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FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DE APUCARANA - FECEA Fernando Dias de Oliveira BARREIRAS NA FORMAÇÃO DE CONSÓRCIOS DE EXPORTAÇÃO NAS EMPRESAS DO RAMO DE BONÉ DO PÓLO DE APUCARANA/PR Apucarana 2009

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Trabalho de conclusão de curso para o bacharelado em Administração com habilitação em Comércio Exterior. Autor: Fernando Dias de Oliveira

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Page 1: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DE

APUCARANA - FECEA

Fernando Dias de Oliveira

BARREIRAS NA FORMAÇÃO DE CONSÓRCIOS DE EXPORTAÇÃO

NAS EMPRESAS DO RAMO DE BONÉ DO PÓLO DE

APUCARANA/PR

Apucarana

2009

Page 2: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DE

APUCARANA - FECEA

Fernando Dias de Oliveira

BARREIRAS NA FORMAÇÃO DE CONSÓRCIOS DE EXPORTAÇÃO

NAS EMPRESAS DO RAMO DE BONÉ DO PÓLO DE

APUCARANA/PR

Monografia apresentada ao curso de

Administração, da Universidade Estadual

do Paraná, Faculdade Estadual de

Ciências Econômicas de Apucarana,

como requisito para a obtenção do título

de Bacharel em Administração com

Ênfase em Comércio Exterior.

Orientador: Prof. Valter Bueno

Apucarana

2009

Page 3: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

Fernando Dias de Oliveira

BARREIRAS NA FORMAÇÃO DE CONSÓRCIOS DE EXPORTAÇÃO NAS

EMPRESAS DO RAMO DE BONÉ DO PÓLO DE APUCARANA/PR

Monografia apresentada ao curso de

Administração, da Universidade Estadual do

Paraná, Faculdade Estadual de Ciências

Econômicas de Apucarana, como requisito

para a obtenção do título de Bacharel em

Administração com Ênfase em Comércio

Exterior.

Orientador: Prof. Valter Bueno

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. M. Sc. Leonardo Farrero Fartori

Prof. M. Sc. Valter Bueno de Lima Jr

Apucarana, 27 de novembro de 2009

Page 4: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

A todos que me auxiliaram nesse

processo de aprendizagem, e em

especial: a Deus, que me fortalece

sempre; aos meus pais, que me

ensinaram o que é a vida e o amor; aos

meus professores, que me guiaram até

aqui; a minha amada esposa, que me

mostrou o verdadeiro sentido de existir

e lutar por aquilo que se quer.

Page 5: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

“A vida � para quem topa qualquer

parada. N�o para quem p�ra em

qualquer topada.”

Bob Marley

Page 6: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

OLIVEIRA, Fernando D. de. BARREIRAS NA FORMAÇÃO DE CONSÓRCIOS DE

EXPORTAÇÃO NAS EMPRESAS DO RAMO DE BONÉ DO PÓLO DE APUCARANA/PR.

2009. Monografia (Bacharelado em Administra��o com �nfase em Com�rcio Exterior) –

Faculdade Estadual de Ci�ncias Econ�micas de Apucarana.

Resumo

Apucarana se torna referencial nacional ao consolidar o p�lo de bon�s. Tem todas

as caracter�sticas b�sicas para a forma��o de uma APL, sendo dividido em duas

ramifica��es: as empresas produtoras de bon�s e as fac��es. O bon� j� era

utilizado, em vers�es primitivas, desde o Egito Antigo, sofrendo modifica��es at� o

estado conhecido atualmente. A estrutura do bon� � formada por duas partes

fundamentais: a copa e a aba. O processo de comercializa��o do bon� se faz,

geralmente, entre o contado do comprador e da empresa produtora. A exporta��o

segue com todas as caracter�sticas necess�rias, sendo utilizadas duas maneiras:

exporta��o de produ��o e exporta��o de amostra. O cons�rcio de exporta��o � a

integra��o de empresas com o mesmo objetivo: exportar. Pode ser dividida em

rela��o: a) � finalidade, b) aos membros associados, c) ao territ�rio, d) � natureza

dos s�cios, e) � forma jur�dica. Algumas caracter�sticas s�o encontradas em comum

entre os cons�rcios de exporta��o, al�m de suas vantagens. As barreiras

encontradas em um cons�rcio de exporta��o s�o: a) estruturais, b)organizacionais,

c) comportamentais. A metodologia empregada foi a da pesquisa qualitativa, cujo

objetivos foram: a) identificar quais as barreiras na forma��o de cons�rcio de

exporta��o de bon�s no p�lo de Apucarana (PR), b) analisar qual o grau de

conhecimento dos empres�rios sobre cons�rcio de exporta��o, c) conhecer o

cen�rio de exporta��o de bon�s, d) verificar a aceita��o do cons�rcio de exporta��o

frente as empresas de bon�s. Tamb�m foi realizada uma entrevista com o Sr. Jayme

Leonel, coordenador do grupo gestor da APL de bon�s de Apucarana. Conclui-se

que as principais barreiras encontradas s�o: a) falta de conhecimento, b)

concorr�ncia, c) estrutura. O grau de conhecimento sobre cons�rcio de exporta��o �

baixo. Poucas empresas exportam e a aceita��o do cons�rcio de exporta��o sofre

uma resist�ncia.

Palavras-chave: cons�rcio de exporta��o; barreiras; bon�

Page 7: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

OLIVEIRA, Fernando D. de. BARRIERS IN CONSORTIUM EXPORT INSURANCE

COMPANIES IN THE HAT OF THE POLE OF APUCARANA / PR. 2009. Monograph

(Bachelor in Business Administration with emphasis in International Business)–

Faculdade Estadual de Ci�ncias Econ�micas de Apucarana.

ABSTRACT

Apucarana becomes referential to consolidate the national hub caps. It has all the

basic features for the formation of an APL, being divided into two branches: the

producers of hats and factions. The cap was already used in early versions, from

ancient Egypt, through changes to the state known today. The structure of the cap

consists of two fundamental parts: the crown and brim. The process of marketing the

cap is made, usually counted among the buyer and the producer. The export goes

with all the necessary features and is used two ways: export production and export of

sample. The export consortium is the integration of companies with the same goal: to

export. Can be divided in relation to: a) the purpose, b) associate members, c) the

territory, d) the nature of the partners, e) the legal form. Some features are found in

common between the export consortia, as well as its advantages. The barriers found

in an export consortium are: a) Structural b) organizational, c) behavioral. The

methodology was a qualitative research whose objectives were: a) identify the

barriers in the formation of export consortium in pole caps Apucarana (PR), b)

analyze the degree of knoledge of entrepreneurs about export consortium, c)

understand the scenario export caps, d) verify the acceptance of the consortium of

companies export front baseball caps. We also carried out an interview with Mr.

Jayme Leonel, coordinator of the group manager of APL caps Apucarana. Concluded

that the principal challenges are: a) lack of knowledge, b) competition, c) structure.

The degree of knowledge about export consortium is low, few firms export and

acceptance of export consortium suffers a resistance.

Key-words: consortium of export barriers; cap

Page 8: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

Sumário

INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................11

1 APRESENTAÇÃO DO PÓLO DE BONÉS DE APUCARANA................................................13

1.1 APL - ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE CONFECÇÕES DE BONÉS DE APUCARANA .................................................................................................................................13

1.2 ANÁLISE DAS EMPRESAS E FACÇÕES CONFECCIONISTAS DO APL DE BONÉS DE APUCARANA .................................................................................................................................14

1.2.1 Empresas confeccionistas do APL de Apucarana.............................................................14

1.2.2 Facções confeccionistas do APL de Apucarana ...............................................................20

2 O PRODUTO: BONÉ ..................................................................................................................24

2.1 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO BONÉ. .........................................................................24

2.2 PROCESSO DE COMERCIALIZAÇÃO DO BONÉ.............................................................26

2.3 PROCESSO DE EXPORTAÇÃO DO BONÉ. .......................................................................26

2.3.1 Processo de exportação de produção ................................................................................27

2.3.2 Processo de exportação de amostras ................................................................................28

3 CONSÓRCIOS DE EXPORTAÇÃO..........................................................................................29

3.1 CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO...................................31

3.1.1 Divisão dos consórcios em relação às finalidades ............................................................31

3.1.2 Divisão dos consórcios em relação aos membros associados ........................................32

3.1.3 Divisão dos consórcios em relação ao território ................................................................33

3.1.4 Divisão dos consórcios em relação à natureza dos sócios ..............................................33

3.1.5 Divisão dos consórcios em relação à forma jurídica .........................................................33

3.2 ESTRUTURA E CARACTERÍSTICAS DE UM CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO...........34

3.3 VANTAGENS DO CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO..........................................................37

3.4 BARREIRAS NO CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO ...........................................................38

3.4.1 Barreiras estruturais .............................................................................................................39

3.4.2 Barreiras organizacionais ....................................................................................................39

3.4.3 Barreiras comportamentais..................................................................................................40

4 METODOLOGIA .........................................................................................................................41

4.1 OBJETIVOS .............................................................................................................................41

4.2 QUESTÂO DE PESQUISA .....................................................................................................42

4.3 RESULTADOS OBTIDOS.......................................................................................................42

