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CONCRETO Revista da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas - AICCOPN n.º 226 » Março / Abril 2011 » Bimestral » 5 euros Reis Campos Reeleito para 2011/2013 Órgãos Sociais da AICCOPN Tomaram Posse a 28 de Abril

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Revista referente aos meses de Março e Abril de 2011

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Page 1: Concreto 226

CONCRETORevista da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas - AICCOPN

n.º 226 » Março / Abril 2011 » Bimestral » 5 euros

Reis CamposReeleito para

2011/2013

Órgãos Sociais da AICCOPN Tomaram Posse a 28 de Abril

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NESTA EDIÇÃO...

N.º 226 - Março / Abril 2011 Publicação da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas - AICCOPNNIPC: 500 989 567

Sede e AdministraçãoRua Álvares Cabral, 3064050-040 PortoTelf.: 223 402 200 | Fax: 223 402 297e-mail: [email protected]

Registo na D.G.C.S. - 119 471Depósito Legal nº 84 432/94Tiragem: 9.300 exemplares

Distribuição: Gratuita a associados

Director Manuel Joaquim Reis CamposEditora Susana GomesExecução e Paginação - Rui SilvaColaboradores Permanentes - Técnicos dos Serviços de Economia, Engenharia, Jurídicos e Laborais, Informática, Núcleo de Apoio à Internacionalização

Publicidade e ProduçãoYellowstreetRua das Artes Gráicas, 784100-090 PortoTelf.: 225 438 650 | Fax: 225 438 699 [email protected] de Apoio a Clientes: 225 438 651

Proibida a reprodução total ou parcial dos textos sem citar a fonte.

A CONCRETO está aberta à colaboração e opinião procedentes do sector

Editorial reforço das competências nos alvarás permite concretizar ambição antiga da aiccopn - pág. 5

Actividades da Direcçãoconselho de presidentes da cpci reuniu na aiccopn - pág. 6

reis campos presente em seminário no conselho económico e social - pág. 6

aiccopn recebe reunião da cimlop em portugal - pág. 7

assembleia geral aprovou relatório e contas de 2010 - pág. 7

seminario nacional da apemip - pág. 8

reis campos participa no fórum “cidades do futuro atracção pelo mar” - pág. 9

reis campos discutiu “visões da reabilitação urbana”- pág. 10

tomada de posse dos órgãos sociais da aiccopn para o triénio de 2011/2013 - pág. 11

Tomadas de Posiçãoaiccopn reclama adequação do regime de elevação das classes de alavrás - pág. 15

aiccopn recalama eleiminação da cobrança de taxas pelo inci - pág. 16

Formação AICCOPNcampanha europeia de segurança e saude no trabalho 2011 - pág. 17

sessão técnica sobre resíduos da construção e reabilitação - pág. 19

sessão sobre o iva na construção - pág. 19

sessão sobre o fecho de contas de 2010: impacto do snc - pág. 20

sessão sobre o código contributivo da segurança social - pág. 20

sessão sobre o preenchimento do relatório único - pág. 23

Direitoainda e sempre...o regime de férias - pág. 24

medidas para incentivar a reabiltação urbana - resolução do conselho de ministro - pág. 27

consultório jurídico - pág. 31

Economiacapital social mínimo para constituir sociedades por quotas - pág. 32

perspectivas económicos globais do fmi - pág. 33

relatório de outono 2010- pág. 34

conjuntura do sector- pág. 38

consultório iscal - pág. 43

Internacionalização

o direito da terra em moçambique - pág. 44

Engenharia

exercício da actividade da construção - títulos de registo - revalidação- pág. 46

medidas para a sustentabilidade da construção (parte 2) - pág. 47

Segurança/ Saúdeicha técnica de equipamentos de movimentação de terras – motoniveladora - pág. 53

icha técnica de saúde – tabagismo - controlo e prevenção - pág. 61

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EDITORIAL

5

É com consciência das diiculdades que as nossas associadas en-

frentam que inicio mais um mandato como Presidente da Direc-

ção. Os desaios que temos pela frente são muito exigentes, sobre-

tudo tendo em conta as medidas que, fruto da actual situação do

País, nos serão impostas. Porém, é fundamental que os decisores

políticos reconheçam que Portugal não pode parar e que a Cons-

trução é essencial para a criação de uma dinâmica de crescimento

sustentado da economia, pelo que não se pode manter, indeini-

damente, o sector no actual estado de suspensão, que é muito

anterior às medidas que estão a ser equacionadas.

É essencial que, a par do reequilíbrio das contas públicas, a políti-

ca económica garanta o futuro de Portugal, impedindo a desagre-

gação do tecido empresarial e o aumento do desemprego. Foram

estes aspectos que evidenciámos junto dos representantes da Troi-

ka. Defendemos medidas cuja implementação consideramos im-

prescindível para garantir o crescimento da nossa economia, ali-

cerçado no peso social e económico da construção e imobiliário.

Exige-se a dinamização do investimento privado e dos recursos

comunitários, designadamente através da adaptação dos progra-

mas do QREN, pois está em causa a concretização de projectos

de proximidade de que o País carece, em áreas como a renovação

das escolas, dos hospitais, dos edifícios ligados à justiça e à segu-

rança, a água e ambiente, as energias renováveis, a conservação e

modernização das redes rodoviária e ferroviária, os portos e a lo-

gística, a manutenção preventiva de infra-estruturas, como pontes

e estradas, que não pode ser descurada, sob pena de colocar em

perigo a segurança pública. É, igualmente, indispensável garantir

a continuação das obras já contratualizadas, pois desta actividade

depende a sobrevivência de muitas empresas e de milhares de

Contrução é Decisiva parao Futuro no nosso País

Reis Campos,

Presidente da Direcção

da AICCOPN

trabalhadores. Estão em risco mais 140 mil postos de trabalho, que

acrescem aos 201mil que o sector já perdeu desde 2002.

Por outro lado, reairmámos a importância da reabilitação urbana

e da dinamização do mercado de arrendamento enquanto pilares

essenciais para a recuperação. A par da internacionalização, fun-

damental para o futuro das nossas empresas, outro dos aspectos

que requer intervenção urgente é o inanciamento das empresas

e, em particular, das micro e PME’s. Se o pagamento imediato das

dívidas do Estado às empresas de construção tem de ser uma re-

alidade, há que assegurar que a Banca cumpra o papel que lhe

compete, uma vez que continuamos a constatar, que os apoios de

que são alvo por parte do Estado, não têm sido transpostos, como

deveriam, para a economia, veriicando-se o sucessivo agrava-

mento das restrições e diiculdades no acesso ao crédito. Por ou-

tro lado, os bancos renegoceiam as condições de empréstimos

em vigor impondo, injustiicadamente, a prestação de garantias

muitas vezes abusivas e o pagamento de “spreads” mais elevados.

Não podemos continuar a assistir à capitalização dos bancos e à

descapitalização das empresas.

Este é um dos aspectos, cuja resolução continuaremos a reclamar,

tendo presente que os seus efeitos irão ser ainda mais agravados

pelas consequências, para o País e para o sector, de uma inter-

venção externa. No entanto, como é reconhecido por todos, para

solucionar o problema das contas públicas que está na origem do

pedido de auxilio, é fundamental, sem perder de vista o objectivo

da redução do déice, criar condições que permitam a implemen-

tação de uma verdadeira estratégia de recuperação económica,

que não pode ter êxito sem o contributo das empresas de cons-

trução.

Page 6: Concreto 226

6 •

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

Conselho de Presidentes da CPCIReuniu na AICCOPN

Reuniu na Sede da AICCOPN, no dia 15 de Março, o Con-

selho de Presidentes da CPCI – Confederação Portuguesa

da Construção e do Imobiliário, na qual marcaram presen-

ças os 19 Presidentes das Associações que integram este

organismo de cúpula do associativismo empresarial..Nes-

ta reunião foram abordadas as perspectivas para o Sector,

atendendo ao estado actual do País, e traçada a estratégia

para sua dinamização, designadamente na prossecução

das medidas apontadas pela Confederação sobre a Reabili-

tação Urbana, para que a Construção e o Imobiliário volte

a ser o grande motor de crescimento e desenvolvimento da

economia portuguesa.

Reis Campos Presente em Seminário do Conselho Económico e Social

Na qualidade de membro do CES – Conselho Económico

e Social, Reis Campos, Presidente da CPCI, participou no

Seminário organizado por este Conselho sobre “O Futuro

dos Serviços Sociais de Interesse Geral e os Desaios nas

Convenções Colectivas na União Europeia”, que teve lugar

no dia 1 de Abril, na Sala do Senado da Assembleia da

República. .Neste Seminário foram focados dois temas que

se prendem com uma das maiores tensões actuais no seio

da União Europeia, relacionados com a dualidade entre a

integração dos mercados e os objectivos sociais da União,

resultantes do objectivo traçado no Tratado de Lisboa de

alcançar uma economia social de mercado altamente

competitiva.

Page 7: Concreto 226

7

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

AICCOPN Recebe Reunião

da Cimlop em Portugal

Na sequência da tomada de posse dos primeiros órgãos

sociais em Outubro do ano passado, a AICCOPN teve a

honra de acolher, na sua sede, no dia 18 de Março, a pri-

meira reunião em Portugal da CIMLOP – Confederação do

Imobiliário de Língua Oicial Portuguesa.

Estiveram presentes os órgãos sociais representantes dos

Países que integram esta Confederação: de Portugal, a AIC-

COPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e

Obras Públicas e a APEMIP – Associação dos Proissionais

e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal; de Ango-

la, a APIMA – Associação dos Proissionais e Imobiliários

de Angola; do Brasil, o SECOVI SP - Sindicato da Habita-

ção de São Paulo e o COFECI – Conselho Federal de Cor-

rectores de Imóveis; e de Moçambique, a FME – Federação

Moçambicana de Empreiteiros.

Nesta reunião foi efectuado o planeamento das acções

a desenvolver durante o corrente ano, nomeadamente a

marcação das reuniões, de acordo com os eventos a decor-

rer no âmbito da Construção e do Imobiliário nestes Países,

tendo por objectivo o intercâmbio e a concretização de

oportunidades de negócio entre as empresas desta comu-

nidade lusófona.

Foi ainda abordada a questão da expansão da CIMLOP a

outros Países de Língua Oicial Portuguesa, ratiicando-se

a adesão da PROMITUR, de Cabo Verde, assim como o

alargamento a S. Tomé e Príncipe, Guiné e Timor.

Assembleia Geral Aprovou Relatório e Contas de 2010

A Assembleia Geral da AICCOPN reuniu em sessão ordi-

nária, no dia 7 de Abril, no Auditório da Sede, na cidade

do Porto, tendo aprovado por unanimidade o Relatório e

Contas relativo ao exercício de 2010..

Page 8: Concreto 226

8 •

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

Seminário Nacional da APEMIP “As Novas Oportunidades para o Imobiliário”

No passado dia 17 de Março, o Presidente da Direcção

da AICCOPN, e da Confederação Portuguesa da Constru-

ção e do Imobiliário (CPCI), Reis Campos, participou neste

seminário, inserido no âmbito da IMOBITUR – VII Salão

Imobiliário do Porto, e cujo tema foi “As Novas Oportuni-

dades para o Imobiliário”. Esta sessão contou também com

a presença do Ministro da Economia e da Inovação, Vieira

da Silva, que foi

acompanhado

por todos os

secretários de

Estado que in-

tegraram a Co-

missão Gover-

namental para

a dinamização

do mercado do

arrendamento e

da reabilitação urbana, nomeadamente, João Tiago Silvei-

ra, Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Mi-

nistros, Fernando Medina, Secretário de Estado Adjunto, da

Industria e do Desenvolvimento, Paulo Campos, Secretário

de Estado Adjunto das Obras Públicas e Comunicações e

Fernanda do Carmo, Secretária de Estado do Ordenamento

do Território e das Cidades. Esta Comissão que tinha vin-

do a discutir com a Confederação, a implementação das

propostas de intervenção nesta matéria, foi a responsável

pela elaboração das iniciativas legislativas que foram apro-

vadas pelo Executivo em Conselho de Ministros ocorrido

nesse mesmo dia. Reis Campos abordou a importância de

encarar a Construção e o Imobiliário como actividades es-

senciais para a economia, não só pelas suas característi-

cas, como também pelos efeitos que podem induzir, uma

vez que são geradoras de externalidades positivas para as

restantes actividades, contribuindo, de forma indiscutível,

Vieira da Silva, Luis Lima e Reis Campos

Rogério Alves, José Magalhães, Luis Lima, Reis Campos, Alberto Moura e Manuel Braga

Page 9: Concreto 226

9

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

Fernando Medina, Fernanda Carmo, Vieira da Silva, Luis Lima, José Tiago Silveira, Reis Campos e José Junqueiro

para o incremento da economia. Destacou ainda o expres-

sivo peso do Sector em variáveis como o PIB e o empre-

go, bem como a necessidade de apostar no investimento,

tornando-se necessária uma efectiva redução dos déices

públicos que assente no corte das despesas improdutivas

e não, como até aqui, em sucessivas reduções do investi-

mento público.

O dirigente realçou ainda o trabalho desenvolvido pela

CPCI, que defende a intervenção e enuncia medidas indis-

pensáveis, em domínios que são considerados estratégicos

para o Sector, como a concretização dos projectos de pro-

ximidade, a internacionalização, o enquadramento legal e

iscal da actividade e, em particular, o desenvolvimento do

mercado imobiliário e da reabilitação urbana, destacando

a urgência da concretização, por parte do Governo, das

medidas aprovadas neste domínio. Reis Campos conside-

rou ainda essencial apoiar as empresas e o emprego, e in-

cutir aos agentes económicos a coniança necessária, para

que possam correr os riscos inerentes aos investimentos

pretendidos, uma vez que é imprescindível captar investi-

mento privado, nacional e estrangeiro, para o imobiliário

nacional, o qual dispõe de condições culturais e naturais

de excelência, que tornam o País um destino atractivo para

o investimento externo.

IMOBITUR – VII Salão Imobiliário do Porto A AICCOPN associou-se uma vez mais à Imobitur - Salão

Imobiliário, que decorreu na Exponor em Matosinhos de

17 a 20 de Março.

Entre 2005 e 2011 a feira foi responsável pela geração de

um volume de negócios médio anual de 100 a 120 mi-

lhões de euros, perfazendo um volume total acumulado a

rondar os 700 milhões de euros.

A internacionalização do mercado imobiliário do Norte

de Portugal, a atracção de investimento internacional e

os projectos estruturantes do desenvolvimento da Região

Norte estiveram em destaque conjuntamente com a reabi-

litação urbana.

Page 10: Concreto 226

10 •

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

Reis Campos participa no Fórum “Cidades do Futuro - Atracção pelo Mar”

Num painel moderado pelo Presidente da Câmara Muni-

cipal de Viana do Castelo, José Maria Costa, cujo tema era

a “Requaliicação Urbana” e que contou igualmente com

a intervenção de Rolando Martins, Presidente da Parque

Expo e de Alexandre Alves Costa, Professor Catedrático

da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Por-

to, o Presidente da AICCOPN e da CPCI – Confederação

Portuguesa da Construção e do Imobiliário, Reis Campos,

começou por referir que “o Fórum, organizado pela Câ-

mara Municipal em parceria com o Diário Económico,

permitiu pôr em evidência vantagens económicas diferen-

ciadoras, que são imprescindíveis para o desenvolvimento

do País: as Cidades e o Mar.”.Depois de realçar que com

uma forte aposta na requaliicação das Cidades e com a

valorização da orla marítima e cursos luviais, Portugal

conseguirá ultrapassar a crise, crescer e atingir patama-

res de crescimento consentâneos com a média Europeia,

Reis Campos apontou o crescente movimento de degra-

dação do parque habitacional do País, que caracteriza a

maioria dos nossos centros urbanos, como um dos maiores

constrangimentos ao seu desenvolvimento. De seguida,

explicou as razões que o levam a considerar imprescin-

dível a dinamização deste mercado, não só para inverter

o clima de estagnação económica nacional, mas, sobre-

tudo, essencial para a criação de um novo ciclo de ac-

tividade na construção e no imobiliário e enunciou as

medidas indispensáveis para a materialização desta ver-

dadeira aposta estratégica para Portugal e para o Sector.

Destacando, por im, o bom exemplo de Viana do Cas-

telo, município que está fortemente empenhado na re-

qualiicação do centro histórico, depois de uma década

de investimento na revitalização da sua frente ribeirinha e

no desenvolvimento urbano, o líder associativo, reconhe-

ceu que, desde cedo, esta cidade e os seus responsáveis

despertaram para a importância estratégica da Reabilita-

ção Urbana, sublinhando os importantes passos que foram

dados, com a criação de um eicaz sistema de incentivos

e a mobilização de importantes apoios para o merca-

do da reabilitação, como foi o caso dos Programas Polis.

A Sessão terminou com a intervenção da Secretária de

Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, Fer-

nando do Carmo, a qual apresentou as medidas aprovadas

pelo Governo que, no âmbito da “Iniciativa para a Com-

petitividade e o Emprego”, tem por objectivo promover a

reabilitação urbana e a dinamização do mercado do ar-

rendamento e incentivar a actividade da construção e do

imobiliário.

