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  • 7/24/2019 CONFUSO CARISMTICA

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    CONFUSO

    CARISMTICA

    porPa ulo R. Van Gorder

    Imprensa Batista Regular do BrasilRua Kansas, 770 - Brooklin04558 - So Paulo - SP

    1985

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    O BATISMO DO Esprito SANTO

    Se, de repente, na sua igreja, num culto ou apenasnuma pequena reunio, algum se levantasse e falassenuma lngua ou linguagem que lhe seja totalmentedesconhecida, qual seria a sua reao? Se o pastoranunciasse um culto especial, totalmente dedicado cura, voc estranharia o fato? Ou, ainda, se um gru-

    po de crentes se reunisse para impor as mos e receber,como eles chamam, o "Batismo do Esprito Santo,"voc concordaria com isso? Quem sabe, voc diria:"No tenho nada a ver com isso, no sou Pente-costal." Erramos, quando dizemos que isso pertence

    to somente a Pentecostais, pois tanto Episcopais,como Batistas, Metodistas, Presbiterianos e at mes-mo os Catlicos Apostlicos Romanos esto comeandoa se envolver com o que denominamos "ReavivamentoCarismtico." O termo "carismtico" deriva do voc-

    bulo grego "carisma," que significa "dom da graa."Refere-se, basicamente, aos dons conferidos pelo Esp-rito Santo, que esto enumerados em vrios lugaresdo Novo Testamento.

    A ausncia de um Cristianismo fervoroso e caloroso um tanto bvia na maioria das nossas denominaes,hoje em dia. Os crentes andam frustrados pela inapti-do espiritual de seus lderes. Coraes famintos estoanelando por uma comunho mais ntima, mais ache-gada e profunda com Jesus Cristo . A deficincia do

    poder espiritual, a frieza do amor cristo e a fraquezada Igreja esto provocando nas almas desejosas, umanseio por uma experincia que sej a mais do que for-malidade e cerimonialismo. Em conseqncia disso,muitos esto se voltando para o Novo Pentecostalismo,que d nfase aos dons carsmtcos. Esse movimentode rpido crescimento inclui no somente pessoas de

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    todas as denominaes, mas atrai tambm represen-tantes de vrias camadas intelectuais, sociais e teol-gicas. A questo que essa renovao, ou "reavva-mente," como chamada, no chega a ser novidade.Vrios movimentos semelhantes tiveram lugar nosEstados Unidos na dcada de 1920, assim como umdenominado "the Irvingite movement," que aconteceupor volta de 1830. deveras interessante notarmosque existe uma grande tendncia no sentido do m-raculoso, e um aumento do fenmeno espiritual du-rante as pocas de inquietao religiosa e vitalidadedecadente.

    A maioria dos crentes sinceros deseja uma expe-rincia de vitria, algo profundo e real na vida crist.Isso se manifesta no interesse presente nos dons doEsprito especialmente no dom de lnguas, ou glosso-llia. Esse vocbulo formado por duas palavrasgregas: glossa, que significa "lngua," e lalia, que signi-fica "fala" ou "ato de falar."

    JULGUE PELA Bblia

    Permita-nos uma palavra de advertncia: todaatividade espiritual vlida deve estar em confonnidadecom a Bblia, propriamente interpretada. Nenhuma ex-perincia de ordem espiritual pode ser considerada ge-nuna, se no obtiver sua aprovao e orientao nasEscrituras. Inno, no estamos falando das caracte-rsticas ou do efeito que esse tipo de atividade produzno crente; antes, estamos questionando sua confor-midade com a Palavra de Deus. A Bblia o divnofio de prumo a ser colocado ao lado de cada expe-rincia. Opresente reavivamento carismtico e seusresultados, portanto, devem ser examinados luz daPalavra de Deus.

    Grande parte da confuso reinante em nossos diasacerca dos dons espirituais, especialmente o de falarem lnguas, decorrente de u'a m compreenso do en-sino neo-testamentrio concernente ao batismo do Esp-rito Santo. Enquanto estudamos esse assunto de suma

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    importncia na Palavra de Deus, permita-nos pedirque voc aborde as Escrituras com a mente aberta,deixando de lado todas as idias pr-concebidas, per-mitindo que a Palavra de Deus fale por si mesma.Certa vez, algum disse que se Satans no consegueimobilizar a sua marcha, enchendo a estrada de pregosna tentativa de furar o seu pneu, ele se assenta aoseu lado e diz: "Pise no acelerador!" Estes so osdois extremos: o pneu furado do fonnalismo frio emorto, ou a louca corrida desencaminhada e no b-blica - tipo "fogo grego" - do fanatismo. Em nossapesquisa dos dons carsmtcos, consideraremos vrioserros prevalecentes, particularmente o batismo doEsprito Santo.

    Oprimeiro dos pontos de vista incorretos o quediz que Pentecoste foi o batismo de fogo mencionadopor Joo Batista, quando ele disse:

    "Eu vos batizo com gua, para arrependi-

    mento; mas aquele que vem depois de mim mais poderoso do que eu, cujas sandliasno sou digno de levar. Ele vos batizarcom o Esprito Santo e com fogo" (Mateus3: 11).

    Geralmente, lemos apenas o versculo 11, mas aidia continua no verso 12:

    "A sua p ele a tem na mo, e limpar COm-pletamente a sua eira; recolher o seutrigo no celeiro, mas queimar a palha emfogo nextriguvel" (Mateus 3: 12).

    Prontamente, compreendemos que "fogo," no ver-sculo 11, refere-se ao julgamento que est por vir.

    O BATISMO DO ESPRITO

    O Senhor Jesus Cristo fez referncia ao batismodo Esprito Santo e ao antecedente batismo com gua,ministrado por Joo Batista:

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    "E, comendo com eles, determinou-lhes queno se ausentassem de Jerusalm, mas espe-rassem a promessa do Pai, a qual, disse ele,de mim ouvistes. Porque Joo, na verdade,

    batizou com gua, mas vs sereis batzados

    com o Esprito Santo, no muito depoisdestes dias" (Atos 1:4, 5).O Senhor foi cauteloso em no dizer que aqueles

    crentes receberiam o batismo de fogo. Por qu? Pelarazo bvia e simples de que o crente no experimentao batismo de fogo. Isto um julgamento que estreservado para o futuro, para os incrdulos. "Mas,"algum diria, "no houve fogo em Pentecoste?" NAO!As Escrituras declaram: " ... apareceram, distribudasentre eles, lnguas como de fogo." Em outras palavras,"tendo a aparncia de fogo."

    Precisamente, o que batismo do Esprito Santo?Para discernirmos a resposta correta a essa pergunta,devemos nos voltar para a fonte de verdade que seja

    mais forte e de maior segurana que a experinciapessoal. Em nenhum lugar do Novo Testamento re-cebemos a ordem de sermos batizados com o Esprito

    . Santo. O batismo que nosso Senhor prometeu teveseu cumprimento atravs dos judeus crentes no diade Pentecoste:

    "Porque Joo, na verdade, batizou com gua,mas vs sereis batzados com o EspritoSanto, no muito depois destes dias" (Atos1 :5)'

    Jesus disse que aconteceria "no muito depoisdestes dias." Simo Pedra corroborou a afirmao deJesus, quando disse:

    "Quando, porm, comecei a falar, caiu oEsprito Santo sobre eles, como tambm so-bre ns no princpio. Ento me lembrei dapalavra do Senhor, como disse: Joo, naverdade batizou com gua, mas vs seres

    batizados com o Esprito Santo. Pois se

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    Deus lhes concedeu o mesmo dom que ans nos outorgou quando cremos no SenhorJesus, quem era eu para que pudesse re-sistir a Deus?" (Atos 11:15-17).

    Em Cesaria de Filipos, os gentios na casa de Cor-nlo receberam o batismo do Esprito Santo, anloga-mente experincia dos judeus no dia de Pentecoste.Expressivamente, esse acontecimento inicial relatadoem Atos 2 e repetido de forma singular em Atos 10,nunca mais se repetiu. No h sequer um s lugarnas Escrituras que oriente o crente a buscar o batismo

    pelo, ou com, ou no Esprito Santo. Isto porque obatismo do Esprito Santo foi um ato que colocoujudeus e gentios juntos, no Corpo de Cristo. O apstolodiz claramente:

    "Porque ele a nossa paz, o qual de ambos(os povos) fez um; e, tendo derrubado a pa-rede de separao que estava no meio, a

    inimizade, aboliu na sua carne a lei dosmandamentos na forma de ordenanas,para que dos dois criasse em si mesmonovo homem, fazendo a paz, e reconci-liasse ambos em um s corpo com Deus,

    por intermdio da cruz, destruindo por elaa inimizade. E, vindo, evangelizou paz avs outros que estveis longe, e paz tam-

    bm aos que estavam perto; porque porele, ambos temos acesso ao Pai em umEsprito" (Efsios 2: 14-18).