5 ENTREVISTA COM O COORDENADOR DO GRUPO GESTOR DO APL DE BONÉS .....43

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................................................................46

Page 9: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

8

REFER�NCIAS ..............................................................................................................................48

AP�NDICES ...................................................................................................................................51

AP�NDICE A – Roteiro de entrevista ..........................................................................................52

AP�NDICE B – Modelo de question�rio ......................................................................................53

Page 10: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

Lista de Ilustrações

Figura 1 - ETAPAS PRODUTIVAS DA CONFECÇÃO DE BONÉS ..........................26

Figura 2 - MODELO DE UM CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO ...............................36

Gráfico 1 - NÚMERO DE SÓCIOS DAS EMPRESAS CONFECCIONISTAS DO APL

DE BONÉS DE APUCARANA - 2005........................................................................15

Gráfico 2 - SITUAÇÃO DOS IMÓVEIS EM QUE OPERAM AS EMPRESAS

CONFECCIONISTAS DO APL DE BONÉS DE APUCARANA - 2005 ......................16

Gráfico 3 - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL NO TOTAL DA CATEGORIA BONÉS

PRODUZIDO PELAS EMPRESAS CONFECCIONISTAS DO APL DE BONÉS DE

APUCARANA - 2005.................................................................................................18

Gráfico 4 - ANO DE FUNDAÇÃO DAS EMPRESAS FACCIONISTAS DO APL DE

BONÉS DE APUCARANA - 2005 .............................................................................20

Gráfico 5 - NÚMERO DE SÓCIOS DAS EMPRESAS FACCIONISTAS DO APL DE

BONÉS DE APUCARANA - 2005 .............................................................................21

Gráfico 6 - SITUAÇÃO DO IMÓVEL EM QUE OPERAM AS EMPRESAS

FACCIONISTAS DO APL DE BONÉS DE APUCARANA - 2005 ..............................21

Page 11: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

Lista de Tabelas

Tabela 1 - N�MERO DE EMPRESAS RESPONDENTES E QUANTIDADE ANUAL

DE PRODUTOS DAS EMPRESAS CONFECCIONISTAS DO APL DE BON�S DE

APUCARANA - 2005.................................................................................................17

Tabela 2 - N�MERO DE ESTABELECIMENTOS E FAIXA DE PRODU��O,

SEGUNDO O PORTE POR PRODU��O DAS CONFECCIONISTAS DO APL DE

BON�S DE APUCARANA - 2005 .............................................................................19

Tabela 3 - N�MERO DE EMPRESAS RESPONDENTES E PERCENTUAL DAS

VENDAS REALIZADAS, SEGUNDO OS CANAIS DE VENDA DAS EMPRESAS

CONFECCIONISTAS DO APL DOS BON�S DE APUCARANA – 2005...................19

Tabela 4 - N�MERO DE EMPRESAS RESPONDENTES, QUANTIDADE TOTAL DE

COMPONENTES EXECUTADOS PELAS EMPRESAS FACCIONISTAS DO APL

DOS BON�S DE APUCARANA – 2005....................................................................22

Tabela 5 - N�MERO DE ESTABELECIMENTOS E FAIXA DE PRODU��O,

SEGUNDO O PORTE POR PRODU��O DAS EMPRESAS FACCIONISTAS DO

APL DE BON�S DE APUCARANA - 2005................................................................23

Page 12: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

11

INTRODUÇÃO

Com novas perspectivas, cada vez mais o mercado se torna pequeno, sendo

necessária a exploração de novos horizontes, novas fontes de recursos, novas

idéias e soluções. E no mundo empresarial não poderia ser diferente. Com a

globalização, o que era longe se torna perto. As informações são transmitidas com

muito mais agilidade e complexidade.

Entendendo estas mudanças, os setores industriais tendem a tomar rumos

que se adéquam às transformações do mercado e do modo de agir dos demais

setores.

Com as flutuações do mercado, as empresas cada vez mais buscam por seus

espaços, tanto no mercado interno quanto no mercado externo. E na procura desse

novo espaço as empresas acabam sendo impulsionadas e obrigadas a enfrentar as

concorrências de frentes, mas agora não mais as suas vizinhas, e sim de toda a

parte do mundo.

A aproximação dos concorrentes internacionais gera instabilidade e

insegurança para as empresas de todos os setores.

Com a crescente onda da globalização e os mercados cada vez mais

competitivos, as empresas devem ter a consciência de que não estão sozinhas.

Através da cooperação entre as empresas, num formato reconhecido como o

consórcio de exportação, uma interagindo com a outra, para que cada vez mais elas

possam entrar nesse mercado, que é tão concorrido, o mercado internacional.

Por este motivo, as empresas buscam alternativas para garantir que seus

negócios se mantenham dinâmicos e atualizados.

As empresas do ramo de bonés de Apucarana (PR) enfrentam as mais

diversas barreiras para se manter no mercado e enfrentar a concorrência que chega

do exterior.

O presente trabalho tem por objetivo apresentar, com base na literatura e

bibliografia existente sobre o assunto, pesquisar e descrever informações sobre a

formação do consórcio de exportação, características, conceitos e tipos de

consórcios, a apresentação do pólo de bonés de Apucarana, como está dividida, a

APL, as empresas e as facções, as características e estruturas de comercialização e

exportação do boné

Page 13: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

12

São apresentados ainda o conhecimento dos empresários do ramo de boné

sobre o consórcio de exportação, a identificação dos níveis do consórcio de

exportação e as possíveis barreiras que podem ocorrem para a formação de um

consórcio de exportação de bonés no pólo de Apucarana.

Page 14: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

13

1 APRESENTAÇÃO DO PÓLO DE BONÉS DE APUCARANA

Apucarana apresenta-se no centro norte do estado do Paran�, a 369

quil�metros da capital Curitiba. Com um total de 115.323 habitantes (IBGE/2007),

onde � a 10� cidade mais populosa do Paran�. Conhecida como a “cidade alta”,

“capital do bon�” e “cidade educa��o”, faz limites com as cidades de Arapongas,

Cambira, Calif�rnia, Maril�ndia do Sul, Rio Bom, Novo Itacolomi, Mandaguari,

Londrina e Sabaudia. Tem uma �rea de 558.388 km�, com uma densidade de 210,0

hab./km�. A popula��o economicamente ativa (PEA) � de 57 mil pessoas (2006),

IDH de 0,799, com um PIB de R$ 1.006.252 mil (IBGE/2005) PIB per capita de R$

9.592 (IBGE/2006).

A cidade torna-se um referencial nacional ao consolidar o p�lo de bon�s. O

munic�pio est� no centro do eixo de 180 km que comp�e o chamado “Corredor da

Moda”, que come�a em Londrina, passando por Apucarana e Maring�, finalizando

em Cianorte. Neste corredor, localiza-se 2.660 ind�strias de confec��es, que

corresponde por 33.053 postos de trabalhos. Produzem 130 milh�es de pe�as por

ano e um faturamento de mais de R$ 2 bilh�es anuais.

O setor t�xtil-confec��es de Apucarana representa 57,8% dos empregos

industriais, 37,8% da regi�o e 1,3% dos empregos industriais do Paran�.

Em 1972, as empresas Cotton’s, Farol, Kep’s e Semetec, deram inicio ao

segmento de confec��es de bon�s na regi�o de Apucarana. Com o passar do

tempo, com o advento da tecnologia e aumento do conhecimento na �rea, ex-

funcion�rios dessas empresas abriram suas pr�prias empresas.

Em 1997, foi criada a Associa��o Brasileira de Bon�s de Qualidade

(ABRAFAB’Q). Introduziram os programas de certifica��o ISSO 9000, estrutura para

exporta��o, com apoio da APEX e constitu�ram uma central de compras. Em 2004,

109 empres�rios do setor aderiram ao Arranjo Produtivo Local de Bon�s de

Apucarana e Regi�o, formalizando sua exist�ncia.

1.1 APL - ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE CONFEC��ES DE BON�S

DE APUCARANA

Page 15: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

14

Em Apucarana (PR), o setor de boné tem todas as características que

atendem as premissas básicas para constituir uma APL. Reúne elementos

fundamentais para seu desenvolvimento, ou seja, congrega número expressivo de

empresas de vestuário e empresas complementares, além de contar com entidades

representativas de classe e com experiência exitosas de cooperação, além de

mecanismos de coordenação organizados, com governança, composta mediante

Comitê Gestor, Comitês Temáticos e plenárias cotidianas, a qual tem protagonizado

várias atividades com resultados importantes para o desenvolvimento do APL. Estes

aspectos legitimam o segmento como autêntico APL, justificando ações e políticas

de apoio.

APL também pode ser definido como:

A aglomeração de um número significativo de empresas que atuam em torno de uma atividade produtiva principal e de empresas correlatas e complementares, como fornecedores de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outras, em um mesmo espaço geográfico (município, conjunto de municípios, ou região), com identidade cultural local e com vínculos, mesmo que incipientes, de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: instituições públicas ou privadas de treinamento, promoções e consultoria, escolas técnicas e universidades, instituições de pesquisa, desenvolvimento e engenharia, entidade de classe e instituições de apoio empresarial e de financiamento (ALBAGLI e BRITO, 2002).

