para as entidades de interesse social com potencial de recebimento de

recursos de terceiros deve ser previstas contas para suportar tais

operações.

Sugestão de contas:

Recursos de Projeto

Ativo Circulante:

Banco conta movimento – Recursos Livres

Banco conta movimento – Recursos de terceiros

Banco conta movimento – Recursos com restrição

Aplicações Financeiras de liquidez imediata – Recurso livres

Aplicações Financeiras de liquidez imediata – Recurso de terceiros

Aplicações Financeiras de liquidez imediata – Recursos com

restrições

Passivo Circulante

Recursos de Entidades Pública Nacional

(-) Recursos aplicados de Entidades Pública Nacional

Recursos de Entidades Privada Nacional

(-) Recursos aplicados de Entidade Privada Nacional

Recursos de Entidade Internacional

(-) Recursos aplicados de Entidade Internacional

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Recursos Pendentes de Convênios e Contratos Pendentes Encerrados

Recursos de Entidade Pública Nacional

Recursos de Entidade Privada Nacional

Recursos de Entidade Internacional

Patrimônio Líquido

2.3.1 Patrimônio Social

2.3.2 Outras Reservas

2.3.3 Ajuste de Avaliação Patrimonial

2.3.4 Superávit ou Déficit

Receitas e Despesas

Devem ser segregadas por atividades e por custeio e investimento,

na Demonstração de Superávit ou Déficit do exercício. 3.2.1 Mensuração e Reconhecimento Contábil das Receitas de Doações.

Uma doação pode ser condicional ou incondicional: Incondicional, quando o

doador não impõem nenhuma condição a ser cumprida pela entidade;

condicional, sujeita a cumprimento de certas obrigações por parte da

entidade donatária. A utilização dessa classificação é muito importante para

o usuário externo, devendo constar do Plano de contas da entidade. As

doações podem ser classificadas, quanto à restrição em: sem restrição,

com restrição permanente e temporariamente restrita.

As doações podem ser recebidas para custeio ou investimento. Em

quaisquer das formas as doações podem ser in natura ou em espécie.

Quando in natura, os bens doados podem ter valor declarado ou não. Se o

doador preferir não declarar o valor do bem doado, é necessário que a

Entidade estime o valor com base nos preços cobrados pelo mercado.

Assim, se a entidade recebe arroz, feijão, óleo comestível e farinha, por

exemplo, deve valorar as quantidades recebidas pelo valor que esta

desembolsaria se fizesse a aquisição no mercado. O modo natural de obter

os preços é pesquisar em supermercado o bem recebido ou gênero

semelhante e produzir documento apto para registro, conforme

demonstrado no Quadro 1.

Quadro 1: Mensuração de doação de gênero alimentícios recebidos

Produtos recebidos Quantidade Parâmetro Unitário Valor Estimado

Feijão carioquinha 100 Kg 3,50 350,00

Arroz tipo 1 200 Kg 2,40 480,00

Farinha 10 Kg 4,50 45,00

Óleo de soja 20 litros 3,75 75,00

Total das doações 950,00

Considerando que a operação tenha ocorrido em uma data fictícias, por

exemplo, em 10 de julho de 2015, os registros contábeis seriam processados,

conforme demonstrado no Quadro 2.

Quadro 2: Reconhecimento contábil da despesa e receita

DATA Título da conta Débito Crédito Histórico

10/07/2015 Despesa suprimento alimentação 950,00 Doação de alimentos

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10/07/2015 Receita de doação 950,00 Doação de alimentos

Total das doações 950,00 950,00

A titulação da conta deve obedecer ao elenco de contas previsto para

utilização pela Entidade. O Manual de Procedimentos Para o Terceiro Setor

2015, pag.117, disponível no endereço www.cf.org.br, sugere um elenco

de contas que poderá ser utilizado, caso o profissional da contabilidade

entenda que aquelas contas sejam adequadas para a Entidade.

3.2.2 Trabalho Voluntário utilizado como investimento.

Há circunstâncias em que trabalho voluntário e doações são recebidos com a finalidade de serem agregados ao patrimônio da entidade. Situações comuns desse tipo de ocorrência são construções de abrigos ou acomodações administrativas e de apoio. O trabalho voluntário típico dessa ocorrência é o de servente, pedreiro, mestre de obra e de engenheiro. Nessas circunstâncias, a doação é representada por material de construção, como cimento, ferro, tijolo, areia, brita e outros. A soma desses esforços, material de construção e trabalho voluntário resulta na edificação de unidade imobiliária que é incorporada ao patrimônio da entidade. Considerando a mesma data fictícia acima, vamos mensurar materiais e

serviços doados na construção de um abrigo.

Para tanto o Quadro 3 mostra o valor dos materiais de construção recebidos

e o trabalho voluntário profissionais envolvidos nesta construção.

Quadro 3: Mensuração de material de construção e trabalho voluntário

na edificação de um abrigo

Produtos recebidos Quantidade Parâmetro unitário Valor estimado

Tijolo de 8 furos 3 mil 200,00 600,00

Ferro de 5/16 600 kg 6,00 3.600,00

Cimento 100 sacos 25,00 2.500,00

Brita 2 caminhões 300,00 600,00

Areia lavada 4 caminhões 250,00 1.000,00

Serviço de pedreiro 100 horas 50,00 5.000,00

Serviço de servente 100 horas 20,00 2.000,00

Serviço de Engenheiro 50 horas 150,00 7.500,00 Soma das transações 22.800,00

O trabalho dos voluntários, o pedreiro, o ajudante e o engenheiro poderá

ser mensurado através de parâmetro fornecidos pelos Sindicatos de cada

categoria ou pelo valor que o mercado remunera esses profissionais.

Os preços dos materiais de construção poderão ser avaliados através de

consulta ao comércio do ramo.

O reconhecimento contábil, nesse caso, deve ser processado na conta de

construção em andamento, uma vez não se tratar de bens de consumo

imediato, e, sim, de um bem permanente que será utilizado ao longo da

existência da instituição. Assim, considerando que a transação tenha

ocorrido no dia 10 de julho de 2015, os registros contábeis ficariam

conforme demonstrado no quadro 4.

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Quadro 4: Reconhecimento contábil do investimento produzido por

doação e trabalho voluntário

3.2.3Trabalho Voluntário utilizado como custeio.

Uma das formas para mensurar o valor do trabalho voluntário é recorrermos

a consulta as instituições de profissão regulamentada, ou, com base no

valor praticado no mercado.

O quadro 5 mostra exemplo de valoração de trabalho voluntário por

categoria profissional.