Alexandre Alves Costa, Rolando Borges Martins, José Maria Costa e Reis Campos

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11

Page 12: Concreto 226

12 •

ACTIVIDADES DA DIRECÇÃO

José de Almeida Serra, Manuel Salgado, Ricardo Amantes, Reis Campos

Reis Campos discutiu “Visões da Reabilitação Urbana”, nas II Jornadas do Património, organizadas pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Tendo por objectivo uma abordagem das “feições e das

linguagens do património imobiliário, identiicando as vias

para a sua evolução na satisfação das necessidades sociais

e promoção do bem-estar das pessoas e das comunida-

des”, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa promoveu,

no passado dia 15 de Abril, as II Jornadas do Património,

dedicadas neste ano à “Reabilitação Urbana – Tendên-

cias e Perspectivas”. Intervindo num painel cujo tema era

“As Visões da Reabilitação”, o Presidente da AICCOPN e

da CPCI - Confederação Portuguesa da Construção e do

Imobiliário, começou por destacar o especial signiica-

do da discussão desta temática numa sessão organizada

pela Santa Casa, referindo que, para além lho.do impor-Santa Casa, referindo que, para além lho.do impor-

tante património imobiliário que detém, esta é uma en-

tidade que está profundamente empenhada na defesa de

princípios éticos, assentes num ideal de responsabilidade

social, que deverá alargar-se a toda a sociedade. De facto,

para o líder da Associação, não está apenas em causa uma

gestão cuidada do património, mas sobretudo a capaci-as sobretudo a capaci-

dade de incorporar nessa preocupação as dimensões do

social e da sustentabilidade, que estão subjacentes à me-

lhoria das condições de vida das populações.Depois de

referir que é exactamente esta perspectiva que se analisa

quando se aborda o problema da Reabilitação Urbana ou,

num sentido mais amplo, da Regeneração Urbana, o líder

associativo salientou que se trata de matérias fundamen-

tais, para a dinamização da economia e do emprego e, em

particular, para o sector da construção, para a preservação

da nossa identidade histórica e cultural e para a procu-

ra de respostas para questões sociais, como a protecção

das populações mais desfavorecidas e a disponibilização

de habitação para os jovens, questões que assumem um

carácter ainda mais relevante, tendo em conta os desaios

que o País tem pela frente, agora ainda mais exigentes,

no quadro de auxílio externo com que está confrontado.

Reis Campos concluiu a sua intervenção, defendendo a

aposta irme na reabilitação urbana, não só pelo contribu-

to que a mesma pode dar para a promoção do crescimen-

to económico, mas, de igual modo, pelo efeito que pode

ter na actividade das empresas do sector, alertando para o

facto de que, com o incremento da actividade associada a

este mercado, o sector pode recuperar 110 mil postos de

trabalho.

Page 13: Concreto 226

13

DESTAQUE

Consciente das diiculdades que o sector atravessa, Reis

Campos, reconduzido como Presidente da Direcção, na

intervenção que efectuou, assumiu que o novo mandato

começa num dos momentos mais críticos que a constru-

ção já atravessou, uma vez que esta foi a actividade mais

penalizada com a trajectória económica seguida ao longo

da última década. “Não só conheceu uma quebra acumu-

lada de produção, desde o ano 2002, que atingiu os 36%,

como, no mesmo período, perdeu 201 mil postos de traba-

lho”. Salientou, por isso, que as “empresas perspectivam,

com grande preocupação, o seu futuro e hoje, tal como o

País, limitam-se a gerir o dia-a-dia”.Depois de identiicar

os principais problemas que as mesmas enfrentam, como

é o caso “da escassez de obras, da falta de planeamento,

das crescentes diiculdades no acesso ao crédito, da exi-

gência excessiva de garantias por parte da banca, de uma

concorrência excessiva, que induz a práticas reiteradas de

preços anormalmente baixos, de um Código dos Contratos

Públicos desadequado em face das necessidades do mer-

cado, dos crónicos atrasos nos pagamentos por parte do

Estado”, o Presidente reeleito airmou que os “próximos

tempos serão, com toda a certeza, difíceis”, sendo certo,

todavia, que, “tal como sucedeu na maioria dos Países de-

senvolvidos, só através da Construção será possível indu-

zir uma nova dinâmica de crescimento”.Convicto de que

o País não pode parar, salientou que “mesmo no actual

quadro de intervenção externa, é fundamental que Por-

tugal, a par da consolidação do déice, faça uma aposta

no investimento produtivo e na melhoria da competitivi-

dade”, impondo-se, por isso, “a implementação de solu-

ções inovadoras de crescimento que nos permitam, rapi-

damente, criar emprego e estimular a economia”. Desta

forma, considerou fundamental que “as forças políticas se

comprometam, efectivamente, com o futuro das empresas

do sector e dos postos de trabalho que estas asseguram”,

para o que defende “a adopção de medidas capazes de

inverter o actual ciclo, em domínios que são considera-

dos cruciais para o Sector”, o que passa, desde logo, pela

intensiicação do processo de internacionalização, o qual

já é uma realidade de sucesso, assumindo “o reforço das

condições necessárias na AICCOPN para apoiar as nos-

sas empresas”. De igual modo, exige-se a “readaptação

das verbas do QREN e, consequentemente, a concretiza-

ção de investimentos de proximidade, necessários para o

desenvolvimento do País”, e, principalmente, “da aposta

irme na reabilitação urbana, o que implica um enquadra-

Em Cerimónia Realizada no Passado dia 28 de AbrilTomaram Posse os Órgãos Sociais da AICCOPNEleitos para o triénio 2011-2013

Page 14: Concreto 226

14 •

DESTAQUE

Presidente

M.V. Imobiliária

Associado n.º 317

Representado por: Manuel Joaquim

Ferreira Vieira

Vice- Presidente

Telhabel, Construções S.A.

Associado n.º 1538

Representado por: Pedro Gabriel

Pacheco Couto.

mento legal e iscal adequado às necessidades de mercado,

como é o caso da Lei do Arrendamento”. Por outro lado,

considerou que “Portugal tem de ser capaz de construir

um ambiente de credibilidade e estabilidade, o que só é

possível através de um efectivo planeamento estratégico”.

O Presidente da AICCOPN acrescentou, depois, “ter por

inalidade a construção de um modelo de desenvolvi-

mento, coerente e sustentável para o País, para o Sector

e para a Associação”, pretendendo que a mesma “con-

tinue a ser a Associação líder, dinâmica, capaz de se

adaptar às novas realidades e de corresponder às exigên-

cias actuais das empresas do sector”, airmando-se como

uma “uma voz intransigente na defesa dos Associados”.

Dirigindo-se, de seguida, aos membros dos órgãos sociais

que, nesta data, cessaram funções, realçou “a dedicação e

o espírito de união, que são a nota dominante nas relações

entre os órgãos sociais da AICCOPN, e são, com toda a

certeza, um exemplo para o movimento associativo e um

incentivo para prosseguir o nosso trabalho”. Aos colegas

agora empossados, “fez votos para que, juntos, consigamos

Mesa da Assembleia Geral

corresponder às necessidades das empresas que represen-

tamos. Aos colaboradores, “que formam uma equipa de-

Órgãos Sociais da AICCOPN Triénio 2011/2013

Page 15: Concreto 226

15

DESTAQUE

Vice- Presidente

Conselho Fiscal

Presidente

José Maria dos Santos

Associado n.º 186

Representado por: José Maria dos Santos

Vice- Presidente

Almeida Barbosa & Gomes, Lda.

Associado n.º 13537

Representado por: Isolino Silva Gomes

Secretário

Sociedade de Construções Aleluia

Associado n.º 575

Representado por: António Monteiro

1º Secretário

Irmãos Magalhães S.A.

Associado n.º 104

Representado por: Marco Paulo

Carneiro Magalhães.

2º Secretário

SCAC - Soc. de Const. Almerindo

Carneiro, Lda.

Associado n.º 69

Representado por: Artur Lopes Carneiro

terminada, activa e motivada”, referiu contar com todos.

A concluir, salientou “o forte apoio que, ao longo dos três

últimos anos, a Direcção recebeu por parte dos Associados

desta Casa”, comprometendo-se a “tudo fazer para conti-

nuar a merecer a sua coniança”.

Page 16: Concreto 226

16 •

DESTAQUE

Direcção

Presidente

SORI - Sociedade de Reabilitação de Imóveis S.A. - Associado n.º 13348

Representado por: Manuel Joaquim Reis Campos

Vice- Presidente

J.F.S. - Soc. de Construções , Construções S.A. - Associado n.º 12

Representado por: Joaquim António Flores Ferreira dos Santos

Vice- Presidente

Cantinhos Sociedade de Construções, S.A. - Associado n.º 2934

Representado por: José António Fernandes de Sá Machado

Secretário-Tesoureiro

Construções Gabriel A. S. Couto, S.A. - Associado n.º 541

Representado por: Carlos Alberto Freitas Couto

Vogal

Irmãos Cavaco, S.A. - Associado n.º 599

Representado por: António Marques Santos Cavaco

Vogal

Eusébio e Filhos, S.A. - Associado n.º 108

Representado por: Cristina Rosa Moreira Lopes

Vogal

J.Gomes - Sociedade de Construções do Cávado, S.A. - Associado n.º 802

Representado por: João Gomes Oliveira

Vogal

Norasil - Sociedade de Construção Civil, S.A. - Associado n.º 1055

Representado por: Joaquim António Nogueira da Hora

Vogal

Marsilop - Sociedade de Empreitadas, S.A. - Associado n.º 35

Representado por: Justino Gomes de Almeida Pereira Alegre

Page 17: Concreto 226

17

TOMADAS DE POSIÇÃO

O Papel do Sector no Quadro de uma Intervenção Externa

Ao integrar, praticamente todas as associações que cons-

tituem a vasta ileira da construção e do imobiliário, a

CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do

Imobiliário, como única estrutura associativa de cúpula

representativa destas actividades, garante uma visão glo-

bal e integrada das mesmas, pelo que apresentamos as

propostas que melhor podem promover a dinamização de

um Sector que é vital para a economia e para o emprego,

bem como para o desenvolvimento consolidado do País .

Somos responsáveis por 18,6% do PIB, por 60,6% do In-

vestimento nacional, por 15,8% do emprego, o que corres-

ponde a cerca de 820.000 postos de trabalho e por 20%

do tecido empresarial português, isto é, 220.000 empresas.

Reairmamos a necessidade de complementar as medidas

imediatas/curto prazo de austeridade, de contenção da

despesa pública e de contracção da actividade económi-

ca, com a criação de condições mais favoráveis no mé-

dio/longo prazo para o desempenho económico, através

de uma aposta no investimento inteligente, reprodutivo

e estruturante, que permita melhorar a competitividade

futura da economia portuguesa e assegure o crescimen-

to, a criação de emprego e o aumento da produtividade,

instrumentos essenciais para a sustentabilidade das em-

presas e a valorização dos nossos recursos produtivos.

Os sacrifícios no presente só fazem sentido, na medida em

que contribuam para melhorar a performance no futuro e,

nesse sentido, o investimento e o incremento da eiciência

dos mercados, de produtos e de factores, constituem um

capital de esperança indispensável, capaz de mobilizar os

agentes económicos e a sociedade evitando situações de

ruptura no tecido empresarial e na coesão nacional.

Neste quadro, consideramos fundamental melhorar a

Competitividade do Tecido Empresarial do sector, poten-

ciar a sua capacidade de atracção de investimento e de

internacionalização e modernizar a economia num quadro

de estabilidade e desenvolvimento sustentável.

Planeamento do Investimento

É fundamental estabelecer e cumprir rigorosamente uma

adequada calendarização do Plano de Investimentos, pois

Page 18: Concreto 226

18 •

TOMADAS DE POSIÇÃO

a imprevisibilidade dos ciclos do Investimento, que resulta

do mau planeamento e dos constantes avanços e recuos

dos projectos anunciados impede as empresas de progra-

mar os seus próprios investimentos e de manter e adaptar

os recursos técnicos e proissionais às necessidades.

É essencial e possível concretizar os investimentos in-

dispensáveis para assegurar a competitividade da eco-

nomia portuguesa, mesmo num contexto de forte res-

trição inanceira e de liquidez. Para isso, é necessário:

- Promover uma maior dinâmica na execução dos fundos

comunitários previstos no âmbito das linhas de crédito do

BEI, das verbas inscritas nas Redes Transeuropeias de Trans-

portes, dos programas do QREN, quer através do acompa-

nhamento e apoio na execução dos projectos aprovados;

- A mobilização de recursos para projectos de proxi-

midade, como é o caso dos projectos em áreas como a

renovação das escolas, hospitais, edifícios ligados à justiça

e à segurança, a água e ambiente, as energias renováveis,

a conservação e modernização das redes

rodoviária e ferroviária, os portos e a logís-

tica, a manutenção preventiva de infra-es-

truturas, como pontes e estradas, que não

pode ser descurada, sob pena de colocar

em causa a segurança pública.

Para além de se tratar de projectos estru-

turantes, alguns deles já contratados com

instituições comunitárias, representam,

face ao potencial de criação de emprego

que lhes é inerente, signiicativas poupan-

ças ao nível dos subsídios de desemprego.

Financiamento / liquidez

Melhorar o Acesso ao Crédito

O inanciamento das empresas e, em particular, das mi-

cro e PME’s tem sido um dos maiores constrangimentos

à sua actividade, limitando fortemente a sua capacidade

para criar riqueza e assegurar postos de trabalho. Deverá

ser garantida a disponibilização de crédito, em montantes

e condições apropriadas, para o regular inanciamento da

economia, criando-se regras que impeçam a imposição,

pelos bancos, de exigências de garantias abusivas e incom-

portáveis. Por outro lado deve ser promovida a diversiica-

ção das fontes de inanciamento das empresas, através da

inovação inanceira e do acesso aos mercados de capitais,

ao capital de risco e a fundos imobiliários.

Pagamento das dívidas do Estado às empresas

O último Inquérito aos Prazos nos Pagamentos nas Obras

Públicas apurou um prazo médio de 7 meses para as dívi-

Page 19: Concreto 226

19

TOMADAS DE POSIÇÃO

das das Autarquias às empresas de Construção. A estimati-

va para o montante total das dívidas das Autarquias às em-

presas atinge os 830 milhões de euros. Exige-se, pois, que

o Estado pague imediatamente as suas dívidas, tanto mais

que se trata de valores que, de acordo com as regras orça-

mentais, estão já contemplados no déice do Estado, pelo

que o seu pagamento não implica o agravamento deste.

Capacidade de Atracção do Investimento

A competitividade das empresas depende directamente

da capacidade de atrair e ixar investimento privado, assu-

mindo aqui especial importância o papel dos investidores

estrangeiros.

Reabilitação Urbana d

A reabilitação urbana constitui um vector imprescindível

para o desenvolvimento sustentável das cidades. Estas obras

são intensivas em mão-de-obra, absorvem

cerca de 60% do emprego do sector e per-

mitem envolver a generalidade das empre-

sas, independentemente da sua dimensão

ou especialidade, gerando externalidades

positivas para diversas áreas da economia,

como é o caso do comércio e do turismo.

Defendemos, por isso, a aposta irme na

reabilitação urbana que, neste momento,

tem carácter prioritário e congrega, como

poucas matérias, um alargado consenso

nacional. Este é um pilar essencial para a

dinamização da actividade económica do

País, para cujo arranque é necessário ac-

tuar em três áreas essenciais: o Arrenda-

mento, o Investimento / Financiamento e a Simpliicação e

Desburocratização

Trata-se de aspectos já consagrados em Resolução do Con-

selho de Ministros datada do passado dia 17 de Março e

que constam das propostas apresentadas no âmbito do PEC

4, pelo que deverá ser garantida a criação das condições

necessárias para concretizar esta aposta estratégica, essen-

cial para o País e que muito pode contribuir para a manu-

tenção das empresas e do emprego do sector.

Arrendamento

A temática da reabilitação urbana é indissociável do mer-

cado de Arrendamento. Dos 740.000 alojamentos arren-

dados, existentes no País, 429.000 têm contratos de arren-

damento anteriores a 1990 e, como tal foram afectados

pelo regime de congelamento de rendas. É também nestes

que se veriica uma maior incidência de casos de patrimó-

Page 20: Concreto 226

20 •

TOMADAS DE POSIÇÃO

nio imobiliário em elevado estado de degradação.

A lei das Rendas deverá ser competitiva, de modo a poder

airmar-se como uma verdadeira alternativa à compra de

habitação, deve respeitar a livre negociação e, em espe-

cial, devem ser garantidos mecanismos expeditos para a

resolução das situações de incumprimento contratual, em

especial, por falta de pagamento das rendas.

