conjuntura regional - pernambuco 2004
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SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DE PERNAMBUCO GERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO E SUPORTE ESTRATÉGICO – GEDES
SETOR DE APOIO A LOGÍSTICA E GESTÃO DA OFERTA – SEGEO SUPERINTENDENTE REGIONAL DE PERNAMBUCO
EUDE GUEDES DE ANDRADE
GERENTE DE DESENVOLVIMENTO E SUPORTE ESTRATÉGICO – GEDES
VALDOMIRO SAMPAIO MARTINS
GERENTE DE OPERAÇÕES – GEOPE
CLÓVIS AFONSO FERREIRA FILHO
GERENTE DE FINANÇAS E ADMINISTRAÇÃO – GEFAD
ROBERTO PEREIRA LINS
ENCARREGADO DO SETOR DE APOIO A LOGÍSTICA E GESTÃO DA OFERTA –
SEGEO
FREDIRICO NUNES DA SILVA
EQUIPE TÉCNICA
EDISON XAVIER DE BRITO
JOSE AURÊNIO ALMEIDA DE MORAES
GUSTAVO ADOLFO REVOREDO LIMA
MARLI TEREZINHA DE CASTILHO REGO
JOÃO FREIRE CORREA LIMA
VERA LÚCIA GUEDES SALES
KARINA ALEXANDER GUIMARÃES
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APRESENTAÇÃO É com imensa satisfação que apresentamos a primeira edição da Conjuntura
Regional pertinente aos estados de Pernambuco e Alagoas.
Neste primeiro número, elaboramos um pequeno histórico sobre os produtos que se
destacam dentro da agricultura e do agronegócio nos estados de Pernambuco e
Alagoas, contendo informações esclarecedoras e mostrando suas peculiaridades,
assim como o comportamento e relevância desses produtos na economia regional e
nacional.
Na disposição da apresentação, enfatizamos, primeiramente, a cultura da Cana-de-
açúcar e a Avicultura, em Pernambuco, e a Cana-de-açúcar, em Alagoas, devido à
participação expressiva dessas duas atividades no PIB estadual, seguidas dos
produtos que fazem parte das pesquisas efetuadas no levantamento de safra e, por
último, dos produtos que são gerados em menor escala.
As próximas edições da Conjuntura terão um aspecto mais simplificado, uma vez que
a sua função será a de inserir e/ou atualizar dados relevantes a esse informativo.
Eude Guedes de Andrade
Superintendência Regional de Pernambuco
Superintendente
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CONJUNTURA REGIONAL 2004
PERNAMBUCO
Cana-de-Açúcar Cientif icamente, a cana-de-açúcar é conhecida como Saccharum
Officinarium e a palavra açúcar é originada da palavra sarkara que
signif ica grão em sânscrito, idioma da Índia e é nesse país que estão
concentradas as primeiras referências sobre o cult ivo da cana-de-açúcar,
durante o séc.4.a.C.
No Brasil, o emprego dessa cultura ocorreu em 1502, inicialmente, na região
Nordeste, mas foi na Zona da Mata de Pernambuco, em 1534, graças à interferência
de Duarte Coelho, responsável pela capitania, que a lavoura de cana expandiu-se
com sucesso.
O primeiro engenho regular de açúcar levantado em Pernambuco foi o Engenho
Nossa Senhora da Ajuda, de Jerônimo de Albuquerque, nos arredores de Olinda. A
primeira usina foi inaugurada em 24 de janeiro de 1887, equipada com maquinismos
da Casa Mariolle Pinguet, da França, a usina modelo da Colônia Orfanológica Isabel,
com capacidade para produzir 5 toneladas de açúcar por dia.
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No “ranking” mundial, o Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar e álcool e há
uma previsão de que a atual safra 2004/05 alcance os 390 milhões de toneladas de
cana-de-açúcar.
Os dados mostram que até 1º de novembro de 2004 o país registrava uma produção
de 19,8 milhões de toneladas de açúcar e de 11 bilhões de litros de álcool. Nos meses
de janeiro a outubro, as exportações de açúcar e álcool contabilizaram U$ 2,09
bilhões e U$ 411,7 milhões, representando 12,7 milhões de toneladas e 1,95 bilhão de
litros, respectivamente.
No “ranking” nacional, São Paulo destaca-se como o maior produtor brasileiro de
cana-de-açúcar, registrando uma produção equivalente a 206.478.572 ton. Nas
demais colocações estão os estados de Alagoas, Paraná, Minas Gerais e
Pernambuco, com uma produção de 28.770.721 t, 28.137.711 t, 18.786.524 t e
17.521.956 t, respectivamente (Fonte: Unidades Produtivas de Álcool e Açúcar)
O clima de competitividade existente entre a região Nordeste e os demais estados
produtores, entre eles, São Paulo, tornou-se um elemento extremamente prejudicial
ao exercício dessa atividade nas empresas nordestinas.
No final dos anos 90, inúmeros estabelecimentos industriais encerraram suas
atividades e alguns deles se juntaram a outros grupos.
Se fizermos uma avaliação sobre a diminuição da quantidade de usinas existentes e
sobre aquelas que continuam em atividade, concluiremos que a variação ocorrida na
produção, produtividade, área plantada e área colhida da cana-de-açúcar em
Pernambuco não sofreu grandes perdas. Tal observação poderá ser constatada na
tabela 1 a seguir.
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Tabela 1
Pernambuco
Cana-de-açúcar: Área Plantada – Área Colhida – Produção – Produtividade Ano Área Plantada
( ha) Área Colhida
(ha) Produção
(ton) Produtividade
(kg/ha) 1990 473.726 467.276 22.817.700 48.831
1991 468.855 467.145 23.505.475 50.317
1992 487.922 487.922 25.199.361 51.646
1993 420.081 363.335 14.346.898 39.489
1994 403.890 399.865 19.258.632 48.162
1995 471.272 417.812 20.664.614 49.459
1996 469.045 401.000 18.784.437 46.843
1997 474.382 420.580 20.764.870 49.371
1998 442.671 402.042 19.622.244 48.806
1999 357.177 322.549 12.252.857 37.987
2000 364.665 248.020 18.720.603 53.791
2001 395.835 339.350 15.976.847 47.080
2002 392.030 348.217 17.626.183 50.618
2003 428.873 359.364 18.521.792 51.540
2004 403.719 363.263 18.997.504 52.297
Média 437.078 395.017 19.545.713 48.324
FONTE – IBGE
Segundo informações da Fundação Getúlio Vargas, na Mata pernambucana, a área
plantada com cana de fornecedor é de 138 mil hectares, registrando uma
produtividade de 53,33 t/ha. Na safra 2002/03, 9.999 fornecedores pernambucanos
produziram um total de 6.608.589 t de cana.
A tabela seguinte mostra algumas alterações registradas entre as safras de
1992/1993 e 2002/2003, podendo-se observar que a produção da Mata Sul, região
onde existe maior ocorrência de chuvas, é comparativamente superior à produção da
Mata Norte.