Quadro 5: Mensuração do trabalho profissional voluntário

Serviços voluntários Unidade de tempo

Parâmetro unitário

Valor estimado

Serviços médicos 10 horas 100,00 1.000,00

Serviços odontológicos 30 horas 100,00 3.000,00

Serviços contábeis 100 horas 100,00 10.000,00

Serviços de limpeza 120 horas 5,00 600,00

Serviços jurídicos 20 horas 100,00 2.000,00 Valor total do trabalho voluntário 16.600,00

A partir da mensuração do valor do trabalho, deve ser procedido o

reconhecimento contábil nas rubricas específicas de cada natureza de

serviço, utilizando a titulação e a função adequada de cada conta utilizada

pela entidade. No caso específico, as contas a serem utilizadas são contas

de despesas, pois a natureza dos serviços é de custeio. Considerando que

a transação tenha ocorrido no dia 10 de julho de 2015, os registros

contábeis seriam processados conforme demonstrado no Quadro 6.

Quadro 6: Reconhecimento contábil de trabalho voluntário aplicado no

custeio

DATA Título da conta Débito Crédito Histórico

10/07/2015 Despesas serviços médicos 1.000,00 Serviço Voluntário

10/07/2015 Receita de trabalho voluntário 1.000,00 Serviço Voluntário

10/07/2015 Despesa serviço odontológico 3.000,00 Serviço Voluntário

10/07/2015 Receita de trabalho voluntário 3.000,00 Serviço Voluntário

10/07/2015 Despesa serviços contábeis 10.000,00 Serviço Voluntário

10/07/2015 Receita de trabalho voluntário 10.000,00 Serviço Voluntário

10/07/2015 Despesa serviço de limpeza 600,00 Serviço Voluntário

10/07/2015 Receita de trabalho voluntário 600,00 Serviço Voluntário

10/07/2015 Despesa serviços jurídicos 2.000,00 Serviço Voluntário

10/07/2015 Receita de trabalho voluntário 2.000,00 Serviço Voluntário

Soma das transações 16.600,00 16.600,00

Com este procedimento, a entidade registra, simultaneamente, a aplicação

na despesa de custeio e a fonte em receita de trabalho voluntário.

DATA Título da conta Débito Crédito Histórico

10/07/2015 Construção em Andamento 8.300,00 Mat.Construção

10/07/2015 Receita de doação 8.300,00 Mat.Construção

10/07/2015 Construção em Andamento 14.500,00 Trb. Voluntário

10/07/2015 Receita de trabalho Voluntário 14.500,00

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3.2.4 Reconhecimento das imunidades e isenções

As Entidades de gozem dos benefícios da imunidade e da isenções devem

reconhecer para cada tributo, a despesa e o passivo tributário, como se devido

fosse no mês do fato gerador.

O Quadro 6 mostra como fica esse reconhecimento.

Quadro6: Reconhecimento de tributos oriundos de imunidade e isenção

1 Imposto de Renda Pessoa Jurídica

Debitar Despesa de Imposto de Renda (Conta de Resultado)

Creditar Imposto de Renda - Exigibilidade suspensa ( Conta de Passivo) 2 Contribuição Social Sobre Lucro Líquido

Debitar CSLL (Conta de Resultado)

Creditar CSLL – Exigibilidade Suspensa ( Conta de Passivo)

3 Imposto sobre Produtos Industrializados

Debitar IPI (Conta de Resultado)

Creditar IPI – Exigibilidade Suspensa (Conta de Passivo) 4 Imposto de Importação

Debitar Imposto de Importação ( Conta de Resultado )

Creditar Imposto de Importação – Exigibilidade Suspensa ( Conta de Passivo

5 Contribuição para a Previdência Social

Debitar Previdência Social ( Conta de Resultado )

Creditar Previdência Social – Exigibilidade Suspensa ( Conta de Passivo) 6 ISSQN

Debitar ISSQN ( Conta de Resultado )

Creditar ISSQN – Exigibilidade Suspensa ( Conta de Passivo )

Constatada as condições exigidas para o gozo do benefício tributário, o

passivo deve ser baixado contra a conta de resultado.

O Quadro 7 mostra como deve ser esta baixa.

Quadro 7: Baixa do Passivo tributário objeto do Beneficio da imunidade e

da isenção.

1 Imposto de Renda Pessoa Jurídica

Debitar Imposto de Renda - Exigibilidade suspensa ( Passivo)

Creditar Isenção e Imunidade tributária - IRPJ ( Resultado) 2 Contribuição Social Sobre Lucro Líquido

Debitar CSLL – Exigibilidade Suspensa ( Passivo)

Creditar Isenção e Imunidade Tributária - CSLL ( Resultado)

3 Imposto Sobre Produtos Industrializados

Debitar IPI – Exigibilidade Suspensa ( Passivo )

Creditar Isenções e Imunidades Tributárias IPI ( Resultado) 4 Imposto de Importação

Debitar Imposto de Importação – Exigibilidade Suspensa ( Passivo)

Creditar Isenção e Imunidade Tributária - II (Conta de Resultado)

5 Contribuição para Previdência

Debitar Previdência Social – Exigibilidade Suspensa ( Passivo)

Creditar Isenção e Imunidade Tributária - Prev. Social ( Resultado) 6 ISSQN

Debitar ISSQN – Exigibilidade Suspensa (Passivo)

Creditar Isenção e Imunidade Tributária – ISSQN (Resultado)

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Obs: É importante acompanhar o ato da autoridade tributária homologando o

tributo, reconhecendo que a Entidade satisfaz às condições para fruição do

tributo respectivo.

3.2.5 Receita de Convênios e Contrapartidas de Convênios

Convênios são representados por instrumentos jurídicos em que as partes se

obrigam na execução do objetivo. Quando celebrado com a Administração

Pública, o convênio não permite remuneração à Entidade executora. Se exigir

contrapartida, por parte da Entidade executora, esta poderá ser financeira ou

não. Tendo caráter financeiro o aporte deverá ser na conta do convênio para

completar a totalidade dos recursos necessários quantificado no plano de

trabalho. Se não for financeira o Instrumento jurídico deverá estabelecer a

forma que a contrapartida poderá ser efetuada ( Pessoal, material, serviços de

terceiros e outros)

A Entidade deverá manter em sua contabilidade contas específicas com

esquemas contábeis distintos para cada convenio que executar.

Os registros dos recursos de Convênios, estão demonstrados no Quadro 8.

Quadro 8: Reconhecimento de Recursos de Convênios

1 Entrada de Recursos Financeiros na Contabilidade do Convênio

Debitar Banco (Conta de disponibilidade de Convênio)

Creditar Recursos de Convênios ( Passivo)

2 Realização da Despesa na Conta de Convênio

Debitar Despesa de Convênio (Resultado)

Creditar Banco ( Disponibilidade de Convênio)

3 Reconhecimento simultâneo da Receita de Convênio

Debitar Recursos de Convênio (Passivo)

Creditar Receita de Convênio ( Resultado)

Registros da contrapartida estão demonstrados no Quadro 9.

