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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL E MPOG – QUESTÕES COMENTADAS ESAF PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI 1 www.pontodosconcursos.com.br SINTAXE DE CONCORDÂNCIA Nosso assunto de hoje é CONCORDÂNCIA, que consiste no mecanismo que leva as palavras a adequarem-se umas às outras harmonicamente na construção frasal. “Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na concordância, tanto nominal quanto verbal, os elementos que compõem a frase devem estar em consonância uns com os outros. Essa concordância poderá ser feita de duas formas: - gramatical ou lógica – segue os padrões gramaticais vigentes; - atrativa ou ideológica – dá ênfase a apenas um dos vários elementos, com valor estilístico. CONCORDÂNCIA VERBAL – variação do verbo, conformando-se ao número e à pessoa do sujeito. CONCORDÂNCIA NOMINAL – adequação entre o substantivo e os elementos que a ele se referem (artigo, pronome, adjetivo). Iremos concentrar nossos esforços nas questões que tratam de CONCORDÂNCIA VERBAL, haja vista o número reduzido de questões que abordam conceitos de CONCORDÂNCIA NOMINAL, limitando-nos a comentar as que surjam no decorrer do estudo. Finalmente, lembramos que, como algumas questões tratam de assuntos diversos em suas alternativas, mantivemos o item que será objeto de análise e comentário. Julgue, nesses casos, se o item está certo ou errado, sem que isso represente o gabarito da questão. CONCORDÂNCIA – CASOS CLÁSSICOS 1 - (ESAF/SUSEP – Agente Executivo/2006) Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro de natureza morfossintática. a) Uma cultura de massas onipresente convive com a defesa obstinada da vida privada. O pertencimento nacional perde peso diante da força das afirmações de identidade e da luta por reconhecimento. b) Massificados e, de certo modo, “dessocializados”, os cidadãos refluem como corpo político. c) Muitos aderem ao “voluntariado”, outros se alienam, a maioria mantém-se com um pé no sistema representativo, sem entrar de fato nele. d) A dimensão espetacular da vida, a despersonalização das relações sociais e a invasão do mercado por todos os espaços cria uma ainda que maior confusão entre o interesse público e o privado. e) Desse ponto de vista, a democratização contemporânea – da política, dos relacionamentos, do poder – ressente- se de uma súbita baixa de espírito republicano. (Adaptado de Marco Aurélio Nogueira)

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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS P/ RECEITA FEDERAL E MPOG – QUESTÕES COMENTADAS ESAF

PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI

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SINTAXE DE CONCORDÂNCIA

Nosso assunto de hoje é CONCORDÂNCIA, que consiste no mecanismo que leva as palavras a adequarem-se umas às outras harmonicamente na construção frasal.

“Concordar” significa “estar de acordo com”. Assim, na concordância, tanto nominal quanto verbal, os elementos que compõem a frase devem estar em consonância uns com os outros.

Essa concordância poderá ser feita de duas formas:

- gramatical ou lógica – segue os padrões gramaticais vigentes;

- atrativa ou ideológica – dá ênfase a apenas um dos vários elementos, com valor estilístico.

CONCORDÂNCIA VERBAL – variação do verbo, conformando-se ao número e à pessoa do sujeito.

CONCORDÂNCIA NOMINAL – adequação entre o substantivo e os elementos que a ele se referem (artigo, pronome, adjetivo).

Iremos concentrar nossos esforços nas questões que tratam de CONCORDÂNCIA VERBAL, haja vista o número reduzido de questões que abordam conceitos de CONCORDÂNCIA NOMINAL, limitando-nos a comentar as que surjam no decorrer do estudo.

Finalmente, lembramos que, como algumas questões tratam de assuntos diversos em suas alternativas, mantivemos o item que será objeto de análise e comentário. Julgue, nesses casos, se o item está certo ou errado, sem que isso represente o gabarito da questão. CONCORDÂNCIA – CASOS CLÁSSICOS

1 - (ESAF/SUSEP – Agente Executivo/2006)

Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro de natureza morfossintática.

a) Uma cultura de massas onipresente convive com a defesa obstinada da vida privada. O pertencimento nacional perde peso diante da força das afirmações de identidade e da luta por reconhecimento.

b) Massificados e, de certo modo, “dessocializados”, os cidadãos refluem como corpo político.

c) Muitos aderem ao “voluntariado”, outros se alienam, a maioria mantém-se com um pé no sistema representativo, sem entrar de fato nele.

d) A dimensão espetacular da vida, a despersonalização das relações sociais e a invasão do mercado por todos os espaços cria uma ainda que maior confusão entre o interesse público e o privado.

e) Desse ponto de vista, a democratização contemporânea – da política, dos relacionamentos, do poder – ressente- se de uma súbita baixa de espírito republicano.

(Adaptado de Marco Aurélio Nogueira)

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Gabarito: D

Comentário.

Em regra, a concordância verbal se faz com o núcleo do sujeito.

No caso de sujeito simples, há apenas um núcleo.

No caso de sujeito composto, há mais de um núcleo.

Quando a oração está na ordem DIRETA, ou seja, na forma de SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO, o verbo deverá OBRIGATORIAMENTE fazer a concordância gramatical, isto é, concordar com o(s) núcleo(s), uma vez que eles já foram apresentados. O verbo não tem escapatória, uma vez que os núcleos já estão ali, diante dele!

Se a oração estiver em ordem INVERSA, com o sujeito composto após o verbo (VERBO + SUJEITO COMPOSTO), a concordância poderá ser, FACULTATIVAMENTE, gramatical (com todos os elementos) ou atrativa, concordando, nesse caso, com o núcleo mais próximo.

Exemplos:

Nas estações de trem, fica difícil a entrada e a saída das composições nos horários de maior movimento. (concordância atrativa com o mais próximo)

Nas estações de trem, ficam difíceis a entrada e a saída das composições nos horários de maior movimento. (concordância gramatical com todos os núcleos).

Chamaremos de “clássicos” os casos de concordância em que haja apenas um núcleo (sujeito simples) e que, estando ele em qualquer posição, deve o verbo com ele concordar.

Nessa primeira questão da aula, temos um caso de SUJEITO COMPOSTO ANTEPOSTO AO VERBO, ou seja, aquele em que o verbo não tem saída – tem de realizar a concordância gramatical (com todos os elementos).

(1) A dimensão espetacular da vida, (2) a despersonalização das relações sociais e (3) a invasão do mercado por todos os espaços CRIA (?!?!?) uma ainda que maior confusão entre o interesse público e o privado.

Já se observa que o verbo ficou indevidamente no singular. Nesse caso, é obrigado a ir para o plural, já que são TRÊS os núcleos com que deve concordar: “... CRIAM uma ainda que maior confusão...”.

2 - (ESAF/ANA/2009)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

O Brasil possui cerca de(1) 4 milhões de hectares irrigados: área que pode ser triplicada em(2) 20 anos. É um dos países mais importantes(3) na produção de alimentos, mas, apesar de(4) sua vocação para a agricultura irrigada, ainda são necessárias estratégias para explorar racionalmente esse potencial. Hoje, a captação e o consumo de água para a irrigação representa(5), respectivamente, 46% e 69% dos valores totais captados e consumidos.

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(Adaptado de Denise Caputo http://www.ana.gov.br/SalaImprensa/noticias)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

Gab. E

Comentário.

Outro exemplo de concordância com sujeito composto anteposto ao verbo. São dois os núcleos do sujeito na passagem “Hoje, a captação e o consumo de água para a irrigação representa , respectivamente, 46% e 69% dos valores totais captados e consumidos”: captação e consumo. Por isso, o verbo REPRESENTAR deve se flexionar no plural: “... a captação e o consumo (...) REPRESENTAM...”.

Erro comum de concordância em provas da ESAF. Sigamos.

3 - (ESAF/SUSEP – Agente Executivo/2006)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

A literatura política moderna define o Estado como um conjunto de indivíduos que têm(1) a mesma origem étnica(2), cultural e histórica (povo) e que se estabeleceu em um determinado espaço físico (território) no qual(3) elegeu um governo civil soberano. Nessa definição teórica está conjugado(4) os principais elementos da sociedade política organizada denominada de Estado: o povo, o território e o governo soberano. Soberania significa a capacidade que tem o Estado de editar a lei e impor ao povo o seu cumprimento (soberania interna) e ainda fazer-se(5) respeitar no concerto externo das comunidades internacionais (soberania externa).

(Oscar d’Alva e Souza Filho)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

Gabarito: D

Comentário.

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Temos, agora, um daqueles “casos clássicos”. O verbo (ou locução verbal) deve realizar a concordância com o núcleo do sujeito simples, onde quer que ele esteja (antes ou depois do verbo).

Na passagem “Nessa definição teórica está conjugado(4) os principais elementos da sociedade política organizada denominada de Estado...”, o núcleo do sujeito é “elementos”, termo no plural, o que leva o verbo e o adjetivo (predicado nominal) também para o plural: “Nessa definição teórica estão conjugados os principais elementos da sociedade política organizada denominada de Estado...”.

Cuidado, pois o examinador pode, para complicar sua vida, separar o sujeito do predicado, intercalando elementos vários, normalmente em número diverso daquele em que se encontra o núcleo do sujeito. Para não errar, sublinhe (ou marque de qualquer forma) o verbo (ou locução verbal) e busque, em seguida, o termo com que este deve realizar a concordância.

Se você teve dúvidas em relação à flexão do verbo TER, por achar que deveria ter ficado no singular para concordar com o substantivo “conjunto”, pergunto eu: quem tem “a mesma origem étnica, cultural e histórica”? O conjunto ou os indivíduos?

O pronome relativo “que” retoma o antecedente “indivíduos” e com ele o verbo concorda. Mais adiante, veremos casos desse tipo.

4 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Com base no texto, analise a assertiva a seguir.

1. O Hamas, com sua odiosa plataforma que prega o

aniquilamento da nação vizinha, não é um movimento

adventício, artificial, em Gaza.

O grupo fundamentalista, com ramificações assistenciais

5. e religiosas, criou raízes e tornou-se popular na faixa de

Gaza – essa capilaridade, aliás, torna difícil atingir alvos

militares sem matar civis. O Hamas venceu as eleições

parlamentares palestinas de 2006 e, mais tarde, expulsou

de Gaza o Fatah, o partido secular de Mahmoud Abbas,

10. presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Facilitaram a ascensão do extremismo em Gaza a

incompetência corrupta do governo do Fatah, o cruel

bloqueio à circulação de bens e pessoas imposto por

Israel e a opção, tomada por EUA e União Europeia, de

15. ignorar diplomaticamente o Hamas e fortalecer a ANP.

(Folha de S. Paulo, Editorial, 5/1/2009)

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- A forma verbal “Facilitaram”(ℓ.11) está no plural porque concorda com o sujeito composto que está em posição subsequente.

ITEM CERTO

Comentários.

Mais um caso de sujeito composto posposto. Nesse caso, o verbo ficou no plural, realizando a concordância gramatical. Contudo, sabemos que também poderia ter permanecido no singular, em concordância atrativa (com o núcleo do sujeito mais próximo, no caso “incompetência”).

Como o verbo FACILITAR é transitivo direto, cuidado para não confundir o sujeito com o termo que exerce a função de objeto direto. Segundo o autor, o que facilitou a ascensão do extremismo em Gaza foram os seguintes elementos: a incompetência corrupta do governo do Fatah; o cruel bloqueio à circulação de bens e pessoas imposto por Israel; e a opção, tomada por EUA e União Europeia, de ignorar diplomaticamente o Hamas e fortalecer a ANP.

5 - (ESAF/ANA/2009) Em relação ao texto abaixo, assinale a opção incorreta.

O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição das águas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações de tratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em razão dos altos investimentos iniciais necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altos custos operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos têm incentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de Serviços em ETE, como os Estados Unidos e países da Comunidade Europeia. No Brasil, o problema de viabilidade econômica do investimento público torna-se ainda mais agudo, devido à elevada parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a água de qualidade também é um fator de exclusão social, uma vez que a população de baixa renda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade para beber ou até mesmo de pagar assistência médica para remediar as doenças de veiculação hídrica, decorrentes da ausência de saneamento básico.

(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp)

- A forma verbal “têm”(ℓ. 5) está no plural porque concorda com “os países desenvolvidos”.

ITEM CERTO

Comentários.

As questões que tratam deste assunto também costumam explorar os termos com os quais o verbo realiza a concordância. Para não errar, sempre retorne ao texto e identifique o sujeito da construção, verificando, por conseguinte, se houve a correta indicação pelo examinador.

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Até por estarem bem próximos, foi fácil identificar os termos da oração. O sujeito “os países desenvolvidos” foi corretamente indicado pelo examinador e, para concordar com o núcleo, representado por um substantivo plural, o verbo foi adequadamente flexionado (têm).

CONCORDÂNCIA COM O VERBO HAVER

6 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Com base no texto, analise a assertiva a seguir.

1. É certo que houve expansão da frota, tanto de carros,

como de caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco

para explicar a verdadeira chacina na malha rodoviária

a que o país parece assistir de braços cruzados.

5. Cabe boa parte da culpa aos motoristas. Quem

viaja pelas estradas brasileiras não precisa ir longe

para constatar verdadeiros descalabros. Motoristas

dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta

de responsabilidade: trafegam em alta velocidade,

fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo

10. acostamento, usam faróis altos e frequentemente

dirigem alcoolizados.

(Estado de Minas, Editorial, 6/1/2009.)

- A forma verbal “houve” é impessoal e a oração da qual ela constitui o núcleo do predicado não tem sujeito.

ITEM CERTO

Comentário.

Está perfeita essa afirmação. No sentido de “existência”, o verbo HAVER é impessoal, ou seja, não tem sujeito (em outras palavras, não existe uma “pessoa” com quem tenha de concordar) e, por isso, fica sempre na 3a pessoa do singular (sem flexão). Esse é um dos casos de “oração sem sujeito”.

Tudo o que se lhe segue exerce a função sintática de OBJETO DIRETO.

Veja a próxima questão, que, a partir de uma excelente questão da ESAF, aprofunda ainda mais essa análise.

7 - (ESAF/AFRF/2002-2) Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.

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- Importância especial têm os princípios gerais do direito no suprimento das chamadas lacunas (se é que as hão) de direito. Ferrara, por exemplo, rechaçava a idéia de lacunas de direito, posto que, a seu sentir, não há lacunas e, sim, defeitos da lei.

ITEM ERRADO

Comentário.

Para começar, vejamos uma inversão dos termos da oração que poderia ter confundido alguns candidatos: o sujeito do verbo TER é “os princípios gerais do direito”. Por isso, o verbo foi corretamente flexionado no plural (“Eles – os princípios gerais do direito – têm importância especial...”). O erro não estava nessa passagem.

Como vimos na questão anterior, o verbo haver, na indicação de existência, é impessoal e, por isso, permanece na 3ª pessoa do singular. O que lhe segue exerce a função sintática de objeto direto e, por isso, não exerce influência sobre a flexão verbal. Nesta acepção, independentemente do número em que se apresente o complemento verbal (singular ou plural), o verbo haver fica no singular por ser impessoal.

A expressão entre parênteses equivale a “se é que existem lacunas”. O substantivo “lacunas” foi trocado pelo pronome oblíquo as e o verbo utilizado foi, em vez do verbo existir, o haver, na 3ª pessoa do singular, obrigatoriamente. Com isso, a construção correta deveria ter sido ‘se é que as há’ (= “se é que há lacunas”).

Além desse erro, há outro: a locução conjuntiva ‘posto que’ foi utilizada fora de seu sentido original, que é concessivo, equivalente a ‘embora’, ‘ainda que’, mas esse é assunto de outra aula.

8 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006 - adaptada)

Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção gramaticalmente correta.

a) Como os portugueses já possuíam experiência no cultivo do açúcar em grande escala nas ilhas do Atlântico, a junção desse conhecimento técnico dos portugueses com a capacidade de transporte dos holandeses na Europa permitiriam a produção do açúcar em larga escala no Brasil.

b) O principal problema para essa expansão seria a mão-de-obra, pois não haviam na colônia e o transporte de Portugal era economicamente inviável.

c) Na expansão da plantação do açúcar no Brasil, Portugal utilizou-se, inicialmente, do trabalho de índios escravizados. Mas o sistema de monopólio da produção do açúcar entraram em decadência com o início da produção nas ilhas das Antilhas, fazendo com que o preço do produto caísse.

d) A necessidade política de colonização das terras e a ausência de mão-de-obra excedente na Península Ibérica, na época, levaram Portugal a optar pela introdução da mão-de-obra escrava africana (negra).

(Sidnei Machado .http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/ article/viewPDFInterstitial/1766/1463)

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Gabarito: D

Comentário.

ACORDO ORTOGRÁFICO: Segundo novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, não existe mais hífen na palavra “mão de obra”.

Na opção considerada correta, temos um exemplo de SUJEITO COMPOSTO ANTEPOSTO ao verbo, caso em que a concordância gramatical é obrigatória.

Em “A necessidade política de colonização das terras e a ausência de mão-de-obra excedente na Península Ibérica, na época, levaram Portugal a optar pela introdução da mão-de-obra escrava africana (negra).”, são dois os núcleos do sujeito: necessidade e ausência.

Então, o verbo não tem saída: levaram. Perfeito!

Em relação às opções incorretas, vamos começar pela B.

b) O verbo HAVER, no sentido de existência, é impessoal. Assim, não nos interessa o número do termo que exerce a função de objeto direto – o verbo sempre vai ficar na 3ª pessoa do singular: “O principal problema para essa expansão seria a mão-de-obra, pois não HAVIA [mão-de-obra] na colônia...”.

Vamos observar as demais opções:

a) “...a junção desse conhecimento técnico dos portugueses com a capacidade de transporte dos holandeses na Europa ...”

Qual é o núcleo do sujeito?

Resposta: JUNÇÃO. Marque este termo.

“...a JUNÇÃO desse conhecimento técnico dos portugueses com a capacidade de transporte dos holandeses na Europa permitiriam a produção do açúcar em larga escala no Brasil.”

E agora, percebeu o problema de concordância? O verbo PERMITIR deve concordar com o núcleo do sujeito – JUNÇÃO – permanecendo no singular:

“...a JUNÇÃO desse conhecimento técnico dos portugueses com a capacidade de transporte dos holandeses na Europa PERMITIRIA a produção do açúcar em larga escala no Brasil.”

c) Seguindo o mesmo esquema didático:

“Mas o sistema de monopólio da produção do açúcar entraram em decadência...” – ops... posso parar? Se o núcleo do sujeito está no singular (sistema), o verbo também deve ficar no singular: entrou.

9 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

Haverá(1) incentivo para o aprimoramento da tecnologia nacional de produção do combustível biodiesel. Para o desenvolvimento de pesquisas e processos de produção foi destinado(2) R$ 16 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Parte(3) desses recursos está sendo aplicada(4) na formação da Rede Brasileira de

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Tecnologia de Biodiesel (RBTB), formada por universidades e instituições de pesquisa de 23 estados, e no reforço de infra-estrutura laboratorial(5) para monitorar a qualidade do biodiesel.

(Adaptado de Em Questão, n. 261 - Brasília, 08 de dezembro de 2004)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

Gabarito: B

Comentário.

ACORDO ORTOGRÁFICO: Não há mais hífen em “infraestrutura”.

Vamos começar os comentários pelo gabarito da prova: B.

O que foi destinado para o desenvolvimento de pesquisas e processos de produção?

Resposta: “R$ 16 milhões”

O núcleo do sujeito está no plural, então assim deve se flexionar a locução verbal: “... foram destinados R$ 16 milhões...”.

