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O DESENVOLVIMENTO E A PRÓXIMA GERAÇÃO ÁFRICA LIVRE DO VIH/SIDA Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a Saúde Sexual e Reprodutiva Organizado e co-patrocinado pelo Banco Mundial, UNAIDS, FNUP e UNICEF

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O DESENVOLVIMENTO E A PRÓXIMA GERAÇÃOÁFRICA LIVRE DO VIH/SIDA

Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA

e a Saúde Sexual e Reprodutiva

Organizado e co-patrocinado pelo Banco Mundial, UNAIDS, FNUP e UNICEF

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Consulta Regional em África sobre VIH/SIDA e Saúde Reprodutiva na Juventude

Pintura da capa dianteira Sobre o artista: O Sr. Paul Olaja é um órfão da SIDA de 19 anos de idade do Uganda. O Sr. Olaja partilha com entusiasmo as histórias da sua terra natal e transmite a aspiração dos jovens com relação à vida por intermédio dos seus trabalhos artísticos. As suas pinturas são intensas e dinâmicas, revelando o seu amor pelo movimento, harmonia e pela comunidade.

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Prefácio África abriga a maior proporção de jovens do mundo. Por ser o continente mais jovem do mundo, África confronta-se com as oportunidades de investir nos seus jovens e os desafios de proporcionar a esses jovens possibilidades dum futuro seguro e produtivo. O futuro crescimento económico depende dos jovens que são os trabalhadores produtivos, líderes, empresários, pais e cidadãos de amanhã – e cujas acções determinarão o destino das próximas gerações. Contudo, para a juventude africana a passagem da infância para a idade adulta é especialmente complexa e repleta de perigos. A pobreza, o desemprego, a violência, a coerção e a exploração sexual, dependência de drogas, crime e outros comportamentos de risco representam grandes desafios aos jovens de toda a região. Essas circunstâncias desesperadoras tornam a juventude africana vulnerável à maternidade precoce, à gravidez indesejada, ao aborto sem segurança, às doenças sexualmente transmissíveis e ao VIH/SIDA. O Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial 2007 do Banco Mundial reconhece os importantes benefícios económicos e sociais de investir na juventude e sugere que nunca houve momento melhor para investir nos jovens dos países em desenvolvimento, especialmente em África. O WDR 2007 identifica orientações políticas para investir nos jovens mediante a ampliação das suas oportunidades, aprimoramento de aptidões e fornecimento de segundas chances. O investimento nos jovens contribui para a missão predominante do Banco Mundial de combate à pobreza e compromisso de ajudar os países a alcançar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio que incluem a luta contra o VIH/SIDA. Para além disso, a UNAIDS e os seus co-patrocinadores, entre os quais o Banco Mundial, FNUP, UNICEF e OMS, formaram a Equipa de Tarefa Entre Organismos sobre os jovens e o VIH/SIDA para abordar as questões dos jovens em resposta ao VIH/SIDA e acelerar o progresso. A IATT e outros co-patrocinadores da UNAIDS estão a ajudar os governos a implementar diversos programas para jovens, fortalecer as capacidades, examinar o financiamento e as deficiências do programa, bem como explorar as sinergias entre o VIH/SIDA e os programas de saúde sexual e reprodutiva. A IATT reconhece também a importância da participação dos jovens e de ouvir a voz da juventude na elaboração de programas eficazes. No processo de actualização da estratégia do Banco Mundial sobre VIH/SIDA para África, o Banco Mundial, juntamente com o FNUP e a UNICEF, co-patrocinou uma reunião de consulta com jovens, governos, outros co-patrocinadores da UNAIDS e parceiros de desenvolvimento. Este relatório apresenta as deliberações da Consulta Regional com Jovens sobre VIH/SIDA e Saúde Sexual e Reprodutiva realizada em Fevereiro de 2007 na África do Sul. Banco Mundial Elizabeth Lule, Gerente, ACTafrica FNUP Fama Hane Ba, Director, Divisão de África UNICEF Peter McDermott, Chefe da Secção de VIH/SIDA

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Índice Agradecimentos ............................................................................................................................ i

Lista de Abreviaturas ................................................................................................................... ii

Resumo executivo ....................................................................................................................... iii

Introdução .................................................................................................................................... 5 Co-patrocinadores da UNAIDS – Equipa de Tarefa Entre Organismos sobre os jovens e o VIH/SIDA ........... 6 Consulta Regional com Jovens sobre SSR e VIH/SIDA em África ..................................................................... 7 Objectivos ................................................................................................................................................................ 7

Participação ................................................................................................................................. 7

Metodologias e abordagens de aprendizagem ............................................................................ 8

Dia 1: Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007 ............................................................................ 10 1. Preparação do cenário ................................................................................................................................. 10 2. Experiências dos países ............................................................................................................................... 12 3. Base de evidências e boas práticas ................................................................................................................ 12

Dia 2: Terça-feira, 27 de Fevereiro de 2007 ................................................................................. 16 Monitorização e avaliação e os indicadores ............................................................................................................. 16 4. Fortalecimento das ligações entre os programas de SSR e de VIH/SIDA .................................................. 16 Instituições regionais: UA (União Africana) e NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento de África) ....... 18 Trabalho em grupo e discussões sobre as apresentações dos Dias 1 e 2 .................................................................... 19

DIA 3: Quarta-feira, 28 de Fevereiro de 2007 .............................................................................. 21 Futura orientação do Banco Mundial no tratamento das questões relacionadas com a SSR e o VIH/SIDA ....................................................................................................................................... 21 Áreas prioritárias recomendadas – o que o Banco Mundial e outros parceiros de desenvolvimento devem fazer ................................................................................................................ 23 Próximos passos e resultados esperados .................................................................................................................. 26

Anexo 1 – Lista de participantes ................................................................................................ 27 Países participantes ............................................................................................................................................... 27 Organismos da ONU ........................................................................................................................................... 33

Anexo 2 – Consulta Regional em África sobre VIH/SIDA e Saúde Reprodutiva na Juventude.................................................................................................................................................... 38

Anexo 3 – Resumo das apresentações dos países...................................................................... 45

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Agradecimentos O Banco Mundial, FNUP, UNICEF e UNAIDS agradecem sinceramente os governos e os jovens que participaram dessa reunião, partilharam as suas experiências e ofereceram recomendações e orientação sobre como abordar as vulnerabilidades dos jovens com relação ao VIH/SIDA e como melhorar a sua saúde sexual e reprodutiva. O Banco Mundial agradece também a todos os participantes as suas contribuições para a actualização da Agenda para a Acção 2007-2011 sobre o VIH/SIDA do Banco Mundial na Região de África. Gostaríamos ainda de agradecer aos muitos recursos humanos, facilitadores e apresentadores. Os organizadores gostariam de apresentar os seus agradecimentos a Haddas Wolde Giorgis (Banco Mundial) e Akinyele Dairo que prepararam este relatório com contribuições de Mark Schreiner e Sibili Yelibi (FNUP), Diane Widdus (UNICEF) e Cassandra de Souza (Banco Mundial). O Dr. Akinyele Dairo liderou e coordenou a participação do FNUP. Diane Widdus, Rick Olson e Tchim Tabaro lideraram e coordenaram a participação da UNICEF, Cassandra de Souza coordenou a participação do Banco Mundial com contribuições de Haddas Wolde Giorgis, Therese Cruz e Yvette Atkins que administraram a logística e de Ted Schreiber pelo design e formatação do documento final. Elizabeth Lule (Banco Mundial) foi responsável pela orientação técnica e geral desses esforços. O FNUP e a UNICEF co-financiaram a reunião e financiaram a participação dos jovens e organizações da sociedade civil que servem aos jovens de vinte e um países, para além de arcarem com alguns custos logísticos. O Banco Mundial financiou a participação dos representantes dos governos de cada um dos países e da maioria dos custos logísticos e de consultas. A reunião foi realizada na África do Sul para facilitar a troca de experiências com países que não pertencem ao MAP e porque a África Austral suporta o maior fardo de VIH/SIDA. A escolha desse local teve o objectivo de assegurar a participação adequada de todos os países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC). A identificação de participantes importantes e a participação dos países da União Aduaneira da África Austral (SACU) foi viabilizada com a liderança e o comprometimento do Directora Nacional do Banco Mundial na África do Sul, Ritva Reinikka, e a sua equipa no país que inclui Eugenia Marinova, Sheila Dutta e Shirley Faragher em colaboração com co-patrocinadores da UNAIDS. Nossos agradecimentos especiais vão para as delegações dos países, que prepararam as suas apresentações e participaram activamente com percepções profundas durante os três dias e ao pessoal dos escritórios nacionais da UNICEF e do FNUP que ofereceram assistência antes, durante e depois das consultas aos participantes. Somos gratos à equipa técnica do Banco Mundial, FNUP, UNICEF e UNAIDS, bem como doutros organismos (OMS, UNDOC, SIDA e CDC) que assistiram e facilitaram diversas sessões plenárias e actividades de trabalho em grupo da consulta. Os organizadores apresentam os seus agradecimentos ao generoso apoio dos Governos Reais da Noruega e da Suécia através de doações feitas pelo Ministério Real das Relações Exteriores da Noruega e da Associação Internacional de Desenvolvimento da Suécia ao Banco Mundial.

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Lista de Abreviaturas AfriYAN Rede Africana da Juventude e Adolescente sobre a População e o Desenvolvimento SIDA Síndrome da Imunodeficiência Adquirida ART Terapêutica Anti-retroviral ARV Fármacos anti-retrovirais AYA Aliança Africana para a Juventude BCC Comunicação de mudança de comportamento CAP Planos de Acção Nacionais CAS Estratégias de Assistência aos Países CPR Taxa de Prevalência Contraceptiva PF Planeamento Familiar VIH Vírus da Imunodeficiência Humana IATT Equipa de Tarefa Entre Organismos ICASA Conferência Internacional sobre SIDA e DSTs em África CIPD Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento IEC Informação, Educação e Comunicações MAP Programa Multinacional de Luta Contra o VIH/SIDA MDGs Objectivos de Desenvolvimento do Milénio M&E Monitorização e avaliação MS Ministério da Saúde MTEF Estrutura das Despesas de Médio Prazo CNLCS Comissão/Conselho Nacional de Luta contra a SIDA NEPAD Nova Parceria para o Desenvolvimento de África ONGs Organizações Não Governamentais COV Crianças Órfãs e Vulneráveis PVVS Pessoa/Pessoas que Vivem com VIH/SIDA PTMF Prevenção da Transmissão de Mãe para Filho DERP Documento de Estratégia para a Redução da Pobreza SSR Saúde Sexual e Reprodutiva IST Infecções Sexualmente Transmissíveis SWAP Abordagem Sectorial Ampla UNAIDS Programa das Nações Unidas de Luta contra a SIDA FNUP Fundo das Nações Unidas para a População UNGASS Sessão Extraordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância. ATV Aconselhamento e Testes Voluntários BM Banco Mundial WDR Relatório de Desenvolvimento Mundial OMS Organização Mundial de Saúde YFS Serviços de Fácil Uso pelos Jovens

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Resumo executivo A Consulta Regional em África à Juventude sobre VIH/SIDA e Saúde Sexual e Reprodutiva teve a iniciativa do Banco Mundial (ACTafrica), juntamente com várias unidades do Banco Mundial (Rede de Desenvolvimento Humano) e foi co-patrocinada pelo FNUP e UNICEF. Essa consulta aos jovens foi oportuna e crítica por causa da necessidade urgente de abordar os factores subjacentes da saúde sexual e reprodutiva e das questões do VIH/SIDA, para além da crescente atenção política e social para que o continente aborde essas questões em África. A Consulta regional foi organizada para facilitar o diálogo entre os jovens e os principais interessados a respeito de métodos e parcerias eficazes para abordar a Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) e as questões de VIH/SIDA na juventude, para documentar intervenções promissoras focadas nos jovens nos programas nacionais de VIH/SIDA e de SSR, bem como para identificar formas de reforçar as ligações entre os serviços de SSR e VIH/SIDA. Os co-patrocinadores quiseram também reforçar a monitorização e as avaliações dos serviços de fácil uso pelos jovens e construir a base de evidências para intervenções eficazes, com o objectivo de intensificar a eficácia da programação para os jovens acerca de SSR e VIH/SIDA. Compareceram mais de 135 participantes de 20 países, entre os quais representantes dos governos, da juventude, das organizações que atendem aos jovens e parceiros de desenvolvimento que trabalham com questões de VIH/SIDA e SSR na juventude As sessões de consulta variaram entre plenárias e trabalho em grupo para permitir aos participantes envolverem-se activamente e discutir estratégias e intervenções relevantes com base no conhecimento técnico que foi partilhado nas sessões plenárias. Ao final da consulta, pediu-se às delegações dos países para preparar uma versão preliminar de Plano de Acção do País (CAP). O objectivo desse CAP preliminar era formar a base para posterior aperfeiçoamento e discussões com os decisores e outros interessados nos seus respectivos países. Os organismos co-patrocinadores estão a investigar com os países individualmente o progresso alcançado no aperfeiçoamento do CAP e a identificar áreas de apoio capazes de facilitar a sua implementação. Os membros da IATT que estão a co-patrocinar a reunião (BM, FNUP e UNICEF) acordaram também que o FNUP preparará um planeamento preliminar sobre a forma mais eficaz de apoiar as iniciativas regionais e nacionais de modo a incorporar as questões de VIH/SIDA e SSR na juventude para o período 2007-2008 e enviá-las ao Banco Mundial para aprovação e financiamento. Para além de partilhar as experiências nacionais e as oportunidades de formação de redes, a consulta forneceu recomendações concretas sobre como intensificar a integração da saúde sexual e reprodutiva e a resposta ao VIH/SIDA para os jovens em África. Um importante destaque foi que essas recomendações foram resultado do envolvimento, capacitação e participação dos jovens. As recomendações serão usadas para ajudar a fortalecer a eficácia da programação para os jovens acerca das SSR e do VIH/SIDA nos projectos do MAP, Programas da Estratégia de Redução da Pobreza (PRSPs) e estruturas nacionais relevantes. A consulta forneceu também contribuições para o desenvolvimento da Agenda para a Acção 2007-2010 das actividades relativas ao VIH do Banco Mundial em África e orientará as intervenções na SSR na juventude na estratégia revisada do Banco Mundial para a saúde. Os CAPs estratégicos preliminares compreendem recomendações para uma melhor inclusão das prioridades dos jovens nos seus programas nacionais de VIH/SIDA e SSR e a crescente coordenação entre os interessados a fim de alargar as intervenções eficazes. Os co-patrocinadores concordaram em trabalhar juntos para ajudar os governos a intensificar uma abordagem integrada do trabalho sobre a SSR e o VIH na juventude e, ao mesmo tempo, reconhecer o contexto específico, como as necessidades dos homens e das mulheres, as diferentes prioridades e taxas de prevalência, nas regiões urbanas e rurais. A reunião recebeu uma óptima classificação de todos os participantes e forneceu uma excelente demonstração da participação nacional, regional e global dos membros da IATT sobre os Jovens e o

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VIH/SIDA. A agenda da reunião, a lista dos participantes e membros da principal equipa organizadora, bem como o resumo das apresentações dos países estão anexadas a este documento.