    Essa interpretao reafirmada em 1 Corntios12:13, o versculo chave no ensinamento de batismo doEsprito Santo, que diz:

    "Pois, em um s Esprito, todos ns fomosbatizados em um corpo, quer judeus, quergregos, quer escravos, quer livres. E a todosns foi dado beber de um s Esprito"(1 Corntios 12:13).

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    o batismo do Esprito Santo coloca o crente noCorpo de Cristo. Note, por favor, que muitos crentescarnais estavam includos no todo a quem Paulo falouem Corinto, alguns dos quais eram culpados de esp-

    rito de partidarismo, divises, desordem na Ceia doSenhor, e at mesmo de imoralidade. O batismo doEsprito Santo no uma experincia que faz docrente um super-espiritual ou dotado de poder especial

    para exercer os dons espirituais. O batismo do Esp-rito Santo nos torna membros do Corpo de Cristo.Certo profundo conhecedor da Palavra costumava dizer:"O cenculo se tornou o batistrio do Esprito."

    As epstolas esto carregadas de afirmaes quedizem que o crente est "em Cristo." Deus nos enxer-ga como tendo morrido, tendo sido sepultados, e tendoressuscitado com Cristo. Estas descries positivas denossa posio atual mostram o lado negativo de nossa

    posio anterior. Houve tempo em que no estvamosem Cristo. Onde estvamos, ento? Em Ado, mortos

    em delitos e pecados. Mas agora estamos vivos, rece-bemos perdo, e estamos em Cristo. Como? Pela vir-tude de nossa unio com Cristo, que aconteceu quandocremos nEle. A esse tempo o Esprito tambm nos

    batizou no Corpo de Cristo, a respeito do qual Paulofalou, quando disse: "Pois, em um s Esprito, todosns temos batizados em um corpo" (I Corntos 12:13).Por esta obra, e no por experincia, o Esprito Santocoloca cada crente no Corpo de Cristo.

    A OBRA DO Esprito

    Quatro palavras do Novo Testamento relatam aobra do Esprito Santo, quatro atos que ocorrem simul-

    taneamente, com a converso. Essas quatro palavrasso "nascer," "batizar," "habitar," e "selar." Em Joo3:5, lemos: "Quem no nascer da gua e do Esprito ,no pode entrar no reino de Deus." Acabamos deconsiderar I Corntios 12: 13: "Pois, em um s Esprito,todos ns fomos batlzados em um corpo." I Joo 3:24declara: "E nisto conhecemos que ele permanece em

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    ns, pelo Esprito que nos deu." Esta uma refernciadireta habitao do Esprito em ns. Finalmente,Efsios 4:30 diz: " ... 0 Esprito de Deus, no qual fostesselados para o dia da redeno."

    Se perguntarmos a um auditrio composto decrentes: "Quantos aqui sabem que nasceram de no-vo e que, por isso, so filhos de Deus pela f emJesus Cristo?" A resposta ser, quase sempre, ime-diata e unanimemente afirmativa. Mas, se pergun-tarmos: "Quantos aqui receberam o batismo do Esp-rito Santo?" haver um nmero consideravelmentemenor, de crentes, respondendo afirmativamente. Isso

    prova que muitos crentes tm um conhecimento muitodeficiente daquilo que a Palavra de Deus diz a esserespeito.

    Todo crente nascido do Esprito Santo, batizadocom o Esprito Santo, habitado pelo Esprito Santo eselado pelo Esprito Santo. Alm disso, todas estasquatro aes acontecem simultaneamente, na conver-so. Se voc filho de Deus, o batismo do EspritoSanto o colocou no Corpo de Cristo. Esse aconteci-mento teve lugar no momento em que voc recebeua Jesus Cristo como Salvador. Voc no tem necessi-dade de ser levado incerteza da confuso gerada

    pelo erro de "buscar" o batismo. Cada pessoa que seconverte batizada no Corpo de Cristo pelo EspritoSanto, e isso ocorre somente uma vez na vida do crente.A pessoa que tem Cristo, tem o Esprito; e "se algumno tem o Esprito de Cristo, esse tal no dele."(Romanos 8:9). Se voc filho de Deus. simplesmenteagradea-Lhe por haver recebido o batismo do EspritoSanto na converso. Como crente, voc jamais expe-rimentar o batismo de fogo. Sendo crente, voc no

    precisa esperar ou aguardar pelo Esprito Santo; Ele

    j habita em voc. Tendo crido em Cristo, voc nonecessita buscar uma experincia no bblica, poisvoc foi colocado "em Cristo" pelo Esprito Santo e

    pelo Seu batismo tornou-se membro da Igreja, que o Corpo de Cristo.

    Deus colocou o Esprito de Seu Filho no seu corao.Ele habita em voc, colocando a prpria vida de Cristo

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    sua disposio. O Esprito Santo um guia cons-tante e tambm consolador, o Intercessor que nuncafalha, conduzindo-nos a toda verdade. Seu ministrio sempre coerente com a Palavra de Deus, a Bblia, da

    qual Ele o autor.Se voc no crente, est privado desse mara-vilhoso professor e guia. Voc no pode cantar comoo crente, "Sei que Jesus vai por onde eu andar." Masno permanea assim, nas trevas e na dvida da des-crena. Voc tambm pode confiar no Salvador. Con-vide-O para entrar no seu corao, e acredite em Deusquando a Sua Palavra diz que "aquele que nele cr,tem a vida eterna." Eu o convido, meu amigo, a re-ceber Aquele que morreu em seu lugar, que carregouo seu pecado, e que ressuscitou para que voc pudesseter a Sua vida habitando em voc.

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    11O HISTRICO BBLICO DAS LNGUAS

    Ignorar o histrico bblico, referente ao evento deBelm, do Calvrio ou de Pentecoste, o mesmo quecolocar a experincia humana acima da revelao, econsiderar a emoo pessoal superior objetividadedas Escrituras. As doutrinas biblicas no so deter-minadas pelo que experimentamos. Antes, a doutrinadeve determinar a autenticidade da experincia. Estaregra freqentemente violada em nossos dias. Umexemplo disso a seguinte citao que extramos dumrelatrio recentemente publicado de um comit deno-mnaconal:

    "Estejam abertos para os novos meios que

    Deus,pelo Seu Esprito, possa estar utili-zando para falar Igreja."Ns cremos que os crentes devem se orientar pelos

    princpios e ensinam entes bblicos, e enfatizamos repe-tidamente que o Esprito Santo nos fala ATRAVSDA BBLIA. Seus ensinamentos determinam o querege a nossa f e prtica. Todas as tendncias novase prticas religiosas, portanto, como o recente movi-mento denominado "reavivamento carsmtco," devemser avaliados luz da Palavra de Deus. Predominanesse movimento a glossollia, ou "falar em lnguas,"e ns daremos ateno especial a isso agora.

    Neste estudo especfco, deveremos examinar osanais bblicos a respeito da origem, da ocasio, e danatureza do falar em lnguas. Quatro eventos his-tricos de crentes falando em linguagem outra que nosua lngua materna esto registrados na Bblia. Elesocorrem em Atos 2, Atos 10, Atos 19 e I Corntos 12-14.O USO DA PALAVRA "LNGUA"

    A palavra "lngua," usada especificamente paradeterminar o falar em lnguas, aparece 29 vezes no

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    Novo Testamento. Considere cuidadosamente que existeapenas uma nica meno de lnguas nos quatro evan-gelhos; h somente trs casos distintos no livro deAtos; h referncia feita a lnguas em apenas uma das21 epstolas; e a palavra nem aparece no Apocalipse.Os captulos 12 a 14 de I Corntios contm um longorelato do falar em lnguas, mas no um caso dorelato histrico de uma ocorrncia.

    No dia de Pentecoste, uma grande multido dejudeus se reuniu em Jerusalm, vinda de diversas par-tes do mundo. Eles falavam as lnguas de seus pr-

    prios pases. Leia cuidadosamente o relato bblico dosacontecimentos daquele dia, como se encontra regis-trado em Atos 2:

    "Ao cumprir-se o dia de Pentecoste, esta-vam todos reunidos no mesmo lugar; derepente veio do cu um som, como de umvento impetuoso, e encheu toda a casaonde estavam assentados.

    E apareceram, distribudas entre eles,lnguas como de fogo, e pousou uma sobrecada um deles.Todos ficaram cheios do Esprito Santo,e passaram a falar em outras lnguas, se-gundo o Esprito lhes concedia que falassem.

    Ora, estavam habitando em Jerusalmjudeus, homens piedosos, de todas as na-es debaixo do cu.