Vemos, na opção A, uma ocorrência do verbo HAVER impessoal, no sentido de “existência”. Nesse caso, por ser impessoal (não possuir sujeito), o verbo fica na 3ª pessoa do singular, e o que se lhe segue exerce a função sintática de OBJETO DIRETO (complemento verbal) – eu sei que já disse isso, mas não custa nada “martelar” um pouquinho, acredite!

A estrutura verbal do item 4 realiza a concordância com o substantivo “Parte”, que a antecede, por isso o particípio ficou no gênero feminino e número singular (“Parte desses recursos está sendo aplicada...”). Falaremos sobre concordância com termos partitivos daqui a pouco – aguarde!

10 - (ESAF/AFC CGU/2004)

1. A felicidade, que em si resultaria de um projeto

temporal, reduz-se hoje ao mero prazer instantâneo

derivado, de preferência, da dilatação

do ego (poder, riqueza, projeção pessoal etc.)

e dos "toques" sensitivos (ótico, epidérmico,

5. gustativo etc.). A utopia é privatizada. Resume-

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se ao êxito pessoal. A vida já não se

move por ideais nem se justifica pela nobreza

das causas abraçadas. Basta ter acesso ao

consumo que propicia excelente conforto: o

10. apartamento de luxo, a casa na praia ou na

montanha, o carro novo, o kit eletrônico de

comunicações (telefone celular, computador

etc.), as viagens de lazer. Uma ilha de prosperidade

e paz imune às tribulações circundantes

15. de um mundo movido a violência. O Céu na

Terra – prometem a publicidade, o turismo, o

novo equipamento eletrônico, o banco, o cartão

de crédito etc.

(Frei Betto)

Em relação às estruturas e às idéias do texto, analise a assertiva a seguir.

- A forma verbal “prometem”(l.17) está no plural para concordar com “tribulações”(l.15).

ITEM ERRADO

Comentário.

O verbo realiza a concordância gramatical, ou seja, com todos os elementos que se seguem a ele: “... prometem a publicidade, o turismo, o novo equipamento eletrônico, o banco, o cartão de crédito etc.”.

O autor deu preferência a essa forma de concordância para destacar os diversos elementos que compõem o sujeito.

Também estaria gramaticalmente correta a forma “promete”, realizando a concordância com o elemento mais próximo: “a publicidade” - concordância atrativa.

11 - (ESAF/SUSEP – Agente Executivo/2006)

1. Na compreensão marxista de Estado, esse é um

mecanismo controlador dos cidadãos comuns, das

relações de propriedade, do regime de alternância dos

seus poderes políticos. É a concepção ideológica e

5. econômica do Estado que determina a concentração

de riqueza material e espiritual nas mãos de poucos

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e condena a maioria da população à pobreza material

e a sobreviver sem escolas, sem instrução que lhes

possibilite ascensão social e sem educação que lhes

10. permita sair da dependência da elite dominadora. Esse

conceito tem caráter trágico e escatológico, pois prega

o fim do Estado como único modo de se construir uma

sociedade materialmente justa.

(Oscar d’Alva e Souza Filho)

Analise a assertiva a seguir.

- No emprego de ambos os pronomes “lhes” (l.8 e 9) foi aplicada a concordância figurada ou irregular, aquela que se faz com a idéia subentendida, e não com a forma da palavra.

ITEM CERTO

Comentário.

Agora, o examinador nos apresenta a CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA, aquela que se faz não necessariamente com o elemento gramatical, mas com a idéia que ele apresenta.

Vamos relembrar a passagem do texto em análise:

É a concepção ideológica e econômica do Estado que determina a concentração de riqueza material e espiritual nas mãos de poucos e condena a maioria da população à pobreza material e a sobreviver sem escolas, sem instrução que lhes possibilite ascensão social e sem educação que lhes permita sair da dependência da elite dominadora.

As duas passagens do pronome oblíquo se referem a “a maioria da população”, estrutura em que todos os elementos (maioria / população) se encontram no singular.

Contudo, para enfatizar o grande número de pessoas atingidas, realizou-se a concordância com a ideia, levando os pronomes ao plural (“... sem instrução que lhes possibilite ascensão social e sem educação que lhes permita sair da dependência da elite dominadora...”).

O nome desse fenômeno é SILEPSE DE NÚMERO (singular x plural). Silepse é uma figura de linguagem em que a concordância das palavras se faz com a ideia e não de acordo com as regras da sintaxe (relação entre as palavras).

Além de número, a silepse também pode ser de:

- gênero: “V.Sa. (feminino) foi extremamente injusto (masculino) comigo.”;

- pessoa: “Os brasileiros (3ª pessoa) somos (1ª pessoa) muito subservientes.”

- número e gênero, simultaneamente: “Eis que começa a gente do mar (feminino, singular) a queixar-se e dar culpas a quem os (masculino, plural)

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fizera navegar.” (Fr. Luís de Sousa, História de S. Domingos, I, p. 207, apud Aurélio);

Esse é um recurso estilístico válido e, portanto, correto.

12 - (ESAF/AFC CGU/2004)

Julgue se o trecho do texto abaixo foi transcrito de forma gramaticalmente correta.

- No âmbito internacional, as taxas fixas (mas ajustáveis) de câmbio e as limitações aos movimentos internacionais de capitais de curto prazo impedia a transmissão de choques causadores de instabilidade às taxas de juros domésticas.

ITEM ERRADO

Comentário.

Mais um caso de concordância com sujeito composto anteposto ao verbo.

Os núcleos são: taxas e limitações e, por terem sido apresentados antes do verbo, obriga que este realize a concordância gramatical: impediam.

13 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

A história do petróleo no Brasil, dos primeiros passos até este (1) novo degrau, que é a conquista da auto-suficiência, não tem nome ou fisionomia particular. Pertence, na verdade, a todos os (2) brasileiros e administradores que acreditaram na possibilidade de o nosso país desenvolver o seu setor de petróleo com competência e talento. Ela foi escrita, capítulo a(3) capítulo, por valorosos trabalhadores de várias categorias, do técnico de ponta ao mais modesto operário, e não somente(4) por esses, que labutam na linha de frente, nos trabalhos de pesquisas e análises, como também, com igual dedicação e entusiasmo, pelos que lhe(5) dão suporte, na retaguarda, inclusive no plano administrativo, essencial quando eficiente.

(Joel Mendes Rennó, Jornal do Brasil, 19/04/2006)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

Gabarito: E

Comentário.

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ACORDO ORTOGRÁFICO: Registra-se, agora, “autossuficiência”, sem hífen.

Como o referente do pronome oblíquo se encontra tão distante, como veremos, pode ter sido bem difícil perceber o erro de concordância dessa questão.

Vejamos a passagem que nos interessa.

“Ela foi escrita, capítulo a capítulo, por valorosos trabalhadores de várias categorias, do técnico de ponta ao mais modesto operário, e não somente por esses, que labutam na linha de frente, nos trabalhos de pesquisas e análises, como também, com igual dedicação e entusiasmo, pelos que lhe dão suporte...”

O pronome oblíquo está se referindo aos “trabalhadores que labutam na linha de frente”. Por isso, deveria estar no plural – “... como também, com igual dedicação e entusiasmo, pelos que lhes dão suporte...”.

Excelente questão.

14 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro gramatical.

a) O problema do Brasil é, desde a primeira assembléia constituinte, de 1823, o da descentralização do poder. O absolutismo de Pedro I levou à resistência das jornadas de abril de 1831 e à abdicação do imperador.

b) Com o Ato Adicional, de 1834, tentou-se amenizar o domínio de São Paulo e da cidade do Rio de Janeiro sobre o Império, o que foi contido pela regulamentação de Araújo Lima. A inteligência arguta de Tavares Bastos denunciou os abusos da centralização em 1860, e o Manifesto Republicano, dez anos depois, inicia-se com a reivindicação federalista.

c) Nunca é demais repetir que durante três décadas seguidas, a partir de 1817, em Pernambuco, até 1848, na mesma Província, brasileiros de todas as regiões foram compelidos a lutar pela autonomia provincial – e essa necessidade o obrigou a retomar as armas, no período republicano, na Revolução Federalista do Rio Grande do Sul, em 1893.

d) A rebelião gaúcha foi derrotada pelas tropas federais enviadas por Floriano, apesar da bravura de seus combatentes e da força doutrinária de Gaspar da Silveira Martins. A questão federalista voltou, em seguida, ao fermentar a Guerra do Condestado, iniciada entre Paraná e Santa Catarina.

e) Essa guerra converteu-se em um dos mais importantes conflitos sociais do Brasil, entre 1911 e 1916, contribuiu para as rebeliões militares dos anos 20 e desembocou na Revolução de 30 – esta claramente contra os interesses hegemônicos de São Paulo.

(Adaptado de Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 10/03/2006) Gabarito: C

Comentário

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Devemos resolver questões como essa – que envolvem diversos aspectos gramaticais – como se estivéssemos “pisando em ovos”, pois o examinador não indicou qual seria o erro da questão. Poderia ter sido, dentre outros aspectos, ortografia, pontuação, crase ou, como foi o caso, concordância.

Vamos reler a passagem que nos interessa.

“Nunca é demais repetir que durante três décadas seguidas, a partir de 1817, em Pernambuco, até 1848, na mesma Província, brasileiros de todas as regiões foram compelidos a lutar pela autonomia provincial – e essa necessidade o obrigou a retomar as armas...”

Pergunto: quem foi obrigado a retomar as armas?

Resposta: Os brasileiros de todas as regiões!!!

Mais uma vez, houve erro na flexão do pronome oblíquo, que deve concordar em gênero (se for o caso) e número com o substantivo a que se refere.

Corrigida, a passagem seria:“... e essa necessidade os [= os brasileiros] obrigou a retomar as armas...”.

Cuidado com a pressa na leitura. Como disse, faça com o cuidado de estar pisando em um terreno cheio de ovos...rs...

15 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Um funcionário escreveu, em um documento oficial, o trecho:

“É inquestionável o estrito cumprimento da legalidade

nos procedimentos licitatórios e a execução de

3. contratos – ceara em que existem normas que regram

as aquisições financiadas com recursos públicos,

sobre os quais recai necessariamente a fiscalização da

6. destinação que lhes tenham sido dadas.”

Ao revisar o documento, percebeu que o trecho continha erros gramaticais. Das cinco alterações que fez para eliminar os erros, uma transformou uma expressão gramaticalmente correta em errada. Em que opção isso aconteceu?

a) Retirou o plural do pronome “lhes”(ℓ.6): lhe

b) Trocou a grafia de “ceara”(ℓ.3) para seara.

c) Inseriu a preposição “em”, na linha 3, do que resultou a expressão: e na execução.

d) Passou o verbo “tenham”(ℓ.6) para o singular: tenha.

e) Eliminou o plural de “dadas”(ℓ.6): dada.

Gab. A

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Comentários.

O erro está na substituição indicada pela opção A. O pronome “lhes” substitui o termo “recursos públicos” e, por isso, deve ficar no plural. A troca provoca erro gramatical.

As demais correções estavam certas. Observe as substituições dos itens “d” e “e”, que envolvem os aspectos de concordância. A construção é passiva, tendo por sujeito paciente o substantivo “destinação”. Assim, tanto o verbo TER quando o adjetivo correspondente devem concordar com este substantivo: “... DESTINAÇÃO que lhes [= aos recursos públicos] tenha sido DADA”.

Ótima questão de prova.

16 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Assinale a proposição verdadeira a respeito dos elementos linguísticos e dos efeitos de sentido do trecho.

1. Qual a razão da pujança do Estado de São Paulo? Entre

as diversas razões que explicam o desenvolvimento de

São Paulo, talvez a mais significativa seja o conjunto

de imigrações e migrações que povoaram o estado.

A partir de 1887, só pela Hospedaria do Imigrante

5. – conjunto de alojamentos em São Paulo – passaram

perto de 3 milhões de pessoas. Qual era o diferencial

desses imigrantes? Era que, apesar de pobres,

carregavam culturas milenares que lhes possibilitaram

trabalhar e crescer socialmente. E, finalmente, vieram

10. os migrantes nordestinos, castigados pelo clima e

pelos coronéis, que encontraram em São Paulo o

seu ganha-pão. Tudo isso, mesclado às populações

indígenas nativas e aos escravos africanos, formou

uma população mestiça que se chama hoje de paulista,

15. ou melhor, o brasileiro de São Paulo.

(Alberto Goldman, Correio Braziliense, 9/2/2009, 13.)

- Reescreve-se com correção gramatical o seguimento das linhas 10 a 13: “... vieram os migrantes nordestinos que, castigados pelo clima e pelos coronéis, encontraram em São Paulo o seu ganha-pão.”

ITEM CERTO

Comentário.

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Essa questão foi colocada aqui para um momento de descontração: cochilou, o cachimbo caiu!

Nessa mesma prova, que apresentou questões tão boas quanto a anterior, encontramos um erro crasso de ortografia. Observe que a banca escreveu “seguimento” (ato de seguir, dar sequência) no lugar de “segmento” (parte de um todo, seção). Por causa dessa “mancada”, teve de anular a questão 19 de sua prova (que trazia este item como CORRETO).

Passando ao largo desse erro de enunciado, vemos que a substituição proposta pelo examinador, além de manter os aspectos referentes à concordância, eliminaria possível ambiguidade, já que, na construção original, poderíamos entender que o pronome relativo “que”, da passagem “que encontraram em São Paulo o seu ganha-pão”, estaria se referindo a “coronéis”, e não a “migrantes nordestinos”.

Agora, cá entre nós, isso é erro que se cometa, Dona ESAF?...rs... Puxa vida!!!

17 - (ESAF/SEFAZ CE/2007)

Foram introduzidos erros morfossintáticos, de pontuação e/ou de falta de paralelismo em artigos do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará. Analise o item a seguir.

- É dever de o funcionário atender, nos prazos que lhe for definido por lei ou regulamento, os requerimentos de certidões para defesa de direitos e esclarecimentos de situações.

ITEM ERRADO

Comentário.

Há vários problemas. Para começar, o substantivo “funcionário” não exerce a função de sujeito do verbo ATENDER, que está na forma IMPESSOAL (conceito genérico, abstrato, equivalente ao “ato de atender”): “Atender os requerimentos de certidões para defesa de direitos e esclarecimentos de situações (SUJEITO ORACIONAL – será estudado mais adiante) é dever DO funcionário.”

Feita essa primeira correção, a construção seria: “É dever do funcionário atender, nos prazos que lhe [ao funcionário – singular] for definido por lei ou regulamento...”.

Um alerta: sempre tome bastante cuidado quando um pronome oblíquo (especialmente “o/a/os/as/lhes”) anteceder um verbo. Procure identificar a qual elemento o pronome se refere (é com ele que o pronome deve concordar). Verifique também qual é o sujeito do verbo que vem em sua sequência. Pode ocorrer de esse pronome no plural “mascarar” uma flexão indevida do verbo: “A retórica de que os políticos se utilizam os fazem mais sérios do que eles são.”.

Será que você se deixou levar pelo pronome? Será que acertou? O pronome oblíquo “os” se refere a “políticos” – até aqui, tudo bem. O problema é que o sujeito de FAZER tem seu núcleo em “retórica” – singular. Então, o correto seria: “A retórica de que os políticos se utilizam OS FAZ mais sérios do que eles são.”.

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Causou estranheza, sobretudo, por estar o verbo no meio de diversas palavras no plural, mas está correto!

O que nos interessa agora é a construção “nos prazos que lhe for definido por lei ou regulamento”.

Primeiramente, vejamos qual é o sujeito do verbo SER: o que seria definido por lei ou regulamento?

Resposta: “os prazos”.

Então, o verbo SER, no futuro do subjuntivo, e o particípio “DEFINIDO” devem concordar com o núcleo “PRAZOS”: “... nos prazos que FOREM definidos por lei...”.

Note que não há necessidade alguma daquele pronome oblíquo (lhe), pois o verbo é TRANSITIVO DIRETO, e não haveria nenhuma função a ser exercida por este pronome. Veja: “lei ou regulamento definem os prazos” = “os prazos são definidos por lei ou regulamento” “... nos prazos que forem definidos por lei ou regulamento”. Onde fica o “lhe”? Em lugar algum!

Assim, a construção correta seria: “É dever do funcionário atender, nos prazos que FOREM DEFINIDOS por lei ou regulamento, ...”.

18 - (ESAF/SEFAZ CE/2007)

Os fragmentos a seguir reproduzem parcialmente o texto de um recurso contra a avaliação de uma prova discursiva.

Julgue o fragmento a seguir em relação às normas do padrão formal escrito da língua portuguesa.

- Diante disso, requeiro seja revisto os valores retirados pelos erros apontados no segundo e terceiro parágrafo da dissertação, que não podem ser tão graves a ponto de retirar da nota penalização tão alta de dois pontos e meio.

ITEM ERRADO

Comentário.

Merece destaque a conjugação escorreita (vocês vão encontrar diversas vezes esse adjetivo nas provas da ESAF – significa “correta”) do verbo REQUERER. Este não é derivado do verbo QUERER, apesar de haver coincidência em algumas conjugações. Na 1ª pessoa do singular, do presente do indicativo, o correto é mesmo “requeiro”.

Começou acertando, mas derrapou logo em seguida.

Pergunto: O que peço que seja revisto?

Resposta: “Os valores retirados pelos erros apontados...”

Então, devemos flexionar os elementos do predicado: “... sejam revistos os valores...”.

A flexão do substantivo “parágrafo” é facultativa. Pode concordar com todos os elementos ou apenas com o último (segundo e terceiro parágrafo / parágrafos).

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Por fim, uma curiosidade em relação ao emprego de palavras: penalizar tanto pode significar “causar dó, pena, desgosto”, quanto “apenar, infligir pena” (fonte: Aurélio Eletrônico).

19 - (ESAF/SEFAZ CE/2007 - adaptada)

Aponte o período no qual a concordância verbal e/ou nominal segue o padrão culto do idioma escrito.

a) Para o europeu, o Renascimento é um período de transição e compromisso. Resultado de lenta evolução, ele rompe os valores, ideais e instituições que deram origem à civilização ocidental e cristã do tipo medieval, sem interrupção e quebra de continuidade histórica.

b) Caracterizam esse período histórico como de compromisso entre o medieval e o moderno um predomínio de interesses que até então havia desempenhado papel secundário na vida da Europa Ocidental: interesse pelo indivíduo e sua vida terrena.

c) Embora os fundamentos econômicos da civilização medieval continuasse sendo a posse e o cultivo da terra, a economia rural passa a oferecer um excedente de produção capaz de fomentar um início de troca comercial que vai se intensificar e tornar-se internacional e marítimo.

d) Desde o fim da Idade Média é perceptível as transformações que atingem as relações humanas básicas nos centros de atividades comerciais que começam a aparecer nas cidades.

e) Desenvolvem-se, entre a classe dos senhores e servos, uma nova camada social – a burguesia, que agrupa comerciantes, artesãos livres e funcionários públicos para os quais não haviam funções reconhecidas na sociedade dual da Idade Média.

(Casemiro dos Reis Filho, O transplante da educação européia no Brasil. Em Saviani, D.(org.) Intelectual, Educador, Mestre: presença do professor Casemiro dos Reis Filho na educação brasileira. Campinas/SP: Autores Associados, 2003, 55/56.)

Gabarito: A

Comentário.

Essa questão foi anulada por erro no enunciado. O que o examinador buscava era a opção que seguisse o padrão culto, mas o enunciado original era “Aponte o período no qual a concordância verbal e/ou nominal NÃO segue o padrão culto do idioma escrito”. Comeu mosca e não teve como não anular a questão.