1.2 ANÁLISE DAS EMPRESAS E FACÇÕES CONFECCIONISTAS DO APL

DE BONÉS DE APUCARANA

O pólo de bonés de Apucarana se divide em duas ramificações: as empresas

produtoras de bonés e as facções.

1.2.1 Empresas confeccionistas do APL de Apucarana

A maioria das empresas nasceram nos últimos 20 anos, onde as empresas

que datam mais antigas (antes de 1981) não estão mais ativas. Porém, algumas

destas se refundaram, ficando com um percentual de 6% para as empresas que

Page 16: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

15

iniciaram-se no per�odo entre 1981 e 1989; 35% entre 1990 e 1999, e a maioria,

59% entre 2000 e 2005 (ACIA, 2006).

O regime judici�rio predominante � a forma societ�ria de estrutura simples,

onde 69% t�m dois s�cios, 25% � de um propriet�rio, 5% tr�s s�cios e 1% com

quatro s�cios (gr�fico 1) (ACIA, 2006)

Gr�fico 1 - N�MERO DE S�CIOS DAS EMPRESAS CONFECCIONISTAS DO APL DE BON�S DE APUCARANA - 2005

FONTE: ACIA, 2006

As propriedades dos im�veis t�m uma propor��o de 52% sendo de im�veis

pr�prios, 44% alugadas e 4% de comodato (gr�fico 2). Este �ltimo � de propriedade

p�blica onde � cedido por um determinado tempo at� a empresa atingir uma

estabilidade maior. No caso de Apucarana, contou com a concess�o dos antigos

barrac�es do Instituto Brasileiro do Caf� (IBC) pelo governo federal. Estes barrac�es

foram transformados em v�rios m�dulos industriais, denominados “A Cidade do

Trabalho”, administrados pela prefeitura, que os cede �s empresas em sistema de

comodato (ACIA, 2006).

Page 17: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

16

Gráfico 2 - SITUAÇÃO DOS IMÓVEIS EM QUE OPERAM AS EMPRESAS CONFECCIONISTAS DO APL DE BONÉS DE APUCARANA - 2005

FONTE: ACIA, 2006

A produção de bonés tem como característica uma diversidade de tipos que

merece ser citada. Há o boné promocional, com finalidade de divulgação de marcas

e eventos, em geral produzidos sob encomenda de grandes empresas, órgãos

públicos, clubes esportivos, etc. O boné magazine é confeccionado com a marca do

cliente e vendido em rede de grandes lojas ou supermercados. O boné de marca

própria leva a etiqueta do fabricante e é vendido geralmente para lojistas varejistas.

O boné de grife é produzido sob encomenda de grandes empresas da moda e traz

marca da mesma. Á ainda os bonés de políticos, de preços mais baixos, produzidos

para atender à demanda de campanhas eleitorais, e os bonés profissionais,

utilizados por trabalhadores para proteger-se do sol ou para identificação funcional

(exército, empresas, hospitais, restaurantes, hotéis, etc.) (ACIA, 2006).

Na tabela 1 estão os itens produzidos pelas empresas do APL de Bonés de

Apucarana. Os bonés representam 83,3% do total de peças produzidas no arranjo,

enquanto camisetas, chapéus, toucas e gorros vêm na sequência do rol dos

produtos manufaturados no município.

Page 18: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

17

Tabela 1 - NÚMERO DE EMPRESAS RESPONDENTES E QUANTIDADE ANUAL DE PRODUTOS DAS EMPRESAS CONFECCIONISTAS DO APL DE BONÉS DE APUCARANA - 2005

PRODUTO

NÚMERO DE

EMPRESAS

RESPONDENTES

QUANTIDADE PRODUZIDA

Abs. %

Bonés promocionais 97 25.535.015 47,9

Bonés de magazine

(rede de loja)40 9.790.000 18,4

Bonés de marca própria 38 5.984.490 11,2

Bonés de grife 15 1.954.800 3,7

Bonés políticos 13 938.400 1,8

Total Categoria boné 44.202.705 83,0

Camisetas 61 3.988.875 7,5

Chapéus 54 1.426.248 2,7

Tocas e gorros 29 1.134.600 2,1

Porta-CDs 24 1.082.100 2,0

Aventais / Uniformes 33 624.034 1,2

Mochilas e bolsas 14 435.200 0,8

Bandanas 19 305.400 0,6

Tiaras 4 67.100 0,1

TOTAL - 53.266.262 100,0

FONTE: ACIA, 2006

O boné promocional, com 25,5 milhões de unidades/ano, representa 47,9%

do total de todas as categorias dos produtos do APL e 58% da categoria bonés. São

também mais importantes no faturamento das empresas, representando, em média,

71% do faturamento individual das empresas. Também é maior o número de

empresas que produzem este tipo.

O boné magazine e o de marca própria vêm na segunda e terceira posições

em termos de quantidade e representam, respectivamente, 22% e 14% do total de

bonés produzidos pelas empresas pesquisadas (gráfico 3) (ACIA, 2006)

Page 19: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

18

Gráfico 3 - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL NO TOTAL DA CATEGORIA BONÉS PRODUZIDO PELAS EMPRESAS CONFECCIONISTAS DO APL DE BONÉS DE APUCARANA - 2005

FONTE: ACIA, 2006

O tamanho das empresas é dado pela quantidade anual de peças produzidas,

onde 59 empresas são consideradas de microporte, com produção de até 250 mil

peças/ano; 40 são de pequeno porte, produzindo acima de 250 mil e abaixo de 500

mil peças/ano; 24 são de médio porte, com produção acima de 500 mil e abaixo de 1

(um) milhão de peças/ano, e 10 são de grande porte, produzindo acima de 1 milhão

de peças/ano (tabela 3)

A capacidade produtiva do parque industrial instalado é de 73.043.403

peças/ano.

Em termos de mercado, observou-se uma abrangência geográfica que

compreende os estados do sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, incluindo,

marginalmente, outros estados. As exportações têm a diminuta participação de 0,1%

do total de vendas e limita-se a apenas um tipo de produto, os bonés promocionais.

O mercado paulista destaca-se com volume de compra bastante superior para todos

os tipos de produtos do APL de Apucarana. Os bonés promocionais são

comercializados na proporção de 43,8% para São Paulo, 12,7% no Paraná, 9,0%

para o Rio Grande do Sul e 9,9% são vendidos para outros estados da Federação.

Page 20: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

19

Tabela 2 - N�MERO DE ESTABELECIMENTOS E FAIXA DE PRODU��O, SEGUNDO O PORTE POR PRODU��O DAS CONFECCIONISTAS DO APL DE BON�S DE APUCARANA - 2005

FONTE: ACIA, 2006

Os canais de vendas utilizados s�o: representantes, 61%; vendedores

pr�prios, 59%; sacoleiros, 58%; lojas de atacado, 57%; telemarketing, 43%; lojas de

varejo, 15%; e folderes ou cat�logos, 15% (tabela 5).

Tabela 3 - N�MERO DE EMPRESAS RESPONDENTES E PERCENTUAL DAS VENDAS REALIZADAS, SEGUNDO OS CANAIS DE VENDA DAS EMPRESAS CONFECCIONISTAS DO APL DOS BON�S DE APUCARANA – 2005

CANAL DE

VENDA

N� EMPRESAS

RESPONDENTES% VENDAS

OUTRAS

FORMAS

Representantes 97 61 39

Vendedores

pr�prios57 59 41

Sacoleiros 4 58 43

Lojas de atacado 18 57 43

Telemarketing 57 43 57

Lojas de varejo 9 15 85

Folderes ou

cat�logos20 15 85

FONTE: ACIA, 2006

Um indicador importante seria os investimentos planejados, onde 67% das

empresas aplicam em aquisi��o de m�quinas e equipamentos; 64% na qualifica��o

PORTEFAIXA DE PRODU��O ESTABELECIMENTOS

Maior que Menor que Abs. %

Micro 0 250.000 59 41,8

Pequena 250.000 500.000 40 28,4

M�dia 500.000 1.000.000 24 17,0

Grande 1.000.000 - 10 7,1

N�o forneceram

produ��o- - 8 5,7

TOTAL DE

EMPRESAS- - 141 100,0

Page 21: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

20

do pessoal; 57% em desenvolvimento de produtos; 55% em diversifica��o de

produtos; 53% na estrutura de comercializa��o; 52% na amplia��o de pr�dios e

espa�os f�sicos; 49% em sistema de qualidade; 46% na compra de m�veis e

melhorias no ambiente funcional; 44% em reformas e melhorias no layout da f�brica;

32% nos sistemas de informatizados de controle e autonomia de processos; e 16%

n�o h� planejamento de investimento de processo.

1.2.2 Facções confeccionistas do APL de Apucarana

A dissemina��o de fac��es intensifica-se a partir dos anos 1990 como

estrat�gia de “enxugamento” da estrutura produtiva de empresas de pequeno e

m�dio porte diante dos elevados custos de encargos trabalhistas, do

desaquecimento da economia e das flutua��es da demanda.