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Tabela 2
Produção de Cana de Fornecedor e Precipitação da Zona da Mata
Safra Região Produção (ton.) Precipitação (mm)
Mata Norte 3.279.422 1.678 Mata Sul 3.673.904 2.124
92/93
Estado 6.953.326 1.911
Mata Norte 1.593.864 638 Mata Sul 3.228.868 1.036
93/94
Estado 4.822.732 837
Mata Norte 2.225.640 1.918 Mata Sul 3.786.647 2.438
94/95
Estado 6.012.287 2.178
Mata Norte 2.333.776 1.225 Mata Sul 4.506.602 1.806 Estado 6.840.378 1.515
Mata Norte 2.969.312 1.537 Mata Sul 5.006.676 2.111
95/96 96/97
Estado 7.975.988 1.824
Mata Norte 2.916.193 1.270 Mata Sul 4.081.316 2.024
97/98
Estado 6.997.509 1.647
Mata Norte 1.776.276 768 Mata Sul 4.896.617 1.239
98/99
Estado 6.672.893 1.004
Mata Norte 1.132.572 908 Mata Sul 4.291.668 1.395
99/00
Estado 5.424.240 1.152
Mata Norte 1.750.726 2.122 Mata Sul 4.039.126 3.301
00/01
Estado 5.789.852 2.711
Mata Norte 1.986.065 1.218 Mata Sul 4.344.136 1.713
01/02
Estado 6.330.201 1.466
Mata Norte 2.290.943 1.319 Mata Sul 4.317.646 2.042
02/03
Estado 6.608.589 1.680
FONTE - ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DE PERNAMBUCO
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A determinação do preço da cana-de-açúcar é feita mensalmente, baseando-se no
preço do açúcar e do álcool no mercado consumidor interno e externo. O método
utilizado para proceder o cálculo do preço é feito mediante pesquisas realizadas entre
os meses de setembro a agosto do ano anterior em função do “mix” da produção. No
mercado internacional, por exemplo, a tonelada do açúcar varia de U$ 170.00 a U$
180.00.
Avicultura
O Brasil é o segundo maior produtor e exportador mundial de carne de frango, e em
receita cambial com exportações, é o maior do mundo.
A avicultura é um dos segmentos mais pujante do agronegócio brasileiro, com
expressiva atuação nos mercados interno e externo. Há quase três décadas o
segmento alcança, progressivamente, sucessivos recordes de produção e de
produtividade.
A base do sucesso da avicultura brasileira é o Sistema de Integração criado e
desenvolvido no Brasil. Trata-se de inovadora forma de parceria mantida entre a
agroindústria e os produtores de aves. O papel da agroindústria é o de assegurar total
apoio logístico ao produtor na implantação do projeto de granja, treinando os
trabalhadores, fornecendo pintos de um dia e rações balanceadas, prestando
assistência técnica e veterinária e, finalmente, fazendo o transporte das aves.
Segundo dados da UBA – União Brasileira de Avicultura, o ano de 2004 foi excelente
para a avicultura brasileira, com disponibilidade e preço de grãos extremamente
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satisfatórios e apresentando grau de excelência na qualidade sanitária das aves e
seus produtos derivados. Essa qualidade diferenciada serviu de alavanca para o
aumento das exportações fazendo com que o Brasil ampliasse seu foco de
comercialização para mais de 132 diferentes destinos no mercado externo. Esse novo
dado proporcionou ao país um crescimento de produção de carne de frango acima de
8% com 25% de incremento nos embarques internacionais, resultando em receitas
acima de 2,5 bilhões de dólares. A produção de carne de frango deverá atingir 8,5
milhões de toneladas, significando um crescimento de 8,3% acima da produção de
2003. Desse total, 6,1 milhões de toneladas serão destinados ao mercado interno -
3% maior que o ano anterior - e 2,4 milhões, à exportação – um aumento de 25%
sobre os números alcançados em 2003 (Fonte: União Brasileira de Avicultura – UBA).
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PRODUÇÃO DE PINTOS
Janeiro a Novembro
2002 2003 2004 Variação Evolução
Mês Unidades Unidades Unidades 2003/2004 mensal 2004
Janeiro 307.408.773 324.668.047 347.892.034 7,15
Fevereiro 288.256.119 299.279.841 319.854.248 6,87 -8,06
Março 319.140.712 305.875.778 347.448.738 13,59 8,63
Abril 317.506.881 316.219.726 346.847.501 9,69 -0,17
Maio 323.909.745 319.771.884 358.721.779 12,18 3,42
Junho 304.465.863 316.436.329 352.828.092 11,50 -1,64
Julho 334.359.212 333.808.639 360.496.555 7,99 2,17
Agosto 328.219.410 334.863.264 368.803.285 10,14 2,30
Setembro 319.450.132 335.794.248 362.310.971 7,90 -1,76
Outubro 335.514.765 350.608.041 375.239.204 7,03 3,57
Novembro 307.695.764 323.135.806 362.122.723 12,07 -3,50
Total do Ano 3.485.927.376 3.560.461.603 3.902.565.130 9,61 FONTE - UBA
Na região Nordeste, Pernambuco é classificado como o maior produtor de aves e
ovos, registrando em 2004 uma produção de 2,9 milhões de ovos/ dia e 206,4 mil
toneladas de aves/mês, uma movimentação de R$ 710 milhões/ano, superior aos R$
645 milhões contabilizados em 2003 e um acréscimo de 9,1%.
A avicultura pernambucana é responsável pela geração de 95,5 mil empregos diretos
e indiretos no estado, distribuidos em 19,1 mil e 76,4 mil, respectivamente.
No “ranking” nacional, o estado ocupa o 7º lugar na produção de ovos e o 8º na
produção de carne de frango.
Fazendo uma comparação do ano de 2004 com o anterior, observa-se um aumento
de 5,0% na produção de carne de frango, apesar do desabastecimento de milho
ocorrido no mercado interno e a conseqüente elevação do preço do produto.
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Em Pernambuco, o setor avícola tem uma participação de 2,53% no PIB estadual e
28,0% no PIB agropecuário.
PERFIL DO “AGRIBUSINESS” AVÍCOLA DE PERNAMBUCO - 2001/2004 Discriminação 2001 2002 2003 2004*
Alojamento de Matrizes Pesadas (Cab. 1000) 1.041 1.026 847 886
Produção de Pintos de Corte (Cab. 1000) 117..204 119.769 107.536 112.913
Alojamento de Pintos de Corte (Cab. 1000) 110.508 97.778 88.549 92.976
Produção de Carne de Frango (t) 243.117 217.067 196.579 206.408
Abate de Frango sob Inspeção Est. / Federal (t) 87.699 90.540 79.559 83.537
Alojamento de Pintas de Postura (Cab. 1000) 3.107 2.497 2.999 3.149
Produção de Ovos Comerciais (Cxs. 1000) 2.956 2.280 2.819 2.960
Consumo Estimado de Milho (t) 532.805 447.345 426.024 447.325
Consumo Estimado de Grão e de Farelo de Soja (t) 177.601 127.812 121.721 127.807
Consumo estimado de Ração (t) 807.281 639.065 608.605 639.035
Empregos diretos na cadeia (Pessoas 1000) 24.9 21.9 18.8 19.1
Empregos indiretos na cadeia (Pessoas 1000) 99.6 87.8 75.2 76.4
Total de empregos na cadeia produtiva (Pessoas 1000) 124.5 109.7 94.0 95.5
Faturamento (R$ milhões) 474.0 526.0 645.0 710.0
Participação no PIB agropecuário (%) 25.0 26.0 26.5 28.0
Participação no PIB estadual (%) 1.88 2.02 2.38 2.53
PIB do Estado de Pernambuco (R$ bilhões)* 25.2 26.0 27.0 28.0
População de Pernambuco (Pessoas 1000)* 8.003 8.096 8.191 8.286
Pernambuco - Consumo Per Capita de Carne de Frango (kg) 30,37 26,81 23,99 24,91
Pernambuco - Consumo Per Capita de Ovos (unid) 132,97 101,38 124 136,8
Brasil - Consumo Per Capita de Carne de Frango (kg) 30,8 33,4 32,2 33,8
Brasil - Consumo Per Capita de Ovos (unid) 94 96 133 139,6 FONTE - AVIPE
Fazendo uma análise do total do consumo no mercado interno de produtos como o
milho, farelo de soja e a ração balanceada, constatamos que a participação da
avicultura pernambucana dentro da região Nordeste é de 27% , mas quando nos
referimos ao total que é consumido no país, essa participação representa apenas 3%,
2% e 3%, respectivamente.