    Quando, pois, se fez ouvir aquela voz,afluiu a multido, que se possuiu de per-

    plexidade,porquanto cada um os ouviafalar na sua prpria lngua.

    Estavam, pois, atnitos, e se admiravamdizendo: Vede! No so, porventura, ga-lileus todos esses que a esto falando?

    E como os ouvimos falar, cada um

    em nossa prpria lngua materna?" (Atos2:1-8).

    Este relato histrico a primeira ocasio em quelnguas so usadas no Novo Testamento. Isto faz

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    parte do sinal-em-trs-etapas dado por Deus naqueledia. Primeiramente, houve "do cu um som, como deum vento impetuoso, e encheu toda a casa." Esta foiuma das indicaes claras de que o Espirito Santoviera habitar no novo "prdio," a Igreja chamada "ahabitao de Deus no Esprito" (Efsios 2:22).

    LNGUAS DE FOGOAlm desse som audvel, houve tambm um sinal

    visvel: "E apareceram, distribudas entre eles, ln-guas como de fogo." Junto com o vento que encheua casa, o que indicou que o Esprito Santo estavatomando posse de Sua morada na Igreja, lnguas distri-

    budas entre eles, a cada crente, deram testemunhode que cada um ali presente recebera o Esprito Santo.Estes sinais inauguraram uma nova dspensao, talqual o fenmeno parecido que introduziu a dispensaoda lei.

    Lemos na carta aos Hebreus:

    "Ora, no tendes chegado ao fogo palpvel

    e ardente, e escurido, e s trevas, e tempestade, e ao clangor da trombeta, eao som de palavras tais, que, quantos oouviram suplicaram que no se lhes falassemais" (Hebreus 12: 18, 19).

    Os sinais visveis de Pentecoste testificaram umdom invisvel. Todo crente recipiente do EspritoSanto, - no dos sinais audveis e visveis, mas dodom do Esprito - pois Ele vem habitar na pessoaque recebe o Salvador.

    HOuve um terceiro sinal - o falar em outras lnguas.O que, precisamente, eram essas lnguas? Isto pode serfacilmente esclarecido nas prprias Escrituras. Umaleitura cuidadosa e atenta de Atos 2: 1-11 nos leva aconcluir que estas lnguas eram idiomas conhecidos efalados. Lucas, o autor de Atos, usa a palavra "glossa,"que se refere repetidamente, no Novo Testamento, aorgo do corpo humano. Por exemplo, Tiago disse:"A lngua,pequeno rgo ... " (Tiago 3: 5).

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    Alm das vezes que a palavra usada para indicaro rgo do corpo humano, no Novo Testamento elatem predominncia em determinar uma. outra lngua-gemo Atos 2:4 nos declara que as pessoas comearam

    a. falar em outras lnguas, ou, ut1lizando outro idioma.Isto simplesmente significa que eles falaram numalinguagem diferente da que estavam acostumados afalar, sua lngua materna. Isto bem claro, pois osjudeus que estavam em Jerusalm procediam de pelomenos 16 regies diferentes e cada um ouviu esteshomens falarem na lngua peculiar sua terra. Odom de lnguas em Atos 2, portanto, nada mais foido que a habilidade de falar numa lngua que nohaviam aprendido. Judeus de vrios pases estavampresentes, e todos ouviram ensinamentos inteligentes- nada de linguagem inarticulada que ningum en-tendia - simplesmente seu prprio idioma.

    o SEGUNDO TEXTO

    Em Atos 10, encontramos o segundo relato his-trico do falar em lnguas. Pedro havia sido enviadopor Deus aos gentios na casa de Cornlo, em Cesa-ra, e o propsito dessa visita era que, atravs donome de Jesus "todo o que nele crrsse) , recebe (ria) ,remisso de pecados" (Atos 10:43>. De repente, o domdo Esprito Santo foi derramado sobre esses gentioscrentes, e ento lemos: "Pois os ouviam falando emlnguas e engrandecendo a Deus" (Atos 10 :46).

    Quais eram essas lnguas? No temos razes paracrer que eram lnguas diferentes das faladas no dia dePentecoste. Alis, os judeus crentes, que acompanharamPedro a Cesaria, estavam maravilhados porque o

    dom do Esprito havia sido derramado tambm sobreos gentios. Simo Pedro, ao dar uma espcie de rela-trio aos lderes cristos em Jerusalm, disse:

    " ... Deus lhes concedeu o mesmo dom quea ns nos outorgou quando cremos noSenhor Jesus" (Atos 11: 17).

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    Portanto, a glosaolla, o falar em lnguas deAtos 10, foi da mesma natureza que a registrada emAtos 2.

    O TERCEIRO CASO

    O terceiro relato histrico do falar em lnguas seencontra em Atos 19: 1-7. O apstolo Paulo havia che-gado em tfeso, onde encontrou doze homens que eramdiscpulos de Joo Batista. Provavelmente eram judeusque haviam ouvido Joo pregar na Palestina e tambmhaviam recebido o seu batismo. O batismo que haviamrecebido no era o batismo cristo; em caso contrrio,Paulo no os teria batizado em nome do Senhor Jesus.Depois disto, Paulo imps suas mos sobre eles, e "veiosobre eles o Esprito Santo; e tanto falavam em lnguascomo profetizavam" (Atos 19:6). Estas "lnguas" eramidiomas. A mesma palavra usada em Atos 2 usadaem Atos 10. No h nada que nos leve a crer que ofalar em lnguas que aconteceu entre os efsios tenhasido diferente do fenmeno que teve lugar no dia dePentecoste e o mesmo sinal testificado por Pedro nacasa de Cornlo.

    Mas, o que diremos a respeito da glossollia emI Corntios? indicativo de um episdio singular, ln-guas com caractersticas diferentes daquelas dos trs re-latos anteriores? A cronologia bblica de grande valiapara respondermos a esta pergunta. A primeira eps-tola de Paulo aos Corntios foi escrita de feso. Essaepstola antecede o registro de Atos em, aproximada-mente, seis anos. Quando Lucas, o autor divina-mente inspirado de Atos, usou a palavra "lnguas"para significar lnguas existentes, idiomas usados por

    habitantes deste mundo, certamente estava ciente douso que Paulo havia feito da mesma palavra quandoescreveu aos crentes de Corinto. Devemos concluir,portanto, que lnguas, tanto em Atos, como em Corn-tios, referem-se a idiomas existentes.

    A traduo incorreta de I Corntios 14 que aparecena Edio Revista e Corrigi da, tem gerado certa con-

    -19 -fuso em torno do assunto de glossellia em Corinto.A palavra "estranhas" foi inserida aps a palavra"lnguas." Notem que na Edio Revista e Atualizadano Brasil o texto traz a expresso "outra(s) lnguas(s)".O texto no grego usa a palavra "lnguas" sem qualquer

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    adjetivo.

    A PROFECIA DE ISAtAS

    Em I Corntlos 14:21, o apstolo Paulo cita aimportante profecia de Isaas relacionada com o falarem lnguas:

    "Porque preceito sobre preceito, preceitoe mais preceito; regra sobre regra, regra emais regra: um pouco aqui, um pouco ali.

    Pelo que por lbios gaguejantes e porlngua estranha falar o Senhor a estepovo" (Isaas 28: 10, 11);

    Isaas estava predizendo que os judeus no cati-veiro ouviriam falar em outros idiomas. Isto foicumprido nos cativeiros da Assria e Babilnia, assimcomo na disperso de Israel pelo mundo inteiro.Sculos antes disso, Moiss havia dito:

    "O Senhor levantar contra ti uma nao

    de longe, da extremidade da terra vircomo o vo impetuoso da guia, nao cujalngua no entenders" (Deuteronmo28:49).

    Essas lnguas preditas, tanto por Moiss quantopor Isaas, eram idiomas estrangeiros. Referindo-se aessas profecias, Paulo deixa muito claro que lnguas,na era apostlica, no eram elocues extticas, massim idiomas existentes. Os relatos histricos do NovoTestamento sobre lnguas - no dia de Pentecoste; nacasa de Cornlio, o gentio, Com os discpulos de JooBatista em feso, e o episdio a que Paulo se refere emI Corntios 12-14 - esclarecem que as lnguas no de-

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    vem ser consideradas como dialetos celestiais ou denatureza angelical, mas sim como idiomas existentes,falados pelos habitantes deste mundo, apesar de setratar de lnguas no previamente estudadas por aquelesque as falaram, porque fizeram-no sob a intervenodivina.

    Talvez voc esteja perplexo, querendo saber por

    que fazemos tanta questo de enfatizar que o dom delnguas no Novo Testamento envolvia idiomas exis-tentes. Isto simplesmente para deixar claro que,quando queles crentes da era apostlica foi dada ahabilidade de falar em outra lngua, no se tratavade linguagem inarticulada, nem ininteligvel, mas tra-tava-se de um idioma compreendido por certo grupoou grupos de pessoas. No nosso estudo seguinte, deve-remos considerar o propsito do dom de lnguas naera apostlica.

    A REVELAO DE CRISTO

    Muito mais importante do que qualquer aspectodo dom de lnguas o estupendo fato de que

    "Havendo Deus, outrora, falado muitasvezes, e de muitas maneiras, aos pais, nosprofetas, nestes ltimos dias nos falou, emum que seu Filho" (Hebreus 1: 1, 2).

    Esta revelao do Filho de Deus nos dada emSua Palavra. Deus tomou as providncias para umaraa que est alienada dEle por causa de seu pecadoe transgresso. Sucessivamente, Deus tem falado atra-vs das eras ao homem, de vrias maneiras, at quefinalmente nos deu a completa revelao de Si mesmona pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo. A Palavra Eterna,Cristo, o Filho, se tornou carne. O homem,por naturezae prtica, est cortado da vida com Deus e de qualquer

    comunho com o Eterno. A reconciliao deve serefetuada, mas o homem nada pode em si mesmo pararestaurar o relacionamento rompido pelo pecado.

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    O PROPSITO DAS LNGUAS

    A sinceridade no o fator que ir determinar aretido ou a santidade de uma ao. Crentes igual-mente sinceros podero ter sensaes drasticamentediferentes, e ao mesmo tempo cada um deles poderalegar que a sua experincia de Deus. Se formos

    considerar a experincia como mais importante do queos ensinamentos da Palavra de Deus, correremos operigo da desiluso, pois o que acontece s pessoaspoder diferir grandemente.

    Se uma pessoa verdadeiramente nasceu de novo,tornou-se participante de uma nova natureza e foi co-locada no Corpo de Cristo, essa pessoa meu irmoou minha irm em Cristo. Temos amor cristo portodos os crentes. Mas com este amor vem a respon-sabilidade de pesar a experincia nas balanas daPalavra de Deus. com essa atitude de corao, que

    permitimos que a Bblia fale por si mesma concernenteo propsito divino do dom de lnguas.

    De uma publicao de um movimento carismticomoderno, de vez em quando chamado de "a renovaodo Esprito Santo," citamos o seguinte:

    "As denominaes crists histricas aceitama Bblia como Palavra de Deus revelada.Portanto,j que o falar em lnguas estclaramente citado na Bblia, os crentes po-dem estar certos de que no se trata deum 'novo ensinamento': Tudo o que aBblia diz a respeito do falar em lnguassempre foi parte integrante da doutrinacrist. . . O que ns estamos encontrando

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    em nossos dias no uma nova doutrina,mas a experincia e prtica de uma dou-trina que sempre foi implicitamente v-lida."

    Concluir que a prtica do falar em lnguas deveser parte da experincia crist de nossos dias, sim-plesmente porque o assunto mencionado na Bblia, o mesmo que manejar mal a Palavra da Verdade. de suma importncia, portanto, que verifiquemos opropsito revelado do dom de lnguas, e determinemosse deve ser seguido pelos crentes em Cristo, hoje emdia.

    O PROPSITO DO DOM

    Por que que esse dom foi conferido a algunscrentes? Como esto lembrados, Paulo escreveu suaprimeira epstola aos Corntios enquanto ainda residiaem feso. Foi exatamente nessa cidade que uma dastrs ocorrncias do falar em lnguas teve lugar, como

    est escrito no livro de Atos. Paulo escreveu o seguinte igreja em Corinto:"Irmos, no seias meninos no juzo; namalcia, sim, sede crianas; quanto ao juzo,sede homens amadurecidos.Na lei estescrito:

    Falarei a este povo por homens deoutras lnguas e por lbios de outrospovos, e nem assim me ouviro, diz oSenhor.

    De sorte que AS LNGUAS CONSTITUEMUM SINAL, no para os crentes, mas paraos incrdulos ... " (I Corntios 14:20-22).

    O dom de lnguas era uma ddiva sobrenatural, como propsito de efetuar uma tarefa especfica. Seu pro-psito claramente declarado nesses versculos, Odom CONSTITUA UM SINAL.

    bem evidente que os crentes da igreja de Co-rinto haviam compreendido mal o propsito do dom

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    de lnguas. Por darem nfase exagerada ao mesmonas reunies da igreja, haviam mostrado sua imaturi-dade como crentes. E, da mesma forma hoje, aquelesque se dizem possuidores desse dom, revelam a sua

    falta de compreenso da Bblia. Isto, por si s, levan-taria dvida quanto autenticidade do dom que elesalegam possuir.

    UM SINAL PARA QUEM?Em sua cuidadosa exposio da funo do dom

    de lnguas, o escritor inspirado faz referncia ao VelhoTestamento, ao profeta Isaas (Ver Isaas 28: 11, 12).O cenrio histrico o cativeiro assrio do reino deIsrael (norte), e a invaso de Jud pelo mesmo.Na-quela poca, o Senhor falou ao povo de Sua alianaatravs da lngua dos assrios. O apstolo Paulo dizque esta poro do Velho Testamento profetizava odom de lnguas como um sinal para a nao judaica.Em I Corntios 14:21, Paulo usa a expresso "este

    povo." Por mais que algum se esforce para imaginaruma outra interpretao, no h meios para interpre-tarmos essa expresso como referncia a outra nao,a no ser a judaica.

    Devemos notar tambm que os sinais so para osjudeus e no para os gentios. I Corntios 1 :22 declara," ... tanto os judeus pedem sinais, como os gregos bus-cam sabedoria."

    Durante o ministrio do Senhor Jesus, lderesju-daicos vieram a Ele, dizendo:

    "Mestre, queremos ver de tua parte algumsinal. Ele, porm, respondeu: Uma ge-rao m e adltera pede um sinal ... "

    (Mateus 12:38, 39).Em outra ocasio Lhe disseram:

    "Que sinal fazes para que o vejamos ecreiamos em ti?" (Joo 6:30).

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    A Igreja de Jesus Cristo, que composta de todocrente verdadeiro, no pede ou procura sinais, "vistoque andamos por f, e no pelo que vemos" (lI Co-rntios 5:7). Bem, se o dom de lnguas foi um sinal

    para os judeus incrdulos, como o apstolo Paulo diz,de que maneira o relato bblico confirma isso?

    UM SINAL PARA OS JUDEUS

    Primeiramente, no dia de Pentecoste, Pedro pregoua uma multido que havia se reunido como resultadodesse fenmeno. Eles estavam "perplexos, porquantocada um os ouvia falar na sua prpria lngua." Esseshomens eram judeus. O falar em lnguas foi um sinaldado para confirmar ou autenticar a mensagem, ape-sar desse fato no ser reconhecido. Depois disso, os

    presentes na casa de Cornlio, como encontramos emAtos 10, falaram em lnguas. Pedra e outros judeusse recusavam a crer que os gentios haveriam de setornar participantes do Evangelho e do dom do Esp-rito Santo. Ento, o falar em lnguas era um sinal

    para eles, confirmando isso. Em Atos 19, Paulo conhecedoze homens (judeus ou proslitos judaicos), que ha-

    viam recebido o batismo de Joo. Evidentemente elesno sabiam que Cristo havia consumado a obra reden-tora e nem mesmo sabiam da vinda do Esprito Santo.Para autenticar a mensagem de salvao em Cristo aestes judeus, assim como para aqueles na sinagoga emfeso, o dom de lnguas foi por eles experimentado.

    Em Corinto, o dom de lnguas foi usado como umsinal para os judeus incrdulos? Leiamos:

    "Depois disto, deixando Paulo Atenas,par-tiu para Corinto ...Quando Suas e Timteo desceram da Ma-cednia, Paulo se entregou totalmente

    palavra, testemunhando aos judeus queo Cristo Jesus" (Atos 18: 1, 5).

    A reao dos judeus mensagem de Paulo estclaramente descrita no versculo seguinte, que declara

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    que eles se opuseram e blasfemaram. Na cidade deCorinto, um centro de comrcio mundial, havia mui-tos judeus e uma sinagoga funcionando ativamente.A mensagem que eles ouviram dos lbios do apstoloPaulo, qual eles resistiram e contra a qual blasfema-ram, Deus a confirmou com um sinal. Qual seria osinal para aqueles judeus incrdulos? Foi o dom de ln-guas praticado pelos crentes de Corinto. Portanto, emcada uma das trs ocorrncias registradas no livro deAtos, e no correto exerccio desse dom em Corinto,haviajudeus presentes, o que est em perfeita har-monia com a declarao inquestionvel do apstoloquanto inteno de Deus em tornar o dom de lnguas

    possvel na era apostlica. Sim, lnguas constituamum sinal para os judeus!

    A PROFECIA DE CRISTO

    Nosso Senhor fez um prognstico espantoso, quepor sinal quase sempre mal entendido, relatado noltimo captulo do evangelho de Marcos:

    "E disse-lhes: Ide por todo o mundo epregai o evangelho a toda criatura. Quemcrer e for batizado ser salvo; quem, po-rm, no crer ser condenado. Estes si-nais ho de acompanhar aqueles que crem:em meu nome expeliro demnios; falaronovas lnguas;pegaro em serpentes; e, sealguma coisa mortfera beberem, no lhesfar mal; se impuserem as mos sobre osenfermos, eles ficaro curados" (Marcos16:15-18),

    Estes acontecimentos, que no so cumpridos napresente era da Igreja, mas sim foram-nos na eraapostlica, oferecem evidncias de que o falar em ln-guas era um sinal para a confirmao e autenticaoda mensagem dos apstolos. O ltimo versculo de

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    Marcos 16 diz:"E eles, tendo partido, pregaram em toda

    parte, cooperando com eles o Senhor, econfirmando a palavra por meio dos sinaisque se seguiam" (Marcos 16:20).

    Esses milagres e sinais eram as credenciais apos-tlicas, pois acompanhavam a experincia daqueles quecriam. Eram o testemunho dos Cus, autenticando asreivindicaes dos apstolos. A Bblia d mais apoioa esse ponto, no livro de Hebreus:

    "Como escaparemos ns, se negligenciarmosto grande salvao? a qual, tendo sidoanunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nosdepois confirmada pelos que a ouviram;DANDO DEUS TES'I1EMUNHO JUNTA-MENTE COM ELES, por sinais, prodgiose vrios milagres, e por distribuies doEsprito Santo segundo a sua vontade"(Hebreus 2: 3, 4).

    Esta confirmao, atravs da manifestao divina,fazia-se necessria. O Novo Testamento no haviasido escrito ainda. O testemunho dos discpulos - deque o mesmo Jesus, que havia sido crucificado, sepul-tado e ressuscitado, era sem dvida Senhor e Cristo _no seria aceito pelos lderes religiosos judaicos, poiseles continuavam com as cerimnias pertinentes lei.A autoridade e a mensagem dos apstolos seriam desa-fiadas. Deus, pelo Seu Esprito Santo, deu testemunhodivino, tanto da autoridade quanto da mensagemdeles, pela manifestao de sinais, um dos quais foio dom de lnguas. O dom confirmou a palavra dosapstolos.

    Alguns levantam a objeo de que os ltimos dozeversculos de Marcos 16 no estavam includos nos

    manuscritos gregos mais antigos. Todavia, esses ver-sculos, ou partes dos mesmos, so citados por quaseuma centena de escritores eclesisticos, que compuse-ram suas obras antes dos mais velhos manuscritosgregos da Bblia ainda existentes. As verses Aramacae Latina, que tiveram acesso a manuscritos gregos mais

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    antigos de que qualquer um que agora possumos, in-cluram os doze versculos como parte integrante dotodo. Quando os copistas dos manuscritos gregos che-garam a esses ltimos versculos de Marcos, e no en-contraram sinais desses dons ainda existentes, semdvida alguma, concluram que aqueles versculos no

    eram genunos, e sim que haviam sido acrescentados.Alguns denotaram os versculos como incertos, e outrosresolveram omit-Ios. Em nosso prximo estudo, vere-mos o porque desses dons no estarem em evidnciamesmo nos primeiros sculos aps a instituio daIgreja.

    Esses versculos em Marcos contm a comisso deCristo aos onze apstolos, aps Sua ressurreio, eincluem vrias declaraes profticas. O livro de Atosrelata a evidncia de seu cumprimento. Atos 16 nosfala a respeito de demnios sendo expelidos; Atos 2,10 e 19 nos relatam o falar em lnguas; Atos 28 contacomo Paulo foi mordido por uma serpente, sem queisso lhe fizesse mal; e Atos 5 e 19 nos contam da impo-sio de mos sobre os enfermos que foram curados.Estes sinais acompanharam a pregao do Evangelhona era apostlica. Eles foram a "firma reconhecida"daquela era, uma era de transio. Os sinais, asevidncias, a autenticao, a confirmao - tudoaconteceu como Cristo profetizou. Eles "acompanha-ram os que creram," e foram registrados para nosso

    proveito. A Palavra relata que antes mesmo da Pa-lavra escrita, a mensagem apostlica foi confirmada

    por sinais e prodgios. Afirmamos: TEMOS o relato,particularmente no livro de Atos. No h mais ne-cessidade de experimentarmos aquilo que serviu comofuno temporria para corroborar a mensagem dosapstolos incrdula Israel. Possumos a Palavraescrita de nosso Senhor, e "a f vem pelo ouvir, e oouvir pela palavra de Deus."E VOC?

    Irmo em Cristo, por que buscar aquilo que noest ordenado na Bblia? Permita o Esprito San-to, que habita em voc, tomar as coisas deCristo, como esto reveladas na Sua Palavra, e lhe

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    revel-Ias. Tudo que Deus quer de voc, e tudo o queEle quer que voc saiba a respeito dEle e de Sua von-tade, encontra-se em Sua infalivel Palavra. Sensaesfsicas e emoes podem variar, mas a Palavra dElepermanece para sempre.

    Se voc no crente, est realmente separado de

    Deus, mas no precisa esperar receber uma luz vindados cus ou uma experincia emocional traumatizantepara ser salvo. Deus deseja que voc acredite to so-mente em Sua Palavra. O Senhor Jesus disse:

    "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;ningum vem ao Pai seno por mim" (Joo14:6).

    Seus pecados o separam de Deus. Mas Cristopagou a penalidade do pecado no Calvrio, carregandoos seus pecados em Seu corpo na cruz. Ele derramouo Seu sangue para que voc possa ser redimido doseu pecado. Ele morreu e ressuscitou para que vocpudesse ter vida eterna. Ele, gentilmente, chama vochoje, dizendo: "Vinde a mim, todos vs que estais can-sados e oprimidos, e eu vos alvare." Responda Sua

    chamada, agora! Creia na Sua Palavra:"Se com a tua boca confessares a Jesuscomo Senhor, e em teu corao creres queDeus o ressuscitou dentre os mortos, serssalvo" (Romanos 10:9).

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    IV

    A PERMANNCIA DO DOM

    Este novo movimento carismtico d grande n-fase ao dom de lnguas. Glossollia, o falar em lnguas, considerado por alguns COmo sendo evidncia do ba-tismo do Esprito Santo, e por outros como a manifes-tao da plenitude do Esprito. Muitos crentes sin-ceros esto buscando essa experincia, que no nemordenada e nem apoiada pela Palavra de Deus. Muitasvezes, a profecia de Joel 2 aplicada ao reavivamentocarsmtco, isto por causa da negligncia completa docontexto da profecia, e muito mais ainda, por igno-rncia das palavras das Escrituras. A Palavra da Ver-dade, bem manejada, tem prioridade sobre toda equalquer experincia humana. Se a Bblia ensina queo dom de lnguas foi u'a manifestao no somente

    para a era apostlica, mas tambm para a presenteera da Igreja, bem, sendo assim, todo crente deveriadar as boas vindas a essa manifestao. Mas, se oNovo Testamento ensina, conforme prescrio e ocor-rncia, que este dom-sinal singular no foi dado como propsito de ser uma experincia que perdurasse naIgreja, ns no ousamos ignorar o peso deste ensina-mento bblico, e devemos considerar este dom comoextinto.

    J consideramos, no captulo anterior, a promessado Senhor aos apstolos, antes de Sua ascenso:

    "Estes sinais ho de acompanhar aquelesque crem: em meu nome expeliro de-mnios; falaro novas lnguas" (Marcos16: 17).

    A respeito do cumprimento deste versculo, lemos

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    na epstola aos Hebreus:"Como escaparemos ns, se negligenciar-mos to grande salvao? a qual, tendosido anunciada inicialmente pelo Senhor,foi-nos depois confirmada pelos que aouviram;Dando Deus testemunho juntamente comeles, por sinais, prodgios e vrios milagres,e por distribuies do Esprito Santo se-gundo a sua vontade" (Hebreus 2:3, 4).

    Esta confirmao est relatada no livro de Atos.Deus DEU testemunho juntamente com eles, por sinais,

    prodgios e vrios milagres, e dons do Esprito Santo.O ltimo captulo de Atos encerra uma espetacularapoteose, demonstrativa do trabalho de Deus por inter-mdio deles, confirmando as suas palavras com ossinais que se seguiram.OS DONS ESPRITUAIS

    Em cumprimento profecia de Cristo, o apstolo

    Paulo no foi afetado quando mordido por uma ser-pente. Ele tambm imps as mos sobre os enfermose estes foram curados. Mas, vrios anos antes dissoo apstolo, enquanto residia em feso, escreveu igreja em Corinto (ler I Corntios 13) que se aproxi-mava a poca em que esses sinais "seriam aniquilados."Alguns crentes, desejosos de servirem ao Senhor masno "manejando bem a palavra da verdade" com re-lao s dispensaes, tm, em nossos dias, decidido

    possuir esses dons. Assim sendo, tomam parte emtudo quanto tipo de prtica duvidosa, na esperanade obter esses dons. A confuso resultante indica queDeus no o autor de tal movimento.

    Somente duas listas de dons espirituais, dadas noNovo Testamento, incluem o dom de lnguas. Ambasesto em I Corntos 12, e a primeira comea com overso 8:

    "Porque a um dada, mediante o Esprito,apalavra de sabedoria; e a outro, segundoo mesmo Esprito, apalavra do conheci-

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    mento; a outro, no mesmo Esprito, f; ea outro, no mesmo Esprito, dons de curar;a outro, operaes de milagres; a outro,

    profecia; a outro, discernimento de espri-tos; a um, variedade de lnguas; e a outro,capacidade para interpret-las" (I Cor.12:8-10).A segunda encontra-se no versculo 28:"A uns estabeleceu Deus na igreja,primei-ramente apstolos, em segundo lugar pro-fetas, em terceiro lugar mestres, depois ope-radores de milagres, depois dons de curar,socorros, governos, variedades de lnguas"(I Corntios 12:28).

    importante notar-se que, em Romanos 12: 3-8,onde Paulo fala acerca dos dons espirituais, e em Ef-sios 4: 11-13, onde enumera os homens dotados que oCristo ressurreto deu Igreja, o dom de lnguas no mencionado. possvel que alguns dons fossem tem-

    porrios e que tivessem ocasio determinada para ces-

    sarem? Concluir que a operao de um certo dom naera apostlica pressupe que o mesmo dom seria ope-rante hoje em dia, errado e no est de acordo como ensino da Palavra de Deus.

    Um exemplo disso o dom do apostolado. I Co-rntios 12:28 diz: "A uns estabeleceu Deus na igreja,

    primeiramente apstolos." Acabamos de comentar queem Efsios 4 o Cristo ressurreto deu dons aos homense "ele mesmo concedeu unspara apstolos." Ser quealgum ousaria reclamar para si esse dom hoje em dia?A Igreja reconhece, e o faz bem, que o dom do apos-tolado j cessou. O dom foi temporrio. Em Efsos2: 20, lemos que estamos edificadossobre o fundamentodos apstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus,a pedra angular." O dom do apostolado foi o colocar

    dos alicerces. O dom foi exercido no primeiro sculoda Igreja. Uma vez que os alicerces foram colocados,a super-estrutura ento construda sobre os alicerces.Quando esses alicerces foram completados, e as Escri-turas foram dadas Igreja, os apstolos foram reti-rados.No h reivindicao de apostolado que seja

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    vlida hoje em dia,pois esse dom j cumpriu sua tarefa.O dom foi transitrio. No h, no Novo Testamentoseno silncio a respeito da escolha de sucessores paraos apstolos, a no ser por aquele que foi escolhido pe-los demais apstolos para preencher o lugar de Judas,o traidor, depois da ascenso de Cristo.No captuloum de Atos, lemos que um apstolo precisava ser teste-

    munha da ressurreio. Paulo considerou-se qualifi-cado por ser "um nascido fora de tempo." Com amorte do ltimo dos apstolos, o dom e o cargo cessa-ram de existir.

    A CESSAO DO SINAL

    Se um dos dons citados em I Corntios 12: 28 cessouao final da era apostlica, e certamente vrios sculosantes do final da era da Igreja, no h necessidadede ficarmos pasmados se outros dons, em especial osdons de sinais, vierem a cessar. Lembre-se de que oapstolo Paulo disse, em I corntios 14:22, que "lnguasconstituem um sinal." E, aplicando a profecia de Isaias28, ele deixa duplamente claro que lnguas constituamum sinal para Israel, na sua descrena. Paulo tambm

    declarou: "Pois as credenciais do apostolado foramapresentadas no meio de vs, com toda apersistncia,por sinais,prodgios e poderesmiraculosos" (lI Corntios 12: 12).

    Novamente, devemos trazer tona o que o autorde Hebreus disse a respeito de "to grande salvao,"que foi "anunciada inicialmente pelo Senhor, (e que)foi-nos depois confirmadapelos que a ouviram; dandoDeus testemunho juntamente com eles, por sinais,pro-dgios e vrios milagres, e por distribuies do EspritoSanto segundo a sua vontade" (Hebreus 2: 3, 4). Estesdons de sinais foram a corroborao do ministrio dosapstolos. Quando o Novo Testamento foi completado equando os apstolos morreram, estes sinais perderama sua razo de ser. O perodo de transio entre acrucificao do Senhor Jesus Cristo e a destruio dacidade de Jerusalm, como predito em Lucas 21, re-

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    queria estes fenmenos como confirmao da mensa-gem. Somente ento a revelao seria completada, eas evidncias ostentadas pelo testemunho das epstolasem si mesmas.

    O Dr. John R. stott, escrevendo acerca dos donsdo Esprito em seu livro "The Baptsm and Fullness

    of the Holy Spirit" (O Batismo e a Plenitude do EspritoSanto), declara:

    "Esta revelao do propsito de Deus nasEscrituras, deveria ser rebuscada em suadidtica, em vez de em sua parte histrica.Para ser mais preciso, ns deveramosbusc-Ia nos ensinamentos de Jesus, e nossermes e escritos dos apstolos, e no, pu-ramente, na narrativa de Atos. O que estdescrito nas Escrituras como tendo acon-tecido a outros no traz, em si, a idiaimplcita de que deve acontecer conosco;por outro lado, aquilo que nos est prome-tido, disso devemos nos apropriar, e o queest ordenado a ns, a isso devemos obe-

    decer."Qual a fonte primria de verdade no tocante

    Igreja? Aquilo que encontramos nas epstolas, especial-mente nas cartas paulinas. Mas acontece que as eps-tolas silenciam estranhamente no tocante ao falar emlnguas. Somente uma epstola, a de I corntios, falaabertamente do assunto, e na parte final deste estudoexaminaremos com cuidado a situao corintiana. Noencontramos meno de glossolla em II Ccrintos. EmGlatas, no encontramos sequer uma citao rela-cionada com sinais e milagres. Efsios no tem ne-nhuma referncia aos dons de sinais; em Colossenses,silncio completo.No h nenhum sinal de milagresou de qualquer fenmeno espiritual em Filipenses, e I

    e II Tessalonicenses no trazem nenhuma ordenanaOu relato concernente a milagres, curas ou lnguas.Paulo fala, em II 'Iessalonicenses 2: 9, de certos "sinaiseprodgios da mentira" no fim da era, mas estes so

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    "se~tindo a eficcia de Satans." As demais epstolasmantm silncio acerca do assunto.

    UM SINAL TRANSITRIO

    Se tivesse sido normal esperar que a manifestaodesse dom continuasse atravs da era da Igreja, Paulo,

    certamente, teria dado instrues acerca de seu exer-ccio ou pelo menos mencionado a sua prtica nasoutras epstolas. No estranho que em Efsos, ondetemos os dons permanentes que devem existir para otestemunho do Evangelho e para a edificao daIgreja de Jesus Cristo, no haja meno do dom delnguas ou de qualquer outro dom de sinal? A razodesta omisso encontrada no propsito para o qualesses dons miraculosos foram dados. Eles apareceramno comeo da era, e foram sinais confirmadores doEvangelho, no incio de sua pregao. No se fazemnecessrios para o aperfeioamento dos santos, nem

    para o desempenho do servio, e nem para a edificaodo Corpo de Cristo.

    A prpria histria da Igreja a atesta a cessao dodom de lnguas. Citamos parte de um excelente artigopublicado pelo Dr. oeon L. Rogers, grande autoridadeno assunto:

    "Aps cuidadoso estudo do testemunho delderes do Cristianismo primitivo, cujosministrios representam praticamente todaa rea coberta pelo Imprio Romano entre100 e 400 A.D., h evidncia de que os donsmiraculosos do primeiro sculo desapare-ceram e no foram mais necessrios paraestabelecer o Cristianismo. Alm do mais,ficou bem claro que se esses dons existiam,apesar da evidncia contrria a isso, elesno foram propagados e nem fizeram par-te da experincia crist comum. A nicareferncia clara a algo que se assemelhaao fenmeno est ligada ao hertico Mon-tanus e queles influenciados pelo seu uso

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    incorreto do Esprito. Todas as evidnciasnos conduzem verdade da profeciapaul-na, que diz: 'havendo lnguas, cessaro.'''

    Esta declarao diretamente relacionada com oaspecto temporrio do dom de lnguas, que por sinal impressionante, encontra-se registrada em 1 Corn-tios 13, o verdadeiro mago do discurso do apstolo:

    "O amor jamais acaba; mas, havendo pro-fecias, desaparecero; havendo lnguas,CESSAMO; havendo cincia, passar"(1 Corntios 13:8).

    Reconhecemos que h divergncias na interpreta-o desse texto, e procuramos nestas pginas falarem amor." Certamente, devemos concordar que oautor, por inspirao divina, disse: "havendo ln-guas. .. cessaro." Crentes igualmente zelosos dife-rem a respeito de quando, mas no resta dvida deque Paulo est falando a respeito do dom de lnguas,o dom de profecias, e o dom da cincia. Deve ficar

    bem claro que o verbo usado em 1 Corntios 13:8, tantopara profecias quanto para cincia, o mesmo e po-deria ser traduzido como "dado como inoperante."Mas o apstolo Paulo diz claramente que "havendolnguas, cessaro." A leitura continua:

    "Porque em parte conhecemos, e em parteprofetizamos. Quando, porm, vier o que perfeito (ou maturc) , ento o que em

    parte ser aniquilado (dado como inope-rante)" (I Corntios 13: 9, 10).

    O apstolo disse que algo estava por vir, algo per-feito e maturo, que daria profecias e cincias comoinoperantes. O ensinamento contido do verso 8 ao 10diz que as lnguas cessariam por si mesmas, enquantoque profecias e cincias seriam dadas como inoperantes

    pela chegada de algo maturo. Do que que o aps-tolo estava falando? Simplesmente que antes de ficarpronto o Novo Testamento,profecias e cincias eram

    parciais. Homens recebiam mensagens de Deus, e

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    faziam-nas conhecidas aos outros. Mas isto no eraSua revelao completa. Quando o Novo Testamentofinalmente ficou pronto, profecias e cincia foram"dadas como inoperantes." Pela omisso de lnguasnos versculos 9 e 10, Paulo indica que esse dom teriacessado antes que profecias e cincias fossem dadascomo inoperantes. A ausncia de qualquer refernciaa lnguas nas epstolas seguintes (cronologicamentefalando) uma autntica indicao de que as mesmasno eram mais experimentadas.

    DONS QUE CONSTITUEM UM SINAL SOAGORA OBSOLETOS

    Hoje em dia, regozijamo-nos numa revelao com-pleta e matura. Tudo quanto Deus quer que saibamosnos foi revelado em Sua Palavra escrita. Deus nonos fala mais por meio de sonhos, vises e profeciasrevelados por homens que so nossos contemporneos.Deus j falou, e essa revelao completa est em SuaPalavra, no Velho e no Novo Testamentos. O apostloPaulo conclui I Corntios 13, dizendo:

    "Agora, pois,permanecem, a f, a espe-rana, e o amor, estes trs: porm o maiordestes o amor" (vs. 13).

    Aqui est o contraste: "estes trs"permanecematravs desta era; "aqueles trs" (lnguas, profecias ecincia), no permanecem atravs desta era. Profeciase cincias se tornaram inoperantes com o encerra-mento da revelao. O dom de lnguas j havia cessado.

    Caro amigo, Deus nos advertiu contra a prticaanti-bblica de buscarmos um sinal, quando Ele j nosdeu a plena revelao de Seu Filho em Sua Palavra.

    No se esquea de que quando o homem rico pediu aDeus que mandasse Lzaro sua parentela, Abraorespondeu: "Eles tm Moiss e os profetas; ouam-nos."O rico replicou: "No,pai Abrao; se algum dentreos mortos for ter com eles, arrepender-se-o." A res-

    posta imediata de Abrao foi: "Se no ouvem a

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    Moiss e aosprofetas, to pouco se deixaro persuadir,ainda que ressuscite algum dentre os mortos." AsEscrituras so suficientes.

    Que cada crente esteja desejoso de fazer a suaexperincia e vida de acordo com a Palavra de Deus.

    No busque o espetacular; mas busque as Escrituras,

    pois a Palavra diz:"Estas coisas vos escrevi a fim de saberdesque tendes a vida eterna, a vs outros quecredes em o nome do Filho de Deus"(I Joo 5:13).

    A voz de Jesus ouvida pela Sua Palavra. A men-sagem do Esprito de Deus vem atravs desse Livro.Se voc jamais creu na Palavra de Deus e nuncaaceitou Seu Filho, receba o Salvador hoje.No tardemais em faz-Ia.

    "Eis agora o tempo sobremodo oportuno,eis agora o dia da salvao" (lI Corntios6:2).

    Jogue a sua ncora na inexpugnvel Palavra deDeus, e descanse sua alma no Salvador.

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    V

    CONFUSAO DOS CORNTIOSPodemos notar dois extremos na Igreja a de Cristo:

    um formalismo frio e morto e um emocionalismo des-medido.Nenhum destes traz glria a Deus! Nestesltimos anos esse movimento denominado "reaviva-mento carismtico" ganhou ampla aceitao. Suanfase maior est na glossolla, o falar em lnguas.Freqentemente em pequenos grupos de orao, svezes em cultos, e muitas vezes em devoes pessoais,este fenmeno, ou "fac-smile" razovel, tem sidoexperimentado. Empenhamo-nos neste estudo no sen-tido de reduzir ao mnimo o acontecimento, dedicando--nos antes ao estudo de que o Novo Testamento real-mente ensina sobre este assunto.' Afinal de contas,

    nenhuma experincia espiritual de valia, a menosque entre em conformidade com a doutrina e prticada Palavra de Deus. A Bblia por si mesma j aregra de f e prtica para o crente.

    Examinando as Escrituras, descobrimos que o domde lnguas foi soberanamente outorgado a algunscrentes da Igreja primitiva, dando-lhes a capacidadede falarem lnguas no previamente aprendidas. Estedom foi um sinal confirmador da mensagem dosapstolos e da Igreja primitiva na presena dos judeus,especialmente aos incrdulos. Vrias evidncias pro-vam que esse dom de sinal foi transitrio, sendorestringido era apostlica, e precedendo a completarevelao, a Bblia: (1) o cumprimento de Atos, (2)o prognstico de nosso Senhor que esses sinais "acom-

    panhariam os que cressem" na mensagem dos aps-tolos, e (3) a afirmao categrica de Hebreus que"foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dan-do Deus testemunho juntamente com eles, por sinais,

    prodgios e vrios milagres, e por distribuies doEsprito Santo segundo a sua vontade."

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    A vivncia de muitos crentes era carnal, e tudoquanto tipo de prticas condenveis estava sendotolerado naquela congregao. O sectarismo e o orgulhoeram males dominantes. Em ambos os textos citadosacima, o dom e a interpretao de lnguas ocupam a

    posio de menor importncia. Ainda assim a igrejaem Corinto deu muita nfase a esses dons, revelandoseu imaturo crescimento. Seu nvel de conhecimentoespiritual, era, sem dvida, bem baixo. O apstoloPaulo ocupa considervel espao da epstola, corri-gindo esses maus hbitos e procedimento. O exercciodo dom de lnguas havia demonstrado a nfase impr-

    pria que eles estavam dando ao mesmo, marcando-os,na realidade, como crianas recm-nascidas em enten-dimento espiritual. (Ver I Corntios 14: 19, 20). Almdo mais, a glossollia jamais foi planejada para serexercida por todos os crentes, mesmo na era apost-lica. Um "NAO!" ressonante foi a resposta sper-guntas que Paulo fez em I Corntios 12:29, 30. Umadessas perguntas dirigidas igreja em Cernto foi:"Falam todos em outras lnguas?",No seu estado car-

    nal e imaturo, eles no haviam assimilado a verdadedo Corpo de Cristo, e no haviam reconhecido quecada membro tinha uma funo e dom individuais.Mas mesmo aqueles que eram possuidores de dons naigreja de Corinto ficaram encarregados da edificaode toda a congregao e Corpo de Cristo. Esse osignificado de I Corntios 12:7: "A manifestao doEsprito concedida a cada um, visando um fim pro-veitoso," ou, literalmente, " dada a cada um para o

    bem comum."Permita-me enumerar as regulamentaes ou limi-

    taes que o apstolo faz ao dom de lnguas na con-gregao apostlica (l Corntios 14):

    1. Lnguas constituam um sinal para os incr-dulos (vs, 22).

    2, Lnguas eram para ser usadas para a edificaoda igreja (vs. 26).3.No mais do que trs pessoas falariam em

    lnguas durante um culto, e cada uma por sua vez(vs. 27).