No conjunto das empresas faccionistas do APL de Bon�s de Apucarana, a

mais antiga data de 1989. Entre 1990 e 1999 foram formadas 24% das empresas, e

a grande maioria, 73%, foi fundada entre 2000 e 2005 (gr�fico 6) (ACIA, 2006)

Gr�fico 4 - ANO DE FUNDA��O DAS EMPRESAS FACCIONISTAS DO APL DE BON�S DEAPUCARANA - 2005

FONTE: ACIA, 2006

O aumento nos �ltimos anos deu-se pelo fato das empresas confeccionistas

come�aram a terceirizar parte de seus processos, concentrando-se na “concep��o,

montagem e comercializa��o dos produtos” (ACIA, 2006).

Page 22: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

21

De modo geral, as facções são microempresas operadas por familiares e em

sua maioria contam apenas com um ou dois proprietários, respectivamente 61% e

32% (gráfico 5).

Gráfico 5 - NÚMERO DE SÓCIOS DAS EMPRESAS FACCIONISTAS DO APL DE BONÉS DE APUCARANA - 2005

FONTE: ACIA, 2006

As facções geralmente encontram-se instaladas nas próprias residências dos

proprietários, em cômodos onde realizam as atividades. Sendo 59% de imóvel

próprio, 39% alugado e 2% em comodato (gráfico 6).

Gráfico 6 - SITUAÇÃO DO IMÓVEL EM QUE OPERAM AS EMPRESAS FACCIONISTAS DO APL DE BONÉS DE APUCARANA - 2005

FONTE: ACIA, 2006

Por produzirem partes de um produto, as facções são separadas por etapas.

A principal etapa realizada pelas facções são as costuras, onde reúne 280

faccionistas que costuram cerca de 78 milhões de componentes/ano de produtos.

Page 23: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

22

Seguida pelas fac��es de serigrafias, que envolve 79 empresas, com uma produ��o

aproximada de 30 milh�es de componentes serigrafados/ano. Em terceiro est� o

acabamento, que consiste no processo de finaliza��o do produto. O Bordado

tamb�m � uma das etapas bastante terceirizadas, pois seus equipamentos s�o

caros e a necessita de m�o-de-obra especializada. Tamb�m se destaca, em menor

n�mero, as arte-finaliza��es e os designers (tabela 4).

Tabela 4 - N�MERO DE EMPRESAS RESPONDENTES, QUANTIDADE TOTAL DE

COMPONENTES EXECUTADOS PELAS EMPRESAS FACCIONISTAS DO APL DOS BON�S DE

APUCARANA – 2005

ETAPAN�MEROS DE

EMPRESAS

QUANTIDADE

TOTAL DE

COMPONENTES /

ANO

QUANTIDADE

M�DIA ANUAL

PRODUZIDA POR

EMPRESA

Costura 280 78.871.350 281.683

Serigrafia 79 30.963.600 391.944

Acabamento 61 19.360.364 317.383

Corte 46 15.279.200 332.157

Bordado 34 28.565.000 840.147

Dublagem 15 5.549.005 369.934

Arte final / Desenho 11 3.951.800 359.255

Desenvolvimento de

produto1 420.000 420.000

TOTAL - 182.960.319 -

FONTE: ACIA, 2006

A quantidade de etapas executadas pelas fac��es classifica-se em

microempresa as com produ��es inferiores a 500 mil componentes; pequena com

produ��o de 500 mil a 1 milh�o de componentes; m�dia com produ��o de 1 milh�o

a 2 milh�es; e grandes as com produ��o maior que 2 milh�es de componentes

(tabela 5).

Page 24: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

23

Tabela 5 - NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E FAIXA DE PRODUÇÃO, SEGUNDO O PORTE POR PRODUÇÃO DAS EMPRESAS FACCIONISTAS DO APL DE BONÉS DE APUCARANA - 2005

FONTE: ACIA, 2006

O financiamento das atividades das facções é para compra de máquinas e

equipamentos, ampliação da planta, nova planta, capital de giro e para fabricação de

novos produtos.

Os investimentos são para aquisição de máquinas e equipamentos, 43%; não

há planejamento e investimento, 39%; ampliação de prédios e espaços físicos, 33%;

compra de imóveis e melhorias no ambiente funcional, 26%; qualificação de pessoal,

20%; diversificação de produtos, 16%; reformas e melhorias do layout da fábrica,

13%; desenvolvimento de produtos, 10%; estrutura de comercialização, 10%;

sistema de qualidade, 9%; e sistemas informatizados de controle e automação de

processos, 8%.

PORTEFAIXA DE PRODUÇÃO ESTABELECIMENTOS

Maior que Menor que Abs. %

Micro 0 250.000 340 79,1

Pequena 250.000 500.000 52 13,1

Média 500.000 1.000.000 18 4,5

Grande 1.000.000 - 6 1,5

Não forneceram

produção- - 7 1,8

TOTAL DE

EMPRESAS- - 397 100,0

Page 25: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

24

2 O PRODUTO: BONÉ

Desde o antigo Egito já havia versões primitivas do boné. Eram proteções

contra os raios solares ou acessórios das vestimentas. Várias modificações

ocorreram desde então, transformando-o em uma peça de formato circular, parecido

com o chapéu, com uma aba voltada para frente.

Os quepes são subtipos do boné, e datam desde os anos de 1830, durante a

ocupação da Algéria, onde foi o mais popular adereço militar para os franceses.

Outro importante ato onde se identifica a presença dos quepes foi na Guerra Civil

Americana (Guerra da Secessão) que ocorreu nos Estados Unidos (1861 a 1865).

Outro subtipo do boné é a boina. Feito geralmente de lã e também em

formato circular, mas sem aba (apesar de hoje em dia também existir modelos com

aba). Era usada pelos militares de diversos países, por pintores e atualmente por

mulheres como acessório de moda.

Existem diversos tipos e subtipos de bonés espalhados pelo mundo. Os norte-

americanos foram os primeiros a utilizar em seu dia-a-dia como acessório no século

20.

O boné é um acessório multicultural. Pode ser usados por pessoas da

periferia, cortadores de cana, serventes de pedreiro, presidiários, caminhoneiros,

assim como pode ser usado também como artigo de moda em pessoas de grandes

centros; por pilotos, atletas e corredores que estampam as marcas de seus

patrocinadores por todo o boné.

2.1 PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO BONÉ.

O boné é formado por duas partes fundamentais: a copa e a aba.

A copa é a estrutura do boné, onde pode ter diversas modelagens e

projeções. Pode ser de gomos recortados como por uma única parte de tecido.

Atualmente, as grandes empresas têm em seus desenvolvimentos diversas formas

de se criar uma copa. Também é a parte onde mais recebe as personalizações,

detalhamento e maior tempo de produção. É formada pelas junções dos gomos

através de costuras.

Page 26: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

25

A aba é formada geralmente por uma chapa de polietileno revestida interna e

externamente por tecido. Depois a aba e a copa são juntadas pela carneira, que é

feita de filme de polietileno que reveste uma espuma de nylon/poliuretano e/ou

camada de entretela tipo papel e pela parte externa por um tecido 100% algodão.

Junto com a junção da copa com a aba, temos a colocação do regulador que tem a

finalidade de regulagem do tamanho do boné.

A parte de personalização fica por conta do silk-screen ou do bordado. O silk-

screen é feito com tinta ou material especial para aplicações em silk-screen. O

bordado é feito por máquinas altamente sofisticadas.

Durante o processo de fabricação é utilizado diversos materiais de

aviamentos, como por exemplo: linhas, botões e fivelas. Também outros materiais

compõem o produto: etiquetas, almas (cartão de papel para manter o boné firme na

exposição), caixa de papelão, embalagens, etc.

O processo produtivo do boné (figura 1) é composto por 12 etapas realizadas

por equipes ou células de trabalho distintas (ACIA, 2006):

1. Criação de coleção e design (o design diferencia o produto pelo corte,

tecido, formato de abas, jogos de cores, bordados, serigrafia): layout, peça-

piloto e gradeamento;

2. Almoxarifado: saída de tecidos e aviamentos do estoque para a produção;

3. Modelagem;

4. Dublagem;

5. Corte de tecidos e viés;

6. Serigrafia;

7. Montagem das abas;

8. Adaptador: costura com máquinas retas, interloque, overloque e

pespontadeira para unir abas ao adaptador.

9. Montagem;

10.Bordado;

11.Acabamento;

12.Empacotamento (expedição);

Page 27: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

26

Figura 1 - ETAPAS PRODUTIVAS DA CONFECÇÃO DE BONÉS

FONTE: ACIA, 20062.2 PROCESSO DE COMERCIALIZAÇÃO DO BONÉ.

Geralmente o boné é vendido através de contato direto entre a empresa e o

comprador, por meio de telefone ou e-mail, onde descreve o produto a ser comprado

nas especificações necessárias. Há casos onde representantes fazem as

negociações, e repassam para as empresas.

As empresas mostram, através de modelos virtuais, um layout do produto a

ser comprado para que o cliente possa ver as especificações pedidas, como modelo,

cor, padrão, detalhe e etc. Após esta apresentação, o comprador define a compra e

confirma a produção ou não.

Concluída esta primeira parte, entra-se na negociação do preço. Finalizada as

negociações por parte dos vendedores e compradores o pedido é finalizado.

2.3 PROCESSO DE EXPORTAÇÃO DO BONÉ.

Ao entrar no mundo da exportação, as empresas esperam obter (BORTOTO,

2004):

- Geração de mais recursos financeiros;

- Ocupação da fábrica;

- Aumento de produção;

- Aumento de produtividade;

Page 28: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

27

- Melhoria do controle de qualidade;

- Busca de novas e modernas tecnologias para seus produtos e serviços;

- Geração de novos empregos ou manutenção dos já existentes.