As apresentações e os materiais da conferência estão disponíveis em www.worldbank.org/afr/aids

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ANEXO 1

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Introdução A adolescência é um momento de enorme oportunidade e mudança, mas é também um período de assumir riscos e os homens e mulheres jovens enfrentam cada vez mais vulnerabilidades. Infelizmente, a disseminação dos problemas sociais, económicos e de saúde significa que as circunstâncias para a juventude africana são muitas vezes particularmente difíceis. Muitos jovens africanos são forçados a encerrar precocemente os seus estudos e um crescente número deles tem que se desenvolver como órfãos ou nas ruas. As desigualdades de género persistem de tal modo que as raparigas não atingem o seu potencial e os rapazes têm um falso sentimento de poder e dominação. Esses factores acarretam problemas de saúde sexual e reprodutiva exacerbados pelo comportamento de risco, início precoce da actividade sexual, acesso limitado aos serviços básicos de saúde e à informação sobre VIH/SIDA, para além duma tendência de ter vários parceiros. Segundo o relatório Actualização sobre a SIDA (AIDS Update) 2006 da UNAIDS, em termos mundiais os jovens (entre 15-25 anos) respondem por 40 % das novas infecções e, entre estes, as raparigas são afectadas de maneira desproporcional. Com base em recentes levantamentos, três raparigas (15-24 anos) são infectadas com o VIH para cada rapaz em África1 e a proporção é ainda maior nalguns países. Existem hoje mais de 12 milhões de órfãos da SIDA em África, o que representa 80 % do total mundial. Esses órfãos, muitos dos quais são adolescentes e jovens, são privados do seu potencial para se desenvolverem e crescerem e podem estar a correr mais risco de contrair o VIH e de terem saúde sexual e reprodutiva precária. As taxas de prevalência de contraceptivos são baixas na maioria dos países africanos, da ordem de 4,3% na Libéria e Moçambique (5,4%), comparados com uma média de 22,9% nos países da África Oriental e 52,7% nos da África Austral (WDI 2006, BM). Todos os anos, entre 2 e 4 milhões de raparigas submetem-se a abortos sem segurança, o que torna o parto uma das principais causas de morte de mulheres jovens, entre os 15 e os 19 anos. África e a Ásia em conjunto respondem por 95% das mortes maternas no mundo, sendo que África tem a taxa de mortalidade mais elevada (TMM média de 920 para cada 100.000 nascimentos). Os filhos de mães adolescentes também correm um risco maior de enfermidades e morte na infância. Há muito tempo a juventude está à margem da sociedade e não é envolvida ou orientada para assumir responsabilidades cívicas e no desenvolvimento nacional. Para mudar as realidades sociais e económicas de África é preciso fazer mais no sentido de abordar os accionadores da pobreza e da saúde precária, que levam à morbidade e à mortalidade prematura da população, particularmente dos jovens que constituem a futura geração. Existem inúmeras estruturas e iniciativas a nível global, continental e nacional que foram desenvolvidas recentemente para tratar essas questões, mas ainda há muito a fazer. Até recentemente, a população jovem (adolescentes e jovens entre os 10 e os 24 anos) foram negligenciados em muitas das intervenções sobre VIH/SIDA em África. No entanto, os activistas internacionais do VIH, os profissionais de saúde e os formuladores de políticas começaram a reconhecer que os jovens, que representam 33% da população africana e são mais vulneráveis às infecções por VIH, têm um grande potencial na batalha contra o VIH/SIDA. Segundo o relatório da UNAIDS Actualização sobre a SIDA (AIDS Update) 2006, no mundo inteiro os jovens respondem por 40% das novas infecções. Esse reconhecimento é particularmente importante à luz de provas

1 Relatório UNAIDS sobre a Epidemia Global de SIDA, 2006.

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ANEXO 1

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recentemente adquiridas que sugerem que a mudança do comportamento sexual dos jovens mediante influências sociais apropriadas é crítico para combater a pandemia2. A idade do início da actividade sexual está aumentando entre os homens e mulheres jovens em África. Segundo o relatório da OMS de 2005, o sexo com parceiros ocasionais apresenta queda no Quénia e Malawi entre jovens de 15 a 24 anos de idade, ao passo que há um aumento entre as mulheres do mesmo grupo etário no Uganda. O uso de preservativos durante o acto sexual com um parceiro ocasional aumentou entre as mulheres e os homens nos Camarões, África do Sul, Tanzânia e Uganda, mas somente entre as mulheres no Quénia e Zâmbia e somente entre os homens no Malawi (OMS 2005). Esse estudo mostra resultados mesclados, o que indica a natureza complexa da epidemia. De modo geral, o uso de preservativos é muito baixo em África em comparação com o resto do mundo. Por entender a importância de responder aos jovens e a necessidade de assegurar o desenvolvimento de todo o seu potencial e da sua participação efectiva para mudar a pobreza reinante e as enfermidades socioeconómicas de África e doutros países em desenvolvimento, o Banco Mundial publicou o Relatório do Desenvolvimento Mundial 2007 (WDR 2007). O Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial intitula-se Development and the Next Generation (Desenvolvimento e a Próxima Geração). Trata-se duma publicação capaz de ajudar os países a estabelecer políticas multissectoriais e estruturas para proporcionar oportunidades e aumentar a capacidade dos jovens. O oferecimento dessas segundas chances aos jovens facilitará a sua capacidade para modificar comportamentos de risco e fazer escolhas fundamentadas. O Banco Mundial também assumiu o comando para lançar o Programa Multinacional de Luta Contra o VIH/SIDA (MAP) durante o ano de 2000, destinou USD 1 320 milhões para tratar os problemas do VIH/SIDA em África com o financiamento da AID.

Co-patrocinadores da UNAIDS – Equipa de Tarefa Entre Organismos sobre os jovens e o VIH/SIDA Os co-patrocinadores da Equipa de Tarefa Entre Organismos da UNAIDS (IATT) sobre os jovens e o VIH/SIDA, que compreendem o Banco Mundial, FNUP, UNICEF, OMS, Secretariado da UNAIDS e outros, estão a fazer esforços para tratar as questões dos jovens dentro da resposta ao VIH/SIDA. O FNUP recebeu a missão de reunir e liderar os co-patrocinadores para intensificar a resposta junto com os jovens e voltada para eles no nível global, bem como coordenar o fornecimento da assistência técnica dos co-patrocinadores nos níveis regional e nacional. Várias actividades de cooperação entre organismos foram implementadas em África. Elas compreendem:

• Fortalecimento da capacidade e troca de conhecimentos sobre a SSR e prevenção do VIH entre os jovens para os executores do programa nacional em Nairobi, Quénia, em Setembro de 2004.

• Coordenou a participação dos jovens na ICASA 2005 em Abuja, Nigéria

• Inaugurou a Rede Africana da Juventude e Adolescentes (AfriYAN) sobre a População e o Desenvolvimento, com ênfase na SSR e no VIH/SIDA no Fórum Regional de Jovens de África em Dezembro de 2005.

• Apoiou a União Africana para desenvolver a Carta Africana da Juventude e para organizar a Conferência da União Africana dos Ministros Responsáveis pela Juventude e o Fórum da Juventude, que precedeu a conferência, bem como a reunião de peritos para adoptar a primeira Carta Africana da Juventude em Addis Ababa em Maio de 2006

2 C. Marston e E. King, Factors that Shape Young People’s Sexual Behavior: A Systematic Review (Factores que moldam o comportamento sexual dos jovens : uma análise sistemática), Lancet, 2006

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• Forneceu apoio técnico ao Quinto Fórum de Desenvolvimento de África (ADF-V) com o tema Juventude e Liderança no Século XXI em Addis Ababa em Novembro de 2006

• Iniciativa Regional entre Organismos de Preparação para a Vida em 21 países de África (2007)

• Desenvolvimento e acompanhamento do Resumo da Orientação da UNAIDS para Prevenção, Tratamento, Cuidado e Apoio do VIH entre Jovens para apoiar as Equipas dos Países das Nações Unidas (UNCTs) 2007.

Consulta Regional com Jovens sobre SSR e VIH/SIDA em África Sob os auspícios da IATT para os jovens e o VIH/SIDA, o Banco Mundial, ao actualizar a sua Agenda para a Acção 2007-2011 sobre o VIH/SIDA na Região de África, trabalhou em cooperação com o FNUP, a UNICEF e o Secretariado da UNAIDS para organizar a Consulta Regional com Jovens sobre SSR e VIH/SIDA em África. A Consulta teve início no Domingo, 25 de Fevereiro de 2007 e durante a recepção no primeiro dia, Elizabeth Lule, Gestora da ACTafrica e Agathe Lawson, Directora Regional do FNUP, deram as boas-vindas aos participantes e ofereceram-lhes a oportunidade de se apresentarem e interagirem.

Objectivos Os objectivos da consulta eram fornecer oportunidades para:

• Diálogo com jovens e principais interessados sobre abordagens e parcerias eficazes para tratar as questões de VIH/SIDA e SSR na juventude,

• Documento de promessa de intervenções focadas nos jovens nos programas nacionais de VIH/SIDA e Saúde Reprodutiva,

• Identificar formas de reforçar as ligações entre os serviços de SSR e VIH/SIDA e

• Reforçar a monitorização e a avaliação dos serviços de fácil uso pelos jovens, bem como construir a base de evidências para intervenções eficazes e

• Fortalecer a implementação dos Três Uns (Um organismo de coordenação nacional, Um plano estratégico nacional e Um sistema nacional de monitorização e avaliação e de relatórios).

Essa consulta destinou-se também a contribuir para outras actividades de parcerias regionais e globais, tais como a Equipa Global de Tarefas e outras iniciativas sobre SSR e VIH/SIDA na juventude apoiadas por outros parceiros de desenvolvimento. Embora não seja um dos objectivos principais, a Consulta foi também uma oportunidade de facilitar a aprendizagem entre os jovens e os países mediante a troca de experiências.

Participação Havia 135 participantes de 20 países, de Botsuana, Burkina-Faso, Camarões, Etiópia, Gana, Quénia, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurício, Moçambique, Namíbia, Nigéria, Ruanda, Serra Leoa, África do Sul, Suazilândia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue. Outros participantes eram co-patrocinadores da UNAIDS (Banco Mundial, FNUP, UNICEF, OMS, UNODC e Secretariado da UNAIDS), bem como outros organismos como SIDA, USAID e CDC. A União Africana e o NEPAD também estiveram presentes. Uma lista abrangente dos participantes e da equipa organizadora está disponível no Anexo 1.

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ANEXO 1

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As delegações dos países incluíam representantes de órgãos governamentais, Conselhos Nacionais da SIDA, Ministérios da Saúde/Unidades de Saúde Reprodutiva, Jovens, Género, Questões Sociais, Conselhos Nacionais da Juventude e secretariado nacional da população. Entre os participantes estavam líderes de organizações de jovens, executivos de grupos da sociedade civil que servem aos jovens e pessoal técnico sénior de parceiros de desenvolvimento. Jovens que vivem de forma positiva com o VIH/SIDA também estavam representados. A distribuição de género entre os participantes era de 52,6% masculina e 47,6% feminina. Onze parceiros de desenvolvimento, principalmente da Região de África (Banco Mundial, FNUP, UNICEF, UNAIDS, OMS, UNODC, SIDA, USAID, CDC, União Africana e NEPAD) enviaram representantes para participar. Foi estimulante ver que muitas das instituições e sectores governamentais estavam representadas por pessoas jovens (participantes com menos de 30 anos de idade), incluindo aqueles dos parceiros de desenvolvimento. Desde a etapa preparatória e ao longo de toda a reunião, foram usados métodos participativos para tornar a consulta inclusiva e assegurar as contribuições de participantes diversificados e multissectoriais.

Metodologias e abordagens de aprendizagem Uma das metas dessa reunião foi incentivar o diálogo multissectorial, o planeamento conjunto e o M&A entre as principais partes interessadas e parceiros que trabalham com SSR e VIH/SIDA na juventude em linha com a iniciativa dos Três Uns. Foram utilizadas diversas metodologias de aprendizagem interactiva, incluindo apresentações sobre políticas e programas relativos à SSR e ao VIH/SIDA na Juventude, plenárias e trabalhos em grupo facilitados pelos participantes e apresentações técnicas de abordagens promissoras, projectos bem-sucedidos e lições aprendidas. Recapitulações das actividades do dia anterior eram preparadas por um pequeno grupo de participantes e apresentadas pelo jovem do grupo. Havia também um Mercado dos Países para exibir e partilhar o desenvolvimento e a implementação das políticas e programas relacionados aos jovens de cada país. Eram também realizadas avaliações diárias orais e por escrito das actividades de cada dia seguidas duma reunião final. Conforme esboçado na agenda, entre os principais temas e tópicos abordados estavam:

• A Resposta do MAP do Banco Mundial à Epidemia

• O Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial (WDR) 2007, Desenvolvimento e a Próxima Geração, com estrutura das políticas da acção para abordar as questões da juventude

• Estável, Pronto, Avançar (Prevenção do VIH/SIDA nos Jovens: Uma análise sistemática da evidência dos países em desenvolvimento (OMS 2006))

• Respostas multissectoriais abrangentes à SSR e à prevenção do VIH nos jovens – a Iniciativa FNUP-AYA

• Educação para a Resposta Multissectorial Acelerada e o VIH/SIDA

• Monitorização & Avaliação (M&A) – Experiências obtidas com o trabalho da UNAIDS em África

• Reforço das Ligações entre a SSR e o VIH/SIDA

• Juventude e Pobreza e

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ANEXO 1

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• Outras experiências abrangentes e respostas ao VIH/SIDA, incluindo as experiências de envolvimento da comunidade e participação dos jovens do projecto AYA, para além da formação de redes de jovens e desenvolvimento de autonomia por intermédio da AfriYAN.

A agenda final é apresentada no Anexo 2. As apresentações e a discussão sobre os tópicos proporcionaram informações aos participantes e enriqueceram o seu conhecimento e a sua visão geral da programação relativa à SSR e ao VIH/SIDA na juventude, com foco na integração e nas abordagens multissectoriais para o tratamento das questões. Como parte do aspecto da consulta relativa à emancipação dos jovens, os participantes jovens foram incentivados a participar de todos os processos, como incluir, presidir, facilitar e fazer apresentações. Dois jovens também fizeram os discursos de abertura sobre as suas experiências. Os participantes dos parceiros do desenvolvimento, especialmente os da FNUP e UNICEF, trouxeram as suas equipas nacionais e iriam dar seguimento à implementação das recomendações da Consulta nos seus respectivos países. Todo o pessoal dos parceiros do desenvolvimento serviu como recursos humanos e facilitadores durante toda a reunião.

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ANEXO 1

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Dia 1: Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007 A agenda para o primeiro dia foi organizada em três grandes sessões que incluíram a preparação do cenário, a troca de experiências entre os países e a apresentação de melhores práticas baseadas em provas. Na preparação do cenário, os objectivos, os resultados esperados e as questões logísticas foram novamente enfatizadas com as principais questões logísticas. Discursos de abertura: Os comentários sobre a tónica da reunião foram apresentados numa parceria entre adultos e jovens. Andrew Arkutu, um perito técnico africano e defensor da saúde sexual e reprodutiva, relatou a sua experiência e forneceu orientação ao fórum. No seu discurso, ele ressaltou que não podemos nos esquecer de que “por trás das nossas estatísticas e nossos dados, existe um poço em crescimento de tragédia, sofrimento e desespero humanos. Talvez tenhamos encontrado formas de calcular o real e o potencial impacto do VIH/SIDA nas economias nacionais e serviços sociais. Contudo, não encontramos uma maneira de medir a dor e a tristeza duma mãe que perdeu o seu jovem filho ou filha para a SIDA.” Dois jovens, Gubu Dubazana, uma jovem mulher da África do Sul que vive de forma positiva com o VIH, e Edford Mutuma, Presidente da Rede Africana da Juventude (AfriYAN) sobre a População e o Desenvolvimento, falaram das suas experiências. Gubu relatou a sua experiência de ser uma mulher jovem que vive com VIH e mora numa comunidade em que a taxa de criminalidade é alta. Gubu enfatizou a necessidade de informar e emancipar as mulheres para terem acesso a serviços e serem adequadamente informadas sobre a sua saúde sexual e reprodutiva e os seus direitos. Edford disse que “Alguns grupos pensam que somos jovens demais para saber, mas eles também precisam saber que somos jovens demais para morrer.” Ele insistiu na necessidade de as partes interessadas pararem de perceber os jovens como um fardo e considerá-los um elemento valioso para contribuir para o desenvolvimento de África.

1. Preparação do cenário SSR e VIH/SIDA na Juventude na Região de África: Em nome de Fama Hane Ba, Director da Divisão África do FNUP, Agathe Lawson (Gerente da Equipa de Directores Regionais para a África Oriental e Austral) elogiou o Banco Mundial pelo lançamento da consulta e por assumir a liderança na resposta à epidemia do VIH/SIDA por intermédio da implementação do projecto MAP do Banco Mundial no ano de 2000. Ela explicou que as discussões dessa reunião devem fundamentar-se nos resultados e acordos de diversas conferências e programas, entre os quais estão o CIPD e o CIPD +5 e +10; os MDGs; a Plataforma de Pequim para a Acção 1995 e a Pequim +5; a Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas (UNGASS) sobre prevenção de VIH/SIDA, Malária e Tuberculose e a Declaração de Abuja sobre o Acesso Universal à prevenção, tratamento, cuidado e apoio do VIH/SIDA. Após citar alguns indicadores chave sobre a situação dos jovens e a SSR e VIH/SIDA em África, ela enfatizou a necessidade de integrar a resposta na luta contra a epidemia. Ao concluir as suas observações, ela elogiou as diversas iniciativas regionais como a Estrutura das Políticas da União Africana em Maputo e o Plano de Implementação da Acção para o Acesso Amplo e Universal à Saúde e aos Direitos Sexuais e Reprodutivos, a Carta Africana da Juventude e a Declaração do Consenso do quinto Fórum do Desenvolvimento Africano (ADF-V). Todos esses processos asseguram que as vozes dos jovens sejam ouvidas em todos os fóruns. Ela ressaltou a necessidade de apoiar a implementação dos compromissos e das recomendações da consulta para assegurar que as vozes, a acção e a participação dos jovens sejam fortalecidas.