Internacionalização

O volume de negócios no exterior das empresas portu-

guesas do Sector da Construção e do Imobiliário, apresen-

ta, desde 2000, um crescimento médio anual de 39,3%,

tendo atingido em 2009 um volume de cerca de 5,37 mil

milhões de euros, o que equivale a 30,4% da produção

apurada nesse ano. É evidente a aposta deste sector nos

mercados internacionais, que exige, da parte do Governo

um igual empenhamento.

Diplomacia Económica

A diplomacia económica deve contribuir para que um

crescente número de empresas esteja presente nos merca-

dos externos, integrada num adequado quadro de incenti-

vos ao investimento das empresas no exterior.

Incentivos iscais e inanceiros

É necessário criar incentivos iscais capazes de promover

a internacionalização das empresas da ileira, em especial

das PME’s, o que pode passar pela criação de linhas espe-

cíicas de apoio à internacionalização do sector da Cons-

trução e do Imobiliário, quer seja pela via do incentivo ao

investimento directo estrangeiro português no exterior, seja

pela via do incentivo de investimento directo estrangeiro

no imobiliário português.

Mercado Laboral

Mercado de Trabalho e Normas Laborais

Exige-se uma maior adequação das Leis Laborais às exi-

gências de gestão das empresas e às condições gerais da

economia, para que estas não percam, irreversivelmente,

competitividade.

O nosso sector é muito especíico, requerendo normas

adequadas à sua realidade, caracterizada por grandes os-

cilações no volume de trabalho que justiicam uma maior

lexibilidade nas regras referentes à contratação.

Inovação / Eiciência Energética / Sustentabilidade

É necessário promover o apoio à inovação e à investigação

no sector da construção, nas mesmas condições em que o

mesmo se veriica nos restantes sectores.

São necessários maiores incentivos à eiciência energéti-

ca e sustentabilidade do Sector, garantindo-se apoios às

empresas em áreas como a melhoria das condições de

consumo de energia dos edifícios e de todo o processo

construtivo.

A reabilitação urbana é uma oportunidade única para au-

mentar expressivamente a eiciência energética do parque

ediicado português.

Page 21: Concreto 226

21

TOMADAS DE POSIÇÃO

AICCOPN Reclama Adequação do Regi-me de Elevação de Classes dos Alvarás

A AICCOPN solicitou ao InCI a urgente alteração do

Regime Jurídico de Ingresso e Permanência na Activida-

de da Construção, consagrando regras mais adequadas

às actuais necessidades das empresas no que se refere à

necessidade de comprovação da experiencia na execu-

ção de obras, para efeitos de elevação de classe dos al-

varás. Com efeito, tendo por pressuposto a situação eco-

nómica que se vive em Portugal, marcada pela profun-

da escassez de obras no mercado, a AICCOPN alertou

para o facto de o vigente quadro normativo impedir, de

forma injustiicada, a elevação de classe das empresas.

Para obviar a esta situação, a Associação propôs que, para

a elevação de classe, se privilegie o potencial técnico das

empresas, independentemente da execução efectiva das

obras, a par do preenchimento dos requisitos curriculares

dos técnicos das empresas exigidos para o ingresso na classe

que pretendem. Assim, a existência de obras efectivas pas-

saria a representar uma alternativa e uma efectiva mais-valia

para as empresas que já estivessem no mercado e tivessem

conseguido executar obras, uma vez que, neste caso, e des-

de que comprovassem a realização de obras de um deter-

minado valor legalmente deinido, poderiam, tão somente,

apresentar um quadro técnico com o número mínimo de

técnicos exigível para o ingresso na mesma classe, sem ne-

cessidade da análise da respectiva experiência curricular.

De igual modo, considerou que a comprovação da experi-

ência na execução de obras particulares sujeitas a controlo

prévio não deverá ser efectuada com base no valor estima-

tivo apresentado para efeitos de licenciamento municipal

ou comunicação prévia, tal como resulta expressamente

do vigente Regime Jurídico. A questão é que, nas obras

particulares, o valor estimativo constante do processo de

licenciamento ou comunicação prévia raramente corres-

ponde ao valor da adjudicação ou ao valor dos trabalhos

executados, pelo que se questiona a previsão legal que pre-

judica as empresas de construção na elevação de classe.

Efectivamente, se o que se pretende avaliar é a experiência

das empresas detentoras de alvará na execução de obras,

então, deverá poder atender-se ao valor real, efectivo das

obras realizadas e não a um valor “artiicial”, que muitas

vezes é imposto às empresas de construção pelos donos

de obra, enquanto requerentes das operações urbanísticas

sujeitas a controlo prévio. Nestes casos, entendeu-se ser

preferível, pela justiça que lhe está subjacente, que a aná-

lise da experiência em obra tenha por base o valor da es-

timativa apresentado às entidades licenciadoras ou o valor

da facturação, consoante o que resulta mais elevado.

Page 22: Concreto 226

22 •

TOMADAS DE POSIÇÃO

AICCOPN Reclama Eliminação da Cobrança de Taxas pelo InCI, ne emissão de declarações comprovativas de que o Director de Obra Integra o Quadro Técnico

A AICCOPN depois de questionar a legalidade da co-

brança de uma taxa pela emissão de declarações ates-

tando que o técnico, designado pela empresa respon-

sável pela execução da obra para assegurar as fun-

ções de director de obra, integra o respectivo qua-

dro técnico, reclamou o im de um tal procedimento.

Sendo esta uma declaração que se tornou necessária em

sede dos procedimentos administrativos de controlo pré-

vio de operação urbanística (de licenciamento ou comu-

nicação prévia de uma obra particular) ou de contratação

pública, por força da Lei 31/2009, de 3 de Julho, que veio

aprovar o regime jurídico que estabelece a qualiicação

proissional exigível aos técnicos responsáveis pela elabo-

ração e subscrição de projectos, pela iscalização de obra

e pela direcção de obra, as Associações, constataram que

foi com surpresa e total perplexidade que veriicaram ser

intenção do InCI a cobrança de uma taxa pela emissão da

referida declaração, contrariando o procedimento até en-

tão seguido por este instituto, o qual desde 1 de Novembro

emita as citadas declarações sem que, todavia, cobrasse

qualquer taxa.

Page 23: Concreto 226

23

FORMAÇÃO AICCOPN

Campanha Europeia de Segurança e Saúde no Trabalho 2011“Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis”

Realizou-se nos passados dias 31 de Março (Bragança) e 12

de Abril (Viana do Castelo), nas Delegações da AICCOPN,

mais duas sessões de esclarecimentos inseridas no âmbito

da Campanha Europeia de Segurança e Saúde no Trabalho

para 2010-2011 “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis.

Recorda-se que a AICCOPN, em colaboração com a

Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Tra-

balho e com o CICCOPN está a desenvolver, junto

das suas delegações, um ciclo de sessões de escla-

recimentos subordinados ao tema desta campanha.

As sessões contaram com a participação de represen-

tantes das entidades organizadoras e dos directores do

Centro Local do Nordeste Transmontano e do Alto Mi-

nho da Autoridade para as Condições do Trabalho.

Entre os temas abordados destacam-se a “Apresentação

da Campanha Europeia sobre Trabalhos de Reparação e

Manutenção Seguros”, as “Obrigações Gerais do Emprega-

dor”, a “Importância da Formação/Certiicação” e a “Ins-

pecção das Condições de Trabalho na Construção”, tendo

as sessões terminado com debates amplamente participa-

dos.

Bragança, 31 de Março - António Bastos, Manuela Calado, Branco Teixeira, Renata Rodrigues, Lília Condado.

Vila Real, 12 de Abril - Joaquim José Silva , Manuela Calado, Vitor Laranjeira, Renata Rodrigues e António Bastos

Page 24: Concreto 226

24 •

Page 25: Concreto 226

25

FORMAÇÃO AICCOPN

Sessão Técnica sobre Resíduos da Construção e Demolição - Preenchimento do MIRR

Tendo como objectivo o esclarecimento dos associados so-

bre o preenchimento do Mapa Integrado de Registo de Re-

síduos (MIRR), a AICCOPN promoveu, no dia 3 de Março,

na sua Sede, no Porto, uma sessão técnica exclusivamente

dedicada ao tema “Resíduos da Construção e Demolição –

Renata Rodrigues, Carla Saleiro, Branco Teixeira e Orlando Lopes

Preenchimento do MIRR”.

A sessão contou com a moderação de Branco Teixeira, da

AICCOPN, e com intervenções de Orlando Lopes (Retria),

Carla Saleiro (Semural) e Renata Rodrigues (AICCOPN).

Com um cariz eminentemente prático, a sessão centrou-se

na análise dos aspectos técnicos e legais da gestão dos resí-

duos da construção e demolição, tendo sido realizada uma

simulação em computador do preenchimento do MIRR.

Emanuel Lima

Sessão Sobre IVA na Construção

Decorreu, a 14 de Abril de 2011, no Auditório da AIC-

COPN, uma sessão de esclarecimento subordinada ao

tema “IVA na Construção”.

Esta iniciativa, que contou com a colaboração do Dr. Ema-

nuel Lima, permitiu aos participantes apresentar e escla-

recer muitas das dúvidas que a aplicação do IVA ainda

suscita no Sector de Construção

Page 26: Concreto 226

26 •

FORMAÇÃO AICCOPN

Sessão sobre Fecho de Contas de 2010: Impacto do SNC nos Resultados e na Tributação

Decorreu, a 11 de Março de 2011, no Auditório da AIC-

COPN, uma sessão de esclarecimento subordinada ao

tema “Fecho de Contas de 2010: Impacto do SNC nos Re-

sultados e na Tributação”. Esta iniciativa, que contou com

a colaboração da PriceWaterhouseCoopers, permitiu co-

nhecer de um ponto de vista prático, o impacto do Sistema

de Normalização Contabilística nos Resultados e na Tribu-

tação no fecho de Contas de 2010. A Sessão proporcionou

aos participantes a oportunidade de apresentar e esclare-

cer muitas das dúvidas que a aplicação do SNC suscita.

.

João Oliveira e Marisa Pereira

Sessão sobre Código Contributivo da Segurança Social

Realizou-se, a 25 de Março de 2011, no Auditório da

AICCOPN, uma sessão de esclarecimento subordinada

ao tema “Código Contributivo da Segurança Social”. Esta

iniciativa, contou com a colaboração do Escritório de

Advogados Garrigues, e permitiu conhecer, as principais

alterações constantes da legislação do Código Contributi-

vo da Segurança Social, bem como analisar as repercus-

sões signiicativas que as novas regras vão ter ao nível das

empresas.o SNC suscita.

.

Rui Valente e Joana Oliveira

Page 27: Concreto 226

27

Page 28: Concreto 226

28 •

Page 29: Concreto 226

29

FORMAÇÃO AICCOPN

Sessão de Formação sobre “Preenchimento do Relatório Único da Empresa”

Com o objectivo de esclarecer os Associados sobre os aspec-

tos mais relevantes a ter em conta no preenchimento do “Re-

latório Único” da Empresa em 2011, decorreu no passado

dia 29 de Abril, na Sede da AICCOPN, no Porto, uma sessão

de formação especiicamente orientada para o cumprimento

desta obrigação legal a cargo das entidades empregadoras.

Relembre-se que para além do denominado Anexo O, o

“Relatório Único” integra ainda os Anexos A – Quadro de

pessoal (reportado ao mês de Outubro), B – Fluxo de en-

trada ou saída de trabalhadores, C – Relatório Anual da

Formação Contínua, D – Relatório anual da actividade do

serviço de segurança e saúde no trabalho, E – Greves, e F

– Informação sobre prestadores de serviço (sendo que este

apenas deverá começar a ser entregue a partir de 2012).

Assim, nesta sessão, que contou com a presença interes-

sada e participativa de cerca de 40 colaboradores de em-

presas associadas, os técnicos dos Serviços de Engenharia

e Segurança e Jurídicos e Laborais, abordaram a matéria

em causa numa perspectiva eminentemente prática, pro-

cedendo a uma explicação passo-a-passo e à realização

de simulação, em tempo real, directamente na plataforma

electrónica disponibilizada pelo Gabinete de Estratégia e

Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, do preen-

chimento de todos os Anexos a enviar para aquela entida-

de oicial.

Renata Rodrigues, Vitor Laranjeira

Page 30: Concreto 226

30 •

DIREITO

Ainda e Sempre...O Regime das Férias

Aproximando-se mais um período de férias, julgamos

oportuno abordar esta matéria sob o ponto de vista jurídi-

co, tomando como referência as regras constantes quer do

Contrato Colectivo do Sector, quer da revisão do Código

do Trabalho, por forma a esclarecer dúvidas que recorren-

temente esta temática suscita junto dos Senhores Associa-

dos.

Assim, a regra geral quanto a férias, determina que este di-

reito se adquire com a celebração do contrato de trabalho

e se vence no dia 1 de Janeiro, reportando-se ao serviço

prestado no ano civil anterior, mas sem que esteja condi-

cionado à assiduidade ou efectividade de serviço.

A referida regra geral comporta, contudo, uma excepção,

respeitante ao ano da admissão, na medida em que, neste

caso, o trabalhador tem direito a dois dias úteis de férias

por cada mês de duração do contrato, até um máximo de

20 dias, cujo gozo pode ter lugar após 6 meses completos

de execução do contrato.

Se sobrevir o termo do ano civil antes de decorridos os 6

meses, as férias podem ser gozadas até 30 de Junho do ano

civil seguinte, não podendo, neste caso, resultar o gozo, no

mesmo ano civil, de mais de 30 dias úteis de férias.

Duração

O período anual de férias tem a duração mínima de 22

dias úteis, que pode ser aumentada, no caso de se veriica-

rem determinados requisitos. O primeiro passa por se con-

siderar a assiduidade registada no ano civil subsequente ao

da admissão, exceptuando as admissões ocorridas no dia

1 de Janeiro, a que deve acrescer a ausência de qualquer

falta injustiicada.

Nestes termos, poderá então haver um acréscimo no

número de dias de férias (até um máximo de 25 dias),

no caso de o trabalhador não ter faltado ou na even-

tualidade de ter apenas faltas justiicadas no ano

a que as férias se reportam, nos seguintes termos:

a) Três dias de férias até ao máximo de uma falta ou dois

meios dias de faltas;

b) Dois dias de férias até ao máximo de duas faltas ou

quatro meios dias de faltas;

c) Um dia de férias até ao máximo de três faltas ou seis

meios dias de faltas.

Mais ainda, determina a Clª 49ª do Contrato Colectivo de

Trabalho (CCT) aplicável ao Sector da Construção Civil e

Obras Públicas, que somente as ausências ao serviço mo-

Page 31: Concreto 226

31

DIREITO

tivadas pelo gozo de licença em situação de risco clínico

durante a gravidez, licença por interrupção da gravidez,

licença parental em qualquer das modalidades, licença

por adopção e licença parental complementar em qual-

quer das suas modalidades, bem como as faltas dadas por

trabalhadores legalmente eleitos para as estruturas de re-

presentação colectiva ou representação nos domínios da

segurança e saúde no trabalho não afectam o (eventual)

aumento da duração do período anual de férias.

Em princípio, as férias devem ser gozadas no decurso do

ano civil em que se vencem. Porém, pode haver lugar a

acumulação de férias por acordo entre empregador e tra-

balhador sempre que este pretenda gozar férias com fami-

liares residentes no estrangeiro. O empregador e o traba-

lhador podem ainda acordar na acumulação, no mesmo

ano, de metade do período de férias vencido no ano ante-

rior com o vencido no início desse ano.

Marcação

Quanto à marcação do período de férias, a lei privilegia o

acordo entre o empregador e o trabalhador, que em caso

de não ser alcançado, implica que a empresa possa marcar

as férias dos seus colaboradores entre o dia 1 de Maio e 31

de Outubro. No caso particular do Sector da Construção,

o Contrato Colectivo permite que inclusivamente metade

do período anual de férias (que em caso de não existir

acréscimo por assiduidade, corresponderá, normalmente,

a 11 dias úteis), possa ser marcado fora daquele intervalo

temporal, devendo, em todo o caso, ser proporcionado um

período de férias de no mínimo 10 dias úteis consecutivos.

O mapa de férias, com indicação do início e termo do pe-

ríodo de férias de cada trabalhador, deve ser elaborado até

15 de Abril de cada ano e aixado nos locais de trabalho

entre esta data e 31 de Outubro.

Alteração do período de férias

Independentemente de já se encontrar marcado, o período

de férias dos trabalhadores pode ser alterado ou mesmo

interrompido pela empresa (no caso de já se ter iniciado),

por exigências imperiosas do funcionamento da empre-

sa, tendo os trabalhadores direito a indemnização pelos

prejuízos sofridos por deixar de gozar as férias no período

marcado.

Ao invés, o período de férias pode também ser alterado por

motivos relativos ao trabalhador. Com efeito, o art. 244º

da Lei nº 7/2009, preceitua que o gozo das férias não se

inicia ou suspende-se quando o trabalhador esteja tempo-

rariamente impedido por doença ou outro facto que não

lhe seja imputável (como poderá ser, por exemplo, o fale-

cimento de um familiar), desde que haja comunicação do

mesmo ao empregador.