O boné segue todas as características necessárias para a exportação.

Utilizamos de duas maneiras para exportar o boné: exportação de produção e

exportação de amostra.

2.3.1 Processo de exportação de produção

Para cumprir todas as particularidades para a venda de um produto no

mercado externo, utilizamos os seguintes processos:

a) Fatura proforma;

b) Packing list ou romaneio;

c) Registro de Exportação (RE);

d) Nota fiscal;

e) Fatura comercial ou Commercial Invoice;

f) Registro de operação de crédito (RC);

g) Registro de venda (RV);

h) Declaração simplificada de exportação (DSE);

i) Averbação do embarque;

j) Reserva de praça;

k) Conhecimento internacional de embarque;

l) Certificados;

m) Despacho aduaneiro de exportação;

n) Outros detalhes e documentos;

Pode ser ainda realizada de maneira direta ou indireta:

- Direta: quando o produto exportado é faturado pelo próprio produtor;

- Indireta: quando na exportação é utilizada uma empresa especializada em

exportação, como por exemplo: trading companies e empresas comerciais

exclusivamentes exportadoras.

Page 29: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

28

2.3.2 Processo de exportação de amostras

As exportações de amostras são comuns no ramo do boné, pois por se tratar

de um produto com dimensões pequenas e de fácil transporte, a eficácia de um

fechamento de negócio através da amostra se torna mais viável.

Existem duas modalidades para se exportar amostras: por exportação

temporária ou exportação em consignação (BORTOTO, 2004).

- Exportação temporária: permite que o produto seja enviado ao importador

com suspensão do pagamento do imposto de exportação, desde que

condicionado à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado em que foi

exportada.

- Exportação em consignação: permite a autorização a uma terceira pessoa

que venda seus produtos no exterior. Tem um prazo para concretizar o negócio

ou para retorno da mercadoria.

O boné também pode ser exportado pelo serviço Exporta Fácil dos Correios.

Page 30: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

29

3 CONSÓRCIOS DE EXPORTAÇÃO

O consórcio de exportação surgiu na Itália, duas décadas atrás. Em Varese,

Itália, havia produtores de sapatos que faziam grandes concorrências entre si e

fortaleciam os compradores que tinham ofertas e produtos oferecidos isoladamente

por parte dos produtores.

Os produtos eram vendidos para compradores americanos que fixavam

preços, prazos e condições diversas, principalmente de pagamento. Os produtos

eram comercializados pelos norte-americanos com a marca dos distribuidores, com

preços até três vezes maiores do que de compra, fazendo assumir uma posição de

fornecedores e não exportadores.

Foi quando dez empresas concorrentes se juntaram para assinar um acordo

de consórcio de exportação. Fizeram planejamentos de trabalhos e orçamentos,

dividindo as tarefas e os custos, diminuindo os investimentos individuais.

Após um ano de trabalho, pesquisa e investimentos, o consórcio conseguiu

pedidos para sua filial em Nova Iorque, ganhando uma marca própria e se tornando

mais nobre.

Esta foi uma alternativa na época para superar as barreiras, colocando-os

numa posição forte no mercado internacional e se firmaram para poderem

estabelecer preço.

Os consórcios de exportação são a forma de integração de empresas que

vêm crescendo em muitos países, onde se tem despertado interesses em diversos

segmentos.

A modalidade do consórcio de exportação deve ser utilizada quando as

empresas não têm experiência no comércio exterior, não dispõem de recursos

suficientes nem de segurança para encarar o mercado internacional de forma

individual (NOSÉ JUNIOR, 2005).

Consórcio de exportação é o agrupamento de empresas com interesses

comuns, mantendo sua individualidade no mercado interno, porém unidas no

mercado externo (IGLESIAS, 2002).

O consórcio deve ser considerado como um departamento de cada empresa,

sendo auxiliadora e realizando atividades para todos. As empresas juntas podem

planejar, analisar, desenvolver e encarar os desafios do mercado internacional de

Page 31: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

30

um modo mais eficaz, atingindo seus respectivos objetivos de uma forma mais

precisa.

Segundo Porter (1999), os consórcios de exportação permitem as empresas

locais concorrentes ou com produtos complementares, cooperar para levarem juntas

um processo de exportação. O consórcio passa a ser representação jurídica frente

aos mercados internacionais, normalmente na forma de uma associação, obtendo

importantes economias de escala.

Em diversos países, nota-se que os consórcios permitem que as pequenas

empresas tenham suas individualidades no mercado interno e exportem seus

produtos, concorrendo com grandes fornecedores, onde aumentam sua eficiência

operacional e reduzem seus custos de produção. Os consórcios servem para dar

maior qualidade nos produtos das empresas envolvidas, maior especialização

dessas empresas e ainda permite que utilizem equipamentos modernos que

sozinhas não poderiam adquirir.

Muitas vezes os custos inviabilizam a inserção no mercado externo. Os

consórcios de exportação têm permitido que micro, pequenas e médias empresas

entrem no comércio exterior. As empresas juntam-se no processo de exportação em

busca de determinado objetivo, repartindo os custos e riscos, para a realização de

operações de sucesso nas exportações.

A união de empresas do mesmo segmento ou complementares, que se

organizam para juntas exportarem, pode ser uma importante estratégia para a

inserção em diferentes mercados internacionais. Esta estratégia mostra-se como

uma possibilidade das empresas superar a participação no exterior e enfrentar os

problemas causados pelas exportações.

O consórcio de exportação também pode ser entendido como uma aliança

voluntária entra as empresas para a promoção de seus produtos ou serviços através

de ações conjuntas. As empresas devem ter a consciência de que precisam unir

forças e juntas trabalharem para a obtenção dos objetivos.

A Agência de Promoção e Exportação define consórcio de exportação como o

agrupamento de empresas com interesses comuns, reunidas em uma entidade

estabelecida juridicamente, constituídas sob a forma de uma associação sem fins

lucrativos, na qual as empresas produtoras tenham maneiras de trabalho conjugado

e em cooperação com vistas aos objetivos comuns de melhoria da oferta exportável

e de promoção de exportações. É criado um nome fantasia para descrever esse

Page 32: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

31

agrupamento, permitindo um volume de oferta maior e um pacote mercadológico

completo de faturamento compatível com custo de estrutura do consórcio.

O consórcio torna-se uma ferramenta importante que auxilia a inserção das

empresas no comércio internacional. Com a formação do consórcio de exportação,

praticamente todas as dificuldades de exportar que as empresas teriam sozinhas se

tornam nulas.

A formação de uma terceira empresa que cuida dos interesses de exportação

do conjunto, facilitando a entrada no mercado exterior dos produtos fabricados pelas

empresas do consórcio de exportação, que sozinhas teriam muita dificuldade.

Um dos objetivos principais é a lucrabilidade das exportações. Operações

firmes e contínuas, onde se cria condições para atender a demanda nos volumes e

especificações/condições contratadas pelo cliente.

3.1 CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO

Os consórcios de exportação podem ser classificados em cinco grupos de

acordo com suas divisões:

3.1.1 Divisão dos consórcios em relação às finalidades

Dividem-se em duas linhas de ação:

a) Promoção: esta forma de consórcio é mais recomendada para as

empresas que já exportam, pois as vendas no mercado externo são

realizadas diretamente pelas empresas que integram o consórcio. É

considerada limitada e aconselhável a utilização apenas de empresas que

já tenham suas forças de venda definidas no mercado exterior e

comercialize seus produtos individualmente. Esse tipo de consórcio pode

ser formado por empresas que exportam produtos pouco diferenciados,

como commodities. A promoção pode ser restrito à marca Brasil (café do

Brasil, soja do Brasil) ou a alguma região, como: artesanato do Ceará.

Podem ser feitas ainda em parceria com governos municipais, estaduais e

federal. A finalidade desse tipo de consórcio é desenvolver atividades de

Page 33: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

32

promo��o de neg�cios, capacita��o e treinamento, bem como melhoria dos

produtos a serem exportados. Pode ser considerado, portanto, como uma

secretaria de exporta��o permanente. S�o predominantes na It�lia.

b) Venda: “deve ser utilizado quando as empresas n�o t�m experi�ncia no

com�rcio exterior ou n�o disp�em de recursos suficientes nem de

seguran�a para encarar o mercado internacional de forma individual”

(NOS� JUNIOR, 2005). As exporta��es s�o realizadas por interm�dio de

uma comercial exportadora, que prestam servi�os comerciais �s empresas

que formam o cons�rcio, sem exclusividade, ou contratada pelas empresas

do cons�rcio. � considerado o verdadeiro consorcio de exporta��o, pois as

empresas podem planejar, desenvolver, promover e vender seus produtos

no mercado internacional de forma mais econ�mica e com risco menor,

al�m de criar marca pr�pria. O cuidado que se deve ter nesse tipo s�o os

problemas que podem ser gerados pela conviv�ncia das empresas

participantes, pois podem ocorrem uma grande limita��o e colabora��o e

uma tend�ncia a esconder informa��es. Esse tipo � predominante no

Brasil.