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Quando nos referimos à carne de frango e ovos, a produção oriunda da avicultura
pernambucana corresponde a 31% e 32%, respectivamente, dentro do total produzido
na região Nordeste e, apenas, 3% e 5% da produção nacional.
O estado de Pernambuco destaca-se como responsável por 31% dos 300.200
empregos diretos e indiretos existentes na região Nordeste. Proporcionalmente, esse
total representa 3% dos 3.150.000 de empregos existentes no Brasil.
O Produto Interno Bruto avícola de Pernambuco corresponde a 36% do PIB avícola
total da região Nordeste e 3% a nível nacional.
PERNAMBUCO/NORDESTE/BRASIL
Consumo/Produção/Empregos /PIB
Discriminação Brasil Nordeste PE PE sobre
NE % PE sobre
BR %
Consumo de Milho (1.000 t) 15.801,40 1.570,50 426 27.0 3.0
Consumo de Farelo de Soja (1.000 t) 5.560,90 448,7 121,7 27.0 2.0
Consumo de Ração Balanceada (1.000 t) 24.250,00 2.243,60 608,6 27.0 3.0
Produção de Carne de Frango (1.000 t) 7.843,00 644,2 196,7 31.0 3.0
Produção de Ovos (cxs. 360 x 1.000) 62.638,00 8.695,00 2.819,00 32.0 5.0 Empregos diretos e indiretos (1.000 pessoas)* 3.150,00 300,2 94 31.0 3.0
PIB Avícola (R$ bilhões)* 23 1,77 0,645 36.0 3.0 FONTE - AVIPE
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Algodão
O algodão é tido como a mais importante das fibras têxteis, naturais ou artificiais e,
também, como a planta de aproveitamento mais completo haja vista a sua diversidade
quando empregada como matéria prima na fabricação de produtos de utilidade.
As primeiras referências históricas do algodão vêm de muitos séculos antes de Cristo.
Na América, vestígios encontrados no litoral norte do Peru evidenciam que povos
milenares daquela região já manipulavam o algodão.
No Brasil, são poucos os registros que fazem menção à utilização dessa malvácea
durante o período pré-histórico. Entretanto, comprovou-se que à época do
descobrimento do nosso país, os indígenas já cultivavam o algodão e transformava-o
em fios e tecidos.
Os maiores produtores nacionais são os estados do Mato Grosso, Bahia e Goiás com
uma produção de 1.504.300 t, 667.600 t e 438.900 t, respectivamente.
Produto = Algodão herbáceo
Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação
Brasil Nordeste Pernambuco
Área (Em mil ha)
Produção (Em mil t)
Área ((Em mil h)
Produção ((Em mil t)
Área ((Em mil h)
Produção (Em mil t)
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
735,1 1.068,5 2.212,3 3.310,2 167,0 292,2 347,5 754,6 6,2 4,7 3,1 2,4
FONTE – CONAB
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Em Pernambuco, existe um projeto do Governo do Estado que tem o objetivo de
aumentar a produção dessa cultura ampliando de forma significativa o crédito de
custeio e comercialização.
O resultado do último levantamento da safra 2003/2004 demonstrou que em
Pernambuco houve uma retração na área plantada com algodão de 24,2%, o que
acarretou uma diminuição de 1.500 hectares em comparação com a safra 2002/2003,
ocasionando, também, uma redução de 22,6% na produção, o que significou uma
diminuição de 700 toneladas.
Gradualmente, a cultura do algodão vem sofrendo um desestimulo por parte dos
agricultores em função, entre outros fatores, da ocorrência da praga do bicudo e às
oscilações climáticas, causadores da perda de safras.
RESULTADO DA ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
SAFRAS 2002/2003 E 2003/2004 - PERNAMBUCO
Área
(em mil ha)
Produtividade
(kg/ha)
Produção
( em mil t )
Produto
Agrícola Safra
02/03
Safra
03/04
VAR % Safra
02/03
Safra
03/04
VAR % Safra
02/03
Safra
03/04
VAR %
Algodão 6,2 4,7 (24,2) 500 500 - 3,1 2,4 (22,6)
FONTE – CONAB
Fazendo uma comparação com as avaliações anteriores, constatamos uma
diminuição na área plantada e produção a partir do 2º levantamento da safra
2003/2004, quando a produtividade manteve-se constante.
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EVOLUÇÃO DA ESTIMATIVA DA ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
SAFRA 2003/2004 – PERNAMBUCO
Produto Agrícola Algodão Área ( em mil / ha )
02/03
1ºLevant.
Fev/04
2ºLevant.
Abr/04
3ºLevant
Jun/04
4ºLevant.
Ago/04
5ºLevant.
Out/04
6,2 6,2 4,7 4,7 4,7 4,7
Produtividade ( kg / ha )
500 500 500 500 500 500
Produção ( em mil / t )
3,1 3,1 2,4 2,4 2,4 2,4
FONTE – CONAB
Arroz
O arroz é considerado um alimento de primeira necessidade por mais da metade da
população humana mundial. Segundo informações da FAO, 80% do arroz mundial é
cultivado por pequenos agricultores de países em desenvolvimento nos mais variados
lugares, seja em terrenos alagados ou secos, em regiões tropicais na África ou
desérticas no Oriente Médio, em planícies costeiras ou nas montanhas do Himalaia.
Em três dos quatro países mais povoados do planeta - China, Índia e Indonésia - o
arroz representa um alimento básico, e é no continente asiático onde se encontram
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mais de dois bilhões de consumidores, pessoas que obtêm de 60% a 70% de sua
energia diária com o consumo de arroz e seus derivados.
Anualmente, são plantados mais de 150 milhões de hectares por todo o planeta o que
representa uma produção de cerca de 400 milhões de toneladas desse produto.
O Brasil é o maior produtor americano de arroz. Na escala mundial, ele está entre os
10 primeiros, apesar de representar tão somente 2% do total da produção, tendo
como maiores concorrentes, os países do Extremo-Oriente que são classificados
como os grandes produtores mundiais.
No Nordeste, especificamente no estado de Pernambuco, a cultura do arroz está
consolidando um novo pólo de desenvolvimento agrícola no Sertão do estado onde a
produção vem crescendo substancialmente, abrangendo os municípios de Orocó,
Cabrobó, Santa Maria da Boa Vista e Ibó – Distrito de Belém do São Francisco.
Atualmente, existe um projeto sob a coordenação do SEBRAE e em parceria com a
EMBRAPA e o SENAR que visa ampliar a capacidade competitiva dos produtores e
fortalecer empresários de micro e pequenas empresas ligados à cadeia produtiva da
rizicultura mediante articulação e desenvolvimento de ações voltadas à
comercialização, acesso ao crédito, gestão e tecnologia.