Nestes casos, o gozo das férias terá lugar após o termo

do impedimento, na medida do remanescente do período

marcado, cabendo ao empregador, na falta de acordo, a

marcação dos dias de férias não gozados.

Suspensão do contrato por impedimento prolongado

A questão dos efeitos, em matéria de férias, resultantes da

suspensão do contrato de trabalho por impedimento pro-

longado também suscita normalmente dúvidas junto das

empresas associadas. Assim, o enquadramento a reter pas-

sa pela consideração de três situações, a saber:

- No ano de suspensão do contrato de trabalho: se se veri-

Page 32: Concreto 226

32 •

DIREITO

icar a impossibilidade do gozo do direito a férias já venci-

do, o trabalhador terá direito à retribuição correspondente

ao período de férias não gozado, ou ao gozo desses mes-

mos dias, até 30 de Abril do ano seguinte e, em qualquer

das situações, ao respectivo subsídio;

- No ano da cessação do impedimento: após 6 meses com-

pletos de execução do contrato, o trabalhador gozará 2

dias úteis de férias por cada mês de duração do contrato,

até ao máximo de 20 dias úteis, que pode gozar até 30 de

Junho do ano civil subsequente (a solução corresponde,

portanto, e com as devidas adaptações, à regra prevista

para a aquisição de férias no ano da admissão).

Efeitos da cessação do contrato de trabalho no direito a

férias

Em caso de cessação do contrato, o trabalhador tem direito

a receber a retribuição correspondente a um período de

férias proporcional ao tempo de serviço prestado até à data

da cessação, bem como o respectivo subsídio, sendo certo,

por outro lado, que se o contrato cessar antes de gozado

o período de férias já vencido, o trabalhador tem ainda

direito a receber a retribuição e o subsídio correspondente

a esse período (cf. art. 245º da Lei nº 7/2009, de 12 de

Fevereiro, que aprovou a revisão do Código do Trabalho).

Por outro lado, nos casos em que a cessação do contrato

de trabalho esteja sujeita a aviso prévio, o empregador (e

não os trabalhadores, como habitualmente “declaram” nas

missivas de rescisão de contrato) pode determinar que o

período de férias seja antecipado para o momento imedia-

tamente anterior à data prevista para a cessação do con-

trato.

Ainda neste domínio, deve salientar-se, pela sua equidade,

a regra introduzida pelo nº 3 do art. 245º da Lei nº 7/2009,

de 12 de Fevereiro, a qual determina que se o contrato de

trabalho cessar no ano civil seguinte ao do seu início, e

mesmo que vigore por mais do que 12 meses, o período

de férias a atribuir será calculado proporcionalmente, em

função da duração do vínculo (deduzindo-se, obviamente,

as férias que porventura já tenham sido gozadas e o corres-

pondente subsídio, na pendência do contrato).

Exercício de outra actividade durante as férias

Cumpre também destacar que o trabalhador não pode

exercer, durante as férias, qualquer outra actividade remu-

nerada, salvo se já a viesse exercendo cumulativamente,

ou o empregador o autorizar a isso (cf. art. 247º do mesmo

diploma).

A violação deste preceito pode fazer incorrer o trabalhador

em responsabilidade disciplinar e, bem assim, terá a em-

presa o direito de reaver a retribuição correspondente às

férias e ao respectivo subsídio (revertendo, porém, metade

destas quantias para os serviços da Segurança Social).

Uma nota inal para advertir que o direito a férias é irre-

nunciável e o seu gozo não pode ser substituído, mesmo

com o acordo do trabalhador, por qualquer compensação,

económica ou outra, sem prejuízo da possibilidade de

substituição da perda de retribuição por motivo de falta

por renúncia a dias de férias que excedam 20 dias úteis.

Vitor Laranjeira

Page 33: Concreto 226

33

DIREITO

Medidas para Incentivar a Reabilitação urbana Resolução do Conselho de Minis-tros n.º 20/2011, de 23 de Março

Dada a sua relevância para o País e para o Sector e tendo

presente que, em grande parte, correspondem às propos-

tas que foram apresentadas pela Confederação Portuguesa

da Construção e do Imobiliário nas várias reuniões que

manteve com o Executivo, enunciamos as principais me-

didas que foram aprovadas pelo Governo, em Conselho

de Ministros realizado no dia 17 de Março e que constam

da Resolução n.º 20/2011, publicada no dia 23 de Março.

Trata-se de medidas incluídas na “Iniciativa para a Com-

petitividade e o Emprego”, no âmbito da qual a Reabili-

tação Urbana e o Arrendamento foram assumidas como

áreas estratégicas e fundamentais, para incentivar as acti-

vidades económicas associadas ao sector da construção

e do imobiliário, o qual, pelo seu peso no investimento e

no emprego, é essencial para promover a competitividade

e o crescimento da economia portuguesa.

As medidas aprovadas incidem em 3 áreas distintas:

a) Simpliicação de procedimentos e eliminação de

obstáculos à reabilitação urbana;

b) Garantia do cumprimento dos contratos de arrenda-

mento, nomeadamente em caso de falta de pagamento

de rendas; e

c) Financiamento da reabilitação urbana.

Para simpliicar procedimentos e eliminar obstáculos à

reabilitação urbana, foram aprovadas, nomeadamente, as

seguintes medidas:

a) Foi criado um procedimento especial, mais simples e

rápido, para realização de obras, com centralização da

decisão numa única entidade e eliminação dos pedidos

de pareceres a outras entidades;

b) O procedimento especial para a realização de obras

passa a fazer-se com base numa comunicação prévia,

sem licenças nem autorizações, podendo a obra iniciar-

-se 20 dias após a comunicação;

c) Uma vez terminada a obra, a autorização de utiliza-

ção passa a ser emitida de forma mais simples, com base

numa declaração do projectista, sem vistorias da câmara;

d) Simpliicação das maiorias necessárias para fazer cer-

Page 34: Concreto 226

34 •

DIREITO

tas obras em partes comuns dos prédios, reduzindo-se

a exigência de 2/3 dos votos dos condóminos para uma

maioria simples;

e) Simpliicação do processo para constituir a proprie-

dade horizontal num prédio, que se passa a fazer com

base numa declaração dos projectistas, deixando de ser

necessária a certiicação pela câmara municipal;

f) Simpliicação das condições para realojamento dos

inquilinos, quando isso seja necessário para fazer obras

em imóveis arrendados, passando a ser suiciente uma

decisão da comissão arbitral municipal e permitindo-se

o realojamento em fogo adequado à dimensão do agre-

gado familiar.

Para garantir o cumprimento dos contratos de arren-

damento, nomeadamente em caso de falta de paga-

mento de rendas, foi criado um novo procedimen-

to de despejo, que garante o despejo em tempo justo.

Pretende-se que o despejo se possa fazer em 3 meses,

em vez dos actuais 18 meses que demora uma acção de

despejo nos tribunais. Este procedimento de despejo vai

correr fora dos tribunais, sob a responsabilidade de con-

servadores, advogados, agentes de execução, notários

ou solicitadores, e será realizado em apenas 5 passos.

Para proceder ao despejo em caso de incumprimen-

to de um contrato de arrendamento, o senhorio tem

hoje de promover um processo nos tribunais, que im-

plica os custos e a demora associados ao mesmo.

O novo procedimento de despejo permite que enti-

dades competentes possam efectuar o despejo sem

necessidade de promover um processo judicial, uti-

lizando um procedimento em 5 passos. Estima-se

que este procedimento não ultrapasse os três meses.

A sequência do novo procedimento é, sumariamente, a

seguinte:

1.º passo: Envio de comunicação especial de

despejo ao inquilino, por uma das entidades

competentes para o procedimento, quando se

veriique um dos fundamentos para o despejo.

Esta comunicação especial é feita por via postal.

No caso de ser devolvida, porque o destinatário

se recusou a recebê-la ou não a levantou, a enti-

dade competente para o procedimento de despejo

procede à sua notiicação pessoal ou à aixação

da comunicação especial na porta do local arren-

dado.

2.º passo: Depois de notiicado, o inquilino tem

15 dias, se outro prazo não for concedido, para

desocupar o local arrendado;

3.º passo: Findo o prazo para a desocupação do

local arrendado, a entidade competente para o

procedimento de despejo desloca-se ao local ar-

rendado, para tomar posse do imóvel, podendo

solicitar o apoio das forças policiais;

4.º passo: Caso o arrendatário não desocupe o

local arrendado de livre vontade, o senhorio ou

a entidade competente para o procedimento de

despejo imediato, apresenta requerimento urgen-

te para autorização da entrada no domicílio do

arrendatário, junto do tribunal ou julgado de paz

competente, que tem 5 dias úteis para autorizar,

ou não;

5.º passo: Autorizada a entrada no domicilio do

Page 35: Concreto 226

35

DIREITO

arrendatário pelo juiz ou juiz de paz, a entidade

competente para o procedimento de despejo toma

posse do imóvel, tendo o arrendatário 15 dias para

remover os seus bens móveis. Se, passado este pra-

zo, os bens não tiverem sido retirados, considera-

-se que o inquilino os abandonou.

Este novo procedimento de despejo visa, assim:

a) Tornar o arrendamento um negócio mais se-

guro e rentável;

b) Desencorajar as situações de incumprimento;

c) Criar condições para que existam mais imó-

veis no mercado de arrendamento;

d) Criar condições para que mais imóveis se-

jam reabilitados, com o propósito de serem

colocados no mercado de arrendamento;

e) Permitir um maior nível de mobilidade dos ci-

dadãos e das empresas.

Para inanciar a reabilitação urbana, foram aprovadas me-

didas como as seguintes:

a) Aprovação de apoios inanceiros no valor total de

1.700M€;

b) Criação de novos incentivos iscais, como uma

nova taxa liberatória de 21,5%, em sede de IRS,

para os rendimentos de arrendamentos, por for-

ma a incentivar a colocação de imóveis no mer-

cado de arrendamento e a sua reabilitação;

a) Consolidação dos incentivos iscais já existentes,

que passam a ser aplicados a mais situações como, por

exemplo, a isenção de IRC para os fundos imobiliários,

cujo prazo de vigência é alargado de 2012 para 2014;

b) Simpliicação do acesso a incentivos iscais,

eliminando-se certiicações de obras, que dii-

cultavam muito a utilização desses benefícios;

c) Aceleração da criação de Áreas de Reabilitação Ur-

bana (ARU’s), que passa a depender apenas de uma de-

liberação da Assembleia Municipal e da elaboração de

um documento simples com os objectivos estratégicos

que se pretende atingir, pois a sua rápida constituição

permite o acesso a apoios inanceiros públicos e incen-

tivos iscais.

Page 36: Concreto 226
Page 37: Concreto 226

37

DIREITO

No sentido de esclarecer as dúvidas mais frequentes dos nossos

Associados em matéria laboral, iniciamos nesta edição da

Revista “Concreto” a rubrica “Consultório Jurídico-Laboral”,

onde procuraremos dar resposta às questões que entendam

formular, através do seguinte endereço de correio electrónico:

[email protected]

Deve a entidade empregadora indemnizar ou compensar o trabalhador que voluntariamente decida não usufruir dos dias de dispensa ao trabalho por altura do casamento?

Nos termos da alínea a), do nº 2 do artigo 249º da Lei

nº 7/2009, de 12 de Fevereiro, que procede à revisão do

Código do Trabalho, são consideradas faltas justiicadas,

(…)”as dadas, durante 15 dias seguidos, por altura do ca-

samento”.

Qualquer trabalhador poderá então usufruir, querendo, da

referida dispensa (bem como de outras, igualmente previs-

tas na lei), comunicando ao respectivo empregador tal in-

tenção, com a antecedência mínima de cinco dias, quando

tal ausência for previsível, ou logo que possível, no caso de

a ausência ser imprevisível.

Ora, ocorrendo a situação em que o trabalhador pura e

simplesmente prescindiu do direito de exercer a faculdade,

que a lei lhe conferia, de faltar ao trabalho em virtude do

casamento, tendo retomado normalmente a sua activida-

de laboral, logo após este evento, certo é que, em resulta-

do, por exemplo, da cessação do contrato de trabalho, o

facto de o trabalhador não ter (voluntariamente) usufruído

da dispensa em causa, não lhe confere o direito a receber

qualquer retribuição adicional, ou, dito de outra forma,

não existe qualquer previsão legal para a situação de uma

pretensa “licença de casamento não gozada”.

Page 38: Concreto 226

38 •

ECONOMIA

Capital Social Mínimo para Constituir Sociedades por Quotas

Foi publicado o Decreto-Lei n.º 33/2011 de 7 de Março

que adopta medidas de simpliicação dos processos de

constituição das sociedades por quotas e das sociedades

unipessoais por quotas.

O diploma altera o Artigo 201.º do Código das Sociedades

Comerciais (CSC) que estipulava que “a sociedade por

quotas não pode ser constituída com um capital inferior a

5000 € nem posteriormente o seu capital pode ser reduzido

a importância inferior a essa”. Agora, com esta alteração

legal “o montante do capital social é livremente ixado

pelos sócios no contrato de sociedade, correspondendo à

soma das quotas subscritas pelos sócios”.

Foi igualmente alterado o Artigo 219.º do CSC que prevê

que “os valores nominais das quotas podem ser diversos,

mas nenhum pode ser inferior a 1€”. Termina assim a

imposição de um capital social mínimo de 5.000 € para

este tipo de sociedades.

No entanto, é necessário ter presente que há requisitos

mínimos de capital próprio para as empresas exercerem

a actividade no sector de Construção, que corresponde

ao capital social no momento de constituição da

sociedade. Assim, se uma empresa de Construção que seja

presentemente constituída pretender obter a classe 2 de

Alvará por exemplo, terá que possuir um capital social

mínimo de 33.200€. Por outro lado, uma sociedade que

no seu arranque, precise de um elevado montante para

investimento em activos ixos tangíveis, também carece de

um capital social relativamente alto.

Adicionalmente, o Artigo 26.º do CSC, passou a admitir que

os sócios destas sociedades possam proceder à entrega das

suas entradas até ao inal do primeiro exercício económico

da sociedade.

Mas não se poderá confundir a simpliicação do facto do

capital social poder ser deinido livremente pelos sócios

com a sua generalização, pois o seu montante terá que

ser dimensionado ao investimento e ao funcionamento

empresarial. Por outro lado, este Decreto-Lei não afasta o

que está previsto no Artigo 35.º do Código das Sociedades

Comerciais no que se refere à perda de metade do capital

social e a obrigação de convocar a assembleia-geral, a im

de tomar as medidas julgadas convenientes. Este Decreto-

Lei que entrou em vigor em 6 de Abril de 2011, facilita a

constituição de Sociedades que requerem um investimento

inicial reduzido, no entanto os sócios têm de ter cautela no

momento da sua formalização calculando previamente o

montante de inanciamento necessário e o capital próprio

adequado para desenvolver a actividade empresaria.

João Afonso

Page 39: Concreto 226

39

ECONOMIA

Perspectivas Económicas Globais do FMI

As projecções do FMI para o andamento da economia

apontam para um crescimento real do Produto Mundial,

de 4,5%, tanto em 2011, como em 2012, esperando-se

uma variação anual de 2,5% para as economias avançadas

e de 6,5% para as economias emergentes e em desenvolvi-

mento. Neste relatório, Portugal destaca-se pela negativa,

uma vez que é a única economia do Mundo para a qual

os analistas do FMI esperam uma quebra do PIB, em 2012.

O estudo aponta para a continuidade da recuperação da

economia mundial que se processa a dois ritmos distin-

tos. Por um lado, na generalidade das economias avança-

das veriicam-se taxas de crescimento muito moderadas,

acompanhadas por elevados níveis de desemprego e riscos

associados à crise da dívida soberana dos países periféri-

cos da Zona Euro, como é o caso de Portugal. Por outro

lado, na maioria das economias emergentes, o crescimen-

to é elevado, começam a emergir pressões inlacionistas e

surgem mesmo alguns sinais de sobreaquecimento econó-

mico, resultantes, em grande parte, de signiicativos inlu-

xos de capital.

Paulo Lobo

Page 40: Concreto 226

40 •

ECONOMIA

Inquérito de Outono 2010 aos Prazos de Recebimento Declarados pelas Empresas de Obras Públicas

• Média dos Prazos de recebimento mantém-se nos 7

meses (208 dias)

• Dívidas da Administração Local às empresas de cons-

trução ascendem a cerca de 830 milhões de euros

1. Síntese dos Principais Resultados

A média dos prazos médios de recebimento declarados pe- médios de recebimento declarados pe-s pe-

las empresas de obras públicas, relativamente às facturas

emitidas a Autarquias e empresas municipais, ixou-se em

cerca de 7 meses (208 dias), mantendo-se inalterada face

ao registado no último inquérito

Relatório de Outono 2010

De acordo com os dados apurados, em média, as Autar-

quias ultrapassam em 5 meses o prazo máximo legalmente

estabelecido para o pagamento das obras públicas, que é

de 2 meses.