3.1.2 Divisão dos consórcios em relação aos membros associados

a) Monosetorial: � o tipo que agrega empresas do mesmo setor ou produtores

de artigos complementares. Esse tipo de cons�rcio tende a limitar a

quantidade de associados para reduzir os poss�veis conflitos de

concorr�ncia.

b) Plurisetorial heterog�neo: agrupamento de v�rios setores definido. N�o h�

nenhuma rela��o de complementaridade. Por exemplo: uma assist�ncia

legal fornecida por um mesmo escrit�rio de advocacia a quem vende

cal�ado ou a quem vende m�quinas.

Diferente do monosetorial, esse tipo tende a ter muitos associados para obter

um poder contratual maior e dispor de v�rios servi�os a custo reduzido.

c) Plurisetorial complementar: agrupamento de v�rios setores definido

complementares entre si. Por exemplo: produtos para hot�is, como m�veis,

equipamentos para restaurantes, t�xteis ara decora��o, metais sanit�rios,

Page 34: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

33

aparelhos de ilumina��o, toalhas etc. Juntos podem conseguir um poder

contratual maior.

3.1.3 Divisão dos consórcios em relação ao território

“Consiste em agrupar exportadores que normalmente j� contem com

experi�ncia no com�rcio internacional em um mercado, em certa regi�o do mundo

que ainda n�o � suficientemente importante ou inst�vel” (NOS� JUNIOR, 2005).

Podem ser:

a) Cons�rcios regionais: por exemplo: Nova Hamburgo, Nova Friburgo.

b) Cons�rcios interestaduais: empresas sediadas em diferentes estados.

3.1.4 Divisão dos consórcios em relação à natureza dos sócios

a) Cons�rcios particulares: formada por s�cios de empresas que produzem os

produtos.

b) Cons�rcios mistos: formado por s�cios de empresas que produzem os

produtos e por empresas como banco, seguradoras, servi�os etc.

3.1.5 Divisão dos consórcios em relação à forma jurídica

a) Cons�rcio de exporta��o

b) Empresas consorciadas

Na Am�rica latina h� diversas iniciativas de cons�rcios, mas ainda n�o existe

uma figura jur�dica (exceto a Argentina), como existe na It�lia a figura jur�dica

“cons�rcio de exporta��o”. O cons�rcio � relativamente recente e ainda n�o h�

hist�rico suficiente para se pesar em legisla��o espec�fica.

Page 35: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

34

3.2 ESTRUTURA E CARACTERÍSTICAS DE UM CONSÓRCIO DE

EXPORTAÇÃO

Algumas peculiaridades básicas como qualidade, flexibilidade nas

negociações e segurança torna-se pontos fortes para as empresas. E para alcançar

essas peculiaridades são formadas algumas características para que o consórcio de

exportação possa prosperar.

A seguir algumas características de um consórcio de exportação:

- São formadas por um gruo de empresas, no mínimo três, com interesses em

comum de desenvolvimento em conjunto com ações e/ou políticas de exportação;

- Geralmente são empresas industriais.

- Costumam ter um mesmo canal de distribuição, ou seja, os interlocutores

comerciais são os mesmos, assim como são comuns os eventos promocionais

como feiras, missões e visitas que possam participar.

- Definem direito e deveres de cada um do consórcio assim como assumem

um compromisso econômico ou comercial.

- Cada um ganha sobre aquilo que vende.

- Deve haver uma repartição do poder entre todos os associados do consórcio

para que nenhuma tenha por si mesma poder de decisão sobre as outras.

- Geralmente os consórcios são formados por micros, pequenas ou médias

empresas.

O consórcio de exportação deve ter as seguintes características básicas

(NOSÉ JUNIOR, 2005):

- As empresas devem estar conscientes do processo de cooperação mútua.

- De preferência, devem ser fabricantes de produtos do mesmo setor, não de

concorrentes entre si e complementares.

- As empresas devem estar preparadas para a exportação como mais um

mercado a ser atingido.

- Devem ter qualidade, preços e prazos de entrega competitivos com os dos

mercados a serem explorados.

- Devem contratar uma equipe de profissionais especializados na área, com

conhecimentos profundos em comércio exterior.

- Devem formar uma espécie de conselho consultivo que decidirá os rumos

básicos e estratégicos do consórcio.

Page 36: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

35

- Preferencialmente, essas empresas devem exportar com uma única marca

própria, que facilita a divulgação e a fixação no mercado internacional.

Conforme Tomelini (2000), na busca do êxito na formação dos consórcios é

importante atender os seguintes itens:

- Levar em conta as diferenças culturais do mercado.

- Realizar investimentos com um plano de ação bem definido;

- Buscar harmonia entre as empresas participantes do consórcio;

- Ter um executivo em cada empresa acompanhando as atividades realizadas

pelo consórcio.

As empresas que se juntam em consórcios de exportação apresentam, em

geral, as seguintes características:

- Estão interessadas em cooperarem entre si, com políticas de exportação

comuns, apesar de serem concorrentes no mercado doméstico;

- Pertencem ao mesmo setor econômico, apresentando canais de distribuição

semelhantes;

- Respeitam o compromisso comercial definido entre eles. (MACIEL, 2002)

Para a criação de um consórcio de exportação, devemos nos atentar em 10

etapas essenciais (INTERNACIONAL TRADE CENTER, 1983):

1. Estabelecer o perfil da capacidade de produção, dos produtos e do know-

how disponível, para criar um consórcio de exportação;

2. Comparar as necessidades dos mercados estrangeiros com a capacidade

de exportação previamente determinada;

3. Reunir, avaliar e selecionar os membros do consórcio;

4. Definir as funções do consórcio;

5. Organizar a estrutura do consórcio, para assegurar os serviços essenciais;

6. Analisar as necessidades financeiras resultantes dessa estrutura, bem

como as despesas que os membros terão que custear;

7. Elaborar os estatutos oficiais do consórcio;

8. Nomear o pessoal do consórcio e assegurar-lhes a formação necessária;

9. Determinar os métodos de marketing e os canais de distribuição;

10.Aplicar dispositivos de controle e de supervisão do funcionamento do

consórcio.

Podemos classificar os consórcios em dois tipos segundo os produtos com os

quais operam:

Page 37: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

36

a) Consórcios horizontais: são onde todos os produtos ofertados são de

idêntica cadeia de produção, por exemplo: um consórcio de produtores de

vinho, cujo produto é semelhante com pequenas variações de marca e

bouquet.

b) Consórcios verticais: são onde os produtores repartem entre si uma cadeia

de produção, por exemplo: partes e peças para montagem de um

automóvel.

Ainda podem-se destacar os consórcios segundo sua finalidade:

a) Consórcios de promoção: se encarrega de toda promoção do consórcio.

b) Consórcios de comercialização: se encarrega de procurar mercados,

contratar clientes, fechar negócios e cuidar da documentação, cambio e

financiamentos.

No processo do consórcio de exportação a fase de conscientização de

cooperação entre as empresas é a mais importante, pois sem a ajuda mutua dos

associados o consórcio se torna inviável. É a parte mais crítica do processo e deve

ser cuidadosamente trabalhada. Deve vir de todas as partes do consórcio. As

empresas devem desenvolver trabalhos que as levem ao mesmo nível de

competitividade.

Na figura 2 observa-se o modelo de um consórcio de exportação, onde as

empresas juntam-se para formar o consórcio, com o suporte da APEX que auxilia

com os projetos e financiamento e por último os clientes.Figura 2 - MODELO DE UM CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO

FONTE: CHIUMENTO, 2007

Page 38: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

37

3.3 VANTAGENS DO CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO

Podemos observar diversas vantagens na formação de um consórcio de

exportação:

- Redução e divisão dos custos na exportação e produção dos artigos

exportados;

- Abertura da possibilidade da participação de pequenas empresas em feiras

internacionais;

- Penetração em novos mercados;

- Contato com novos tipos compradores;

- Diversificação dos produtos e maior oferta;

- Redução das flutuações nas vendas;

- Contratação de pessoas especializadas em exportação e/ou consultoria

experiente;

- Aumento de oportunidades de negócios;

- Crescimento no volume de vendas e no faturamento total da empresa

- Planejamento a longo prazo;

- Acumulação de conhecimentos em relação ao marketing internacional;

- Melhor poder contratual com entidades governamentais;

- Maior garantia de continuidade das operações da empresa no futuro;

- Possibilidade de criação de uma marca forte se tornando mais fácil o

reconhecimento no mercado externo;

- Maior poder de barganha;

- Baixo custo de operacionalização;

- Redução de gastos gerais com a exportação;

- Possibilidade de melhorar a forma e apresentação da embalagem;

- Maior facilidade para conseguir financiamentos;

- Melhoria da qualidade do produto e da produção;

- Fechamento de grandes contratos;

- Intercâmbio de experiência que permite reduzir gastos empresariais,

administrativos e tecnológicos;

- Efeito motivador entre os associados;

- Segurança estratégica;

- Análise de necessidades da empresa, bem como seus parceiros externos;

Page 39: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

38

- Busca de oportunidades no mercado das exportações;

- Análise e assistência nos pontos fracos da empresa no setor de embarque e

desembaraço de mercadorias (MINERVINI, 1997).