Quadro 9: Reconhecimento da Contrapartida de Recursos de Convênio

1 Contrapartida com Recursos Financeiros na Contabilidade do Convênio

Debitar Banco (Conta Disponibilidade )

Creditar Recurso de Convênio ( Passivo ) 2 Contrapartida com Recursos Não Financeiros na Contabilidade do Convênio

Debitar Despesa de Convênio ( Conta específica )

Creditar Recursos de Convênio (Passivo)

Com a realização da despesa do convênio, deve ser reconhecida a receita

do convênio em igual valor, como segue:

Quadro 10: Reconhecimento da Receita da Contrapartida do Convênio

1 Reconhecimento da Receita de Contrapartida do Convênio

Debitar Recursos de Convênio (Passivo)

Creditar Receita de convênio

Há de se compreender que a receita de contrapartida do convênio

corresponde a uma despesa da entidade executora do convênio que deve

ser registrada em rubrica contábil específica do resultado.

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56

Assim, a entidade executora deverá manter registros por convênio referente

à contrapartida financeira e não financeira em conta de resultado.

3.2.6 Reconhecimento da gratuidade

A ITG 2002 aprovada pela Resolução 1.409/12 estabelece no item 13 que:

“Os benefícios concedidos pela entidade sem finalidade de

lucros a título de gratuidade devem ser reconhecidos de

forma segregada, destacando-se aqueles que devem ser

utilizados em prestações de contas nos órgãos

governamentais.”

A titulo de exemplo o Quadro 11 demonstra como a entidade deve proceder

no reconhecimento da gratuidade.

Quadro 11: Reconhecimento do valor da gratuidade ofertada pela

Entidade de Interesse Social

1 Gratuidade ofertada em bens tangíveis (Medicamentos, vestuários, etc)

Debitar Benefícios concedidos de Gratuidade ( Resultado)

Creditar Estoque ( Ativo Circulante )

2 Gratuidade disponib bens intangíveis (serviços de educação, saúde, etc)

Debitar Benefícios concedidos de Gratuidade ( Resultado )

Creditar Contas a Receber ( Ativo Circulante)

3.3 Demonstrações Contábeis

As demonstrações contábeis, que devem ser elaboradas pela entidade sem

finalidade de lucros, são:

Balanço Patrimonial;

Demonstração do Resultado do Período;

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;

Demonstração dos Fluxos de Caixa; e

Notas Explicativas,

Conforme previsto na NBC TG 26 ou na Seção 3 da NBC TG 1000, quando

aplicável.

No Balanço Patrimonial, a denominação da conta Capital deve ser

substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido.

No Balanço Patrimonial e nas Demonstrações do Resultado do Período,

das Mutações do Patrimônio Líquido e dos Fluxos de Caixa, as palavras

lucro ou prejuízo devem ser substituídas por superávit ou déficit do

período.

Na Demonstração do Resultado do Período, devem ser destacadas as

informações de gratuidade concedidas e serviços voluntários obtidos, e

divulgadas em notas explicativas por tipo de atividade.

Na Demonstração dos Fluxos de Caixa, as doações devem ser

classificadas nos fluxos das atividades operacionais.

3.3.1 Finalidade das Demonstrações Contábeis

Especificamente, o objetivo das demonstrações contábeis destinadas a

atender a propósitos gerais sob a ótica do Terceiro Setor deve ser o de

proporcionar informação útil para a tomada de decisão e para demonstrar a

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57

existência da accountability da entidade quanto aos recursos que lhe foram

confiados, fornecendo informações:

sobre fontes, destinação e uso de recursos financeiros;

sobre como a entidade financiou suas atividades e reuniu

os recursos financeiros necessários;

que são úteis na avaliação da habilidade da entidade de

financiar suas atividades e cumprir com suas obrigações e

compromissos;

sobre a condição financeira da entidade e mudanças

adotadas que contribuíram para a consolidação dessa

condição;

úteis e agregadas para a avaliação do desempenho da

entidade em termos de custos de seus serviços, eficiência

e realizações.

3.3.2 Regime de Competência

Com a finalidade de atingir seus objetivos, demonstrações contábeis são

preparadas conforme o regime contábil de competência. Segundo esse

regime, os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos

quando ocorrem (e, não, quando caixa ou outros recursos financeiros

são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e

reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se

referem. As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de

competência informam aos usuários não somente sobre transações pas-

sadas envolvendo o pagamento e o recebimento de caixa ou outros

recursos financeiros, mas também sobre obrigações de pagamento no

futuro e sobre recursos que serão recebidos no futuro. Dessa forma,

apresentam informações sobre transações passadas e outros eventos

que sejam as mais úteis aos usuários na tomada de decisões

econômicas. O regime de competência pressupõe a confrontação entre

receitas e despesas.

3.3.3 Pressuposto da Continuidade Normal das Operações

Ao elaborar as demonstrações contábeis, a administração deve fazer uma

avaliação da capacidade de a entidade continuar em operação em futuro

previsível. A entidade está em continuidade a menos que a administração

tenha intenção de cessar suas atividades, ou ainda não possua alternativa

realista senão a descontinuação de suas atividades. Ao avaliar se o

pressuposto de continuidade é apropriado, a administração deve levar em

consideração toda a informação disponível sobre o futuro, que é o período

mínimo, mas não limitado, de doze meses a partir da data de divulgação

das demonstrações contábeis. Os estatutos das Entidades do Terceiro

Setor normalmente disciplinam qual será a destinação do seu patrimônio

em caso de descontinuidade. Via de regra, em caso de descontinuidade, o

patrimônio é revertido para outra entidade de finalidade comum, algumas

vezes identificada no próprio estatuto.

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Quando a administração, ao fazer sua avaliação, tiver conhecimento de

incertezas relevantes relacionadas com eventos ou condições que possam

lançar dúvidas significativas acerca da capacidade de a entidade

permanecer em continuidade, essas incertezas devem ser divulgadas.

Quando as demonstrações contábeis não forem elaboradas no

pressuposto da continuidade, esse fato deve ser divulgado juntamente

com as bases com as quais as demonstrações contábeis foram

elaboradas e a razão pela qual não se pressupõe a continuidade da

entidade.

3.3.4 Modelo de Demonstrações Contábeis ( Res. 1.409/12 )

A Resolução 1.409/12 apresenta, apêndice com exemplos de

Demonstrações Contábeis mencionadas na ITG 2002 cujo objetivo é

auxiliar os preparadores para divulgação das informações contábeis e

financeiras das entidades sem finalidade de lucros. A entidade pode

alterar e incluir contas para atender às especificidades da entidade,

inclusive agregar contas similares para fins de divulgação das

demonstrações contábeis, sempre que entender ser necessário. O

Apêndice acompanha, mas não faz parte da Interpretação.