Produto = Arroz
Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação
Brasil Nordeste Pernambuco
Área (Em mil ha)
Produção (Em mil t)
Área ((Em mil h)
Produção ((Em mil t)
Área ((Em mil h)
Produção (Em mil t)
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
3.186,1 3.618,7 10.367,1 12.808,4 720,3 772,1 1.124,8 1.228,9 3,2 5,9 17,4 32,5
FONTE – CONAB
17
Analisando o resultado final do último levantamento da safra 2003/2004, observou-se
um crescimento na área plantada correspondente a 84,4%, representando um
incremento de 2.700 hectares se comparado com a safra 2002/2203, como também
um aumento de 86,8% na produção, passando de 17.400 toneladas para 32.500
toneladas.
RESULTADO DA ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
SAFRAS 2002/2003 E 2003/2004 - PERNAMBUCO
Área
(em mil ha)
Produtividade
(kg/ha)
Produção
( em mil t )
Produto
Agrícola
Safra
02/03
Safra
03/04
VAR % Safra
02/03
Safra
03/04
VAR
%
Safra
02/03
Safra
03/04
VAR
%
Arroz 3,2 5,9 84,4 5.450 5.500 0,9 17,4 32,5 86,8
FONTE – CONAB
Comparando com as avaliações anteriores, a partir do 2º levantamento da safra
2003/2004 houve um aumento na área plantada, produtividade e produção em relação
à safra 2002/2003 em conseqüência do apoio recebido pelos pequenos produtores de
instituições ligadas a agricultura familiar.
18
EVOLUÇÃO DA ESTIMATIVA DA ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
SAFRA 2003/2004 - PERNAMBUCO
Produto Agrícola
Arroz Área ( em mil / ha )
02/03
1ºLevant.
Fev/04
2ºLevant.
Abr/04
3ºLevant.
Jun/04
4ºLevant.
Ago/04
5ºLevant.
Out/04
3,2 3,2 5,9 5,9 5,9 5,9
Produtividade ( kg / ha )
5.450 5.450 5.500 5.500 5.500 5.500
Produção ( em mil / t )
17,4 17,4 32,5 32,5 32,5 32,5
FONTE - CONAB
Feijão
Os primeiros registros da história da humanidade mostram que o feijão está entre os
alimentos mais antigos, tendo sido cultivado no antigo Egito e na Grécia, como
também cultuados como símbolo da vida.
As ruínas da antiga Tróia revelam evidências de que o feijão era o prato favorito dos
robustos guerreiros troianos.
Sua origem é um ponto ainda indefinido. Segundo alguns autores, o feijão é
proveniente da América do Sul e foram os indígenas que primeiramente o descobriu
passando a cultivá-lo ao lado do milho e da mandioca. Sementes foram encontradas
em catacumbas dos Incas, no Peru.
19
O Brasil é considerado o maior produtor e consumidor mundial do gênero Phaseolus
Vulgaris. Entretanto, apesar de sua importância, a produção não tem acompanhado a
demanda existente no mercado consumidor nem a produtividade tem aumentado de
modo significativo, fazendo com que o feijão se mantenha distante da produção
alcançada pelos produtos chamados de exportação.
Os problemas decorrentes das baixas cotações do produto no mercado interno como
também o decréscimo da área plantada e, conseqüentemente, da produção, devem-
se, entre outros fatores, à susceptibilidade do feijão às oscilações climáticas em
relação às demais culturas e, sobretudo, à concorrência com a soja.
Entre os estados brasileiros, o Paraná detém a maior produção nacional, com um total
de 668.300 toneladas e na região Nordeste, destaca-se a Bahia, com uma produção
318.700 toneladas.
Produto - Feijão
Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação
Brasil Nordeste Pernambuco
Área (Em mil ha)
Produção (Em mil ton)
Área ((Em mil ha)
Produção ((Em mil ton)
Área ((Em mil ha)
Produção (Em mil ton)
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
4.378,7 4.289,9 3.205,0 3.003,3 2.420,3 2.467,8 928,1 817,5 310,5 304,0 67,0 94,3
FONTE - CONAB
Em Pernambuco, no que se refere ao resultado do último levantamento da safra
2003/2004, constatamos uma pequena retração de 2,1% na área plantada gerando
uma diminuição de 6.500 hectares, comparando com a safra 2002/2003. Já a
produção, em função do aumento de 43,5% da produtividade, cresceu em 40,8%, o
que significou um incremento de 27.300 toneladas.
20
RESULTADO DA ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
SAFRAS 2002/2003 E 2003/2004 – PERNAMBUCO
Área
(em mil ha)
Produtividade
(kg/ha)
Produção
(em mil t)
Produto
Agrícola Safra
02/03
Safra
03/04
VAR %
Safra
02/03
Safra
03/04
VAR %
Safra
02/03
Safra
03/04
VAR %
Feijão 310,5 304,0 ( 2,1 ) 216 310 43,5 67,0 94,3 40,8
FONTE - CONAB
Analisando as avaliações anteriores, constatamos grandes alterações na área,
produtividade e produção dessa cultura. Observamos que essas oscilações ocorreram
em função, principalmente, dos riscos climáticos, da baixa remuneração do produto e
da competitividade com outras culturas que, ao contrário do feijão, tiveram melhores
perspectivas de preço no mercado consumidor.
EVOLUÇÃO DA ESTIMATIVA DA ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
SAFRA 2003/2004 - PERNAMBUCO
Produto Agrícola Feijão Área ( em mil / ha )
02/03
1ºLevant.
Fev/04
2ºLevant.
Abr/04
3ºLevant.
Jun/04
4ºLevant.
Ago/04
5ºLevant.
Out/04
310,5 310,5 294,0 292,6 292,6 300,6
Produtividade ( kg / ha )
216 308 354 316 242 310
Produção ( em mil / t )
67,0 95,0 104,1 92,6 70,8 94,3
FONTE – CONAB
21
Mamona
A mamona é uma euforbiácea e sua origem não é claramente definida, sendo
classificada ora como asiática, ora como africana e, até mesmo, como planta nativa
da América.
A história da mamona no Brasil foi escrita desde a era colonial quando dela se extraía
o óleo para lubrificar as engrenagens e os mancais dos inúmeros engenhos de cana.
O Brasil encontra-se entre os dois principais produtores mundiais da mamona, sendo
a maior parte da nossa produção originada da Bahia. Mas o destaque vai para a Índia,
seu maior concorrente, considerada uma produtora milenar da oleaginosa, com um
mercado consumidor interno que absorve 50% da sua produção.
O cultivo da mamona é vista hoje como a grande oportunidade no mercado
internacional em função da preocupação mundial com a redução da poluição em
nosso planeta, dando margem à elaboração de propostas que promovam alternativas
energéticas a partir da biomassa.
Um exemplo importante de medidas alternativas é a utilização do Biodiesel, também
denominado de diesel vegetal, que é um combustível proveniente de fontes
renováveis como óleos vegetais e gorduras animais, mediante a introdução de
processos químicos e que, futuramente, poderá dar ao Brasil uma posição de
destaque mundial.
Atualmente, existe em Pernambuco um programa denominado Programa de
Reativação do Agronegócio da Mamoneira em Pernambuco, que conta com o apoio
do Governo do Estado de Pernambuco, através da Secretaria de Produção Rural e
Reforma Agrária – SPRRA.
22
Inicialmente, o Programa será implantado na Microrregião de Araripina que abrange
os municípios de Araripina, Bodocó, Exu, Granito, Ipubi, Moreilândia, Ouricuri, Santa
Cruz, Santa Filomena e Trindade, e a intenção de área a ser plantada é de 17.000
hectares, com uma produção estimada em 13.600 toneladas de bagas, uma utilização
de 51 toneladas de sementes e o envolvimento de 6.000 agricultores.
Posteriormente, em uma 2ª fase, será incluída a microrregião que absorve os
municípios de Salgueiro, Pajeu e Sertão do Moxotó, como também a microrregião de
Petrolina e Itaparica (mesorregião São Francisco pernambucano). Nessa etapa, serão
plantados 42.000 hectares de mamona, com uma produção estimada em 30.880
toneladas de bagas, uma utilização de 75 toneladas de sementes e o envolvimento de
14.500 agricultores.
Finalmente, na 3ª fase, o programa se expandirá beneficiando as demais
microrregiões do estado, que irão atender à demanda industrial de 75.000 toneladas
de bagas, necessitando de 90 t de sementes a serem utilizadas numa área de 55.000
ha, com uma produção estimada em 40.000 t de bagas e envolvendo 18.500
agricultores.
Atualmente, R$ 60,00 é o preço pago no mercado consumidor pela saca de baga de
60 kg e existe na esfera federal uma Lei que garantirá à Petrobrás proceder a
imediata substituição de 1/3 de sua importação de diesel mineral pelo diesel vegetal
(biodiesel).
Na verdade, o biodiesel representa um divisor de águas dentro do setor energético
brasileiro, dando início a uma nova fase que venha a permitir uma redução
significativa nas nossas importações de diesel mineral. Atualmente o Brasil importa
seis bilhões de litros de diesel mineral o que representa uma evasão de divisas da
ordem de 1,5 bilhão de dólares.
23
Produto = Mamona
Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação
Brasil Nordeste Pernambuco
Área (Em mil ha)
Produção (Em mil t)
Área ((Em mil h)
Produção ((Em mil t)
Área ((Em mil h)
Produção (Em mil t)
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
128,3 164,9 86,3 150,6 126,3 162,5 83,8 147,8 0,8 1,2 0,2 0,7
FONTE - CONAB
A seguir, quadros demonstrativos contendo as significativas alterações e a evolução
ocorrida no levantamento de safra 2003/2004 em comparação com a safra 2002/2003,
pertinentes à área, produtividade, e produção, principalmente, em decorrência da
implementação do Programa Pernambucano de Biodiesel.
RESULTADO DA ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
SAFRAS 2002/2003 E 2003/2004 - PERNAMBUCO
Área
(em mil ha)
Produtividade
(kg/ha)
Produção
( em mil t )
Produto
Agrícola Safra
02/03
Safra
03/04
VAR % Safra
02/03
Safra
03/04
VAR % Safra
02/03
Safra
03/04
VAR %
Mamona 0,8 1,2 50,0 300 590 96,7 0,2 0,7 250,0
FONTE - CONAB
24
EVOLUÇÃO DA ESTIMATIVA DE ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
SAFRA 2003/2004 - PERNAMBUCO
Produto Agrícola Mamona Área ( em mil / ha )
02/03
1ºLevant
Fev/04
2ºLevant.
Abr/04
3ºLevant.
Jun/04
4ºLevant.
Ago/04
5ºLevant.
Out/04
0,8 0,8 1,0 1,1 1,1 1,2
Produtividade ( Kg / ha )
300 300 356 570 590 590
Produção ( em mil / t )
0,2 0,2 0,4 0,6 0,6 0,7
FONTE – CONAB
Milho
Entre os cereais cultivados mundialmente, o milho coloca-se em terceiro lugar sendo
superado apenas pelo trigo e arroz.
A importância desse cereal não se restringe apenas ao fato de ser produzido em
grande escala e sobre imensa área cultivada, mas, também, pelo papel sócio-
econômico que ele representa dentro da sociedade.
Além de ser utilizado significativamente no consumo humano e como matéria-prima
na fabricação de produtos industrializados, o milho é introduzido na alimentação de
animais criados para fins comerciais e que geram produtos como: carne, ovos, leite,
25
queijos, entre outros. Com um grau de importância tão expressivo, o emprego desse
cereal reflete na criação e movimentação de grandes complexos industriais,
permitindo a geração de milhares de empregos.
Os Estados Unidos da América do Norte são considerados o maior produtor mundial
de milho, mas o Brasil encontra-se incluso no grupo dos que se destacam, importando
esse cereal e os insumos empregados no seu plantio, eventualmente, quando ocorre
a valorização do dólar.
Considerados como os maiores produtores nacionais estão os estados do Paraná,
Minas Gerais e São Paulo, registrando uma produção de 11.192.100 t, 6.000.400 t e
4.499.600 t, respectivamente.
Na Região Nordeste, o estado da Bahia destaca-se com uma produção de 1.703.300
t, ficando a 7ª posição para o estado de Pernambuco com uma produção de 112.300
toneladas.
Produto = Milho
Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação
Brasil Nordeste Pernambuco
Área (Em mil ha)
Produção (Em mil t)
Área ((Em mil h)
Produção ((Em mil t)
Área ((Em mil h)
Produção (Em mil t)
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
13.226,2 12.820,0 47.410,9 42.186,1 2.894,9 2.938,0 3.277,5 3.065,7 285,2 273,8 82,1 112,3
FONTE – CONAB O resultado do último levantamento da safra 2003/2004 constatou uma pequena
retração de 3,9% na área plantada gerando uma diminuição de 11.400 hectares
comparando-se com a safra 2002/2003. O mesmo não ocorreu com a produção que,
em função do aumento de 42,4% da produtividade, registrou um aumento de 36,8%,
representando um incremento de 30.200 t .
26
RESULTADO DA ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
SAFRAS 2002/2003 E 2003/2004 - PERNAMBUCO
Área
(em mil ha)
Produtividade
(kg/ha)
Produção
( em mil t )
Produto
Agrícola Safra
02/03
Safra
03/04
VAR % Safra
02/03
Safra
03/04
VAR % Safra
02/03
Safra
03/04
VAR %
Milho 285,2 273,8 ( 3,9 ) 288 410 42,4 82,1 112,3 36,8
FONTE - CONAB
Comparando as avaliações anteriores, constatamos oscilações na área, produtividade
e produção dessa cultura, especificamente, nas microrregiões e mesorregiões do
Sertão e do Agreste pernambucano onde observa-se que tal fato justifica-se,
principalmente, em função da ocorrência de adversidades climáticas.
EVOLUÇÃO DA ESTIMATIVA DA ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO
SAFRA 2003/2004 - PERNAMBUCO
Produto Agrícola
Milho Área ( em mil / ha )
02/03
1ºLevant.
Fev/04
2ºLevant.
Abr/04
3ºLevant.
Jun/04
4ºLevant.
Ago/04
5ºLevant.