A principal atração, que leva os membros a aderir oficialmente ao consórcio e

que os ajuda a vencer as passagens mais difíceis, é a visão nítida das vantagens de

que se beneficiarão (INTERNACIONAL TRADE CENTER, 1983)

3.4 BARREIRAS NO CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO

Segundo Nicola Minervine (1997) há vários fatores que inviabilizam a criação

de um consórcio de exportação, na qual são:

- Considerar a exportação uma atividade de curto prazo e exigir resultados

imediatos.

- Falta de conhecimento e treinamento de exportadores potenciais (sócios do

consórcio) em toda a gama de atividades necessárias para a exportação.

- Investimento feito sem um plano de ação concreto.

- O consórcio é visto como uma saída de crise (quando a crise termina, o

consórcio termina também).

- Falta de profissionalismo do gerente do consórcio.

- Estruturas inadequadas.

- Insuficiente dimensão dos recursos financeiros.

- A comunicação do consórcio não segue as regras fundamentais do

marketing internacional.

- Demasiada heterogeneidade no tamanho das empresas participantes

(equivale a diferentes interesses e atividades).

- Não são levadas em conta as diferenças culturais.

Para ele uma das principais causas de fracasso das tentativas de constituição

de um consórcio são o extremo individualismo e preocupação de que o outro vai ter

mais proveito do que você.

Existem três tipos de barreiras que são fundamentais para o insucesso do

consórcio de exportação. São elas: estruturais, organizacionais e comportamentais.

Page 40: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

39

3.4.1 Barreiras estruturais

As MPEs ainda estão se adaptando ao mercado internacional e por este

motivo se tornam limitadas estruturalmente, o que dificulta a exportação. Algumas

barreiras são:

a) Barreiras comerciais: pouco conhecimento sobre regimes, regras,

características físicas, químicas e orgânicas.

b) Pequena escala de produção: falta de estrutura para atender grandes

quantidades.

c) Capital escasso: pouco poder de capital para investimentos em

tecnologias, qualidade e desenvolvimento.

d) Inadequação dos recursos humanos: ausência de pessoal qualificado para

os processos operacionais e gerenciais do consórcio.

e) Falta de poder de barganha.

f) Dependência de poucos fornecedores.

g) Dificuldade com logística.

h) Monoproduto ou monosetorial complementar: falta de um setor de

desenvolvimento e pesquisa.

i) Falta de informação sobre possíveis mercados.

j) Dificuldade em conseguir financiamento.

k) Dificuldade na formulação de preços.

l) Custo de manutenção.

m) Ineficiência na entrega dos produtos.

3.4.2 Barreiras organizacionais

a) Inexperiência: a falta de conhecimento dificulta as transações feitas no

mercado esterno, onde é necessário conhecimento técnico profissional.

b) Pouco conhecimento sobre o mercado externo.

c) Pouco conhecimento sobre procedimentos e processos de exportação.

d) Baixo conhecimento de línguas estrangeiras.

e) Falta de planejamento econômico, estratégico e de trabalho.

f) Custos de comunicação entre as empresas e os clientes.

Page 41: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

40

g) Não considerar o mercado.

3.4.3 Barreiras comportamentais

As principais barreiras encontradas no comportamento dos participantes dos

consórcios são:

a) Visão de concorrência e não de parceria; individualidade extrema. Mesmo

concorrendo no mercado interno, as empresas precisam repassar

informações, tecnologias e as demais necessidades para que as barreiras

sejam quebradas.

b) Baixa auto-estima;

c) Desconfiança;

d) Ceticismo;

e) Expectativa de soluções prontas;

f) Falta de treinamento para que exista uma conscientização individual dos

objetivos a serem alcançados em conjunto para o sucesso do consórcio;

g) Falta de visão estratégica;

h) Falta de comprometimento por parte dos integrantes;

i) O não cumprimento dos prazos estipulados;

j) Idoneidade;

k) Pressa nos resultados;

l) Resistência a mudanças;

m) Falta de mentalidade associativa;

Page 42: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

41

4 METODOLOGIA

A identificação das barreiras para a formação do consórcio de exportação de

bonés do pólo de bonés de Apucarana (PR) foi realizada a partir de revisão literária

sobre o assunto e do conhecimento mais aprofundado do processo de formação, de

estudos bibliográficos em livros, sites, artigos e monografias, e de algumas

entrevistas realizadas com representantes de empresas do ramo de boné.

O estudo realizado através de levantamentos bibliográficos resultou na

identificação de aspectos pertinentes do consórcio de exportação como suas

características, estruturas e barreiras.

A metodologia utilizada nos questionários foi a qualitativa, de natureza

exploratória, baseada em pequenas amostras, a qual fornece um processo a partir

de questões-chave identificadas e formuladas as perguntas.

A pesquisa qualitativa estimula os entrevistados a pensarem livremente sobre

o assunto em discussão. Fazem emergir aspectos subjetivos e atingem motivações

não explícitas, ou mesmo conscientes, de maneira espontânea. São usadas quando

se busca percepções e entendimento sobre natureza geral de uma questão, abrindo

espaço para a interpretação.

4.1 OBJETIVOS

a) Identificar quais as barreiras na formação de consórcio de exportação de

bonés no pólo de bonés de Apucarana (PR), através de questionários feitos a

algumas empresas do ramo de boné com base na literatura pesquisada;

b) Analisar qual o grau de conhecimento dos empresários sobre consórcio de

exportação através das entrevistas;

c) Conhecer o cenário de exportação de bonés através de entrevista com

empresário;

d) Verificar a aceitação do consórcio de exportação frente as empresas de

bonés através de questionário.

Page 43: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

42

4.2 QUESTÂO DE PESQUISA

Tipo de Pesquisa

Pesquisa qualitativa, exploratória, aleatória, destinada aos empresários do

ramo de boné do pólo de bonés de Apucarana (PR). Realizada entre os meses de

setembro e outubro de 2009, através de questionário presencial ou não.

Pesquisa qualitativa, exploratória, direta, destinado ao empresário

responsável pela APL de bonés de Apucarana (PR), através de questionário

presencial.

Campo

Foram considerados como público-alvo da pesquisa 10 (dez) empresas do

ramo de bonés, de forma aleatória, e o presidente do APL de bonés, dentro da área

regional de Apucarana (PR).

4.3 RESULTADOS OBTIDOS

Dos entrevistados, quanto ao porte, 20,00% são microempresas, 10,00% são

pequenas empresas, 10,00% são médias empresas, 40,00% são grandes empresas

e 20,00% não responderam (tamanho de acordo com a quantidade de ecas

produzidas por ano). Da amostra, 80,00% dos entrevistados dizem ter boas relações

e facilidade para trabalhar e cooperar com outras empresas do mesmo ramo.

Quanto às exportações, apenas 40,00% das empresas pesquisadas

exportam; segundo a pesquisa 40,00% das empresas são capazes de exportar

sozinhas.

A pesquisa também revelou que apenas 20,00% das empresas conhecem o

que é um consórcio de exportação, contra 60,00% que não conhecem ou

participaram de um consórcio de exportação. Dos que conhecem o consórcio

100,00% já participaram, o que durou 2 anos.

Dos pesquisados, 40,00% gostaria de participar ou formar um consórcio de

exportação, 30,00% não gostariam de participar ou formar um consórcio e 30,00%

não responderam.

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5 ENTREVISTA COM O COORDENADOR DO GRUPO GESTOR DO APL

DE BONÉS

Em entrevista com o Sr. Jayme Leonel, coordenador do grupo gestor da APL

de bon�s de Apucarana, foi colocado algumas perguntas, o qual foi respondido:

1. Quais as dificuldades na exporta��o de bon�s?

“Com a varia��o e valoriza��o do d�lar e a excessiva burocracia encontramos

dificuldades em exportar bon�s. Cada vez mais o mercado internacional se

intensifica e a concorr�ncia se torna mais dif�cil. Com tecnologias e qualidade

superiores, outros pa�ses, como a China e a Tail�ndia, dificultam a entrada no

com�rcio internacional. Os custos de produ��o s�o altos, o que inviabilizam a

exporta��o de bon�s. Outros fatores tamb�m contribuem para a exclus�o no

mercado internacional, como por exemplo, a cultura dos empres�rios, fornecedores

e funcion�rios. Quanto ao fator exporta��o, n�o temos formada ainda uma cultura

exportadora nas empresas. Falta de m�o-de-obra especializada em diversos n�veis

de produ��o do bon�. Na burocracia encontrada nas vendas e exporta��es e a falta

de conhecimento na comercializa��o dos produtos dificulta a exporta��o do bon�.”

“Outro fator que n�o poderia ficar de fora � a caracter�stica do mercado no

ramo do bon� no com�rcio internacional. Aqui no Brasil temos o bon� como um

brinde que as empresas oferecem a seus clientes, ou como parte em grife ou marca

de lojas. J� no exterior � muito dif�cil inserir um produto de acess�rio como o bon�.”

“A qualidade alcan�ada pelos bon�s produzidos em Apucarana, para �mbito

nacional � de qualidade aceit�vel. Por�m, para o exterior as exig�ncias s�o maiores.

A cultura criada nas empresas e a qualidade por falta de tecnologia e

especializa��o, ainda deixa os bon�s fabricados aqui fora da concorr�ncia no

exterior.”