A Resposta do MAP do Banco Mundial à Epidemia em África: Elizabeth Lule explicou que durante 20 anos a pandemia de VIH foi largamente ignorada. Em 1999 já estava claro que os africanos estavam diante duma grande catástrofe e o MAP foi elaborado como a resposta de emergência a essa crise de VIH/SIDA. Ela declarou que o MAP reflectia um compromisso de longo prazo com o VIH/SIDA e, entre os seus objectivos, enumerou:

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• Fortalecimento da capacidade dos organismos governamentais e da sociedade civil;

• Apoio às organizações comunitárias, ONGs e ao sector privado com foco nas mulheres, pessoas que vivem com VIH/SIDA (PVVS) e órfãos; e

• Coordenação eficaz da resposta multissectorial na área pública.

Ela fez uma breve actualização do MAP, que abrange 29 países africanos e 4 projectos sub-regionais, empenhou um total de USD 1 320 milhões, dos quais USD 830 milhões (cerca de 63,2%) já foram desembolsados. O compromisso de longo prazo da abordagem multissectorial dos MAPs foi lançado para propiciar maior resposta da comunidade e permitir que as partes interessadas, incluindo os jovens, tenham acesso ao financiamento do MAP. Os países valorizam o MAP por implementar uma estrutura institucional que alcança e beneficia as comunidades de níveis mais baixos.

Quanto ao uso dos recursos financeiros do MAP, a resposta da comunidade (financiamento para a sociedade civil) tem sido a abordagem mais importante e usa cerca de 38% dos recursos do MAP. Em países como o Uganda e a Etiópia, a sociedade civil usou mais de 55% dos recursos do projecto do MAP. A implementação do MAP tem sido restringida por desafios como a pouca capacidade para incluir os jovens, lacunas na implementação, coordenação deficiente dos jovens e das intervenções dos interessados no VIH/SIDA, a falta de continuidade na implementação das actividades e dificuldades de comunicação. Ela ressaltou a necessidade de os Conselhos Nacionais de Combate ao VIH/SIDA (CNVS) melhorarem a coordenação das actividades dos jovens por intermédio dos diferentes ministérios, grupos de jovens e principais grupos interessados. Destacou a importância das abordagens multissectoriais e da harmonização das diferentes intervenções para benefício recíproco das perícias. Finalmente, mencionou a preocupação da continuidade do tratamento sob uma plataforma de acesso universal, especialmente com preocupações acerca da equidade de acesso, adesão, restrições de recursos humanos no sector da saúde e os limitados recursos financeiros e espaço fiscal para os países africanos. Enfatizou, portanto, a necessidade de focar as intervenções de prevenção eficaz para reduzir o ónus do tratamento.

WDR 2007, Desenvolvimento e a Próxima Geração: Matthias Lundberg (Banco Mundial) afirmou que o Banco Mundial reconheceu a importância dos jovens e lhes deu destaque especial ao publicar o Relatório do Desenvolvimento Mundial (WDR) 2007 sobre “Desenvolvimento e a Próxima Geração”. Ao assinalar o papel crítico que a juventude pode desempenhar, ele informou aos participantes que o WDR 2007 não trata exclusivamente de SSR e VIH/SIDA. O WDR levou em conta muitas questões multissectoriais que afectam o desenvolvimento dos jovens. O mundo tem actualmente o maior coorte de população jovem da história. Existe maior progresso no desenvolvimento do capital humano, por exemplo redução da mortalidade abaixo dos cinco anos de idade, mas há também desafios para os jovens, como o VIH/SIDA, aumento do consumo de drogas e transformação social. Os jovens geralmente colocam em risco a sua saúde, o que pode ter consequências adversas no longo prazo. O documento WDR 2007 foi motivado pela capacidade dos jovens de tomar as próprias decisões sobre saúde, sexo, educação e trabalho, de enfrentar as consequências dessas decisões e aproveitar as segundas chances.

Ele apresentou os resultados dos levantamentos encomendados pelo Banco Mundial em sete países. Tais levantamentos demonstraram que há enormes variações no conhecimento e nas atitudes entre os países e que os jovens sabem muito pouco sobre as consequências das suas decisões. As constatações indicaram que os jovens têm pouca representação por causa das determinantes socioeconómicas. Essas determinantes socioeconómicas incluem que os jovens levam em conta os benefícios de curto prazo, evitam custos de longo prazo ao perderem mercados (são incapazes de obter oportunidades económicas), enfrentam coerção (relações de poder tais como a exploração por associações políticas) e carecem de acesso suficiente ao conhecimento, tecnologia adequada e serviços. As constatações do

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levantamento relataram também que mesmo quando os jovens tinham conhecimento sobre SSR, mesmo assim adoptavam comportamento de risco. O WDR 2007 enfatizou que os jovens necessitam de oportunidades para desenvolverem plenamente as suas capacidades e de segundas chances para recuperarem-se das escolhas e dos comportamentos de risco (por exemplo, abortos seguros, acesso ao tratamento de DSTs e recuperação. A política para os jovens e as estruturas multissectoriais correlatas devem ser coordenadas, dar voz aos jovens e ser avaliada com rigor. As constatações do WDR 2007 indicaram claramente que os programas e as intervenções voltados para os jovens não são avaliados sistematicamente. Em especial, apenas 2% do total das intervenções analisadas tinham resultados medidos com objectividade, o que indica um sério problema. Lundberg destacou que o Banco Mundial deve prestar assistência a avaliações mais extensas de modo a reunir provas, canalizar esse conhecimento e experiência, incentivar novos financiamentos para programação para os jovens e grupos da sociedade civil. Os jovens também podem se sair melhor trabalhando dentro do sistema e ir além do sistema para exigir informação, serviços e responsabilização.

2. Experiências dos países Delegados de todos os vinte países fizeram apresentações sobre a situação das actividades relativas à SSR e ao VIH na juventude nos seus países. As apresentações dos países forneceram um relatório resumido que indicou a situação das estruturas institucionais e das políticas, as importantes realizações do programa, para além das lições aprendidas, oportunidades, desafios e lacunas para a integração e o aperfeiçoamento, bem como possíveis rumos futuros dos seus respectivos países. Essas apresentações dos países facilitaram a troca de experiências e partilha de conhecimentos entre os países. A existência de vários contextos de políticas e dum ambiente cada vez mais propício em todos os países é muito estimulante. Muitos países enfatizaram os esforços para tratar as vulnerabilidades do VIH e da SSR na juventude por meio de restrições à violência de género. A maioria dos países tem intervenções específicas que chegam até aos jovens mediante os mecanismos formais das escolas, instituições religiosas e locais de trabalho. Existem diversas tentativas de abordar as questões da SSR e do VIH/SIDA para os jovens, contudo, as apresentações dos países relataram também a existência de vários desafios. Quase todos os países indicaram que o reforço da integração das actividades de SSR e VIH/SIDA foi especialmente difícil, por causa da falta de coordenação entre os programas verticais dos Ministérios da Saúde e as Comissões ou Conselhos Nacionais da SIDA. A falta de um foco específico nas intervenções dos jovens que abordam a conscientização, a prestação de serviços e o tratamento também foi citada como um grande desafio. As apresentações dos países estão disponíveis no website da ACTafrica (www.worldbank.org/afr/aids) incluídas entre os materiais da Consulta Regional de África sobre a Juventude. A síntese das apresentações dos países, demonstrando as semelhanças, divergências e peculiaridades encontra-se no Anexo 3.

3. Base de evidências e boas práticas

a. Prevenção do VIH/SIDA nos Jovens: Estável, Pronto, Avançar Bruce Dick (OMS) apresentou uma visão geral do trabalho realizado pela IATT mundial sobre os Jovens e o VIH/SIDA para analisar as evidências das políticas e programas para alcançar as metas globais definidas nessa área. A análise focou as intervenções para os jovens destinadas a aumentar o acesso às intervenções sobre VIH/SIDA, reduzir a vulnerabilidade, para além de reduzir também a prevalência. Identificou a necessidade de mais provas e enfatizou o crescente acesso à informação, qualificações e serviços. A análise para definir a base de evidências foi classificada por meio de uma abordagem abrangente e transparente sobre a iniciativa Estável, Pronto, Avançar. Estável (definido como as intervenções que mostram promessa e potencial, mas mesmo assim precisam mais

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investigação e desenvolvimento), Pronto (definido como programas ou intervenções a serem amplamente implementadas mas que necessitam ser rigorosamente avaliadas para a obtenção de mais provas); e Avançar (definido como intervenções a serem adoptadas em escala agora com monitorização da cobertura e da qualidade). Algumas intervenções classificadas como Não avançar foram definidas como aquelas que demonstram evidências contra a sua implementação. Essas intervenções categorizadas foram recomendadas para formuladores de políticas, gestores de desenvolvimento e execução dos programas e investigadores. As intervenções que foram recomendadas como AVANÇAR incluíam:

• Escola: intervenções baseadas no currículo com características eficazes, comandadas por adultos

• Serviços de saúde: intervenções para formar prestadores de serviços, alterações nas instalações e promoção de serviços com jovens e guardiões da comunidade

• Meios de comunicação de massa: intervenções que divulgam mensagens pelo rádio, televisão e outros meios.

As recomendadas como PRONTAS incluem:

• Comunidades definidas geograficamente: intervenções voltadas para os jovens usando organizações com estruturas existentes

• Jovens que correm mais risco de VIH: programas baseados nas instalações que também têm um componente de expansão e fornecem informações e serviços. A abordagem baseada em evidências ajuda a identificar o que funciona e o que não funciona na definição das prioridades e na distribuição dos recursos limitados para as intervenções de VIH/SIDA nos jovens.

Essa abordagem baseada em evidências ajuda a identificar o que funciona e o que não funciona na definição das prioridades e na distribuição dos recursos limitados para as intervenções de VIH/SIDA nos jovens.

b. Resposta multissectorial integrada e abrangente à SSR e à prevenção do VIH/SIDA A abordagem da Aliança Africana para a Juventude (AYA)

Ugo Daniels (FNUP) explicou que o modelo da AYA3 examina intervenções promissoras para os jovens, financiadas pela Fundação Bill e Melinda Gates com uma doação de USD 56,7 milhões para uma ampla gama de intervenções implementadas durante o período 2000-2005 em quatro países de África: Botsuana, Gana, Tanzânia e Uganda. As estratégias do programa incluíam: política e defesa, comunicação sobre a mudança de comportamento, serviços de fácil uso pelos jovens, subsistências, formulação de capacidade institucional, bem como coordenação e disseminação. A AYA tinha também algumas estratégias transversais, incluindo a criação de parcerias entre jovens e adultos e a abordagem da equidade de género e sexualidade dos adolescentes. O envolvimento da comunidade foi fundamental na implementação dos programas da AYA. Yma abordagem de Aprendizagem Participativa e Acção (PLA) foi usada no diagnóstico da aprendizagem colectiva e a flexibilidade no diagnóstico da comunidade para a solução de problemas e definição das soluções. Alguns dos desafios e lições aprendidas com a experiência da AYA demonstraram que:

3 A AYA é a Aliança Africana para a Juventude: uma parceria entre p FNUP, Programa para Tecnologia Apropriada em Saúde (Path) e a Pathfinder International, destinada a melhorar a saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes, incluindo o VIH/SIDA das pessoas jovens, com idades entre os 10 e os 24 anos.

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(i) As questões de sexualidade e saúde reprodutiva dos adolescentes são sensíveis do

ponto de vista cultural e exigem atenção e pontos de entrada especiais (ii) A liderança comunitária é muito diversificada e exige análise prévia para identificar os

líderes que comandarão o processo. (iii) O incentivo ao controlo da comunidade para assegurar a conformidade e a expansão

requer uma avaliação cuidadosa do que funciona, bem como recursos para a implementação eficaz e

(iv) Os desafios da parceria e da coordenação de uma resposta multissectorial com o envolvimento de muitos organismos.

A AYA dispõe duma grande quantidade de informações e dados sobre a SSR na adolescência, incluindo VIH/SIDA, obtidos dos países que a implementaram e foi enriquecida com as experiências de outros continentes. Informações adicionais sobre a AYA estão disponíveis em www.ayaonline.org

c. A educação e o VIH/SIDA Andy Tembon (Banco Mundial) fez uma apresentação sobre a Equipa de Tarefa Entre Organismos da UNAIDS relativa à Educação e o VIH/SIDA. A Equipa concordou em abordar a situação dos grupos de adolescentes por intermédio de trabalho conjunto com os Ministérios da Educação. A IATT sobre Educação desejava que a estratégia resultasse num continente livre de VIH/SIDA dentro de uma década. O senhor Andy Tembon ressaltou que o processo Educação e o VIH/SIDA comandado pelo Banco Mundial começou por definir objectivos claros e usou fases de intervenções que consistiram em trabalho analítico regional. Foi seguido de workshops sub-regionais e da criação do Grupo de Parceiros no Desenvolvimento Nacional e finalmente encerrado com a organização de workshops e actividades subsequentes a nível nacional. A finalidade foi acelerar a resposta do sector de educação ao VIH/SIDA e garantir que a educação desempenhe um papel significativo na complementação do trabalho do sector da saúde. Desde Fevereiro de 2007 existem quatro grupos regionais (A África Ocidental com 16 países, lançada em 2004, África Oriental com 9 países, lançada em 2006, a África de língua portuguesa com 5 países, lançada em 2006 e a África Central com sete países, lançada em 2007). Os Ministérios da Educação da maioria dos países revisaram o seu currículo para incluir o VIH/SIDA e também desenvolveram materiais de aprendizagem e promocional para os professores, estudantes e a população em geral sobre o VIH/SIDA. O Ministério da Educação também apoia clubes de jovens que funcionam tanto nas escolas quanto fora delas.

d. Criação de redes de jovens e liderança no diálogo sobre as políticas e a sua programação

Dentro do espírito da parceria entre jovens e adultos, Mark Schreiner (FNUP) e Edford Mutuma (AfriYAN) fizeram uma apresentação conjunta. Explicaram que a finalidade chave da AfriYAN era a capacitação dos jovens e a participação significativa no desenvolvimento e implementação das políticas e programas em África. A AfriYAN é a Rede Africana da Juventude e Adolescentes sobre a População e o Desenvolvimento apoiada pelo FNUP, sob a IATT, para responder às questões de SSR e VIH/SIDA na juventude. Baseados nas suas experiências, os palestrantes apresentaram algumas chaves para o sucesso do envolvimento dos jovens, os desafios à participação dos jovens e à formação de redes no continente. Com base nas experiências da AfriYAN, os desafios à participação dos jovens e à formação de redes geralmente incluem: mecanismo de coordenação frágil e insustentável, qualificações insuficientes (mal desenvolvidas e sem formação) e a frequente mudança de lideranças; a inadequação dos recursos financeiros e da capacidade de mobilização dos recursos; falta de perspectiva para o voluntariado. Os

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voluntários são pessoas desempregadas sem renda ou qualquer outro meio para suportar as suas necessidades básicas para poder participar. A representação dos grupos de jovens das áreas rurais e vulneráveis foi identificada como um desafio. Os idiomas falados no continente africano (inglês, francês, português e várias outras línguas africanas) foram mencionados como causas das barreiras de comunicação, bem como o pouco acesso à Tecnologia da Informação para a troca de informações e de conhecimentos. As actividades conduzidas pelos dadores e não auto-iniciadas, com pouca ou nenhuma atenção à sustentabilidade, também foram citadas como um problema. Algumas das lições aprendidas com as iniciativas AYA-FNUP na formação de redes de jovens incluem:

• O fortalecimento das redes nacionais existentes e a criação de novas é essencial para o estabelecimento de redes nacionais do próximo nível

• As redes devem ser questões focadas e sólidas e não estabelecidas para eventos que estão por vir ou que acabam de ser concluídos, como ICASA, ADF e outros

• Os jovens devem exigir receber a educação e a formação correctas para poderem participar efectivamente

• Ligar as redes nacionais aos programas/projectos nacionais para criarem as suas capacidades e participarem do desenvolvimento, implementação e da monitorização e avaliação dos programas

• Necessidade de garantir a representação equilibrada de género e idade

• Evitar órgãos de coordenação com custos administrativos ou operacionais elevados que sejam difíceis de sustentar

• Fazer parcerias com os governos e estruturas existentes (locais, religiosas, tradicionais, focadas em questões específicas etc.) para aumentar a eficácia

• A parceria entre jovens e adultos é essencial, mesmo onde a criação de redes é centrada nos jovens e conduzidas por eles

• Para haver sucesso e durabilidade, é necessário haver dedicação, compromisso e determinação da parte dos próprios jovens.