Todas as opções, exceto a de letra A, apresentam erros de concordância. Vejamos:

B) "CARACTERIZAM esse período histórico como de compromisso entre o medieval e o moderno UM PREDOMÍNIO de interesses..."

O núcleo do sujeito é PREDOMÍNIO. Assim, o verbo CARACTERIZAR deve com este elemento concordar: "Caracteriza (...) um predomínio de interesses...".

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C) "Embora OS FUNDAMENTOS econômicos da civilização medieval CONTINUASSE sendo a posse e o cultivo da terra..."

O núcleo do sujeito está representado por FUNDAMENTOS. Assim, o verbo auxiliar da locução verbal deveria estar flexionado no plural - CONTINUASSEM SENDO.

D) "Desde o fim da idade média É PERCEPTÍVEL AS TRANSFORMAÇÕES que atingem as relações humanas básicas..."

Como a construção possui o substantivo plural TRANSFORMAÇÕES na função de núcleo do sujeito, tanto o verbo quanto o adjetivo correspondente devem se flexionar: "SÃO PERCEPTÍVEIS AS TRANSFORMAÇÕES". Notam-se, portanto, erros de concordância nominal e verbal.

E) "Desenvolvem-se, entre a classe dos senhores e servos, uma nova CAMADA social..."

O sujeito da oração é "UMA NOVA CAMADA SOCIAL". Desse modo, o verbo deve ser conjugado no SINGULAR - "DESENVOLVE-SE (...) UMA NOVA CAMADA SOCIAL".

Além desse erro, verifica-se, também, a flexão INDEVIDA do verbo HAVER, impessoal por apresentar o sentido de existência na passagem: "... para os quais não HAVIAM funções reconhecidas na sociedade dual da Idade Média". O correto seria "... para os quais não HAVIA funções reconhecidas...".

Verbo HAVER no sentido de existência fica sempre na 3ª pessoa do singular, pois não possui sujeito.

20 - (ESAF/AFC CGU/2006) Julgue os itens a seguir.

a) A taxa de analfabetismo para pessoas de 10 anos ou mais caiu de 12,3% para 10,4% entre 1999 e 2004 e o nível de escolarização de crianças e adolescentes aumentaram.

b) De 2003 para 2004, as condições de habitação melhoraram segundo todos os indicadores de serviços de utilidade pública analisado. Houve crescimento do número de domicílios atendidos por esgoto sanitário (3,5%), abastecimento de água (3,4%), coleta de lixo (2,7%) e eletricidade (2,9%).

ITENS ERRADOS

Comentário.

a) O que aumentou? Resposta: o nível de escolarização de crianças e adolescentes.

Você se lembra de um desenho animado cujo personagem ficava repetindo o tempo todo: “Eu disse, não disse? Mas eu disse, não disse?”. Acho que era um carrinho ou uma moto... sei lá... Pois é, acabei de me lembrar dele, sabe por quê?

Porque, exatamente como avisei que seria, o examinador tratou de separar bastante o núcleo do sujeito do verbo correspondente, intercalando elementos em número diverso daquele. Resultado: fica difícil perceber o erro de concordância. O núcleo é “nível”. Então, o verbo fica no singular: aumentou.

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b) Agora, o problema é de concordância nominal. A que termo se refere o vocábulo “analisado”? Refere-se à estrutura “os indicadores de serviços de utilidade pública”. Como o substantivo principal está no plural, também deve ser flexionado o particípio: “indicadores (...) analisados”.

21 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial do Correio Braziliense de 7/1/2009. Analise a opção abaixo.

- A história se repete com monotonia. Ano após ano, o balanço de acidentes nas estradas registram números ascendentes. Neste fim de 2008 e início de 2009, o enredo não mudou.

ITEM ERRADO

Comentário.

Uma técnica das bancas, especialmente da ESAF, é inserir, entre o núcleo do sujeito e o verbo, elementos em número diferente do apresentado pelo primeiro. Essa questão retrata bem isso. Em “Ano após ano, o balanço de acidentes nas estradas...”, o núcleo é BALANÇO. Contudo, surgem, logo após este substantivo (que está no singular), elementos no plural. Em seguida, o verbo é apresentado indevidamente no plural. Com a pressa em resolver a questão, o erro passa facilmente despercebido. O verbo deveria estar no SINGULAR: “... o balanço de acidentes (...) REGISTRA números ascendentes.”.

22 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

Assinale a opção que apresenta erro gramatical.

a) Ao longo dos séculos, a política tem sido considerada, pelos economistas e pelos militares, fator de perturbação da paz e da ordem.

b) Nos governos, e isso tem sido vezo histórico, os economistas pregam a austeridade, combatem a solidariedade para com os mais pobres, defendem a idéia de que o êxito é destinado aos mais dotados, pela natureza e pela posição social.

c) Mas se um governo universal, com o consentimento de todos os seres humanos, parecem utópicos, o governo imperial é experiência histórica repetida e sofrida.

d) Impérios sempre os houve, da mesma forma que houve rebeliões dos dominados. Quase sempre, a humanidade conseguiu impedir um império que fosse universal.

e) Houve sempre duas potências maiores, em cada tempo, que disputaram a hegemonia, e isso permitiu às nações suportar, fosse pela esperança, fosse pela mútua contenção, a submissão permanente e completa a um ou outro centro do poder.

(Adaptado de Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 11/03/2006)

Gabarito: C

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Comentário.

Mudança ortográfica: não há acento agudo na palavra “ideia” (opção B).

Novamente, a pegadinha clássica da ESAF – separar o núcleo do sujeito do verbo por elementos em número diverso daquele termo.

“Mas se um GOVERNO UNIVERSAL [marque este elemento de alguma forma: sublinhe, desenhe uma bomba, uma caveira, um macaco....qualquer coisa!!!], com o consentimento de todos os seres humanos, parecem utópicos,...”

O que parece utópico? Resposta: “um governo universal”. Então, não deveriam ter sido flexionados verbo e o adjetivo: “... um governo universal (...) parece utópico...”.

Note, também, o emprego impessoal do verbo HAVER nas opções D e E:

d) “Impérios sempre os houve...” – o pronome oblíquo foi usado de forma pleonástica por estilo – provocar um reforço à passagem. Como o verbo haver é transitivo direto, a substituição do termo pelo pronome oblíquo foi perfeita, e a não-flexão verbal também! O corretor do Word teria “levado bomba” nessas provas, pois assinala com verde várias construções corretas, indicando, assim, erros gramaticais que não existem.

e) “Houve sempre duas potências maiores...” – perfeito também!

Ah... e o que é “vezo”, da opção B? É um costume vicioso e reprovável ou, mais modernamente, um costume, um hábito (pura e simplesmente). Nunca deixe passar uma palavra desconhecida – vai que ela cai na sua prova. Não tenha preguiça nem orgulho besta – consulte o “pai dos burros” (...rs...).

A seguir, uma novidade nas últimas provas da ESAF – análise da concordância associada à referência textual (falaremos muuuuuito sobre referência na aula sobre PRONOMES).

CONCORDÂNCIA COM PRONOMES RELATIVOS

23 - (ESAF/ AFRF / 2005)

1. IBGE e BNDES mostraram que a desesperança nas cidades pequenas empurra a força de trabalho para as médias, que detêm maior dinamismo econômico. A carga da pesada máquina administrativa das pequenas “cidades mortas” é paga pelas verbas federais do Fundo de Participação dos Municípios. A economia local nesses municípios, 5. como o IBGE também já mostrou, é dependente da chegada do pagamento dos aposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social. O seminário “Qualicidade”, por sua vez, confirmou que a favelização é produto de “duas ausências”, a do crescimento econômico e a de política urbana.

(Gazeta Mercantil, 17/10/2005, Editorial)

Em relação ao texto, analise os itens abaixo.

I - A forma verbal “detêm” (l.2) está no plural para concordar com “cidades pequenas” (l.2).

II - A expressão “é paga” (l.3) concorda com “máquina administrativa” (l.4).

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ITENS ERRADOS

Comentário.

I – Pronome relativo é assim chamado por fazer referência a algum outro termo (substantivo, pronome substantivo, oração substantiva) já mencionado anteriormente (chamado de ANTECEDENTE ou REFERENTE).

O pronome relativo dá início a uma oração que atribui a esse antecedente uma característica, um estado ou uma condição. Por esse motivo, a oração iniciada pelo pronome relativo é uma oração subordinada adjetiva. Assim, concluímos que SEMPRE UM PRONOME RELATIVO DÁ INÍCIO A UMA ORAÇÃO ADJETIVA.

Para respeitar as regras de concordância, deve-se observar a qual termo o pronome relativo está se referindo, e com ele será feita a concordância verbal.

Assim, o sujeito sintático do verbo é o pronome relativo, mas o sujeito semântico é o termo a que ele se refere.

“... a desesperança nas cidades pequenas empurra a força de trabalho para as médias, que detêm maior dinamismo econômico.”

O verbo está corretamente no plural, mas para realizar a concordância com “médias [cidades]”. É a esse elemento que se refere o pronome relativo.

Está incorreta, portanto, a afirmação de que a flexão verbal se deve ao referente “cidades pequenas”.

II – O segmento em análise é:

“A carga da pesada máquina administrativa das pequenas “cidades mortas” é paga pelas verbas federais do Fundo de Participação dos Municípios.”

O núcleo do sujeito é CARGA, e com ele concorda o predicado nominal “é paga”, e não com “máquina administrativa”.

24 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Os trechos abaixo constituem sequencialmente um texto adaptado do Editorial do Correio Braziliense de 6/1/2009. Assinale a opção em que o segmento está gramaticalmente correto.

a) Antes dos conflitos, Gaza estava estrangulada. Sitiada entre o mar e o muro construído por Israel (que controlam entradas e saídas de pessoas e produtos), a estreita faixa depende totalmente de Telavive.

b) Também inútil foram às resoluções da ONU, sistematicamente desrespeitadas ao longo de sessenta anos. No meio do tiroteio, milhões de inocentes. Eles pagam a conta de outros.

c) A resposta desproporcional já fez centenas de mortos e milhares de feridos entre os civis. No vácuo da transição de governo nos Estados Unidos e dos feriados de fim de

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ano, os países da Europa faz tentativas de obter trégua afim de abrir espaço para a diplomacia.

d) Representantes do Hamas aceitaram ir ao Egito para negociar uma solução. Até agora as iniciativas foram inútil.

e) O bloqueio de dezoito meses escasseou alimentos, agasalhos, remédios. O cessar-fogo, que previa o levantamento do cerco, não obteve êxito. Essa a razão, segundo o Hamas, grupo que controla Gaza, de romper a trégua com lançamento de foguetes contra o país vizinho.

Gab. E

Comentário.

O único item totalmente correto era a opção E. Vejamos o erro das demais opções.

a) O pronome relativo “que”, na oração adjetiva “que controlam entradas e saídas de pessoas e produtos”, retoma o antecedente “Israel”. Por isso, o verbo CONTROLAR deveria estar no singular, e não no plural. Erro de concordância.

b) O adjetivo “inútil” refere-se a “resoluções”, devendo se flexionar no plural para concordar com aquele termo. Além disso, não há justificativa para o emprego do acento grave em “às resoluções da ONU”, sujeito da construção.

c) O erro de concordância deste item ficou bem nítido em função da proximidade do verbo com o sujeito correspondente: “os países da Europa FAZ tentativas...”?!!? Não preciso comentar, não é? Então, vamos verificar a grafia de “afim”.

O vocábulo AFIM é um adjetivo e, como palavra variável que é, pode ir para o plural – afins. Significa “semelhante, similar”. Tem relação com a palavra AFINIDADE: “As pessoas afins ligam-se em grupos.”.

Já a palavra FIM (= finalidade) forma a locução prepositiva A FIM DE, no sentido de “com a finalidade de”, “com o propósito de”: “Deixou sua sogra em casa a fim de passar um fim de semana sossegado com a esposa.”.

Há também a expressão “a fim”, usada coloquialmente no sentido de “disposto”, “interessado”: “Vou ao cinema. Você está a fim?”.

No texto, deveria ter sido usada esta forma: “... os países da Europa faz tentativas de obter trégua A FIM DE (= COM A FINALIDADE DE) abrir espaço para a diplomacia”.

O emprego de uma forma no lugar de outra constitui erro muito comum em provas – cuidado!

d) Mais uma vez, o examinador recai no erro de concordância em predicados nominais com o adjetivo “inútil” – ficou fácil assim, não é? “As iniciativas” foram INÚTEIS.

25 - (ESAF/AFC STN / 2008)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

Passaram-se(1) anos até que a América do Sul pudesse livrar-se(2) das ditaduras que dominaram o continente, sobretudo na segunda metade do século 20. O custo foi alto,

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com opressão e mortes. Por isso, faz sentido o apoio que nove presidentes de países do bloco, reunidos em Santiago do Chile, na primeira cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), deram ao(3) governo Evo Morales, legitimamente eleito e confirmado em um referendo(4) popular realizado há pouco tempo. Tirando os exageros antiimperialistas do coronel Hugo Chávez – que procura enxergar nos levantes bolivianos o dedo da política externa americana como forma de capturar a crise para a própria agenda e, com isso, livrar-se do isolamento – os mandatários souberam manter o tom de diálogo que utilizou(5) para a transição em seus países na hora de apoiar o colega andino.

(Adaptado de O Globo, 17 de setembro de 2008, Editorial)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

Gabarito: E

Comentário.

ACORDO ORTOGRÁFICO: Com o Acordo, emprega-se hífen, também, quando houver coincidência de vogais ou consoantes entre o fim do prefixo e o início do segundo elemento. Por isso, agora, registra-se “anti-imperialistas”.

O pronome relativo “que” retoma o substantivo “diálogo”. Só que este exerce a função sintática de objeto direto do verbo UTILIZAR, e não a de sujeito. Identifica-se o sujeito a partir do contexto: os mandatários. Por isso, o verbo UTILIZAR deveria estar flexionado no plural: “... os mandatários souberam manter o tom do diálogo que UTILIZARAM para a transição em seus países...”.

O item 1 está correto, pois o verbo PASSAR tem como sujeito o vocábulo “anos”, tendo o pronome “se” mera função de realce (partícula de realce), sem função sintática nenhuma no período. Tanto assim que poderia ser suprimida: “Passaram anos...”. Cuidado para não confundir esse caso com os de indicação de tempo decorrido, em que, por ser impessoal, o verbo HAVER, TER ou equivalentes não se flexionam: “Faz anos que não vejo minha mãe.”. Na construção original do texto, o substantivo “anos” exerce a ação verbal de PASSAR, ao passo que na outra não existe uma ação alguma sendo praticada, apenas a indicação de decurso do tempo.

26 - (ESAF/ANEEL Especialista/2006)

1. A idéia é a de que a institucionalização da raça como

categoria possuidora de direitos e oportunidades

sociais, negada pelos processos de exclusão

racial, resultaria na construção jurídica de um país

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5. racialmente apartado, contrário a sua suposta

vocação a-racial. Como foi possível que essa

ideologia a-racial tão decantada por especialistas

conformasse uma sociedade que é alva em todas

as suas dimensões de poder, riqueza e prestígio e

10. escura nas suas instâncias de pobreza e indigência

humana? O país real jamais amedrontou as elites

políticas e intelectuais. Elas jamais enxergaram

nele uma ameaça. O seu discurso nunca pôs em

questão a sua imperiosa necessidade de romper

15. com o exclusivismo da supremacia branca como

condição para a desracialização da sociedade.

(Adaptado de Sueli Carneiro, O medo da raça. Correio Braziliense, 24 de abril de 2006)

Analise a seguinte afirmação a respeito do emprego dos termos e expressões do texto.

- O emprego da terceira pessoa do singular no verbo “resultaria” (l.4) é exigido pelo substantivo “idéia” (l.1).

ITEM ERRADO

Comentário.

Mudança ortográfica: não há acento agudo na palavra “ideia”.

O verbo concorda, na verdade, com “institucionalização”, e não com “ideia”.

“A idéia (*) é a de que a institucionalização da raça como categoria possuidora de direitos e oportunidades sociais, negada pelos processos de exclusão racial, resultaria na construção jurídica de um país racialmente apartado...”

Esse tipo de questão é, portanto, simples – basta prestar atenção e identificar corretamente os elementos do texto com os quais concorda o verbo.

Em tempo: não há registro formal para a expressão “a-racial”. Certamente, o autor criou esse neologismo para indicar conceito alheio a qualquer classificação ou discriminação racial.

CONCORDÂNCIA COM SUJEITO ORACIONAL

27 - (ESAF/SUSEP - Analista Técnico/2006 - adaptada)

1. Por que alguns países são ricos e tantos outros são

pobres? Por que vem se provando tão difícil para

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as nações estagnadas recuperar o terreno que as

separa das mais prósperas? São as questões mais

5. importantes no ramo da economia.

Uma das revoluções de que se precisa é a intelectual.

Os líderes nacionais precisam compreender que os

objetivos da política não devem ser só promover o

crescimento de produtores específicos, mas defender

10. os interesses dos consumidores e, com eles, a

competição. Mas é nos países em desenvolvimento que

a competição sofre os obstáculos mais sistemáticos.

(Adaptado de Martin Wolf, A tirania dos interesses escusos, Folha de São Paulo, 22 de janeiro de 2006)

Assinale a opção incorreta a respeito das relações de dependência entre as palavras e expressões do texto.

a) Emprega-se a flexão de singular em “vem”(l.2) para concordar com um sujeito oracional.

b) Emprega-se a flexão de singular em “é”(l.6) por causa de “Uma”(l.6).

c) Emprega-se a flexão de terceira pessoa do plural em “devem”(l.8) para concordar com “objetivos”(l.8).

d) Emprega-se a flexão de plural em “eles”(l.10) para concordar com “líderes nacionais”(l.7).

Gabarito: D

Comentário.

Comentaremos uma a uma as opções dessa questão.

a) Veremos em detalhes, agora, o tal do “SUJEITO ORACIONAL” (já mencionado em alguma questão anterior).

Quando o sujeito, em vez de ser um substantivo, um pronome ou algo parecido, vem sob a forma de uma ORAÇÃO (reduzida ou desenvolvida), o verbo a ela relacionado permanece “neutro”, ou seja, no singular, e essa “neutralidade” se estende também ao adjetivo, porventura existente (como no predicado nominal).

Vejamos a passagem em tela.

“Por que vem se provando tão difícil para as nações estagnadas recuperar o terreno que as separa das mais prósperas?”

O que vem se provando tão difícil para as nações estagnadas?

Resposta: “Recuperar o terreno que as separa das mais prósperas”.

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Trata-se, pois, de um sujeito expresso na forma de oração reduzida de infinitivo. Está correta a opção A.

b) “Uma das revoluções de que se precisa é a intelectual.”

Temos duas observações a fazer em relação a essa estrutura oracional. A primeira, em relação ao sujeito do verbo SER. O núcleo é “Uma”, por isso o verbo fica no singular.

A segunda, em relação à flexão do verbo PRECISAR.

Sempre que um verbo estiver acompanhado do pronome “SE”, todo cuidado é pouco. Podemos estar diante de um sujeito indeterminado ou de uma construção de voz passiva. Quem irá definir um ou outro caso é o verbo, ou melhor, sua transitividade.

Como vimos anteriormente, constroem-se em voz passiva os verbos que possuem objeto direto, ou seja, os transitivos diretos ou os transitivos diretos e indiretos. Nesse caso, o verbo irá se flexionar de acordo com o número do sujeito paciente.

Se o verbo, no entanto, for de outra transitividade (intransitivo, transitivo indireto, de ligação), forma-se sujeito indeterminado.

O pronome relativo “que” retoma o antecedente “revoluções”. O verbo da oração adjetiva (já vimos que este pronome sempre inicia uma oração adjetiva, lembra?) é transitivo indireto. Formou-se, então, um sujeito indeterminado (precisa-se de revoluções). Por isso, o verbo ficou na 3ª pessoa do singular: “... revoluções de que se precisa.”.

c) “Os líderes nacionais precisam compreender que os objetivos da política não devem ser só promover o crescimento de produtores específicos...” – é um dos casos clássicos de sujeito simples anteposto ao verbo. O núcleo do sujeito da locução “devem ser” (o examinador só mencionou o verbo auxiliar, por haver flexão somente neste) é “objetivos”. Perfeita a afirmação.

d) O que podemos afirmar, com certeza, é que o pronome “eles” não se refere a “líderes nacionais”. Agora, vamos combinar que essa passagem está com problemas sérios de construção. Veja só.

Vamos reproduzir toda a passagem:

“Os líderes nacionais precisam compreender que os objetivos da política não devem ser só promover o crescimento de produtores específicos, mas defender os interesses dos consumidores e, com eles, a competição.”

O que os líderes devem fazer?

- promover o crescimento de produtores específicos;

- defender os interesses dos consumidores; e

- (defender) a competição.

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Pode-se inferir que a expressão “com eles” se refere a “interesses dos consumidores”, mas seria preferível o emprego de outro conectivo, como “a partir deles (dos interesses dos consumidores)” ou qualquer outro que denotasse esse sentido.

Não acredito que esse pronome oblíquo se refira a “consumidores”, pois tal construção não faria sentido (“defender a competição com os consumidores...”).

Enfim, uma coisa é certa (e, com isso, identificamos o gabarito da questão): esse pronome não está se referindo a “líderes”.

VERBOS ACOMPANHADOS DO PRONOME ‘SE’

28 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

1. As pesquisas desenvolvidas nos vários centros

nacionais e internacionais, tanto em animais

quanto em seres humanos, têm demonstrado que

o tratamento regenerativo com células-tronco está

5. deixando de ser uma utopia, podendo tornar-se

importante recurso para o tratamento de diversas

doenças. As pesquisas mostram que essas células

têm potencial capaz de reparar as alterações

determinadas pelas doenças que provocam perda ou

10. diminuição da capacidade funcional de determinados

órgãos do nosso corpo. Assim, especula-se que os

transplantes de células-tronco possam vir a beneficiar

doenças do coração, doenças neurovegetativas,

degeneração celular ligada ao envelhecimento e a

15. tratar certas formas de câncer, como as leucemias.

(O Globo, 11/03/2006. José Barbosa Filho e Roberto Benchimol Barbosa)

Assinale a opção correta em relação às formas verbais do texto.

a) “têm”(l.3) está no plural para concordar com “seres humanos”.

b) “está deixando de ser”(l.4 e 5) concorda com “células-tronco”.

c) “provocam” (l.9) está no plural para concordar com “pesquisas”(l.7).

d) “especula-se”(l.11) apresenta sujeito explícito.

e) “a tratar”(l.14 e 15) forma locução verbal com “possam vir”(l.12).

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Gabarito: E

Na opção A, o verbo TER, auxiliar do tempo composto “TER + DEMONSTRADO”, está no plural para concordar com “pesquisas”, e não “seres humanos”: “As pesquisas desenvolvidas nos vários centros nacionais e internacionais, tanto em animais quanto em seres humanos, têm demonstrado que o tratamento regenerativo com células-tronco está deixando de ser uma utopia...”.

Na opção B, o verbo estabelece relação com o sujeito “o tratamento regenerativo com células-tronco” (“As pesquisas ... têm demonstrado que o tratamento regenerativo com células-tronco está deixando de ser uma utopia...”), cujo núcleo é o substantivo “tratamento”.

O erro da opção C está, novamente, na indicação do sujeito: em “As pesquisas mostram que essas células têm potencial capaz de reparar as alterações determinadas pelas doenças que provocam perda ou diminuição da capacidade funcional de determinados órgãos do nosso corpo.”, o pronome relativo “que”, sujeito sintático do verbo PROVOCAR, retoma o substantivo plural “doenças”, motivo pelo qual o verbo está no plural.

Vejamos, agora, a opção D, a mais difícil. Para começar, o que significa “sujeito explícito”?

Como vimos anteriormente, o pronome “se” pode formar: (1) construção de voz passiva; (2) sujeito indeterminado.

Vamos definir, agora, as diferenças entre o pronome apassivador “se” e o índice de indeterminação do sujeito “se”: a transitividade do verbo dentro da oração e a idéia que o contexto oracional apresenta (se passiva ou ativa).

Como vimos reiteradas vezes, o verbo transitivo direto (TD) e transitivo direto e indireto (TDI), por possuírem o complemento direto, podem formar uma estrutura de voz passiva, já que o objeto direto irá exercer, nessa construção, a função sintática de sujeito paciente.

Na construção de voz passiva, o verbo deverá fazer a concordância com o sujeito paciente. Além da transitividade do verbo, deve haver uma idéia passiva do elemento que exerce a função de sujeito:

Viam-se ao longe as primeiras casas (verbo transitivo direto + idéia passiva: “As casas eram vistas.”)

Ofereceu-se um grande prêmio ao primeiro colocado. (verbo transitivo direto e indireto + idéia passiva: “Um grande prêmio foi oferecido.”).

Os demais verbos (transitivo indireto, intransitivo, verbo de ligação), se estiverem acompanhados do pronome “se”, estarão formando o sujeito indeterminado e o pronome correspondente chama-se índice ou partícula de indeterminação do sujeito.

Usa-se construção de sujeito indeterminado quando não se sabe - ou não se quer dizer – quem pratica a ação verbal. Também é usado em orações de sentido genérico, vago. São duas as formas de construção:

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1 - o verbo (exceto transitivo direto ou direto e indireto) permanece na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se (índice / partícula de indeterminação):

Necessitava-se de novas esperanças. (verbo transitivo indireto)

Nesta cidade se é muito feliz. (verbo de ligação)

Vive-se muito bem aqui.(verbo intransitivo)

2 – o verbo (qualquer que seja sua transitividade na construção), sem o pronome, fica na 3ª pessoa do plural:

Desviaram dinheiro dos cofres públicos.

Bateram na porta.

Falaram mal de você.

Neste último caso (SUJEITO INDETERMINADO), diz-se que o sujeito não é explícito, pois não podemos atribuir a ação ou o estado expresso pelo verbo a nenhum ser específico.

Assim, sujeito explícito é aquele que pode ser representado por meio de uma única palavra ou um conjunto de palavras (onde se deve determinar o núcleo ou núcleos, para determinar se é o caso de um sujeito simples ou composto), incluindo também as orações substantivas subjetivas.

Para definir se, na questão, temos um caso de voz passiva ou de sujeito indeterminado, teremos de verificar a transitividade do verbo ESPECULAR.

“Assim, especula-se que os transplantes de células-tronco possam vir a beneficiar doenças do coração...”.

O Dicionário Eletrônico Aurélio define o verbo ESPECULAR como:

Transitivo direto

1. examinar com atenção, averiguar minuciosamente, observar, indagar, pesquisar: “Especula a causa dos males atuais.”;

Transitivo indireto

2. informar-se minuciosamente de algo: “Especulou sobre a situação financeira do novo cliente.”;

3. (termo de Economia) transacionar, especular de forma arriscada: “Fulano especula com ações.”;

4. Valer-se de certa posição, de circunstância, de qualquer coisa, para auferir vantagens; explorar: “Há autoridades que especulam com seus cargos.”;

5. Cogitar, refletir: “especular sobre uma hipótese.”;

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Verbo intransitivo

6. Meditar, raciocinar, refletir, considerar;

7. (termo de Economia) Comprar e vender (mercadorias, títulos, etc.) buscando ganhos a partir da oscilação dos preços, e correndo o risco de perdas;

8. (linguagem coloquial) Perguntar excessivamente ou de forma indiscreta; ser abelhudo.

Como apresenta o sentido 1, ou seja, se trata de um verbo transitivo direto (especular algo algo ser especulado), o que temos aí é um caso de VOZ PASSIVA SINTÉTICA. E qual é o sujeito dessa oração (o sujeito paciente)?

Uma oração: “que os transplantes de células-tronco possam vir a beneficiar doenças do coração, doenças neurovegetativas, degeneração celular ligada ao envelhecimento e a tratar certas formas de câncer, como as leucemias”.

Dessa forma, o sujeito é explícito, sim. Esta opção também estaria correta.

Provavelmente, o examinador imaginou tratar-se de uma construção com sujeito indeterminado, talvez levado pelos diversos sentidos que o verbo ESPECULAR pode apresentar, contudo questionamos esse entendimento. De qualquer modo, o gabarito não foi alterado e a opção considerada correta foi a letra E.

Aliás, já houve questões em que a ESAF, mesmo diante de um verbo TRANSITIVO DIRETO, considerou que o pronome “se” seria um índice de indeterminação do sujeito. Esse é um posicionamento capitaneado pelo mestre Said Ali, que levantava a possibilidade de, mesmo com um verbo TD ou TDI, o pronome “se” construir um sujeito indeterminado, por prevalecer essa ideia vaga, genérica de quem teria praticado a ação verbal.

Na prova para Auditor-Fiscal do Trabalho, de 2006, por exemplo, o examinador considerou que o pronome “se”, colocado junto ao verbo ABOLIR da construção “No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime democrático, não basta abolir a necessidade de bens básicos.”, seria um “pronome indicativo de indeterminação de sujeito”.

Acontece que o verbo ABOLIR é, na passagem, transitivo direto e a inclusão deste pronome formaria uma construção de voz passiva: “a necessidade de bens básicos seria abolida”.

E agora?

Provavelmente, pesou o fato de que, originalmente, o verbo foi usado de forma IMPESSOAL (“não basta isso abolir a necessidade ....”) e o papel do pronome serviria para manter essa “impessoalidade” (ou seja, indeterminar o sujeito). Esse argumento é bastante questionável, mas temos de nos lembrar que existem verbos transitivos diretos que não admitem VOZ PASSIVA. Um deles é o verbo TER. Por exemplo, em “Tem-se delírios no deserto.”, mais do que uma idéia passiva (não existe voz passiva analítica para essa construção), o que temos aí é uma construção impessoal.

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Será que dei um nó na sua cabeça??? (rs...) Acho que na minha também... mas a culpa é deles, dos examinadores.

A lição que tiramos de tudo isso é a seguinte: se na hora da prova surgir um pronome “se” junto a um verbo TD ou TDI que seja classificado como “indeterminador do sujeito” pela banca, você deve desenhar uma caveira ao lado, ver as demais opções e, somente se surgir algo pior, considerá-la “correta”! Foi o que aconteceu naquela prova de AFTb.

Vamos dar sequência à análise da questão do SPU: o examinador afirma que “a tratar”(l.14 e 15) forma locução verbal com “possam vir”(l.12).

A passagem é: “... especula-se que os transplantes de células-tronco possam vir a beneficiar doenças do coração, doenças neurovegetativas, degeneração celular ligada ao envelhecimento e a tratar certas formas de câncer, como as leucemias.”.

São duas as “especulações” sobre os transplantes de células-tronco – a de que:

(1) “possam vir a beneficiar doenças do coração, doenças neurovegetativas, degeneração celular ligada ao envelhecimento;

(2) “(possam vir) a tratar certas formas de câncer, como as leucemias”.

O verbo TRATAR é o verbo principal da locução verbal “PODER + VIR + TRATAR”, estando certa a afirmação do item E. Por clareza textual, evitou-se a repetição dos verbos auxiliares.

A seguir, mais uma questão recente que explorou esse conhecimento.

29 - (ESAF/ATA MF/2009)

Sem uma pesquisa sistemática sobre o assunto,

2. parece, à primeira vista, que os jornais cariocas são

mais prolíficos em notícias de crime do que os paulistas.

4. É alarmante a escalada da anomia em seu território.

Em menos de uma semana, invadiram-se duas

6. instalações militares para roubar armas, com êxito

absoluto. Os tiroteios são cotidianos nas vias de

8. acesso ao centro urbano e mesmo nesse centro, onde

quadrilhas organizam “bondes” para tomar de assalto

10. pedestres e motoristas. Nem mesmo membros das

famigeradas “milícias” estão inteiramente a salvo: na

12. semana passada, roubou-se a moto de um miliciano

encarregado de vigiar uma rua num subúrbio. Ou seja,

14. as quadrilhas vitimizam-se mutuamente, do mesmo

modo como costuma acontecer com as batalhas pelo

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16. controle de pontos de droga.

(Muniz Sodré, Ruas de presas e de caçadores, 17/3/2009, (com cortes), em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=529JDB002)

Analise a proposta de substituição em relação a elementos linguísticos do texto.

- “Invadiram-se duas instalações militares”(ℓ.5 e 6) pode ser substituída por: “duas instalações militares foram invadidas”, sem prejuízo da correção gramatical.

ITEM CERTO

Comentário.

O verbo INVADIR é transitivo direto (alguém invade algum lugar / alguma coisa). A ideia passiva está presente, por isso a troca da passiva sintética pela analítica é perfeitamente válida.

30 – (ESAF/CGU-Analista/2008)

As opções trazem propostas de continuidade ao trecho abaixo, diferentemente redigidas. Assinale a que contém erro de regência e/ou de concordância.

Como ninguém quer falar em aumento de impostos, todos se aferram à expressão mágica: reforma tributária. O tema evoca um país moderno, com distribuição mais justa dos valores arrecadados. (Krieger, Gustavo. “Agenda necessária e agenda possível”, Correio Braziliense, 7/1/2008, p. 4)

a) Bonito na retórica. Quando o assunto chega à mesa de discussões, o clima muda. O governo federal não quer dividir seu caixa. Estados e Municípios sempre querem mais dinheiro.

b) É bonito até chegar à mesa de discussões. Aí ninguém quer perder. Ao contrário: todos lutam para aumentar sua fatia do bolo.

c) Tudo vai bem até o assunto chegar à mesa de discussões. União, Estados e Municípios se digladiam para não perderem nenhuma partezinha do que arrecadam. O que querem mesmo é ganhar mais.

d) Todos concordam até se sentarem na mesa de discussões, quando se inicia os mais acalorados debates. Ninguém quer perder. Estados e Municípios buscam aumentar seu quinhão na nova divisão do dinheiro arrecadado.

e) Falar em reforma tributária é bonito. O xis da questão é botá-la no papel, quando os interesses da União, Estados e Municípios se chocam na busca de uma fatia maior do bolo para cada um.

Gabarito: D

Comentário.

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Além de haver um problema de regência (sentar-se à mesa, e não “na mesa), temos na opção D um erro de concordância na construção de voz passiva.

O verbo INICIAR é transitivo direto (alguém inicia alguma coisa). Como o verbo está acompanhado do pronome SE, forma-se uma construção de voz passiva. O que tem início são “os acalorados debates”. Como no núcleo temos um substantivo PLURAL (debates), o verbo deve com ele concordar: “quando se INICIAM os acalorados debates...”.

A partir de questões como essa, podemos concluir que construções com verbos TD ou TDI acompanhados do pronome SE costumam ser identificadas pela ESAF como PASSIVAS, prevalecendo o conceito geral comentado anteriormente (ou seja, contrário à lição de Said Ali).

Já que falamos sobre construções de voz passiva, vejamos uma questão antiga, mas muito boa.

31 - (ESAF/TCE RN/2000) Julgue a correção gramatical dos dois períodos abaixo apresentados.

- No gênero das leis federativas, é possível discernir duas espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas. / No gênero das leis federativas, podem-se discernir duas espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas.

ITEM CERTO

Comentário.

Vimos que, quando um verbo de transitividade direta ou direta e indireta estiver acompanhado do pronome se, podemos estar diante de uma construção de voz passiva.

Para confirmação, temos de fazer duas perguntas:

1 – O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)?

2 – Existe uma idéia passiva na construção?

Se ambas as respostas forem SIM, estamos diante de uma construção de voz passiva e, então, o verbo deverá se flexionar de acordo com o sujeito paciente.

A existência de um objeto direto na transitividade do verbo é necessária pois, como vimos na aula sobre verbos, o objeto direto da construção de voz ativa irá exercer a função essencial de sujeito da voz passiva.

Vamos, então, às perguntas:

1- É verbo TD ou TDI?

Sim. Na locução “PODER + DISCERNIR”, a transitividade de discernir (verbo principal) é DIRETA, pois significa diferenciar, distinguir, discriminar.

2 – Há idéia passiva?

Sim, duas espécies de leis federativas poderão ser discernidas, ou seja, diferenciadas.

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Então, trata-se de voz passiva e o verbo auxiliar deverá flexionar-se de acordo com o núcleo do sujeito paciente – espécies – e ir para o plural – podem-se discernir.

Haveria uma outra possibilidade de construção: “pode-se discernir duas espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas.”

Neste caso, o sujeito da forma verbal “pode-se” é a oração reduzida de infinitivo “discernir duas espécies...”. Esse tipo de construção é possível com os verbos PODER, DEVER e outros. Um outro exemplo:

1 - Devem-se manter os animais nas jaulas. – Os animais devem ser mantidos nas jaulas. – construção de voz passiva = verbo auxiliar concorda com o núcleo do sujeito: animais.

2 – Deve-se manter os animais nas jaulas – Deve-se [manter os animais nas jaulas] - sujeito oracional = verbo na 3ª pessoa do singular.

São formas igualmente válidas, cada uma com uma análise sintática diferente. Esse ponto pode ser objeto de questão do tipo “com barrinha no meio”, cujo enunciado costuma ser “assinale a opção em que os dois períodos estão corretos”.

32 – (ESAF/TRF/2006) Analise a correção gramatical da assertiva abaixo.

- Aparentemente, as cidades parecem apresentar maior densidade de fixos, pois o caráter de mudanças e transformações não é capturado ao longo de uma mesma geração social, ou se percebe apenas aquelas mudanças de maior impacto, como derrubada de velhas fábricas nas quais se constroem modernos centros de compras.

ITEM ERRADO

Comentário.

Na construção, o verbo “perceber” é transitivo direto (Alguém percebe alguma coisa). Por estar acompanhado do pronome “se”, apresentando ideia passiva, constrói voz passiva pronominal, em que o sujeito é o sintagma aquelas mudanças. Por isso, o verbo deve com ele concordar – “... ou se percebem apenas aquelas mudanças de maior impacto...”.

33 - (ESAF/MPOG - APO/2008)

Os trechos a seguir constituem um texto adaptado de Zero Hora (RS), 11/02/2008. Assinale a opção que apresenta erro gramatical.

a) Para metrópoles européias ou norte-americanas, essa expressão pode significar uma preocupação fundamental na preservação do ambiente, ao passo que para os demais continentes ela tem um sentido social inevitável, voltado para a necessidade de superação de gargalos sociais e para a conquista de patamares mínimos de dignidade.

b) A concentração mundial das populações nas cidades, fenômeno historicamente recente, torna essas aglomerações o centro nervoso das sociedades. A problemática das cidades concentra a própria problemática da sociedade.

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c) Os mundos cultural, econômico, financeiro e até rural giram em torno do que ocorre nessas concentrações que, pelo menos desde a Idade Média, foram adquirindo feição própria e mostrando problemas específicos.

d) Questões como a educação, o trabalho, o lazer, o convívio, a assistência social, a produção ambiental, o transporte, entre muitíssimas outras, têm nas cidades suas expressões mais agudas. Desenvolvimento sustentável é uma expressão que faz sentido para os planejadores das cidades de hoje e de amanhã.

e) As cidades são o cenário cada vez mais exclusivo em que, pelo desejo de progresso das sociedades, se realiza os direitos e se concretiza a ambição democrática e republicana de tratar a todos igualmente.

GAB. E

Comentário.

ACORDO ORTOGRÁFICO: Suprimem-se os acentos agudos dos ditongos abertos “ei” e “oi” das paroxítonas. Por isso, registra-se, agora, “europeias”.

Mais uma vez, o erro está na flexão de verbo em construção passiva sintética. O verbo REALIZAR é transitivo direto (alguém realiza alguma coisa). Com o pronome SE, forma-se voz passiva, e o verbo deve concordar com o sujeito paciente, no caso, com “os direitos”. Assim, deveria ser: “... se REALIZAM os direitos...”.

34 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Os trechos abaixo constituem sequencialmente um texto adaptado do Editorial do Estado de Minas de 6/1/2009. Assinale a opção em que o segmento está gramaticalmente correto.

a) As estatísticas estão aí a desafiar o bom senso e, sobretudo, a honestidade que todos temos de ter para reconhecer que têm faltado indignação e atitude suficientes para se exigir e para se construir o fim dessa barbárie.

b) Até parece que nunca divulgou-se qualquer coisa à respeito do perigo que se esconde nas curvas mal feitas e no excesso de velocidade nas rodovias, ou sobre a carona para a morte que representa o efeito da bebida sob o motorista.

c) Como um rotundo e vergonhoso fracasso – é assim que as autoridades e a própria sociedade deveria encarar os números que provam, mais uma vez, a incontrolável capacidade do motorista brasileiro e das estradas que corta o país de transformar o descanso, o lazer e a viagem em tragédias.

d) Afinal, tão inaceitável quanto o tamanho da tragédia é o conformismo com a sua macabra repetição. Se os números deste fim e começo de ano não servirem de combustível para uma reação firme e produtiva, então é por que já se perderam até mesmo o compromisso com a vida.

e) Foi 124 mortes, no período de 20 de dezembro até 4 de janeiro, somente nas estradas que corta o território mineiro. Nas rodovias estaduais, morreram 35 pessoas e 475 ficaram feridas. Na malha rodoviária federal mineira, a tragédia teve dimensão alarmante: 89 mortes, representando aumento de 53% em relação ao ano passado.

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Gab. A

Comentário.

O único item totalmente correto é o da opção A . Observe a concordância verbal do verbo TER em “têm faltado indignação e atitude suficientes”. Por apresentar sujeito composto (indignação e atitude), flexionou-se no plural. Pelo mesmo motivo, o adjetivo “suficientes” foi para o plural.

A seguir, verificamos os erros das demais opções.

b) São variados os problemas – sem nos aprofundarmos em assuntos diferentes do tema desta aula, vamos somente indicar entre parênteses a forma correta dos erros a seguir: colocação pronominal (“nunca SE divulgou”), crase (“a respeito de”), ortografia (“curvas malfeitas”) e emprego de preposição (“o efeito da bebida sobre o motorista”).

c) O sujeito da locução verbal “deveria encarar” encontra-se anteposto e, por ser composto, deveria levar o verbo auxiliar ao plural: “... as autoridades e a própria sociedade DEVERIAM encarar os números que provam...”. Outro problema de concordância é observado em “... das estradas que CORTA o país...”. O pronome relativo “que” retoma o substantivo “estradas”, levando o verbo para o plural: “... das estradas que CORTAM o país...”.

d) São duas as naturezas dos problemas desta opção: concordância e ortografia. O segundo é um erro na grafia de “porque” – com valor explicativo, a conjunção se escreve “com tudo junto”: “... então, é PORQUE ...”. A concordância foi desrespeitada na sequência: “...já se PERDERAM até mesmo O COMPROMISSO com a vida”. Como o pronome “se” acompanha o verbo PERDER, forma-se voz passiva. O sujeito paciente é representado pelo núcleo “compromisso”, o que leva o verbo para o singular: “... já se PERDEU até mesmo O COMPROMISSO com a vida”.

e) Neste item, o examinador começou com o pé esquerdo: “Foi 124 mortes...”. O verbo SER é o único verbo que, mesmo impessoal, se flexiona, porque admite a concordância com o predicativo do sujeito. É isso o que acontece quando indicamos as horas (São dez e quinze.), uma certa distância (São duzentos metros até o muro.) ou os fatos (FORAM 124 mortes...). Logo em seguida, continuou com o pé esquerdo: “... somente nas estradas que CORTA o território mineiro”. O pronome relativo “que” retoma o antecedente “estradas”, devendo se flexionar no plural: “... nas estradas que CORTAM o território mineiro”.

35 - (ESAF/AFC CGU/2006) Baseado no texto abaixo, julgue a assertiva.

As normas jurídicas embasadas nos valores éticos e que traduzem os procedimentos e as vivências mais fortes e consolidados da coletividade tendem a ter a adesão espontânea da maioria das pessoas que nelas se sentem representadas. É o sentimento de identidade nacional, de pátria, sem o qual a coesão social se esgarça e abre as portas para o caminho do individualismo, do salve-se quem puder, da corrupção, da violência. A consolidação desse sentimento pressupõe, além das leis, uma ação constante, coordenada pelo Estado, com a participação da sociedade, dos

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organismos intermediários e das famílias, num processo de educação cívica, nacional, patriótica.

(Adaptado de Patrus Ananias, Civilização pelo Estado, Correio Braziliense, 9 de janeiro de 2005)

- O pronome indicativo de indeterminação de sujeito em “salve-se”(l.7) exige que o verbo seja flexionado no singular.

ITEM ERRADO

Comentário.

O pronome “se” em “salve-se quem puder” não é indeterminador do sujeito.

Para análise, colocaremos a oração na ordem direta (SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS): “Quem puder salve-se.”

Percebe-se que o sujeito do verbo salvar é a oração “Quem puder”, enquanto que o pronome “se” apresenta valor reflexivo, equivalente a “salve a si mesmo”, caso em que o agente oracional, ao mesmo tempo em que pratica, sofre a ação verbal.

Está, portanto, incorreta tal assertiva.

Note que coisinha mais linda no texto – a relação entre os adjetivos “fortes e consolidados” e os substantivos “os procedimentos e as vivências”. Como foi realizada a concordância gramatical, o segundo adjetivo ficou no gênero masculino, mas o corretor do Word, que não está acompanhando as minhas aulas (rs...), considerou “incorreta” essa sintaxe (sublinha com traço verde), achando que deveria ficar no feminino, para concordar com o último elemento - vivências... pobrezinho! Precisa estudar mais...rs...

Aliás, tenho travado uma briga inglória com esse corretor do Word, por conta das novidades da reforma ortográfica. Por isso, perdoem-me se algum deslize ocorreu no decorrer dessas aulas – a culpa é toda do Bill Gates e de sua maldita autoformatação (cá está ele sublinhando esta última palavra de vermelho...argh...).

36 - (ESAF/TRF/2003) Assinale o trecho que, ao preencher a lacuna correspondente, provoca erro gramatical, de pontuação ou de coesão textual.

___________(1)_______________ com predominância de fusões e aquisições de empresas, a mudança de natureza das inversões diretas iniciou-se nos Estados Unidos na década de 80. ________(2)__________ acompanhada de uma grande expansão do investimento de portfólio e da formação de megacorporações, estendeu-se aos demais países nos anos 90. ______________(3)__________ apoiada na valorização global das Bolsas, ocorreu com maior intensidade na segunda metade dos anos 90. _________(4)___________ de movimento de natureza patrimonial que deu lugar a dois processos simultâneos: a fusão de empresas, com fechamento de plantas no centro industrializado, e o concomitante deslocamento para a periferia dinâmica.__________________(5)__________ da

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concorrência mundial ensejou a criação concentrada de capacidade produtiva nos setores de nova tecnologia e nas regiões capazes de promover uma integração virtuosa ao processo de internacionalização capitalista.

a) 1- É necessário esclarecer que,

b) 2 - Tal transformação na economia,

c) 3 - Essa aceleração da centralização de capital,

d) 4 - Tratavam-se, essencialmente,

e) 5 - Esse último estágio da evolução da estrutura

Gabarito: D (alterado após os recursos)

Comentário.

Questão clássica de sujeito indeterminado versa sobre o verbo tratar. Quando significa “a questão que importa ou que se discute”, é transitivo indireto e pronominal (“Trata-se de uma nova técnica cirúrgica.”). Forma, com o pronome “se”, uma estrutura de sujeito indeterminado, devendo o verbo SEMPRE ficar na 3ª pessoa do singular – Trata-se de.

No item a, estamos diante de um sujeito oracional, que leva o verbo para a 3ª pessoa do singular.

37 - (ESAF/AFRF/2005) Analise o trecho a seguir.

- Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções utópicas os empreendimentos culturais e sociais que renovam valores modernistas, enriquecendo saberes especializados.

ITEM ERRADO

Comentário.

Observe que o verbo tratar foi, mais uma vez, indevidamente flexionado. Por fazer parte de um sujeito indeterminado, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular. A construção correta, portanto, seria “não se trata de projeções utópicas”.

38 - (ESAF/ MP ENAP – SPU/ 2006)

1. Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real

essência da democracia quando escreveu: “Posso

não concordar com uma só palavra do que dizes,

mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-las”. Ter

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5. idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos

de outros indivíduos não significa, necessariamente,

transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o

que se combate são as idéias do outro e não sua

pessoa.

(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006)

Em relação ao texto acima, analise a proposição.

- A substituição de “se combate”(l.8) por era combatido mantém a correção gramatical e as informações originais do período.

ITEM ERRADO

Comentário.

Vamos começar por ver o que estava errado na opção. Houve mudança no tempo verbal – antes, usava-se o presente do indicativo (combate); a sugestão da banca indica o verbo SER no pretérito imperfeito do indicativo (era)– aí reside o erro da assertiva.

Essa questão já foi apresentada na aula sobre verbos, contudo voltamos a apresentá-la para comentar a concordância com a expressão “o que”.

Afinal, o que se combate são as idéias do outro e não sua pessoa.

Agora, vejamos a estrutura em relação à sintaxe de concordância.

Temos de fazer duas análises: a primeira, em relação à construção.

1ª pergunta: O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)?

Resposta: O verbo COMBATER pode ser transitivo direto (alguém combate alguma coisa).

2ª pergunta: Existe uma idéia passiva na construção?

Resposta: Sim, existe idéia passiva – as idéias são combatidas.

Conclusão: temos uma construção de voz passiva.

Só que a coisa não é tão simples assim.

A segunda análise versa sobre o antecedente do pronome relativo que. Para isso, vamos separar as orações:

Período composto: “o | que se combate | são as idéias do outro ...”

1ª oração: o [pronome demonstrativo = aquilo] são as idéias do outro – ORAÇÃO PRINCIPAL

2ª oração: que se combate – ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA

O pronome que é relativo e tem como antecedente o pronome demonstrativo o. Por isso, o verbo que o segue deverá ficar no singular.

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Para melhor compreensão, iremos fazer a substituição do pronome relativo QUE pelo termo que substitui, o pronome demonstrativo “o”. Para simplificar ainda mais, em vez de “o”, colocaremos “aquilo”, seu equivalente.

“que se combate” - “aquilo se combate” = AQUILO era combatido.

Viu? O verbo só poderá ficar no singular, para concordar com um pronome que está no singular.

CONCORDÂNCIA COM VERBOS TRANSOBJETIVOS

39 - (ESAF/AFC STN/2002) Assinale o trecho transcrito com erro gramatical.

a) O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) é o principal instrumento de administração orçamentária e financeira da União que oferece suporte aos órgãos centrais, setoriais e executores da gestão pública, tornando absolutamente segura a contabilidade da União.

b) Ligados ao Sistema encontram-se todos os órgãos da Administração Direta, Autarquias, Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário.

c) Por meio do SIAFI são obtidas as informações que subsidiam o Balanço Geral da União e os relatórios de execução do orçamento e de administração financeira, que compõem a demonstração das Contas apresentadas ao Congresso Nacional pelo Presidente da República, em conformidade com a Constituição Federal.

d) Encontram-se disponível, ainda, um serviço de troca de mensagens, que interliga cerca de 30 mil usuários em todo o Brasil agilizando a comunicação entre as Unidades Gestoras.

e) Principal usuário do SIAFI, o Tesouro Nacional é responsável pela definição das normas de utilização do Sistema, orientando e controlando as atividades dos gestores públicos que o utilizam.

(Trechos adaptados de http://www.stn.fazenda.gov.br)

Gabarito: D

O verbo encontrar, nessa construção com o sentido de achar-se em certo estado ou condição, é transitivo direto pronominal (encontrar-se, em que o pronome exerce a função sintática de objeto direto), exigindo, também, um predicativo do objeto direto.

Como o sujeito é um serviço de troca de mensagens, cujo núcleo é serviço, o verbo deverá permanecer no singular – “Encontra-se disponível, ainda, um serviço...”.

Aproveitamos o mote para falarmos sobre a concordância nominal entre o adjetivo e o substantivo, quando o primeiro exerce certas funções sintáticas:

1 - ADJETIVO na função sintática de ADJUNTO ADNOMINAL. Essa função (adjunto adnominal = junto ao nome) vem somente complementar o significado dos substantivos, ao atribuir a eles características. Quando o adjetivo exerce a função de

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adjunto adnominal (“junto ao nome”) e está (preste bastante atenção na importância da posição do adjetivo em relação ao substantivo):

- anteposto aos substantivos, deve fazer a concordância atrativa, OBRIGATORIAMENTE. Exemplo: Encontrei na festa belos rapazes e moças. / Encontrei na festa belas moças e rapazes..

- posposto aos substantivos, pode concordar com todos os substantivos (concordância gramatical ou lógica), uma vez que os substantivos já foram apresentados, ou concordar com mais próximo (concordância atrativa ou ideológica): Encontrei na festa rapazes e moças belas (atrativa)/ belos (gramatical). Se houver gêneros diferentes, prevalece, na concordância gramatical, o gênero masculino (já havia adiantado esse conceito no comentário à questão 22).

2 - ADJETIVO na função sintática de PREDICATIVO DO SUJEITO. Em predicados nominais, com verbos de ligação (Eles parecem preocupados. /Elas estão tristes.), ou em predicados verbo-nominais, com verbos indicativos de ação associados a adjetivos que se referem ao sujeito (Eles saíram do escritório preocupados. /Elas passaram a tarde tristes.), temos a função sintática de predicativo do sujeito. Essa função, que pode ser exercida por um substantivo ou um adjetivo, mesmo distante, atribui ao sujeito um estado, condição, característica.

Quando um adjetivo exercer esta função e estiver:

- anteposto ao sujeito composto (normalmente junto com o verbo), poderá fazer, facultativamente, a concordância gramatical ou atrativa, desde que siga a concordância que o verbo fizer: Estavam bastante nervosos o advogado e a ré. / Estava bastante nervoso o advogado e a ré. / Estava bastante nervosa a ré e o advogado.

- posposto ao sujeito composto, deverá fazer a concordância gramatical, atendendo ao seguinte raciocínio: se o sujeito composto já foi mencionado, a única concordância possível é com todos os elementos – concordância gramatical: O advogado e a ré estavam bastante nervosos.

3 - ADJETIVO na função sintática de PREDICATIVO DO OBJETO. Os verbos que permitem esse tipo de construção são os chamados transobjetivos. Além de serem transitivos diretos, deles se exige mais alguma informação, trazida pelo elemento que exerce a função de predicativo do objeto. São verbos como julgar, considerar, chamar, encontrar e outros. Não se pode dispensar a informação trazida pelo predicativo do objeto, sob risco de se prejudicar a coerência oracional – exemplo: O júri considerou o réu.... – ficou faltando alguma coisa. Aquilo que se diz a respeito do réu (o que foi considerado a seu respeito) exerce essa função de predicativo do objeto.

Uma boa maneira de se distinguir o adjetivo que exerce a função de adjunto adnominal daquele que exerce a função de predicativo do objeto é substituir o substantivo (objeto direto) por um pronome átono correspondente. Exemplo:

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a) Contexto: Havia muitos dias que meu cavalo de estimação morrera, mas, até então, seu corpo não havia sido encontrado. Um dia, andando pelo campo... encontrei o cavalo morto. – Encontrei-o.

Quando o adjetivo acompanha o substantivo e todos os dois – substantivo e adjetivo - são substituídos pelo pronome, o adjetivo estará exercendo a função de adjunto adnominal.

b) Contexto: Havia muitos dias que meu cavalo de estimação sumira. Ninguém sabia de seu paradeiro. Até que, um dia, andando pelo campo... encontrei o cavalo morto. – Encontrei-o morto.

Neste caso, o adjetivo permanece, mesmo após a troca do substantivo pelo pronome. Isso significa que essa informação é necessária para a compreensão pelo leitor/ouvinte. A função exercida pelo adjetivo, neste caso, é a de predicativo do objeto. Note que, inclusive, poderíamos ter deslocado o adjetivo: “Encontrei morto o cavalo.”, coisa que não poderíamos fazer se o adjetivo estivesse na função de adjunto adnominal.

Agora que o predicativo do objeto foi apresentado, voltaremos a falar sobre a concordância nominal com o adjetivo que exerce esta função. É bem simples.

Se o adjetivo estiver na função de PREDICATIVO DO OBJETO QUALQUER QUE SEJA SUA POSIÇÃO EM RELAÇÃO AO SUBSTANTIVO (anteposto ou posposto), a única concordância admitida é a gramatical (com todos os elementos). Exemplo: Encontrei o cavalo e a vaca mortos / Encontrei mortos a vaca e o cavalo.

Não poderíamos realizar a concordância atrativa (por exemplo, no segundo exemplo, concordando com “vaca”).

Em resumo, as regras da concordância nominal com adjetivo são:

- na função de ADJUNTO ADNOMINAL – adjetivo depois dos substantivos - concordância gramatical ou atrativa; adjetivo antes dos substantivos - somente a concordância atrativa, obrigatoriamente. (BIZU: Tudo com a letra A: adjetivo anteposto na função de adjunto adnominal concordância atrativa);

- na função de PREDICATIVO DO OBJETO – adjetivo em qualquer posição, antes ou depois dos substantivos – sempre concordância gramatical;

- na função de PREDICATIVO DO SUJEITO – segue o verbo e, anteposto ao sujeito, pode fazer a concordância gramatical ou atrativa; posposto ao sujeito, deve obrigatoriamente fazer a concordância gramatical.

40 - (ESAF/Fiscal de Fortaleza/2003) Leia o texto para responder à questão.

O “desenvolvimento” no mundo capitalista vem dos países do Norte para os países do Sul; vem dos mercados ricos, das empresas transnacionais, das agências multilaterais e dos governos do grupo dos mais ricos, em um movimento que tende à apropriação e ao controle do patrimônio natural e cultural dos países do Sul, e à homogeneização dos

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modos de vida, incluindo necessidades, quereres, gostos e modos de expressão. Vem do macro para o micro, do espaço global para o local, daqueles que se consideram “civilizados” para aqueles que esses consideram “atrasados” e “subdesenvolvidos”. Aqueles agentes políticos e econômicos atuam segundo esses pressupostos e essa lógica e manipulam os sistemas políticos e culturais para que se estabeleçam nos países do Sul governos subordinados a esses mesmos valores, conceitos e objetivos, isto é, governos e políticos que se identifiquem muito mais com os ricos do Hemisfério Norte do que com a maioria trabalhadora e empobrecida das suas populações.

(Sandra Quintela e Marcos Arruda)

Em relação ao texto julgue a asserção abaixo.

- Em “que se consideram”(l.6-7) o “se” indica indeterminação do sujeito.

ITEM ERRADO

Comentário.

Agora que já apresentamos a definição de verbo transobjetivo, podemos comentar essa questão de prova.

Na passagem “Vem do macro para o micro, do espaço global para o local, daqueles que se consideram “civilizados” para aqueles que esses consideram “atrasados” e “subdesenvolvidos”, o verbo considerar é transobjetivo, ou seja, é um verbo transitivo direto que exige um predicativo do objeto como complemento verbal, como no exemplo “Fulano considerava Beltrano seu amigo”, em que Fulano é o sujeito, Beltrano é o objeto direto e seu amigo é predicativo do objeto (o que se diz a respeito do Beltrano).

Como possui o objeto direto, pode ser construído na voz passiva, tanto analítica (“Beltrano era considerado amigo por Fulano”) quanto pronominal ou sintética (“Considera-se Beltrano amigo”).

O trecho “daqueles que se consideram ‘civilizados’...” poderia ser reescrito como “daqueles que são considerados ‘civilizados’...”, transpondo-se a oração da voz passiva pronominal para voz passiva analítica, o que comprova que o pronome ‘se’ não é índice de indeterminação do sujeito, mas pronome apassivador.

CONCORDÂNCIA EM PREDICADO NOMINAL

41 - (ESAF/TC PR/2003)

Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros", por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente, promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por conseqüência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros registram a história. Sem estes, os exemplos do passado, os conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o testemunho e as provas colhidas não seriam repassados às gerações futuras, o que comprometeria a chamada evolução.

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Em relação ao texto, julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.

- O fato de a forma verbal “repassados”(l.7) estar no masculino comprova o fato de que predomina o masculino genérico quando o antecedente é constituído de elementos dos dois gêneros.

ITEM CERTO

Comentário.

Mudança ortográfica: não há trema em “consequência”.

Como vimos, havendo dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, predomina o masculino plural.

No caso, o adjetivo “repassados” exerce a função sintática de predicativo do sujeito e, por estar posposto ao sujeito, deve fazer a concordância gramatical, ou seja, concordar com todos os elementos, que são representados pelos núcleos: exemplos, conhecimentos, testemunho e provas.

CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER

42 - (ESAF/Analista Comércio Exterior/ 1998) Marque o item sublinhado que apresenta erro gramatical ou impropriedade vocabular.

A primeira expedição científica à(A) Amazônia foi feita em 1638 por George Marcgrave, um naturalista alemão. Até o final do século XVII, o que se procuravam(B) eram animais exóticos, dentro da ótica do "estranho mundo novo": peixe que dá choque, aranhas gigantes, mamíferos que vivem submersos nos rios. Nos séculos seguintes, o objetivo passou a ser a coleta do maior número possível de bichos de diferentes espécies. Até os anos 40, os museus estrangeiros pagavam coletores profissionais(C) para levar espécimes(D) da fauna e flora nacionais(E) para suas coleções. O Brasil só assumiu a pesquisa científica na Amazônia há poucas décadas. Agora, a idéia é conhecer para preservar.

(Baseado em Flávia Varella, Veja - Amazônia, 24/12/1997)

a) A

b) B

c) C

d) D

e) E

Gabarito: B

Comentário.

Com o comentário da questão anterior, podemos com facilidade perceber que o verbo “procurar” está indevidamente flexionado. O correto seria “... o | que se PROCURAVA | eram animais exóticos”.

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Aproveitamos para lembrar a concordância do verbo ser.

O verbo ser é um verbo bastante especial. Por estabelecer uma relação entre o sujeito e o seu predicativo, a concordância pode se dar tanto com o primeiro quanto com o segundo elemento. Há, contudo, algumas regras que prevalecem sobre essa faculdade.

Qualquer que seja a sua função sintática (sujeito ou predicativo), prevalece a concordância com o elemento que estiver representado por:

1ª – um pronome pessoal reto: “Todo eu era olhos e coração. (Machado de Assis)”;

2ª – uma pessoa, em detrimento de outro que seja uma “coisa” (substantivo, pronome substantivo, oração substantiva): “Ovídio é muitos poetas ao mesmo tempo, e todos excelentes.” (A.F.Castilho).

Quando os dois núcleos (do sujeito e do predicativo) forem “coisas” (substantivos, pronomes substantivos, orações substantivas), a concordância é facultativa, dando-se preferência à concordância com o elemento no plural:

“Na vida, nem tudo são flores.”, “O resto são atributos sem importância.”

De um lado, como sujeito, existe uma “COISA”: o pronome substantivo demonstrativo o.

De outro lado, na função de predicativo do sujeito, há um substantivo acompanhado de um adjetivo: animais exóticos – COISA também.

Portanto, tanto de um lado (sujeito) como de outro (predicativo), os elementos são “coisas” (substantivos, pronomes substantivos ou orações substantivas).

Assim, a concordância pode se dar com qualquer deles, PREFERENCIALMENTE com o elemento que estiver no PLURAL – “... eram animais exóticos”.

Isso justifica a flexão do verbo ser no plural.

43 - (ESAF/CGU-Técnico/2008)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

O governo, ao remover(1) obstáculos para a construção das grandes hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau no rio Madeira, ao anunciar a retomada das obras da usina nuclear de Angra 3 e ao dar prioridade à(2) produção de gás natural no País, além dos programas de etanol e biodiesel, transmitiu confiança aos investidores no País.

Outro bom sinal têm(3) sido a co-geração de energia pelas usinas canavieiras e as autorizações dadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a construção de pequenas hidrelétricas, bem como(4) a disposição de empresas em investir em fontes alternativas de energia.

Afastar a possibilidade de um gargalo energético até 2010, contando(5) com a colaboração da sociedade, fortaleceria, sem dúvida, o ânimo dos agentes econômicos.

(Gazeta Mercantil, 15/01/2008, Editorial.)

a) 1

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b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

Gabarito preliminar: C (POSTERIORMENTE ANULADA)

Comentário.

ACORDO ORTOGRÁFICO: Segundo o novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, o prefixo “co” junta-se sem hífen ao elemento seguinte, ainda que este seja iniciado por “o” ou “h”. Assim, registra-se, agora, “coprodução”.

O verbo SER admite a concordância com o sujeito ou com o predicativo do sujeito. O sujeito, no caso, é “sinal”, podendo o verbo TER (auxiliar da locução de tempo composto) ficar no singular (“Outro bom sinal TEM SIDO...”). Inicialmente, a banca considerou a flexão do verbo no plural como ERRADA, indicando a opção C como resposta.

Contudo, a concordância também poderia se dar com o predicativo do sujeito, apresentado, na construção sob a forma composta: “a co-geração de energia pelas usinas canavieiras e as autorizações dadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a construção de pequenas hidrelétricas, bem como a disposição de empresas em investir em fontes alternativas de energia.”.

Desse modo, a forma verbal composta também admitiria a flexão no plural: “têm sido”. Diante dessa outra possibilidade de concordância, a banca resolveu anular a questão, por ausência de resposta válida ao enunciado.

CONCORDÂNCIA COM APOSTO RESUMITIVO

44 - (ESAF/TC PR/2003)

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná tem uma história a contar. São mais de 50 anos de fiscalização perene da coisa pública, cujos princípios foram pinçados da própria história das Cortes de Contas de todo o mundo. Das contribuições gregas e romanas ao modelo canadense de auditoria moderna, do Tribunal Imperial do Brasil de 1824 ao Tribunal de Contas de 1890, do insigne paranaense Manoel Francisco Correia, filho de Paranaguá e primeiro Presidente do Tribunal de Contas da União, aos ilustres pares que hoje conduzem essa casa, tudo contribuiu para o desenvolvimento de um órgão de fiscalização eficiente e dinâmico – dado o constante aperfeiçoamento das ações –, e para a solidificação institucional de um colegiado independente e atuante, como o Tribunal de Contas paranaense. E dentro de sua competência, o Tribunal de Contas tem buscado na informação, por intermédio dos mais diferenciados meios de comunicação, a formação de sua história, na luta incessante e implacável contra a corrupção e o mau uso do dinheiro público.

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Em relação ao texto, analise a assertiva abaixo.

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- O uso da palavra “tudo”(l.9) é recurso coesivo que retoma de forma sintética as informações anteriores, exigindo a concordância do verbo “contribuir” no singular.

ITEM CERTO

Comentário.

O pronome indefinido “tudo” exerce a função sintática de aposto resumitivo ou resumidor e esse é um dos poucos casos em que a concordância não é feita com o(s) núcleo(s) do sujeito, função essa exercida pelo sintagma nominal.

O pronome “tudo”, a exemplo de outros pronomes (nada, todos, ninguém) nesse tipo de construção, tem a função de retomar, de forma resumida, o sujeito já apresentado (normalmente longo) e, excepcionalmente, substitui o elemento (sujeito) com que o verbo deveria concordar.

CONCORDÂNCIA COM TERMOS PARTITIVOS

45 - (ESAF/AFC CGU/2004)

1. Em 2003, são poucos os que ainda acreditam

no mito da globalização. A economia mundial

segue enfrentando um futuro incerto, e a

guerra voltou a ocupar um lugar de destaque

5. nas relações internacionais. Nessas relações,

os Estados Unidos acumulam um poder militar

inquestionável, mas as grandes potências

divergem cada vez mais sobre a estrutura e

funcionamento da nova ordem política mundial,

10. em construção depois do fim da Guerra

Fria. Nesse contexto internacional, a maior

parte dos países latino-americanos já deixou

para trás a opção dos anos 90 pelas políticas

neoliberais. Mas tem sido difícil encontrar novos

15. caminhos econômicos. Ainda não existe

uma consciência clara, nem mesmo um consenso,

de que essa mudança de rumo envolve,

necessariamente, uma redefinição da

política externa do continente.

(Adaptado de José Luís Fiori, “O Brasil no mundo: o debate da política externa”)

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Em relação ao texto acima, analise a substituição sugerida.

- “já deixou para trás”(l.12 e 13) já abandonaram

ITEM CERTO

Comentário.

Entramos, agora, em um ponto muito importante no estudo de sintaxe de concordância – TERMOS PARTITIVOS, que são termos que indicam uma parte de um todo.

Reproduzimos, a seguir, o texto original do Manual de Redação da Presidência da República:

“Expressões de sentido quantitativo (grande número de, grande quantidade de, parte de, grande parte de, a maioria de, a maior parte de, etc), também chamadas de termos partitivos, por indicar parte de um todo, acompanhadas de complemento no plural, admitem concordância verbal no singular, estabelecendo a concordância com o núcleo do conjunto – concordância gramatical ou lógica, ou no plural, concordando com o complemento – concordância atrativa ou ideológica:

‘A maioria dos condenados acabou (ou acabaram) por confessar sua culpa.’

‘Um grande número de Estados aprovaram (ou aprovou) a Resolução da ONU.’

‘Metade dos Deputados repudiou (ou repudiaram) as medidas.’.”

A passagem em análise é: “... a maior parte dos países latino-americanos já deixou para trás...”. Consta dela um termo partitivo - a maior parte – seguido de substantivo no plural – países latino-americanos. A concordância, pois, é facultativa: o verbo pode ficar no singular (como apresentado originalmente) ou ir para o plural (como sugere o examinador: já abandonaram).

A substituição está CORRETA.

46 - (ESAF / MPOG – Especialista Políticas Públicas / 2005)

Em relação ao preenchimento das lacunas a seguir, analise a proposição.

Enquanto houver falta de força de trabalho, _______a)_____, os novos direitos conquistados se efetivam para a quase totalidade dos assalariados. Mas a situação muda completamente__________b)__________ e ______________ c) ______________. Nessas fases da conjuntura, a competição pelos poucos empregos disponíveis faz com que _________________ d) __________________, o que só podem fazer trabalhando como “informais”. É o que estamos assistindo hoje no Brasil: ________ e) __________, um número ainda maior trabalha sem registro e sem os direitos consignados na CLT.

(Paul Singer, Folha de S. Paulo, 30/04/2005)

- A lacuna identificada como "C” pode ser preenchida, indistintamente, com: “grande número de trabalhadores é atingido pelo desemprego” ou “grande número de trabalhadores são atingidos pela falta de emprego”.

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ITEM CERTO

Comentário.

Como temos uma expressão partitiva (“grande número de”) seguida de substantivo no plural (“trabalhadores”), o verbo pode ficar no singular ou no plural. Como temos um predicado nominal, o adjetivo segue a opção do verbo: “é atingido / são atingidos”.

47 - (ESAF/AFT/2003) Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.

- Embora muitas nações globalizadas procurem acompanhar o ritmo das mais opulentas, grande parte do mundo em desenvolvimento estão se tornando marginalizados.

ITEM ERRADO

Comentário.

A concordância com termos partitivos só é facultativa se o complemento estiver no plural. No caso dessa questão, a expressão “grande parte de” tem como complemento “o mundo”. Já que todos os elementos estão no singular, não há justificativa para que o verbo e o adjetivo sejam flexionados no plural. A forma correta, portanto, seria “grande parte do mundo em desenvolvimento está se tornando marginalizado [concorda com “mundo”]/marginalizada [concorda com “parte”].”.

48 - (ESAF/AFRE MG/2005 - adaptada)

I - Uma sociedade desse tipo elimina a exploração, fazendo com que ninguém possa viver do trabalho dos outros. Significa que ninguém dispõem do privilégio de possuir capital, negado a grande maioria.

II - Assim, as máquinas, instalações, matérias-primas – isto é, os meios de produção – não poderia ser propriedade privada mas, propriedade democrática do conjunto da sociedade.

III - Uma sociedade desse tipo choca-se frontalmente com o capitalismo, que se apóia estruturalmente na propriedade privada dos meios de produção, o que significa a separação entre capital e trabalho.

IV - Esta separação implica que a minoria tenha acesso a capital – sob qualquer forma de dinheiro ou de empresas, industriais, agrárias, comerciais ou de outro tipo –, e a grande maioria, dispondo apenas de seus braços para sobreviver, sejam obrigados a submeter-se à exploração do capital.

(Adaptado de Emir Sader. A Exploração. In: 7 pecados do capital. Rio de Janeiro, Record, 1999)

Está(ão) correto(s):

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a) somente um item.

b) somente dois itens.

c) somente três itens.

d) todos os itens.

e) nenhum dos itens.

Gabarito: A

Comentário.

Vamos verificar a correção de cada um dos itens.

I – Cuidado com os verbos (e seus derivados) PÔR / TER / VIR. Esse alerta se deve ao fato de que não há alteração fonética entre as formas singular e plural (fale em voz alta para analisar: dispõem / dispõe, detêm / detém, convêm / convém), o que pode levar o candidato ao erro, especialmente se houver uma separação grande entre núcleo do sujeito e forma verbal. Na passagem “Significa que ninguém dispõem do privilégio...”, o verbo DISPOR possui, como sujeito, o pronome “ninguém”, devendo permanecer no singular. Pertinho um do outro, fica fácil notar – quero ver na hora de uma construção longa, cheia de intercalações. Outro problema é de crase – faltou acento antes de “grande maioria” (“...negado à grande maioria.”) - ITEM ERRADO.

II – Além de erros relacionados à pontuação (que não serão objeto de comentário nesta aula), ocorre um problema de concordância. O sujeito é composto e se encontra anteposto ao verbo: “Assim, as máquinas, instalações, matérias-primas (...) não poderia ser propriedade privada (ui!!!)...”. O verbo PODER, auxiliar de uma locução verbal, deveria se flexionar no plural, para concordar com o sujeito composto anteposto. ITEM ERRADO

III – Note a correta flexão do verbo SIGNIFICAR, em acordo com a expressão “o que”. ITEM CORRETO

Mudança ortográfica: não há acento agudo na forma verbal “apoia”.

IV – Agora, voltamos a falar sobre TERMOS PARTITIVOS. Como vimos na questão anterior, quando o termo estiver sozinho ou acompanhado de um complemento no singular, não existe a possibilidade de ir para o plural. Foi esse o erro cometido nessa construção: “... e a grande maioria, dispondo apenas de seus braços para sobreviver, sejam obrigados...”. ITEM ERRADO

Há, portanto, apenas uma proposição correta.

49 - (ESAF/MPOG - APO/2008)

Assinale o trecho do texto, adaptado de O Estado de S. Paulo, 6/02/2008, que apresenta erro gramatical.

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a) Real valorizado e aumento do emprego e da renda são fatores que estimularam as viagens dos brasileiros ao exterior, ao contrário do que ocorreu com os turistas que vem ao Brasil, que pagaram suas despesas com dólares desvalorizados.

b) Turistas estrangeiros gastaram no Brasil, conforme os registros do Banco Central, o valor recorde de US$ 4,953 bilhões no ano passado, 14,7% mais do que em 2006.

c) Ainda assim, o balanço cambial do turismo piorou, pois as despesas de brasileiros no exterior aumentaram 42% entre 2006 e 2007, passando de US$ 5,764 bilhões para US$ 8,211 bilhões.

d) Não se estranhe, pois, que o déficit na conta do turismo tenha mais que dobrado, passando de US$ 1,448 bilhão para US$ 3,258 bilhões.

e) O que não se justifica é o fato de o Brasil ocupar um modestíssimo 59º lugar entre os 124 países pesquisados pelo Fórum Econômico Mundial, de Davos, no ano passado. E que o setor de turismo tenha um peso tão pequeno na atividade econômica do País, da ordem de 2,8% do PIB, ante cerca de 11% em Portugal e na Espanha.

GAB. A

Comentário.

O antecedente do pronome relativo “que”, na passagem “...que vem ao Brasil”, é o substantivo “turistas”, devendo o verbo VIR se flexionar: “... os turistas que vêm ao Brasil...”. Note que, mais uma vez, a banca explorou a concordância com verbo VIR, que não apresenta alteração fonética entre a forma singular e plural. Por isso, todo cuidado é pouco. Nesta questão, ficou um pouco fácil, devido à posição dos termos, mas a banca poderia ter dificultado a sua vida, separando os elementos. Agora, você já está avisado (rs...).

50 - (ESAF/Técnico ANEEL/2006)

De fato, os jovens têm motivos para se sentirem inseguros. Começam a vida profissional assombrados pelos altos índices de desemprego. Quase a metade dos desempregados nos grandes centros no Brasil é jovem. Além da falta de experiência, há o despreparo mesmo. Grande parte tem baixa escolaridade. O mercado de trabalho ajuda a perpetuar a desigualdade. Muitos jovens deixam de estudar para trabalhar. Mas a disputa é acirrada também entre os mais bem-preparados. A grande oferta de mão-de-obra resulta em um processo cruel de avaliação, com testes de conhecimentos e de raciocínio lógico, redação, dinâmicas de grupo, entrevistas. E não é só. O jovem deve demonstrar habilidades que muitas vezes nem teve tempo de saber se possui ou de descobrir como adquiri-las. Como o conhecimento hoje fica obsoleto muito rápido, a qualificação e o potencial comportamental é que definem um bom candidato, e não só o preparo técnico.

(Adaptado de ISTOÉ 5/10/2005)

Analise a opção abaixo a respeito do emprego das estruturas lingüísticas do texto.

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- Como a expressão “a metade” (l.3) pode ser considerada um sinônimo textual para 50%, a substituição daquela por esta preservaria a coerência textual e a correção gramatical.

ITEM ERRADO

Comentário.

Mudança ortográfica: não há trema na palavra “linguísticas”.

Não me diga que você vai cair nesse “conto do vigário”?!?!?

Se você voltar ao texto e testar a substituição sugerida pelo examinador, irá perceber que a troca provocaria erro gramatical, em relação à concordância. Veja só:

- “Quase a metade dos desempregados nos grandes centros no Brasil é jovem.”

Os elementos do predicado (verbo e adjetivo) estão no singular para concordar com metade.

Com a troca, teríamos:

- “Quase 50% dos desempregados nos grandes centros no Brasil é jovem.”

Agora, sumiu o termo que permitia o singular e, em seu lugar, foi colocado um numeral que exige o plural (50). Como tanto o núcleo quanto o complemento estão no plural, não tem saída – predicado no plural também: “Quase 50% dos desempregados ... são jovens.”.

Assim, não estaria preservada a correção gramatical do período.

DICA: Sempre que o examinador fizer alguma sugestão de troca, retirada etc., vá ao texto – não tenha preguiça – e verifique com cuidado todos os aspectos relacionados com essa mudança. Não se deixe enganar!!!

51 - (ESAF/TCU/2006)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

O artista não é o porta-voz(1) da informação, nem do saber ou da realidade, nem da objetividade ou do coletivo, nem de si(2) mesmo. O artista contemporâneo é aquele que cria condições, na obra, para que nela(3) se processe o trabalho específico de sua arte – o trabalho do filme, o trabalho do romance, o trabalho da pintura –, que, mais do que(4) representar a existência, põem(5) essa existência em ação, para ele mesmo e seu público.

(Teixeira Coelho)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

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Gabarito: E

Comentário.

Muita gente “dançou” nessa questão, mas não foi por falta de aviso. Qual foi o alerta que acabei de dar? “Cuidado com os verbos (e seus derivados) PÔR, TER, VIR...”.

Pois é...

“O artista contemporâneo é aquele que cria condições, na obra, para que nela [na obra] se processe o trabalho específico de sua arte – o trabalho do filme, o trabalho do romance, o trabalho da pintura -, que, mais do que representar a existência, põem essa existência em ação...”

O pronome relativo do verbo PÔR (sujeito sintático) se refere a qual termo antecedente (sujeito semântico)?

Resposta: “o trabalho específico de sua arte”. O núcleo do sujeito é TRABALHO, portanto o verbo deve ficar no SINGULAR: “... se processe o trabalho específico de sua arte (...) que (...) PÕE essa existência em ação...”.

Viu como fica fácil enganar o candidato com esses verbos? E não diga que não avisei...rs...

52 - (ESAF/AFC STN/2005)

1. Os administradores de sociedades limitadas podem

responder solidariamente perante a sociedade pelo

mal desempenho de suas atribuições. Uma dessas

hipóteses é justamente não comunicar aos demais

5. associados a cessão das cotas por parte de alguns

sócios a terceiros que não dispõe de patrimônio apto

a honrar o compromisso.

Analise a assertiva acerca de aspectos lingüísticos do texto.

- Há falta de concordância verbal entre o verbo dispõe(l.6) e seu sujeito gramatical.

ITEM CERTO

Comentário.

Mudança ortográfica: não há trema na palavra “linguísticos”.

O verbo DISPOR (derivado do PÔR, tome cuidado!!!) possui como sujeito o pronome relativo “que”. Este possui como referente o substantivo “terceiros”. Assim, o verbo deve com esse antecedente concordar: “... a terceiros que não DISPÕEM...”.

Dessa forma, está CORRETA a afirmação de que houve problemas de concordância na passagem.

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Agora, você já virou “macaco velho” e percebeu o erro da flexão verbal, não foi?

(Por favor, diga que sim, diga que sim...rs...).

Em tempo: a banca, em outro item, explorou o emprego dos parônimos mau x mal, a partir da passagem “mal desempenho”; antes que você me pergunte se isso está certo ou errado, sugiro que releia a aula 1. Quer moleza??...rs...

53 - (ESAF/CGU-Técnico/2008 - adaptada)

Analise os itens abaixo em relação à correção gramatical, indicando com C as proposições corretas e E as que apresentam erros. Em seguida, marque a opção que indica a ordem.

I - Mas a grande maioria dos analistas econômicos não acredita que o Brasil possa estar entre os países mais atingidos por uma crise financeira externa.

II - Talvez não chegue ao patamar de 2007, pela necessidade de se conterem um pouco a demanda interna para evitar que a inflação derivada dos alimentos contamine outros preços.

III - Aumentaram exportações, reduziram dívidas em valores absolutos ou relativos, ampliou as reservas cambiais, e se transformaram também em mercados relevantes dentro do comércio mundial.

(O Globo, 29/01/2008)

a) C / C / E

b) C / E / E

c) E / C / E

d) E / C / C

e) C / E / C

Gabarito: B

Comentário.

I - ITEM CERTO

Essa é para encerrar o assunto “concordância com termos partitivos”. Para a construção, há duas possibilidades de concordância verbal: com o núcleo “maioria” (“A grande maioria dos analistas econômicos não ACREDITA...”) ou com o complemento (“A grande maioria dos analistas econômicos não ACREDITAM...”).

Por isso, está correta a construção.

II – ITEM ERRADO

O verbo CONTER, que é transitivo direto (conter alguma coisa), acompanhado do pronome “se”, forma construção de voz passiva. Contudo, o núcleo do sujeito paciente

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é “demanda”. Assim, não deveria o verbo se flexionar no plural: “... pela necessidade de SE CONTER um pouco A DEMANDA interna...”.

III – ITEM ERRADO

O sujeito das formas verbais “aumentaram”, “reduziram”, “ampliou” é o sintagma presente na opção anterior: “Nações classificadas na categoria de emergentes”. Assim, percebe-se que, em relação ao último elemento, houve erro de concordância: “ampliaram as reservas cambiais”. Outra possibilidade de análise seria considerar como sujeito das orações os elementos que vêm após os verbos (que, nesta análise, seriam intransitivos), ou seja, respectivamente “exportações”, “dívidas” e “as reservas cambiais”. Ainda que assim fosse, o erro de concordância em “ampliou” permaneceria (ampliaram as reservas cambiais).

A ordem correta seria, portanto, C / E / E – opção B.

54 - (ESAF/TRF/2003) Assinale o trecho do texto que foi transcrito com erro.

a) Os direitos humanos, a grande conquista moderna, procedem da idéia de que o governo está a serviço dos cidadãos, e não o contrário. Cada indivíduo, antes mesmo de fazer parte do poder político, já detêm direitos que são seus, pelo simples ato de nascer. b) É esse vínculo dos direitos humanos ao nascimento que permite dizer que eles são direitos naturais. Já o Estado é um instrumento para realizar fins comuns às pessoas.

c) Vários teóricos da política, ao longo dos séculos XVII e XVIII, afirmaram que o Estado nasceria de um contrato. Eles foram indevidamente contestados depois que os avanços da história mostraram que seria impossível a pessoas isoladas entre si desenvolverem a sofisticação necessária para adotar o conjunto de regras e leis que forma um Estado.

d) O que os contratualistas pretendiam não era tanto afirmar uma verdade histórica, ou sequer uma hipótese, mas expressar uma idéia filosófica forte, revolucionária: o indivíduo tem prioridade sobre o Estado.

e) Mesmo que cada um de nós, em sua vida, nasça dentro de um Estado — e, portanto, depois dele —, este último somente tem validade como ferramenta ou meio para promover fins que são os nossos.

Adaptado de Renato Janine Ribeiro, Fronteiras da Ética,São Paulo: Senac, 2002

Gabarito: A

Comentário.

Mudança ortográfica: não há acento agudo na palavra “ideia” (opção A e D).

Na passagem do item a “Cada indivíduo, antes mesmo de fazer parte do poder político, já detêm direitos que são seus, pelo simples ato de nascer.” percebe-se incorreção de sintaxe de concordância, uma vez que o sujeito, cada indivíduo, está no singular, exigindo igual flexão do verbo correspondente – detém.

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Quando o sujeito, mesmo composto, tem cada um dos seus elementos acompanhado do pronome indefinido “cada”, o verbo deverá permanecer no singular. Isso porque o pronome indefinido “cada” atribui ao elemento uma função individualizadora (“cada indivíduo”), conceito esse muito bem explorado pela questão seguinte.

Observe que no item e ele manteve corretamente o verbo no singular – “Mesmo que cada um de nós ... nasça dentro de um Estado...”.

55 - (ESAF/AFRF/2002.1)

O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um de nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua memória não pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar, sim, os bons momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega tudo na sua agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. Agora só falta descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar secreto que guarda as senhas.

(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)

Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.

- A expressão quantificadora “Cada um” (l.7) tem valor totalizante porque faz associar uma senha ao conjunto de cartões, os meus e os seus.

ITEM ERRADO

Comentário.

A incorreção deste item está em atribuir um valor totalizante à expressão “cada um”. Como vimos na questão anterior, esse vocábulo tem o condão de individualizar os elementos, tanto assim que não admite flexão no plural (não existe “cadas”). Por isso, mesmo que esteja em um sujeito composto ou acompanhado de um pronome reto, mantém o verbo na 3ª pessoa do singular.

“Cada um de nós compõe a sua história, e cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz”(Almir Sater)

CONCORDÂNCIA COM NUMERAL

56 - (ESAF/AFC STN/2002)

Um emprego novo na indústria siderúrgica custa 1,4 milhão de reais. No varejo, um único emprego exige o dispêndio de algo em torno de 30.000 reais: o custo do espaço na loja, do balcão e do estoque de mercadorias.

Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.

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- À linha 1 seria também correto escrever-se 1,4 milhões de reais.

ITEM ERRADO

Comentário.

Como a parte inteira é representado pelo algarismo ‘1’, o numeral milhão, que pertence à classe das palavras variáveis, deverá concordar com ele, ficando no singular – “1,4 milhão de reais”.

Assim, a troca sugerida (de 1,4 milhão para 1,4 milhões) acarretaria um erro de concordância nominal.

57 - (ESAF/TCE RN/2000) Nas questões seguintes, marque o item sublinhado que apresenta erro gramatical ou de ortografia.

Acredito que a maior parte dos senhores sabe(A) que a Secretaria de Educação é gigantesca; por isso(B) se tem muita dificuldade de gerenciamento. É composta(C) por 1,3 milhões(D) de alunos. Esta quantidade de alunos é maior do que (E) a população de muitas capitais no Brasil.

a) A

b) B

c) C

d) D

e) E

Gabarito: D

Comentário.

Como já vimos, o numeral milhão deve concordar com número inteiro, ficando no singular – “1,3 milhão de alunos”.

O item (C) possui um sujeito elíptico, ou seja, aquele que pode ser identificado ou por sua desinência (“Somos os vencedores.” sujeito: nós) ou por já ter sido apresentado anteriormente no texto. No caso, o sujeito é “a Secretaria de Educação”, por isso o verbo e o adjetivo com ele concordam: “É composta por...”.

Já o item (A), correto, apresenta a concordância com um termo partitivo (“a maior parte dos senhores sabe”).

Em casos como esse, em que a expressão retrata a parte de um todo, o verbo pode concordar com o núcleo (parte) ou com o complemento (senhores), indistintamente –

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“a maior parte dos senhores sabe/sabem...”. Mais adiante, veremos outras questões que exploram esse ponto.

58 - (ESAF/TRF/2003) Assinale a opção em que a concordância está de acordo com a norma padrão.

a) Os milhares de pessoas que cometeram delitos, após cumprirem suas penas, ficam quites com a sociedade.

b) Nenhum dos colegas de seção afirmaram ter presenciado qualquer ato delituoso, apenas relataram o que ouviram do funcionário punido.

c) A maioria dos casos examinados indicava ser necessário a instauração de sindicância, ainda que alguns de nós relutássemos em acatar a auditoria realizada.

d) Dadas as circunstâncias em que ocorreu um grande número de exonerações, foi publicado, na mídia, uma nota que justificava tal procedimento administrativo.

e) Seguia anexo ao processo administrativo a cópia dos contratos de serviços especializados que haviam sido prestados na gestão anterior.

Gabarito: A

Comentário.

Moreira da Silva gravou uma canção assim: “Etelvina, acertei no milhar, ganhei 500 contos, não vou mais trabalhar” (ai, quem me dera!). Esse milhar se refere ao número sorteado no jogo do bicho e nos faz lembrar que esse vocábulo – milhar – pode ser classificado como numeral (correspondente a mil unidades) ou substantivo masculino (“milhares de vezes”, exemplo do Aurélio).

Caso apresente um artigo definido, este deverá com ele concordar: os milhares.

Também está correta a flexão no plural de “quite”, adjetivo de dois gêneros. Este é o item correto.

Vamos comentar, agora, as incorreções dos demais:

b) Com pronomes indefinidos, como “nenhum, algum, qual” (no singular), acompanhados de substantivo no plural ou pronome reto (nenhum de nós, algum de vós, qual de nós), o verbo deverá permanecer na 3ª pessoa do singular. Assim, a forma correta seria: “Nenhum dos colegas de seção afirmou ter presenciado qualquer ato delituoso”.

Se o primeiro pronome estiver no plural (quais, alguns) o verbo pode concordar com esse (3ª pessoa do plural) ou como pronome pessoal (1ª ou 2ª pessoa do plural): “Alguns de nós estiveram / estivemos”.

Essa segunda concordância tem um valor que transcende a questão gramatical. É uma questão de concordância ideológica, ou seja, uma escolha reveladora da posição do falante. Ao colocar o verbo na 1ª pessoa do plural, ele se inclui entre os elementos que praticam a ação. Por exemplo, em “muitos de nós sabiam a verdade dos fatos.”, não se tem certeza se o falante se inclui ou não no rol de pessoas que sabem a verdade.

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Contudo, na construção “muitos de nós sabíamos a verdade dos fatos.”, temos a certeza de que ele sabe, e, além dele, outros tantos.

c) A concordância com termos partitivos – a maioria de, a metade de, grande parte de, etc – que apresentem complemento sob a forma plural (a maioria dos alunos, grande parte dos eleitores), pode ser feita com o núcleo (concordância gramatical ou lógica) ou com o complemento (concordância atrativa ou ideológica). Deste modo, está correta a forma verbal indicava. Agora, o que era necessário?

Resposta: A instauração de sindicância. Então, era NECESSÁRIA a instauração.

Ainda nesse item c, há a concordância com a expressão “alguns de nós”, que possibilita a concordância com o pronome indefinido (alguns), que está no plural, ou como pronome pessoal (nós) – alguns de nós relutassem/relutássemos. Como houve a preferência pela segunda forma, sabe-se, de antemão, que o autor relutou “em acatar a auditoria realizada”.

d) Pergunta: o que foi publicado? Resposta: uma nota.

Percebe-se, assim, equívoco na concordância nominal entre os dois termos – a forma correta seria “foi publicada, na mídia, uma nota”.

O particípio “dadas” não rege preposição alguma e concorda com o substantivo que acompanha: “dado o embate”, “dadas as possibilidades”, “dados os elementos”.

e) O adjetivo anexo, como qualquer outro, deve se flexionar em gênero e número de acordo com o substantivo a que se refira. O que vai anexa é a cópia (núcleo) dos contratos. Não confunda com a locução adverbial “em anexo”, que não se flexiona. Finalmente, a construção verbal “haviam sido prestados” está correta, pois o verbo haver é, nesse caso, um verbo auxiliar e, como tal, deve se flexionar de acordo com o que faria o principal (prestar). Como seu sujeito (pronome relativo que) faz referência a serviços especializados, com esta expressão deverá a locução concordar.

59 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)

Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro gramatical.

a) No livro Breve História do Trabalho no Brasil, Almir Pazzianotto esboça a trajetória da classe trabalhadora, da colonização portuguesa ao último governo militar. Mostra como se explorou, sem limites éticos e humanos, a mão-de-obra indígena e negra e como, durante a Primeira República, as oligarquias, com medo das idéias revolucionárias trazidas pelos imigrantes, procuraram bloquear as tentativas de organização dos trabalhadores.

b) Mostra também como se desenhou o modelo sindical brasileiro, a partir do primeiro governo de Getúlio Vargas, e por que esse modelo se manteve incólume até a Constituição de 1988, apesar das profundas transformações político-institucionais pelas quais passou o País nesse período.

c) Registra, também, que a redemocratização do Brasil significou apenas uma atenuação do modelo anterior, sendo ainda marcante a participação do Estado na vida sindical, por meio de normas obrigatórias relativas a modelo de organização, registro, quotas compulsórias, negociações salariais e dissídios coletivos.

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d) O autor dedica atenção especial à figura marcante de Getúlio Vargas, suas idéias sobre o movimento trabalhista e sobre o papel reservado às classes operárias no desenvolvimento nacional, trazendo o livro, em apêndice, a íntegra da Carta Testamento e de três célebres discursos proferidos no Dia do Trabalho.

e) Embora fundamentado em sólida bibliografia, o livro não tem a aridez dos textos acadêmicos. Almir Pazzianotto Pinto, como advogado trabalhista no ABCD paulista, como Ministro do Trabalho ou como Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, conviveu com muitos dos personagens que retratam e foi testemunha de outras tantas histórias que registra, emprestando, assim, um calor especial à narrativa.

(http://www.stpinf.com:8080/producao/genadm.nsf/Paginas)

Gabarito: E

Comentário.

Mudança ortográfica: não há acento agudo na palavra “ideias” (opções A e D).

Houve, na construção da opção E, problema de sintaxe de concordância verbal.

Para percebê-lo, devemos entender a passagem do texto:

“Almir Pazzianotto Pinto, como advogado trabalhista no ABCD paulista, como Ministro do Trabalho ou como Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, conviveu com muitos dos personagens que retratam e foi testemunha de outras tantas histórias que registra, emprestando, assim, um calor especial à narrativa.”

O pronome relativo “que” retoma o antecedente “Almir Pazzionotto Pinto”. Foi ele quem retratou os personagens, e não os personagens que teriam retratado o Ministro.

A proximidade do substantivo no plural pode confundir o candidato e prejudicar sua análise do texto.

Feita a devida correção, o texto seria: “Almir Pazzianotto Pinto (...) conviveu com muitos dos personagens que (ele – Almir Pazzianotto Pinto) retrata e foi testemunha de outras tantas histórias que registra...”.

Por isso, alertamos sempre que “análise sintática se faz em conjunto com a análise semântica”.

CONCORDÂNCIA COM TOPÔNIMOS

60 - (ESAF/Fiscal de Fortaleza/1998)

Indique entre os itens sublinhados o que contém erro gramatical ou impropriedade vocabular.

Aos 26 anos, a cearense Jerusa Novais fala um inglês claudicante(A), conhece os Estados Unidos apenas pela Internet, mas acaba de conseguir uma ascensão(B) profissional de causar inveja aos 12.000 estudantes de informática que saem anualmente das faculdades brasileiras. A partir de março, trocará seu salário de 2.500 reais no Banco do Estado do Ceará por outro de 5.000 dólares na empresa IMR com sede na Flórida. Ela e outros dezenove cearenses foram contratados pela IMR por

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salários que variam entre(C) 4.500 e 6.000 dólares mensais. O grupo vai-se juntar (D) aos 1.000 profissionais brasileiros de informática que já encontraram colocação no mercado americano. Vivendo um período de prosperidade sem precedentes, os Estados Unidos da América não está(E) conseguindo preencher as 300.000 vagas de trabalho que são abertas a cada ano na área com os novos profissionais – cerca de 24.000 – que saem de suas universidades.

(Manoel Fernandes - Veja - 28/1/1998, adaptado)

a) A

b) B

c) C

d) D

e) E

Gabarito: E

Comentário.

Eu sei que essa questão é beeeeeem antiga, mas é que não encontrei outras mais recentes que explorasse esse conceito tão importante. Topônimos são nomes próprios que indicam lugares.

“Estados Unidos da América” é um topônimo que SEMPRE vem precedido de artigo definido masculino plural. Por consequência, quando exerce a função de sujeito, obriga a flexão do verbo no plural. Isso acontece mesmo que esteja representado por sua sigla (EUA).

