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Aposentadoria Expectativa de vida reduz valor Página 3 ContaCorrente Informativo do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região Nov/Dez de 2011 Sindicato O novo Colegiado Executivo Página 7 Lucro Bancos ganham R$ 37,2 bilhões Página 6 Tarifas Cincos bancos cobram R$ 54 bilhões Página 6 Banrisul Fundação realiza seminário em SM Página 7 BB Bancário aposentado lança livro Contracapa Foto Industrial, Light & Magic Um ex-bancário no mundo do cinema N esta edição do Conta Corrente você vai conhecer a traje- tória do ex-funcionário do Banco Brasil, Krishnamurti Martins Costa, que atuou em diversas agências de Santa Maria. Hoje, ele trabalha como artista digital da Industrial, Light & Magic, departamento que faz parte da empresa Lucasfilm, nos Estados Unidos. Cena do filme Rango, lançado este ano. Kris é um dos responsáveis pela criação dos personagens do longa Em seu currículo, Kris tem como destaque o desenvolvimento de diversos personagens em filmes como Rango, Transformers: O Lado Oculta da Lua e Cowboys & Aliens. Você irá conhecer sua trajetória em Santa Maria, os trabalhos realizados no Banco do Brasil e o desenvolvimento das esculturas digitais que ele produz para a indústria do Cinema. Páginas 4 e 5 Feliz Natal Amigos bancários, no horizonte a estrela guia começa a brilhar. O Natal se aproxima! Vamos celebrar juntos o nascimento do menino Jesus e espalhar o clima natalino entre nossos parentes e amigos. Felicidades e vida longa para você sua família. São os votos dos diretores do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região Gestão

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AposentadoriaExpectativade vidareduz valor

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ContaCorrenteInformativo do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região Nov/Dez de 2011

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SindicatoO novoColegiadoExecutivo

Página 7

LucroBancosganhamR$ 37,2 bilhões

Página 6

TarifasCincos bancoscobramR$ 54 bilhões

Página 6

BanrisulFundação realizaseminárioem SM

Página 7

BBBancárioaposentadolança livro

Contracapa

Foto Industrial, Light & Magic

Um ex-bancário nomundo do cinema

Nesta edição do Conta Corrente você vai conhecer a traje-tória do ex-funcionário do Banco Brasil, KrishnamurtiMartins Costa, que atuou em diversas agências de Santa

Maria. Hoje, ele trabalha como artista digital da Industrial, Light& Magic, departamento que faz parte da empresa Lucasfilm, nosEstados Unidos.

Cena do filme Rango, lançado este ano. Kris é um dos responsáveis pela criação dos personagens do longa

Em seu currículo, Kris tem como destaque o desenvolvimentode diversos personagens em filmes como Rango, Transformers: OLado Oculta da Lua e Cowboys & Aliens.

Você irá conhecer sua trajetória em Santa Maria, os trabalhosrealizados no Banco do Brasil e o desenvolvimento das esculturasdigitais que ele produz para a indústria do Cinema.

Páginas 4 e 5

Feliz NatalAmigos bancários, no horizonte a estrela guia começa a

brilhar. O Natal se aproxima!

Vamos celebrar juntos o nascimento do menino Jesus eespalhar o clima natalino entre nossos parentes e amigos.

Felicidades e vida longa para você sua família.

São os votos dos diretores doSindicato dos Bancários de Santa Maria e Região

Gestão

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O valor de umaamizade

Neste Natal, trouxemos uma matéria es-pecial para o Conta Corrente. Diferen-te de outras edições, desta vez nossa

manchete não é focada no movimento sindical.Por se tratar de uma época comemorativa, nadamais justo do que sairmos um pouco do cotidi-ano e abrir espaço para um novo tema.

Estamos falando da matéria sobre o ex-fun-cionário do Banco do Brasil KrishnamurtiMartins Costa, que estampa a capa e as páginascentrais desta edição. Kris trabalhou em diver-sas agências de Santa Maria e ainda possui di-versos amigos no município. Hoje, ele trabalhacom artista digital da Industrial, Light & Magic(ILM), nos Estados Unidos, onde tem se desta-cado com seu trabalho em diversos filmes.

O seu ex-colega do BB Raul Maxwell, daAgência Presidente Vargas, foi quem sugeriu estamatéria há um bom tempo. A reportagem foirealizada a partir de uma entrevista via e-mailque levou alguns meses para ser respondida. Issoporque Kris precisou traduziu perguntas e res-postas para o inglês e mostrá-las ao departamentojurídico da ILM. Após a aprovação de texto eimagens, e com a certeza de que não há nenhumproblema de copyright, os arquivos foram envi-ados para a publicação no Conta Corrente.

Muitos são os colegas de banco que se tor-nam nossos amigos por toda a vida. Algumasvezes, estas pessoas que tanto gostamos aca-bam pegando um novo caminho e se tornamdistante de nossa companhia. Porém, o Natalé uma época de renovação, na qual a esperan-ça nasce outra vez. Nestes dias tão especiaisdevemos procurar aquelas pessoas que foram(e são) importantes na nossa vida, pois sãoestes simples gestos que se tornam lembran-ças por toda a vida.

A direção do Sindicato dos Bancários de San-ta Maria e Região parabeniza todos os bancáriospela luta e comprometimento de seus associa-dos durante todo o ano. As conquistas de 2011só vieram devido à mobilização da categoria. Em2012, estaremos juntos outra vez. A luta pelosdireitos dos bancários segue durante todo o ano!

Um Feliz Natal e próspero Ano Novo!São os votos dos diretores do Sindicato dosBancários - Gestão MAIS (Pra Seguir Con-quistando).

Editorial○

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Editorial 2Informativo do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e RegiãoContaCorrente

Nov/Dez de 2011

O Julinho, a leitura e o Grande Irmão Artigos

Diretor de Comunicação:Juliano Pacheco da Luz

Base Territorial: Agudo, Cacequi, Dona Francisca,Faxinal do Soturno, Formigueiro, Itaara, Ivorá,Jaguari, Jari, Júlio de Castilhos, Mata, Nova Espe-rança do Sul, Nova Palma, Pinhal Grande,Quevedos, Restinga Seca, Santa Maria, SilveiraMartins, São João do Polêsine, São Martinho da

Serra, São Pedro do Sul, São Sepé, São Vicentedo Sul e Tupanciretã.

Colegiado Executivo:Efetivos: Alexandre Santos - Bradesco; Antônio Tadeude Menezes - Bergs; Gladimir Goergen - CEF;Margarete Thomasi - Bergs; Juliano da Luz - CEF;Marcello Carrión - CEF; Claudenir Freitas - Santander;Milania Messias - Santander; Fabrício Michels - CEF.