2. Qual o maior entrave para a forma��o de um cons�rcio de exporta��o de

bon�s?

“Um dos maiores entraves para a forma��o de cons�rcio de exporta��o de

bon�s � o custo que, quando comparado com os de outros pa�ses, se torna alta e

de dif�cil concorr�ncia. A china consegue desenvolver um bon� com qualidade

superior, pois disp�em de tecnologia, insumos e fornecedores com log�sticas e

desenvolvimentos maiores e mais sofisticados. A m�o-de-obra � mais barata e a

localiza��o se torna mais um atrativo para os outros pa�ses. A Tail�ndia e a Cor�ia

Page 45: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

44

seguem no mesmo ritmo que a China, se desenvolvendo e tomando o espa�o que

poderia ser do Brasil. Tamb�m porque a produ��o chinesa, e a dos demais pa�ses,

est�o voltadas para a exporta��o.”

“A falta de estrutura das empresas tamb�m colabora para com a qualidade e

a falta de interesse em exportar ou participar de um cons�rcio exporta��o. A

log�stica criada ainda n�o satisfaz por completo, e a cadeia criada em torno das

empresas � muito nova.”

“A cultura dos empres�rios tamb�m � outra barreira. A capacidade de se

envolver com outras empresas ainda est� baixa, apesar deste modo de pensar ter

mudado muito entre os empres�rios do ramo de bon�s.”

“Um fato que poderia ser colocado aqui � a falta de uma id�ia associativista

por parte dos empres�rios. Uma vez cooperando-se entre si, poderiam facilitar

certos entraves e at� criar oportunidades para participar no mercado externo.”

“Ainda n�o temos uma condi��o de capacitar m�o-de-obra especializada pela

car�ncia de escolas t�cnicas. Por�m, estamos iniciando esse processo.”

“A falta de marcas fortes � outro fator que impossibilita a inser��o do

cons�rcio de exporta��o no exterior. A estrutura de comercializa��o poderia se

tornar mais est�vel se as marcas fossem mais fortes. As tecnologias utilizadas

poderiam auxiliar na cria��o e comercializa��o destas marcas atingindo os objetivos

do cons�rcio de exporta��o.”

3. H� alguma possibilidade da consolidar um cons�rcio de exporta��o de

bon�s em Apucarana?

“Sim. Ser� poss�vel atrav�s de inova��es no setor, maior desenvolvimento no

parque industrial, mais investimentos por parte dos empres�rios e governos. Maior

qualifica��o dos funcion�rios e uma melhoria cont�nua em todos os

desenvolvimentos e parte de processo de fabrica��o e comercializa��o de bon�s e a

cria��o de marcas pr�prias.”

“O cons�rcio de exporta��o � uma ferramenta muito �til. Facilita na

exporta��o e ajuda a inser��o dos produtos no mercado internacional. Por�m ainda

est� em fase de amadurecimento no p�lo de bon�s de Apucarana. Em um futuro

pr�ximo, talvez o cons�rcio passe a ser uma das ferramentas o qual mais ajudar�

nas exporta��es de bon�s.”

“Para concluir, os empres�rios est�o cada vez mais dispostos a enfrentar

todas as barreiras que forem necess�rias para atingir cada vez mais clientes, com

Page 46: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

45

qualidade e servi�os mais elevados. Atingir o mercado internacional ainda � um

objetivo arriscado, mas pretendemos alcan��-lo. � um mercado extenso para ser

explorado, e com dedica��o e paci�ncia, poderemos em breve estar compartilhando

uma fatia maior nas exporta��es”

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O consórcio de exportação é uma ferramenta fundamental na vida de

empresas como do ramo de bonés de Apucarana. Com ela as empresas podem

planejar e executar processos de exportação com custos reduzidos, a possibilidade

de maiores tecnologias, troca de informações, maior contato com possíveis

compradores, novas experiências, entre outras vantagens que o consórcio oferece.

A união das empresas ainda é uma tarefa árdua, que necessita da

compreensão de todos os empresários envolvidos no processo do consórcio. A

parceria deve ser priorizada e o fator exportação deve ser o foco das negociações.

A opção de formar um consórcio de exportação deve vir de planejamentos

bem elaborados e com a conscientização dos participantes de viverem mutuamente

enquanto o consórcio existir.

As barreiras encontradas para a formação ou participação do consórcio de

exportação de bonés são: a falta de conhecimento sobre o consórcio de exportação

por parte de alguns empresários; a falta de estrutura para produção em larga escala;

custos altos; mão-de-obra deficiente; alta resistência por parte dos empresários;

desconfiança; falta de interesse; pressa para a obtenção dos resultados; a

burocracia; falta de fornecedores; falta de logística adequada; falta de P&D

(Pesquisa e Desenvolvimento); e inexperiência com processos de exportação.

Em relação aos empresários entrevistados, alguns não tinham conhecimento

sobre o consórcio de exportação, outros, muito pouco. A maioria dos que não

sabiam eram de empresas de porte micro ou pequena, o que faz perceber que o

nível de conhecimento sobre o assunto é baixo. Além do conhecimento, a

concorrência interna destrói qualquer esperança de exportar, pois as micros e

pequenas empresas ficam com medo de exportar seus produtos e perder o mercado

interno.

Já os empresários entrevistados que tinham conhecimento sobre o assunto, a

grande maioria era de empresas grandes. O principal assunto revelado por eles é a

concorrência contra os produtos produzidos pela China, Coréia e Tailândia. Quando

o produto nosso chega à qualidade necessária para a exportação, o preço se torna

alto. E para competir com esses países o custo deve ser baixo, o que faz a

qualidade cair, deixando os bonés fora do mercado.

Page 48: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

47

A falta de instrução e qualidade técnica dos profissionais do setor também

dificulta para a exportação do boné, deixando os empresários receosos e

preocupados na hora de decidir em formar ou participar de um consórcio de

exportação.

Para que possa acontecer o consórcio de exportação de bonés deverá haver

um maior investimento em conhecimento técnico, estrutural e cultural; parcerias com

diversas fontes de suprimentos, fornecedores e faccionistas para um maior equilíbrio

e potencialização; um aumento no parque industrial de bonés; compreensão e

cooperação dos empresários para a concentração de esforços e uma maior

dedicação na formação ou participação do consórcio; a diminuição das resistências

criadas pela cultura não exportadora; redução do custo de produção com

ferramentas propostas pela qualidade, como por exemplo, o desperdício zero, que

tem como objetivo potencializar a utilização e a experiência dos colaboradores, de

forma que a disciplina seja encarada como o suporte para a higiene, a ordenação, a

limpeza e a arrumação, fazendo com que o colaborador sinta-se a própria imagem

da empresa, além de reduzir os gastos desnecessários com matéria-prima e tempo;

valorizar o potencial intelecto e enxuta todas as propriedades positivas dos

colaboradores; evitar conflitos estressantes entre os participantes do consórcio e/ou

os colaborados.

O pólo de Apucarana tem potencial de crescimento para a exportação notório.

Com a minimização dos custos e gerencias estruturadas, o ramo de bonés pode ser

alavancado e até ser um ponto referencial nas exportações do Brasil.

Page 49: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

48

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Page 52: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

51

APÊNDICES

Page 53: CONSORCIO DE EXPORTACAO - TCC - FERNANDO DIAS

52

AP�NDICE A – Roteiro de entrevista

QUESTION�RIO PARA ESTREVISTA:

1 – QUAIS AS DIFICULDADES NA EXPORTA��O DE BON�S?

2 – QUAL O MAIOR ENTRAVE PARA A FORMA��O DE UM CONS�RCIO

DE EXPORTA��O DE BON�S?

3 – H� ALGUMA POSSIBILIDADE DA CONSOLIDAR UM CONS�RCIO DE

EXPORTA��O DE BON�S EM APUCARANA?

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AP�NDICE B – Modelo de question�rio

QUESTION�RIO PARA PESQUISA:

1 – QUAL O TAMANHO DA EMPRESA? (QTD DE PE�AS PRODUZIDAS NO

ANO)

2 – A EMPRESA TEM FACILIDADE PARA TRABALHAR COM OUTRAS

EMPRESAS DO MESMO RAMO?

3 – A EMPRESA EXPORTA? SE N�O, GOSTARIA DE EXPORTAR?

4 – A QUANTO TEMPO A EMPRESA EXPORTA?

5 – A EMPRESA � CAPAZ DE EXPORTAR SOZINHA?

6 – A EMPRESA TEM CONHECIMENTO SOBRE CONS�RCIO DE

EXPORTA��O?

7 – A EMPRESA J� PARTICIPOU DE UM CONS�RCIO DE EXPORTA��O?

8 – POR QUANTO TEMPO A EMPRESA PARTICIPOU DE UM CONS�RCIO

DE EXPORTA��O?

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9 – A EMPRESA GOSTARIA DE PARTICIPAR OU FORMAR UM

CONS�RCIO DE EXPORTA��O?

10 – QUAL FOI O PRINCIPAL ENTRAVE ENCONTRADO PARA

PARTICIPAR E/OU FORMAR UM CONS�RCIO?

11 – APONTE ALGUMAS VANTAGENS DO CONS�RCIO DE

EXPORTA��O:

12 – APONTE ALGUMAS DESVANTAGENS DO CONS�RCIO DE

EXPORTA��O: