vih, o bicho da sida

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Livro de referência, da Associação Abraço, da autoria de Rui Zink e António Jorge Gonçalves, direcionado para as crianças

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Page 1: VIH, O Bicho da SIDA
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Vinte e cinco anos após a descoberta do vírus da imunodeficiência humana, VIH, O Bicho da

Sida – com linguagem simples e elegante, ilustrações apelativas e sem perder rigor científico

– transporta-nos para o complexo universo da infecção VIH/SIDA e dos afectos.

Em todo o mundo, as crianças continuam a ser um grupo particularmente marginalizado - o direito a

uma efectiva educação para a sexualidade, adaptada a cada grupo etário, continua adiado, só três em

cada cinco jovens têm conhecimentos correctos sobre a infecção por VIH/SIDA, as crianças infectadas

têm menos opções e, em muitos países, menor probabilidade de receber tratamento adequado do que

os adultos e apenas 15% dos 12 milhões de crianças que perderam um ou ambos os progenitores em

consequência desta doença recebem assistência.

“A melhor forma de me combater é a educação. A melhor forma de ajudar a quem faço mal é a amizade”,

afirma O Bicho da Sida, lembrando como o desenvolvimento das estratégias de prevenção foi, na

melhor das hipóteses, desigual e, em muitas circunstâncias, ineficiente senão mesmo inexistente.

Neste tempo em que a vertigem dos números e uma certa cultura de egoísmo ofuscam o que é

intangível, não é demais realçar a generosidade de Rui Zink e de António Jorge Gonçalves.

Ao terminar este prefácio, cujo convite se deve à amizade de Margarida Martins, Presidente da

Associação Abraço, permito-me recordar os momentos intensos de trabalho e dedicação de uma

das primeiras Organizações Não Governamentais destinadas ao apoio das pessoas infectadas por

VIH/SIDA, em Portugal, e presto o meu tributo pela atenção particular que consagra às crianças

infectadas por VIH e às suas famílias.

Aos autores, à Associação Abraço e sobretudo às pessoas infectadas e afectadas por VIH, serei sempre

devedor dos seus ensinamentos e confiança.

Bem hajam.

Kamal Mansinho

Chefe do Serviço de Infecciologia do Hospital Egas Moniz

Lisboa, Setembro de 2008

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Olá,dizem que eu sou mau.Eu não acho que seja mau.Pois eu nem seio que é o mal ou o que é o bem!

Eu sou...

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Sou um vírus. Um vírus invisívela olho nu, mas visível a olho vestido.Sobretudo se o olho está vestidocom um binóculo de ver coisas pequenas.Sim, um microscópio. Estava com medo que fosse uma palavra grande,afinal não é.Quer dizer...M - I - C - R - O - S - C - Ó - P - I - O1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 1 1

Eu!

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Tenho um nome complicado: Vírus da Imunodeficiência Humana.E a doença que provoco chama-seSíndrome de Imunodeficiência Adquirida.

sidaPor isso deram-meuma alcunha mais simples:

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Eu não quero matar ninguém. Juro!É culpa minha seas pessoas ficammais fracas comigo?

Eu sei quenão é bonito,pôr as pessoas sem defesas, mas é o que eu sou.É o que eu faço.Não escolhi.

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Até na Austrália.

Sim, está bem. Admito.Faço mal às pessoas. Em todo o mundo.Em África, na América, na Europa, na Ásia.

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Eu sei.Não devia fazer isso. Ninguém deviafazer mal a crianças.Mas às vezes acontece.Não é por mal, juro.Eu até fiz o que pude para me conter!

E, às vezes, também a crianças.

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Nem nas piscinas.

Não me passo pelo ar, por beijos, abraços. Nem por espirros.Não sou perigoso no parque,na escola, na rua.

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Mas, no sangue, sou contagioso.E, sim, há que ter cuidado.Os crescidos também têm de ter cuidado. Quando fazem amor.

Não, não é não fazer nada.É simplesmente tomaremprecauções.

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Quem me tem deve ter cuidados. E nem precisa de estar sempre no hospital! Pode viver muito tempo apesar de me ter consigo.

A melhor forma de me combater é a educação.A melhor forma de ajudar a quem faço mal é a amizade.

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Com sorte, quase tantos anos comoa gente com saúde.

Já fui um vírus mais mortal. Agora regenerei-me. “Regenerei-me” quer dizer: tentei mudar para melhor. Com boa atenção médica, as pessoas com sida podem viver mais e mais.

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Eu ao menos sou produto natural.

Há muitos outros vírus no mundo, alguns bem piores que eu. O vírus do egoísmo, o vírus da fome, o vírus da guerra, o vírus do medo. Esses são males criados pelos humanos.

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É não ter cuidado?

Eu não sei o que é o mal.Mas vocês sabem.

É não cuidar dos outros?

É não ter amizade?

O mal é não dar a mão aos outros?

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Enfim, eu até talvez seja mesmo mau. Mas não sei, juro, o que é o mal. Vocês sabem.

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Felizmente também sabem o que é o bem.

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Um Abraço especial:

RUI ZINK

ANTÓNIO JORGE GONÇALVES

KAMAL MANSINHO

BRUNO DA COSTA GABRIEL

ISABEL HUB FARIA

MARCOS BATISTA

ANITA FERREIRA MARTINS

ANGELO NETO

MANUEL AMARO DA COSTA

JOÃO MANUEL NABEIRO

LUÍS MATTOS CHAVES

PAULO PEREIRA

JORGE GUERRA E PAZ

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