Sede 1: Rua Dr Bozano, 1147, sala 301. Fone 553222 8088.E-mail: [email protected]: www.bancariossm.org.br

Jornalista responsável: Maiquel Rosauro - MTb 13334

Projeto gráfico / diagramação: André Machado Fortes

Tiragem: 1.800 exemplares

ContaCorrenteExpediente

Fundado em 2 de outubro de 1935

Os textos assinados no jornal Conta Corrente são de inteira responsabilidadede seus autores enão representam necessariamente a opinião do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região.

Athos Miralha da Cunhawww.twitter.com/athosronaldo

No último dia 31 de outubro -que é consagrado às bruxas,mas que o Saci Pererê e o

Drummond pegam uma carona - apopulação da Terra atingiu a marcados 7.000.000.000 de habitantes.

Em pouco mais de uma década omundo cresceu um bilhão de pessoas,pois em 27 de janeiro de 1998 com-pletamos meros seis bilhõezinhos deseres. Então, podemos concluir quena Copa de 2022, no Qatar, seremosoito bilhões de torcedores.

Quem será o sétimo bilionésimovivente do planeta? Segundo dados dosorganismos internacionais que espa-lham gráficos e tabelas estatísticas, o gurinasceu na África. Não vou colocar emdúvida, alguém deve ter feitos profun-dos estudos para concluir que o sétimobilionésimo terráqueo nasceu na ma-drugada do dia do ferroviário em al-gum lugar do continente africano.

No entanto, segundo os meusparcimoniosos estudos - demográficos

7.000.000.000ºe “teográficos”, bem entendido? -, o6.999.999.999º habitante nasceu nahora da sesta em Restinga Seca ou na gran-de Formigueiro. Um dado importante éque esse taura tem 80% de chances de sercolorado e 20% de chances de ser do PT,mas são dados imprecisos, com margemde erro de quatro pontos percentuais paramais ou para menos.

Não tenho bases cientificas para sa-ber onde nasceu o sétimo bilionésimoprimeiro humano (esse número é maisfácil de escrever). Corre um boato quefoi ali pras bandas do Boqueirão. Pode-mos afirmar com 99,99% de acerto queo guasca é Missioneiro, não, necessaria-mente, galo.

Está rodando um email na internetque calcula qual a sua colocação entre oshabitantes desse mundão de Deus.Digitei minha data de nascimento e ve-rifiquei que eu fui 3.057.099.650º eem toda a história da humanidade eufui o 76.725.447.578º. Com esses nú-meros fiz uns desdobramentos paraMega-Sena, mas tudo foi em vão.

Somos sete bilhões de humanos euma preocupação salta aos olhos ante aos

Raul [email protected]

OJulinho lê muito. Ele lê bu- las de remédio, jornais novos e antigos, catálogos, ma-

nuais e livros. O Julinho lê principal-mente livros. A Cesma (Cooperativados Estudantes de Santa Maria) o re-cebe com a mesma frequência comque recebe novos livros em suas pra-teleiras.

Não me lembro de tê-lo visto semum livro nas mãos. Aquela velha des-crição da composição do corpo hu-mano (cabeça, tronco e membros) nãovale para o Julinho. O corpo dele éhumano, porém composto de cabe-ça, tronco, membros e livros. E o queé melhor dele é que não é para fazerpose de intelectual. Ele realmente lêos livros que carrega. E os socializa.Eu mesmo já li vários livros de propri-edade dele, por indicação dele e paraa felicidade dele. E não é que o Julinhofica feliz de fazer outras pessoas le-rem? E, além disso, ele socializa o co-nhecimento, disseminando o que lê.Tem ótima conversa sobre qualquerassunto. Informática, meteorologia,política, história, curiosidades, seja láo que for ele já leu ou está lendo algo

a respeito.Agora o Julinho está aposentado.

Além de ler muito ele trabalhou muito econseguiu o que todos almejamos umdia: aposentadoria digna. Por certo elevai ler mais ainda agora. E foi em umarecente conversa que ele me lançou umainformação encontrada em algum livroou revista de cujo nome eu não recordo.Sabe-se que, nesses tempos de BigBrother, somos todos vigiados diaria-mente, onde quer que estejamos. Den-tro dos Bancos e outros estabelecimen-tos todos já vimos cartazes de “Sorria:você está sendo filmado!”; Na rua,câmeras de segurança nos seguem emfrente de residências ricas ou em ruasmovimentadas nos grandes centros; ossatélites podem mostrar onde estamos aqualquer momento através dorastreamento de nossos celulares; alémdisso, os grampos podem gravar nossasconversas, com ou sem autorização ju-dicial; fora nossa exposição pelas redessociais da vida (cibernética).

Agora, a novidade que o Julinho metrouxe, de uma de suas leituras, é curio-sa e aterrorizante. É o seguinte: váriasempresas utilizam informações retiradasda internet para traçar perfis de futurosconsumidores, usuários, clientes atravésde informações “sigilosas” com progra-

olhares de uma legião de famintos,maltrapilhos, excluídos, amordaçadospela opressão, perseguidos políticos,ditadores e um sem fim de agrurasproporcionadas pela má distribuiçãode renda. O fato é que sete bilhões deterráqueos lutam por uma vida me-lhor em um mundo mais solidário.

Se os donos do mundo que, voltae meia, se reúnem em torno de um G.Se o G4, G8, G20 ou qualquer Greunido, resolverem um pequenopercentual da miséria dos homens emulheres que suplicam por um pratode comida, podemos crer que os bi-lhões das próximas décadas terão umavida melhor.

Enfim, se os humanos irão vivernum mundo mais igualitário é umaaposta. Uma aposta que só será perdi-da quando os oito, nove ou dez bi-lhões que virão não tiverem mais umhorizonte utópico. Aí pouco importase a cidade natal do décimobilionésimo humano for RestingaSeca, Formigueiro ou Paris. Pois, o queseria da vida na Terra se nos tirassem apossibilidade de sonhar?

mas que captam desde o tempo deuso da internet até os sites queacessamos etc. A pérola disso tudo éque ele descobriu que a Visa, admi-nistradora de cartões de Crédito pos-sui um programa que avalia dados deinadimplência dos cartões. Com es-tes dados ela tem como verificar aspossibilidade de determinado clien-te não conseguir pagar suas compras,a evolução das dívidas, enfim. Até aítudo normal, acho. O curioso é queeles, pela avaliação do histórico decompras e pagamentos de um casalportador do chamado dinheiro deplástico, são capazes de detectar aiminência de um divórcio desse ca-sal. Segundo o tal programa eles con-cluíram que seis meses após o inícioda inadimplência, isto é, seis mesesapós o início da falta de pagamento ocasal se divorciará. Isso realmente meimpressionou. Perdoem o trocadilhoinfame, mas a Visa sabe quando agente vai se divorciar e não nos avisa.Coisa de louco. Sabe-se lá o que maisnão sabem de nós. O Julinho leu eme contou. O Julinho lê muito.

Hoje encontrei o Julinho na portada Cesma com vários livros novos edizendo que ia ao banco pagar a fatu-ra do cartão, atrasada. Será que...?