3.3.4.1 Balanço Patrimonial

20x1 20x0

ATIVO

Circulante

Caixa e Equivalentes de Caixa

Caixa

Banco C/Movimento – Recursos sem Restrição

Banco C/Movimento – Recursos com Restrição

Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição

Aplicações Financeiras – Recursos com Restrição

Créditos a Receber

Mensalidades de Terceiros

Atendimentos Realizados

Adiantamentos a Empregados

Adiantamentos a Fornecedores

Recursos de Parcerias em Projetos

Tributos a Recuperar

Despesas Antecipadas

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Estoques

Produtos Próprios para Venda

Produtos Doados para Venda

Almoxarifado / Material de Expediente

Não Circulante

Realizável a Longo Prazo

Aplicações Financeiras – Recursos sem Restrição

Aplicações Financeiras – Recursos com Restrição

Valores a Receber

Investimentos

Investimentos Permanentes

Imobilizado

Bens sem Restrição

Bens com Restrição

(-) Depreciação Acumulada

Intangível

Direitos de Uso de Softwares

Direitos de Autor e de Marcas

(-) Amortização Acumulada

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20x1 20x0

PASSIVO

Circulante

Fornecedores de bens e serviços

Obrigações com Empregados

Obrigações Tributárias

Empréstimos e Financiamentos a Pagar

Recursos de Projetos em Execução

Recursos de Convênios em Execução

Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar

Não Circulante

Empréstimos e Financiamentos a Pagar

Recursos de Projetos em Execução

Recursos de Convênios em Execução

Subvenções e Assistências Governamentais a Realizar

Patrimônio Líquido

Patrimônio Social

Outras Reservas

Ajustes de Avaliação Patrimonial

Superávit ou Déficit Acumulado

3.3.4.2 Demonstração do Resultado do Período

20x1 20x0

RECEITAS OPERACIONAIS

Com Restrição

Programa (Atividades) de

Educação

Programa (Atividades) de

Saúde

Programa (Atividades) de

Assistência Social

Programa (Atividades) de

Direitos Humanos

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Programa (Atividades) de

Meio Ambiente

Outros Programas

(Atividades)

Gratuidades

Trabalho Voluntário

Rendimentos Financeiros

Sem Restrição

Receitas de Serviços

Prestados

Contribuições e Doações

Voluntárias

Ganhos na Venda de Bens

Rendimentos Financeiros

Outros Recursos Recebidos

CUSTOS E DESPESAS

OPERACIONAIS

Com Programas (Atividades)

Educação

Saúde

Assistência Social

Direitos Humanos

Meio Ambiente

Gratuidades Concedidas

Trabalho Voluntário

RESULTADO BRUTO

DESPESAS OPERACIONAIS

Administrativas

Salários

Encargos Sociais

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Impostos e Taxas

Aluguéis

Serviços Gerais

Manutenção

Depreciação e Amortização

Perdas Diversas

Outras despesas/receitas

operacionais

OPERAÇÕES DESCONTINUADAS

(LÍQUIDO)

SUPERÁVIT/DÉFICIT DO PERÍODO

Observações:

1) As despesas administrativas se referem àquelas indiretas ao programa

(atividades);

2) As gratuidades e o trabalho voluntário devem ser demonstrados por

programa (atividades) em Nota Explicativa.

3.3.4.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Em 1/12/20x1

Patrimônio

Social

Outras

Reservas

Ajustes de

Avaliação

Patrimonial

Superávit

/ Déficit

Total do

Patrimônio

Líquido

Saldos iniciais em

31.12.20x0 X - - X X

Movimentação do

Período

Superávit / Déficit

do Período X X

Ajustes de

Avaliação

Patrimonial

X X

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3.3.4.3 Demonstração dos Fluxos de Caixa

Recursos de

Superávit com

Restrição

X (X) -

Transferência de

Superávit de

Recursos sem

Restrição

X (X)

-

Saldos finais em

31/12/20x1 X X X - X

1. Método Direto 20x1 20x0

Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais

Recursos Recebidos

Entidades Governamentais 3,00 2,00

Entidades Privadas 3,00 1,00

Doações e Contribuições Voluntárias 1,00 1,00

Próprios 1,00 2,00

Rendimentos Financeiros 1,00 1,00

Outros 1,00 1,00

Pagamentos Realizados

Aquisição de bens e Serviços – Programas (Atividades)

Executados

(3,00) (2,00)

Salários e Encargos Sociais do Pessoal Administrativo (1,00) (1,00)

Contribuições Sociais, Impostos e Taxas (0,00) (0,00)

Outros Pagamentos (1,00) (1,00)

(=) Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais 5,00 4,00

Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento

Recursos Recebidos pela Venda de Bens 1,00 2,00

Outros Recebimentos por Investimentos Realizados 1,00 1,00

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2. Método Indireto 20x1 20x0

Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais

Superávit (Déficit) do Período 1,00 1,00

Ajustes por:

(+) Depreciação 1,00 1,00

(+) Amortização 1,00 1,00

(+) Perda de Variação Cambial 1,00 0,00

(-) Ganho na Venda de Bens do Imobilizado (1,00) (1,00)

Superávit (Déficit) Ajustado 3,00 2,00

Aumento (Diminuição) nos Ativos Circulantes

Mensalidades de Terceiros 2,00 3,00

Atendimentos Realizados 4,00 3,00

Adiantamentos a Empregados (1,00) (1,00)

Adiantamentos a Fornecedores (1,00) (1,00)

Recursos de Parcerias em Projetos (1,00) (1,00)

Tributos a Recuperar 1,00 1,00

Aquisições de Bens e Direitos para o Ativo (3,00) (4,00)

(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de Investimento (1,00) (1,00)

Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento

Recebimentos de Empréstimos 1,00 3,00

Outros Recebimentos por Financiamentos 1,00 1,00

Pagamentos de Empréstimos (2,00) (2,00)

Pagamentos de Arrendamento Mercantil (2,00) (3,00)

(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de

Financiamento

(2,00) (1,00)

(=) Aumento Líquido de Caixa e Equivalentes de Caixa 2,00 2,00

Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período 3,00 1,00

Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Período 5,00 3,00

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Despesas Antecipadas (1,00) (1,00)

Outros Valores a Receber 2,00 5,00 1,00 4,00

Aumento (Diminuição) nos Passivos Circulantes

Fornecedores de bens e serviços (3,00) (2,00)

Obrigações com Empregados (2,00) (1,00)

Obrigações Tributárias (1,00) (1,00)

Empréstimos e Financiamentos a Pagar 4,00 3,00

Recursos de Projetos em Execução (2,00) (1,00)

Recursos de Convênios em Execução (1,00) (1,00)

Subvenções e Assistências Governamentais 3,00 2,00

Outras Obrigações a Pagar (1,00) (3,00) (1,00) (2,00)

(=) Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais 5,00 4,00

Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento

Recursos Recebidos pela Venda de Bens 1,00 2,00

Outros Recebimentos por Investimentos Realizados 1,00 1,00

Aquisições de Bens e Direitos para o Ativo (3,00) (4,00)

(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de

Investimento

(1,00) (1,00)

Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento

Recebimentos de Empréstimos 1,00 3,00

Outros Recebimentos por Financiamentos 1,00 1,00

Pagamentos de Empréstimos (2,00) (2,00)

Pagamentos de Arrendamento Mercantil (2,00) (3,00)

(=) Caixa Líquido Consumido pelas Atividades de

Financiamento

(2,00) (1,00)