Tendo em consideração a média dos prazos de recebimen-

to apurada e o valor adjudicado pelas Autarquias e pelas

empresas de capital maioritariamente municipal, estima-

Page 41: Concreto 226

41

ECONOMIA

-se que o montante global das dívidas em atraso da Admi-

nistração Local às empresas de construção atinja cerca de

830 milhões de euros

Resultados do Inquérito de Outono por Autarquia

As empresas que operam no mercado das obras públicas

indicaram prazos de recebimento de facturas referentes a

244 Autarquias (79% do total), o que permite a divulgação,

em termos individualizados e de acordo com a metodolo-

gia estabelecida, a média dos prazos de recebimento de

104 Autarquias (34% do total).

Neste inquérito e em comparação com o inquérito ante-

rior, veriica-se a entrada de 23 Autarquias para o ranking e

a saída de 42. Das 81 para as quais se mantém a divulga-

ção do prazo, 45 mantiveram, 13 diminuíram e 23 subiram

para um escalão de prazo superior.

De acordo com o presente inquérito, apenas 31,7% das

Autarquias cumpre os compromissos inanceiros assumi-

dos, num prazo inferior a três meses.

Os resultados apurados indicam que 35% das Autarquias

liquida as suas dívidas num prazo superior a 6 meses, situ-

ação que manteve em relação ao inquérito anterior. Regis-

ta-se, também, uma manutenção da proporção de Autar-

quias que liquidam, em média, as suas dívidas às empresas

de construção num prazo superior a um ano, representan-

do cerca de 5% do total.

Os atrasos nos pagamentos por parte do Estado constituem

um pesado encargo sobre a economia nacional em geral,

e sobre empresas do sector da Construção em particular,

situação que é agravada pela crescente deterioração das

condições de acesso ao crédito por parte das empresas.

É imperativo garantir o cumprimento dos prazos previstos

na Lei, de forma a que as empresas possam desenvolver

adequadamente as suas actividades.

Nota Metodológica: O Inquérito Semestral aos Prazos de Recebi-mento Declarados pelas Empresas de Obras Públicas é uma ini-ciativa que visa acompanhar numa cadência semestral os prazos de recebimento das obras públicas por parte das empresas de construção sendo, para tal, inquiridos de forma sistemática todos os associados da FEPICOP. Os dados obtidos para cada autarquia também englobam os prazos de recebimento das empresas de capital maioritariamente municipal. O resultado apurado coinci-de com a média simples dos prazos declarados, em número de meses, pelas empresas de construção.A amostra obtida, em cada período, é sujeita a três tipos de validação: número de respostas, desvio padrão e congruência temporal da resposta. A totalidade das respostas válidas é contabilizada para o cálculo da média nacional. O apuramento do prazo médio por Autarquia impli-ca a obtenção de um conjunto signiicativo de respostas valida-das. Salienta-se que, o facto de uma determinada autarquia não constar nem na lista de bons pagadores nem na lista de maus pagadores apenas revela que a FEPICOP não conseguiu estimar, salvaguardando as regras de segredo estatístico, o referido prazo médio de pagamento. Assim, a deinição da lista de autarquias objecto de difusão não depende de uma decisão política desta Federação, mas sim da própria distribuição geográica das respos-tas obtidas no inquérito em apreço. Ressalve-se que, os prazos de recebimento referidos não contemplam as facturas que estejam em processo de contencioso. O prazo de recebimento conta-se a partir da data de emissão das facturas até à data de liquidação ou de resposta ao inquérito (nos casos em que ainda não foi li-quidada), só sendo consideradas válidas as respostas referentes a facturas por liquidar e as referentes a facturas que tenham sido pagas nos últimos 6 meses.

Page 42: Concreto 226

42 •

ECONOMIA

Page 43: Concreto 226

43

ECONOMIA

Desempregados oriundos da Construção representam mais de 14% do Total

Nos dois primeiros meses de 2011, a conjuntura do Sec-

tor da Construção não registou alterações signiicativas

face à trajectória negativa que vinha revelando até ao

inal de 2010. Observando a evolução, tanto dos saldos

do indicador de coniança, como dos saldos de respos-

tas extremas (SRE) relativos às encomendas em carteira,

obtidos do inquérito mensal à actividade realizado pela

FEPICOP em colaboração com a UE, constata-se que o

pessimismo empresarial se mantém, sobretudo, devido a

fortes quebras de encomendas. Se, em Janeiro de 2011,

a variação homóloga trimestral do saldo do indicador de

coniança atingiu menos 19%, no trimestre terminado

em Fevereiro veriica-se de novo uma variação negativa

(menos 12.4%), o que traduz, por um lado, ser negativa a

avaliação que os empresários fazem sobre a evolução da

conjuntura do Sector e, por outro, deterem os inquiridos

perspectivas futuras de actividade muito reduzidas, em

resultado das sucessivas quebras de encomendas.

Em linha com a avaliação negativa empresarial dos níveis

de actividade no Sector, neste início de 2011, observa-

-se um aumento do número de desempregados inscritos

nos centros de emprego como oriundos da Construção,

desempregados estes que, de Dezembro para Janeiro, au-

mentaram em 3 144 pessoas, fazendo com que o número

total de desempregados oriundos do Sector se situasse, no

inal de Janeiro de 2011, em 74 134 pessoas, as quais re-

presentavam 14.4% do número total de desempregados.

Este incremento de desempregados saídos do Sector con-

tinuará a veriicar-se em Fevereiro com elevada probabi-

lidade, uma vez que os níveis de produção, em qualquer

segmento de actividade da Construção, permaneceram

negativos neste mês. Saliente-se, aliás, que diicilmente

poderia deixar de ser assim depois de o investimento em

Construção ter decrescido 5.8% em termos reais em 2010,

de acordo com a divulgação recente das Contas Nacionais

Trimestrais (CNT) do INE, estimativa que se aproxima da

divulgada pela FEPICOP para a produção do Sector, tam-

bém para 2010, que aponta para uma variação negativa

de 6.5%.

Page 44: Concreto 226

44 •

ECONOMIA

Níveis de actividade do sector continuam a baixar até Fevereiro, segundo opinião dos empresários

De acordo com os resultados de Fevereiro de 2011, apu-

rados a partir do inquérito mensal à actividade realizado

pela FEPICOP em colaboração com a UE, constata-se que,

em todos os segmentos de actividade, os empresários re-

ferem ter sofrido reduções dos níveis de actividade, situ-

ando-se a evolução deste indicador, no trimestre acabado

em Fevereiro de 2011, cerca de 14.4% abaixo da variação

registada no trimestre homólogo de 2010, período este que

apresentava uma variação positiva, como se pode ver no

gráico seguinte.

Na opinião dos empresários inquiridos, a actividade que

estará a sofrer maiores quebras será a da engenharia ci-

vil, já que nos três meses acabados em Fevereiro de 2011

atingiu uma redução de 20% em comparação com igual

trimestre de 2010.

Os níveis de actividade do Sector, como percepcionados

pelos seus agentes produtivos, foram registando gradu-

almente variações menos negativas em 2009 e início de

2010, o que se icou a dever à utilização do investimen-

to público naquele período como principal instrumento

económico para fazer face aos impactos da crise mundial

que se começaram a sentir ainda em 2008. A partir da im-

plementação, em Abril de 2010, de uma série de medidas

de austeridade para racionalizar a despesa pública é uma

evolução inversa que se veriica nas opiniões empresariais,

as quais, desde então e gradualmente, passaram a ser bem

mais negativas.

Em Janeiro de 2011, aumentou o número de desempregados inscritos, oriundos da Construção, face a Dezembro de 2010

Sendo de 70 990 o número de desempregados inscritos

nos centros de emprego como sendo oriundos do Sector

da Construção, no inal de Dezembro de 2010, ao lon-

go do mês de Janeiro de 2011 este número observou um

incremento de 3 144 inscrições, fazendo com que, no i-

nal deste mês o número de desempregados passasse a ser

de 74 134. Este contingente de desempregados inscritos

continua a representar mais de 14% do número total de

desempregados, sendo a Construção a actividade que,

na actual conjuntura, maiores pressões económicas sente

para dispensar recursos humanos devido às reduções de

actividade referidas antes.

Este incremento que, mensalmente, se vem veriicando no

número de desempregados inscritos nos centros de empre-

go e que airmam ser oriundos do Sector constitui informa-

ção consonante com os resultados apurados pelo INE para o

quarto trimestre de 2010 do inquérito trimestral ao emprego.

Na realidade, nos últimos três meses de 2010, o Sec-

tor terá empregado menos seis mil e quinhentas pes-

soas face ao trimestre anterior, o que deu origem a um

Page 45: Concreto 226

45

ECONOMIA

decréscimo médio no emprego do sector em 2010

de 4.6% face a 2009, quebra que representa uma re-

dução de menos vinte e três mil pessoas a trabalhar

na Construção em 2010, em comparação com 2009.

Engenharia Civil regista quebra de acti-vidade até ao inal de Fevereiro de 2011

O incremento mensal do número de desempregados oriun-

dos do Sector da Construção está directamente relaciona-

do com as fortes quebras da procura, tanto pública, quanto

privada, que se observaram, ao longo de 2010, e que con-

tinuaram a registar-se nos dois primeiros meses de 2011.

No inal do trimestre acabado em Fevereiro de 2011,

constata-se que o índice FEPICOP de produção mensal de

obras de engenharia civil terá registado um decréscimo de

17% face ao trimestre homólogo de 2010, a variação mais

negativa de todas as apuradas, neste mesmo trimestre, para

todos os segmentos de actividade do Sector. Esta quebra de

actividade na engenharia civil traduz, de forma evidente,

as fortes restrições que têm sido impostas ao investimento

público de há um ano a esta parte, com o objectivo de

consolidação das inanças públicas.

Se, em 2010, as quebras de actividade nas obras de enge-

nharia civil se icaram a dever, sobretudo, à escassez de

adjudicações de obras públicas relacionadas com as vias

de comunicação ou obras de urbanização, as quais regis-

taram decréscimos de, respectivamente 37% e 50%, ago-

ra nos dois primeiros meses de 2011 é uma coniguração

inversa aquela que se observa, icando o valor adjudicado

de obras de engenharia civil muito acima do veriicado no

mesmo período de 2010 criando expectativas de algum in-

cremento de actividade no curto prazo.

No que se refere à produção de edifícios não residenciais

públicos, o índice FEPICOP mensal revela uma melhoria

substantiva em resultado da continuação da adjudicação,

sobretudo, de empreitadas relacionadas com a 3ª Fase de

Modernização do Parque Escolar, acréscimo que também

eleva as perspectivas de actividade num futuro próximo

neste tipo de execução de obras.

Esta melhoria signiicativa no incremento da produção de

edifícios não residenciais públicos não se revela, porém,

suiciente para que, o índice FEPICOP de produção de edi-

fícios não residenciais consiga ser, também ele, positivo,

no trimestre acabado em Fevereiro de 2011, o que se ica

a dever à evolução ainda negativa da actividade dos edifí-

cios não residenciais privados.

Assim como as quebras de actividade dos edifícios não re-

sidenciais privados resultam da forte contracção do inves-

timento privado que se tem traduzido em níveis de licen-

ciamento cada vez mais reduzidos, também o segmento da

Page 46: Concreto 226

46 •

ECONOMIA

habitação continua a registar descidas contínuas de pro-

dução, em resultado, tanto das quebras de licenciamento

de superfícies para a construção de edifícios residenciais,

como do número de licenças municipais concedidas para

este tipo de construção.

Assim, nos dois primeiros meses de 2011, a FEPICOP esti-

ma que a área licenciada para a construção de edifícios re-

sidenciais novos tenha registado um decréscimo de 7.2%,

quebra que por ser consecutiva e continuada, tem dado

origem a sucessivos decréscimos de produção de habita-

ção nova a avaliar pela evolução negativa do índice de

produção mensal da FEPICOP, o qual, nos dois primeiros

meses de 2011, deverá ter registado uma variação homó-

loga negativa de 12.2%.

Sabendo-se que, na actual conjuntura, a dispensa de traba-

lhadores no Sector se ica a dever essencialmente à redu-

ção de actividade nos segmentos de edifícios residenciais

e não residenciais, segmentos de actividade nitidamente

trabalho-intensivos, assim sendo, qualquer estímulo à ac-

tividade, tanto nova, quanto a de reabilitação de edifícios,

contribuirá indubitavelmente para estancar a saída de tra-

balhadores do Sector e, logo, para reduzir o número de

desempregados mensalmente inscritos nos centros de em-

prego.

Em síntese, até ao inal de Fevereiro a conjuntura da Cons-

trução não revela alterações signiicativas face à tendência

negativa que vinha revelando até ao inal de 2010.

Empresários da Construção em Portugal registam níveis de coniança menos nega-tivos em Fevereiro de 2011

Observando o gráico que de seguida se reproduz, é vi-

sível que a curva do indicador de coniança relativa aos

empresários portugueses melhora, em Fevereiro de 2011,

enquanto a relativa à média dos parceiros europeus se

mantém praticamente estável. Porém, será ainda prema-

tura qualquer conclusão sobre as razões para os empresá-

rios nacionais estarem menos pessimistas, dado o indica-

dor depender, por um lado, das encomendas em carteira

e expectativas de emprego e, por outro, das ponderações

aplicadas pela Comissão Europeia.

De facto, é inquestionável que o indicador de coniança

relativo à Construção em Portugal passa de uma variação

trimestral negativa de 12.4%, obtida no inal de Janeiro de

2011, para menos 6.3% no inal de Fevereiro, resultado

que deriva sobretudo de melhoria do indicador relativo à

carteira de encomendas, que, de Janeiro para Fevereiro,

melhora respectivamente de menos 9.1% para +0.3%.

Page 47: Concreto 226

47

ECONOMIA

PIB (INE - CNT) v. real (%) 0,0% -2,5% 1,4% 1,7% 1,3% 1,4% 1,2% 1,4%

FBCF - Total (INE - CNT) v. real (%) -1,8% -11,6% -4,8% -3,0% -5,1% -6,9% -4,4% -4,8%

FBCF - Construção (INE - CNT) v. real (%) -5,9% -11,7% -5,8% -6,9% -5,6% -4,8% -5,7% -5,8%

VAB - Construção (INE - CNT) v. real (%) -4,0% -9,2% -3,9% -5,0% -4,0% -2,9% -3,6% -3,9%

Índice Empresas Activas (FEPICOP)(Jan 2000=100) % -5,7% -9,0% 10,7% 9,5% 13,3% 14,9% 5,7% 12,9% 10,7% -7,8% -7,8%

Indicador Confiança (FEPICOP/UE)(Jan_00 = 100)(1) % -0,8% -7,3% -12,7% -4,7% -12,5% -13,3% -20,1% -13,0% -12,7% -24,9% -13,8%

Carteira Encomendas (FEPICOP/UE)(Jan_00 = 100)(1) % 5,1% -13,7% -21,7% -15,2% -17,1% -24,2% -30,6% -22,0% -21,7% -31,0% -21,7%

Situação Financeira Empresas (FEPICOP/UE)(1) % -6,2% -7,9% 0,4% 5,1% 7,2% 0,6% -10,2% 2,1% 0,4% -2,1% -4,1%

Nº Trabalhadores COP (INE - IE) (2) milhares 555,1 505,6 482,5 478,6 478,1 489,8 483,3 482,5

Nº Desempregados da COP (IEFP) milhares 44,1 61,3 70,9 75,9 75,0 70,2 69,8 69,3 70,9 74,1

Nº Trabalhadores COP (INE - IE) (2) % -2,8% 8,9% -4,6% -7,0% -6,9% -2,6% -1,6% -4,6%

Nº Desempregados da COP (IEFP) % -0,2% 67,1% 18,6% 38,8% 22,0% 12,0% 4,6% 20,2% 18,6% -0,9%

Taxa Desemprego na COP (FEPICOP) % 7,0% 12,0% 12,6% 12,6%

Perspectivas de Emprego (FEPICOP/UE)(1) % -2,2% -3,6% -7,6% -0,1% -8,8% -7,5% -13,7% -7,8% -7,6% -20,3% -9,6%

Índice Produção Obras Eng. Civil (FEPICOP) % 3,9% 17,5% -25,3% -16,7% -28,4% -31,6% -23,4% -25,7% -25,3% -16,2% -15,6%

Nível Actividade Obras Eng. Civil (FEPICOP/UE)(1) % -3,1% -3,6% -16,5% -1,8% -13,3% -20,5% -28,2% -14,8% -16,5% -13,4% -11,9%

Valor Obras Públicas Promovido (FEPICOP) % 43,9% -29,5% 21,3% -21,0% 88,9% 7,5% 73,7% 17,5% 21,3% -49,3% -29,8%

Índice Prod. Edif. Habitação (FEPICOP) % -9,9% -21,8% -16,5% -21,0% -16,7% -13,1% -14,7% -17,1% -16,5% -15,2% -12,2%

Nível Actividade Edif. Habitação (FEPICOP/UE)(1) % -1,5% -11,8% 4,6% 8,3% 10,8% 7,7% -7,9% 6,0% 4,6% -23,9% -7,7%

Área Licenciada Edif. Habitação (INE-nº) % -25,9% -36,1% -8,6% -15,9% -2,2% -9,4% -7,5% -8,2% -8,6% -12,2% -7,2%