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    4. O falar em lnguas s seria exercitado quando

    houvesse quem interpretasse (vs. 28).5. Qualquer confuso ou desordem na assem-

    blia era uma indicao de algo que no provinha deDeus (vs. 33).

    6.Na Igreja apostlica, as mulheres deveriam semanter em silncio e no falar em lnguas (vs. 34).7. Era imperativo que reconhecessem essas regrascomo mandamentos de Deus (vs. 37).

    8. Apesar de no proibir lnguas na assembliaapostlica, a ordenana predominante era "procuraicom zelo o dom de profetizar" (vs. 39).

    A menos espiritual das igrejas, Corinto, havia dadonfase excessiva ao falar em lnguas. A confuso edesordem de suas reunies eram indicativas de queessa nfase no vinha de Deus. A violao dessasregras na assemblia apostlica apontou esse domexercitado como esprio. Crentes que, hoje em dia,fracassam em observar estas instrues, e ainda insis-tem que possuem o dom de lnguas, esto sendo

    iludidos.ERROS ATUAIS

    Juntamente com a relutncia que o movimentocarismtico moderno tem em aceitar o propsito b-

    blico do dom de lnguas, e sua indisposio de obedeceras regulamentaes determinadas Igreja apostlica,ele culpado de outros graves erros doutrinrios. reivindicado, apesar de no o ser universalmente, poraqueles que adotam o falar em lnguas, que a glosso-llia deve ser procurada como prova do batismo doEsprito Santo. I Corntios 12: 13 "diz a ltima pala-vra," declarando que nenhum crente deve buscar o

    batismo do Esprito Santo, muito menos o falar emlnguas como evidncia do mesmo:

    "Pois, em um s Esprito, todos ns fomosbatizados em um corpo, quer judeus, quergregos, quer escravos, quer livres. E a todosns foi dado beber de um s Esprito"(I Cor. 12:13).

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    obatismo do Esprito Santo foi o que colocou oscrentes no Corpo de Cristo.No se trata de umaquesto de experincia, mas de posio. Todos oscrentes receberam o batismo,pois ele acontece simul-

    taneamente quando algum aceita a Jesus Cristo comoSalvador. de entristecer que crentes anseiem bus-car obatismo e o dom de lnguas, pois isso viola oensinamento claro das Escrituras. Em nenhum lugara Bblia nos exorta a desejar esse dom. As exortaesda Palavra de Deus apontam para outra direo. Oconselho de Paulo igreja em Corinto foi: "Entre-tanto,procurai, com zelo, os melhores dons," ou seja,"desejem fervorosamente os maiores dons." Dar proe-minncia quilo que a Bblia no d, incorrer nomesmo erro em que incorreu a igreja em Corinto.

    Todo crente deve tomar cuidado no sentido de nonegligenciar a Palavra da Verdade e nem de ser malsucedido na obedincia s suas ordenanas. Aceitaruma experincia emocional,presumindo que a mesma

    tenha sido originadapelo Esprito. Santo, quando essaexperincia nopossui fundamento bblico no tocante sua natureza epropsito, abre uma grandeporta

    para a influncia satnica e doutrina dos demnios.Crentes que se tornam presa de falsa doutrina,per-mitindo que suas emoes venham tona, influencia-das por ensinamento eprtica que no podem serratificados pela Palavra de Deus, acabam se colocandonuma situao muito delicada. A Bblia nos ordena:

    "Amados, no deis crdito a qualqueresprito: antes,provai os espritos se pro-cedem de Deus" (I Joo 4: 1).

    No se esquea que quando Satans sepreparapara impingir o Inquo, sua falsificao perfeita no

    mundo, essa criatura virpor ele autorizada "com todopoder, e sinais e prodgios da mentira" (II Tess. 2: 9).Como Janes e Jambres falsificaram os milagres deAro e Moiss, da mesma forma podemos estar espera da atividade crescente de "espritos sedutores,"controladospor Satans, que se disfara em "anjo deluz." Quando um crente busca u'a manifestao Como

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    o dom de lnguas, sem autoridade bblica, abre umaoportunidade para que o inimigo falsifique a obra deDeus e introduza a confuso. Isto imediatamenteassinala a atividade como no sendo de Deus.

    UMA PRATICA BEM DIFUNDIDA

    No toa que o falar em lnguas tem sidoencontrado no paganismo, no espiritismo e no ocultis-mo. Missionrios em terras pags testemunharam estefenmeno, neste caso, no introduzido pelo Espritode Det.r, mas por espritos malignos.

    O Dr. Merrill F. Unger, em seu excelente livro"New Testament Teaching on Tongues" (O EnsinamentonoNovo Testamento a Respeito de Lnguas), diz:

    "Apesar da graa de Deus, em grandeescala,proteger os santos sinceros masdoutrinariamente ignorantes, ainda assim orisco bem real de que os demnios pode-ro enganar e despojar, quando uma pessoafica privada da fora protetora da Palavrade Deus por cair presa do ensinamentodoentio de certos mestres. Num tempo deconfuso excessiva e erro enganador, osfilhos de Deus precisam reconhecer que aBblia, a viva e verdadeira Palavra de Deus, a nica proteo certa para o crentecontra a decepo doutrinria e o despojodemonaco. A Palavra de Deus, implicita-mente obedecida e crida, a defesa inex-

    pugnvel do crente, que Satans e suashostes no conseguem penetrar."

    De certas pessoas tem vindo um pedido de trguana controvrsia concernente s lnguas. Desejamostambm que haja harmonia entre os filhos de Deus,mas isto no deve ser ganho s custas dos ensinamen-tos da Bblia. Lembremo-nos de que o apstolo Pauloenfrentou Pedro, pelo menos uma vez, quando ouvimoso seguinte: "Resisti-lhe face a face,porque se tomara

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    repreensvel" (Glatas 2:11). J que o movimentocarsmtco fracassa no manejar bem a Palavra daVerdade, ignora a histria bblica e exalta a expe-rincia acima da doutrina, devemos examn-Io com

    bastante cuidado. Novamente insistimos em que ofio de prumo da Palavra de Deus deve ser colocado aolado do mesmo,para determinar sua base bblica.Temos somente amor cristo em relao aos crentesque adotaram essas prticas, e desejamo-lhes as me-lhores bnos de Deus. Com Paulo, fazemo-Ihes oseguinte apelo:

    "Entretanto, procurai, com zelo, os me-lhores dons. E eu passo a mostrar-vos umcaminho sobremodo excelente" (I Corntios12:31) .

    o Apstolo, ento, prossegue, penetrando no envol-vente tema do amor de Deus como produzido peloEsprito Santo na vida do crente. Deus no est in-

    teressado em dar experincias extracurriculares a Seusfilhos; Ele deseja torn-los como Cristo. O EspritoSanto, residente na terra e habitando no crente, estaqui para glorificar a Cristo atravs da manifestaodo fruto do Esprito nas nossas vidas. Isto acontecequando os crentes confessam seus pecados, obedecema Palavra, e "oferecem-se a Deus como ressurretosdentre os mortos, e seus membros a Deus como instru-mentos de justia." Em vez de buscar uma experin-cia, reivindique para voc o que seu em Cristo Jesus.

    REVELAAO COMPLETADA

    Com a concluso do Novo Testamento, no haviamais necessidade de homens como profetas para darem

    o recado autoritrio de Deus. O dom de lnguas nomais se fazia necessrio, como confirmao do Evan-gelho aos incrdulos. A necessidade de um sinal haviachegado ao fim! Agora possumos Sua Palavra escrita!Ela nosso juiz e nossa testemunha. Neste Livroabenoado est o relato de Deus acerca de Seu Filho.

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    O apstolo Paulo diz que a Bblia foi ..." ... registrada para que creiamos que Jesus o Cristo, o Filho de Deus, e para quecrendo, tenhamos vida em Seu nome"

    (Joo 20:31).Perguntamos-lhe: Voc cr em Cristo? Vocj

    O recebeu como Salvador e Senhor? Melhor do quebuscar uma experincia emocional, creia hoje noCristo sobrenatural. Reconhea que voc um pecador,e que Ele sofreu como Justo pelos injustos,pagando

    pelos seus pecados no Calvrio; creia nEle agoramesmo.

    "Todo aquele que invocar o nome do Senhor,ser salvo" (Romanos 10: 13),

    No de espantar que o Criador, Aquele que temo mundo inteiro em Suas mos, tenha-se tomado oSalvador? Ele ser o SEU Salvador, se voc, pela f,

    O receber agora. Curve a sua cabea, reconhea asua necessidade perante Ele, e diga ao Senhor Jesusque voc cr nEle e que voc O recebe. A promessadEle :

    " ... a todos quantos o receberam, deu-lheso poder de serem feitos filhos de Deus: asaber: aos que crem no seu nome" (Joo1:12).

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