Gestão MAIS (Pra Seguir Conquistando)2011/2013

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3 Jurídico

Informativo do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região ContaCorrenteNov/Dez de 2011Fique por dentro. Acesse www.bancariossm.org.br

Aumento da expectativa de vidareduz valor da aposentadoria

Assessoria Jurídica do SEEB SM e Região:Plantão no Sindicato

às terças e quintas, das 15h às 18h, ou noescritório do advogado: (55) 3222.4007

O Itaú Unibanco desistiu de 1.370 processos no Superior Tri-bunal de Justiça (STJ) - 51% dos recursos em que é autor naCorte. A medida faz parte de uma nova política do banco de re-correr somente em casos judiciais considerados “relevantes”, aban-donando causas em que a jurisprudência do STJ já esteja pacifica-da, de forma contrária à instituição.

“O projeto surgiu de uma constatação de que a 2ª Seção doSTJ [responsável por questões de direito privado] passa a maiorparte do tempo decidindo questões bancárias”, diz a diretora-exe-cutiva da área jurídica do Itaú Unibanco, Claudia Politanski. “Nofundo, os ministros não precisam perder tempo com muitas dasquestões que chegam ali.” Esta é a primeira vez que uma empresaprivada renuncia a processos em massa, contribuindo para desafo-gar o Judiciário.

Em março, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou umalista mostrando que os bancos respondem por 38% das causas en-volvendo os cem maiores litigantes do país. A Caixa EconômicaFederal (que liderou o ranking) detém, ao lado dos grupos Itaú eBradesco, mais da metade dos processos dos bancos. Em junho, aCaixa desistiu de 95% dos casos em que era recorrente no SupremoTribunal Federal (STF), reduzindo-os de 512 para 28.

No STJ, o Itaú Unibanco também solicitou a remessa de ou-tros 1.520 casos aos tribunais de segunda instância - pois elestratam de planos econômicos, que ainda serão analisados pelo STF.

Para colocar o projeto em prática, um grupo de advogados identi-ficou, nos gabinetes de cada ministro da 2ª Seção, recursos com tesesjá consolidadas - em decisões reiteradas, súmulas ou recurso repetitivo(mecanismo pelo qual o STJ uniformiza a jurisprudência nacional).

Em janeiro, o banco tinha 8.290 recursos no STJ, 5,7 mildeles na 2ª Seção. O número de casos nesse colegiado agora pas-sou para 2.810 (o banco é recorrente em 1.310). A ideia agora éfazer uma triagem na 1ª Seção.

O banco não quantificou o impacto financeiro da iniciativa.“O que nos motivou foi uma urgência jurídica e a certeza de quea medida vai trazer frutos ao longo do tempo. Vamos focar no querealmente merece ser discutido”, diz o superintendente jurídicodo banco, Konstantinos Andreopoulos.

Para ele, por trás dessa política está o reconhecimento da fun-ção do STJ de uniformizar a interpretação das leis do país. “É umpapel extremamente importante, e incompatível com o julgamentode recursos sobre matérias sem importância ou já pacificadas”.

Fonte: Valor Econômico

Itaú desiste de 1,3 milações que tramitavam

na 2ª Seção do STJ

Redução média é de 0,42% no valordo benefício do trabalhador aposentadoa partir de 1º de dezembro de 2011

Com o aumento da expectativa de vida dobrasileiro, haverá uma redução média de0,42% no valor do benefício do trabalha-

dor que se aposentar a partir de 1º de dezembrode 2011. De acordo com os dados divulgadospelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística), a expectativa de vida ao nascer pas-sou para 73 anos, 5 meses e 24 dias em 2010.

O achatamento ocorre devido ao fatorprevidenciário, mecanismo utilizado pelo INSS(Instituto Nacional do Seguro Social) para ten-tar adiar a aposentadoria dos trabalhadores maisjovens, penalizando quem se aposenta mais cedopor tempo de contribuição já que esse segurado,teoricamente, vai receber o benefício por maistempo.

O cálculo leva em conta a idade do seguradoao se aposentar, o tempo de contribuição para aPrevidência Social e a expectativa de sobrevida,de acordo com o IBGE. A nova tabela do fatorprevidenciário vale até novembro de 2012.

Dias a mais - Newton Conde, atuário espe-cializado em previdência, diretor da CondeConsultoria e professor da Fipecafi-FEA USP, es-tima que, no período de idade em que se conce-dem aposentadorias, ou seja, dos 41 aos 80 anos,a expectativa de vida dos segurados aumentou,em média, 41 dias entre 2009 e 2010.

Pela tábua de 2009, a expectativa de vida deum homem de 50 anos, por exemplo, era de 29,00anos a mais. Na tábua em vigor atualmente pas-sou para 29,20. Com isso, a Previdência pagará obenefício para esse segurado até os 79,20 anos enão mais 79,00, o que representa um aumento de

A nova tabela do fator previdenciáriovale até novembro de 2012

Dirigentes sindicais dos bancários,metalúrgicos, químicos e petroleiros entregaramem 1º de dezembro, ao presidente da CâmaraFederal, deputado Marco Maia (PT-RS), 220 milassinaturas pela alteração da Lei nº 10.101, bus-cando isentar os trabalhadores do pagamento doImposto de Renda no recebimento da Participa-ção nos Lucros e Resultados (PLR). Das adesõesaos abaixo-assinados, 158 mil são de bancáriosde todo Brasil. A coleta continua em todo o país

A entrega contou com a participação dos de-putados federais Ricardo Berzoini (PT/SP)Vicentinho (PT/SP), que possuem projetos delei em tramitação sobre a demanda dos trabalha-

Trabalhadores entregam 220 milassinaturas pela PLR sem IR

Foto Divulgação

Charge

dores na Câmara, e do líder da bancada do PT,deputado Paulo Teixeira (SP). O secretário-geralda Contraf-CUT, Marcel Barros, representou aentidade nacional dos bancários. Os sindicalis-tas pediram agilidade na tramitação dos projetosde lei de Berzoini e Vicentinho.

Audiência no Planalto - Após a entrega dasassinaturas, os trabalhadores se reuniram com oministro da Secretaria-Geral da Presidência daRepública, Gilberto Carvalho, e com o coorde-nador-geral de Tributação da Receita Federal,Fernando Mombelli. Segundo o Dieese, o fimda incidência do Imposto de Renda no PLR te-ria um impacto de R$ 1,6 bilhão.

71 dias no desembolso do governo federal.Conde destaca ainda que não é possível ge-

neralizar. “Vai depender da situação de cada se-gurado, já que a expectativa de vida para algu-mas idades não sofreu alterações e, para outras,foi agravada em mais de dois meses - 73 dias, nomáximo”, explica.

Regras - Para se aposentar por tempo de con-tribuição, o homem deve comprovar pelo me-nos 35 anos e a mulher, 30 anos.

Já para se aposentar por idade, é necessárioter, no mínimo, 65 anos (homens) e 60 anos(mulher). Nesse caso, o uso do fatorprevidenciário no cálculo do valor da aposenta-doria é opcional, só sendo usado, portanto, sefor beneficiar o trabalhador.

Uma mulher de 55 anos de idade, por exem-plo, que tiver começado a contribuir com 25 teráum fator previdenciário de 0,714 (veja cruza-mento na tabela ), logo receberá pouco mais de70% do salário de benefício (média dos 80%maiores salários de contribuição desde julho de1994).

Fonte: Folha de S. Paulo

Departamento Jurídicodo Sindicato no YouTube

Uma entrevista com o assessor jurídico do Sindicato dosBancários de Santa Maria e Região, Luiz Fernando Fioravante,pode ser vista no YouTube do Sindicato: www.youtube.com/bancariossm. A entrevista foi transmitida pela TV Santa Ma-ria, canal 19 da Net, em 9 de dezembro.

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Especial 4 ContaCorrenteNov/Dez de 2011

Informativo do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região

O ex-bancário que conquistou

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Foto Industrial, Light & Magic

Kris Costa trabalhouem diversas agênciasdo Banco do Brasilem Santa Maria ehoje atua na Lucasfilm

> Maiquel Rosauro

Krishnamurti Martins Costa é umcarioca que aos cinco anos de idade desembarcou em Santa Maria

junto com sua mãe, em meados dos anos70. Kris, como é chamado pelos ami-gos, permaneceu na cidade até os seus26 anos. Atualmente, ele atua como ar-tista digital de filmes consagrados docinema norte-americano.

Em 1987, então com 15 anos de idade,Kris começou a trabalhar como menor auxi-liar de serviços gerais no Banco do Brasil.

- Um nome pomposo para “officeboy” - relembra.

Aos 18 anos, Kris foi aprovado emum concurso para o banco e se tornoufuncionário. Ele trabalhou na AgênciaCentro, Agência Niederauer e noCESEC. Com a morte de sua mãe em1996, ele se inscreveu como colabora-dor/ilustrador para o programaprofissionalização do BB.

Após ser aprovado, ele morou durantemuito tempo em na capital Federal atéa efetivação. Ele foi um dos responsáveispelo desenvolvimento da programação

visual da TVBB, canal interno de TVdo banco. Ele produzia material impres-so, animações e vinhetas para o canal.

Em 2003, a trajetória de Kris come-ça a mudar. Descontente com sua chefa,ele pede licença do banco e começa tra-balhar em uma empresa chamada Mis-ter Grafix, em Brasília, onde produziaanimações para os canais locais. Nestaépoca, ele começou a divulgar meu tra-balho de animação e escultura digital nainternet.

- Para minha surpresa, meus traba-lhos foram destaques nos maiores fórunsinternacionais sobre computação gráfi-ca existentes na internet. Participei decompetições internacionais e meu tra-balho recebeu o primeiro prêmio duasvezes, competindo com mais de 4 milartistas do mundo inteiro em cada evento- relata Kris.

A visibilidade das conquistas pro-porcionou uma grande visibilidade elogo surgiram propostas de empregona Europa e para a indústria de jogosnos Estados Unidos. Kris optou portrabalhar como animador para o filme“Barnyard” (“O Segredo dos Animais”,no Brasil).

Hoje, Kris trabalha na ILM (Indus-trial, Light & Magic), departamento daLucasfilm, na cidade de San Francisco,responsável por efeitos visuais dos filmes.Ele já trabalhou em diversos longa-metragens, como “Cowboys & Aliens”,“Transformers: Dark of the Moon”(“Transformers: O lado Oculto da Lua”,no Brasil) e “Rango”.

O processo produtivo de Kris na ILMinicia com o recebimento de desenhos epinturas que servem como conceito. Ouseja, ele tem que fazer a tradução do tra-balho bidimensional para a formatridimensional. A escultura digital cos-tuma ser um trabalho penoso.

- Pode ser difícil às vezes e, nesses

Kris também trabalhou nos efeitos visuais de “Transformers: O lado Oculto da Lua”

Rango foi um dos filmes mais recentes em que o ex-bancário do Banco do Brasil,Kris Costa, trabalhou na produção dos efeitos visuais

Foto Industrial, Light & Magic

Inspiração vem de todos os lugares

Kris também desenvolve trabalhos pessoais

casos, outros desenhos mais detalhadosmostrando outros ângulos podem sernecessários para esclarecer as formas demaneira mais precisa.

Os segredos da técnica ele não poderevelar, “já que várias coisas são protegi-das por “copyright” e contrato de sigi-lo”, argumenta Kris. Para o artista, cada

Foto Industrial, Light & Magic

Waffles,personagem deRango, desen-volvido por Kris

trabalho é um enorme quebra-cabeçadesenvolvido em etapas.

Segundo ele, a inspiração para otrabalho vem de diversos lugares. Afamília, música, ídolos, conflitos, na-tureza... tudo o que a vida traz podeajudar a desenvolver as esculturas di-gitais.

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5Informativo do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região ContaCorrente

Nov/Dez de 2011Fique por dentro. Acesse www.bancariossm.org.br

a indústria do entretenimento

mas animações para os canais locais. Du-rante esse tempo, eu comecei a divulgar meutrabalho de animação e escultura digital nainternet e para minha surpresa, meus tra-balhos foram destaques nos maiores fórunsinternacionais sobre computação gráficaexistentes na internet. Participei de com-petições internacionais e meu trabalho re-cebeu o primeiro premio duas vezes, com-petindo com mais de 4000 artistas do mun-do inteiro em cada evento. Esses fóruns mederam uma tremenda visibilidade e recebivárias propostas de emprego, algumas naEuropa, outras para a indústria de jogos nosEUA e uma proposta em particular paratrabalhar nos EUA, como animador para ofilme “Barnyard” (O Segredo dos Animais,no Brasil).> Como a Lucasfilm surgiu na sua vida?

A Lucasfilm sempre foi uma referên-cia para mim, através dos filmes “Guer-ra nas Estrelas”, “Indiana Jones” e váriosjogos que joguei no computador no fi-nal dos anos 90. Porém, um departa-mento específico da Lucasfilm me mar-cou muito: a ILM, (Industrial, Light &Magic), empresa responsável pelos efei-tos visuais de inúmeros filmes, váriosdeles ganhadores do Oscar de efeitos vi-suais. Os dois filmes que me marcarammais foram “Jurassic Park” e “O Exter-minador do Futuro II”. Quando assistia esses dois filmes eu pensei “nossa! Pa-rece real! Quero trabalhar com isso umdia!”, mas tudo como sonho mesmo, semsaber que um dia, muitos anos depoiseu seria contratado por essa mesma em-presa para trabalhar para eles. Por issoacredito que seja muito importante so-nhar, porque o sonho pode te conduzirde certa forma, a um objetivo concreto.Sonhar é preciso!> De onde vem a inspiração para seustrabalhos?

De todo lugar. Minha família, meufilho Mathias, meus ídolos, outros ar-tistas, música, natureza, histórias, con-flitos internos e externos, enfim, a vidae tudo o que vem com ela.> Como é o seu processo produtivo? Vocêproduz uma escultura e depois a trans-fere para a forma digital?

Não necessariamente. No passado eudesenharia algo para ter uma ideia e de-pois começaria a escultura digital. Hojeem dia eu produzo tudo de forma digi-tal. O próprio esboço é feito digitalmen-te e a escultura vai sendo refinada aos pou-cos até a forma final. Isso em termos detrabalho pessoal, já que tenho absolutaliberdade de criação quando trabalho

para mim mesmo. Porém no trabalhoprofissional, antes de começar umanova escultura digital eu recebo dese-nhos e pinturas que servem como con-ceito. O que tento fazer nesse caso é atradução desse trabalho bidimensionalpara a forma tridimensional. Pode serdifícil às vezes e, nesses casos, outrosdesenhos mais detalhados mostrandooutros ângulos podem ser necessáriospara esclarecer as formas de maneiramais precisa.> Em quantos filmes você já traba-lhou? Quais os mais recentes?

Desde que mudei de carreira em2004, até agora foram 12 longasmetragens e 1 curta. Os longas maisrecentes foram “Cowboys & Aliens”,“Transformers: Dark of the Moon” e“Rango”.> Você construiu a nave-mãe que apa-rece no trailer de Transformers 3.Como você produziu esta nave?

Infelizmente eu não posso dar de-talhes específicos sobre a construção damesma, já que várias coisas são prote-gidas por “copyright” e contrato de si-gilo, mas o processo foi semelhante aoque mencionei anteriormente. Em li-nhas gerais, recebi desenhos e pinturasque serviram como referência de comoo modelo deveria parecer quando pron-to. O processo de construção de ummodelo dessa complexidade exige mui-ta atenção aos detalhes, bom senso es-tético e vários dias de trabalho. Eu con-sidero esse tipo de trabalho um “gigan-tesco quebra-cabeça” que é desenvolvi-do em etapas. Da mesma forma queuma escultura tradicional é criada, ondevocê começa com as formas principaise vai detalhando aos poucos, adicionan-do formas secundárias e terciárias, as-sim é o processo de construção de umaescultura digital. •

> Seu nome “Krishnamurti” tem ori-gem no filósofo indiano “JidduKrishnamurti”?

Correto. Meu pai foi um grandeadmirador do Krishnamurti e esco-lheu esse nome para mim como ho-menagem ao mesmo.> Onde você nasceu?

Nasci no Rio de Janeiro, mas devi-do ao falecimento do meu pai, queocorreu dois meses antes do meu nas-cimento, minha mãe ficou “ilhada” noRio. Viemos para o Rio Grande do Sulquando eu tinha um ano de idade.> Quando você morou em SantaMaria?

Morei em Santa Maria dos cincoaos 26 anos de idade (1976 até 1997),aproximadamente.> Onde e por quanto tempo traba-lhou como bancário?

Comecei a trabalhar no BB em San-ta Maria, RS em 1987, aos 15 anos deidade. Fui “menor auxiliar de serviçosgerais” (um nome pomposo para “officeboy”) até os 18, quando fiz o concursoe me tornei funcionário. Trabalhei naagência central, na agência da esquinado Colégio Santa Maria e no CESEC.Minha mãe faleceu em 1996 e me vium pouco “sem raízes” naquele pontoda minha vida. O CESEC estava tam-bém “incentivando” o povo a procuraroutros lugares e vi vários amigos de-bandando da cidade. Decidi me ins-crever como colaborador/ilustradorpara o programa profissionalização doBB, em Brasília e fui chamado algumtempo depois. Morei em hotéis emBrasília por mais de um ano, enquan-to colaborador até receber uma pro-posta de efetivação como funcionáriode lá. Fui um dos responsáveis pelodesenvolvimento da programação visualda TVBB, canal interno de TV do BB,produzindo material impresso e ani-mações/vinhetas para a TVBB. Moreiem Brasília entre 1997 e 2004.> Por que você foi para os EstadosUnidos?

Pedi licença do banco em 2003 paratentar a vida como artista visual. Com ofechamento do nosso setor, graças às inú-meras mudanças que estavam ocorrendono Banco e também devido ao meu des-contentamento com a minha chefa, re-solvi tentar. Se não desse certo eu aindateria meu emprego no Banco e, com sor-te, outro chefe quando voltasse. Traba-lhei para uma empresa chamada “Mis-ter Grafix” em Brasília e produzi algu-

Veja alguns dos longa-metragens em queKris Costa trabalhou:

O Segredo dos animaisNinguém sabe o que acontece quando oshumanos não estão de olho nos animais.Nesta fazenda, quando o fazendeiro nãoestá, seus animais brincam, cantam e dan-çam. No entanto, eventualmente, um ani-mal chega para mudar a dinâmica dentro dafazenda. E as responsabilidades, nesta, aca-bam caindo nas mãos do bezerro Otis.Direção: Steve OedekerkAno de lançamento: 2006

O Labirinto do Fauno

Na década de 40 na Espanha pós-GuerraCivil, uma garota de 10 anos se muda comsua mãe grávida para uma área rural ao nor-te do país. Sua mãe acaba de se casar comum coronel fascista. Lá, a menina passa aviver entre um mundo fantástico de suacriação e a dura realidade.Direção: Guillermo del ToroAno de lançamento: 2006

Transformers:O Lado Oculto da LuaUm misterioso evento do passado na Terraameaça deflagrar uma guerra tão grande,que os Transformers sozinhos não serãocapazes de salvar o planeta. Sam Witwicky(Shia LaBeouf) e os Autobots têm que lutarcontra o mal, defendendo nosso mundo dacrueldade devastadora dos Decepticons.Direção: Michael BayAno de lançamento: 2011

RangoRango é um camaleão com crise de identi-dade que, ao se ver numa cidade do velho-oeste infestada de bandidos, transforma-sesem querer em herói e é forçado a protegê-la. Naturalmente, acaba enfrentando maisdificuldades do que poderia imaginar. JohnnyDepp empresta a voz ao personagem.Direção: Gore VerbinskiAno de lançamento: 2011

Cowboys & AliensEm 1873, um estranho sem memória vaiparar em Absolution, cidade inóspita paravisitantes, dominada pelo medo e coman-dada pelo pulso forte do Coronel WoodrowDollarhyde. Mas as coisas pioram com ainvasão de seres alienígenas, forçando oshomens brancos a unir forças com os índi-os Apaches contra a ameaça extraterres-tre.Direção: Jon FavreauAno de lançamento: 2011

Sugestão de filmes

Foto CAFEFX

Entrevista

“Sonhar é preciso!”

Para saber maiswww.facebook.com/krishnamurti.costawww.antropus.comantropus.cgsociety.org/gallery

Foto Kris Costa / Arquivo pessoal

Kris possui diversos amigosbancários em Santa Maria

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Notícias 6Informativo do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e RegiãoContaCorrente

Nov/Dez de 2011

Cinco bancos cobramR$ 54 bilhões de tarifas

Fique por dentro. Acesse www.bancariossm.org.br

Os cinco maiores bancos do país arrecadaram, juntos, cerca de R$ 54 bilhões de janeiro a setembro deste ano com a cobrança de prestação deserviços e tarifas bancárias. Os dados contábeis dos bancos revelam que

o Banco do Brasil faturou R$ 13,215 bilhões. Já o Itaú Unibanco obteve R$ 14bilhões e o Bradesco acumulou R$ 10,816 bilhões. A Caixa Econômica Federalalcançou R$ 9,3 bilhões e o Santander somou R$ 6,6 bilhões.

Os ganhos exorbitantes que essas instituições financeiras tiveram nos primei-ros noves meses deste ano não refletem na prestação de serviços compatíveis comos valores cobrados. A automação dos serviços, em que o cliente se autoatendeatravés dos canais remotos - caixa eletrônico, telefone e Internet -, deveria servirde parâmetro para a constante redução das tarifas praticadas pelas empresas.

Como as plataformas tecnológicas já estão em funcionamento há muito tem-po, os investimentos feitos pelos bancos são rapidamente cobertos. Deste mo-mento em diante tudo se transforma em lucro. Os custos com atendimento re-moto são infinitamente menores do que outros realizados presencialmente pelosbancários. Por isso, é necessário que essas tarifas sejam revistas e os valores sejamreduzidos gradativamente.

Juros e spreadOs bancos usaram também a justificativa de que o aumento na arrecadação das

tarifas se deu por conta da redução do spread. Porém, mesmo com a redução daSelic, a política adotada pelas empresas mostra exatamente o contrário. Os ban-cos vêm aumentando os juros e a participação dos lucros dentro da composiçãodo chamado spread. Até mesmo o Banco Central publicou nota recente recla-mando desta questão, argumentando de como se não fosse o próprio BC queautoriza esses custos.

Só o BB faturou R$ 13,215 bilhões, mas clientes não são beneficiados

O setor bancário é o mais lucrativodo país em 2011, segundo levanta-mento da consultoria Economatica.Com um lucro acumulado de R$ 37,2bilhões até setembro, as 23 empresasdo setor com ações na Bolsa de Valo-res registraram um aumento de 17%em relação ao mesmo período do anopassado (quando tiveram ganhos de R$31,8 bilhões).

Os lucros estrondosos dos bancosnão surpreendem, na medida em queas instituições seguem levando van-tagem com as mais altas taxas de ju-ros do planeta, além da cobrança detarifas abusivas e do elevado spreadbancário. Como se não bastasse, osbancos pr ivados prat icam al tarotatividade de mão de obra, substi-tuindo funcionários mais antigos ecom salários maiores por empregadosnovos e pagando menos.

A Contraf-CUT defende a realiza-ção de uma conferência nacional so-

bre o sistema financeiro para discutiro papel das instituições financeiras. Opaís também necessita de uma políti-ca acelerada de redução dos juros. Asaltas taxas de juros retiram dinheirodas políticas públicas que combatemas desigualdades sociais, o que contri-bui para que o Brasil continue entreos dez países com pior distribuição derenda do mundo.

Mais lucrosO segundo setor da economia com

o maior volume de lucros em 2011 éo de mineração (com R$ 29,5 bi-lhões). Já o terceiro é o de Petróleo eGás, representado pela Petrobras, comR$ 28,3 bilhões.

As 335 empresas com ações na Bol-sa de Valores acumulam lucro de R$151,1 bilhões nos nove primeiros me-ses de 2011, uma alta de 9,8% emrelação ao mesmo período do ano an-terior.

Bancos ganham R$ 37,2bilhões até setembro elideram lucros no país

O Itaú Unibanco continua enganan-do os clientes. A ouvidoria do banco,cuja função deveria ser receber as recla-mações dos correntistas e solucioná-las,é usada contra os bancários.

Ao receber a queixa, o órgão a re-passa para a superintendência, que co-

Itaú Unibanco usa reclamaçõesde clientes na ouvidoria

contra bancáriosbra uma solução da própria agência,quando, na maioria das vezes, ela de-pende, apenas, da diretoria do banco.Para completar, por causa da reclama-ção, a unidade ainda perde pontos noprograma de metas, gerando reduçãosalarial.

O Banco do Brasil colhe os primeirosresultados de seu processo deinternacionalização, que ganhou mais for-ça nos últimos dois anos. A participaçãodos lucros do banco vindo das operações

BB tem lucro no exteriorno exterior já corresponde a 3,68% dototal registrado pela instituição em 2011,até o fim do terceiro trimestre. Em 2009,essa parcela era equivalente a 0,24%, se-gundo dados da instituição.

O lucro da Caixa Econômica Fede-ral disparou no terceiro trimestre des-te ano, aumentando 72,5% em com-paração ao mesmo período de 2010.Entre julho a setembro o bancoembolsou R$ 1,3 bilhão. Nos noveprimeiros meses de 2011, o resultadoacumulado subiu para R$ 3,6 bilhões,alta de 47,6% em relação aos primei-ros nove meses do ano passado.

Lucro da Caixa dispara O crescimento foi puxado, sobretu-

do, pelas concessões de crédito, que su-biram mais que o dobro da média domercado. Merecem destaque os emprés-timos imobiliários.

O saldo de empregos também au-mentou, com a geração de 1.990 postosde trabalho. Em dezembro de 2010, aCaixa tinha 83.185 empregados, passan-do em setembro para 85.175.

Foto Divulgação

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Evento com a presençade dezenas de banrisulensesativos e aposentados

Em 16 de novembro, foi realizadono Clube Santamariense um semi-nário da Fundação Banrisul. O

tema era “Perspectivas e resultados ondeestamos e onde pretendemos chegar”.

A apresentação contou com explana-ções do diretor de Previdência, Fábio So-ares Alves, do diretor-presidente da Fun-dação Banrisul de Seguridade Social, Jor-ge Luis Ferri Berzagui. Além de fazer umbreve histórico da entidade, os diretoresdestacaram o déficit que atingiu a Fun-dação a partir da quitação da dívida como Estado, em 2008, apresentando pos-síveis soluções para saná-lo.

Dezenas de banrisulenses, ativos eaposentados, participaram do evento.No seminário, foram debatidos diver-sos temas e respondidas dúvidas dosbancários.

7 Notícias

Informativo do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região ContaCorrenteNov/Dez de 2011

Fundação Banrisul esclarecedúvidas dos bancários

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Fotos Maiquel Rosauro

- O evento foi importante por pres-tar esclarecimentos aos banrisulenses.Os participantes puderam fazer diver-sas perguntas. É a primeira vez que re-

Problemas e possíveis soluções da fundação foram apresentados

O Colegiado Executivo do Sindicatodos Bancários de Santa Maria e Regiãopassou por uma reformulação. Veja noquadro a listagem atualizada.

Colegiado ExecutivoSecretaria GeralTitular: Alexandre Soares dos Santos - BradescoSuplente: Nilo Carlos Zavarise - Itaú

Secretaria Saúde e Assistência SocialTitular: Antônio Tadeu de Menezes - BanrisulSuplente: Jone Ivana do Amaral Gomes - Caixa

Econômica Federal

Secretaria de Patrimônio e OrganizaçãoTitular: Gladimir Francisco Goergen - Caixa

Econômica FederalSuplente: Vlademir Batista da Rosa - Banrisul

Secretaria de FinançasTitular: Margarete Z. Thomasi - BanrisulSuplente: Anaurelino Edenir R. Oliveira - Cai-

xa Econômica Federal

Secretaria de ComunicaçãoTitular: Juliano Pacheco da Luz - Caixa Econô-

mica FederalSuplente: Leonardo Lopes Nunes - Caixa Eco-

nômica Federal

Secretaria de FormaçãoTitular: Marcelllo Hussek Carrión - Caixa Eco-

nômica FederalSuplente: Evaldo de Freitas - Banco do Brasil

Secretaria de Cultura, Esporte e LazerTitular: Claudenir Teixeira Freitas - SantanderSuplente: Rogério Guerino - Banrisul

Secretaria de Assuntos Jurídicos e TrabalhistasTitular: Milania Gaube Messias - SantanderSuplente: João Vitor Menezes da Costa -

Banrisul

Secretaria de Relações Públicas e MovimentosSociais

Titular: Fabrício Michels - Caixa EconômicaFederal

Suplente: Venceslau Nunes da Silva - CaixaEconômica Federal

Delegados Representantes Junto à Federação eEntidades de Grau Superior

TitularesAlexandre Soares dos Santos - BradescoMarcello Husek Carrión - Caixa Econômica

FederalMargarete Thomasi - BanrisulMilania Gaube Messias - SantanderSuplentesAntonio Tadeu Menezes - BanrisulClaudenir Teixeira Freitas - SantanderCleonice T. Frasson Domingues - Caixa Econô-

mica FederalGladimir Francisco Goergen - Caixa Econômi-

ca Federal

Diretores Sindicais de BaseEfetivosAirton Martins da Silva - Faxinal do Soturno -

Caixa Econômica FederalAntônio José H. da Fonseca - Pab Justiça Fede-

ral Santa Maria - Caixa Econômica FederalCarlos Eugênio Druzian - São Sepé - Caixa Eco-

nômica FederalDelma Loiraci Speroni - BanrisulÉlenton Anversa Finger - Agudo - Caixa Eco-

nômica FederalFernanda Brasil Milanez - Faxinal do Soturno -

BanrisulFrancisco Luis Zulian - Júlio de Castilhos - Cai-

xa Econômica FederalGeise Severo Finger - Banco do BrasilJoão Francisco Dias de Aguiar - Júlio de Castilhos

- BanrisulLívio Holzschuh Leitão - Agência Cacequi -

BanrisulMarcelo Marques Kucera - Redur Santa Maria -

Caixa Econômica FederalMarilda Pozzebon Piovesan - Nova Palma -

BanrisulRegina Pedroso Calderan - Santa Maria - Caixa

Econômica FederalRochester Soares de Lima - Reret Santa Maria -

Caixa Econômica FederalRogênio D. Reichembach - Tupanciretã - Caixa

Econômica FederalVaneza de Fátima Barreto Corrêa - São Sepé -

Banrisul

Conselho FiscalTitularesGilberto Natal Silveira Bichueti - BanrisulJaime Sarda Aramburú - PAB Justiça Federal

Santa Maria - Caixa Econômica FederalPaulo Ricardo Thies Lopes - Santa Maria - Cai-

xa Econômica FederalRudimar Junior Kiefer Y Castro - Santa Maria -

SantanderSimão Medina de Lima - Júlio de Castilhos -

Caixa Econômica FederalVilson Carlos Nicoloso - Agência UFSM Santa

Maria - Caixa Econômica Federal

SuplenteCleonice Teresinha Frasson Domingues - Caixa

Econômica Federal

Fique por dentro!Futebol 7

O 1º Torneio de Futebol 7 doSindicato dos Bancários de SantaMaria e Região irá ocorrer em 8de dezembro. A data é feriado nomunicípio, em homenagem a pa-droeira Nossa Senhora da Concei-ção. A competição será realizadano Ginásio Esportivo Machado(Machadão), na Avenida Borges deMedeiros, próximo ao Colégio Pãodos Pobres, entre 14h e 20h. Osbancários interessados devemmontar suas equipes. Informaçõescom o secretário de Cultura, Es-porte e Lazer do Sindicato,Claudenir Freitas, pelos fones (55)8449-1628 e (55) 8428-1628.

Banrisul - GT sobre CarreiraO Grupo de Trabalho (GT) so-

bre Carreira do Banrisul, integra-do por representantes dosbanrisulenses na Comissão Paritáriapara Estudos sobre o Plano deCarreira no Banrisul e um grupode apoio composto por delegadossindicais e assessoria técnica doDieese, voltou a se reunir em 18de novembro, na sede da Fetrafi-RS, em Porto Alegre. Criado paraestabelecer propostas para o novoPlano de Carreira do Banrisul, ogrupo subsidia os debates que sãorealizados na Comissão Paritáriaestabelecida com o banco para dis-cussão do tema. O diretor do Sin-dicato dos Bancários de Santa Ma-ria, Tadeu Menezes, é membro ti-tular da Comissão Paritária.

Ação coletivaA nova Convenção Coletiva de

Trabalho 2011/2012 dos empre-gados em sociedades de crédito,financiamento e investimento doRio Grande do Sul está valendo des-de o dia 23 de outubro passado,retroativa a 1º de agosto, data-base do segmento. A Fetrafi-RS járecebeu a CCT devidamente assi-nada pelo sindicato patronal,Sindfin, no dia 11 de novembro.

Tecnologia estende ajornada de trabalho

A combinação entre cresci-mento mais intenso da economiae avanço nas tecnologias de co-municação tem resultado em au-mento das horas trabalhadas noBrasil. Sete em cada dez profissi-onais que ocupam cargos comoanalista, gerente e supervisor, afir-mam que passam mais tempo noescritório hoje do que há cincoanos, informa reportagempublicada na Folha de São Pauloem 28 de novembro.

alizamos este tipo de seminário da Fun-dação Banrisul em Santa Maria - expli-ca a diretora de Finanças do Sindicatodos Bancários, Margarete Thomasi.

Foto Maiquel Rosauro

Colegiado Executivo do Sindicato é reformulado

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ContaCorrente Informativo do Sindicatodos Bancários de

Santa Maria e RegiãoNov/Dez de 2011

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Ilberto Luis [email protected] este texto ao Tio Zeca (InMemorian), ao Luiz Paulo Ferreira e aminha querida Irmã Márcia Nossa!