Índice Produção Edif. N/ Residenciais (FEPICOP) % 2,0% 14,5% -14,8% -6,4% -15,1% -20,6% -16,6% -14,9% -14,8% -3,1% -1,7%

Nível Actividade Edif. N/ Residenciais (FEPICOP/UE)(1) % 2,0% -4,3% -4,9% 7,0% -1,8% -6,0% -17,7% -3,0% -4,9% -8,4% -10,9%

Área Licenciada Edif. N/ Residenciais (INE-nº) % 2,7% -26,8% -14,4% -9,3% -31,4% 3,8% -14,7% -13,7% -14,4% 37,6% -8,3%

Nível Actividade Global (FEPICOP/UE)(1) % -1,1% -7,1% -5,3% 3,5% -0,9% -5,6% -17,3% -3,7% -5,3% -15,5% -10,1%

Consumo de Cimento (Cimpor, Secil, outros) % -6,5% -15,4% -7,0% -9,2% -6,1% -4,7% -8,0% -7,3% -7,0% -4,8% -4,1%

FBCF Total (UE - Zona Euro) v. real (%) -2,2% -16,9% 3,1% -5,7% -0,1% 0,9% 3,0%

Indicador Confiança Construção (UE - 27 países) % -16,6% -21,8% 6,2% 7,7% 8,7% 4,5% 4,0% 6,4% 6,2% 5,0% 5,3%

Indicador Confiança Construção (UE - Portugal) % -1,2% -10,2% -10,5% -7,3% -9,9% -9,2% -15,8% -11,1% -10,5% -17,6% -8,3%

Carteira de Encomendas COP (UE - 27 países) % -17,4% -28,3% 3,6% -1,1% 4,6% 2,1% 9,0% 3,3% 3,6% -0,7% 4,1%

Carteira de Encomendas COP (UE - Portugal) % 8,6% -17,0% -14,9% -20,3% -14,0% -8,3% -17,6% -15,9% -14,9% -12,8% 0,8%

Perspectivas Emprego COP (UE - 27 países) % -15,9% -16,4% 8,2% 14,6% 11,4% 6,2% 0,5% 8,7% 8,2% 9,4% 6,5%

Perspectivas Emprego COP (UE - Portugal) % -6,0% -6,4% -8,3% -0,1% -7,7% -9,7% -15,0% -8,7% -8,3% -19,9% -12,6%

Nota: Quadro construído com informação disponibilizada até 15 de Março de 2011

(1) Indicador que resulta das opiniões dos empresários expressas no Inquérito Mensal á Actividade realizado pela FEPICOP / UE

(2) A partir do 1º trimestre de 2008 os resultados do emprego da construção são divulgados segundo a CAE Ver. 3.1. As variações homólogas de 2008

resultam da comparação entre resultados de 2007 (CAE Rev. 2.1) e os de 2008 (CAE Rev. 3.1)

var. hom. trimestral = [trimestre n / trimestre n-4] var. hom. acumulada = [índice (n) + índice (n+1) + .... + índice (n+12)] / [índice (n-12) + índice (n-11) + ....índice (n-1)]

Indicador2008

var. anual

2010 1.º T/10 2.º T/10Unidade

4.º T/103.º T/10 Jan.11

var. hom. trimestral

Nov.102009 Fev.11

var. hom. acumulada

Dez.10

Page 48: Concreto 226

48 •

Page 49: Concreto 226

49

ECONOMIA

No sentido de esclarecer as dúvidas mais frequentes dos

nossos Associados em matéria iscal, iniciamos nesta edi-

ção da Revista “Concreto” a rubrica “Consultório Fiscal”,

onde procuraremos dar resposta às questões que enten-

dam formular, através do seguinte endereço de correio

electrónico: [email protected].

Qual o Tratamento a Atribuir ao Subsído de Deslocação em Sede de IRS e Seg. Social? É Tributável?

O subsídio de deslocação é uma verba mensal ixa, atribu-

ída independentemente do número de deslocações efecti-

vas do trabalhador ao serviço da empresa, que é atribuído

pelo facto de estar deslocado do local habitual de trabalho.

De acordo com o artigo 2.º, n.º 3, alínea b), do Código

do IRS, consideram-se rendimentos do trabalho dependen-

te os direitos, benefícios ou regalias não compreendidos

na remuneração principal que sejam auferidos devido à

prestação de trabalho ou estejam em conexão com aquela

prestação e constituam para o respectivo beneiciário uma

vantagem económica, como é o caso dos subsídios de des-

locação.

Por sua vez, de acordo com o artigo 46.º, n.º 5, do Código

Contributivo, integram a base de incidência contributiva,

todas as prestações que sejam atribuídas ao trabalhador,

com carácter de regularidade, em dinheiro ou em espécie,

directa ou indirectamente como contrapartida da presta-

ção do trabalho.

Assim, a atribuição do subsídio de deslocação constitui

na totalidade rendimento do trabalho, com tributação em

IRS e em Segurança Social.

Page 50: Concreto 226

50 •

INTERNACIONALIZAÇÃO

O Direito da Terra em Moçambique

Na República de Moçambique a terra é propriedade do Es-

tado e não pode ser vendida, alienada ou onerada, sendo

considerada como forma de criação da riqueza e do bem-

-estar social de todo o povo moçambicano.

O direito do uso e aproveitamento da terra (DUAT) é con-

ferido pelo Estado às pessoas singulares ou colectivas (na-

cionais ou estrangeiras), com as exigências e limitações

da legislação em vigor, tendo em atenção o im a que se

destina.

Considera-se pessoa colectiva estrangeira qualquer socie-

dade ou instituição constituída nos termos da legislação

moçambicana ou estrangeira (no caso dos escritórios de

representação) cujo capital social seja detido em mais de

50%, por cidadãos, sociedades ou instituições estrangei-

ras.

Com efeito, as empresas detidas por estrangeiros podem

ser titulares de DUAT, desde que tenham um projecto de

investimento devidamente aprovado ao abrigo da legisla-

ção sobre o investimento e estejam constituídas e regista-

das no País.

O processo de atribuição deste direito contempla não só

a obtenção de uma autorização para o projecto de inves-

timento, através do Centro de Promoção de Investimentos

(CPI), como também a aprovação das autoridades compe-

tentes.

O pedido do DUAT é solicitado junto dos Serviços de Ca-

dastro da Província onde se encontra o terreno pretendido.

No caso das áreas não cobertas por planos de urbaniza-

ção, esta competência transfere-se para o âmbito do Go-

vernador Provincial.

Numa primeira fase é emitida a autorização provisória,

que tem a duração máxima de cinco anos para os nacio-

nais e dois anos para os estrangeiros. Durante este tempo

terá de proceder-se à implementação do projecto de inves-

timento aprovado.

Note-se que, no que respeita aos prédios urbanos, o Re-

gulamento do Solo Urbano estabelece que o titular do

DUAT (nacional ou estrangeiro), para além deste prazo,

Page 51: Concreto 226

51

INTERNACIONALIZAÇÃO

para iniciar as obras de construção, pode ainda solicitar a

prorrogação do referido prazo, por um período de tempo

não superior a seis meses. O prazo da utilização do terreno

deve ser ixado pela entidade competente e deverá ter em

conta a necessidade de conclusão das obras e da obtenção

das licenças de utilização.

Após o im do período da autorização provisória, será

efectuada uma vistoria para a veriicação da realização do

empreendimento proposto, ou do cumprimento do plano

de exploração, de acordo com a calendarização aprovada.

Conirmada esta situação, será dada a autorização deiniti-

va do uso e aproveitamento da terra e emitido o respectivo

título, por um período de 50 anos, renovável por igual pe-

ríodo, a pedido do interessado.

Por norma, é permitida a transmissão deste direito entre

vivos, através da compra e venda de infra-estruturas, cons-

truções e benfeitorias implantadas na terra, a qual está de-

pendente da autorização prévia da mesma entidade que o

tinha concedido anteriormente, e por herança.

No caso dos prédios urbanos (edifício incorporado no solo,

com os terrenos que lhe sirvam de logradouro, em que a

fonte de rendimento depende essencialmente das constru-

ções existentes e não da terra em si), com a transmissão do

imóvel transmite-se o DUAT do respectivo terreno, não ca-

recendo a sua transacção da autorização prévia do Estado.

Acrescente-se, ainda, que é permitido ao titular do DUAT

constituir hipoteca sobre os bens imóveis e as benfeitorias

que, devidamente autorizado, ediicou no terreno ou sobre

os quais tenha adquirido o direito de propriedade.

Relativamente à sua extinção, esta poderá suceder através

de uma das seguintes formas: do incumprimento do plano

de exploração pelo titular do DUAT; da sua revogação por

motivos de interesse público, estando, neste caso, inerente

o pagamento da justa indemnização; do termo do prazo ou

da sua renovação; e da renuncia do titular.

Por último, reira-se que a constituição, modiica-

ção, transmissão e extinção do DUAT estão sujeitas

a registo junto da Conservatória do Registo Predial.

Sónia Oliveira

Page 52: Concreto 226

52 •

ENGENHARIA

O Título de Registo é um documento, que habilita as em-

presas a executarem determinados trabalhos da actividade

da construção, até 10% do valor limite da classe 1 (ou

seja, até 16.600 €), tem a validade de 5 anos, sendo reva-

lidado por iguais períodos.

O pedido de revalidação deve ser formalizado, até 60 dias

antes do termo de validade,

Se as empresas não procederem a esta revalidação no pra-

zo acima referido o Título de Registo que detêm caduca,

pelo que terão de proceder a um novo pedido de reque-

rimento de Título de Registo, a que, consequentemente,

será atribuído um novo número.

Assim, devem as empresas veriicar a validade do Título de

Registo de que são detentoras, de forma a conirmarem a

data em que devem proceder à referida revalidação.

A instrução dos processos de revalidação consiste na en-

trega dos seguintes documentos:

Requerimento (Modelo INCI T1);

Certiicado do Registo Criminal do Empresá-

rio/Representantes Legais;

Declaração de Idoneidade do Empresário/Represen-

tantes Legais (Modelos INCI T2 ou T3, respectiva-

mente);

Declaração de Início de Actividade/Certidão de Re-

gisto Comercial;

Declaração da Entidade Seguradora.

Neste contexto, aproveitamos para informar que, no âmbi-

to do Protocolo de Cooperação que celebrou com o InCI

em 24/01/2011, a AICCOPN disponibiliza aos seus Asso-

ciados, agora em ligação directa com o instituto e de uma

forma ainda mais simples e célere, todo o processamento

da instrução dos processos de concessão, reclassiicação e

revalidação de Alvarás de Construção e Títulos de Registo.

Serviços de Engenharia/Segurança

Exercício da Actividade da Construção Títulos de Registo - Revalidação

Page 53: Concreto 226

53

ENGENHARIA

Medidas para a Sustentabilidade da Construção (parte 2)

No seguimento da primeira parte do artigo, publicada no

número anterior da Revista Concreto, serão seguidamente

apresentados e caracterizados os campos de acção D- Ei-

ciência Energética e E- Habitabilidade, que fazem parte

dos cinco campos de acção por onde se repartem as medi-

das essenciais para a Sustentabilidade da Construção.

Campo D: Eiciência Energética

O campo da Eiciência Energética tem vindo a ganhar rele-

vância à medida que a energia se torna um bem cada vez

mais escasso e caro. Neste campo, encontram-se medidas

ao nível da Certiicação energética, das Soluções passivas

e da Emissão de carbono.

D1- Certiicação energética – está directamente relacio-

nada com a aprovação de nova legislação, nomeadamente

com a Certiicação Energética e da Qualidade do Ar no In-

terior de Edifícios (D.L. n.º 78/2006, de 4 de Abril), o RCC-

TE - Regulamento das Características de Comportamento

Térmico dos Edifícios (D.L. n.º 80/2006, de 4 de Abril) e o

RSECE - Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climati-

zação dos Edifícios (D.L. n.º79/2006, de 4 de Abril).

Assim, devem ser analisadas as necessidades energéticas

de cada edifício para que tenha as condições adequadas

de conforto e desenvolvidas as medidas que permitam

obtê-las, reduzindo-se, simultaneamente, o consumo de

energia. Em particular, importa monitorizar os consumos

de energia e veriicar os valores da certiicação energética.

Segundo a legislação sobre a certiicação energética, a

classe para os novos edifícios tem, no mínimo, de ser nível

B-, sendo desejável a obtenção de classes de melhor nível,

ou seja nível A e A+.

D2- Soluções passivas – o desempenho passivo dos edifí-

cios é fundamental para se alcançarem bons resultados ao

nível da redução das necessidades de consumo de energia.

Neste sentido, devem adoptar-se no ediicado (incluindo o

espaço exterior) estratégias passivas que diminuam, sempre

que possível, em mais de 50% as necessidades nominais

de energia. Entre as acções a desenvolver estão a melhoria

do isolamento térmico nas coberturas e nas paredes, da

qualidade do envidraçado para o exterior, das condições

de ventilação e de protecção passiva dos espaços exterio-

res. A orientação dos edifícios (Sul) e o sombreamento são,

também, muito importantes.

Page 54: Concreto 226

54 •

ENGENHARIA

É desejável estimar anualmente os gastos energéticos dos

edifícios provenientes das soluções passivas.

D3- Emissão de carbono – importa determinar e reduzir a

quantidade de carbono emitido face à utilização de ener-

gia, quer esta emissão seja derivada de fontes renováveis,

quer seja derivada de fontes não renováveis. A situação

ideal passará pela optimização da utilização de energia

resultante de fontes renováveis e da eiciência dos equi-

pamentos.

A redução das emissões de gases de efeito de estufa (GEE)

pode ser conseguida através de uma selecção de equipa-ção de equipa-de equipa-

mentos (electrodomésticos, lâmpadas, etc.)

que possuam boa classiicação de eiciência

energética, bem como através do aumento

da percentagem de energia renovável (so-

lar, eólica, etc.) que é produzida no edifício.

Também as necessidades energéticas para a

água quente solar (AQS) devem ser resolvi-AQS) devem ser resolvi-

das por colectores solares, assim como se

deve recorrer à utilização de sumidores de

carbono.

Integração com a comunidade, do Controlo dos riscos na-

turais e do Controlo de riscos decorrentes de actividades

humanas as quais possibilitam a satisfação dos utentes,

proporcionando-lhes mais conforto e bem-estar.

E1- Qualidade do ar – torna-se essencial avaliar os vários

elementos susceptíveis de inluenciar a qualidade do ar,

quer a nível do interior, tais como os fenómenos de venti-

lação natural, a emissão de COV’s (Compostos Orgânicos

Voláteis) e as micro-contaminações, quer a nível do exte-

rior, tais como as condições de vento e os níveis de quali-

dade do ar. A existência de vegetação pode contribuir para

melhorar a qualidade

Campo E: Habitabilidade

Vive-se actualmente numa sociedade crescentemente exi-

gente, o que obriga a que os edifícios e os ambientes exte-

riores tenham uma qualidade urbanística cada vez maior.

Assim, o campo da Habitabilidade assume um papel rele-

vante e necessário, o que implica o desenvolvimento de

medidas ao nível da Qualidade do ar, do Conforto térmico,

do Conforto acústico, da Iluminação, do Controlo do con-

forto, do Acesso aos transportes públicos, da Acessibilida-

de para todos, da Flexibilidade das soluções construtivas,

da Proximidade a serviços e equipamentos colectivos, da

do ar exterior.

E2- Conforto térmico – trata-se de um

aspecto fundamental nos edifícios,

pelo que deve procurar atingir-se

níveis de temperatura, de humidade

e de velocidade do vento adequados

à ocupação e às actividades da maio-da maio-

ria dos ocupantes. De igual modo,

no exterior é fundamental a criação

de condições de conforto adequadas

às actividades realizadas.

Os níveis de conforto térmico desejáveis devem situar-se

para a humidade entre os 35% e os 60%, para a tempe-

ratura entre os 18º e os 26º (adaptando o nível mínimo de

18º no inverno e o nível máximo de 26º no verão, corres-

pondendo a sua variação sazonal à variação sazonal da

temperatura do ar exterior) e para a velocidade do ar no

inverno ≤ 0,2 m/s e no verão ≤ 0,5 m/s.

E3- Conforto acústico – o isolamento acústico e os níveis

sonoros devem ser os adequados de modo a permitir que

os ambientes construídos tenham um bom conforto acús-

tico. No exterior dos edifícios é conveniente atenuar os

Page 55: Concreto 226

55

ENGENHARIA

níveis de ruído de forma ajustada às actividades e espé-

cies naturais presentes.

Assim, devem ser tomadas as medidas necessárias para que

o nível de ruído se aproxime ou, se possível, seja inferior a

35 db no interior dos edifícios, durante as 24 horas do dia.

E4- Iluminação – os níveis de iluminação para os ambien-

tes exteriores e interiores dos edifícios devem situar-se en-

tre os 350 a 400 lux, de modo possibilitar que os utiliza-

dores desenvolvam as suas actividades em boas condições.