(=) Aumento Líquido de Caixa e Equivalentes de Caixa 2,00 2,00

Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período 3,00 1,00

Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Período 5,00 3,00

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3.3.5 Notas Explicativas

As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas

explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações:

contexto operacional da entidade, incluindo a natureza social e

econômica e os objetivos sociais;

os critérios de apuração da receita e da despesa, especialmente

com gratuidade, doação, subvenção, contribuição e aplicação de

recursos;

a renúncia fiscal relacionada com a atividade deve ser

evidenciada nas demontrações contábeis como se a obrigação

devida fosse;

as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos

e as responsabilidades decorrentes dessas subvenções;

os recursos de aplicação restrita e as responsabilidades

decorrentes de tais recursos;

os recursos sujeitos a restrição ou vinculação por parte do

doador;

eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que

tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação

financeira e os resultados futuros da entidade;

as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das

obrigações em longo prazo;

informações sobre os seguros contratados;

a entidade educacional de ensino superior deve evidenciar a

adequação da receita com a despesa de pessoal, segundo

parâmetros estabelecidos pela Lei das Diretrizes e Bases da

Educação e sua regulamentação;

os critérios e procedimentos do registro contábil de depreciação,

amortização e exaustão do ativo imobilizado, devendo ser

observado a obrigatoriedade do reconhecimento com base em

estimativa de sua vida útil;

segregar os atendimentos com recursos próprios dos demais

atendimentos realizados pela entidade;

todas as gratuidades praticadas devem ser registradas de forma

segregada, destacando aquelas que devem ser utilizadas na

prestação de contas nos órgãos governamentais, apresentando

dados quantitativos, ou seja, valores dos benefícios, número de

atendidos, número de atendimentos, número de bolsistas com

valores e percentuais representativos;

a entidade deve demonstrar, comparativamente, o custo e o valor

reconhecido quando este valor não cobrir os custos dos serviços

prestados.

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4. Exercícios

1) A Entidade de interesse social ABC obteve no mês de julho as seguintes

doações:

Genero alimentícios.

o Feijão 100 kg valor unitário R$ 3,50

o Arroz 200 Kg valor unitário R$ 2,50

o Farinha 50 Kg valor unitário R$ 3,50

o Óleo de soja 20 litros, valor unitário R$ 2,75

o Salsicha 10 kg, valor unitário R$ 4,35

Trabalho voluntário.

o Médico – 20 horas – R$ 100,00 hora

o Dentista – 10 horas – R$ 100,00

o Contador – 30 horas – R$ 100,00

o Advogado – 10 horas – R$ 100,00

Elabore: quadro de mensuração e do reconhecimento contábil.

5. Anexos.

TERMO DE ADESÃO DE VOLUNTÁRIO COM BASE NA LEI DO

VOLUNTÁRIO (LEI Nº 9.608/98)

________________________ (NOME DA ENTIDADE), entidade beneficente

sem fins lucrativos situada na __________________________ (endereço),

inscrita no CNPJ sob nº ______________________, neste ato representada

por seu ____________________ (cargo), ____________________ (nome),

doravante denominada ENTIDADE, vem celebrar com _______________

(NOME DO VOLUNTÁRIO), ___________ (nacionalidade), ________ (estado

civil), RG nº ____________________, CPF nº ______________________

residente na ________________________________________ (endereço),

denominado/a VOLUNTÁRIO neste instrumento particular, o presente TERMO

DE ADESÃO, com as seguintes condições e condições abaixo:

Cláusula 1ª - O objeto do presente Termo que as partes supra qualificadas

firmam é o estabelecimento de regras para a atuação do voluntário.

Cláusula 2ª - O voluntário se compromete a auxiliar a entidade no

desenvolvimento/implementação

___________________________________________ (descrever as atividades

que o voluntário se comprometer a ajudar desenvolver: oficinas, projetos, etc.).

Cláusula 3ª - Seu horário de atividade será

__________________________________________ (período do dia e dias da

semana que o voluntário estará disponível). Parágrafo Único – O horário acima

estabelecido de pleno acordo entre as partes poderá ser revisto e alterado a

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qualquer momento, por iniciativa de qualquer das partes, desde que conte com

o expresso consentimento da outra.

Cláusula 4ª - Poderá o voluntário ser aproveitado em outras atividades da

entidade durante a vigência deste instrumento particular, desde que conte com

o seu consentimento expresso e sejam os horários compatíveis com a

atividade mencionada neste termo de adesão, em sua cláusula 2ª.

Cláusula 5ª - As despesas expressamente autorizadas pela entidade e

realizadas em benefício desta poderão ser reembolsadas ao voluntário se este

assim o desejar. O reembolso será feito mediante assinatura de recibo por

parte do voluntário.

Parágrafo único - Caso o voluntário não desejar o reembolso, deverá esta

manifestação de vontade ser expressa, mediante termo escrito.

Cláusula 6ª - O presente instrumento particular tem prazo de duração de

_____ meses, tendo início em _________________ e término em

_________________, podendo, no entanto, ser rescindido antes do prazo

mediante comunicação escrita de uma das partes a outra, com antecedência

mínima de ________ (____________) dias, motivando a decisão.

Cláusula 7ª - Fica eleito de comum acordo o foro da Comarca de

__________________________ com exceção de qualquer outro, por mais

especial que seja, para dirimir qualquer dúvida ou litígio decorrente do

cumprimento deste instrumento particular. Por fim, consciente está o voluntário

que o serviço voluntário, conforme Lei Federal nº 9.608, que segue junto a este

Termo, "não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista,

previdenciária ou afim”. Estando as partes plenamente de acordo com o acima

exposto, subscrevem o presente em _____ (______) vias de igual teor e forma

na presença das testemunhas abaixo.

________________, ____de ________________ de ________

_________________________________

(ENTIDADE) _________________________________

(VOLUNTÁRIO)

TESTEMUNHAS:

1. ______________________________

Nome: RG: CPF:

2. ______________________________

Nome: RG: CPF:

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PLANO DE CONTAS

Código Título da Conta 1. Ativo

1.1 Circulante

1.1.1 Caixa e Equivalente de Caixa

1.1.1.01 Caixa

1.1.1.02 Depósitos Bancários à Vista

1.1.1.02.01 Bancos Conta Movimento – Recursos Livres

1.1.1.02.02 Bancos Conta Movimento – Recursos de Terceiros

1.1.1.02.03 Bancos Conta Movimento – Recursos com Restrições

1.1.1.03 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata

1.1.1.03.01 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos Livres

1.1.1.03.02 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos de Terceiros

1.1.1.03.03 Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata – Recursos com Restrições

