consenso voz profissional

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    Apresentao

    A necessidade gera a ao. As leis vo sendo criadas conforme a sociedade perceba a carncia de uma norma que torne a convivncia entre os cidados e as relaes de trabalho mais justas, harmnicas e pacficas, enfim, mais confortveis e civilizadas.

    A Academia Brasileira de Laringologia e Voz e a Associao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Crvico-Facial, que congregam os mdicos otorrinolaringologistas brasileiros, souberam auscultar o problema sofrido pelos cidados que dependem da voz para obterem seu sustento. So dezenas de milhes os trabalhadores brasileiros que tm a voz como um instrumento fundamental para exercerem seu ofcio, entre professores, profissionais de teleatendimento, recepcionistas, comercirios, locutores, oradores, atores, cantores, profissionais liberais como advogados, mdicos, fonoaudilogos, psiclogos e muitos outros.

    A rigor, praticamente todas as profisses que demandam relacionamento pessoal, seja ao vivo ou por meio de telefone, exigem esforo vocal e seu exerccio torna-se invivel caso a voz da pessoa no apresente boa qualidade em termos de esttica, estabilidade e resistncia. De um modo geral, espera-se que a voz agrade a quem ouve, transmita a mensagem verbal e consiga resistir ao uso intensivo, mesmo em condies por vezes desfavorveis e infelizmente to comuns ambientes ruidosos, poludos, sob stress, umidade e/ou temperatura prejudiciais ao aparelho fonador.

    Aps 3 reunies realizadas entre 2001 e 2002, com a participao de profissionais da Fonoaudiologia e do Canto, entre outros, e cientes da complexidade do tema e em harmonia de princpios e conjugao de esforos, mdicos otorrinolaringologistas, foniatras, cirurgies crvico-faciais, mdicos do trabalho e mdicos peritos souberam se organizar e conseguiram concluir um texto que analisa, elucida, conceitua e orienta muitas das questes at ento obscuras.

    Em conjunto com entidades mdicas como a Associao Nacional de Medicina do Trabalho - ANAMT, Associao Brasileira de Medicina do Trabalho - ABMT-RJ, Sociedade de Otorrinolaringologia do Estado do Rio de Janeiro - SORL-RJ, Instituto Brasileiro dos Mdicos Peritos Judiciais IBRAMEP e Sociedade Paulista de Medicina do Trabalho - SPMT, sob os auspcios das Cmaras Tcnicas de Otorrinolaringologia, Medicina do Trabalho e Percias Mdicas do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro - CREMERJ e com a participao da SOMERJ, nos empenhamos e alcanamos lanar um documento (Carta do Rio e seus anexos) que supre grande parte das necessidades atuais a respeito das laringopatias ocupacionais e do cuidado com os cidados usurios de voz profissional como um todo.

    Essa proposta consensual ser divulgada aos profissionais e s autoridades municipais, estaduais e federais, de modo a refletir-se, confiamos, em mudanas das normas tcnicas e das leis e no aperfeioamento da conduta de todos os envolvidos e, mais importante, contribuindo para minimizar a ocorrncia e gravidade das laringopatias ocupacionais. Assim beneficiando a sade e o desempenho do trabalhador brasileiro, nosso Pas poder enfrentar mais energicamente todos os problemas sociais e econmicos que nos afligem.

    Agradecemos a todos os profissionais mdicos, fonoaudilogos, professores de Canto, regentes e cantores, engenheiros de segurana do trabalho, ergonomistas, advogados, administradores pblicos e parlamentares que participaram direta ou indiretamente, de forma constante ou eventual, pblica ou annima, autnoma ou representando disciplinas, rgos e servios pblicos ou privados. Relacionamos a seguir grande parte das pessoas que dedicaram seu tempo e experincia causa do Progresso do Conhecimento, de carter multidisciplinar e multiprofissional, integrado, hierarquizado e coordenado, de modo sincero, transparente e desprovido de razes classistas, corporativistas ou mercadolgicas.

    Coletivamente, souberam tratar tcnica e emocionalmente das questes difceis como sendo fceis (com coragem) e das fceis como sendo difceis (com seriedade). Portanto, contentes e amadurecidos pelo profcuo trabalho conjunto, temos certeza que estamos fazendo a nossa parte em alto e bom som e voz.

    E que saibamos continuar sendo analistas crticos, criativos, objetivos e ousados, revendo e renovando percepes e verdades que acreditamos estar sempre bem ali, a nosso alcance...

    Marcos Sarvat Domingos Tsuji Jos Victor Maniglia Coordenador do Consenso Presidente da ABLV Presidente da ABORL-CCF

    Ren Mendes Arlindo Gomes Jorge Leite Presidente da ANAMT Diretor Cientfico da ANAMT Coordenador da CT de ORL do CREMERJ

    Instituio e endereo para correspondncia: Academia Brasileira de Laringologia e Voz Av. Indianpolis 740 - Moema - So Paulo SP CEP 04062-001

    Tel (11) 5052-9515 e fax (11) 5052-1025 E-mail: [email protected] Portal: www.sborl.org.br

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    Profissionais Relatores (autores)

    1 Mdico especialista em Otorrinolaringologia, Cancerologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo pelas respectivas Sociedades Brasileiras de especialidade da Associao Mdica Brasileira (AMB), Mestre em ORL pela UFRJ, Doutorando em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo pela Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de So Paulo (EPM-UNIFESP), Conselheiro do CRM-RJ e

    responsvel pela Cmara Tcnica de Otorrinolaringologia, Secretrio-geral da SOMERJ, Ex-Presidente da SBLV no binio 1995-97 e Ex-Diretor de Defesa Profissional da ABORL-CCF (1994-2000).

    2 Mdico otorrinolaringologista, chefe do Grupo de Voz do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da USP, Professor Livre-docente em Otorrinolaringologia pela Faculdade de Medicina da USP, Fellowship na rea de Laringologia na Universidade Keio em Tokyo-Japo (1988-1990) e Presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz (2003-2005).

    3 Mdico, especialista em Otorrinolaringologia, Professor Assistente da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Cincias Mdicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCM-UERJ), Vice-Diretor do Departamento Profissional da SORL-RJ e Membro da Cmara Tcnica de Otorrinolaringologia do CRM-RJ.

    4 Mdico, especialista em Otorrinolaringologia e em Cirurgia de Cabea e Pescoo pelas respectivas Sociedades Brasileiras de especialidade da AMB, Professor da Disciplina de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo da Faculdade de Medicina da Universidade Regional de Blumenau, Santa Catarina,

    Mestre em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo pela EPM-UNIFESP e Diretor de Defesa Profissional da SBORL (2000-05).

    5 Mdico, especialista em Otorrinolaringologia e em Cirurgia de Cabea e Pescoo pelas respectivas Sociedades Brasileiras de especialidade - AMB, Professor do Departamento de Cirurgia, Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, Mestre pela PUC-RS,

    Doutorando em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo pela EPM-UNIFESP e Ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Laringologia e Voz no binio 1997-99.

    6 Mdico especialista em Otorrinolaringologia pela AMB/ABORL-CCF, Professor Colaborador da Disciplina de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo e do Programa de Ps-Graduao em Sade Coletiva pela Faculdade de Cincias Mdicas da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Doutor em Sade Coletiva pela UNICAMP, Mestre em Distrbios da Comunicao pela PUC/SP,

    Coordenador do Comit de Doenas Otorrinolaringolgicas Relacionadas com o Trabalho da ABORL-CCF e Membro do Comit Nacional de Rudo e conservao da Audio pela ABORL-CCF.

    7 Mdico otorrinolaringologista e cirurgio de cabea e pescoo, Professor Titular de Otorrinolaringologia da EPM-UNIFESP, Ex-Presidente da ABORL-CCF por dois binios 1992-96, Ex-Presidente da SBLV binio 1991-93, Secretrio Regional da IFOS para Amrica do Sul e Amrica Central, Presidente do Congresso Mundial da Voz de 1999 e presidente do Congresso Mundial de ORL - Brasil 2009.

    8 Mdico especialista em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo, Doutor em Otorrinolaringologia pela FMUSP, Professor adjunto da Faculdade de Cincias Mdicas da Santa Casa de So Paulo, Editor da Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, Coordenador do Programa de Ps-Graduao em Otorrinolaringologia da Santa Casa de So Paulo e Diretor de publicaes da ABORL-CCF.

    9 Mdico otorrinolaringologista do Departamento de ORL do Hospital de Clnicas da UFPR, Mestrado em Desordens da Comunicao pela UTP-PR, Doutor em Cirurgia pela Universidade Federal do PR, Professor- adjunto da UFPR, Chefe do Servio de Endoscopia do Hospital NS Graas, Curitiba PR, Coordenador do CPTD - Centro de Pesquisa e Tratamento da Disfagia,

    Membro da Dysphagia Research Society e mdico do Centro da Voz do Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia.

    10 Mdico especialista em Otorrinolaringologia pela AMB/ABORL-CCF, Mestre e Doutor em ORL pela Faculdade de Cincias Mdicas da Santa Casa de So Paulo - rea de concentrao ORL, Professor Assistente do Departamento de ORL da Santa Casa de So Paulo e Responsvel pelo Setor de Laringologia e Voz.

    11 Mdico especialista em Otorrinolaringologia, Mestre em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo pela UNIFESP - Escola Paulista de Medicina e Membro do Comit de Novas Lideranas da ABORL-CCF.

    12 Mdico especialista em Otorrinolaringologia, Doutor em ORL pela FMUSP e Assistente da Clnica Otorrinolaringolgica do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da USP.

    13 Mdico, especialista em Otorrinolaringologia pela ABORL-CCF, Mestre e Doutor em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo pela EPM-UNIFESP, Professor e Coordenador da Disciplina de Otorrinolaringologia-Cabea e Pescoo da Universidade de Campinas-UNICAMP, Chefe do Departamento de Oftalmo-Otorrinolaringologia da Faculdade de Cincias Mdicas da UNICAMP, Presidente da

    SBLV no binio 1999-2001 e Coordenador de Ensino, Treinamento e Residncia Mdica da ABORL-CCF.

    14 Mdico, especialista em Otorrinolaringologia, Professor da Disciplina de Otorrinolaringologia da Fundao Faculdade Federal de Cincias Mdicas de Porto Alegre (FFFCMPA), Professor do Servio de Residncia em Otorrinolaringologia do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre / FFFCMPA, Doutorando em Otorrinolaringologia da EPM-UNIFESP, Secretrio do Departamento de Defesa

    Profissional da ABORL-CCF, Vice-presidente da Academia Brasileira de Laringologia e Voz (ABLV) e Conselheiro do CRM-RS.

    15 Mdica Otorrinolaringologista pela FMUSP, Mestre e Doutora em Otorrinolaringologia pela UNIFESP - Escola Paulista de Medicina, especialista em Medicina do Trabalho, Membro da Sociedade Alem de Otorrinolaringologia e Cirurgia Crvico-Facial e Coordenadora do Programa de Preveno de Disfonia Ocupacional em Professores da Subdelegacia do Trabalho SDT-1 Norte/SP.

    16 Mdico especialista em Medicina do Trabalho, Presidente da Sociedade Paulista de Medicina do Trabalho (2004-07), Presidente do Departamento de Medicina do Trabalho da Associao Paulista de Medicina, Diretor de Patrimnio da ANAMT (2004-07), Diretor Administrativo do Sindicato dos Mdicos de So Paulo (2001-05)

    e Diretor da ABRAPHISET - Associao Brasileira de Profissionais de Higiene e Segurana do Trabalho.