Sempre que possível deve utilizar-se iluminação natural.

E5- Controlo do conforto – na actualidade é possível e

constitui uma mais-valia o controlo dos níveis de conforto,

de acordo com necessidades e gostos dos ocupantes (o de-

signado conforto adaptativo). Entre outras, podem contro-

lar-se funções no ediicado, como a ventilação (mecânica

e natural), os níveis de iluminação (artiicial e natural), a

temperatura e humidade, a concentração de poluentes e

os níveis de ruído. No exterior, pode-se intervir ao nível

da adaptação das condições existentes, através da criação

de zonas de sombra e de protecção ao vento ou às intem-às intem-intem-

péries.

E6- Acesso aos transportes públicos – face ao crescente

congestionamento e poluição das cidades, torna-se essen-

cial criar condições para aumentar a utilização dos trans-

portes públicos, preferencialmente os de carácter mais

ecológico. Assim, é cada vez mais valorizada a proximi-

dade aos transportes públicos ou a criação de meios de

transporte ecológicos nos empreendimentos.

Em termos de mobilidade no ediicado, é igualmente muito

importante a redução das necessidades de transportes e a

promoção da utilização de meios de locomoção de baixo

impacte ambiental, através da criação de infra-estruturas

que permitam o seu uso e parqueamento.

Page 56: Concreto 226

56 •

ENGENHARIA

Deste modo, é conveniente a existência de um interface de

transportes públicos (metro, comboio e autocarro) a menos

de 500 metros de distância dos empreendimentos.

E7- Acessibilidade para todos – é preciso eliminar as bar-preciso eliminar as bar-

reiras que frequentemente existem nos edifícios e nos seus

espaços exteriores e que impedem ou diicultam o acesso

a pessoas com mobilidade condicionada. Isto poderá ser

conseguido através da execução de um planeamento cui-

dadoso das construções, devendo o projecto prever a cria-

ção de zonas de acessibilidade para todos, desenvolvendo

as chamadas soluções inclusivas.

E8- Flexibilidade das soluções construtivas – presentemen-

te as necessidades e os desejos dos ocupantes evoluem

muito rapidamente. Este facto determina que se assegu-

re que as soluções construtivas sejam constituídas, tanto

quanto possível, por espaços modulares e adaptáveis. Des-

te modo, contribui-se para manter o ambiente construído

ajustado às necessidades dos ocupantes, evitando-se que o

seu uso se torne obsoleto ao im de algum tempo.

Torna-se, pois, importante oferecer diferentes tipologias

habitacionais, com áreas lexíveis, implementando, por

exemplo: paredes de separação de divisões interiores facil-

mente amovíveis; acessibilidade simpliicada às tubagens

de água e aos seus mecanismos de controlo; colocação de

tubagens no exterior ou introduzidas em tectos falsos; con-

centração de tubagens; pré-instalação para climatização;

pré-instalação para equipamentos electrónicos e telefóni-

cos nas áreas principais; pré-instalação de elevadores.

E9- Proximidade a serviços e equipamentos colectivos – a

proximidade dos empreendimentos a serviços e equipa-

mentos colectivos deve ser entendida como uma mais-

-valia para os ambientais locais. Entre estes, destaca-se

particularmente a existência de amenidades naturais (rio,

bosque) e humanas, como lojas de alimentação, posto dos

correios, banco, farmácia, escola, centro de saúde, centro

de lazer, centro comunitário ou jardins para crianças.

Assim, deve ser fomentada e valorizada a criação destes

serviços e equipamentos, bem como devem ser qualiica-

dos e preservados os espaços que lhe dão acesso.

E10- Integração com a comunidade – deve potenciar-se a

integração e interacção com a vizinhança, possibilitando

nomeadamente que possa usufruir das infra-estruturas e

dos espaços que sejam criados nos empreendimentos.

O fomento das relações de proximidade com a comuni-

dade adjacente pode ser possível através da partilha dos

Page 57: Concreto 226

57

ENGENHARIA

espaços exteriores naturais, de lazer e/ou desporto. Pode,

também, ser equacionado a disponibilização das zonas

interiores do edifício que possam ser acedidas pela comu-

nidade (ex: zonas interiores de restauração associadas aos

espaços exteriores públicos).

E11- Controlo dos riscos naturais – a localização, a for-

ma, os materiais, o processo construtivo e a utilização dos

empreendimentos podem aumentar as possibilidades de

riscos naturais (catástrofes), associadas a ventos fortes, sis-

mos, cheias, etc., pelo que deve ser dada particular aten-

ção às fases de planeamento, projecto e execução dos em-às fases de planeamento, projecto e execução dos em- fases de planeamento, projecto e execução dos em-

preendimentos.

Devem, assim, ser tomadas medidas que permitam redu-

zir estes riscos, tais como, por exemplo, a implementação

de estruturas de protecção/resistência a ventos fortes,

cheias e sismos, a implementação de bons revestimentos

do lado exterior dos edifícios e que sejam resistentes às

condições climatéricas extremas, a incorporação de vi-

dros temperados nos edifícios nos locais com médio ou

elevado grau de perigo para os utentes ou a utilização

de árvores com raízes profundas junto a áreas sujeitas as

intempéries.

Estas medidas justiicam-se, sobretudo, nos locais com

maior grau de perigo (escadas, zonas inclinadas, etc.) ou

com grande aluência ou passagem de pessoas.

E12- Controlo de riscos decorrentes de actividades hu-

manas – é necessário avaliar cuidadosamente o espaço

controlo e melhoria contínua destas medidas nos empre-

endimentos.

Entre outros aspectos relevantes, destaca-se, ainda, a

necessidade de um elevado nível de informação que

permita aumentar a sensibilização e a compreensão de

todos os agentes envolvidos para a relevância destas me-

didas, facilitando a criação de um ambiente propício para

a sua execução e gestão.

A adopção destas práticas e de um sistema de gestão ei-

ciente garantem um bom desempenho do ediicado, ao

mesmo tempo que possibilitam reforçar a sua capacidade

de adaptação e de melhoria ao longo do tempo, contri-

buindo deste modo para uma construção mais sustentável

e para um País mais desenvolvido.

Branco Teixeira

Bibliograia: Pinheiro, M. D., Líder A - Apresentação

sumária do Sistema de Avaliação Voluntário da

Sustentabilidade da Construção «www.lidera.info»

Page 58: Concreto 226

58 •

Publicidade A4 da Afesa

Page 59: Concreto 226

59

SEGURANÇA

FICHA DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS N.º: 8

SECTOR: CONSTRUÇÃO CIVIL AICCOPN

Motoniveladora Pág.: 1/4

A Motoniveladora é uma máquina de construção que se destina especialmente para o

acabamento final da área terraplanada, isto é, executa operações que permitem formar

pendentes, regularizar terrenos, tapar buracos, espalhar areia ou material britado.

CARACTERÍSTICAS

As motoniveladoras são constituídas por uma unidade de tracção, equipada por uma lâmina

posicionada entre o eixo dianteiro e traseiro. A grande versatilidade das motoniveladoras decorre

da diversidade de posições de trabalho que a lâmina pode assumir. Os movimentos possíveis da

lâmina, são: rotação em torno do eixo vertical, rotação em torno do eixo longitudinal, translação

vertical de uma ou de ambas as extremidades e translação segundo o eixo longitudinal. A

combinação destes quatro possíveis movimentos permite ao operador modificar à vontade:

- A altura da lâmina acima do solo;

- O ângulo formado pela lâmina em relação ao plano horizontal que contém o eixo longitudinal do

chassis;

- O desenvolvimento lateral da lâmina em relação ao sentido longitudinal;

- O ângulo de ataque da lâmina ao solo.

Além da lâmina, que pode ser de vários tamanhos, a motoniveladora pode ter alguns

implementos, sendo o de mais comum utilização o escarificador (dianteiro e traseiro). A utilização

destes escarificadores permite a desagregação prévia do terreno, facilitando a posterior acção da

lâmina. Dentre as inúmeras aplicações destes equipamentos, destacam-se as seguintes:

- Remoção de vegetação leve e da camada vegetal;

- Construção de valas;

- Mistura, nas pistas das rodovias, de dois ou mais materiais previamente pulverizados

(geralmente actividades de pavimentação);

- Espalhamento de materiais com a finalidade do seu nivelamento;

- Actividade de acabamento de terraplanagem, mediante acção cuidadosa da lâmina trabalhando

em corte e de acabamento de taludes, mediante posicionamento lateral de lâmina.

Page 60: Concreto 226

60 •

SEGURANÇA

FICHA DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS N.º: 8

SECTOR: CONSTRUÇÃO CIVIL AICCOPN

Motoniveladora Pág.: 2/4

MEDIDAS DE PREVENÇÃO

As principais medidas a adoptar são:

- Não permitir o acesso à máquina de pessoas não autorizadas;

- Subir à máquina pelo acesso apropriado e nunca saltar da máquina para o solo;

- Somente pessoal habilitado deverá operar com este tipo de equipamento;

- Antes de iniciar o trabalho, verificar o correcto funcionamento dos travões, do sistema hidráulico,

dos faróis, do aviso sonoro de marcha-atrás e do rotativo amarelo;

- Interditar o transporte de pessoal na máquina;

- O manobrador da máquina deverá ser sempre uma pessoa qualificada e conhecedora do tipo de

trabalho a realizar, o método a empregar e a natureza e o estado do terreno onde se irá

movimentar;

- Seguir as instruções e respeitar os avisos de perigo e sinalização de segurança;

- Quando se circular por terrenos irregulares ou sem consistência deve-se tomar cuidados

especiais.

- Não articule a motoniveladora em declives laterais elevados;

- Usar sinais acústicos na marcha-atrás e verificar o estado de funcionamento das luzes;

- Trabalhar sempre com a velocidade adequada;

- Observar as indicações do fabricante quanto à estabilidade da máquina, tendo sempre em

consideração as condições específicas do local de trabalho;

- Não abandonar o posto de condução sem o veículo estar parado, os sistemas de segurança e

imobilização accionados e os órgãos hidráulicos em posição estabilizada;

- O manobrador deverá estar sempre atento às pessoas em volta e nunca deve permitir que

alguém fique por baixo da maquina ou perto dos acessórios quando em funcionamento;

- Deve ser colocado, na cabina, um extintor de pó químico de 2 Kg de capacidade.

Page 61: Concreto 226

61

SEGURANÇA

FICHA DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS N.º: 8

SECTOR: CONSTRUÇÃO CIVIL AICCOPN

Motoniveladora Pág.: 3/4

TECNICAS DE OPERAÇÂO

As técnicas de operação descritas nesta ficha são elementares. A experiência e a técnica do

operador vai-se desenvolvendo ao longo do tempo de utilização, através do conhecimento da

motoniveladora e das suas capacidades.

Lâmina: O posicionamento da lâmina é muito importante durante o nivelamento. Quanto maior for o ângulo

da lâmina, mais aterro é arrastado através dela, permitindo cortes mais profundos e

terraplanagens de maior extensão. A terra movida pela lâmina provoca um esforço de

derrapagem da motoniveladora. O operador pode contrabalançar este esforço inclinando as rodas

dianteiras na mesma direcção em que o aterro se movimentar ao longo da lâmina.

Para o nivelamento normal, a lâmina deve estar sensivelmente inclinada para a frente a partir da

posição vertical. Esta inclinação para a frente permite que o aterro role livremente para ser

espalhado ou compactado. A inclinação da lâmina para trás aumenta a capacidade de corte e

reduz a acção de rolamento do aterro.

Escarificador:

O escarificador está montado atrás das rodas dianteiras e é controlado hidraulicamente a partir do

interior da cabine, é utilizado para quebrar superfícies demasiadamente duras para serem

cortadas pela lâmina. Para superfícies especialmente duras deve-se reduzir o número de dentes

do escarificador. Deve-se sempre baixar lentamente os dentes do escarificador até ao aterro

enquanto a motoniveladora avança numa velocidade reduzida, não se deve arrastar os dentes ao

longo de superfícies duras.

Ripper:

O ripper é muito útil para arrancar grandes rochas e troncos de árvores, e para quebrar pavimento

de asfalto. O ripper é operado hidraulicamente a partir do interior da cabine. Ao utilizar o ripper,

baixe os dentes ao solo com a motoniveladora em movimento.

Caso as rodas traseiras percam a tracção, eleve o ripper até que as rodas recuperem tracção.

Para superfícies especialmente duras, reduza o número de dentes. Para quebrar pavimento

velho, desça os dentes abaixo dessa superfície e eleve o ripper. Evite utilizar o ripper quando

virar, uma vez que reduz o desgaste do equipamento.

Page 62: Concreto 226

62 •

SEGURANÇA

FICHA DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS N.º: 8

SECTOR: CONSTRUÇÃO CIVIL AICCOPN

Motoniveladora Pág.: 4/4

NO FIM DE OPERAR COM A MOTONIVELADORA

- Escolha um local adequado para imobilizar a máquina.

- Certifique-se que todos os equipamentos estão assentes no solo.

- Ponha os comandos na posição neutra.

- Retire a chave da ignição para que ninguém possa utilizar a máquina inadvertidamente.

- Verifique os instrumentos e luzes de aviso para ver se há alguma indicação de avaria. Desligue

todas as luzes e outras funções eléctricas.

- Armazene se possível a máquina em espaço interior e, de preferência, num local com

temperatura constante.

MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO

- Mantenha a motoniveladora limpa. Remova imediatamente a sujidade e as gorduras da

plataforma do operador e mantenha todos os autocolantes e letreiros limpos e perfeitamente

legíveis.

- Quando proceder a qualquer reparação ou serviço de manutenção, pare o motor e retire a chave

do interruptor de arranque.

- Não abandone a máquina com os equipamentos no ar.

- Movimente a alavanca do equipamento em todos os sentidos para aliviar a pressão do sistema

hidráulico antes de desapertar qualquer ligação.

- Verifique os níveis de óleo e liquido de arrefecimento.

- Drene os óleos enquanto eles estiverem bastante quentes.

- Quando retirar o tampão do depósito do sistema hidráulico, faça-o lentamente.

- Deixe o motor arrefecer antes de iniciar qualquer trabalho de manutenção/reparação.

- Atestar a bateria com o liquido indicado, nunca com água.

- Não usar óleos recomendados para o Inverno durante o Verão, e vice-versa.

- Quando trabalhar no sistema eléctrico, assegure-se que as ligações da bateria forem desligadas.

- As medidas de manutenção periódicas devem ser efectuadas de acordo com o número de horas

que a máquina laborou, ou pelo período indicado, isto é, diariamente semanalmente, etc.,

atendendo sempre às especificações dispostas no manual da máquina.

Page 63: Concreto 226

63

Page 64: Concreto 226

64 •

REGALIAS PARA ASSOCIADOS

Mais Recentes Regalias da AICCOPN

Page 65: Concreto 226
Page 66: Concreto 226

66 •

Publicidade da Liebher

Anúncio A4

Page 67: Concreto 226

67

SAÚDE

FICHA DE SAÚDE n.º: 02

TABAGISMO AICCOPN

Controlo e Prevenção pág.: 1/3

O CONSUMO DE TABACO COMO

PRINCIPAL CAUSA DE MORTE EVITÁVEL

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1/3 da

população mundial adulta é fumadora.

Todos os anos morrem cerca de 5 milhões de pessoas devido ao

consumo de tabaco.

O fumo de tabaco não é apenas prejudicial para o próprio fumador, mas

também para aqueles que, não sendo fumadores, se encontram

frequentemente expostos ao fumo passivo.

Fumar reduz a esperança média de vida em cerca de 10 anos.

DOENÇAS ASSOCIADAS AO TABAGISMO

• 1/3 dos casos de cancro;

• 90% das mortes por cancro do pulmão;

• Cancro do aparelho respiratório superior (lábio, língua, boca, faringe e laringe);

• Cancro da bexiga, rim, colo do útero, esófago, estômago e pâncreas;

• 25% das doenças do aparelho circulatório (isquémica cardíaca);

• 75 a 80% da bronquite crónica (enfisema e agravamento da asma);

• Irritação ocular e das vias áreas superiores;

• Doenças relacionadas com hormonas (menopausa precoce, osteoporose);

• Doenças gastrointestinais (doença do refluxo gastro-esofágico, úlcera péptica);

• Durante a gravidez, o consumo de tabaco aumenta o risco de aborto espontâneo e pode afectar a médio

prazo o desenvolvimento físico e intelectual da criança.

Page 68: Concreto 226

68 •

SAÚDE

FICHA DE SAÚDE n.º: 02

TABAGISMO AICCOPN

Controlo e Prevenção pág.: 2/3

COMO DEIXAR DE FUMAR

• Fixe um dia para deixar de fumar. Ajuda a criar um sentimento de compromisso;

• Diga em voz alta que vai deixar de fumar. Partilhe com aqueles que o rodeiam a sua decisão;

• Aprenda a reagir à vontade de fumar;

• Faça uma alimentação saudável;

• Pratique exercício físico. Ajuda a combater a ansiedade e as alterações de humor próprias dos ex-fumadores;

• Não se desmotive, se não conseguir à primeira. A recaída é muito provável. Marque uma nova data e volte a tentar;

• Coloque todos os seus cigarros no lixo. É importante não ter nenhuma tentação por perto;

• Tenha sempre à mão pastilhas elásticas, rebuçados, etc.;

• Evite ir a lugares onde seja permitido fumar;

• Evite o café.