1.1.2 Créditos

1.1.2.01 Aplicações Financeiras a Prazo

1.1.2.01.01 Aplicações Financeiras a Prazo – Recursos Livres

1.1.2.02 Cheques a Depositar

1.1.2.03 Cartão de Crédito a Receber

1.1.2.04 Contas a Receber

1.1.2.04.01 (-) Ajuste a Valor Justo

1.1.2.05 (-) Perdas Estimadas em Crédito de Liquidação Duvidosa

1.1.2.06 (-) Títulos Descontados sem Coobrigação

1.1.2.07 Adiantamentos a Empregados

1.1.2.08 Adiantamento a fornecedores

1.1.2.09 Desembolsos para Ressarcimento Futuro

1.1.2.10 Valores Pendentes de Prestação de Contas

1.1.2.10.01 Repasses de Recursos

1.1.2.10.02 Adiantamento de Recursos

1.1.2.11 Créditos Tributários a serem Compensados ou Ressarcidos

1.1.2.11.01 Imposto de Renda

1.1.2.11.02 PIS/Pasep

1.1.2.11.03 Cofins

1.1.2.12 Antecipação de Recursos em Projetos e Parcerias

1.1.2.13 Despesas Antecipadas

1.1.2.13.01 Assinaturas

1.1.2.13.02 Prêmio de Seguro

1.1.2.13.03 Outras Despesas Antecipadas

1.1.2.14 Outros Valores

1.1.2.14.01 Pagamentos a Identificar

1.1.2.14.02 Outros Direitos

1.1.2.20 Gratuidade Concedida

1.1.2.20.01 Fornecimentos e Serviços

1.1.3 Estoques

1.1.3.01 Revenda

1.1.3.02 Manutenção

1.1.3.03 Produção própria

1.1.3.04 Adiantamento a Fornecedores

1.1.3.09 (-) Ajuste a valor recuperável (AVR)

1.2 Ativo não Circulante

1.2.1 Realizável a Longo Prazo

1.2.1.01 Créditos

1.2.1.01.01 Parcerias

1.2.1.02 Investimentos Temporários

1.2.1.03 Outros Créditos

1.2.2. Investimentos

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1.2.2..02 Participações Societárias

1.2.2.03 Propriedades para Investimento

1.2.2.09 Outros Investimentos

1.2.3 Imobilizado

1.2.3.01 Imóveis de Uso

1.2.3.02 Utensílios

1.2.3.03 Instalações

1.2.3.04 Mobiliários

1.2.3.08 Veículos

1.2.3.10 Obras em Andamento

1.2.3.11 Adiantamento a Fornecedores

1.2.3.12 Bens de Uso com Restrição

1.2.4 (-) Depreciação Acumulada

1.2.4.01 Imóveis de Uso

1.2.4.02 Utensílios

1.2.4.03 Instalações

1.2.4.04 Mobiliários

1.2.4.08 Veículos

1.2.4.12 Bens de Uso com Restrição

1.2.5 Intangível

1.2.5.01 Software

1.2.5.02 Bens de uso com restrição

1.2.9 (-) Amortização Acumulada

1.9 Compensação Ativa

1.9.1 A (Título de acordo com a Entidade)

2. Passivo + Patrimônio Líquido

2.1 Circulante

2.1.1 Contas a Pagar

2.1.1.01 Obrigações com Instituições Financeiras

2.1.1.01.01 Empréstimos para Financiamento de Capital Circulante

2.1.1.01.02 Parcela de Empréstimos transferida do Longo Prazo

2.1.1.01.03 Créditos Rotativos

2.1.1.01.04 Outras Operações de Crédito

2.1.1.01.05 Parcela de Outras Operações de Crédito transferidas do Longo Prazo

2.1.1.01.06 Títulos Descontados com Coobrigação

2.1.1.02 Obrigações Vinculadas ao Fornecimento de Material e Serviços

2.1.1.02.01 Fornecedores

2.1.1.02.01.01 (-) Ajuste a Valor Justo

2.1.1.03 Consignações Vinculadas a Folha de Pagamento

2.1.1.03.01 Previdência Social – Empregados

2.1.1.03.02 Imposto de Renda na Fonte – Empregados

2.1.1.03.03 Sindical – Empregados

2.1.1.03.04 Pensão Alimentícia

2.1.1.03.05 Repasses a Terceiros

2.1.1.03.06 Obrigações não Reclamadas

2.1.1.04 Obrigações Tributárias Próprias

2.1.1.04.02 PIS/Pasep – Receita Própria

2.1.1.04.03 Cofins – Receita Própria

2.1.1.04.04 ISSQN – Receita Própria

2.1.1.04.05 Previdência Social – Folha

2.1.1.04.07 ICMS – Receita Própria

2.1.1.05 Obrigações Tributárias – Terceiros

2.1.1.05.01 CSLL – Fonte

2.1.1.05.02 PIS/Pasep – Fonte

2.1.1.05.03 2Cofins – Fonte

2.1.1.05.04 ISSQN – Fonte

2.1.1.05.05 Previdência Social – Fonte

2.1.1.05.06 Imposto de Renda - Fonte

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2.1.1.06 Obrigações Tributárias – Renúncia Fiscal

2.1.1.06.02 PIS/Pasep – Renúncia Fiscal

2.1.1.06.03 Cofins – Renúncia Fiscal

2.1.1.06.04 ISSQN – Renúncia Fiscal

2.1.1.06.05 Previdência Social– Renúncia Fiscal

2.1.1.06.07 ICMS – Renúncia Fiscal

2.1.1.07 Obrigações com Empregados

2.1.1.07.01 Salários a Pagar

2.1.1.07.02 Salário a Pagar

2.1.1.07.03 Férias a Pagar

2.1.1.07.04 FGTS

2.1.1.08 Obrigações Tributárias – Projetos

2.1.1.08.01 CSLL – Fonte

2.1.1.08.02 PIS/Pasep – Fonte

2.1.1.08.03 Cofins – Fonte

2.1.1.08.04 ISSQN – Fonte

2.1.1.08.05 Previdência Social – Fonte

2.1.1.08.06 Imposto de Renda - Fonte

2.1.2 Provisões

2.1.2.01 Provisões Cíveis

2.1.2.01.01 Glosas de Prestação de Contas

2.1.2.01.02 Outros Danos

2.1.2.02 Provisões Trabalhistas

2.1.2.02.01 Reclamações trabalhistas

2.1.2.03 Provisões Tributárias

2.1.2.03.01 Tributos Federais

2.1.2.03.02 Tributos Estaduais

2.1.2.03.04 Tributos Municipais

2.1.3 Recursos de Projetos1

2.1.3.01 Recursos de Entidade Pública Nacional

2.1.3.01.01 Entrada de Recursos

2.1.3.01.02 (-) Recursos Aplicados

2.1.3.03 Recursos de Entidade Privada Nacional

2.1.3.03.01 Entrada de Recursos

2.1.3.03.02 (-) Recursos Aplicados

2.1.3.04 Recursos de Entidade Internacional

2.1.3.04.01 Entrada de Recursos

2.1.3.04.02 (-) Recursos Aplicados

2.1.3.05 Recursos Pendentes de Projetos Encerrados

2.1.3.05.01 Recursos de Entidade Pública Nacional

2.1.3.05.03 Recursos de Entidade Privada Nacional

2.1.3.05.05 Recursos de Entidade Internacional

2.1.4 Subvenções e Doações

2.1.4.01 Subvenções

2.1.4.02 Doações

2.1.5 Outras Obrigações

2.1.5.01 Outras Obrigações

2.1.5.01.01 Obrigações Trabalhistas

2.1.5.01.02 Outras Obrigações

2.1.5.01.03 Recebimentos Antecipados

2.1.5.01.04 Recebimentos a Identificar

2.1.5.01.05 Trabalho Profissional Voluntário

2.2 Passivo não Circulante - Exigível a Longo Prazo

2.2.1 Obrigações com Instituições Financeiras

2.2.1.01 Empréstimos para Financiamento

2.2.1.02 (-) Parcela de Empréstimos Exigível a Curto Prazo

2.2.1.04 Outras Operações de Crédito

2.2.1.05 (-) Parcela de Outras Operações de Crédito Exigível a Curto Prazo

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2.2.2 Outras Obrigações de Longo Prazo