    17 Mdico especialista em Clnica Mdica e Medicina do Trabalho, Mestre em Sade Coletiva pelo NESC/UFRJ, Mdico do Trabalho da Petrobrs, Ex-presidente da Associao Brasileira de Medicina do Trabalho - ABMT (gesto 2001-2004), Vice-Presidente da ABMT (1993-1999), Vice-Presidente da Regio Sudeste da ANAMT (1995-1998) e Diretor Cientfico da ANAMT (2004-2007).

    18 Mdico especialista em Otorrinolaringologia e Medicina do Trabalho pelas respectivas Sociedades Brasileiras de especialidade da Associao Mdica Brasileira (AMB), Membro da Cmara Tcnica de Otorrinolaringologia do CRM-RJ e delegado RJ do Departamento da Defesa Profissional da ABORL-CCF.

    19 Mdico especialista em Otorrinolaringologia pela ABORL-CCF e AMB, Ex-Presidente da SORL-RJ e Diretor de Defesa Profissional da SORL-RJ.

    20 Mdica especialista em Otorrinolaringologia pela AMB-ABORL-CCF, Mestre em Otorrinolaringologia pela UFRJ-RJ, Mdica do Servio de ORL do Hospital Central do IASERJ,

    Membro da Cmara Tcnica de ORL do CREMERJ e Ps-graduada em Cirurgia de Cabea e Pescoo pela PUC-RJ.

    21 Mdico especialista em Otorrinolaringologia, Membro da cmara tcnica de ORL do CREMERJ, Diretor de cursos da Sociedade de ORL do Estado do RJ, Ex-diretor tesoureiro da Sociedade Brasileira de Laringologia e Voz (binio 1995-97) e Coordenador RJ-ES da Campanha Nacional da Voz.

    22 Mdico especialista em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo, Mestre e Doutor em Medicina pela UNIFESP-EPM e Professor orientador do Curso de Ps-Graduao do Departamento de Otorrinolaringologia da UNIFESP-EPM

    23 Professor adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Mestre em Tcnica Operatria e Cirurgia Experimental e membro do Comit de Laringe e Voz Profissional da ABORL-CCF.

    24 Mdico, especialista em Otorrinolaringologia, Professor auxiliar da Universidade Estadual da Bahia, Ex-secretrio do Departamento de Defesa Profissional da ABORL-CCF por dois binios (1996-2000), Presidente da Sociedade Baiana de Otorrinolaringologia, Ex-membro da Comisso de Titulo de Especialista da ABORL-CCF; Ex-secretario da SBLV binio 2001-03, Secretrio da ABLV, Professor do

    Servio e Residncia Mdica em ORL da Santa Casa de Feira de Santana - BA e Mestrando em Otorrinolaringologia pela Santa Casa de Misericrdia de So Paulo.

    25 Mdico especialista em Medicina do Trabalho, Titulo de Benemrito e Membro da Comisso Tcnico-Cientfica da ABMT, Membro da Cmara Tcnica de Medicina do Trabalho do CREMERJ; organizador e ex-diretor do Servio Mdico da Petrobrs (1959-1982, aposentado), idealizador e responsvel pela implantao do Sistema Suplementar de Previdncia Privada,

    Consultor tcnico de diversas empresas e instituies no campo de Medicina do Trabalho e Seguridade Social.

    26 Mdica especialista em Medicina do Trabalho, referncia em Medicina do Trabalho para pases de lngua portuguesa e espanhola - ALEST- ABPA, Mestre em Educao pela UERJ, Doutoranda em Educao pela UERJ, Diretora Cientifica da ABMT (2004-2006) e Professora Adjunta de Reumatologia da FRASCE-RJ.

    27 Mdica especialista em Medicina do Trabalho, Gerente mdica da Sade Ocupacional da SEMIC, Mdica do Trabalho pela UNIRIO, Mdica Perita do INSS, Chefe da Auditoria do INSS, Membro do Conselho Superior da ABMT, Membro da Cmara Tcnica de Medicina do Trabalho do CREMERJ.

    28 Mdica especialista em Otorrinolaringologia e Medicina do Trabalho, Membro da ABORL-CCF e ABMT, Membro da Diretoria de Defesa Profissional da SORL-RJ, Membro da Cmara Tcnica de Otorrinolaringologia do CREMERJ e Diretora Tcnica da Audioclinica do Rio de Janeiro.

    29 Mdico especialista em Medicina do Trabalho, Mdico coordenador da Prontoclnica Sade Ocupacional, Mdico coordenador do Laboratrio Roche - Rio de Janeiro, Membro da Diretoria da ABESSOMA - Associao Brasileira das Empresas de Sade, Segurana e Meio Ambiente.

    30 Mdico, especialista em Otorrinolaringologia, Professor Adjunto da Disciplina de ORL da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Diretor do Departamento Profissional da Sociedade de Otorrinolaringologia do Estado do Rio de Janeiro (SORL-RJ), Membro da Comisso de tica da ABORL-CCF e Coordenador da Cmara Tcnica de Otorrinolaringologia do CRM-RJ.

    31 Mdico, especialista em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo, Diretor do Ncleo de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo de So Paulo, Chefe do Servio de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo do Hospital So Camilo - So Paulo SP e Ex-presidente da SBLV no binio 2001-03.

    32 Mdico, especialista em Otorrinolaringologia e em Cirurgia de Cabea e Pescoo pelas respectivas Sociedades Brasileiras de especialidade da AMB, Mestre Doutor em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo pela EPM-UNIFESP e Chefe de Clnica de Otorrinolaringologia Peditrica da EPM-UNIFESP.

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    Profissionais Colaboradores (co-autores)

    (Solicitamos compreenso com eventuais omisses ou imprecises)

    1 Reunio (Pr-Consenso) - dias 6 e 7 de abril de 2001 - Auditrio do Centro Empresarial Rio - Rio de Janeiro, RJ.

    e/ou 2 Reunio (2 Consenso) - dias 27 e 28 de junho de 2002 - Auditrio do Centro Empresarial Rio - Rio de Janeiro, RJ.

    e/ou 3 Reunio (cont. do 2 Consenso) - dia 19 de outubro de 2002 - Auditrio do Conservatrio Brasileiro de Msica

    - Rio de Janeiro, RJ (atividade paralela ao 2 Congresso Brasileiro de Canto).

    Mdicos: Alessandro Goldner, Almir Damaso, Agricio Nubiato Crespo, Amaury Jos Cruz Junior, Andr Duprat, Angela Maria O. Ribeiro, ngelo Ferreira Sales, Antonio Edson Alves Sampaio, Antonio Ernesto B. Anglada, Arlindo Gomes, Ariovaldo Armando da Silva, Attila Cesar Mello Pannain, Carlos Abreu Lima, Casimiro Junqueira, Celso Barbosa Montenegro, Daphnis Ferreira Souto, Denise de Abreu Duro, Domingos Hiroshi Tsuji, Elane da C. Carvalho, Elizabeth Mota, rica Ortiz, Evaldo Macedo Filho, Everardo Costa, Fernando Lauro Peixoto Bandeira, Francisco de Assis Mota Borges, Francisco Jos de Paula Lima, Gaspare Bosco, Geraldo Andrade da Costa, Geraldo Druck SantAnna, Gisela Oliveira Dutra Fehlberg, Guido Herbert Heisler, Heitor Conde Ribeiro Dantas, Heloisa Soares de Oliveira, Henrique Olival Costa, Jarbas Cmara Pache de Faria, Jair de Carvalho e Castro, Jorge da Cunha Barbosa Leite, Jos Antonio Brito, Jos Roberto Carvalhaes Fernandes, Jos Wilson Meireles Trindade, Laura De Luca Frana, Leila Codeo de Lemos, Luciana Coelho Sancho, Luc Weckx, Luiz Allan Cantoni, Luiz A. P. Figueiredo, Luiz Henrique Caracciolo Costa, Luiz Ubirajara Sennes, Marcos Antonio Nemetz, Marcos Andr de Sarvat, Marcos Rogrio de Almeida, Margareth Pereira Elias, Maria Aparecida S. Mendes, Maria Luiza Coelho Pinho, Mario Luiz Freitas, Mauro Junqueira de Andrade, Milton Nakao, Mary Elizabeth Pinho, Milton Takeuti, Mylene C. Pinto, Moacir Tabasnik, Nadja Ferreira, Ndio Steffen, Osires Campons do Brasil, Otavio Mocellin Selles, Paulo Augusto de Lima Pontes, Paulo Pinheiro (e Deputado Estadual), Reginaldo R. Fujita, Regina de Moura Quevedo, Roberto Campos Meirelles, Rogrio Dedivitis, Ronaldo Pereira Leal, Rui Imamura, Sergio Albieri, Sheila Torres e Sidney de Oliva Magaldi Ferreira.

    Fonoaudilogos: Adriana Santos Rodrigues de Silva, Adriano Ferreira das Neves, Albilene F de Vasconcelos Pitthan, Alcione Ramos Campeotto, Aline Rodrigues Cabral, Aline Wolf, Amanda Vargas da Palma, Ana Cludia R. Guilherme, Ana Lcia dos Santos, Ana Luzia Vieira, Andra Fernandes de Novais, Angela Albuquerque Garcia, Angela Maria de Castro, Carla Bogossian, Caroline Cabral Atkins, Claudia H. V. A. de Steenhagen, Christiane Ribeiro Anias, Cristiana M. Carvalho, Daniela M.Galli, Deborah Feij Andrade, Deli Navas, Denise Cavalcanti de A Rocha, Diva Esteves, Edneusa dos Santos Kalil, Eliana Midori Hanayana, Elisa Gomes Hermida, Elizabeth dos Santos Almeida Duarte, Elizabeth Ferreira Marques, Eny Le Gass, Fabiana Copelli Zambon, Fabio Coelho Marins, Ftima C. Augusto Menezes, Ftima R M Catramby, Ftima Regina Chaves Narciso Ferreira, Fernanda Cunha Ramiro, Filomena de Souza Pinheiro, Francine Pinto de Azevedo Oliveira, Francisco Pletsch, Iara Bittante de Oliveira, Iracema Dias, Iracema Gomes Digenes, Irandy Garcia Rosa, Irany Gonalves Ferreira, Isabel de Godoys Monteiro, Jaqueline Priston, Joana DArc R. de Oliveira, Juliana de A. Marlin, Laura Nessimian, Lslie Piccolotto Ferreira, Leticia Merlin de Queiroz, Ligia Maria da Silva Marcos, Luciane de Medeiros Mignone, Luiz Fernando de Britto, Luiza de Tavares, Luiza S Brito, Lusiana Faro G. Mol, Luzimar Cristina Dell Castello Freire, Magda Pires Barbosa, Mara Helena Weiss, Marcia Regina Salomo, Margarete Souza de Brito, Margarida Gomes Camacho, Maria Creuza de Arajo, Maria Cristina Jabbur, Maria de Ftima Ribeiro, Maria do Carmo Gargaglione, Maria Eliana Araujo Costa, Maria Ermelinda H. da Silva, Maria Ftima de Moura Miranda, Maria Lecticia Quintais, Maria Luiza de Arajo, Maria Luiza de Freire, Maria Thereza M. C. Rezende, Maria Silvia C. Vianna, Maria Souza de Arajo, Maricel Andrea Luiz Borcena, Marilene M. C. Ferreira, Marlene Tiradentes Bruno, Marta Assumpo de Andrada e Silva, Maryse Malta Muller, Maroli Barreto Carvalho, Mnica Marques, Mnica Pacheco, Monika Tsutsumi, Nadrea Fernandes de Novais, Nise Mary Cardoso, Ondina C. Pinheiro, Patricia Balata, Patricia Braz Rodriguez, Patrcia Gonalves, Patricia Regina Guerra da Silva, Prola Kaminetz, Quzia Soares da Silva, Regina Celia C. Guimares, Rejane Cardoso Costa, Rejane F. B. Queiroz, Roberval Pereira Filho, Rosana Lucia Braga Akiba, Rosane Goldenberg, Rosane Yamasaki, Rosangela S. Garcia Azen, Ruth Bompet de Arajo, Sheila Cruz, Solange Weigond Botelho, Sonia Marcia Braga Monteiro, Soraya Araujo Santos, Susana Surerus, Suzana Dias de S Mendes, Suzane de Oliveira Agrizzi, Tania Corina Cruz Bueno, Tereza Castro Alves, Terezinha Torres, Vanessa Pedrosa Vieira, Vera Lcia A Fernandes, Vera Lcia Neves de Carvalho Leoni, Verena G. Bernini e Zuleide Lira.