PRINCIPAIS EFEITOS DO TABACO

Efeitos no cérebro

- Diminuição do apetite;

- Estimulante leve;

- A nicotina contida no tabaco, pode provocar o desenvolvimento de tolerância, ou seja, a pessoa tende a consumir cada vez mais cigarros para sentir os mesmos efeitos que eram produzidos por doses menores.

Efeitos no resto do organismo

- Pequeno aumento do batimento cardíaco, da pressão arterial, da frequência respiratória e da actividade motora;

- No sistema digestivo diminui a contracção do estômago, dificultando a digestão.

Efeitos tóxicos - Náuseas, dores abdominais, diarreia, vómitos, cefaleia, tontura, bradicardia e fraqueza.

Efeitos na gravidez

- O feto “recebe” as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta, provocando o aumento do batimento cardíaco no feto, redução do peso e da estatura do recém-nascido, além de alterações neurológicas importantes;

- Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o bebé também através do leite materno.

Tabagismo passivo

Os poluentes do cigarro dispersam-se pelo ambiente, fazendo com que os não-fumadores próximos ou distantes dos fumantes, inalem também as substâncias tóxicas.

Page 69: Concreto 226

69

SAÚDE

FICHA DE SAÚDE n.º: 02

TABAGISMO AICCOPN

Controlo e Prevenção pág.: 3/3

DEIXE DE FUMAR

Por uma questão de saúde.

Parar de fumar diminui o risco de vir a

sofrer de uma doença cardiovascular, de

cancro ou de doenças respiratórias

graves (diminui o risco de morte

prematura);

Por uma melhoria na sua aparência.

Deixar de fumar, trava o envelhecimento

precoce e torna o seu hálito mais fresco;

Melhore as suas poupanças económicas.

O consumo de tabaco é um vício

dispendioso;

Vale a pena parar de fumar em qualquer idade. Os benefícios são tanto maiores, quanto mais cedo

deixar de fumar.

Page 70: Concreto 226

70 •

Regalias

AICCOPN

Fo r m a ç ã o \ E n s i n oCICCOPN - Centro de Formação Proissional da Industria da Construção Civil e Obras Públicas do Norte EGP-UPBS - University of Oporto Business School - Desconto de 12% a 15% em Pós Graduações Universidade Fernando Pesssoa - Descontos de 10% a 30%

S a ú d e \ C l í n i c a sHPP - SAUDE

Desconto de 10% em consulta externaDesconto de 15% em cirurgia\internamento

HOSPITAL DA TRINDADEDesconto de 15% sobre a tabela geral

FARMÁCIA DA TRINDADEDesconto de 10% sobre a tabela geral

CLIPÓVOA - HOSPITAL PRIVADODesconto de 7% em todos os serviços

HOSPITAL PRIVADO DA TROFADesconto de 15% sobre a tabela geral

FARMÁCIA DE COSTA CABRALDescontos de 10 a 30% em Medicamentos

CLÍNICA DENTÁRIA - SOS DENTEORMASA, LDA.

To d a s a s D e s p e s a s c o m Q u o t i z a ç õ e s a f avo r d a A I C C O P N s ã o D e d u t í ve i s e m 1 5 0 % d o s e u va l o r a t é 2 % º d o vo l u m e d e n e g ó c i o s d a e m p r e s a , p a r a e f e i t o s d e I R C ( a r t . º 4 4 d o C I R C ) .

C a r t ã o A zu l BPEste é um cartão direccionado para os Associados da AICCOPN, e às suas frotas de veiculos, sendo este um cartão de desconto e não de pagamento. O desconto é de 0,05€ (5 cêntimos) por litro.

S aú d e P r im eA Saúde Prime disponibiliza a sí e à sua Familia, um conjunto de Serviços Médicos e Seguro de Saúde que lhe proporcionam o máximo da qualidade e economia. Descontos desde 7,5% a 15% em:Seguro de Saúde Plano de Saúde PrimePlano de Saúde Oral

C a r t r ackEmpresa líder nas técnologias de localização de viaturas e máquinas. A Cartrack oferece uma ampla solução de gestão de frotas por GPS. Descontos para Associados da AICCOPN de 10% na Aquisição de produtos.

I n C IA AICCOPN e o InCI, celebra-

ram um protocolo, no qual in-

tensiica o seu papel de refor-

ço de competências no âmbi-

to dos Alvarás e Títulos de Re-

gisto. Este protocolo permite à

AICCOPN uma ligação directa

ao InCI, dar resposta aos pro-

cessos para concessão, reclas-

siicação de alvarás e títulos

de registo. Estes é um serviço

assegurado de forma gratuíta,

permanente e descentralizada.

I S QEste Protocolo visa a prestação de Serviços pelo ISQ nas suas diversas áreas de especialidade, nomeadamente nas inspecções técnicas, ensaios laboratoriais, consultoria, formação e investigação e desenvolvimento. Os Associados da AICCOPN, poderão usufruir, em condições muito vantajosas.

As melhores Regalias para os Melhores Associados

D i g i t a l s i g nNo âmbito do processo de

Contratação Electónica, re-

sultante do CCP - Código dos

Contratos Públicos, bem como

o envio das comunicaçoes

obrigatórias ao InCI e das obri-

gações estabelecidas pelo Re-

gime Jurídico da Urbanização

e da Ediicação, a AICCOPN

celebrou um protocolo no

qual os Associados usufruem

de um desconto, na nova fun-

cionalidade de “Certiicação

Digital”.

P r e ve n s i sEmpresa especializada em Serviços de Higiene e Segurança no Trabalho (SHST), que trabalha na área da prevenção e controlo de riscos laborais, colocando à disposição das empresas, uma série invadora de serviços, a preços competitivos. Certiicada pelo ACT. Descontos nos, “Serviços Base” - Serviços Mínimo para cumprir a legislação e “Serviço Adicional” - Estaleiro ou Empresa.

Page 71: Concreto 226

71

REGALIAS PARA ASSOCIADOS

A l o j a m e n t o

G r u p o s

Pe s t a n a H o t e l s & R e s o r t s e Po u s a d a s d e Po r t u g a l

Central de Reservas Pousadas de Portugal - Tel. 21 844 20 [email protected]% de desconto sobre as tarifas / promoções publicadas no site www.pousadas.ptCódigo - 42033Central de Reservas Pestana Hotels & Resorts - Tel. 282 240 [email protected]

G r u p o C o n t i n e n t a l

Choice Hotels Europe Holiday Inn ExpressTel. 210 046 046 [email protected]

S a n a H o t e l s

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Tivo l i H o t e l s & R e s o r t s

www.tivolihotels.com

M o n t e b e l o H o t e l s & R e s o r t s

Visabeira TurismoTel. 232 420 000 [email protected]

A l g a r ve

B o a Vi s t a H o t e l & S p a * * * *

Rua Samora Barros, 20 8200-178 AlbufeiraTel. 289 589 175Fax. 289 589 [email protected]% de desconto

B o a A l g a r ve C a s i n o * * * * *

Praia da Rocha 8500-802 PortimãoTel. 282 400 000Fax. 282 402 [email protected]

H o t e l d a A l d e i a * * * *

Av. Dr. Francisco Sá Carneiro 8200-280 AlbufeiraTel. 289 588 861/2/3Fax. 289 588 [email protected]% de desconto

Po r t o D o n a M a r i a G o l f & R e s o r t * * * * *

Sítio dos Montinhos da Luz Apartado 58 - Praia da Luz8601-901 Luz-LagosTel. 282 690 300Fax. 282 697 [email protected]% de desconto

Ave i r o

H o t e l A f o n s o V

Rua Dr. Manuel das Neves, 65 3810-101 AveiroTel. 234 425 191/2/3Fax. 234 381 111

H o t e l A p a r t . º S o l ve r d e * * * * *

Rua 21, 85 4500-267 EspinhoTel. 22 731 31 44Fax. 22 731 31 [email protected]

P r a i a G o l f e H o t e l * * * *

Rua 6 4500-357 EspinhoTel. 22 733 10 00Fax. 22 733 10 [email protected]% de desconto

G ra n d e H o t e l d a C u r i a G o l f & S p a * * * *

Avenida dos Plátanos - Curia 3780-541 Tamengos - AnadiaTel. 231 515 720Fax. 231 515 [email protected]% de desconto

C u r i a C l u b e

Apartamentos Turísticos Apartado 18 - 3780 - CuriaTel. 231 504 197Fax. 231 515 [email protected]% de desconto

H o t e l M é l i a R i a * * * *

Cais da Fonte Nova, Lote 5 3810-200 AveiroTel. 234 401 000Fax. 234 401 [email protected]% de desconto

B ra g a

H o t e l A x i s O f i r * * * *

Avenida Raul Sousa Martins 4740-405 Ofir - EsposendeTel. 253 989 [email protected]% de desconto (excepto Agosto)

É vo ra

H o t e l R u ra l M o n t e d o C a r m o

Apartado 7 7006-901 AzarujaTel. 266 970 050Fax. 266 978 [email protected]% de desconto

L i s b o a

H F F é n i x L i s b o a * * * *

Praça Marquês de Pombal, 8 1269-133 LisboaTel. 21 386 21 21Fax. 21 386 01 [email protected]

H o t e l B r i t â n i a * * * *

Rua Rodrigues Sampaio, 17 1100 LisboaTel. 21 315 50 16Fax. 21 315 50 215% de desconto

H F F é n i x G a r d e n * * * *

Rua Joaquim António de Aguiar, 3 1050-010 LisboaTel. 21 384 56 50Fax. 21 385 56 [email protected]

H F F é n i x U r b a n * * * *

Av. António Augusto de Aguiar, 3 1069 LisboaTel. 21 357 50 00Fax. 21 357 99 [email protected]

Page 72: Concreto 226

72 •

REGALIAS PARA ASSOCIADOS

H o t e l L i s b o a P l a z a * * * *

Travessa Salitre, 7 Avenida da Liberdade 1296-066 LisboaTel. 21 321 82 18Fax. 21 347 16 305% de desconto

A s j a n e l a s Ve r d e s

Rua das Janelas Verdes, 47 1200-670 LisboaTel. 21 396 81 43Fax. 21 396 81 [email protected]% de desconto

S o l a r d o C a s t e l o

Rua das Cozinhas, 2 (ao castelo) 1100-081 LisboaTel. 21 887 09 09Fax. 21 887 09 [email protected]% de desconto

H o t e l A l i f * * *

Campo Pequeno, 511000-304 LisboaTel. 21 782 62 10Fax. 21 795 41 [email protected]

H o t e l P r í n c i p e R e a l * * * *

Rua da Alegria, 53 1250-006 LisboaTel. 21 340 73 50Fax. 21 342 21 [email protected]% de desconto

H o t e l S . M a m e d e E s t o r i l

Av. Marginal, 7105 2765-248 EstorilTel. 21 465 91 10Fax. 21 467 14 [email protected]

H e r i t a g e Ave n i d a d a L i b e r d a -d e H o t e l * * * *

Av. da Liberdade, 28 1250-145 LisboaTel. 21 340 40 40Fax. 21 340 40 [email protected]% de desconto

H o t e l V I P E x e c u t i v e A r t ’s

Av. D. João II, Lote - 1.18 1998-028 Lisboa Tel. 21 002 04 06Fax. 21 002 04 [email protected]

E u r o s t a r s H o t e l d a s L e t r a s * * * * *

Rua do Castilho, 6-12 1250-069 LisboaTel. 21 357 30 94Fax. 21 316 12 [email protected]

A l t i s H o t e l s

www.altishotels.com5% de desconto sobre a melhor tari-fa publicada no site.

Po r t o

Ti a r a Pa r k A t l a n t i c Po r t o * * * * *

Avenida da Boavista, 1466 4100-114 PortoTel. 22 607 25 00Fax. 22 600 32 [email protected]% de desconto (excepto Agosto)

S h e r a t o n Po r t o H o t e l & S p a * * * * *

Rua Tenete Valadim, 146 4100-476 PortoTel. 22 040 04 41Fax. 22 040 41 [email protected]% de desconto

H o t e l S o l ve r d e S p a & We l n e s s C e n t e r * * * * *

Avenida da Liberdade 4405-362 S. Félix da MarinhaTel. 22 733 80 30Fax. 22 731 31 [email protected]

H F F é n i x Po r t o * * * *

Rua Gonçalo Sampaio, 282 4450-365 PortoTel. 22 607 18 00Fax. 22 607 18 [email protected]

H o t e l D. H e n r i q u e * * * *

Rua Guedes de Azevedo,179 4049-009 PortoTel. 22 340 16 16Fax. 22 340 16 00

H F I p a n e m a Po r t o * * * *

Rua do Campo Alegre, 156 4150-169 PortoTel. 22 607 50 59Fax. 22 606 33 [email protected]

H F I p a n e m a Pa r k * * * * *

Rua de Serralves, 124 4150-702 PortoTel. 22 532 21 00Fax. 22 610 28 [email protected]

H F Tu e l a Po r t o * * *

Rua Arq. Marques da Silva, 200 4150 [email protected]. 22 600 47 47 Fax. 22 600 37 09

E s t a l a g e m d a Vi a N o r t e * * * *

Via Norte - Leça do Balio, 124 4465-764 Leça do BalioTel. 22 944 82 94/5Fax. 22 944 83 22

B e t a Po r t o H o t e l & H e l t h C l u b * * * *

Rua do Amial, 601 a 607 4200-062 PortoTel. 22 834 86 60Fax. 22 834 86 [email protected]% de desconto

H o t e l E u r o s t a r s d a s A r t e s

Rua do Rosário, 160 a 164 4050-521 PortoTel. 22 207 12 50Fax. 22 207 12 59

B e s s a H o t e l * * * *

Rua Dr. Marques Carvalho, 1114100-325 PortoTel. 22 60 50 000Fax. 22 60 50 [email protected]

H o t e l To r r e M a r * *

Rua Gomes Amorim, 2121A Ver-o-mar4490-091 Póvoa do VarzimTel. 252 298 670Fax. 252 298 [email protected]% de desconto(Excepto de 15 de Julho a 31 Agosto)

Page 73: Concreto 226

73

REGALIAS PARA ASSOCIADOS

H o t e l C i d n ay * * * *

Praça do Municipio 4789-909 Santo TirsoTel. 252 859 300Fax. 252 859 [email protected]% de desconto

Po r t o Pa l á c i o C o n g r e s s H o t e l & S p a * * * * *

Avenida da Boavista, 12694100-130 PortoTel. 22 608 66 00Fax. 22 609 14 [email protected]

H o t e l D o u r o

Rua da Meditação, n.º 71 4150-487 PortoTel. 22 600 11 22Fax. 22 600 10 [email protected]

Vi a n a d o C a s t e l o

H o t e l M o n t e P r a d o * * * * *

Monte Prado Melgaço 4960-320 PradoTel. 251 400 130Fax. 251 400 [email protected]

C a s a d o A n q u i ã o

Turismo de Habitação, Fornelos EN 2014990 - 620 Ponte de LimaTel. 253 989 800Fax. 258 900 [email protected]% de desconto(Excepto Agosto)

H o t e l A x i s Po n t e d e L i m a

Quinta de Pias - Fornelos 4990-620 Ponte de LimaTel. 258 900 250Fax. 258 900 [email protected]% de desconto (Excepto Agosto)

Q u i n t a d a Fo z d o s C a s t e l h a n o s

Rua Campo do Souto, n.º 244/310 4905-370 Barroselas Viana do CasteloTel. 963 239 [email protected]% de desconto

Vi l a R e a l

H o t e l Pe t r u s * * *

Rua Família de Camões, 20 Junto às Termas 5400-239 ChavesTel. 276 351 409 / 500Fax. 276 348 [email protected]

H o t e l C a s i n o d e C h ave s

Lugar do Extremo - Chaves 5400-239 ChavesTel. 276 309 600Fax. 276 348 [email protected]

20% de desconto(Excepto de 15 de Julho a 31 Agos-to)

C o n s u l t o r i a Tu r n & Wi n

Recuperação de EmpresasAv. Dr. Germano Vieira, 614 - 1º TGueifões - MaiaTel. 22 960 21 61

G i n á s i o s

G a i a S p o r t C e n t e r

Rua Gen.Torres, 1162 D - Ed. Dou-ro4600-164 Vila Nova de GaiaTel. 223 714 375Fax. 223 708 [email protected]

Te t r a H e a l t h C l u b

Rua Domingos Sequeira, 224 C 4050-230 Portowww.tetra.pt

A g ê n c i a s d e Vi a g e n s

D - Vi a g e m

Grupo Orizonia Praça da Alegria, 654050-496 PortoTel. 22 207 13 30Fax. 22 208 58 [email protected]

Pa m To u r s

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O u t r o s S e r v i ç o s

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