Out/04
285,2 285,2 265,2 273,8 273,8 273,8
Produtividade ( kg / ha )
288 490 490 410 410 410
Produção ( em mil / t )
82,1 139,7 129,9 112,3 112,3 112,3
FONTE - CONAB
27
O trabalho da Conab, através dos Programas VEP – Valor para Escoamento de
Produto e PEP – Programa para Escoamento do Produto a Conab tem um papel
social de grande importância tendo em vista que a finalidade desses programas é a de
suprir a falta de mercadoria existente no mercado consumidor e estabelecer preços
compatíveis com o mercado, conforme demonstração abaixo:
VENDAS EM BOLSAS VEP / PEP
Modalidade
Quantidade
Adquirida
( kg )
Valor do
Prêmio
(R$)
Valor da
Operação (R$)
Nº de
Clientes
VEP 195.372.221 19.689.984,39 52.951.271,12
PEP 97.037.000 8.773.992,46 -
136
FONTE – CONAB/PE
Como forma de viabilizar o acesso aos estoques públicos dos criadores e das
agroindústrias de pequeno porte, a Conab atua nas vendas diretas a preços de
mercado e compatíveis com os praticados em pregões públicos, conforme abaixo:
MILHO EM GRÃOS – VENDA EM BALCÃO
Unidade Produto Entrada ( kg ) Saída ( venda ) kg Saldo ( kg ) Nºde Clientes
Recife / PE Milho 8.004.937 16.600 7.988.337 04
Arcoverde / PE Milho 2.000.968 57.060 1.943.908 36
FONTE – CONAB/PE
28
Sorgo Granífero
O sorgo é uma planta de origem africana pertencente à família das gramíneas e
classificada como um tipo de porte baixo, apresentando uma altura de 170 cm. Produz
na sua extremidade superior uma panícula (cacho) compacta de grãos e, após a
colheita, como o resto da planta ainda se encontra na fase verde, é utilizada como
feno ou pastejo.
Atualmente, entre os cereais, o sorgo ocupa o quinto lugar em área plantada no
mundo, atrás, apenas, do trigo, arroz, milho e cevada.
É considerado um dos cereais mais resistentes a situações adversas como seca e
calor extremo. Durante esse período crítico, a planta entra numa fase de descanso e
retoma o seu desenvolvimento quando ocorrem as condições propícias .
Como forma de fomentar a produção do sorgo, o Governo de Pernambuco
estabeleceu um leque de incentivos. Inicialmente, elaborou uma estratégia para
reduzir a dependência do estado com as importações de milho, promovendo a
expansão da cultura do sorgo granífero e o fortalecimento do pólo avícola estadual.
Nos países onde a avicultura é mais desenvolvida e tem um aspecto mais lucrativo, as
rações à base de milho foram parcialmente substituídas pelo sorgo granífero. Em
Pernambuco, há uma tendência de se adotar esse comportamento, tendo em vista
que a avicultura encontra-se em plena fase de crescimento.
Foi lançado pelo Governo do Estado um programa denominado Programa do Sorgo
Granífero em Pernambuco, através do qual a Secretaria de Produção Rural e Reforma
Agrária – SPRRA e Secretaria de Planejamento – SEPLAN, juntamente com diversos
parceiros, entre eles, a CONAB, mediante o Programa de Aquisição de Alimentos-
PAA que contém os instrumentos Compra Direta da Agricultura Familiar-CDAF e
Compra Garantida da Agricultura Familiar-CGCAF, que regulamenta a aquisição da
29
produção dos agricultores familiares, ampliando, com isso, o número de produtores
desse grão, passando de 400 para 5.000. Essa alteração representa um aumento na
produção que, de 12.000 toneladas, passará para 150.000 toneladas até o final de
2005, conforme dados divulgados pelo Governo Estadual.
Abaixo, segue um quadro demonstrativo onde contém dados conclusivos fornecidos
por técnicos da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária-IPA, baseados a
partir de experiências obtidas com o plantio do sorgo e do milho.
Competitividade no Estado de Pernambuco
Sorgo Granífero x Milho
Produto Necessidade
de chuva Produtividade em sequeiro
Expectativa colheita/ano
Custo p/ hectare
Ciclo da cultura
Utilização na ração
Garantia compra
SORGO 300 mm 3.000 kg/ha 9 em 10 R$ 550,00
90 a 110 dias
100% Sim
MILHO 600 mm 700 kg/ha 2 em 10 R$ 1.200,00
120 dias
100% Não
FONTE – IPA
Atualmente, 112 municípios estão sendo contemplados com o zoneamento Agrícola
promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA,
perfazendo um total de 4 milhões de hectares destinados ao plantio do sorgo.
No que diz respeito à Licença Ambiental, de acordo com o Banco do Brasil S/A e o
Banco do Nordeste do Brasil, doravante, como forma de beneficiar os produtores
familiares, a mesma não será exigida quando se tratar da cultura do Sorgo.
A taxa mínima estipulada para pagamento dessa Licença é de R$ 926,00. Entretanto,
existe, atualmente, tramitando na Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco,
um projeto que visa isentar os produtos agrícolas desse tributo.
30
Produto = Sorgo
Brasil, Região Geográfica e Unidade da Federação
Brasil Nordeste Pernambuco
Área (Em mil ha)
Produção (Em mil t)
Área ((Em mil h)
Produção ((Em mil t)
Área ((Em mil h)
Produção (Em mil t)
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
Safra 02/03
Safra 03/04
735,5 892,7 1.696,7 2.009,1 77,3 90,5 112,4 169,7 4,4 7,5 4,7 13,4
FONTE – CONAB
A análise feita entre o levantamento da safra 2002/2003 e 2003/2004 demonstra que
houve um aumento expressivo na área e na produtividade, resultando numa alteração
significativa de 8.700 toneladas na produção e uma variação de 185,1%.
RESULTADO DA ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO SAFRAS 2002/2003 E 2003/2004 - PERNAMBUCO
Área
(em mil ha)
Produtividade
(kg/ha)
Produção
( em mil t )
Produto
Agrícola Safra
02/03
Safra
03/04
VAR % Safra
02/03
Safra
03/04
VAR % Safra
02/03
Safra
03/04
VAR %
Sorgo 4,4 7,5 70,5 1.064 1.785 67,8 4,7 13,4 185,1
FONTE - CONAB
Fazendo um comparativo com as avaliações anteriores podemos observar, conforme
quadro demonstrativo seguinte, que a partir da 1ª estimativa de levantamento houve
um aumento expressivo na área, produtividade e produção desse produto.
31
EVOLUÇÃO DA ESTIMATIVA DE ÁREA PLANTADA, PRODUTIVIDADE E PRODUÇÃO SAFRA 200/2003 E 2003/2004 - PERNAMBUCO
Produto Agrícola Sorgo Área ( em mil / ha )
02/03
1ºLevant.
Fev/04
2ºLevant.
Abr/04
3ºLevant.
Jun/04
4ºLevant.
Ago/04
5ºLevant.
Out/04
4,4 4,4 7,5 7,5 7,5 7,5
Produtividade ( kg / ha )
1.064 1.064 1.230 1.785 1.785 1.785
Produção ( em mil / t )
4,7 4,7 9,2 13,4 13,4 13,4
FONTE - CONAB
Mandioca
Originária da América do Sul, a mandioca constitui um dos principais alimentos
energéticos para cerca de 500 milhões de pessoas, sobretudo, nos países em
desenvolvimento, onde é cultivada em pequenas áreas com baixo nível tecnológico.
Entre os mais de 80 países produtores de mandioca, o Brasil gera mais de 15% da
produção mundial.
Historicamente, a mandioca teve papel importante no Brasil, desde o período colonial
até os tempos atuais, e essa cultura ainda poderá vir a ser um dos alicerces de um
desenvolvimento sustentável futuro.
32
A mandioca é classificada como um vegetal de fácil adaptação, sendo cultivada em
todos os estados brasileiros e incluída entre os nove primeiros produtos agrícolas do
País, em termos de área cultivada, e o sexto, em valor de produção.