2.3 Patrimônio Líquido

2.3.1 Patrimônio Social

2.3.2 Outras Reservas

2.3.3 Ajuste de Avaliação Patrimonial

2.3.4 Superávit ou Déficit

2.9 Compensação Passiva

2.9.1 B (título de acordo com a entidade)

3. Despesas

3.1 Recursos Humanos

3.1.1 Remuneração de Pessoal com Vínculo Empregatício

3.1.1.01 Salários

3.1.1.02 Décimo Terceiro Salário

3.1.1.03 Férias

3.1.1.04 Diárias

3.1.1.05 Ajuda de Custo

3.1.1.06 Serviços Extraordinários

3.1.2 Benefícios a Pessoal com Vínculo Empregatício

3.1.2.01 Condução Urbana

3.1.2.02 Alimentação

3.1.2.03 Aperfeiçoamento Profissional

3.1.3 Encargos Sociais

3.1.3.01 Previdência Social

3.1.3.02 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

3.1.3.03 PIS/Pasep

3.1.4 Remuneração de Pessoal sem Vínculo Empregatício

3.1.4.01 Bolsa de Estagiário

3.1.4.02 Honorários Profissionais

3.1.4.03 Previdência Social

3.1.4.04 Indenização de Gastos de Trabalho Voluntário

3.1.4.05 Trabalho Voluntário

3.2 Despesas Ordinárias

3.2.1. Manutenção de Infraestrutura

3.2.1.01 Conservação de Imóveis

3.2.1.02 Conservação de Equipamentos

3.2.1.03 Conservação de Instalações

3.2.1.04 Conservação de Parque Público

3.2.2 Serviços de Comunicação

3.2.2.01 Locação de Equipamento de Comunicação

3.2.2.02 Uso da Internet

3.2.2.03 Tarifa de Telefonia

3.2.3 Apoio Administrativo

3.2.3.01 Aluguel de Imóveis

3.2.3.02 Taxas de Condomínio

3.2.3.03 Tarifa de Energia Elétrica

3.2.3.05 Material de Limpeza

3.2.3.06 Material de Escritório

3.2.3.07 Aluguel de Equipamentos

3.2.3.08 Tarifa de Água e Esgoto

3.2.3.09 Combustíveis e Lubrificantes

3.2.3.10 Viagens e Estadas

3.2.4 Despesas Financeiras

3.2.4.01 Juros Moratórios

3.2.4.02 Comissões e Encargos Financeiros

3.2.4.03 Multas

3.2.4.04 Juros sobre Empréstimos e Financiamentos

3.2.4.05 Ajuste a Valor Justo

3.2.7 Depreciação e Amortização

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3.2.7.01 Depreciação de Bens Imóveis

3.2.7.02 Depreciação de Bens Móveis

3.2.7.03 Amortização

3.2.7.04 Ajuste por Recuperabilidade

3.3. Despesas de Projetos

3.3.1 Atividade Educacional

3.3.1.01 Atendimento a Criança

3.3.1.02 Atendimento a Adolescente

3.3.1.03 Atendimento a Bolsistas

3.3.1.04 Atendimento a Idoso

3.3.1.05 Atendimento a Deficiente

3.3.1.06 Atendimento a Comunidade Indígena

3.3.2 Atividade de Assistência Social

3.3.2.01 Atendimento a Criança

3.3.2.02 Atendimento a Adolescente

3.3.2.03 Atendimento a Bolsistas

3.3.2.04 Atendimento a Idoso

3.3.2.05 Atendimento a Deficiente

3.3.2.06 Atendimento a Comunidade Indígena

3.3.3 Atividade Esportiva

3.3.3.01 Atendimento a Criança

3.3.3.02 Atendimento a Adolescente

3.3.3.03 Atendimento a Bolsistas

3.3.3.04 Atendimento a Idoso

3.3.3.05 Atendimento a Deficiente

3.3.3.06 Atendimento a Comunidade Indígena

3.3.4 Atividade de Assistência de Saúde

3.3.4.01 Atendimento a Criança

3.3.4.02 Atendimento a Adolescente

3.3.4.03 Atendimento a Bolsistas

3.3.4.04 Atendimento a Idoso

3.3.4.05 Atendimento a Deficiente

3.3.4.06 Atendimento a Comunidade Indígena

3.3.5 Atividade de Proteção Ambiental

3.3.5.1 Preservação de Florestas

3.3.5.2 Preservação de Recursos Hídricos

3.3.6 Atividade Cultural

3.6 Despesa Tributária

3.6.2 Impostos Taxas e Contribuições

3.6.2.01 Impostos Taxas e Contribuições Federais

3.6.2.02 Impostos Taxas e Contribuições Estaduais

3.6.2.03 Impostos Taxas e Contribuições Municipais

3.7 Contrapartida de Convênios e Parcerias

3.7.1 Atividade Educacional

3.7.1.01 Pessoal, Encargos e Benefícios

3.7.1.02 Material de Uso e Consumo

3.7.1.03 Equipamentos

3.7.1.04 Serviços

3.7.2 Atividade de Assistência Social

3.7.2.01 Pessoal, Encargos e Benefícios

3.7.2.02 Material de Uso e Consumo

3.7.2.03 Equipamentos

3.7.2.04 Serviços

3.7.3 Atividade Esportiva

3.7.3.01 Pessoal, Encargos e Benefícios

3.7.3.02 Material de Uso e Consumo

3.7.3.03 Equipamentos

3.7.3.04 Serviços

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3.7.4 Atividade de Assistência de Saúde