    Professores de Canto: Alda Gomes de Arajo, Alza Helena de Magalhes Alves, Diana Goulart, Eliane Maria de O. Sampaio, Fbio Coelho Marins, Felipe Abreu, Glria Calvente, Jaqueline H. T. da Silva, Jorgina (Gina) Martins Pires, Jos Hue, Suzanne Brando e Vera Maria do Canto e Mello. Parlamentar: Deputado Estadual RJ Paulo Pinheiro. Promotor de Justia: Antonio Lopes Monteiro. Advogados: Evaristo Khnen, Antonio Ferreira Couto Filho e Sergio de Oliveira. Outros profissionais: Alessandra V. Cunha, Angelica Cristina Rezzin, Amaryllis Carvalho, Carmelita Alves, Cosme Paschoal, Daniela Alves de Xavier, Irleyse Garcia da Costa, Jorgina Martins Pires, Jos Augusto de Souza, Lourdes Silva dos Santos, Mrcia Menezes, Maria Iracema S. Menezes, Maria Luiz Coelho Pinto Torres, Monique Tsuksumi, Nbia da Silva Costa, Paulo Frichenbruder, Regina Cristina M. R. Oliveira, Reginara da Silveira Franco, Rita de C. Fraga, Samuelle Kelly B. Bed, Silvana F. Franco, Simone Simon e Terezinha Torres.

    4 Reunio (3 Consenso) - dias 13 e 14 de agosto de 2004 - Centro de Convenes do Hotel Glria - Rio de Janeiro, RJ.

    Participantes (mdicos): Aizenaque Grimaldi de Carvalho, Alencar Polimeni Benetti, Alexandre Cury Martins, Alice Dadooman Artus, Ana Maria C. Veloso, Andr Duprat, Andrea de M. Rangel, Andria Migueres Arruda, Angelo Ferreira Sales, Antnio Donizeti Jorge, Antonio Edson Alves Sampaio, Antonio Ramos Maciel, Antonio Rogerio da Silva Julio, Arlindo Gomes, Arturo Frick Carpes, Carlos Augusto D. Limp, Casimiro Villela Junqueira Filho, Cecilia Maria Pereira Lima, Celia Kadow Nogueira, Cludia C. Mendes, Cludio Luiz Bley do Nascimento, Claudio Marcos Morais, Cristina de Sa Pacheco Rocha, Daniela Cecilio Capra Marques de Oliveira, Daphnis Souto, Denise de Abreu Duro, Domingos Hiroshi Tsuji, Doris Mary Zogahib, Eduardo Barbosa de Souza, Eduardo Pereira Bosaipo, Eliane Monteiro Raposo, Elizabete Mota, Elizabeth Maria Binotto Knabben, Evaldo Macedo, Everardo Costa, Ezio Falcucci Lemos, Felipe Barbosa Madeira, Fernanda C. R. P. Rose, Fernando Jorge dos S. Barros, Francisco de Assis M. Borges, Geraldo Druck Sant'Anna, Giordana Gomes Campos, Glria A Chimeli Lopes, Guido Herbert Fernandes Heisler, Gustavo Leal Del Tavares, Gutenberg de Lucena Tavares, Heitor Conde Ribeiro Dantas, Helena de Arajo Melo, Helio Fernando de Abreu, Helosa Soares de Oliveira, Izidoro Antonio Wendler, Jarbas Camara Pache de Faria, Jeferson Sampaio D'Avilla, Joo Aprigio Lorenzoni, Joo Gustavo Corra Reis, Joo Luiz dos Santos Ferreira, Joo Teles Jnior, Johnny Carlos Montero Bravo, Jorge da Cunha Barbosa Leite, Jos Antonio Pinto, Jos Eduardo Pedroso, Julio Heiwichen, Katia Lopes, Laura De Luca Franca, Lizete Terezinha de Souza, Luc Weckx, Luciana Tinoco Vieira Sica, Luiz Alan Cantoni, Luiz Ubirajara Sennes, Luthiana Carpes, Manoel Souza Magalhes, Marco Antnio Fonseca, Marcos Antonio Nemetz, Marcos Andr de Sarvat, Margui Vieira, Maria de Fatima Neves, Maria do Rosrio R. dos Santos, Maria Jos Fernandes Gimenes, Marise P.C. Marques, Martha Vernica C. Barbosa, Moacir Tabasnik, Modesto Rezende Ribeiro, Monica Machado Martins Ferreira Werneck, Nadja de Sousa Ferreira, Nancy Vieira Ferreira, Ndio Steffen, Otavio Mocellin Selles, Patrcia Santoro, Paulo Cesar Alves Carneiro, Paulo de A Tuono, Paulo Perazzo, Paulo Augusto de Lima Pontes, Regina Moura de Quevedo, Reginaldo Reginaldo Fujita, Renato Telles de Sousa, Roberto Calicchio de Campos, Roberto Campos Meirelles, Rommel Cond da Silveira, Ronaldo Pereira Leal, Rui Imamura, Samir Kalaou, Srgio Leichner, Sheila Maria Patricio Braga, Silvia Regina Fernandes Matheus, Simone Pavie Simon, Stella Dalva Pires Domingues, Suzi Vasconcelos, Tania Ward, Virgilio Lopes Fleury, Virgnia Caf, Virto Vieira de Souza, Waldir Torres Costa, Waldney Margalho Soares, Yamele Dela Gracia e Ylmara Siqueira de Castro.

    Instituio e endereo para correspondncia: Academia Brasileira de Laringologia e Voz Av. Indianpolis 740 - Moema - So Paulo SP CEP 04062-001

    Tel (11) 5052-9515 e fax (11) 5052-1025 E-mail: [email protected] Portal: www.sborl.org.br

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    Entidades promotoras Associao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Crvico-Facial - ABORL-CCF

    Comits de Otorrinolaringologia Ocupacional e de Laringe e Voz Profissional Academia Brasileira de Laringologia e Voz - ABLV Associao Nacional de Medicina do Trabalho - ANAMT

    Cmaras Tcnicas de Otorrinolaringologia, Medicina do Trabalho e Percias Mdicas do CREMERJ Sociedade Mdica do Estado do Rio de Janeiro - SOMERJ Sociedade de Otorrinolaringologia do Estado do RJ - SORL-RJ Associao Brasileira de Medicina do Trabalho - ABMT-RJ Instituto Brasileiro dos Mdicos Peritos Judiciais - IBRAMEP

    Sociedade Paulista de Medicina do Trabalho - SPMT

    CCoonncclluusseess ee RReeccoommeennddaaeess -- CCaarrttaa ddoo RRiioo

    As Entidades supracitadas, por seus representantes oficiais no 3 Consenso Nacional sobre Voz Profissional, realizado nos dias 13 e 14 de agosto de 2004 na cidade do Rio de Janeiro, sob o lema Voz e Trabalho: uma questo de sade e direito do trabalhador, considerando

    1. Que as enfermidades relacionadas ao aparelho fonador, decorrentes ou prejudiciais ao trabalho tm importante impacto social, econmico, profissional e pessoal, representando prejuzo estimado superior a duzentos milhes de reais ao ano*, em nosso Pas;

    2. Que o emprego de pequena parte dessa quantia em medidas educativas, preventivas e curativas reduziria esse custo de forma significativa;

    3. A necessidade de interveno multidisciplinar e multiprofissional na preservao da sade vocal da populao, principalmente nos grupos onde o uso da voz tem direta relao com seu desempenho e/ou aptido ao trabalho;

    4. A necessidade de normatizao das condutas mdicas tcnico-cientficas no diagnstico e na teraputica das laringopatias que possam resultar, entre outros sinais e sintomas, em disfonias relacionadas ao trabalho;

    5. A importncia de estimular a formao tcnica e definir as respectivas competncias dos profissionais diretamente atuantes na preveno, diagnstico, tratamento, capacitao e aperfeioamento dos trabalhadores que usam e dependem da voz;

    6. A necessidade dos profissionais legalmente aptos e qualificados assumirem seu papel nas questes trabalhistas e de justia, na condio de peritos e assistentes-tcnicos;

    7. A necessidade de ampliar a equipe multiprofissional que avalia e atende o indivduo que depende da voz para sua atividade ocupacional e verifica seu ambiente e condies de trabalho, de modo a ser composta idealmente por mdicos do trabalho, mdicos otorrinolaringologistas, mdicos peritos, fonoaudilogos, engenheiros de segurana do trabalho, de acstica, tcnicos destas reas, ergonomistas, arquitetos, qumicos, professores de canto e de tcnica vocal, entre outros profissionais, cada um com sua atribuio e competncia profissional, para que se possa proceder a anlises correspondentes, ambientais, arquitetnicas e de todos os demais fatores de risco que forem observados, obtendo-se as devidas confirmaes e/ou aferies junto s normas tcnicas de cada rea e respectivas sugestes de condutas a serem adotadas;

    8. A necessidade de sensibilizar governantes de todos os nveis, legisladores, administradores pblicos e privados, empresrios e os prprios trabalhadores, quanto s conseqncias do no investimento em condies adequadas de trabalho para os profissionais que utilizam a voz profissional, e no que tange, tambm, importncia de exames preventivos, educao, capacitao e aperfeioamento vocal e tratamento precoce de eventuais problemas,

    * Valor (sub)estimado a partir de levantamento que assinala afastamentos, licenas e readaptaes por disfonia na ordem de 2% dos professores ativos. Considerando-se os dados do MEC de que existem perto de 2 milhes de postos pblicos de atuao (funes docentes) em Ensino Fundamental, Mdio e Profissionalizante no Pas, no ano 2000, e supondo-se um salrio mdio mensal de R$ 300,00 (anual de R$ 3.600,00), e que estes professores devem ser substitudos (ou no haveria aula), multiplicando-se por 40.000 (os 2% dos cargos ativos) chega-se a um valor em torno de R$ 150.000.000,00 (cento e cinqenta milhes de reais) de perdas anuais no Brasil por laringopatias ocupacionais, apenas de professores. Se forem includos outros profissionais da voz, de setor pblico e privado, certamente os prejuzos ultrapassam R$ 200.000.000,00 (duzentos milhes de reais) ao ano.