Como foi doído ver o Bilu da-quele jeito. Cada uma das pes-soas que citarei nesta história

sentia uma dor indescritível. Aqueleque foi guardião por muitos e muitosanos de um patrimônio, aquele queproporcionou alegrias e pulos inter-mináveis no processo de recepção dopatrão Zeca na sua casa no Itararé eaquele que foi sentinela fiel de todasas horas estava sofrendo muito devi-do a um ato desumano patrocinadoprovavelmente por um filho do de-mônio. O pequeno cão sofreu umbanho de óleo ou graxa de automó-vel perdendo a visão e os pêlosconsequentemente. Provavelmentefizeram-no engolir o ingrediente aforça sendo que, com isso, apresen-tava vômitos, cambaleava e perderao senso de direção. Infelizmente nãovíamos solução para o caso.

O Tio Zeca e a Tia Deonice de-monstravam uma profunda tristezanuma daquelas manhãs de domingoonde costumávamos nos reunir parachurrasquear, filosofar, cantar e to-car violão e curtir as coisas boas davida. João Bigode, vivente que nunca

Dica de livro

Experiência de vida de um funcionário do Banco do BrasilFoto Divulgação

“Quando estávamos por comple-tar dez meses de casados, enquantoeu completava dois anos e um mêsde trabalho, no banco, no dia 12 deoutubro de 1964, por volta das de-zoito horas, ao retornar para casa,após um exaustivo expediente, en-contro minha querida esposa, que hápouco deixara de ser menina, aosdezoito anos de idade, com aquelaenorme barriga envolta nos seus mei-gos braços, aos prantos e a minhaespera. Após abraçá-la, e beijar seurosto trêmulo e molhado pelas lágri-mas, a denunciar uma expressão depânico, consegui acalmá-la e ouvir asua voz embargada pela emoção:

“Amor, acho que estou tendo as do-res do parto”. Tomado pela emoção,pelo susto do anúncio, com o cora-ção a mil, em rápidas pedaladas naminha bicicleta, atravessei a cidade,até a casa de meu pai e, em poucosminutos estava de volta , com acamionete emprestada e em com-panhia da sogra para levar a futuramãezinha até a maternidade do hos-pital local.”

Trecho do livro “Experiência devida de um funcionário do Banco doBrasil”, obra bibliográfica do bancá-rio aposentado José Arthur Dutrados Santos. O livro é encontrado naCesma e na Livraria da Mente.

Veja no YouTube do Sindi-cato (www.youtube.com/bancariossm) uma entrevistacom o autor José Arthur Dutrados Santos.

O projeto gráfico e diagramaçãoda obra foram realizados pelo arte-finalista André Machado Fortes, quetambém é responsável peladiagramação do Conta Corrente.

Crônica

Incidente no ItararéSiga o Sindicato no Twitter:

www.twitter.com/Bancarios_SM

vi se abalar por nada nesse mundo, ago-ra mergulhava num profundo silêncio.

Na ocasião minha irmã Márcia veionos brindar com sua visita. Se ela fosseproprietária de uma empresa esta ins-tituição se chamaria de Bom-humor,Boa-Vontade & Cia Ltda.

Tudo era para ser perfeito comotodos os outros domingos, mas destavez quis a vida nos ensinar duas liçõesvaliosas. Estávamos inconformadoscom a situação. Precisávamos fazeralgo. Mas o Tio Zeca relutante nos di-zia que seu companheirinho já estavapor demais velho e talvez fosse a horade partir. Mas a teimosia, elementoconstante na família não se curvou pe-rante à passividade da situação.

Você já se sentiu Deus em algummomento? A Márcia e eu já. Como lem-brávamos que noutra ocasião havia umpeludo numa situação crítica, resolve-mos adotar a mesma solução só quepara problemas diferentes. Fazê-lo en-golir um ovo cru, e a cura seria certa.Conversamos com o Zeca que apro-vou a medida contingencial e passamosa agir. A Márcia segurou o cusco e abriusua boca. Eu de pronto quebrei o ovoe o fiz descer guela abaixo. Um somde engasgo comprovou a recepção daproteína pura pelo sistema digestivo doanimal. Passaram-se uns dez minutos ejustifico a pergunta acima: Milagre! Ocachorro recompôs-se. Caminhava

normal, latia e pulava.A alegria contaminou o ambiente. O

Tio Zeca nos abraçava e agradecia pelofeito. Sentíamos Todo-poderosos. Ape-sar de não sermos veterinários. Tudomudou. Até os mais desconfiados,como o Luis Paulo, filho do Zeca veio“pegar a receita”. Nós, “senhores desi” decidimos então tomar outra atitu-de. Se um ovo fez bem outro fariamelhor ainda. A geladeira do Tio Zecateve mais um déficit de ovo. Desta vezeu segurei o Bilu e a Márcia encarre-gou-se do trâmite do mesmo pelas viasdigestivas. Passaram-se cerca de dezminutos e o céu, o mar, a terra o ar e ofogo voltaram-se contra nós.

O Bilu cambaleou uma vez apenasdeixando este mundo de vez sem aomenos dar-nos tempo e oportunidadede tentarmos outra solução. Tudo pa-rou. O sol desapareceu e uma nuvemnegra tomou seu lugar. Os sorrisosdesapareceram dando lugar a olharescortantes para nosso lado.

Nós, veterinários de fim-de-sema-na, nos entreolhamos e sem dizer nadacompartilhávamos da mesma intençãoque era o desaparecimento por com-pleto ou teletransporte daquele localpara qualquer outra dimensão do pla-neta. A vontade de fazer o tempo vol-tar e devolver o segundo ovo à gela-deira do Zeca também fazia parte denosso desejo maior. Por instantes achei

que o Tio Zeca iria nos fuzilar ou nosarremessar sua bengala.

Mas aqui vão as lições: a primei-ra é que nunca devemos dar doisovos a um cachorro que está pas-sando mal. Somente um basta. Asegunda é o perdão. O Tio Zeca,mesmo ocultando uma lágrima, noschamou para um canto dizendo quesua intenção era mesmo sacrificaro seu amigo, mas não tinha cora-gem. Portanto nos agradeceu peloato e ao mesmo tempo reduziunosso sentimento de culpa. Convo-cado para os atos fúnebres, cabis-baixo, com uma pá na mão abri umburaco na terra, mas fechei outrono coração. Aquela tarde ficoumarcada pela compreensão de umapessoa que muito ensinou sobrebom-humor, companheirismo eperdão. Obrigado ao Zeca que,quando etilicamente confusos, paranão dizer embriagados em grauleve, em tardes de domingos can-távamos juntos e que agora certa-mente está no céu com seu amigopeludo ensinando outras lições.

Este é um Espaço Interativo àdisposição dos leitores do

informativo. Envie seu texto,poesia ou sugestão de filme, cd ou

livro para o e-mail:[email protected]