3.7.4.01 Pessoal, Encargos e Benefícios

3.7.4.02 Material de Uso e Consumo

3.7.4.03 Equipamentos

3.7.4.04 Serviços

3.7.5 Proteção Ambiental

3.7.5.01 Pessoal, Encargos e Benefícios

3.7.5.02 Material de Uso e Consumo

3.7.5.03 Equipamentos

3.7.5.04 Serviços

3.7.6 Atividade Cultural

3.7.6.01 Pessoal, Encargos e Benefícios

3.7.6.02 Material de Uso e Consumo

3.7.6.03 Equipamentos

3.7.6.04 Serviços

3.8 Outras Despesas

3.8.1 Perda na Baixa de Bens do Ativo Imobilizado

3.8.2 Estimativa de Demanda Judicial

4. Receitas

4.1 Ordinárias

4.1.1 Custeio

4.1.1.01 Doações

4.1.1.02 Subvenções

4.1.1.03 Taxas de Administração

4.1.1.04 Repasses Financeiros

4.1.1.05 Venda de Bens e Serviços

4.1.1.06 Mensalidades

4.1.2 Dedução da Receita

4.1.2.01 ISSQN

4.1.2.02 ICMS

4.1.2.03 PIS

4.1.2.04 Cofins

4.2 Receitas Financeiras

4.2.1 Fundos Próprios

4.2.1.01 Renda de Títulos

4.2.1.02 Renda Moratória

4.2.1.05 (-) Imposto de Renda na Fonte sobre Renda de Títulos

4.2.1.06 Ajuste a Valor Justo

4.2.2 Fundos de Projetos

4.2.2.01 Renda de Títulos

4.2.2.05 (-) Imposto de Renda na Fonte sobre Renda de Títulos

4.3 Receita de Projetos

4.3.1 Atividade Educacional

4.3.1.01 Atendimento a Criança

4.3.1.02 Atendimento a Adolescente

4.3.1.03 Atendimento a Idoso

4.3.1.04 Atendimento a Deficiente

4.3.1.05 Atendimento a Comunidade Indígena

4.3.2 Atividade de Assistência Social

4.3.2.01 Atendimento a Criança

4.3.2.02 Atendimento a Adolescente

4.3.2.03 Atendimento a Idoso

4.3.2.04 Atendimento a Deficiente

4.3.2.05 Atendimento a Comunidade Indígena

4.3.3 Atividade Esportiva

4.3.3.01 Atendimento a Criança

4.3.3.02 Atendimento a Adolescente

4.3.3.03 Atendimento a Idoso

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4.3.3.04 Atendimento a Deficiente

4.3.3.05 Atendimento a Comunidade Indígena

4.3.4 Atividade de Assistência de Saúde

4.3.4.01 Atendimento a Criança

4.3.4.02 Atendimento a Adolescente

4.3.4.03 Atendimento a Idoso

4.3.4.04 Atendimento a Deficiente

4.3.4.05 Atendimento a Comunidade Indígena

4.3.5 Atividade de Proteção Ambiental

4.3.5.01 Preservação de Florestas

4.3.5.02 Preservação de Recursos Hídricos

4.3.6 Atividade Cultural

4.8 Outras Receitas

4.8.1 Ganho na Baixa de Bens do Ativo Imobilizado

4.8.2 Reversão de Estimativa de Demanda Judicial

5 Variações Patrimoniais

5.1 Benefícios Obtidos

5.1.1 Obtenção de Renúncia Fiscal

5.1.1.01 Impostos Taxas e Contribuições Federais

5.1.1.02 Impostos Taxas e Contribuições Estaduais

5.1.1.03 I Impostos Taxas e Contribuições Municipais

5.1.2 Obtenção de Serviços Voluntários

5.1.2.01 Atividade Educacional

5.1.2.02 Atividade de Assistência Social

5.1.2.03 Atividade Esportiva

5.1.2.04 Atividade de Assistência à Saúde

5.1.2.05 Atividade de Proteção Ambiental

5.1.2.06 Atividade Cultural

5.1.2.07 Atividade Administrativa

5.2 Benefícios Concedidos – Gratuidade

5.2.1 Benefício Integral

5.2.1.01 Atividade Educacional

5.2.1.02 Atividade de Assistência Social

5.2.1.03 Atividade Esportiva

5.2.1.04 Atividade de Assistência à Saúde

5.2.1.05 Atividade de Proteção Ambiental

5.2.1.06 Atividade Cultural

5.2.2 Benefício Proporcional

5.2.2.01 Atividade Educacional

5.2.2.02 Atividade de Assistência Social

5.2.2.03 Atividade Esportiva

5.2.2.04 Atividade de Assistência à Saúde

5.2.2.05 Atividade de Proteção Ambiental

5.2.2.06 Atividade Cultural

6 Encerramento do Exercício

6.1 Apuração do Resultado

6.1.1 Superávit do Exercício

6.1.2 Déficit do Exercício

3 Referêcias.

BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade, Manual de Procedimentos

contábeis e Prestação de Contas das entidade de interesse social,

Brasília 2007

BRASIL, Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul,

Terceiro Setor – Guia de Orientação Profissional de Contabilidade, Porto

Alegre 2011.

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BRASIL, Fundação Brasileira de Contabilidade, Caderno de

Procedimentos Aplicáveis à Prestação de Contas das Entidades do

Terceiro Setor, Brasília 2012.

BRASIL, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil Brasileiro.

BRASIL, Lei 5.172, de 25 de outuburo de 1966. Dispõe sobre o Sistema

Tributário Nacionale institui normas gerais de direito tributário aplicáveis

à União, Estados e Municípios.

BRASIL. Constituição (1988 ). Constituição da República Federativa do

Brasil.

BRASIL, Conselho Federal de Contabilidade. Roluçao 1.409 de

21/09/212. Entidade sem Finalidade de lucro.

BRASIL, Lei 9.608,de 187 de fevereiro de 1998, Dispõe sobre o serviço

voluntário.

BRASIL, Lei 9.637, de 15 de maio de 1998. Dispõe sobre a qualificação

de entidades como organizações sociais, a criação do Programa

Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e entidades que

menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais, e

dá outras providências.

BRASIL, Lei 9.790, de 23 de março de 1990. Qualifica as pessoas

jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como OSCIP, institui e

disciplina o Termo de Parceria.

BRASIL, Lei 12.101, de 27 de novembro de 2009. Dispõe sobre a

Certificação das entiades beneficentes de assistência social; regula os

procedimentos de isenção de contribuições e para a seguridade social;

altera a Lei 8.742, de 7 de dezembro de 1993; revoga dispositivo das

Leis 8.212, de 24 de julho de 1991, 9.429, de 26 de dezembro

dezembro de 1998, 10.684 de 30 de maio de 2003, e a Medida

Provisória 2.187/13, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

BRASIL, Decreto n°50.517, de 2 de maio de 1961. Regulamenta a Lei

91, de 28 de agosto de l935, que dispõe sobre a declaração de utilidade

pública.

BRASIL, Decreto 3100, de 30 de julho de 1999. Regulamenta a Lei

9.790, de 23 de março de 1999.

BRASIL, Decreto 8.242, de 23 de maio de 2014. Regulamenta a Lei

12.101 de 27 de novembro de 2009, para dispor sobre o precesso de

certificação das entidade beneficente de assistência social e sobre o

procedimento de isenção das contribuições para a seguridade social.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-Decreto/D8242.htm#art70

http://justica.gov.br/seus-direitos/entidades-sociais/oscip/requerimento

http://justica.gov.br/seus-direitos/entidades-sociais/utilidade-publica-

federal