Os participantes da reunião discutiram o exemplo da AfriYAN, com a análise da sua missão, as suas funções actuais e orientações futuras. Após as apresentações, as seguintes questões foram levantadas e discutidas em profundidade: o tipo de educação necessária para que os jovens participem; o caso da exclusão dos jovens das áreas rurais; as relações entre as autoridades nacionais e os organismos de desenvolvimento; a questão da subsistência e as políticas de SSR e VIH/SIDA; a resistência dos professores ao fornecimento de educação como preparação para a vida nas escolas; a função da avaliação da metade do período na explicação das diferentes tendências de mudança de comportamento, de acordo com o género; a durabilidade dos programas e a necessidade da participação activa do Banco Mundial na coordenação. As informações sobre a Participação dos Jovens estão disponíveis em www.ayaonline.org e as informações sobre a AfriYAN estão em www.afriyan.org

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Dia 2: Terça-feira, 27 de Fevereiro de 2007 A agenda para o Dia 2 foi organizada em quatro grandes actividades: Recapitulação das actividades do Dia 1; apresentações; sessão plenária e trabalho de grupo; e um Mercado criado pelos países para o intercâmbio de conhecimentos sobre as suas políticas e programas de SSR e VIH/SIDA. A recapitulação diária foi relatada por Victorine Yameogo de Burkina Faso e Diakhoumba Gassama da União Africana.

Monitorização e avaliação e os indicadores Masauso Nzima (UNAIDS) apresentou uma visão geral da situação do VIH em África, mostrando a magnitude e justificando a necessidade de responder à epidemia. O impacto da epidemia, especialmente nas crianças e jovens, transformou África no local onde vivem 12 milhões, ou 78% cento dos órfãos de todo o mundo. Ressaltou ainda por que e como monitorizar e avaliar as intervenções para os resultados e provas. Ofereceu uma visão geral da estrutura funcional de M&A da UNGASS que inclui 11 componentes multissectoriais e holísticos para um sistema conjunto de M&A. Os onze componentes são resumidos como: avaliação da situação existente (definição da linha de base); acordo sobre os objectivos; esboço de todas as etapas das abordagens e procedimentos operacionais (sistema de monitorização do programa para a gestão dos dados) e acordo sobre um plano de monitorização e avaliação dos custos. A importância de identificar os indicadores de relevância nacional e a estrutura de M&A relacionada ao plano e aos objectivos estratégicos nacionais foi enfatizada, incluindo as contribuições – produtos – resultados – impactos da SSR e VIH/SIDA. Também foram sublinhadas a gestão vigorosa do sistema de M&A e a inclusão das principais partes interessadas usando abordagens participativas e relatórios regulares. São exemplos de países que implementaram o sistema UNGASS de M&A funcional: Botsuana, Suazilândia, Malawi, Zâmbia e Tanzânia. Namíbia está em estágio incipiente, ao passo que Ruanda e Eritreia incluíram o sistema de monitorização e avaliação nos seus projectos MAP. Diante da necessidade de integrar as respostas entre o VIH/SIDA e a Saúde Sexual e Reprodutiva, ele destacou alguns indicadores de SSR que exibem a situação em África. Os partos assistidos por pessoal qualificado representam 82,8% nos países da África Austral e 34,5% nos países da África Oriental, enquanto a prevalência de preservativos é de 22,9% na África Oriental e de 52,7% nos países da África Austral (WDI 2006, Banco Mundial). Forneceu ainda os indicadores de SSR entre homens e mulheres entre 15 e 24 anos nos países da África Subsariana com alta prevalência de VIH/SIDA, tais como indicadores sobre sexo com parceiros ocasionais e uso de preservativos com parceiros ocasionais. Ele recomendou que, para os países que planejam unir os programas de VIH/SIDA e de SSR, o ponto de entrada deve ser examinar as estruturas nacionais ou os planos e programas estratégicos existentes. É preciso haver acordo no que toca a determinados indicadores de SSR, bem como à orientação e ao sistema de monitorização e avaliação. É preciso também desenvolver um plano de acção para operacionalizar o sistema conjunto de VIH/SIDA e Saúde Reprodutiva com os papéis e responsabilidades para as principais partes interessadas acordados a nível nacional e subnacional. É preciso ainda criar uma campanha nacional de defesa para implementar com eficácia o plano de acção.

4. Fortalecimento das ligações entre os programas de SSR e de VIH/SIDA Elizabeth Lule (Banco Mundial) fez uma apresentação sobre como reforçar as ligações entre os programas de SSR e de VIH/SIDA. Ofereceu uma visão geral do Programa de Acção sobre SSR do CIPD e os MDGs. Ressaltou que, ao se examinar os países da África Subsariana, é possível detectar algumas relações interessantes entre as taxas de prevalência de contraceptivos (CPR) e a predominância do VIH/SIDA. Ela agrupou os países em 4 categorias, representando a alta e a baixa predominância

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do VIH e as taxas elevadas e baixas de prevalência de contraceptivos. A classificação esclarece o que os países precisam enfatizar. Nos países com baixa prevalência de VIH, talvez seja necessário haver mais ênfase na SSR, enquanto nos países com elevada predominância do VIH é preciso haver um maior foco nas intervenções do VIH/SIDA. As apresentações de todos os países realizadas durante essa reunião de consulta indicaram a fragilidade das ligações entre os programas de SSR e de VIH/SIDA. Ela forneceu a fundamentação lógica para integrar e unir os programas de SR e VIH/SIDA da seguinte forma:

• Eles servem aos mesmos grupos alvo – homens e mulheres sexualmente activos – e promovem comportamentos sexuais seguros e responsáveis

• Aumento do serviço de SSR para as pessoas que vivem com o VIH e maior comodidade para os clientes

• Potencial para aumentar a dupla protecção/uso de preservativos

• Reduzir a Transmissão de mãe para filho (MTCT) e o estigma

• Minimizar as perdas de oportunidade e aumentar a cobertura aos grupos vulneráveis e de alto risco

• Ampliar os programas e instituições existentes, a coordenação eficaz em função do custo e eficiência

• Maior impacto sobre a prevenção

• É praticamente o mesmo prestador de serviços de saúde que fornece as informações e os serviços relativos à SSR e ao VIH/SIDA

A apresentação forneceu as possíveis áreas de intervenções para fortalecer ligações como: fornecimento de preservativos/marketing social e planeamento familiar – métodos de protecção dupla; rastreio e gestão das ISTs; e questões transversais como desigualdade de género, envolvimento dos homens e dos jovens; mudança de normas comunitárias e sociais nocivas e abordagem multissectorial, como por meio da educação, assuntos sociais e sectores da mão-de-obra. As estratégias para as ligações incluem: Unir as políticas de VIH/SIDA e de planeamento familiar; integrar os protocolos de formação e de serviços; formação abrangente para os prestadores de serviços e gerentes sobre SSR e VIH; mudar de IEC para BCC; reestruturação da unidade vertical do MS para as unidades integradas de SSR e VIH/SIDA. Não há qualquer planificação ou modelo para a integração. A abordagem dependerá da situação de cada país, como a prevalência do VIH e das ISTs, dos recursos disponíveis e das necessidades locais, do uso e da qualidade da Saúde Materno-Infantil e dos serviços de fácil uso pelos jovens, infra-estrutura disponível e o sistema de saúde. As principais barreiras à integração também foram discutidas. Elas compreendem: o facto de planeamento do VIH e da SSR/planeamento familiar não fazerem parte da agenda ou dos programas de desenvolvimento, tais como o PRSP; o funcionamento vertical do MS em que a SSR e o VIH/SIDA são unidades separadas com processo de planeamento, logística, orçamento e tomada de decisão diferentes; a parcialidade dos prestadores de cuidados de saúde para tratar as questões da sexualidade e do estigma; o facto de os homens e os jovens não utilizarem os serviços públicos e uma elevada proporção de mulheres não assistidas por pessoal qualificado durante o parto. O Quénia está entre os poucos países que integraram o VIH/SIDA aos programas de SSR desde o início. Um dos participantes quenianos informou o grupo sobre os vários módulos e estratégias que o Quénia adoptou para integrar a SSR/PF e o VIH/SIDA (PTMF, ATV, CT, BCC) e o fornecimento de YFS, para além

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das realizações alcançadas. Alguns dos desafios que ainda fazem frente à integração e à intensificação da SSR e VIH/SIDA no Quénia incluem o financiamento vertical dos programas de VIH/SIDA e SSR/PF, a escassez de recursos humanos, as questões relacionadas às diferentes religiões, as normas sociais e culturais e as práticas danosas, a fragilidade da coordenação e da harmonização, bem como o estigma e a discriminação, o envolvimento dos homens e as parcerias entre adultos e jovens. Ao concluir, Elizabeth Lule propôs algumas recomendações para os países, instituições, dadores e todos os outros interessados sobre como reforçar as ligações e a integração dos programas de SSR e VIH/SIDA. As recomendações compreendem:

• Desenvolver estratégias de VIH/SIDA/SSR-PF com prioridades bem definidas e planos com apresentação dos custos e integrar esses elementos aos PRSPs e MTEFs com acompanhamento das despesas,

• Ampliar os serviços existentes, tais como os serviços de fácil uso pelos jovens, centros de ATV, PTMF, ART,

• Coordenar o planeamento, as contribuições financeiras, aquisições e logística, formação para prestadores sobre PF/SSR e VIH/SIDA.

• Linhas de supervisão claras, tomada de decisão, e partilha de serviços, tais como transportes.

• Combate às barreiras à implementação para melhorar, por exemplo, os sistemas de saúde frágeis, a falta de recursos humanos, a troca de tarefas, mais cobertura para os jovens.

• Descentralização com a criação de sistemas funcionais robustos e a implementação de leis e políticas de apoio,

• Fortalecer as parcerias público-privadas, incluindo a participação dos jovens e da sociedade civil e melhorar os sistemas de monitorização e avaliação, focando nos resultados,

• Fornecer financiamento previsível de longo prazo, não ideológico mas realista, e apoiar a assistência técnica,

• Prestar parecer coerente sobre as políticas baseado em provas

Instituições regionais: UA (União Africana) e NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento de África) Diakhoumba Gassama (UA) forneceu informações básicas sobre a nova estrutura da União Africana e as funções da Comissão do Sector Social. Ela destacou algumas das realizações e estruturas que a UA havia criado para tratar das questões da SSR e de VIH/SIDA na juventude, a Carta da Juventude Africana, o Quadro de Dakar para Acção destinado a acelerar a Resposta ao VIH/SIDA, TB e Malária e o Plano de Acção de Maputo para uma Saúde Sexual e Reprodutiva Ampla. Ressaltou ainda que a UA assumiu liderança política e deseja trabalhar em parceria com o Banco Mundial e outros parceiros de desenvolvimento para garantir que essas estruturas sejam implementadas a nível nacional e regional. Litha Ogana (NEPAD) informou aos participantes que o NEPAD é o ramo de implementação da UA. Ela prestou esclarecimentos sobre os vários sectores e algumas das realizações do Mecanismo de Revisão pelos Pares (PRM) e as iniciativas adoptadas pelo NEPAD para ajudar os países a melhorar a sua governação e tratar as questões Sociais e de Género. Ressaltou o papel e as realizações do NEPAD no sentido de desenvolver um roteiro para tratar o Género, com a criação da Equipa de Género e o estabelecimento do serviço da juventude do NEPAD. Enfatizou a disposição do NEPAD de trabalhar com o Banco Mundial e os outros parceiros para apoiar as iniciativas de África sobre Género e juventude e o desempenho das MDGs.

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Trabalho em grupo e discussões sobre as apresentações dos Dias 1 e 2 As sessões plenárias proporcionaram oportunidades para esclarecimentos e discussões sobre as sessões técnicas apresentadas durante os dois dias. Os tópicos das discussões incluíram as melhores práticas baseadas em provas; a participação dos jovens; a monitorização e a avaliação; as ligações entre a SSR e o VIH/SIDA; relatórios dos países e como aumentar o envolvimento e a participação masculina. Pediu-se aos participantes para identificar os hiatos e as fragilidades e dar sugestões para a melhoria na intensificação dos programas da SSR e VIH/SIDA na juventude. Os participantes foram divididos em seis grupos de trabalho, quatro anglófonos e dois francófonos, para enriquecer as discussões. Os destaques do trabalho de grupo e das discussões aprofundadas dos participantes estão resumidos a seguir:

Desafios e hiatos Sugestões recomendações

Ligações entre a SSR e o VIH/SIDA Falta de harmonização e disseminação entre as políticas Maior foco no VIH/SIDA, incluindo o financiamento Conhecimento inadequado sobre como integrar a SSR e o

VIH/SIDA de forma multissectorial Mecanismos de coordenação e harmonização frágeis e

sobreposição de mandatos Definição de prioridades dos dadores, e não com base

nas necessidades Escassez de pessoal com formação em Serviços de Fácil

Uso pelos Jovens

A integração e as ligações da SSR devem ocorrer em todos os sectores e não somente na saúde

Educar e sensibilizar os formuladores de políticas e os executores dos programas no que toca a “por que”, “o quê” e “quando” unir a SSR e o VIH/SIDA

Os dadores devem responder às necessidades do grupo alvo e não às próprias agendas

Melhoria dos recursos humanos (incentivos – financeiros, de formação, ambiente de trabalho)

Monitorização e avaliação Ferramentas e os indicadores existentes e não

específicas para a juventude/segmentadas Capacidade inadequada em todos os níveis, inclusive

financeiro (sem financiamento) Falta de um órgão forte e organizado para coordenar,

reportar e disseminar dados e informações

Desenvolver e incorporar indicadores específicos para os jovens

Desenvolver um sistema de M&A forte, investir em M&A, formar o pessoal, coordenar e instituir um órgão responsável por dados nacionais sobre os jovens

Participação dos jovens: Participação inadequada dos jovens nas políticas e

programação Coordenação frágil entre os próprios grupos de jovens Os adolescentes mais jovens (10-14 anos) são ignorados Barreiras sociais e culturais não são abordadas

correctamente Envolvimento inadequado da comunidade Parcerias entre adultos e jovens fracas

Fornecer espaço para os jovens participarem em todos os níveis

Incentivar e apoiar as redes de jovens Fornecer reconhecimento e responsabilidades aos

adultos em serviços de fácil uso pelos jovens (YFS) e iniciativas para os jovens

Mobilização da comunidade/diálogo sobre YFS e questões da juventude

Apoio às iniciativas de parcerias entre jovens e adultosEnvolvimento dos homens:

Homens jovens marginalizados dos programas de SSR –vistos apenas como questões de gravidez e de mulheres

Os homens têm o maior potencial para influenciar a mudança, mas não são envolvidos

Unidades de saúde/ambiente não é convidativo aos homens

Comunicação não é direccionada, apropriada para o homem adulto e jovem e não é diferenciada

Tentar alcançar o homem adulto jovem com as informações correctas e apropriadas, como, por exemplo, em centros desportivos, bares

Criar a capacidade de pais e mães e guardiões com qualificações de planeamento para a vida e informações

Tornar os programas de PF/SSR de convidativos para os homens de modo a aumentar o envolvimento masculino

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ANEXO 1

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Mercado para o intercâmbio de conhecimentos: Antes da consulta, os países foram convidados a apresentar os resultados e os produtos dos seus projectos para partilhar com os outros participantes. Durante a tarde do Dia 2, foi organizado um Mercado para exibir e partilhar o conhecimento e as informações a respeito das políticas, programas e produtos de VIH e SSR do país. Alguns materiais foram disponibilizados para os participantes. Quase todos os países levaram as suas políticas e estratégias, bem como algumas directrizes relativas à SSR e ao VIH/SIDA na juventude. Os esforços dos países para tratar o SSR e o VIH/SIDA na juventude, como ficou comprovado nos materiais exibidos, eram muito interessantes e estimulantes. Houve muitas mensagens de IEC relativas ao VIH/SIDA, mas muito pouco, ou nenhum, material sobre SSR. As apresentações dos Camarões e da Suazilândia foram excelentes devido à variedade de materiais sobre VIH/SIDA para diversos grupos alvo, tais como adesivos para motoristas, calendários de bolso e de parede para o público, baralhos de cartas com mensagens sobre VIH, livros de exercício com mensagens para os estudantes, cartazes e chaveiros.