  • 6

    DECIDEM, CONCLUEM E RECOMENDAM:

    1. Estabelecer definio de Voz Profissional como sendo a forma de comunicao oral utilizada por indivduos que dela dependem para sua atividade ocupacional;

    2. Estabelecer definio de disfonia como sendo toda e qualquer dificuldade ou alterao na emisso natural da voz., caracterizando um distrbio que limita a comunicao oral e pode repercutir de forma significativa no uso profissional da voz;

    3. Estabelecer definio de Deficiente Vocal como sendo a pessoa que apresenta incapacidade de desenvolver a funo fonatria na comunicao verbal, em carter permanente e irreversvel;

    4. Estabelecer definio de Laringopatia como representando o quadro de sinais e sintomas (ou sndrome) resultante do conjunto de quaisquer alteraes, disfunes e/ou enfermidades larngeas, do aparelho fonador ou de quaisquer outros sistemas orgnicos que possam repercutir na voz e na fala ou sejam causadas pelo mau uso ou abuso da voz;

    5. Estabelecer definio de Laringopatia Relacionada ao Trabalho como sendo o conjunto de sinais, sintomas, disfunes e enfermidades do aparelho fonador, que possam ter origem no uso inadequado da voz ou outra sobrecarga ao aparelho fonador, em decorrncia da atividade laborativa e/ou ambiente de trabalho, ou refletir em sua funo e nas condies de uso da voz no trabalho, em termos de qualidade, estabilidade e resistncia;

    6. Estabelecer definio de portador de Laringopatia Relacionada ao Trabalho como sendo um trabalhador que, tendo seu diagnstico mdico-ocupacional firmado, necessita ter acesso assistncia mdica e cuidados especiais, recebendo tratamento especfico que vise o retorno ao pleno uso profissional da voz;

    7. No utilizar a expresso disfonia ocupacional e propor sua excluso como doena ocupacional ou decorrente do trabalho, por representar apenas um dos muitos sintomas que podem compor uma sndrome de Laringopatia Relacionada ao Trabalho, devendo como tal ser considerada pelo mdico em sua elaborao diagnstica e definio da conduta teraputica, mdico-ocupacional ou mdico-pericial;

    8. Assinalar que multicausalidade e concausalidade podem ocorrer nas laringopatias em geral, reforando que o ambiente de trabalho e o nexo causal devem ser investigados e que a relao entre doena clnica e doena relacionada ao trabalho depende de avaliao mdica multidisciplinar e multiprofissional;

    9. Propor mudanas conceituais nas relaes de trabalho com os indivduos que utilizam a voz profissional, no sentido de serem submetidos a exames mdicos ocupacionais especficos (admissional, peridico, de retorno ao trabalho, de mudana de funo e demissional) que atendam s necessidades de suas atividades, nas aes educativas e de preveno, na adaptao dos postos de trabalho e atividades de trabalho e para evitar sobrecarga do aparelho fonador;

    10. Considerar que a legislao vigente sobre aptido e inaptido vocal para o trabalho ainda insuficiente e imprecisa, em especial quanto ao setor pblico, confundindo conceitos tais como voz, fala, aparelho fonador e palavra, devendo ser adequada ao nvel atual de conhecimento sobre o tema (Decreto 3.048/99, Quadro n 3 do Anexo III);

    11. Reforar que uma pessoa pode apresentar voz adaptada ao uso habitual, independentemente de qualidades, conceitos ou julgamentos anatmicos ou estticos, e pode estar apta ao uso profissional da voz, podendo, conforme o caso, estar indicada a anlise de riscos, correo do ambiente e das condies de trabalho;

    12. Alertar que o acesso ao atendimento mdico, para a imprescindvel investigao e concluso diagnstica, e, conforme o caso, s demais avaliaes auxiliares e complementares, deve ser garantido a todos os indivduos que usam a voz profissionalmente;

  • 7

    13. Recomendar que seja considerada a periodicidade da realizao dos exames mdico-ocupacionais para os trabalhadores que utilizam a voz profissional, explicitados em anexo, em especial para aqueles que atuam em condies mais adversas;

    14. Apontar a incoerncia do rigor da atual exigncia de normalidade larngea em exames admissionais e o contraste com a conceituao de aptido e exigncias nos demais exames mdicos ocupacionais ao longo da atividade laborativa;

    15. Recomendar que, a critrio mdico, trabalhadores portadores de laringopatias e/ou alteraes vocais leves no sejam considerados, a priori, inaptos ao desempenho de cargos que demandem uso da voz, devendo, quando possvel, serem avaliados em ambiente de trabalho e/ou fora dele quanto a seu desempenho vocal e profissional;

    16. Propor a ampliao dos servios e programas de educao, tratamento, capacitao e aperfeioamento vocal, facilitando o acesso e estimulando a adeso dos indivduos que utilizam voz profissional a estas iniciativas;

    17. Intensificar a busca, o aperfeioamento e a aplicao de recursos em pesquisas que favoream a melhor compreenso das laringopatias relacionadas ao trabalho;

    18. Enviar a presente Carta e os Anexos pertinentes, s entidades pblicas e s representativas de empregadores e de trabalhadores que utilizam voz profissional, para que estejam informados e participem ativamente do levantamento e da soluo dos problemas decorrentes da incapacidade ou afastamento por laringopatias relacionadas ao trabalho;

    19. Solicitar ao Ministrio da Sade a abertura da Lista das Doenas Relacionadas ao Trabalho para, com o apoio das Entidades promotoras do Consenso, incluir item especfico referente s Laringopatias Relacionadas ao Trabalho;

    20. Estreitar contatos e colaborao com os diversos rgos do Poder Executivo, em especial do Ministrio da Sade, do Trabalho e Emprego e da Previdncia e Assistncia Social, responsveis pela sade do trabalhador, no sentido de que as deliberaes deste frum sejam consideradas na elaborao e reformulao de polticas, portarias e normas que favoream uma efetiva reduo da incidncia das laringopatias relacionadas ao trabalho;

    21. Propor em anexo, na forma de Legislao Federal, a criao do Programa Nacional de Sade Vocal, de carter preventivo, curativo e reabilitador;

    22. Considerar como sugestes de condutas mdico-administrativas, diretrizes e recomendaes gerais o contedo dos diversos relatrios anexos, considerados permanentemente sujeitos a serem reformulados ou atualizados pelo conjunto das entidades promotoras.

    Rio de Janeiro, em 14 de agosto de 2004.

    Assinam os representantes de: Entidades promotoras

    Associao Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Crvico-Facial - ABORL-CCF Comits de ORL Ocupacional e de Laringe e Voz Profissional Academia Brasileira de Laringologia e Voz - ABLV

    Associao Nacional de Medicina do Trabalho - ANAMT

    Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro - CREMERJ Cmaras Tcnicas de Otorrinolaringologia, Medicina do Trabalho e Percias Mdicas

    Sociedade Mdica do Estado do Rio de Janeiro - SOMERJ Sociedade de Otorrinolaringologia do Estado do Rio de Janeiro - SORL-RJ

    Associao Brasileira de Medicina do Trabalho - ABMT Instituto Brasileiro dos Mdicos Peritos Judiciais - IBRAMEP

    Sociedade Paulista de Medicina do Trabalho - SPMT

  • 8

    ANEXO 1 Listar atribuies, competncias, recomendaes, limitaes e/ou restries referentes aos

    mdicos e demais profisses envolvidas na avaliao, tratamento, cuidado, treinamento, capacitao e aperfeioamento das pessoas que utilizam a voz profissionalmente

    Definies sucintas:

    O mdico que cuida da voz o especialista em Otorrinolaringologia (ORL), e auxilia os mdicos do trabalho e os mdicos peritos nas questes tcnicas, judiciais e trabalhistas relacionadas ao aparelho fonador, digestrio e respiratrio alto e cervical anterior. O mdico ORL diagnostica e trata das enfermidades, doenas e disfunes das vias aerodigestivas superiores garganta (faringe e laringe), nariz e ouvidos que afetem voz, deglutio, respirao alta, audio e equilbrio; requisita e avalia exames, conclui e define diagnstico e conduta, emite parecer, atesta, indica ou prescreve cuidados, repouso, terapias, medicamentos e a realizao de procedimentos ou cirurgias.

    Ao mdico do trabalho cabe analisar e interpretar os efeitos das condies de trabalho e do ambiente sobre a pessoa do trabalhador, caracterizar a aptido para o trabalho, o nexo causal e a incapacidade laborativa e dar soluo aos problemas de sade/doena dos trabalhadores.

    Ao mdico perito cabe formular laudo pericial mediante designao do juiz nas percias judiciais e nas demandas administrativas do MPAS e MTE.

    (Vide Supremo Tribunal Federal, Representao 1.056-2 DF, julgada em 4/5/83)

    O fonoaudilogo o profissional de nvel universitrio que trabalha com a comunicao humana em vrios aspectos, incluindo orientao preventiva, avaliao, aperfeioamento e terapia reabilitadora da voz e da fala; quando legalmente habilitado, obtm o ttulo de especialista em voz no campo da Fonoaudiologia. (Vide Lei 6965/81).

    O professor de Canto ou instrutor de tcnica vocal o profissional que orienta e desenvolve a voz cantada, nos seus aspectos artsticos e tcnicos. Ajuda pessoas de todas as idades a desenvolverem de forma mais rpida e segura o seu potencial de voz, seja de forma individual ou coletiva (Canto Coral), no canto popular ou lrico, buscando adequar o cantor s particularidades e exigncias de cada gnero ou estilo musical.

    O instrutor ou professor de Dico e Oratria o profissional que orienta e desenvolve a fala em pblico, empregando mtodos de aperfeioamento da comunicao visando o desenvolvimento da flexibilidade da expresso corporal e vocal e a superao da inibio para aumentar a eficcia da apresentao oral, a percepo e a adaptao s caractersticas dos ouvintes, as tcnicas de organizao do pensamento, contedo e seqncia de exposio.

    O engenheiro de segurana o profissional que estuda e avalia as condies de salubridade e segurana dos ambientes de trabalho, para evitar e controlar as condies de risco nele existentes, que interfiram no uso da voz e na integridade do aparelho fonador, propondo as medidas de condicionamento ambiental indicadas para o controle de agentes fsicos, qumicos ou biolgicos evidenciados.

    O ergonomista o profissional que investiga e avalia as demandas da execuo do trabalho, definindo as modificaes necessrias para assegurar a tima interao entre este trabalho, o produto ou ambiente e as capacidades humanas e suas limitaes.

    Obs: O Consenso se manifesta explicitamente contrrio ao termo "disfonia ocupacional" e a sua incluso na Lista de Doenas relacionadas ao Trabalho, pois a disfonia representa um mero sintoma de uma enfermidade - genericamente entendida como "laringopatia". Nesse sentido, fonoaudilogos podem perceber, assinalar, avaliar e descrever uma disfonia (frisamos, por ser um sintoma), e realizam a fonoterapia (no caso, terapia vocal), mas somente um mdico investiga e diagnostica a causa desse sintoma - a doena (no caso, uma laringopatia) e indica ou prescreve a teraputica.

    Atribuies, competncias, limitaes e restries

    Do Mdico ORL (engloba as do mdico em geral)

    Atribuies e competncias:

    1. Assistir o trabalhador realizando criteriosamente os atos mdicos, em especial a anamnese mdica, contemplando histria patolgica pregressa e histria ocupacional. Elaborar o pronturio mdico;

  • 9

    2. Indicar, solicitar, realizar e avaliar provas, exames e procedimentos complementares, como por exemplo laboratoriais, de imagem, laringoscpicos e endoscpicos, em especial os mais invasivos e que exigem anestesia tpica, uso de contrastes, ou aqueles que incluem aparelhagem, instrumentos e procedimentos, como os de avaliao de fossas nasais, cavidade oral, faringe, laringe e deglutio;

    3. Firmar diagnstico nosolgico e etiolgico ou estabelecer hiptese diagnstica incluindo os elementos para sua caracterizao, seja por meio de procedimento clnico, cirrgico, antomo-patolgico, orgnico e/ou funcional;

    4. Coordenar as equipes clnicas multiprofissionais de preveno e diagnstico; 5. Participar nos trabalhos das equipes multiprofissionais que nas empresas cuidam da promoo da

    segurana e da proteo da sade dos trabalhadores. Projetar e assessorar o programa de conservao da sade vocal, preveno e tratamento das laringopatias relacionadas ao trabalho;

    6. Realizar percia mdica otorrinolaringolgica; 7. Solicitar avaliao e parecer a outros profissionais; 8. Planejar e determinar conduta teraputica, seus mtodos e seqncia, incluindo incio e trmino, e

    avaliar seus resultados; indicar e encaminhar, quando necessrio, para terapias complementares, acompanhando a evoluo e reavaliando ao seu trmino;

    9. Definir, sugerir e justificar e/ou atestar a necessidade de afastamento, repouso, cuidados, restries e/ou uso de medicamentos, indicar e realizar procedimentos teraputicos invasivos tais como infiltraes e incluses de drogas e materiais absorvveis ou permanentes, prteses fonatrias ou cirurgias;

    10. Indicar, definir, orientar e/ou realizar tratamentos clnicos, medicamentosos, procedimentos invasivos, endoscpicos e cirrgicos de todas as enfermidades, doenas, sndromes, alteraes, anormalidades e disfunes de quaisquer sistemas e rgos, e em especial os envolvidos com voz, fala e deglutio;

    11. Emitir atestados, pareceres e relatrios gerais ou especializados e laudos quando designados como peritos;

    12. Estar disponvel s solicitaes e ao relacionamento com os demais profissionais envolvidos no cuidado e treinamento da voz do paciente, como fonoaudilogos e professores de canto, para dirimir dvidas, prestar esclarecimentos e atender demandas especficas;

    13. Na realizao de exame laringoscpico (por ex., videolaringoscopia), deve ser permitida, conforme o caso e havendo desejo e concordncia por parte do paciente, a presena dos envolvidos no cuidado e treinamento da sua voz (fonoaudilogos e professores de canto}, ou de um ou mais acompanhantes designados, desde que haja compromisso com o sigilo profissional;

    14. Quando solicitado pelo paciente, deve o mdico por sua disposio tudo o que se refira ao seu atendimento, em especial cpias dos relatrios e exames realizados e do pronturio, devendo o paciente arcar com o nus do cumprimento de tal tarefa adicional;

    15. Promover junto empresa, desde que disponha de embasamento tcnico e necessrio entendimento prvio, a emisso da CAT - Comunicao de Acidente do Trabalho, sempre que houver acidente ou doena decorrente do exerccio do trabalho.

    Recomendaes, limitaes e/ou restries:

    1. restrita ao mdico especialista em Medicina do Trabalho, no desempenho de sua atividade para o empregador, a definio da aptido ou inaptido do trabalhador para o exerccio da ocupao para a qual foi indicado.

    2. Dever intervir em situaes no-emergenciais, clnicas ou cirrgicas, somente quando se sinta capacitado tcnica e profissionalmente para atuar, exceto nos casos emergenciais;

    3. Deve respeitar, nos limites das leis que regulamentam as respectivas profisses, as prerrogativas de profisses complementares envolvidas na reabilitao do paciente, considerando seus pareceres na realizao de determinados procedimentos (exames, mtodos e tcnicas de terapia), ao elaborar o diagnstico e ao atestar alta, aptido ou incapacidade para o trabalho e a existncia ou persistncia de limitaes, seqelas ou disfunes;

    4. No realizar terapia da voz, a no ser que esteja habilitado ou treinado neste campo; 5. No indicar terapia por profissionais no habilitados no manejo dos problemas de comunicao; 6. No instruir sobre tcnicas de Canto, a no ser que tenha experincia para tal e/ou em casos de leses

    potencialmente relacionadas ou agravadas por tais mtodos; 7. No opinar sobre as perspectivas profissionais ou artsticas, seja de um cantor, ator, locutor ou qualquer

    profissional da voz, a no ser que tenha treino e experincia para tal e/ou em caso de deficincias ou limitaes mais severas e leses ou enfermidades potencialmente relacionadas ou agravadas por sua atividade;

  • 10

    8. No declarar, em especial a um profissional artstico da voz, que ele no ter, no futuro, condies de manter sua carreira em decorrncia de alteraes vocais, a no ser que tenha treino e experincia para tal e/ou em caso de doenas graves ou de mau prognstico que afetem ou impeam futuramente sua fonao, quando ento o paciente dever ser informado.

    Do Mdico do Trabalho: (gerais e/ou mais especficas)

    Atribuies e competncias:

    1. A caracterizao e a classificao da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE), far-se-o atravs de percia a cargo de Mdico do Trabalho ou Engenheiro de Segurana do Trabalho, registrado no MTE (Artigo n 195 da Consolidao das Leis do Trabalho - CLT);

    2. Para efeito de concesso da aposentadoria especial o laudo tcnico de condies ambientais de trabalho deve ser expedido por Mdico do Trabalho ou Engenheiro de Segurana do Trabalho ( 2 do artigo 68 do Decreto n 3.048, que aprova o Regulamento da Previdncia Social);

    3. Planejar e implantar na empresa o programa de controle de sade vocal para os trabalhadores que usem a voz como instrumento de trabalho;

    4. Emitir, todas as vezes que for necessrio, a Comunicao de Acidente de Trabalho (CAT), anexando documentao mdica detalhada com os exames j realizados e pareceres especializados emitidos e a descrio da ocupao do paciente;

    5. Vistoriar periodicamente e estudar detalhadamente os locais de trabalho, analisando sob que condies as pessoas exercem nos mesmos a sua atividade;

    6. Promover ou realizar a avaliao fsica e mental dos trabalhadores, como parte integrante dos exames mdicos ocupacionais estabelecidos no Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional - PCMSO - com ateno especial para os sinais e sintomas relacionados ou que tenham influncia no desempenho de seu trabalho;

    7. Elaborar a histria clnica e ocupacional de maneira bem conduzida e detalhada, de forma a favorecer o diagnstico de doena profissional ou do trabalho e a investigao de nexo causal;

    8. Definir e declarar a aptido ou inaptido para o trabalho; 9. Estabelecer ou afastar ou atestar o nexo de doena do trabalho; investigar cuidadosamente aquelas

    doenas apresentadas como relacionadas ou agravadas pelo trabalho e as circunstncias de sua presena; 10. Realizar exames admissionais, demissionais e peridicos de rotina e outros de acordo com a

    programao aprovada pela empresa. Elaborar a estrutura do pronturio, atentando para que todos os documentos sejam objetivos, sem abreviaturas ou siglas, tornando fcil a sua leitura e compreenso;

    11. Solicitar, somente quando necessrios ou indicados compulsoriamente, exames mdicos complementares, tais como laboratoriais, por imagem, laringoscpicos e/ou endoscpicos;

    12. Realizar atendimento mdico clnico imediato no local de trabalho e encaminhar os de carter continuo e especializado ao sistema de assistncia mdica da empresa ou ao SUS, conforme o caso;

    13. Solicitar relatrios e pareceres nas questes que envolvam aspectos otorrinolaringolgicos como voz, fala, audio, linguagem e deglutio ao mdico otorrinolaringologista, ambos considerando a solicitao de avaliaes complementares por outros profissionais;

    14. Promover pesquisas e estudos epidemiolgicos para firmar diagnsticos nosolgicos e etiolgicos devido ao uso da voz como instrumento de trabalho;

    15. Integrar e participar do trabalho da equipe multidisciplinar e/ou multiprofissional que na empresa cuida dos problemas de sade e segurana do trabalho; coordenar, planejar e administrar a poltica de sade e coordenar as aes de preveno e diagnstico de doenas e os programas de assistncia mdica;

    16. Estudar as condies de trabalho e avaliar os resultados das pesquisas ambientais em especial aqueles agentes fsicos, qumicos ou biolgicos com potencial de risco para a voz e a sade do trabalhador;

    17. Emitir atestados, pareceres, relatrios e laudos mdicos. Estabelecer, aps investigao minuciosa, o nexo causal entre a atividade laborativa e a doena apresentada pelo trabalhador;

    18. Dar conhecimento ao empregador, trabalhadores e a CIPA (Comisso Interna de Preveno de Acidentes) sobre condies do trabalho e do ambiente com potencial de risco para a sade do trabalhador, sugerindo as medidas e as aes mdicas cabveis para seu controle;

    19. Quando requerido pelo trabalhador, deve o mdico pr a sua disposio o seu pronturio mdico; 20. Atuar junto empresa para controlar ou atenuar a nocividade dos processos de produo e organizao

    do trabalho, sempre que haja risco de agresso sade;

  • 11

    21. Notificar, formalmente, o rgo pblico competente, quando houver suspeita ou comprovao de transtornos da sade atribuveis ao trabalho, bem como recomendar ao empregador a adoo de medidas imediatas para sanar a situao, independente da necessidade de afastar o empregado do trabalho;

    22. Promover o acesso ao trabalho de portadores de afeces e deficincias, desde que esse no as agrave ou ponha em risco sua sade e vida e as de seus colegas de trabalho.

    Recomendaes, limitaes e/ou restries:

    1. Deve-se proceder a avaliao prvia e relatrio otorrinolaringolgico antes de ser solicitada ou considerada avaliao ou terapia fonoaudiolgica, a no ser orientaes preventivas ou noes de higiene vocal, no caso de pacientes sem queixa vocal;

    2. Se entender necessrio incluir parecer fonoaudiolgico, dever consider-lo parte integrante e complementar de avaliao, exames, relatrios e/ou pareceres emitidos por mdico atuante no campo da Otorrinolaringologia;

    3. No deve realizar terapia da voz, ou indicar tratamentos por profissional no habilitado em problemas de voz;

    4. No opinar sobre as perspectivas profissionais ou artsticas, seja de um cantor, ator, locutor ou qualquer profissional da voz, a no ser que tenha treino e experincia para tal e/ou em caso de deficincias ou limitaes mais severas e leses ou enfermidades potencialmente relacionadas ou agravadas por sua atividade;

    5. No declarar, em especial a um profissional artstico da voz, que ele no ter, no futuro, condies de manter sua carreira em decorrncia de alteraes vocais, a no ser que tenha treino e experincia para tal e/ou em caso de doenas graves ou de mau prognstico que afetem ou impeam futuramente sua fonao, quando ento dever informar o paciente.

    Do Mdico-perito: (gerais e/ou mais especficas)

    Atribuies e competncias:

    1. Elaborar laudo mdico-pericial com base na realizao de vistoria dos locais de trabalho, histria clinica, exame fsico, parecer otorrinolaringolgico ou de outras especialidades mdicas ou profisses, alm de exames complementares a seu critrio;

    2. Quando no for especialista em Otorrinolaringologia, solicitar parecer otorrinolaringolgico ao especialista de sua confiana ou declinar da misso mdico-pericial;

    3. Solicitar, quando otorrinolaringologista, conforme seu critrio, os exames complementares especializados otorrinolaringolgicos e parecer fonoaudiolgico quando os julgar necessrios para concluir seu laudo mdico-pericial;

    4. Quando no for especialista em Otorrinolaringologia, deixar a critrio do mesmo a solicitao de exames especializados otorrinolaringolgicos e parecer fonoaudiolgico, devendo, entretanto, solicitar do mesmo todo e qualquer esclarecimento que julgue pertinente para que possa elaborar, o mais claramente possvel, o seu laudo mdico pericial;

    5. Fornecer ao mdico otorrinolaringologista, quando solicitado e legalmente autorizado, as informaes de relevncia mdica que estejam ou no apensadas aos autos.

    Na Previdncia Social

    Atribuies e Competncias:

    1. Avaliar a capacidade de trabalho do segurado profissional da voz, por meio do exame clnico, analisando documentos, provas, relatrios e laudos referentes ao caso. recomendvel que seja realizada ou assessorada por otorrinolaringologista;

    2. Subsidiar tecnicamente a deciso para a concesso de benefcios; 3. Comunicar, por escrito, o resultado do exame mdico-pericial ao segurado com a devida identificao do

    mdico perito (CRM, nome e matrcula); 4. Orientar o segurado para avaliao mdica otorrinolaringolgica ou geral e tratamento, quando

    eventualmente no o estiver fazendo, e cobrar que seja tratado e reabilitado, quando necessrio; 5. Se houver dvida sobre os dados cadastrados e as condies apontadas, o mdico perito pode realiazar ou

    solicitar uma vistoria no local de trabalho.

  • 12

    Na Justia Trabalhista e Cvel

    Atribuies e Competncias:

    1. Perito mdico-judicial aquele designado pela autoridade judicial assistindo-a para esclarecer dvidas em assuntos especficos e naquilo que a lei determina (Art. 145 do Cdigo do Processo civil). Os juzes pressupem que os peritos tenham e demonstrem iseno e conhecimento tcnico sobre o assunto a ser periciado. O perito, por dever de ofcio, deve ser sempre neutro, previdente e competente, seu nico objetivo auxiliar tecnicamente o julgador com seu conhecimento, e somente ao juiz cabe o julgamento do caso;

    2. Atuar como mdico assistente tcnico, assistindo as partes em litgio; 3. Atentar que em aes judiciais o pronturio mdico, exames complementares ou outros documentos

    podero ser liberados por autorizao expressa do assistido; 4. Cabe ao perito examinar objetivamente o problema de voz alegado pelo trabalhador, solicitando, se

    necessrio, exames complementares ou se for o caso a assistncia de um otorrinolaringologista. 5. O perito mdico judicial e os assistentes tcnicos, ao vistoriarem o local de trabalho, devem fazer-se

    acompanhar se possvel pelo prprio trabalhador que est sendo objeto da percia e por um representante da empresa, para melhor conhecimento do ambiente de trabalho e das caractersticas da funo;

    6. Estabelecer o nexo causal considerando todos os fatores intervenientes no litgio; 7. Fornecer cpia de todos os documentos disponveis para que os assistentes tcnicos elaborem os seus

    pareceres. Caso o mdico perito judicial necessite vistoriar a empresa (locais de trabalho e documentos sobre sua guarda), ele dever informar oficialmente o fato, com antecedncia aos assistentes tcnicos das partes (ano, dia e hora da percia);

    Recomendaes, limitaes e/ou restries:

    1. No solicitar avaliao fonoaudiolgica sem prvio relatrio otorrinolaringolgico, que dever ser sempre solicitado quando o perito no for otorrinolaringologista;

    2. No solicitar ou aceitar pareceres ou intervenes de quaisquer profissionais sem prvio exame pelo mdico otorrinolaringologista, se no for especialista nesse campo;

    3. Deve considerar as avaliaes fonoaudiolgicas, quando necessrias, como parte integrante e complementar dos exames e relatrios elaborados por mdicos atuantes no campo da Otorrinolaringologia;

    4. Deve desconsiderar todo e qualquer exame complementar no solicitado por mdico, ou quando no realizado por mdico, estiver sem a assinatura do mdico responsvel com o seu respectivo registro no CRM;

    5. O mdico da empresa, o mdico responsvel pelo PCMSO e o mdico que participa como prestador de servio no PCMSO da empresa, no podem ser peritos judiciais, securitrios e previdencirios nos casos que envolvam a firma contratante ou seus assistidos (presentes e passados).

    6. No opinar sobre as perspectivas profissionais de qualquer profissional da voz, a no ser que tenha treino e experincia para tal e/ou em caso de deficincias ou limitaes mais severas e leses ou enfermidades potencialmente relacionadas ou agravadas por sua atividade;

    7. No declarar, em especial a um profissional artstico da voz, que ele no ter, no futuro, condies de manter sua carreira em decorrncia de alteraes vocais, a no ser que tenha treino e experincia para tal e/ou em caso de doenas graves ou de mau prognstico que afetem ou impeam futuramente sua fonao, quando ento dever informar o paciente.

  • 13

    Doenas Ocupacionais atribuies mdicas O que cada campo de atividade analisa, investiga, define, determina e/ou informa

    Na Clnica (mdico ORL, por ex.)

    No Trabalho (mdico do Trabalho)

    Na Previdncia (mdico perito)

    O otorrinolaringologista atua em servio assistencial ou consultrio. Este profissional no pode, por lei, avaliar os postos de trabalho. Vale-se da informao unilateral prestada pelo paciente. Recebe pareceres, solicita exames e emite relatrios.

    o profissional mdico que atua dentro da empresa. Ele tem acesso ao local e ao processo de trabalho, mas no especialista e conhece pouco da clnica especfica do caso. Solicita exames, avaliaes e pareceres.

    Um mdico qualificado como Perito tem acesso Clnica e ao local de trabalho, mas conhece pouco de uma e de outro. Vale-se de informaes escritas e assinadas que recebe (CAT e relatrios, por ex.) para emitir seu laudo pericial.

    Diagnstico O Clnico (por ex., mdico ORL) faz diagnstico nosolgico, topogrfico e, se possvel, etiolgico. Neste ltimo, limita-se ao "sugestivo de" ou "compatvel com". Jamais deve apontar ou determinar uma possvel causa ocupacional, ou seja, no caracteriza o Nexo Causal, pois no tem acesso causa, tem s a informao dada pelo paciente, cuja veracidade no pode nem tem como comprovar.

    Nexo Causal

    O profissional conhece as causas e recebe a informao clnica os efeitos e est apto a estabelecer Nexo Causal. Com isso, pode solicitar abertura de CAT, troca de funo, afastamento prolongado ou definitivo, readaptao, etc.

    Nexo Tcnico

    O mdico Perito, caracterizado o nexo causal, estabelece o nexo entre a doena e o trabalho habitual de um determinado trabalhador, naquele cargo e empresa especficos.

    Grau de Risco Em face do diagnstico, o Clnico aponta os indicativos de risco para aquele paciente exercer aquelas funes que ele declarou exercer. O Clnico (por ex., mdico ORL) no est habilitado e afirmar se o trabalhador est apto ou inapto, capacitado ou incapacitado a exercer aquelas funes que declarou, pois nada pode comprovar. Assinala o tipo e caractersticas especficas da enfermidade diagnosticada, e pode, por ex., prever "alto risco" ou "baixo risco" para o uso profissional da voz.

    Incapacitao (temporria ou permanente)

    Conhecedor do diagnstico, do pro- cesso de trabalho e do grau de risco, o mdico do trabalho torna-se capaz de estabelecer a incapacidade para o trabalho, seja no admissional, no peridico, ou no demissional. Pode at discordar do Clnico e assumir o risco. sua prerrogativa e responde pela deciso: ele o responsvel pela sade do trabalhador dentro da empresa.

    Nessa situao o mdico perito da Previdncia nada tem a fazer. assunto interno da empresa, pelo menos at o 15 dia de afastamento.

    Afastamento Temporrio O Clnico (por ex., mdico ORL) deve atestar afastamentos temporrios, de at 15 dias. Alm desse perodo, ir depender do Perito da Previdncia. Deve ento atestar com os esclarecimentos necessrios, de modo a que o Perito possa receber, considerar e acolher (ou no) as suas razes.

    Aguardar Alta O profissional deve aguardar a alta clnica, pois ele no responsvel pelo tratamento. A seguir, ele vai decidir sobre as condies de capacitao do trabalhador voltar ou no a exercer as mesmas funes, definindo se h ou no incapacidade.

    Auxlio Doena

    A partir do 16 dia, o trabalhador afastado passa a receber da Previdncia o AUXLIO DOENA, por autorizao do Mdico Perito, podendo aguardar a alta clnica ou antecipar-se a ela, aps exame pericial.

    Afastamento Definitivo Pelas implicaes que sero geradas, o atestado deve conter informaes bem claras e documentadas sobre o estado clnico do paciente. O mdico ORL deve considerar que desconhece as condies especficas de trabalho, pois recebe informao somente do paciente.

    Readaptao Por recomendao do profissional Mdico do Trabalho da empresa, o trabalhador pode ser remanejado de funo, dentro da empresa, independentemente de passar ou no pela Percia do INSS, podendo ser readaptado dentro da empresa ou remetido Previdncia Social.

    Reabilitao Profissional

    A Previdncia mantm grupos de trabalho especializados em reabilitar trabalhadores com seqelas permanentes e incapacitantes para suas funes habituais. O objetivo devolv-lo prontamente ao mercado de trabalho, ainda que em outra funo.

    Seqelas

    O Clnico (por ex., mdico ORL) indica a ocorrncia de seqelas definitivas, deve descrev-las detalhadamente, para instruir o Mdico do Trabalho na empresa ou o Mdico Perito, na Previdncia.

    Estabilidade / Encaminha para Aposentadoria

    Se a causa da enfermidade for de origem ocupacional, o trabalhador portador de seqelas permanentes e incapacitantes faz jus estabilidade no emprego, que pode variar de 12 meses a definitiva, at se aposentar. O profissional Mdico do Trabalho da empresa deve comunicar sua constatao ao Setor de Recursos Humanos da empresa.

    Auxlio Acidente / Aposentadoria

    O trabalhador portador de seqelas permanentes e incapacitantes faz jus ao Auxlio Acidente, cujo pagamento autorizado aps exame pericial e ser pago ao trabalhador, independente de seu salrio, at a aposentadoria, que ser integral, por ser acidentria (ocupacional).

  • 14

    - - ANEXO 2

    Principais necessidades dos profissionais da voz - diferenciando voz cantada e falada

    A voz o resultado da combinao de fatores biolgicos, psicolgicos e sociais, entendendo o social como a insero de cada pessoa no meio em que vive e convive.

    Os parmetros mais comuns para a anlise das diferenas da voz falada e cantada so respirao, ressonncia e projeo de voz, qualidade vocal, articulao dos sons da fala, pausas e postura.

    Neste momento estamos preocupados com um profissional diferenciado, ou seja, aquele que ao produzir sua voz profissional, tem nela seu instrumento bsico de trabalho.

    Esses profissionais esto distribudos em vrias categorias:

    1. Profissionais da arte: cantores (erudito, popular, coral, religioso e teatro musical) e atores (teatro, circo, televiso e dubladores), entre outros;

    2. Profissionais da comunicao: locutores e reprteres (televiso e rdio) e telefonistas, entre outros; 3. Profissionais da educao: professores de diferentes reas e graus; 4. Profissionais de atendimento (marketing): operadores, vendedores, leiloeiros, camels, entre outros; 5. Profissionais de setores da indstria e comrcio: diretores, gerentes, encarregados de seo,

    supervisores, entre outros; 6. Profissionais de mercados financeiros (ou bursteis): operadores de prego a viva voz; 7. Outros usurios da voz: profissionais liberais, religiosos, oradores, etc.

    Os problemas da voz ligados a tais profissionais so relativamente comuns em todas essas categorias. No entanto, apesar da ocorrncia destas desordens vocais, no existem estudos que avaliem que tipo de problema prevalece, quais alteraes de comportamento e/ou de estrutura do aparelho fonador so responsveis por essas alteraes, e tambm qual seja a efetividade dos programas de tratamentos existentes para esses profissionais.

    Um ponto importante neste aparente impasse diferenciar quais sejam as necessidades profissionais das vozes falada e cantada, quais as diferenas no uso, na qualidade, na extenso dos problemas e quais as diferenas que cada uso da voz exige para a abordagem de tratamento.

    As necessidades que caracterizam as vozes faladas e cantadas servem para definir a categoria e so teis para melhor compreend-las, porm do ponto de vista profissional, dentro de uma mesma categoria as necessidades podem divergir de forma acentuada.

    Protocolo de Caracterizao do profissional da voz

    Na relao entre os atributos vocais em sentido amplo e atividade profissional necessrio levar em considerao os parmetros Demanda, Requinte, Repercusso e Limitao.

    Demanda A demanda tem relao com o adequado emprego da voz e com as condies do ambiente e da organizao do trabalho onde a voz utilizada.

    O emprego da voz deve ser caracterizado pelo tempo e intensidade de uso vocal no desempenho da atividade profissional. As condies do ambiente de trabalho devem ser caracterizadas pela situao de salubridade ambiental, meios de apoio comunicao verbal disponibilizados e grau de solicitao proveniente da organizao dos processos de trabalho.

    Requinte O requinte se refere s necessidades de habilitao vocal e de controle sobre a voz necessrias para desempenhar a atividade profissional.

    Repercusso Representa o papel da voz no sucesso e qualidade do desempenho profissional, determinando o diferencial profissional do trabalhador. Significa o grau de impacto que a voz (ou sua alterao) poderia trazer ao resultado da atividade profissional.

    Limitao Refere-se relao entre a alterao da voz (ou da funo do sistema fonatrio) e as exigncias do seu uso profissional. Representa diversos graus entre a eufonia (uso da voz em sua plenitude) e a deficincia vocal (total incapacidade para o uso profissional da voz). Assim, uma limitao pode ser impeditiva para a arte (por ex., canto erudito) e ser compatvel com outra

  • 15

    atividade (por ex., locuo ou magistrio); sendo que a recproca tambm verdadeira, e em cada caso o mdico perito dever dispor de todas as informaes colhidas e relatadas pelo mdico especialista quanto a estes parmetros.

    O Consenso sugere que se busque uma forma mais objetiva de categorizar os profissionais da voz. Como exemplo de tentativa de evoluir nesse sentido, pode-se cogitar de uma frmula como a seguinte:

    Elite .................... pontuao total entre 75 e 100.... (por ex. cantor lrico?) Superior .............. pontuao total entre 50 e 74...... (por ex. cantor popular, ator e locutor?) Mdio ................. pontuao total entre 25 e 49....... (por ex. professor e operador de tele-atendimento?) Bsico ................. pontuao total entre 0 e 24......... (por ex. secretrias, profissionais liberais?)

    Parmetro Valor a ser estimado

    a cada atividade ou caso especfico

    (pontuar de 0 a 10)

    Peso

    Nota final

    Demanda Por ex., x 1 = Requinte Por ex., x 2 = + Repercusso Por ex., x 3 = + Limitao Por ex, x 4 = +

    Pontuao Total = =

    Caractersticas da VOZ FALADA

    1. Respirao a. natural; b. O ciclo completo de respirao varia de acordo com a emoo e o comprimento das frases e velocidade

    de fala; c. Inspirao relativamente lenta e nasal nas pausas longas, sendo mais rpida e bucal durante a fala; d. Pequena movimentao pulmonar e da expanso da caixa torcica; e. Coordenao pneumofonoarticulatria.

    2. Fonao a. As PV fazem ciclos vibratrios com o quociente de abertura levemente maior que o de fechamento. b. Produo de uma srie regular de harmnicos. c. Atrito das PV bastante aumentado durante emisses com nfase. d. Discreta movimentao da laringe no pescoo. e. Curta extenso de freqncias em uso habitual.

    3. Ressonncia e projeo de voz a. Ressonncia equilibrada em condies naturais do trato vocal, sem uso particular de alguma cavidade,

    sem a necessidade de grande projeo da voz na conversao. b. Intensidade habitual ao redor de 64dB para conversao, com uma faixa de variao de cerca de 10dB. c. Quando necessria maior projeo vocal geralmente usam-se inspiraes mais profundas, com maior

    abertura de boca, sons mais agudos e mais longos.

    4. Qualidade vocal a. Pode ser neutra ou com pequenos desvios que identificam o falante. b. Extremamente sensvel ao interlocutor, natureza do discurso ou a aspectos emocionais da situao.

    5. Articulao dos sons da fala a. O objetivo da voz falada a transmisso da mensagem, com articulao precisa mantendo a identidade

    dos sons. b. Vogais e consoantes com durao definida pela lngua que se fala. c. O padro de articulao sofre grande influncia dos aspectos emocionais do falante e do discurso. d. Fala espontnea e articulada.

    6. Pausas a. As pausas so individuais do falante, podendo ocorrer por hesitao, por valor enftico ou, ainda, refletir

    interrupes naturais do discurso. b. So normais e aceitveis, podendo ser silenciosas ou preenchidas por sons prolongados.

    7. Velocidade e ritmo a. So pessoais e dependem da caracterstica da lngua falada, personalidade e profisso do falante, objetivo

    emocional do discurso e fatores de controle neurolgico.

  • 16

    b. Geralmente ocorrem variaes independentes da conscincia do falante, mas podem ser reguladas de acordo com o objetivo emocional da emisso.

    c. Levemente entoada.

    8. Postura a. varivel, com mudanas constantes. b. As mudanas habituais na postura corporal no interferem de modo significativo na produo da voz

    coloquial. c. A linguagem corporal acompanha a comunicao verbal e a inteno do discurso. d. Por vezes com agregados ruidosos como grito, sussurro e assovio.

    EXIGNCIAS e NECESSIDADES do paciente-usurio de Voz FALADA profissional

    1. Ter conhecimentos da fisiologia (mecanismos e funes) da voz e cuidados com o aparelho fonador. 2. Conscientizao profissional. 3. Evitar abuso e mau uso vocal no trabalho e principalmente nas atividades extraprofissionais. 4. Atendimento mdico e fonoaudiolgico diferenciados considerando a voz como instrumento de

    trabalho. 5. Evitar condies adversas: ambiente refrigerado, poeira, caro, mofo, acstica inadequada, competio

    sonora, presses psicolgicas, falta de hidratao adequada, alternncia de voz falada e cantada, mau uso e abuso vocal fora do uso de voz profissional, cantar ou falar fora de seu registro vocal, dinmica corporal inadequada, hbitos alimentares inadequados, consumo de tabaco, lcool e drogas, automedicao e problemas de sade geral.

    6. Referente a profissionais de tele-atendimento (marketing) e da indstria e comrcio: tempo de uso da voz definida de acordo com a profisso, hidratao, acstica e nveis adequados de presso sonora (som ambiental), condies apropriadas do ar (temperatura, umidade, movimentao e direcionamento, presena de poeiras, fumos, nvoas, etc.), condies ergonmicas do ambiente e do trabalho.

    7. Avaliao admissional e demissional - mdica: clnica, otorrinolaringolgica e outras especialidades, conforme o caso, a critrio do mdico

    do trabalho responsvel, visando determinao das condies de sade (em especial do aparelho fonador), diagnstico da existncia de enfermidades e determinao de eventual conduta teraputica.

    - fonoaudiolgica, visando (na admisso) avaliao, adaptao e aperfeioamento do uso da voz e da fala (orientao preventiva antes do incio das atividades quanto tcnica vocal especfica para o cargo);

    8. Referente a profissionais da Educao: adequao do ambiente de trabalho, acstica, hidratao, tempo de uso da voz, quantidade de horas de trabalho, nmero de alunos por sala de aula, condies do ar no ambiente de trabalho (uso de giz anti-alrgico, outros poluentes em suspenso no ar, condies tcnicas de condicionamento do ar); orientao preventiva sob superviso mdica e fonoaudiolgica e se necessrio suplementada por outros profissionais como parte do programa curricular no curso de Magistrio e Pedagogia.

    9. Referente a profissionais da Arte: conhecimento de seus limites antomo-fisiolgicos, adequada qualificao vocal, vestimenta compatvel necessidade do uso da voz e conhecimento prvio dos locais de apresentao e de trabalho.

    Caractersticas da VOZ CANTADA

    1. Respirao a. treinada. b. Ciclos respiratrios programados de acordo com as frases musicais. c. Inspirao rpida e nasobucal d. Volume de ar muito maior durante o canto (do que na voz falada). e. Grande movimentao pulmonar durante a tomada de ar, com expanso das paredes do trax. f. Expirao com controle ativo.

    2. Fonao a. Quociente de fechamento da PV maior que o de abertura. b. Srie mais rica de harmnicos e com intensidade mais forte. c. Atrito da mucosa das PV reduzido, sem incio de sonorizao brusco, mas sim com mudana da

    tenso das estruturas. d. Laringe com permanncia da posio baixa e estabilizada, mesmo nas freqncias mais altas,

    (mas nem sempre para o canto popular).

  • 17

    e. Ampla extenso de freqncias.

    3. Ressonncia e projeo de voz a. A ressonncia geralmente mista (cabea e peito). b. Intensidade muito varivel, controlada e de variao rpida. c. Projeo vocal uma necessidade constante no canto e para isso necessria uma inspirao

    sempre maior que para a fala. A boca est sempre aberta.

    4. Qualidade vocal a. Depende da natureza do coral, do estilo musical e do repertrio com integrao das

    caractersticas pessoais. b. Mais estvel devido ao treinamento, com menos influncia de fatores externos realidade

    musical.

    5. Articulao dos sons da fala a. A mensagem a ser transmitida est alm das palavras, privilegiando-se os aspectos musicais,

    com sacrifcio da articulao de certos sons, que podem ser subarticulados ou distorcidos. b. As vogais so geralmente mais longas que as consoantes e servem de apoio qualidade vocal. c. Os movimentos articulatrios bsicos recebem influncia dos aspectos tonais da msica e da

    frase musical em si; desta forma, as constries que produzem os sons e que so realizadas ao longo do trato vocal tendem a ser reduzidas.

    6. Pausas a. So pr-programadas e definidas pelo compositor e/ou pelo regente do coral, possuindo forte

    apelo emocional e de interpretao. b. As que ocorrem por hesitao do cantor no so aceitveis. c. Responder alta demanda em relao frase musical e articulao do texto.

    7. Velocidade e ritmo a. Dependem do tipo de msica, da harmonia, da melodia e do andamento que o regente confere

    ao tema. b. As alteraes so controladas, pr-programadas e ensaiadas.

    8. Postura a. menos varivel, procurando-se sempre manter o equilbrio do eixo corporal. b. As mudanas na postura corporal interferem tanto na produo da voz quanto na estabilidade da

    qualidade vocal.

    EXIGNCIAS e NECESSIDADES do paciente-usurio de Voz CANTADA profissional

    1. Ter conhecimento da fisiologia da voz e cuidados especiais para o canto. 2. Musicalidade. 3. Percepo auditiva. 4. Afinao. 5. Extenso vocal. 6. Conscientizao profissional. 7. Coordenao pneumo-fono-articulatria. 8. Conscientizao sobre seus limites, abusos e mau uso da voz falada e cantada. 9. Evitar auto-tratamento ou auto-terapia. 10. Atendimento mdico e fonoaudiolgico diferenciados. 11. Considerar condies adversas do trabalho, do ambiente e demanda vocal. 12. Evitar mudanas constantes de professores de canto ou qualquer outro profissional que o acompanhe. 13. Adequada qualificao vocal, vestimenta compatvel necessidade do uso da voz e conhecimento

    prvio dos locais de apresentao e de trabalho. 14. Uso de microfone sem fio (principalmente cantores) headset, caixas de som com retorno eficiente,

    adequadas condies ambientais (ar-condicionado, poluentes) e condies acsticas do ambiente, em especial se no dispuser de microfone.

    15. Exame otorrinolaringolgico e fonoaudiolgico admissional / demissional.

    DIFERENAS entre Canto erudito e popular No canto erudito se inserem a pera, a msica de cmara e a msica sacra.