O Brasil deverá colher no ano de 2005, aproximadamente, 25 milhões de toneladas de
raiz de mandioca e em 2004, segundo dados fornecidos pelo IBGE, a produção
nacional foi de 23,9 milhões de toneladas.
O Paraná, atualmente, é o estado que detém a maior distribuição de fécula de
mandioca com uma participação de 60%, juntamente com Mato Grosso, São Paulo e
os demais estados, que contabilizam uma distribuição de 20%, 10% e 10%,
respectivamente.
Os registros mostram que o Nordeste detém o percentual significativo de 34,7%. No
contexto regional, a Bahia é o estado com maior produção e no contexto nacional
essa participação representa 17,3%. Em seguida, ressaltamos a região Norte com
25,1% e tem o estado do Pará como o maior produtor regional e nacional com uma
participação de 18%,6.
O estado de Pernambuco detém uma área plantada de 41.767 hectares com
produtividade média de 10.264 kg/ha e produção de 473.909 t. No “ranking” nacional
está classificado em 4º lugar nos itens área plantada e produção, números inferiores
apenas aos dos estados do Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte. No item
produtividade, está em 3° lugar, competindo com o Piauí e o Rio Grande do Norte.
Evolução da Área, Produção e Produtividade
Área hectare Produção tonelada Produtividade kg/ha Produto
2003 2004 2003 2004 2003 2004 Brasil Mandioca 1.645.720 1.780.870 22.146.801 24.230.333 13.457 13.457 Nordeste Mandioca 780.134 817.007 8.174.013 8.936.846 10.478 10.478 Pernambuco Mandioca 41.767 46.172 440.447 473.909 10.545 10.545 FONTE - IBGE
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Na região Nordeste, a produção da mandioca é, tradicionalmente, destinada à
produção de farinha e as indústrias de processamento desse produto – Casas de
Farinha – são de propriedade privada, eventualmente, com fins empresariais, e as
comunitárias. No estado de Pernambuco, os municípios que se destacam nessa
atividade são: Araripina, localizado no Sertão, onde o preço da raiz é comercializado
por, aproximadamente, R$ 100,00/ t ; Lajedo e Feira Nova, localizados no Agreste,
comercializando ao preço de R$ 90,00/ t.
Fruticultura
A fruticultura é um dos setores que mais crescem no país, e esse desempenho está
intimamente ligado aos bons resultados que o setor vem obtendo com as exportações
de suco e frutas frescas.
Produzindo frutas de climas tropicais e temperados, o Brasil tem na fruticultura um dos
esteios do agronegócio. O setor emprega hoje mais de 5 milhões de pessoas e ocupa
uma área de 3,4 milhões de hectares. Estima-se que para cada US$ 10mil investido
em fruticultura, são criados três empregos diretos e dois indiretos.
Com uma fruticultura diversificada, o Brasil é atualmente um dos maiores pólos
mundiais de produção de sucos de frutas.
No setor de frutas frescas, o Brasil é o terceiro do mundo em produção, atrás apenas
da China e da Índia, com uma colheita anual de cerca de 38 milhões/t.
No Nordeste o Pólo Petrolina/Juazeiro é formado pelos seguintes municípios:
Petrolina, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, Orocó, em Pernambuco;
Juazeiro, Sobradinho, Casa Nova e Curaçá, na Bahia. Situado no semi-árido
nordestino, no submédio São Francisco, o Pólo Petrolina/Juazeiro tem apresentado
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acelerado crescimento da produção agrícola irrigada. É considerado o maior e mais
dinâmico pólo de fruticultura irrigada do Brasil.
A transformação da região iniciou-se nos anos 70 e acelerou-se nos anos 80, com
base na ação do Governo Federal, via Codevasf, com a intensificação da implantação
dos projetos de irrigação. Atualmente, há uma área de mais de 100.000 ha irrigados,
entre projetos públicos e privados, e um potencial de cerca de 220.000 hectares.
A iniciativa privada vem mostrando acentuado dinamismo na Região destacando-se
as culturas de manga e uva, em grande parte voltadas para a exportação. Além da
uva e da manga, os pomares irrigados da região são cobertos por outras 45 diferentes
culturas irrigadas, com destaque para banana, coco, goiaba e cítricas.
Com o avanço na produção de frutas a agroindustrialização está se expandindo,
especialmente na produção de concentrados e na produção de vinho. Imensas áreas
de vinhedos estão produzindo uvas de excelente qualidade para produção de vinhos
que já estão concorrendo com os vinhos produzidos no sul do país.
Uva
Pernambuco vem destacando-se como um modelo de desenvolvimento no Nordeste e
consolida-se, definitivamente, como um dos maiores produtores vitivinícolas do país
sendo responsável por 95% da uva de mesa cultivada no Brasil e pela produção de 5
milhões de litros de vinho/ano, detendo 15% do mercado nacional e empregando
diretamente um contingente de 30 mil pessoas no Vale do São Francisco, única região
no mundo que produz duas safras e meia/ano.
Com cerca de sete mil hectares de plantação de uva de mesa e mais de 500 hectares
de uvas viníferas, o estado é um verdadeiro atrativo a diversos empreendedores e
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proprietários de fazendas que vivem no Brasil ou provenientes da Europa, já iniciando
as primeiras plantações.
Entre as dez empresas instaladas na região, três vinícolas são de origem
pernambucana e precursoras na atividade de produção de vinhos, gerando uma
produção anual de quatro milhões de litros destinados ao mercado interno e externo e
comercializado com as marcas Bottichelli, Bianchetti e Adega do Vale.
Uma das principais metas do Governo do Estado é estimular progressivamente a
produção de vinhos e investir no Vale do São Francisco, apostando na formação do
Pólo Internacional de Vinhos Finos e consolidar a sua intenção de aumentar a
produção para 50 milhões de litros/ano e ampliar para 50% a participação de
Pernambuco no mercado nacional de vinhos.
Cajucultura
O agronegócio do caju tem elevada expressão no Nordeste brasileiro apresentando
peculiaridades tanto do ponto de vista econômico como social, tendo em vista sua
relevância na pauta das exportações com a venda da castanha de caju, como também
pela absorção de mão-de-obra agrícola em período não coincidente com o de outras
culturas. A prática dessa atividade ocupa uma área de 700 mil hectares e é
responsável pela geração de 300 mil empregos diretos e indiretos na região.
A cajucultura está concentrada nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí,
onde abrange mais de 95% da produção.
No Nordeste, 17,65% de suas terras são consideradas plenamente aptas à
cajucultura, sendo 11,57%, 22,33% e 48,45%, com aptidão denominada regular,
marginal e inaptas, respectivamente.
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Em Pernambuco, as principais áreas destinadas à cultura de caju estão localizadas no
semi-árido, no Agreste de Garanhuns, Alto e Baixo Capibaribe, Vale do Ipojuca,
Brejo, Sertão do Pajeú e Araripe, contabilizando um total de, aproximadamente,
10.000 ha, representando, apenas, 1,3% de área cultivada na região Nordeste.
DEMONSTRATIVO DA PRODUÇÃO EM PERNAMBUCO
Produto
UF
Área 1.000 ha
Produção t
Preços Médios R$
Região Produtora
Castanha Caju
PE
10.000
6.913
1.100,00 (t)
Agreste e Sertão
FONTE - IBGE
A amêndoa da castanha do caju industrializada representa cerca de US$ 150 milhões
anuais na pauta das exportações e é classificado como o segundo maior item de
produtos originários do setor hortifrutícola, com uma participação de,
aproximadamente, 25% no “ranking” mundial. Esses dados mostram que o estado de
Pernambuco encontra-se excluído da parte considerada mais relevante da exploração
cajueira traduzindo prejuízos aos produtores e indústrias pernambucanas.
Carcinicultura
O cultivo de camarão marinho teve origem no Sudoeste da Ásia e era praticado,
inicialmente, para fins de subsistência.
Durante séculos até a década de 30, essa atividade se manteve com características
basicamente artesenais.
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O avanço ocorreu, após uma experiência feita pelo Japão dentro de laboratório com o
objetivo de obter a desova de fêmeas capturadas no mar para produção comercial de
pós-larvas. A tecnologia introduzida nessa experiência deu origem ao que hoje é
denominado de carcinicultura, uma atividade econômica mundial que movimenta
algo em torno de US$ 10 bilhões/ano.
No Nordeste brasileiro a carcinicultura é praticada utilizando a variedade denominada
branco do pacífico ou cinza e cientificamente chamada Litopenaeus Vannamei.
Apesar de ser ainda incipiente no Brasil, nos últimos dez anos essa atividade vem
revelando sua real viabilidade técnica e econômica, surgindo como umas das
alternativas mais promissoras do setor primário da economia regional em termos de
geração de emprego e renda, refletindo no desenvolvimento nacional e criando
grandes perspectivas de fortalecimento da posição do Brasil no cenário internacional.
Desde 2001 o estado de Pernambuco vem ocupando a 4ª posição no “ranking”
nacional, contabilizando uma produção de 5.831 toneladas/ano de camarão,
cultivados por 79 produtores e distribuídos em 1.131 ha de viveiros.
Entre os 28 laboratórios de pós-larvas existentes no Brasil, três encontram-se
instalados em Pernambuco e reunidos comercializaram 1,9 bilhões de unidades no
ano de 2003.
Ainda sobre 2003, ressaltamos alguns dados relevantes sobre essa atividade em
Pernambuco: o estado exportou pouco mais de 30 milhões de dólares, um total
superior ao ano de 2002 que foi de 23,4 milhões de dólares, representando um
aumento de 29,9% e uma comercialização inferior, apenas, a dos estados do Ceará e
Rio Grande do Norte, e promoveu a geração de 4.240 empregos diretos e indiretos,
em função do cultivo do camarão cinza.
Em 2004, uma ação antidumping movida pela Aliança dos Pescadores do Sul dos
Estados Unidos contra os produtores brasileiros de camarão produziu efeitos
extremamente negativos nessa atividade econômica. Uma das conseqüências foi a
queda de 30% nas exportações pernambucanas nos primeiros 8 meses do ano,
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quando comparamos o comportamento das exportações no período correspondente
em 2003.
Floricultura
O ano de 1950 foi um marco na floricultura no Brasil, com a criação da Cooperativa
Agropecuária de Holambra, dando início ao desenvolvimento dessa atividade
econômica e, tempos depois, em 1988, introduzindo um arrojado programa de
reestruturação.
Tal iniciativa ocorreu exatamente quando a Holanda, considerado o maior produtor
mundial de flores, vinha enfrentando questionamentos de ambientalistas da
Alemanha. Essa lacuna permitiu uma maior abertura no exterior criando possibilidades
para que o Brasil desse maior visibilidade ao seu produto no mercado internacional e,
assim, pudesse comercializá-lo.
Em 1997, a cadeia produtiva brasileira de flores e plantas ornamentais movimentou
cerca de US$ 1 bilhão. Em 2002, suas exportações atingiram US$ 14,9 milhões,
menos 5% da produção brasileira no período, estimada em US$ 350 milhões.
De acordo com informações do IBRAFLOR – Instituto Brasileiro de Floricultura, as
exportações brasileiras de flores e plantas ornamentais somaram US$ 11,749 milhões
no primeiro semestre de 2004, representando 30,7% a mais do total exportado no
mesmo período em 2003.
No Brasil, Pernambuco foi o estado pioneiro no cultivo de flores tropicais e, ainda,
mantém sua liderança em área cultivada. Essa peculiaridade está historicamente
vinculada à ação de Roberto Burle Marx, um paisagista que residiu em Recife entre os
anos 1934 e 1937 e implantou seu primeiro e grande projeto de paisagismo ao utilizar
plantas tropicais durante o período em que ocupou o cargo de chefe de obras e
jardins.
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A evolução da área cultivada em Pernambuco através da ampliação, que em 1994 era
de cinco hectares, passando para cerca de setenta em 2002, evidencia o entusiasmo
e o esforço dos produtores que contam com o apoio das entidades integrantes do
Comitê Pernambucano de Floricultura.
O espaço econômico de referência da floricultura tropical em Pernambuco está
concentrado na Zona da Mata, especificamente, nos municípios de Barra de
Guabiraba, Bonito, Cabo de Santo Agostinho, Camocim de São Félix, Chã Grande,
Garanhuns, Gravatá, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Petrolina, São
Lourenço da Mata e Camaragibe, esse classificado como o maior centro produtor
existente da região.
Apicultura Conforme dados estatísticos, a apicultura é uma atividade em franca expansão no
Brasil.
O país, que em 1994 estava classificado em 16º lugar no “ranking” mundial entre os
maiores exportadores de mel, saltou para o 4º lugar em 2004. Segundo o IBGE, a
produção de mel em 1990 era de 10.181.289 kg e passou para 23.995.350 kg em
2002.
Os números registram que a produção estimada de mel de abelha em Pernambuco é
de, aproximadamente, 300/t/ano, com destaque a produção oriunda do Araripe,
representando em torno de 80%, somados aos 9% gerados pela Região do Moxotó
(Ibimirim, Inajá e Floresta), 6% da Região de Itaparica e, finalmente, os 5% que se
encontram distribuídos no restante do território pernambucano.
No Nordeste, dentro da escala de produção, Pernambuco ocupa o 3º lugar com uma
participação de 13,5%.
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A média de produção de mel por colmeia é de 25 kg/ano e o preço atual do produto
comercializado na Região do Araripe é de R$ 3,50/kg, R$ 5,00 /litros e R$ 90,00/lata
de 25 kg (17,5 litros).
O estado de Pernambuco comemora suas primeiras exportações de mel de abelha no
mercado americano e europeu, contando com um plantel de dois mil produtores, entre
criadores formais e extrativistas.
No ano passado, 150 toneladas do produto foram enviadas ao mercado externo. As
perspectivas para esse ano são de crescimento na ordem de 35%, ultrapassando a
marca das 200 toneladas, representando um ganho estimado em US$ 300 mil (R$
990 mil, aproximadamente).
Pecuária Leiteira
Em Pernambuco, nos últimos dois anos, a produção de leite cresceu 23% e está
concentrada no Agreste a maior bacia leiteira do estado, com uma representatividade
de 73%.
O Programa Leite em Pernambuco, desenvolvido pelo Governo Estadual, impulsionou
a cadeia produtiva leiteira e potencializou a produção local, gerando emprego, como
também favoreceu as regiões do Agreste, Zona da Mata e Metropolitana do Recife.
Existem 14 mil pequenos e médios produtores nessa atividade gerando uma produção
diária de 980 mil litros.
Pernambuco contabiliza uma produção de 360 milhões de litros/ano e ocupa,
atualmente, a 2ª posição entre os estados nordestinos e está incluído entre os
maiores produtores nacionais.