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DIA 3: Quarta-feira, 28 de Fevereiro de 2007 O último dia foi organizado ao redor de cinco actividades principais: (i) recapitulação dos dias 1 e 2; (ii) visão geral do modo como o Banco Mundial trabalha e da Agenda da Região de África para Acção 2007 a 2010 sobre o VIH/SIDA; (iii) intercâmbio dos resultados da consulta sobre juventude e pobreza organizada pelo Banco Mundial e pela FNUP em Janeiro de 2007; (iv) diálogo entre os participantes e recomendações sobre o que o Banco Mundial e os seus parceiros deverão fazer para tratar as questões da SSR e do VIH/SIDA nas suas estratégias; (v) aprimoramento dos Planos de Acção Nacionais para integrar e ampliar a programação sobre SSR e VIH/SIDA para os jovens; e fim das avaliações da reunião e encerramento. A recapitulação do dia 2 foi apresentada por Michael Tekie, da Etiópia; Patricia Quarshie, do Gana; e Aminat Alli, da Nigéria. A recapitulação do dia 3 foi apresentada no fim do dia por Salome Ochola, do Quénia; Faustin Fezeu, do Camarões; e Marie-Jeanne Ndimbire, da Namíbia.

Futura orientação do Banco Mundial no tratamento das questões relacionadas com a SSR e o VIH/SIDA Elizabeth Lule fez uma apresentação sobre o modo de funcionar do Banco Mundial; forneceu uma breve actualização sobre a abordagem do MAP, mudanças e desafios, as limitações do MAP como em questões de juventude; e qual deve ser o papel do Banco Mundial na sua nova Agenda para Acção e Estratégia de Saúde em matéria de VIH/SIDA. Apresentou uma visão geral sobre os diversos ramos do Grupo Banco Mundial, vários instrumentos de financiamento e estruturas de governação do Banco Mundial. O Banco Mundial também presta apoio técnico e é também um Banco de Conhecimentos. Faz investigações e trabalhos analíticos, Monitorização e Avaliação (M&A) estudos de âmbito nacional, Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial e fortalecimento de capacidades. A redução da pobreza é a missão dominante do Banco Mundial. Em termos de mudanças desde o início do MAP, ela indicou que há mais actores com mais fundos, aumentando as oportunidades de recursos para os países, mas também impondo exigências/condições diferentes e variações ideológicas. A investigação disponível ressalta a variação nos impulsores da epidemia, o impacto diversificado e as diferenças nos níveis de resposta nos países. O sistema de saúde, as cadeias de suprimento e a infra-estrutura estão sobrecarregados com múltiplas doenças e dificuldades, para além da necessidade de responder à malária e à gripe aviária como áreas prioritárias. Há um aumento das necessidades de medicamentos ARV de segunda linha, mais caros, e há desequilíbrios entre prevenção, tratamento, cuidados e apoio, ocorrendo um declínio acentuado na atenção dispensada à prevenção, mais eficaz em função do custo. Um maior número de mulheres jovens está a ser infectado. Ela apresentou as conclusões duma recente avaliação para analisar como as questões dos jovens estavam a ser abordadas pelo MAP. As conclusões indicam o seguinte:

• Os governos, o Banco Mundial e todos os parceiros reconhecem o papel importante que desempenham os jovens;

• O MAP apoia várias iniciativas para a juventude, a maior parte por meio de respostas locais (comunitárias), mas não direccionadas especificamente aos jovens;

• Um número demasiadamente grande de intervenções de curto prazo e coordenação precária entre os diversos grupos, sectores públicos, dadores, ONGs e os próprios grupos de jovens;

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• Liderança institucional fraca e capacidade inadequada de entidades de atendimento à juventude;

• Vínculos limitados com as preocupações e programas mais amplos sobre saúde reprodutiva;

• Coordenação precária e baixa qualidade de mensagens;

• Atenção limitada aos jovens camponeses e abordagens diferenciadas ao género;

• Amplas variações na capacidade de organizações comunitárias e ONGs que atendem aos jovens;

As recomendações para melhorar a programação para os jovens a nível do MAP e de outras importantes respostas ao VIH/SIDA incluíram:

• CNLCSs para melhorar a coordenação entre os diferentes sectores e para actividades de jovens tanto dentro como fora da escola;

• Melhorar a coordenação entre os diferentes interessados para beneficiar da perícia e recursos bons;

• Actividades integradas de SSR e VIH/SIDA nos YFS e desenvolvimento de abordagens eficazes de prevenção da juventude;

• Aumentar a perícia técnica em todos os níveis – regional, nacional e local – em questões de juventude;

• Melhorar a representação e a expressão de jovens em todas as actividades, incluindo na tomada de decisões e M&A;

• Aumentar a capacidades das organizações comunitárias/ONGs de atendimento aos jovens por meio de redes de jovens, utilizando as organizações comunitárias maiores como intermediárias para grupos mais pequenos.

Em resposta ao ambiente em evolução e às lições aprendidas, o Banco Mundial desenvolveu um programa global de acção e esta a actualizar a Agenda para Acção sobre o VIH/SIDA na Região de África. O Programa Global de Acção ressalta a necessidade de ajudar os países a priorizar e estimar os custos das estratégias nacionais e planos de acção, integrar o VIH/SIDA em contextos de desenvolvimento nacional mais amplos (PRSP, CAS, SWAP, MTEF) e integrar o VIH aos sectores mais relevantes. Para acelerar a implementação e a eficácia, enfoca programas baseados em resultados e M&A e no apoio a iniciativas para abordar os impulsores da epidemia não cobertos por outros dadores. O Banco Mundial também continuará a proporcionar trabalho analítico e fortalecimento de capacidades, bem como trabalhar em parcerias. A Agenda da Região de África para Acção 2007 a 2010 sobre o VIH/SIDA tem quatro objectivos principais: (i) Reafirmar o compromisso de longo prazo do Banco Mundial de abordar o VIH/SIDA em África; (ii) articular o papel do Banco Mundial e a vantagem comparativa num programa internacional harmonizado de apoio; (iii) identificar áreas prioritárias de apoio para a próxima geração de MAPs e fornecer informações aos projectos em andamento do MAP com base em evidências e lições aprendidas; e (iv) indicar o papel do Banco Mundial para cobrir os hiatos de financiamento em actividades não relacionadas com empréstimos, assistência técnica, trabalho analítico, fortalecimento de capacidades e integração do VIH noutros sectores.

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Depois de apresentar aos participantes uma visão geral e a futura orientação do Banco Mundial, bem como os desafios previstos, ela concluiu pedindo-lhes que fizessem ao Banco Mundial as suas recomendações sobre qual deve ser o papel do Banco Mundial com base nas respectivas experiências e nas necessidades do país. Essas recomendações surgiram nas discussões do grupo de trabalho sobre quais são as áreas prioritárias para o Banco Mundial e outros parceiros. As recomendações dos seis grupos de trabalho foram apresentadas e discutidas numa sessão plenária, com sugestões para os passos seguintes. Figura, a seguir, um breve resumo das recomendações e dos próximos passos acordados pelos participantes no fim da reunião.

Áreas prioritárias recomendadas – o que o Banco Mundial e outros parceiros de desenvolvimento devem fazer

1. Expressão e formulação de capacidade para os jovens: Apoiar os mecanismos nacionais e as iniciativas globais que tratam da SSR e do VIH/SIDA, como o fornecimento de recursos e de perícia técnica. Garantir que grupos como os de jovens que vivem com VIH/SIDA, as organizações de mulheres jovens, jovens das áreas urbana e rural, jovens que cursam o ensino secundário, participem como parceiros iguais nas estruturas existentes e do trabalho com o governo e com os parceiros de desenvolvimento. Nesse processo, a formulação de capacidade da juventude deve ser uma prioridade para que os jovens possam participar com eficácia e fazer contribuições significativas. Enfatizou a necessidade de aumentar a capacidade e o entendimento dos jovens sobre os conceitos e as agendas do desenvolvimento, os processos orçamentários, de que modo monitorar e semear programas eficazes e liderança global e qualificação para a gestão. O Banco Mundial deve apoiar a flexibilidade no registo e nos mecanismos para permitir o acesso dos jovens aos recursos, ao passo que os parceiros de desenvolvimento devem esforçar-se para criar a capacidade das organizações de jovens.

2. Coordenação: O principal problema na abordagem das questões de SSR e VIH/SIDA na juventude tem sido a precariedade da coordenação entre as diferentes partes interessadas. A fragmentação das programações e intervenções para os jovens também foi identificada como um dos desafios. O governo deve assumir um papel de liderança a nível de país para reunir os vários parceiros multissectoriais, incluindo o Ministério das Finanças, e coordenar as diferentes intervenções e acções para os jovens com representação eficaz dos jovens. Nos níveis nacional, regional e global os trabalhos de grupo entre organismos relativos aos jovens (IATT) devem desenvolver um mecanismo para fortalecer a coordenação das questões da juventude.

3. Aumento do entendimento sobre as ligações entre a SSR e o VIH/SIDA Os participantes perceberam que há um hiato de conhecimento e uma resposta deficiente no entendimento da importância do efeito multiplicador e da relevância de abordar as questões integradas de SSR e VIH/SIDA Os benefícios da integração dos programas de SSR e VIH/SIDA incluem: (i) melhores resultados para a saúde e (ii) grande impacto na redução da pobreza. Por conseguinte, sectores relevantes, especialmente o de saúde, que geralmente tem dois programas verticais, precisam estar convencidos dos benefícios da integração da SSR e do VIH e da maior probabilidade de alcançar as MDGs relacionadas à saúde. Isso poderia ser feito por meio da criação de capacidade dos sectores chave e das partes interessadas no que toca a “Como Incorporar” VIH e SSR.

4. Desenvolvimento dum mecanismo de acompanhamento: os Planos de Acção Nacionais ainda precisam ser concluídos e controlados a nível nacional e consolidados a nível regional para acompanhamento. Depois, os participantes da consulta e os organismos dadores

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precisam implementar um mecanismo de monitorização de âmbito nacional como a resolução das questões de coordenação e responsabilização ou áreas identificadas para serem financiadas no futuro próximo. No nível regional, os organismos dadores certificar-se-ão de que os países estão a seguir de perto os planos de acção por intermédio da incorporação das questões de SSR e VIH na juventude a outros fóruns e discussões existentes. As delegações dos países foram incentivadas a disseminar e trazer as informações sobre as recomendações das consultas entre os principais grupos interessados dos países, para além de aprimorar o Plano de Acção Nacional (CAP) preliminar relativo à programação integrada de VIH/SIDA e SSR na juventude e identificar os próximos passos da acção. No momento da conclusão do relatório, países como o Uganda, Zimbábue e Malawi foram identificados como já tendo iniciado esse processo.

5. Planeamento, orçamentação e integração: O Banco Mundial e os parceiros dadores devem defender a inclusão e a integração dos jovens nas linhas orçamentais do governo e todas as estruturas nacionais (PRSPs, SWAP, MTEFs etc.) A programação vertical da SSR e do VIH/SIDA, a falta de provas e de conhecimento suficiente sobre a integração das duas áreas foram ressaltados como desafios. O alinhamento de programas eficazes de SSR e VIH/SIDA foi reconhecido como o caminho a seguir mediante planeamento e programação conjuntos por todas as partes interessadas.

6. Alcançando as comunidades e o alinhamento: As disparidades socioculturais e de género embutidas e os impulsionadores da violência baseada no género da epidemia, bem como os obstáculos à mudança de comportamento foram amplamente discutidos. Foi mencionada a atenção inadequada dedicada às questões de género e da juventude na programação sobre o VIH/SIDA. Os parceiros de desenvolvimento da IATT devem aprimorar os mecanismos existentes e as abordagens significativas para ajudar os governos nas suas respostas e na implementação de políticas, estruturas e questões da juventude, levando-as do nível nacional para o regional/distrital, com forte envolvimento da comunidade. Os esforços de resposta comunitária ao MAP do Banco Mundial devem ser revistos, analisados e fortalecidos.

7. Resposta aos principais impulsionadores da epidemia: Foi sugerido também que o Banco Mundial e os seus parceiros apoiem a alavancagem de recursos para áreas que os governos relutam em apoiar, mas são conhecidas como fortes impulsionadores da epidemia. Os comportamentos que estão a propiciar novas infecções são em geral negligenciados pelos países, quer seja por causa da capacidade inadequada ou de questões sociopolíticas, tais como o trabalho com profissionais do sexo, o foco nos usuários de drogas, jovens com deficiência, grupos difíceis de alcançar (marginais, empregados domésticos, comunidades migrantes e deslocadas) e homens com vários parceiros simultâneos e sexo sem protecção. O envolvimento do Banco Mundial e os seus parceiros com os governos relativamente a esses factores pode ser crítico para interromper a disseminação da epidemia.

8. Janelas de esperança e segmentação: Todos os participantes concordaram que a prevenção será a resposta mais eficaz e mais acessível ao VIH/SIDA em África. Assinalou-se que, embora os adolescentes mais jovens, entre 10 e 14 anos e os rapazes entre 15 e 19 anos tenham sido considerados as janelas de esperança, com baixas taxas de infecção, muito pouco está a ser feito para envolver esses grupos etários na programação e implementação das questões de SSR e VIH/SIDA. Fazer dos segmentos rurais da população uma prioridade

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também terá um grande efeito sobre o controlo da epidemia, para além de atender à população desassistida e estimular a equidade e a justiça.

9. Compromisso, compromisso: Todas as partes interessadas nas questões da juventude, em todos os níveis, nas instituições, nos grupos e no nível individual, precisam aumentar o seu compromisso com as questões de SSR e VIH/SIDA na juventude.

10. Intensificação da SSR e VIH/SIDA na juventude nos programas existentes: Os membros da IATT devem executar uma avaliação conjunta para garantir a intensificação e a integração das questões de SR e VIH/SIDA após o endosso dos governos africanos por intermédio do Plano de Acção de Maputo, da Carta Africana da Juventude e do quinto Fórum de Desenvolvimento Africano (ADF-V), Declaração de Consenso sobre Juventude e Liderança no Século XXI e outras declarações relevantes. Apoio às actuais redes de jovens, tais como a AfriYAN, os Grupos de Aconselhamento de Jovens do Banco Mundial e outras iniciativas regionais e locais voltadas para a juventude.

11. Baseado em provas, tornar a M&A relevante e simples: Destacou-se a importância crítica de medir os resultados e ampliar o que é prático e funciona. Os participantes instaram o Banco Mundial e os parceiros a desenvolver um sistema que efectue trabalho analítico, monitore os resultados e reporte as evidências do que funciona e do que não está a funcionar. Ressaltaram também que os sistemas de M&A devem ser simples e práticos para que os jovens e as comunidades locais os entendam e utilizem. Exortaram o Banco Mundial e os parceiros a intensificarem o seu trabalho analítico, bem como documentar e disseminar as melhores práticas e lições aprendidas.

12. Respostas regionais, ênfase nos países de rendimento médio: O comércio além-fronteiras, os corredores de transporte, o tráfico de mulheres e jovens, os conflitos resultantes dos deslocamentos e dos refugiados, foram destacados como motores da população que afectam a sua saúde reprodutiva e sexual, especialmente dos jovens e mulheres. O Banco Mundial e os parceiros de desenvolvimento devem investir e intensificar a resposta ao VIH mediante iniciativas regionais e projectos corredores capazes de responder a essas preocupações além-fronteiras. Discutiu-se a incapacidade dos países de rendimento médio mais duramente atingidos para ter acesso aos empréstimos dos financiamentos AID-MAP O Banco Mundial deve encontrar um meio de trabalhar com esses países e criar oportunidades para eles aprenderem e partilharem os seus conhecimentos com os outros países africanos, bem como participarem de fóruns regionais.