  • 18

    Caractersticas do Canto erudito:

    a. Estilos pr-determinados b. Qualidade vocal excelente c. Respeito partitura e ao compositor d. Homogeneidade de emisso e. Tcnica universal

    f. Controle de extenso e volume g. Conscincia vocal h. Repertrio especfico i. Emisso treinada e educada

    Teatro musical: Uso do treinamento para o canto erudito com produo coreogrfica

    Caractersticas do Canto popular:

    a. Permitido o uso de variaes da qualidade vocal b. Liberdade de improvisao c. Estilo prprio e leitura criativa d. Inmeras tcnicas e. Marca pessoal do cantor f. Emisso mais prxima da fala

    Tipos de Canto coral e religioso:

    a. Teatros, universidades, igrejas, escolas, bairros e empresas b. Femininos, masculinos e mistos c. Infantis e juvenis d. Profissionais e amadores e. Postura harmoniosa entre naipes vocais

    - -

  • 19

    ANEXO 3 Listar conceitos e evidncias cientficas reconhecidas

    Consideraes prvias sobre a Medicina Baseada em Evidncias (MBE)

    1. Porque se busca uma MBE: a. Crescimento do conhecimento mdico; b. Ganhos Tecnolgicos mais recentes nem sempre apresentam grande magnitude de resultados; c. Necessidade do desenvolvimento do processo de deciso mdica, com nfase nos aspectos cientficos,

    mas com otimizao dos benefcios, e reduo de riscos e custos na aplicao dos recursos existentes.

    2. Fundamentos da MBE: Nem sempre as condutas clnicas aparentemente adequadas so de eficcia comprovada, e elas devem

    ser questionadas luz das melhores evidncias disponveis no momento, referendadas, de preferncia, pela pesquisa clnica de qualidade.

    Os fundamentos na MBE so basicamente a crtica ao conhecimento e a valorizao do melhor disponvel a ser oferecido ao paciente, segundo preceitos alicerados em pesquisas consistentes, de preferncia pesquisas clnicas, sendo essas evidncias graduadas pelo delineamento da pesquisa.

    3. Estratgia Geral de busca e aplicao das melhores evidncias clnicas: a. Prevalncia da doena + Magnitude das conseqncias + Disponibilidade de evidncias clnicas +

    Probabilidade de aprimoramento dos cuidados; b. Questo formulada; c. Escolha dos recursos de busca; d. Seleo da melhor evidncia clnica; e. Sumarizar evidncias obtidas; f. Aplicao da evidncia.

    4. Tipos de Questes Clnicas e Desenhos de Pesquisa mais indicados: a. Tratamento/Preveno; b. Prognstico; c. Causa; d. Diagnstico; e. Delineamentos (desenhos):

    - Estudos randomizados e controlados; - Coorte; - Caso-controle; - Transversal (acurcia).

    5. Tipos de Evidncia: Ia - meta-anlise ou estudos controlados randomizados; Ib - pelo menos 1 estudo randomizado controlado; IIa - estudo bem controlado sem randomizao; IIb - um estudo bem desenhado quase experimental; III - estudo descritivos, tais como estudos comparativos, estudos de correlao ou casos; IV - relatos de comits, opinio ou experincia clnica de respeitadas autoridades.

    6. Grau de Recomendao: A) Requer pelo menos um estudo controlado randomizado, como parte do corpo e sugerindo uma

    recomendao especfica = evidncias de nveis Ia e Ib.

    B) Disponibilidade de estudos clnicos bem conduzidos mas no randomizados = evidncias de nveis IIa, IIb e III.

    C) Evidncia obtida de relatrios de comits especializados ou opinio e/ou clnica experincias de autoridades respeitadas = evidncia de nvel IV.

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    Lista consensual inicial de conceitos e evidncias cientficas reconhecidas na rea de voz falada e cantada

    Objetivos:

    O termo "consenso" deve ser entendido como aplicao em comum do bom senso, que fundamentalmente inclui conceitos, entendimentos, opinies, hbitos e condutas adotadas na prtica da assistncia mdica, e estas no devem se ater ao extremo rigor que caracteriza uma evidncia cientfica, o que arriscaria paralisar ou impedir que sejam listadas, elaboradas e definidas normas, sugestes e orientaes gerais, mais ou menos transitrias ou definitivas, e portanto passveis de reformulao a todo e qualquer tempo, conforme venha a determinar a Evoluo da Cincia Mdica.

    1. O que voz. Sob o ponto de vista fisiolgico, a voz humana pode ser definida como o som produzido pela

    passagem do ar pelas pregas vocais e modificado nas cavidades de ressonncia e estruturas articulatrias.

    2. Sobre voz normal. No existe uma definio aceitvel de voz normal, por falta de padres ou limites definidos, e,

    portanto, o conceito mais correto o de voz adaptada, ou seja, em que a pessoa (ou trabalhador) demonstra estabilidade e resistncia ao uso especfico, laborativo e/ou social, que habitualmente faz da voz.

    3. Conceito de voz falada. Voz falada a voz utilizada na comunicao oral e fornece ou transparece informaes fsicas e

    culturais do indivduo.

    4. Conceito de voz cantada. A voz cantada uma forma de comunicao oral, utilizada no canto e traduz caractersticas especficas

    relacionadas modificaes fisiolgicas, acsticas e musicais.

    5. Voz profissional. definida como a forma de comunicao oral utilizada por pessoas que dela dependem para sua

    atividade ocupacional.

    6. Conceito de disfonia. Graus de intensidade e limitao vocal. o principal sintoma de distrbio da comunicao oral, no qual a voz produzida no consegue,

    apresenta dificuldades ou limitaes em cumprir seu papel bsico de transmisso da mensagem verbal e emocional do indivduo. Uma disfonia representa toda e qualquer dificuldade ou alterao na emisso natural da voz. Portanto, toda disfonia uma limitao vocal, podendo ser classificada em um dos quatro graus de intensidade:

    Grau leve - disfonia eventual ou quase imperceptvel, e o trabalhador consegue desempenhar suas atividades vocais habituais com mnima dificuldade, rara fadiga, e sem interrupes;

    Grau moderado - disfonia percebida continuamente, a voz audvel, com oscilaes, e o trabalhador consegue desempenhar suas atividades vocais habituais, com percepo (por si prprio e/ou por ouvintes) de esforo, falhas, fadiga eventual a freqente e necessidade de interrupes;

    Grau intenso - disfonia constante, a voz torna-se pouco audvel, e o trabalhador no consegue desempenhar suas atividades, ou o faz com grande esforo, intensa fadiga e com grandes interrupes.

    Grau extremo ou afonia a quase ausncia ou total ausncia de voz, a voz torna-se inaudvel, exigindo escrita ou mmica para que a pessoa se faa entender e o trabalhador no consegue desempenhar suas atividades.

    7. Tipos de disfonias. Funcionais (ou primrias): quando o uso da voz a causa da disfonia;

    - Comportamentais: uso incorreto da voz uso abusivo da voz psicognicas - Inadaptaes: funcionais orgnicas

    Orgnico-funcionais: quando o uso da voz gera leses nas estruturas envolvidas na produo vocal;

    Orgnicas (ou secundrias): quando a voz apenas reflete uma alterao cuja causa independe da produo vocal

  • 21

    8. Laringopatia. Representa o quadro de sinais e sintomas (ou sndrome) resultado do conjunto de quaisquer

    alteraes, disfunes e/ou enfermidades larngeas, do aparelho fonador ou de quaisquer outros sistemas orgnicos que possam repercutir na voz e/ou na fala, ou sejam causadas pelo mau uso ou abuso da voz.

    9. Tipos de laringopatias. As classificaes nacionais e internacionais se referem ao termo disfonias e baseiam-se na

    identificao dos fatores causais. Em nosso meio se aceita como de uso corrente a classificao: orgnica, funcional e orgnico-funcional.

    Laringopatia orgnica em que se detecta, como causa primria da disfonia, alterao estrutural em quaisquer dos rgos ou sistemas responsveis pela voz, corporais ou psquicos, tais como alteraes neurolgicas, psiquitricas, inflamatrias ou tumorais do aparelho respiratrio e digestivo superior, e/ou por ao de traumas e doenas que atinjam pescoo, laringe, faringe, boca ou fossas nasais.

    Laringopatia funcional em que a causa primria da disfonia por mau uso ou abuso vocal, sem que sejam detectadas alteraes orgnicas ou estruturais.

    Laringopatias orgnico-funcionais em que se somam ou confundem as diversas causas acima.

    10. Laringopatia Relacionada ao Trabalho. Caracteriza-se como sendo o conjunto de sinais, sintomas, disfunes e enfermidades do aparelho

    fonador, que possam ter origem no uso inadequado da voz, relacionadas ao tipo de atividade e/ou na exposio ambiental, ou refletir em sua funo e nas condies de uso da voz no trabalho, em termos de qualidade, estabilidade e resistncia, sem prejuzo de considerar-se que enfermidades de diversos outros sistemas orgnicos podem repercutir no aparelho fonador.

    Os principais sinais e sintomas das laringopatias so (ou podem ser decorrentes de):

    - Sensao ou observao de esforo fonatrio; - Alteraes pulmonares e estridor respiratrio (rudo inspiratrio e/ou expiratrio); - Dificuldade respiratria (perda de flego em repouso ou associada a esforos e/ou fala); - Alteraes nasossinusais (por ex. obstruo nasal); - Distrbios ressonantais ou articulatrios (voz nasalada, abafada, fala enrolada); - Pigarro (necessidade de limpar a garganta, sensao de muco ou algo preso); - Tosse (freqente, diurna ou noturna); - Azia, plenitude ou eructao (intolerncia ou sensibilidade a determinados alimentos, hbitos ou posturas); - Odinofagia (dor e/ou ardncia farngea ou cervical, deglutio ou espontnea); - Disfagia (dificuldade ou incmodo para engolir); - Disfonia (rouquido, aspereza ou soprosidade na voz); - Fadiga vocal (ou cansao precoce); - Oscilao vocal e episdios de afonia (falhas ou perda de voz); - Mudanas de registro (voz tornou-se mais grave ou aguda do que antes); - Limitaes de extenso (reduo de alcance de graves e/ou agudos); - Alteraes, desconforto ou dor no pescoo.

    11. Conceituao de normalidade, adaptao, aptido e alterao vocal.

    No esto estabelecidos critrios cientficos precisos de avaliao perceptual ou acstica da voz que possam definir, com preciso, aptido ou inaptido, em especial sobrepondo-se ou contrariando avaliao laringolgica ou acompanhamento do desempenho no ambiente de trabalho, como por exemplo, em sala de aula ou em postos de tele-atendimento.

    Em boa parte dos casos, o relato de anos de trabalho, com raros (ou sem) afastamento por disfonia (alegao de fcil constatao pelos Setores de Sade Ocupacional e/ou Percia Mdica), pode ou deve ser considerado um teste ideal para a concluso mdico-pericial em termos de aptido ou inaptido da voz para um determinado cargo ou atividade.

    Vale citar a relativa incoerncia e contradio que sofrem alguns profissionais da voz, que so considerados inaptos para assumir um novo cargo, mas aptos a prosseguir no exerccio de uma funo, em tudo semelhante aquela em que buscam admisso.

    De forma anloga, a laringe (em especial as pregas vocais) ou o aparelho fonador humano como um todo, mesmo com discretas (ou at moderadas) alteraes pode permitir ou fornecer uma voz bem adaptada, estvel e resistente e portanto, perfeitamente adequada ao uso profissional, e o trabalhador pode estar sendo erroneamente discriminado por uma norma pericial ultrapassada.

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    Se assim fosse, por coerncia tcnica, dever-se-ia manter afastados, por exemplo, do Magistrio e de tele-atendimento todos os trabalhador