13. Como por em prática os documentos de MAPUTO, Abuja e outros Documento Continentais relevantes e Declarações de Acção: Os participantes enalteceram as acções que estão a ser adoptadas pelos seus governos e pelas comunidades regionais e internacionais para responder à SSR e ao VIH/SIDA na juventude. Foi destacado que os parceiros de desenvolvimento devem aproveitar as suas vantagens comparativas para continuar o diálogo e o trabalho com as instituições regionais, como a União Africana, o NEPAD e outros organismos. Foram salientados a perícia e o conhecimento do Banco Mundial acerca de respostas multissectoriais para facilitar o tratamento da SSR e do VIH/SIDA na juventude e a sua capacidade para trabalhar com os países em nível de políticas mais elevadas mediante operações sectoriais.

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Próximos passos e resultados esperados Os próximos passos e os resultados imediatos acordados durante a reunião estão reflectidos a seguir:

• Planos de Acção Nacionais (CAPs): Ao final da reunião, todos os países tinham as suas versões preliminares de CAP. As delegações dos países prometeram aperfeiçoá-las com outros decisores e interessados chave, bem como identificar os próximos passos da acção.

• Progresso do acompanhamento: O Banco Mundial, em nome dos co-patrocinadores, preparará e divulgará o relatório da reunião com todos os participantes e esse relatório e informações chave serão disponibilizados nos websites públicos do Banco Mundial, FNUP e UNICEF.

• Fortalecimento de parcerias: A equipa dos organismos centrais reuniu-se após a consulta e reafirmou o seu compromisso com o fortalecimento das iniciativas para SSR e VIH/SIDA em África. O FNUP iria preparar um plano preliminar para acompanhamento das actividades (2007/2008) e enviá-lo à IATT para análise e aprovação.

• Análise da Agenda da Acção para o VIH/SIDA em África (2007-2010): Alguns participantes jovens iriam fazer comentários/contribuições à Agenda da Acção 2007-2011 sobre o VIH/SIDA na Região de África do Banco Mundial para garantir que as questões da juventude fossem abordadas adequadamente.

• Apoio à implementação dos resultados da consulta: Todos os co-patrocinadores concordaram em trabalhar em conjunto para ajudar os governos a ampliarem a abordagem integrada ao trabalho relativo à SSR e ao VIH com os jovens.

As avaliações orais recebidas dos diferentes participantes e parceiros durante a consulta indicaram que a reunião foi muito informativa e produtiva e que melhorou o entendimento dos participantes acerca das principais questões relacionadas à SSR e ao VIH/SIDA.

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Anexo 1 – Lista de participantes Os membros da equipe organizadora central estão assinalados com um asterisco. Países participantes

Botsuana Lorato Leatlhama Organização de Saúde da Juventude Gerente de Assistência Plot 798, Ext 2 Independence Avenue, Gaborone 267 3937418 267 3933437/8, 71308692, 72661510 [email protected], [email protected] Otlhomame Otto Gasewagae Conselho Nacional da Juventude do Botsuana Gerente de Programas P/Bag K63 Kasane - Botsuana 267 6252253 267 625063 / 6252252 [email protected] Kealeboga Kelly Motlogelwa Organismo de Coordenação Nacional da SIDA Especialista em SSR/VIH/SIDA para os Jovens POB 54, Gaborone 267 3710312 / 13 267 3710314 [email protected] Burkina Faso Nare Narcisse Mathurin Gerente de Saúde da Juventude s/c Ministère de la Santé 226 50 307768 226 70 345626, 226 50 307773 [email protected] Yameogo Victorine Marie-Noëlle CNLS Permanente do Secretariado Gerente de Programas para ONGs/CBOs/Aldeias e Juventude 01 BP 6464, Ouagadougou 01 226 50 332663 226 70 254266, 226 50 316785/82 [email protected], [email protected], [email protected] Ouattara Racine Maxime Réseau Africain Jeunesse Santé et Dévéloppement Chefe do Programa de Comunicação 09 BP 324 Ouagadougou 09 226 50 48 70 10

226 50 48 70 09 [email protected], [email protected] Kabore S. Sylvia Leonie ADCED, Animatrice 09 BP 324 Ouagadougou 09 226 50 48 70 10 226 78 86 67 81 09 BP 324 Ouagadougou 09 Ouedraogo O. G. Paul Ministério da Juventude e do Emprego Director Geral de Envolvimento da Juventude PO 7016 Ouagadougou 226 70 25 00 40 [email protected] Camarões Faustin Fezeu Presse Jeune Administrador do Programa de VIH/SIDA BP 12147 Yaounde, Camarões 237-221-72-41 237-221-02-62, 237-952-51-69 [email protected] Etiópia Michael Tekie Ministério da Saúde Consultor Técnico de SR/PF POB 1234, Addis Ababa 251-9-11632544 [email protected] Meskele Lera HAPCO Vice Director Geral POB 122326, Addis Ababa 251 912068712 [email protected] Frehiwot Debretsion Escritório de Prevenção e Controlo do VIH/SIDA Chefe do departamento provisório das finanças POB 41217 / 122326, Addis Ababa 251 15 503755 [email protected]

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Efrem Tesfai Rede de Jovens Etíopes POB 27495, Code 1000 251 0911 10 06 37 Adinew Husien Mohammed Associação de Orientação Familiar da Etiópia Dorector de Programa em Exercício Addis Ababa 251 11 5 51 21 92 251 11 5 51 41 11, 251 09 11 22 05 16 [email protected] Gana Sakyi Awuku Amoa Comissão de SIDA do Gana Director Geral POB 5169, Accra 233 21 782264 233 21 762492 [email protected] Patricia quarshie Conselho Nacional da População Chefe da Unidade de SR POB MB 666, Accra 20 8221382 [email protected] Andrew Arkutu POB K.A. 30377, Accra 233 21 505995 233 21 506030 [email protected] Prince Kofi Acheampong Feyehoord Academy Estudante Feyehoord Football Academy, POB CT 5619, Accra 24 333 7836 [email protected] Magrietta Amadi Witterbrood Associação de Planeamento Familiar Presidente da Filial Associação de Planeamento Familiar do Gana 244 785086 [email protected] Quénia Salome Ochola Conselho Nacional de Controlo da SIDA Administrador do Programa Box 61307, Nairobi; Chancery Building, 6th Floor, Valley Road, Nairobi

0736 108 424 [email protected], [email protected] Pamela Godia Ministério da Saúde Gerente de Programa Divisõa de SR, POB 43319, Nairobi 254 722 65 92 82 [email protected] Mercy Mwendwa Ministério de Estado Director Assistente dos Programas de Saúde para o Desenvolvimento POB 34303- 00100, Nairobi 254 020 240068, 254 020 312351 [email protected] Rufus A. Murerwa Opções de Saúde da Família do Quénia Gerente de Projecto POB 30851 - 00100, Nairobi 254 02 603923 254 02 604296, 603923 [email protected], [email protected] Lesoto Florence Mohai Ministério da Saúde Gerente dos Programas de NR/SS/PF e ASD POB 514, Maseru 100 266 22323478 266 63141401 [email protected] Thabo Aron Rannana LENEPWHA Presidente do MSU DEC POB 2408, Pitso Ground, Maseru 100 266 58713811 [email protected] Lemohang Molibeli Federação de Jovens de Lesoto Presidente POB 13810, Maseru 100 9266 58947175, 9266 22326570 [email protected], [email protected] Thebe Ralebitso Ministério do Género e Juventude Administrador de Desenvolvimento da Juventude POB 4588, Maseru 9266 58842462 [email protected]

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Madagáscar Rakotomalala Veronirina Patricia Escoteira Voluntária Lot II R 37 Betongolo, 101 Antananarivo 261 33 02 141 22 [email protected] Rakotomanana Adrimbazotiana Harkaza Secretariado Executivo Nacional / Comité Nacional da SIDA Escritório do Programa de Prevenção Immeuble ARO, Escalier B, 2ème étage, porte B24 Ampefiloha Antananarivo 101 261 33 12 123 03 [email protected] Tifana Marie Ange Ministério da Juventude e Desportos Gerente do Programa de SR Programme Santé de la Reproduction des Adolescents, Academie nationale des Sports - Complèxe Ampefiloha 101 Tananarive 261 32 04 17580 [email protected] Tentely Rasioelifana Rakoroson Organização para a Juventude Educador de Colegas Lgt 420 Cité Ambodinisotry, Antananarivo 101 261 0331123061 [email protected] Malawi Chimwemwe Kalonga Rede de Jovens do FNUP Estudante Chancellor College, POBox 280 Zomba 265 8 673 388 [email protected] Wilfred Right Lichapa Ministério da Juventude Funcionário Chefe para a Juventude P/Bag 384, Lilongwe 265 1 788027 265 1 788244, 265 8879670 [email protected] Robert Chizimba Comissão Nacional da SIDA Administrador de Acções de Defesa POB 30622 265 1 776 249

265 1 770022 [email protected] Christine Chidaya Conselho Nacional da Juventude Coordenador de Projecto P/Bag 389, Lilongwe 265 01 751 593 265 01 751 593, 265 09 938 625 [email protected] Maurício Uvarajen Paratian Escritório do Primeiro Ministro Consultor Sénior de Assuntos de Saúde para o Primeiro Ministro PMO, 4th Flr, Cerne House, Chaussée St, Port Louis 230 213 5332 230 213 8328 / 26 (M) 230 259 9471 [email protected], [email protected] Boodhun Prema Associação de Planeamento Familiar e Bem-Estar de Maurício Psicólogo 47, Ambrose Street, Rose - Hill 230 213 3114 230 213 3112 [email protected] Rajudu Parmahuns Associação de Planeamento Familiar e Bem-Estar de Maurício Presidente de Assuntos da Juventude Forbach Br Rd, Poudre d'Or Hamlet 230 264 9129 / 230 911 70 77 [email protected] Moçambique Felizmina Naruza Muhacha Conselho Nacional da Juventude Educadora de Pares Avenue 25 de Setembao nr., Maputo 258 824958160 [email protected] Izepea Joaquina Antoin Jeremias Isaias Mendes Geraçao Biz Educador de Pares POB 1335, Maputo 258 21 405149 258 82 7286320, 258 21 405109 [email protected], [email protected]

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ANEXO 1

30

Claudia Simbine Ministério da Juventude e Desportos Coordenação Nacional de Preparação para a Vida e VIH/SIDA Maputo 258 21 428650 258 21 428650 [email protected] Ester Cristina Cuna Ministério das Mulheres e Questões Sociais Coordenadora de VIH/SIDA Maputo 258 21 492757 258 21 497311 [email protected] Roberto Nelson Paulo MONASO Coordenador Provincial Rua Felipe Samuel Magaia No. 32, Nampula 258 26 218049 258 26 217751 [email protected] Julio Antonio Joao Kufunana-Beira Coordenador Casa da Cultura da Beira/Sofala C.E.R-Jovem 847575509 Namíbia Brian Kandinemo Riruako Chefe do Fórum da Juventude de Hosea Kutako Chefe de Projectos POB 7164, Katutura, Windhoek 264 61 211550 264 61 262641 / 81 2328893 [email protected] Frieda Taapopi Ministério da Saúde Administradora de de Programas P1Bag 13198, Windhoek 264 61 203 234968 264 61 203 2733 [email protected] Marie-Jeanne Muhoza Ndimbire Programa de Jovens Fisicamente Activos Coordenadora do Programa POB 24314, Windhoek 264 61 302160, 264 612063864

264 61 2063544, 264 81 1241254 [email protected] Clive Willemse Mudança de Estilo de Vida Director POB 10509 264 61 247006 264 61 247006 [email protected] Nigéria Stephen Musa Líder da Equipa da Aliança da Juventude sobre VIH/SIDA e Youth Alliance on HIV/AIDS e Sobrevivência Líder da Equipa POB 62 New Kara LGA Nassarawa State 234 8023663566 [email protected] Alli Aminat Movimento Acção para o Tratamento Secretária/Líder do Grupo Mediático c/o PATA, 1st Floor, Holy Trinity Plaza, Adeshima Street, Ikeja, Lagos 234 18993426 234 8057012983 [email protected], [email protected] Ladeinde Olukemi Comité Nacional de Acção contra a SIDA Administrador da Mobilização Comunitária Plot 823 Ralph Shodeinde Street, Central Area, Abuja 234 8023419132 [email protected], [email protected] Ruanda Ndekezi Emmanuel Société Civile Secrétaire Exécutif Mouvement Xaveri du Rwanda, BP 442, Kigali 250 57 28 26, 250 08 77 33 36 [email protected] Nkanika Nsaro Société Civile Responsalbe Prgramme VIH/Genre Réseau des Confessions religieuses engagée dans la Lutte contre le VIH/SIDA 250 08587966 [email protected]

Page 35: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 1

31

Viviane Mukanyiligira Ministério da Educação Saúde nas Escolas 250 584234 250 08302302 [email protected]@yahoo.fr Rutaganwa Aline CNLS AT in charge of Gender/OVC POB 7162, Kigali 250 8611110 [email protected] Serra Leoa Abdul Rahman Sessay Secretariado de VIH/SIDA Vice Director do Organismo 15 King Harman Road, Freetown 232 22 241472, 232 76 664 222, 232 33 324 570 [email protected] Rosaline Tity Conteh CSO Rede do Fórum das Crianças Estudantes 28 Leicester Road, Freetown 077 458 723 [email protected] Kisito Sheku Daoh Serviços de SR, MS Gerente Divisão de SR, Hospital PCM, Fourah Bay Road, Freetown 232 33 315375 / 76 658 976 [email protected] Hannah Heroe Centro de Emancipação dos Jovens da Comunidade Directora 3 Gordon Street, Aberdeen, Freetown 232 33 735 911 / 30 212 806 [email protected] África do Sul Abduraouf Pillay Western Care Youth Commission Assistente Pessoal de G. Essop 2 8th Street, Cape Town 593 8257 Ghalief Essop Western Care Youth Commission Comissário 53 Jordaan Street, Bo Kaap Cape Town 418 27 02

82 394 8891 [email protected] Megan Wade Soul City Institute Coordenadora de Comunicações e Eventos: Soul Buddy Club 2nd Floor Park Terras, 33 Princess of Wales Terrace, Parktown, 2192 11 643 6253 11 643 5852 [email protected] Mandla Ndlovu Lovelife Director de Media 48 Wiesda Road, Sandton 11 5231001 11 5231000 [email protected] Evan Dubazama Campanha de Acção para o Tratamento Formador 14606/18 Evaton West, Beverly Hills, Vereeniging 11 403 1932 734057336 [email protected] Pienaar Motabene Parceria Mundial de Estudantes Estagiário de Monitorização e Avaliação POB 1925, East London 5201 27 43 743 7684 43 743 7667 [email protected] Ranoto Degracia Comissão de Jovens para um País Livre Gerente de Investigação sobre a Juventude POB 1204, Bloemfontein 9300 51 400 8302 83 63 645 0262 / 51 400 8301 [email protected] Suazilândia Ntombifuthi Dennis National Emergency Response Council on HIV/AIDS Assistant Coordinator-Behavior Change POB 1937, Mbabane, Cooper Center 268 404 1692 268 615 1473 / 404 1703 [email protected]

Page 36: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 1

32

Thulie T. Dlamini Jovens da Suazilândia Unidos Contra o VIH/SIDA Orientador de Jovens POB 190, Eveni, Mbabane 268 404 9974 268 5514215, 6065862 [email protected], [email protected] Phumzile S. P. Mabuza Saúde Sexual e Reprodutiva Ministério da Saúde e Bem-Estar Social Gerente de Programas POB 1119, Mbabane 9268 4042092 9268 4050003 / 613 4503 [email protected] Maxwell Jele Conselho Nacional da Juventide da Suazilândia Presidente do Conselho de Administração POB 628, Ezulwini 268 404 1433 268 404 1414 [email protected] Uganda Nanteza Linda Ministério de Género Representante Adjunto dos Jovens Kisembo Agnes Secretariado da População Chefe do Programa Nacional Statistics House, Plot 9, Colville Street, POB 2666 256 41 343116 256 41 705 400 [email protected], [email protected] Zâmbia James Mwenda Verdadeira Assistência aos Jovens Cristãos do Zâmbia Director Executivo POB 310187, Lusaka 260 1 232 045 260 1 231 957 [email protected], [email protected] Elizabeth Nchimunya Mulamfu Ministério da Saúde Oficial de Saúde Reprodutiva POB 30205, Lusaka 260 1 253174 99 323 279 / 260 1 253179 [email protected]

Edford Gandu Mutuma AfriYAN Presidente POB 37709, Lusaka 260 1254421 260 97711744 [email protected] Crispin Melele ZANARA-CRAIDS Gerente de Actuação da CRAIDS Componente CRAIDS, Projecto Nacional de Resposta ao VIH/SIDA Box RW 11X, Lusaka 252566, 26 197410290 [email protected] Confucious Mweene Conselho Nacional de VIH/SIDA IST e TB Civil Society Specialist Plot 315 Independence Avenue, POB 38718, Lusaka 260 1 253881 260 1 255044192 [email protected] Zimbábue Elias Murinda Ministério da Juventude Vice Director P. Bag 7762, Causeway, Harare 263 4 707410 263 4 774183 [email protected] Eunice Kapandura The Center Administrador do Programa para a Juventude 24 van Praagh Avenue, Milton Park Harare 790096 263-4-251429 (M) 011 54 22 42 [email protected] Beauty Nyamwanga Conselho Nacional da SIDA Coordenador Nacional de Juventude e Género Box 232, Harare 263-4-791243 263-4-791170-3/8 [email protected] Munyaradzi Murwira ZNFPC Director, Technical Services POB ST 220, Southerton, Harare 263-4-620280

Page 37: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 1

33

263-4-621908/9 [email protected]

Organismos da ONU

FNUP Quénia Mary Otieno FNUP Consultor Técnico de VIH/SIDA 220 East 42nd Street, New York, NY 10017 212 297 4915 212 297 4922 [email protected] Moçambique Marta Bazima FNUP Especialista de Programa Av. Julius Nyerere 1419, Maputo 258 21 493577 258 823214910 [email protected] África do Sul Dumisany Mbatha FNUP Administrador de Projecto UNFPA Offices Metropark Building (nr Prinsloo and Schoeman Street), Pretoria 27 012 354 8401 27 012 354 8100 [email protected] Mark Bryan Schreiner* FNUP Consultor Regional em Jovens e VIH/SIDA UNFPA RDT, Merafe House, 11 Naivasha Rd., Sunninghill, Johannesburg 27 11 517 5173 [email protected] Agatha Lawson FNUP Gerente da Equipa de Directores Regionais UNFPA RDT, Merafe House, 11 Naivasha Rd., Sunninghill, Johannesburg [email protected] Uganda Brian Kironde FNUP Administrador de Programa

POB 7184, Kampala; Plot 12A Baskerville Ave., Kololo 256 0414 343011 256 041 345600, 0772 427788 [email protected] Kayanja Allah Julius FNUP Presidente POB 7184, Kampala; Plot 12A Baskerville Ave., Kololo 256 0414 343011 256 782 031254 [email protected] Lesoto Mpolah Cadribo FNUP Representante Assistente UN House, Box 301, Maseru 100 266 22313429 266 22313429 [email protected] Zimbábue Asha Mohamud FNUP Consultor em AS SR POB 4775, Harare 263 4 307 467 263 4 338 524/5/7/8/9 [email protected], [email protected] Annemarie Schuller FNUP Administradora de Programa 5th Floor Takura House, 67-69 Kwame Nkrumah Avenue, POB 4775 Harare 263-4-792977 263-4-792681 [email protected] USA Ugochi Daniels FNUP Especialista de Programa 220 E 42nd St., NY, NY 10017 212 297 4951 212 297 5164 [email protected]

Page 38: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 1

34

Laura Laski FNUP Coordenador do Grupo de Adolescentes e Jovens 220 E 42nd St., NY, NY 10017 212 297 5224 [email protected] Akinyele Eric Dairo* FNUP Consultor Sénior de Programa 220 E 42nd St., NY, NY 10017 212 297 4951 212 297 5162 [email protected] Senegal Sibili Yelibi FNUP Consultor Regional Immeuble FAHD, 10e etage, BP 21090 Dakar 221 822 8382 221 889 0369 [email protected] Etiópia Nibretie Gobezie FNUP Administrador de Programa POB 3380, Old ECA Building, Addis Ababa 251 115 515311 251 115 444028 [email protected] Quénia Judith Kunyiha Karogo FNUP Administrador do Programa UN Complex, Block Q, Gigiri, POB 30218, 00100 Nairobi 254 20 762 4422 254 20 762 4401 / 762 4404 [email protected] Nigéria Are0Shodeinde Aderonke FNUP Consultor em Prevenção do VIH 4th Floor, UN House, Central Area, Abuja 234 9 4618551, 4618562 234 8025186134 [email protected] Malawi

Julaina Lunguzi FNUP ASRH POB 30135, Lilongwe 265 01 771602 265 01 7714444 / 474 - 08857115 [email protected] Madagáscar Philemon Ndremana FNUP Especialista em ARH Rue Lenine Antanimena, 201 Antananarivo 261 20 22 357 42 261 20 22 303 74 [email protected] UNICEF Camarões Hakizimana Speciose UNICEF Especialista e VIH/SIDA BP 1181 Yaounde 237 223 1653 237 222 3182 / 222 0393 [email protected] Etiópia Mirgissa Kaba UNICEF Administrador de Projecto POB 1169, ECA Old Building 4th Floor 251 11 551 1628 251 91 150 3036 [email protected] Quénia Rick Olson UNICEF-ESARO Consultor Regional – A Prevenção do VIH e os Jovens Box 44145-00100, Nairobi 254 20 762 1009 254 20 762 1379 [email protected] Adebayo Fayoyin UNICEF Administrador de Comunicação do Programa UNICEF Regional Office, Box 44145 254 20 762 1059 [email protected] Edwinah Arwah Orowe UNICEF-ESARO

Page 39: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 1

35

Coordenador de Vozes da Juventude UNICEF-ESARO, Pox 44145, Nairobi 254 722 602 898 / 7622167 [email protected], [email protected] Lesoto Makhetha Moshabesha UNICEF Administrador de Desenvolvimento de Adolescentes e Jovens POB 319, Morija 190, Lesotho 266 22315801 [email protected] Malawi Joyce Mphaya UNICEF Administradora de Saúde Reprodutiva/ATV POB 30375, Lilongwe 265 1 773162 265 1 770975 [email protected] Ruanda Jane Muita UNICEF Chefe de VIH/SIDA UNICEF Rwanda, POB 381, Kigali 250 08514620 [email protected] EUA Diane T. Widdus* UNICEF Administrador Sénior do Projecto de Prevenção da SIDA e Adolescentes Adolescent Development and Participation, UNICEF, UN Plaza, NY 212 326 7257 [email protected] Zimbábue Lovemore Magwere UNICEF Assistente de Administração de Programa 42 Marlborough Drive, Harare 263 4 731 849 263 4 703 941-2 [email protected] OMS Suíça

Bruce Dick OMS Oficial Médico de VIH/Jovens Ave. Appia, Geneva 41 22 791 3799 [email protected] Zimbábue Buhle Ncube OMS Administrador do Programa de VIH/SIDA Box BE 773, Belvedere, Harare 091421 005 [email protected] SIDA Zâmbia Barni Noor SIDA Consultor Regional c/o Swedish Embassy, Lusaka 260/97740497 [email protected] CDC África do Sul Tinswad Hilda Maringa CDC Especialista em Juventude Corner Queen Welhemina and Muckleneck Street - Brooklyn, Pretoria 012 343 8248 012 424 9034 [email protected] UA Etiópia/Senegal Diakhoumba Gassama Comissão da União Africana Especialista Júnior em VIH/SIDA e SSR POB 3243, Addis Ababa 251 11 551 7824 251 911 074949 [email protected], [email protected] UNAIDS África do Sul Modi Markhane UNAIDS National Project Coordinator 1059 Schoeman Street, Hatfield, 0028 012 342 2356

Page 40: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 1

36

012 342 2424 [email protected] Masauso Nzima UNAIDS Consultor de M&A P/Bag X44 Sunninghill 2157, Johannesburg 27 11 517 1511 27 11 517 1559 [email protected] Tomas Lundstrom UNAIDS Consultor Regional Merafe Building, Sunninghill 27 11 517 1511 27 11 517 1529 [email protected] Mary O'Grady UNAIDS Consultor de Prevenção contra o VIH UNAIDS, 11 Naivasha Road, Merafe House, Sunninghill 2157 Johannesburg 27 11 517 1511 27 11 517 1506 [email protected] UNODC África do Sul Brian Tkachuk UNODC Consultor Regional de VIH/SIDA nos Presídios [email protected] Claudia Shilumani UNODC Administradora Regional de Programa 1059 Schoeman St., Hatfield 0081 27 12 342 2356 27 12 342 2424 [email protected] USAID África do Sul Olga Esther Mashia USAID/SA Especialista em Jovens e Desenvolvimento da prevenção 100 Totius Street, Groenkloef 0127 012 460 3177 012 452 2240 [email protected]

NEPAD Quénia/África do Sul Litha Musyimi-Ogana Secretaria do NEPAD Consultor: Género, Assuntos Parlamentares e OSCs POB 1234, Halfway House, 1685 Midrand 27 11 313 3778 27 11 313 3835 [email protected] Banco Mundial Elizabeth Lule* Banco Mundial Gerente, ACTafrica 1818 H Street, NW, Washington, DC 20433 [email protected] Cassandra de Souza* Banco Mundial Analista de Operações 1818 H Street, NW, Washington, DC 20433 [email protected] Yvette Atkins* Banco Mundial Assistente Sénior de Programa 1818 H Street, NW, Washington, DC 20433 [email protected] Therese Cruz* Banco Mundial Assistente Sénior de Programa 1818 H Street, NW, Washington, DC 20433 [email protected] Haddas Wolde Giorgis* Banco Mundial Consultor 1818 H Street, NW, Washington, DC 20433 [email protected] Andy Tembon Banco Mundial Consultor 1818 H Street, NW, Washington, DC 20433 [email protected] Mattias Lundberg Banco Mundial Economista 1818 H Street, NW, Washington, DC 20433 [email protected] Gerold Vollmer Banco Mundial

Page 41: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 1

37

Consultor 1818 H Street, NW, Washington, DC 20433 [email protected]

Page 42: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 2

38

Anexo 2 – Consulta Regional em África sobre VIH/SIDA e Saúde Reprodutiva na Juventude

Agenda

Data: Segunda-feira, 26 a Quarta-feira 28 de Fevereiro de 2007 Local: Birchwood Hotel e Centro de Conferências

120 North Rand Road Bartlett Boksburg, South Africa 1470

Organizada e patrocinada em conjunto por: Banco Mundial: Equipa da Campanha em Prol da SIDA em África (ACTafrica—AFTHV), Unidade de Saúde Reprodutiva e População da Rede de Desenvolvimento Humano (HDNRH-Pop) Organismos das Nações Unidas: UNAIDS, FNUP, UNICEF

Page 43: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 2

39

Dia 0 Domingo, 29 de Fevereiro de 2007

Actividade Apresentador(es)

Facilitador(es)

Hora do início

Duração (minutos)

Objectivos a serem alcançados

Boas-vindas/Apresentação e Cocktail de RecepçãoChegada e registo dos participantes

Organizadores 10h – 18h Registo dos participantes

Declaração de boas-vindas e apresentação dos delegados dos países, organizadores e facilitadores

Elizabeth Lule, Gerente da ACT África, Banco Mundial

19h 1h30min Boas-vindas, apresentação dos participantes (pelo chefe da delegação) Apresentação dos organizadores e parceiros, facilitadores e especialistas técnicos

As Nações Unidas dão as boas-vindas à Reunião de VIH e SR na Juventude

Agathe Lawson, Equipa de Directores Regionais do FNUP

20:30 10min Fazer uma apresentação sobre o papel das Nações Unidas no tratamento das questões de VIH e SR, com ênfase especial em África

Recepção

19h –21:30

No hotel, sob os auspícios do Banco Mundial

Intervalos e refeições diárias (o tempo exacto irá variar de acordo com a agenda diária):

Intervalos para chá/café: Às 10:30 e 15:30 durante 15 minutos Bufe de almoço: Das 12h às 14h Bufe de jantar: Das 19h às 21h

As discussões em grupo geralmente serão organizadas em seis grupos (4 anglófonos e 2 francófonos). Sessões temáticas sobre SSR e de VIH/SIDA na juventude: Haverá sessões temáticas facilitadas em plenárias, painéis com diversas metodologias interactivas sobre temas/tópicos identificados. Os participantes podem fornecer aos organizadores a cópia electrónica da sua área/tema de interesse para ser partilhada como melhores práticas e programas inovadores. Os organizadores forneceram um CD-ROM contendo o material de apoio sobre os principais tópicos temáticos. Mercado de SSR e VIH/SIDA na Juventude: A Feira de Conhecimentos será organizada de modo a permitir que os países apresentem, partilhem e depositem os seus trabalhos e publicações/conhecimentos sobre SSR e VIH e SIDA.

Page 44: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 2

40

DIA 1 – Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007; Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007

Actividade Aresentador(es): Presidente/ Facilitador(es)

Hora do início

Duração Tarefas objectivos (alcançáveis)

(1) PREPARAÇÃO DO CENÁRIO

Visão Geral da Consulta e Apresentação:

E. Lule (BM)

Objectivos e resultados esperados

Cassandra de Souza, ACTafrica Michael Ljungstrom, Funcionário da Sec da ONU

8.00

7min 8min

Objectivos da consulta, logística e o que se espera dos participantes Sessão informativa sobre segurança para os participantes re: Joburg

Vozes sobre Saúde Reprodutiva e VIH/SIDA na Juventude em África Três palestrantes

Dr. Andrew Arkutu Edford Mutuma, Presidente da AfriYAN Gubu Dubazana, Campanha da Acção para o Tratamento

08:15 30min Tema da reunião (Dr. Arkutu) Reconhecer o trabalho realizado sobre SR e VIH/SIDA pelos líderes e aprender com as suas experiências

Situação global e regional sobre SSR, FNUP

Fama Hane Ba, FNUP

09.00 15min Visão Geral Situação global e regional sobre SSR e integração da SR e o VIH/SIDA

MAP em África, Experiência dos Jovens até à data, BM

Elizabeth Lule, ACTafrica

09.15

30min

Visão Geral Situação, do MAP, desafios, agenda para a acção e Estratégia de HPN,

WDR 2007, Banco Mundial

Mattias Lundberg, DECRG-BM

09.45 15min O WDR 2007, A Próxima Geração e o Desenvolvimento

Intervalo da manhã 10.00 15min

Experiência dos países

Apresentadores dos países

Akinyele Dairo, FNUP

10.15 2h15min Cada país no máximo 7 minutos e 10 slides Apresentação dos Países sobre SSR e de VIH/SIDA na Juventude • Estruturas de políticas e

institucionais, • Programas mais

importantes e realizações • Desafios críticos e hiatos

para a integração e a ampliação,

• Participação dos jovens na programação e implementação das políticas e

• Orientação para o futuro. (16 países)

Almoço 12.30 1h

Page 45: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 2

41

DIA 1 – Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007; Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007

Actividade Aresentador(es): Presidente/ Facilitador(es)

Hora do início

Duração Tarefas objectivos (alcançáveis)

Experiência dos países

Apresentadores dos países

13.30 1h Continuação das experiências dos países e apresentações (5 países)

2. AVALIAÇÃO Base de evidências e boas práticas • Prevenção

do VIH/SIDA nos Jovens: Estável, Pronto, Avançar

• Resposta multissectorial integrada e abrangente – Abordagem da AYA

• A educação e o VIH/SIDA • Criação de

redes de jovens para a liderança no diálogo sobre as políticas e a sua programação

Dr. Bruce Dick, OMS Ugo Daniels, AYA/UNFPA Andy Tembon, BM Edford Mutuma, AfriYAN; Mark Schreiner, FNUP

Diane Widdus, UNICEF

14.30 1h15 Cada apresentador dará uma visão geral dos seus programas baseados em provas documentados ou avaliados sobre a SSR e o VIH/SIDA entre os jovens, englobando: (a) O que funcionou e o que não funcionou, (b) lições aprendidas sobre a análise sistemática de evidências; (c) aspectos singulares das suas actividades e resultados que podem ser repetidos. (15 minutos para cada apresentação seguida de P&R)

Intervalo da tarde 15.45 15min

Discussões em Grupo: • Quais são as

melhores formas de alcançar resultados com as intervenções Integradas de SR e VIH/SIDA na juventude em cenários com recursos limitados?

Facilitada e apresentada por jovens (ouvir os jovens)

UNICEF e FNUP 16.00 60min Os participantes serão divididos em 6 grupos (4 falantes de inglês e 2 de francês) As discussões serão contextualizadas em diversas perguntas chave que os grupos poderão abordar, tais como: Quais são os principais problemas da SR e VIH/SIDA na juventude? Quais são as actividades/acções? Podem ser iniciadas? Estão Funcionando?

Plenária e avaliação do dia

Relatores de cada grupo (6)

Diakoumba Gassamba, representante da UA

17.15 45min Resumo dos principais relatórios de cada grupo sobre a obtenção de resultados eficazes com as intervenções Integradas de SR e VIH/SIDA na juventude Avaliação do dia

Jantar 19.00

Page 46: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 2

42

Dia 2 – Terça-feira, 27 de Fevereiro de 2007

Actividade Aresentador(es):

Presidente/ Facilitador(es)

Hora do início

Duração Tarefas objectivos (alcançáveis)

Recapitulação das principais actividades do dia anterior e definição da agenda do dia

D. Gassaba, representante da UA e Sra. V. Yameogo, Burkina Faso

8.45 30min Sessão de P&R para os participantes responderem a perguntas candentes e reforçarem as principais questões do Dia 1

3. APRENDIZADO E PARTILHA DAS LIÇÕES Painel sobre as áreas temáticas • Monitoriz

ação das ferramentas e indicadores da avaliação Princípios, O que está a funcionar • Apresent

ação sobre as intervenções de ligação da SSR e do VIH/SIDA

Masauso Nzima, UNAIDS Elizabeth Lule, ACTafrica

Maxwell Jele e Kelly Motlogelwa

9.15 1h15min Painel com facilitação para permitir aos participantes aumentar o seu entendimento sobre os tópicos Os participantes do painel apresentarão as suas experiências sobre o que está a funcionar, o que não funciona e por que P&R após cada apresentação para ajudar a esclarecer as questões

Intervalo da manhã 10.15 15min

Discussões em grupo participantes serão divididos em 6 grupos

UNICEF e participantes do painel para a facilitação

10.30 1h Perguntas sobre a discussão em grupo fornecidas pelos organizadores para abordar questões discutidas na Segunda-Feira e na manhã de Terça-Feira

Plenária para reportar sobre o trabalho de grupo

Relatores dos grupos

Litha Ogana, NEPAD

11.30

45min

Cada grupo apresentará um resumo de 5min das principais questões ou os acordos dos seus grupos

Almoço 12.45 60min

Plenária sobre a preparação dos planos de acção dos países

Asha Muhammad, FNUP

14.00 15min Breve introdução sobre as razões para desenvolver planos de acção dos países e a necessidade de melhorar as actividades dos países

Criação de versões preliminares e aperfeiçoamento de Planos de Acção dos Países abrangentes

Equipas dos países com organismos

14.30

2h

Os grupos dos países reúnem-se para analisar e aprimorar os seus planos de acção nacionais com base nas experiências apresentadas, estratégias nacionais em curso, principais programas, actividades e outros dados

Intervalo da tarde 15:15 15min

Mercado sobre Programas de SSR e VIH/SIDA na Juventude:

16:30

2h

Intercâmbio de conhecimentos, exibição e troca de ferramentas e produtos da programação de SSR e VIH/SIDA na juventude

Page 47: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 2

43

Dia 2 – Terça-feira, 27 de Fevereiro de 2007

Actividade Aresentador(es):

Presidente/ Facilitador(es)

Hora do início

Duração Tarefas objectivos (alcançáveis)

Jantar 19:00

DIA 3 – Quarta-Feira, 28 de Fevereiro de 2007

Actividade Aresentador(es):

Presidente/ Facilitador(es)

Hora do início

Duração Tarefas objectivos (alcançáveis)

Recapitulação das actividades do dia anterior e definição da agenda do dia

A ser definido - relatores

8:30 30min Recapitulação das sessões anteriores

4. PLANOS DE ACÇÃO ESTRATÉGICOS e PRÓXIMOS PASSOS DAS AGENDAS DE VIH/SIDA E SR NA JUVENTUDE Visão geral da nova orientação estratégica do Banco Mundial

Elizabeth Lule, ACTafrica

Akinyele Dairo, FNUP

08.45 30min Visão geral da nova estratégia para a Agenda da Acção, Saúde, Nutrição e População do Banco Mundial, ligações entre a SSR e i VIH/SIDA

Trabalho em grupo – Ouvir os jovens e os principais parceiros

A ser definido 9.15 1h30min As discussão em 6 grupos proporcionarão feedback sobre as 5 perguntas chave apresentadas na visão geral sobre o tratamento das questões de SR e VIH ma juventude, o papel comparativo do Banco Mundial e os próximos passos para a integração da SR e do VIH na juventude aos MAPs

Intervalo da manhã 10.45 15min Relatório na plenária

Dr. Arkutu 11h 1h Sugestões ao Banco Mundial para a melhoria da participação dos jovens nas actividades de VIH e SR com algumas recomendações a nível de país e as etapas da acção a ser implementada; actividades de acompanhamento para o Banco Mundial

A juventude e a pobreza Resultados as Consultas ao Banco Mundial e ao FNUP

Laura Laski, FNUP

12h 30min

Page 48: Consulta Regional em África à Juventude sobre o VIH/SIDA e a

ANEXO 2

44

DIA 3 – Quarta-Feira, 28 de Fevereiro de 2007

Actividade Aresentador(es):

Presidente/ Facilitador(es)

Hora do início

Duração Tarefas objectivos (alcançáveis)

Plenária: Apresentação pelas equipas dos países da versão preliminar do Plano de Acção Nacional (CAP) para feedback sobre a melhoria da abordagem para tratar as questões de VIH/SIDA e SR na Juventude

Representantes de 5 países

Rick Olson & Adebayo Fayoyin, UNICEF

12:30

1h

5 países a serem escolhidos aleatoriamente para apresentar as versões preliminares dos seus planos de acção e obter feedback da plenária Registo das recomendações dos países, passos da acção e principais actividades de acompanhamento para as equipas dos países desenvolverem, com indicação de M&A e elaboração de relatórios sobre o progresso Relatores a serem identificados para registar os Pontos-chave (participantes dos países)

Almoço 13.30 60min

5. O CAMINHO A SEGUIR Plenária: Os relatores divulgam os Pontos Principais das abordagens comuns aos CAPs, quaisquer diferenças importantes e os desafios comuns

Feedback e discussão com facilitação

D. Widdus, UNICEF

14.30

30min

Relatores apresentam feedback

Trabalho em grupo das equipas dos países

15.00 1h Os países aprimoram as versões preliminares dos planos de acção nacionais

Intervalo da tarde 15.30 15min

Encerramento e resumo dos resultados Apresentação final sobre as discussões relativas ao VIH/SIDA e SR na Juventude e o mapeamento dos próximos passos para as acções de acompanhamento

Apresentação facilitada pelos jovens

Akinyele Dairo, FNUP

16.15 45min Resumo dos principais destaques das consultas e agendas acordadas para a acção Elaborar tentativa de próximos passos, identificar papéis e processos (como?)

Avaliações e encerramento

ACTAfrica e parceiros da ONU

17h 45min Observações finais e avaliações de final de evento

Jantar de gala 19.00

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ANEXO 3

45

Anexo 3 – Resumo das apresentações dos países Os delegados de todos os vinte países fizeram apresentações e forneceram breves actualizações sobre a situação da política de SSR e do VIH/SIDA na Juventude e das estruturas institucionais, principais realizações, lições aprendidas e oportunidades, desafios e hiatos para a integração e ampliação, para além das orientações futuras. As semelhanças, divergências e singularidades das apresentações dos países são resumidas a seguir, mas estão disponíveis em detalhes nas apresentações específicas dos países disponíveis em www.worldbank.org/afr/aids.

A. Situação da SSR e do VIH/SIDA na Juventude

• Elevada população de jovens em todos os países, reflectindo o contexto global africano onde um terço da população é formado por jovens entre 10 e 24 anos. As variações entre os países incluem Botsuana em que 64,3% da população tem entre 10 e 29 anos, a Nigéria, com 23% entre 10 e 18 anos e o Ruanda, onde as pessoas abaixo dos 30 anos de idade constituem 67% da população.

• Elevadas taxas de fertilidade em alguns países Camarões 5,2% (estagnado desde 1998), Etiópia, 5,4% (2004) e o Gana, com 4,4% (2003).

• A segmentação das definições de jovens por idade varia entre os países, elevando-se para 35 anos e difere em muito das definições da OMS sobre pessoas jovens entre 10 e 24 anos.

• A prevalência do VIH/SIDA entre os jovens varia dum país para outro e dentro dos grupos etários dos jovens. Por exemplo, Botsuana tem taxas de prevalência de 3,9% na faixa de 10-14 anos, 6,8% entre 15-19 anos, 19% entre 20-24 anos e 33% entre 25-29 anos (2004); e em Camarões as taxas de prevalência eram de 0,6% para os rapazes e 2,2% para as raparigas na faixa de 15-19 anos em comparação com 2,5% para rapazes e 7,9% para raparigas entre 20-24 anos.

• Existem mais mulheres jovens infectadas do que homens jovens em todos os países, em alguns deles, 3 vezes ou mais.

• A prevalência do VIH é maior na área urbana em comparação com as áreas rurais: A Etiópia com 10,5% nas áreas urbanas e 1,9% nas áreas rurais; o Quénia com 9,6% nas áreas urbanas e 4,6% nas rurais.

• As taxas de gravidez na adolescência são elevadas: Botsuana 16%, Etiópia (15-19 anos) 16,6% e Quénia (15-19 anos) 23%.

• Mortalidade materna elevada na juventude: No Botsuana, as mortes maternas entre 15-19 anos respondem por 18,5% do total e, entre 20-24 anos, por 22,2%; No Uganda, 44% de todas as mortes maternas ocorrem entre 20-24 anos.

B. Estruturas de políticas e institucionais

• Todos os países têm estruturas institucionais muito ricas, com várias políticas temáticas e sectoriais descentralizadas, actos e estruturas, com ambientes de políticas positivos para as questões multissectoriais.

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ANEXO 3

46

• Embora as políticas estejam disponíveis no papel, elas ainda são fracas no conteúdo e na implementação da SSR e do combate ao VIH/SIDA na juventude.

• Embora as questões de SSR e VIH/SIDA sejam relacionadas, não há uma ligação forte entre as instituições responsáveis, que têm mecanismos de desenvolvimento e de implementação verticais. A posição institucional da SSR e do VIH/SIDA em todo o continente indica claramente os hiatos existentes entre as políticas que não são harmonizadas, não são amplamente disseminadas e cuja execução e implementação exigem foco urgente.

C. Programas mais importantes e realizações

• Todos os países têm boas iniciativas nacionais de grupos interessados preocupados, com ênfase na importância de chegar até os jovens onde eles estão (escolas, instituições religiosas, fora da escola e intervenções nos locais de trabalho), ATV, preparação para a vida e educação por colegas (diversos centros de fácil uso pelos jovens e redes de jovens), campanhas de defesa e comunicação para a mudança de comportamento e sectorial.

• Os Camarões iniciaram uma análise sobre risco na juventude e análise da vulnerabilidade e do comportamento e desenvolveram um amplo sistema de dispensário de preservativos.

• A Suazilândia tem programas que oferecem SSR e prevenção do VIH/SIDA abrangentes às crianças e aos adolescentes, com foco especial nas diferentes campanhas de informação, educação e comunicação (IEC).

• Maurício tem um programa de troca de agulhas o que também é determinado no HIV/AIDS ACT de 2006.

• A Etiópia lançou um programa de extensão do serviço de saúde e serviços de saúde baseados na comunidade para ajudar as comunidades rurais. Os profissionais da extensão de saúde da comunidade são pessoas jovens que abandonam o segundo ciclo escolar.

• O Gana tem o Acto contra Tráfico Humano e o Acto contra a Violência Doméstica para reduzir a vulnerabilidade das crianças e mulheres. O ATV também é fornecido como parte da rotina dos serviços de ANC.

• No Lesoto e em diversos outros países, existem iniciativas para impedir a violência de género e sexual, incluindo o desenvolvimento de estruturas e centros de tratamento e apoio às vítimas da violência sexual e baseada em género. Contudo, essas intervenções ainda são pouco desenvolvidas, com grandes hiatos entre as estruturas legais e a prática.

D. Desafios críticos e hiatos para a integração e a ampliação dos programas

• Todos os países ressaltaram que a execução e a implementação eficazes do programa são prejudicadas pela ausência ou precariedade da coordenação e harmonização entre as partes interessadas, incluindo os principais sectores e dadores, em todos os níveis.

• Políticas verticais, programas e prestação de serviços para SSR e VIH/SIDA foram citados como factores limitadores nas apresentações de todos os países.

• O tempo necessário para a implementação das intervenções foi citado como um desafio, pois cria uma falta de visão estratégica e de desenvolvimento de estratégias para garantir a sustentabilidade.

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ANEXO 3

47

• A falta de foco específico em questões da juventude, para responder particularmente às necessidades específicas dos jovens no que toca à SSR e ao VIH/SIDA no sistema de saúde pública, foi um grande desafio.

• Os recursos limitados para as iniciativas, por causa do reduzido financiamento do governo e da falta de linhas orçamentais para os programas de SSR e VIH/SIDA na juventude, foi um impedimento.

• A existência de injustiça na prestação dos serviços prevalentes e a falta de segmentação para atender às necessidades dos diferentes grupos de jovens, para além de assegurar a distribuição apropriada de pontos de prestação de serviços entre as áreas rural e urbana. Isso ocorre por causa das variações entre jovens, como jovens urbanos versus rurais, na escola versus fora da escola, não sendo considerado o grupo etário dos 10 aos 14 anos.

• Capacidades institucionais precárias, incluindo recursos humanos (aptidões) e sistemas, particularmente em gestão das informações.

• Falta de boa monitorização e avaliação e documentação para o intercâmbio de conhecimentos e aprendizagem para informar a tomada de decisão e a programação para o futuro.

• Disponibilidade inadequada das informações sobre as questões de sexualidade e SSR e acesso aos serviços.

E. Participação dos jovens no desenvolvimento de políticas e programas e implementação

A maioria dos países tem Conselhos Nacionais da Juventude ou Fóruns Informais da Juventude, ou ainda redes, com práticas específicas tais como parlamentos de jovens, simulações de assembleias, formulação de capacidades e fóruns para a participação em discussões sobre as estruturas estratégicas do VIH/SIDA e SSR e implementação das intervenções. Burkina Faso e a Suazilândia foram reconhecidos como bons exemplos desse envolvimento de jovens. Entretanto, os participantes perceberam que o envolvimento sistemático e a participação dos jovens nas estruturas, políticas, programação e monitorização e avaliação do desenvolvimento nacional ainda é inadequada. A reunião das questões dos jovens e da mobilização eficaz em formas multidimensionais, para incluir sistematicamente as questões das suas vulnerabilidades, tais como o consumo de drogas, nas iniciativas de SSR e VIH/SIDA também foram citadas como hiatos. As parcerias e a comunicação da juventude com as principais partes interessadas (país, professores, estrutura social e de governação, para além de outras estruturas) e entre os próprios jovens para construir a confiança e a capacidade dos jovens foram citadas como inexistentes ou pouco desenvolvidas em muitos países.

F. orientações futuras Por ser uma prioridade, a necessidade de integrar a SSR e o VIH/SIDA na juventude às iniciativas de redução da pobreza a fim de criar a capacidade institucional e financeira para responder às crescentes demandas de forma sustentável foi identificada como um caminho a seguir. A necessidade óbvia de elaborar programas de SSR e VIH/SIDA integrados com documentação e duplicação das melhores práticas também foi destacada. Os países mencionaram ainda a aplicação dos princípios dos Três Uns para uma melhor coordenação e harmonização dos parceiros de desenvolvimento, o uso duma abordagem multissectorial e o desenvolvimento de SSR e VIH/SIDA focados nos jovens dos diferentes sectores e serviços públicos como áreas importantes para a consideração

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ANEXO 3

48

futura. A expansão dos programas de SSR e VIH/SIDA sensíveis à questão de género para grupos desassistidos e a extensão dos serviços, especialmente para os adolescentes fora da escola e das áreas rurais, bem como a outros jovens vulneráveis, foram identificados como o caminho a ser seguido por várias delegações. Abordagens culturais sensíveis persistentes para as mudanças de comportamento sustentáveis relativamente às questões de SSR ao VIH/SIDA e género foram indicadas como críticas. Foi mencionada a garantia de que o aumento do uso de preservativos não é somente uma medida preventiva, mas pode também ser uma ferramenta importante para envolver os homens no planeamento familiar.