Assim, o verbo estar (verbo auxiliar da locução verbal) deveria ser flexionado no plural para que houvesse correção no período (“os Estados Unidos da América não estão conseguindo preencher...”).

O mesmo acontece com qualquer outro nome precedido de artigo definido (“Os Emirados Árabes Unidos consistem de uma federação de sete emirados localizados no Golfo Pérsico.”).

Caso o topônimo não exija o artigo, mesmo sendo representado por um nome no plural, o verbo ficará na 3ª pessoa do singular (“Bruxelas é a capital da Bélgica”, “Minas Gerais é o estado mais elevado do país, com 57% das terras acima dos 600 metros de altitude.”).

Na aula sobre CRASE voltaremos a falar sobre os topônimos.

CONCORDÂNCIA COM A EXPRESSÃO “É QUE”

61 - (ESAF/Técnico Administrativo ANEEL/2006)

Leia o seguinte texto para responder à questão.

O jovem deve demonstrar habilidades que muitas vezes nem teve tempo de saber se possui ou de descobrir como adquiri-las. Como o conhecimento hoje fica obsoleto

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muito rápido, a qualificação e o potencial comportamental é que definem um bom candidato, e não só o preparo técnico.

(Adaptado de ISTOÉ 5/10/2005)

Analise a assertiva abaixo:

- A forma de singular em “é” (l.18) deve-se ao emprego do vocábulo “que” (l.18); pois o verbo que se flexiona de acordo com o sujeito da oração é “definem” (l.18).

ITEM CERTO.

Comentário.

A questão trata da concordância em frases que contenham a expressão “é que”.

Vamos à lição de Celso Cunha e Lindley Cintra, em Nova Gramática do Português Contemporâneo:

“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim: ‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu esforço.’.”

Perceba que a locução poderia ser retirada sem prejuízo para o período: “José trabalhou, mas os irmãos se aproveitaram do seu esforço.”.

Por isso, é classificada como uma locução denotativa de realce, que tem a única função de destacar os termos que acompanha (no caso, os substantivos José e irmãos, respectivamente).

Agora, analise a construção do texto:

“Como o conhecimento hoje fica obsoleto muito rápido, a qualificação e o potencial comportamental é que definem um bom candidato”

Afirma-se que o verbo “definir” flexiona-se de acordo com a exigência do sujeito (“a qualificação e o potencial comportamental”). Isso está correto, pois a expressão “é que” é denotativa de realce, supérflua, podendo ser retirada do texto sem prejuízo gramatical para o período.

62 - (ESAF/Técnico - ANEEL/2006)

Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados manifestam-se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, que soube mobilizar com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povo brasileiro, realizou-se em condições democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um crescimento econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por um déficit de transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em 1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da

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economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.

(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)

Em relação ao texto, analise a assertiva a seguir.

- Por se tratar de verbo expletivo, “foi” (l.20) pode ser retirado da oração sem prejuízo do sentido e da sintaxe.

ITEM ERRADO

Comentário.

Mudança ortográfica: não há hífen na palavra “autoestima” (linha 3). A partir de 2009, o prefixo “auto” irá exigir hífen quando o segundo elemento iniciar por “h” (auto-hipnose) ou “o” (auto-organização).

Na questão anterior, vimos casos em que a expressão expletiva (ou de realce) “é que” se apresenta “unida” e, por consequência, não se flexiona. Agora, temos um outro caso – o verbo SER – expletivo – se separa do “que”.

O que acontece, então? Com a palavra, novamente os professores Celso Cunha e Lindley Cintra.

“[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros verbos.

Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:

‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se aproveitaram do seu esforço.’

Ou este:

‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu esforço.’.”

Continua sendo uma expressão de realce e, portanto, passível de retirada. No entanto, por anteceder o sujeito, passa a concordar com ele, inclusive admitindo a mudança do tempo verbal.

Perceba que, na passagem do texto, temos um desses exemplos.

“No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.”

O que está errado na assertiva, então?

O fato de que o examinador sugere a retirada apenas do verbo, sem mencionar a necessidade de se retirar também o “que”, que forma a expressão de realce, e a necessidade de se empregar uma vírgula após “criados”. Feitas as correções, a construção seria:

“No entanto, graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados, as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.”

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CONCORDÂNCIA COM SÉRIES ADITIVAS ENFÁTICAS

63 - (ESAF/Assistente de Chancelaria/2002)

As viagens ao exterior e os encontros com figurões estrangeiros constituem, desde o reinado de Dom Pedro II, um trunfo na estratégia das lideranças brasileiras. De fato, as críticas às viagens internacionais do Presidente da República ou de outros dirigentes parecem despropositadas. Tanto o governo como a oposição devem reposicionar os interesses brasileiros num mundo em plena mutação. O problema que se coloca é de outra natureza e se resume numa interrogação pouco formulada na campanha presidencial: quais devem ser os rumos de nossa diplomacia?

(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações)

Analise a afirmação abaixo a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto.

- o conectivo “Tanto...como”(l.5) for substituído por Não só ... mas também, o verbo seguinte pode ser empregado no plural, “devem”(l.5), ou no singular, deve.

ITEM CERTO

Comentário.

Mudança ortográfica: não há trema na palavra “linguísticas”.

Por série aditiva enfática entendemos todas as expressões que enumerem elementos de mesma função sintática, no caso, sujeito, com o mesmo sentido da conjunção aditiva ‘e’: não só... mas também; não só... como.

Sobre esse ponto do assunto, contudo, há divergência doutrinária.

O mestre Evanildo Bechara, como vimos, faculta a flexão verbal:

“Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por série aditiva enfática (...), o verbo concorda com o mais próximo ou vai ao plural (o que é mais comum quando o verbo vem antes do sujeito)”.

Já Celso Cunha e Lindley Cintra (em “Nova Gramática do Português Contemporâneo”) destacam que, se não houver pausa entre os sujeitos (e, portanto, não houver vírgula), o verbo irá para o plural:

“Qualquer se persuadirá de que não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.”

Como, na questão, a série aditiva não se encontra separada por vírgulas (ou seja, não há pausa) e a ESAF considerou corretas as duas possibilidades de concordância (singular e plural), concluímos que seu posicionamento é contrário ao dos professores Cunha e Cintra: “Não só o governo mas também a oposição deve/devem reposicionar...”.

O que você deve fazer se cair em uma prova? Ah... tomara que a banca não tenha mudado de opinião de 2002 para cá. De qualquer forma, se o enunciado pedir a incorreta e surgir um desses casos polêmicos, leia todas as opções e marque esta

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(verbo no singular com série aditiva sem pausa) somente se tiver certeza de não existir outra “pior”.

FLEXÃO DO INFINITIVO

64 - (ESAF/AFRE MG/2005)

1. O setor público não é feito apenas de filas, atrasos,

burocracia, ineficiência e reclamações. A sétima

edição do Prêmio de Gestão Pública, coordenado

pelo Ministério do Planejamento, mostra que o serviço

5. público federal também é capaz de oferecer serviços

com qualidade de primeiro mundo. De 74 instituições

públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter

conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter

práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de

10. forma crescente seus resultados, tornando-os referências

nacionais. O perfil dos premiados mostra que

o que está em questão não é tamanho, visibilidade

ou importância estratégica, mas, sim, a capacidade

de fazer com que as engrenagens da máquina funcionem

15. de forma eficiente, constante e muito bem

controlada.

(Ilhas de Excelência. ISTOÉ, 2/3/2005, com adaptações)

Analise a seguinte assertiva a respeito das estruturas lingüísticas do texto.

- A substituição da forma não flexionada de “ter” (l..7) pelo infinitivo flexionado correspondente, terem, respeita as regras gramaticais e preserva a coerência textual.

ITEM CERTO

Comentário.

Mudança ortográfica: não há trema na palavra “linguísticas”.

Veremos, agora, alguns casos que envolvem o infinitivo, uns de flexão obrigatória e outros de flexão facultativa.

De 74 instituições públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de forma crescente seus resultados, tornando-os referências nacionais.

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Nesse caso, como o sujeito do verbo TER (auxiliar de tempo composto em “ter conseguido”) já foi apresentado na oração anterior (“13 [instituições públicas] foram selecionadas...”), a flexão do infinitivo é facultativa (“... 13 foram selecionadas por TER CONSEGUIDO / TEREM CONSEGUIDO...”).

Na questão seguinte, veremos um caso de flexão obrigatória.

65 - (ESAF/SEFAZ CE/2007)

Analise o fragmento de texto a seguir segundo as normas do padrão formal escrito da língua portuguesa.

- Por não ser divulgado os critérios de desconto por erro encontrado, supõe o candidato que a nobre Banca na aplicação das penalidades dos erros considera a natureza e a gravidade deste no conjunto de toda a dissertação.

ITEM ERRADO

Comentário.

Pergunto: o que não seria divulgado?

Resposta: “os critérios de desconto por erro encontrado”.

Temos uma construção de voz passiva, em que o sujeito paciente (os critérios de desconto por erro encontrado) está no plural. Como o sujeito da forma no infinitivo é diferente do da oração seguinte (supõe o candidato...) e não havia surgido ainda no período, a flexão é obrigatória: “Por não serem divulgados os critérios de desconto por erro encontrado, supõe o candidato que...”.

66 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

Assinale a opção em que há problema de sintaxe.

a) A crise de 2002 reduziu significativamente o fluxo de recursos externos no Brasil e elevou bastante o risco-país, indicador de confiança do investidor estrangeiro num determinado país.

b) Em 2003, houve um ajuste fiscal mais firme para controlar a inflação, a expansão do crédito doméstico e o aumento da demanda externa por produtos brasileiros, fato que permitiu a retomada do crescimento da economia em 2004.

c) As políticas de ajuste ainda permitiram a diminuição de dívida líquida do setor público de 57,2% do PIB, no final de 2003, para 51,8%, no fim do ano passado.

d) Para continuar a crescer de forma sustentável é necessário recuperar os investimentos e ampliar a capacidade de atrairem recursos estrangeiros.

e) Para enfrentar esses desafios, são necessários os esforços para equilibrar as contas da Previdência Social, reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), implementar a nova Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior e aprovar a lei das Parcerias Público-Privadas.

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(Adaptado de Em Questão, n. 355- Brasília, 12 de setembro de 2005)

Gabarito: D

Comentário.

Quando o infinitivo é usado em sua forma impessoal (por exemplo: emprego genérico, verbo principal em uma locução verbal etc.), não deve se flexionar.

Assim, na opção D, temos vários exemplos de infinitivos impessoais: “... é necessário recuperar os investimentos e ampliar a capacidade de atrair recursos estrangeiros.”.

Em todos esses casos, os verbos destacados foram usados em sentido vago, genérico, não se atribuindo a nenhum ser específico as ações por eles indicadas.

Ainda que fosse possível a flexão do verbo ATRAIR, haveria um erro de ortografia, já que infinitivo flexionado seria “atraÍrem”, com acento agudo em função das regras de acentuação vistas lá na nossa primeira aula – ou será que você já se esqueceu daquele assunto???? (ai, ai, ai...)

CONCORDÂNCIA COM CONJUNÇÃO “OU”

67 – (ESAF/CGU-Técnico/2008) Assinale a opção que corresponde à única palavra ou expressão gramaticalmente correta.

Como nosso país constitui um Estado de Direito Democrático, é excusado(1) dizer que nenhuma lei ou ato normativo pode ser editado(2) se não estiver em consonância com a Constituição Federal. Por isso mesmo, se acaso editado(3) atos que violem esses princípios, o STF atuará no sentido de declarar-lhe(4) ineficaz(5) , por ofenderem a Constituição.

(Maurício Correa, “Temos o direito de sonhar”,CB, 30/12/2007, p. 15, com alterações.)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

Gabarito: B

Comentário.

Dessa vez, o examinador busca a palavra ou expressão CORRETA, ao contrário do que costuma apresentar nas questões de prova. Isso pode ter causado alguma confusão ao candidato cansado e/ou desatento.

O item “2” – gabarito da questão - gerou alguma polêmica, já que alguns pensaram tratar-se de conjunção “ou” com valor de “e” (aditivo), o que levaria a construção verbal para o plural. Contudo, note que o examinador foi bastante cuidadoso ao não

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sublinhar os verbos auxiliares, destacando apenas o particípio, o que eliminaria qualquer polêmica.

Vejamos, então, em que se baseou a banca para manter essa construção no singular.

Ensinam-nos consagrados gramáticos (Bechara, Rocha Lima) que, estando os núcleos do sujeito ligados pela conjunção “ou”, o verbo se mantém no singular nos seguintes casos:

1) houver ideia de exclusão (essa é clássica, não é mesmo? “Serra ou Ciro será o candidato à presidência da República pelo partido.”);

2) exprimir ideia de EQUIVALÊNCIA, de tal forma que o verbo possa igualmente se referir a qualquer um dos núcleos. No texto, estão “em pé de igualdade” tanto o ato normativo quanto a lei – o verbo pode se referir a qualquer um deles -, motivo pelo qual o verbo permaneceu no singular.

Vejamos, agora, os erros das demais opções.

No item “1”, o erro (excusado) é de ortografia – o correto é “escusado”, já que provém de “escusar” (desculpar), com a letra “s”.

No item “3”, ocorre erro de concordância – “editado” se refere a “atos”, o que exige sua flexão no plural: “... se acaso EDITADOS atos que...”.

O problema do item “4” é de regência: o verbo DECLARAR, nesse caso, é transobjetivo (ainda se lembra o que significa isso??? ... olhe lá, hem???), com objeto direto (declara algo alguma coisa). Assim, não seria apropriado o pronome oblíquo “lhe”, mas o oblíquo “os”, já que o referente é “atos”.

No item “5”, mais um problema de concordância. Como o adjetivo “ineficaz” se refere a “atos” (nessa oração, representado pelo “os”, conforme vimos acima) e exerce a função sintática de PREDICATIVO DO OBJETO, deve realizar a concordância gramatical: “declarar os atos / declará-LOS INEFICAZES”.

Chega por hoje, não é?

Acho que conseguimos ver os principais aspectos relacionados ao assunto CONCORDÂNCIA, além de notarmos como a banca atualmente explora tais conceitos.

Abraço e até a próxima!

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS

1 - (ESAF/SUSEP – Agente Executivo/2006)

Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro de natureza morfossintática.

a) Uma cultura de massas onipresente convive com a defesa obstinada da vida privada. O pertencimento nacional perde peso diante da força das afirmações de identidade e da luta por reconhecimento.

b) Massificados e, de certo modo, “dessocializados”, os cidadãos refluem como corpo político.

c) Muitos aderem ao “voluntariado”, outros se alienam, a maioria mantém-se com um pé no sistema representativo, sem entrar de fato nele.

d) A dimensão espetacular da vida, a despersonalização das relações sociais e a invasão do mercado por todos os espaços cria uma ainda que maior confusão entre o interesse público e o privado.

e) Desse ponto de vista, a democratização contemporânea – da política, dos relacionamentos, do poder – ressente- se de uma súbita baixa de espírito republicano.

(Adaptado de Marco Aurélio Nogueira)

2 - (ESAF/ANA/2009)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

O Brasil possui cerca de(1) 4 milhões de hectares irrigados: área que pode ser triplicada em(2) 20 anos. É um dos países mais importantes(3) na produção de alimentos, mas, apesar de(4) sua vocação para a agricultura irrigada, ainda são necessárias estratégias para explorar racionalmente esse potencial. Hoje, a captação e o consumo de água para a irrigação representa(5), respectivamente, 46% e 69% dos valores totais captados e consumidos.

(Adaptado de Denise Caputo http://www.ana.gov.br/SalaImprensa/noticias)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

3 - (ESAF/SUSEP – Agente Executivo/2006)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

A literatura política moderna define o Estado como um conjunto de indivíduos que têm(1) a mesma origem étnica(2), cultural e histórica (povo) e que se estabeleceu em um determinado espaço físico (território) no qual(3) elegeu um governo civil

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soberano. Nessa definição teórica está conjugado(4) os principais elementos da sociedade política organizada denominada de Estado: o povo, o território e o governo soberano. Soberania significa a capacidade que tem o Estado de editar a lei e impor ao povo o seu cumprimento (soberania interna) e ainda fazer-se(5) respeitar no concerto externo das comunidades internacionais (soberania externa).

(Oscar d’Alva e Souza Filho)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

4 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Com base no texto, analise a assertiva a seguir.

1. O Hamas, com sua odiosa plataforma que prega o

aniquilamento da nação vizinha, não é um movimento

adventício, artificial, em Gaza.

O grupo fundamentalista, com ramificações assistenciais

5. e religiosas, criou raízes e tornou-se popular na faixa de

Gaza – essa capilaridade, aliás, torna difícil atingir alvos

militares sem matar civis. O Hamas venceu as eleições

parlamentares palestinas de 2006 e, mais tarde, expulsou

de Gaza o Fatah, o partido secular de Mahmoud Abbas,

10. presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Facilitaram a ascensão do extremismo em Gaza a

incompetência corrupta do governo do Fatah, o cruel

bloqueio à circulação de bens e pessoas imposto por

Israel e a opção, tomada por EUA e União Europeia, de

15. ignorar diplomaticamente o Hamas e fortalecer a ANP.

(Folha de S. Paulo, Editorial, 5/1/2009)

- A forma verbal “Facilitaram”(ℓ.11) está no plural porque concorda com o sujeito composto que está em posição subsequente.

5 - (ESAF/ANA/2009) Em relação ao texto abaixo, assinale a opção incorreta.

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O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de despoluição das águas. Em grande parte das situações, a viabilidade econômica das estações de tratamento de esgotos (ETE) é reconhecidamente reduzida, em razão dos altos investimentos iniciais necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altos custos operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos têm incentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de Serviços em ETE, como os Estados Unidos e países da Comunidade Europeia. No Brasil, o problema de viabilidade econômica do investimento público torna-se ainda mais agudo, devido à elevada parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a água de qualidade também é um fator de exclusão social, uma vez que a população de baixa renda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade para beber ou até mesmo de pagar assistência médica para remediar as doenças de veiculação hídrica, decorrentes da ausência de saneamento básico.

(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp)

- A forma verbal “têm”(ℓ. 5) está no plural porque concorda com “os países desenvolvidos”.

6 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Com base no texto, analise a assertiva a seguir.

1. É certo que houve expansão da frota, tanto de carros,

como de caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco

para explicar a verdadeira chacina na malha rodoviária

a que o país parece assistir de braços cruzados.

5. Cabe boa parte da culpa aos motoristas. Quem

viaja pelas estradas brasileiras não precisa ir longe

para constatar verdadeiros descalabros. Motoristas

dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta

de responsabilidade: trafegam em alta velocidade,

fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo

10. acostamento, usam faróis altos e frequentemente

dirigem alcoolizados.

(Estado de Minas, Editorial, 6/1/2009.)

- A forma verbal “houve” é impessoal e a oração da qual ela constitui o núcleo do predicado não tem sujeito.

7 - (ESAF/AFRF/2002-2)

Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.

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- Importância especial têm os princípios gerais do direito no suprimento das chamadas lacunas (se é que as hão) de direito. Ferrara, por exemplo, rechaçava a idéia de lacunas de direito, posto que, a seu sentir, não há lacunas e, sim, defeitos da lei.

8 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006 - adaptada)

Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção gramaticalmente correta.

a) Como os portugueses já possuíam experiência no cultivo do açúcar em grande escala nas ilhas do Atlântico, a junção desse conhecimento técnico dos portugueses com a capacidade de transporte dos holandeses na Europa permitiriam a produção do açúcar em larga escala no Brasil.

b) O principal problema para essa expansão seria a mão-de-obra, pois não haviam na colônia e o transporte de Portugal era economicamente inviável.

c) Na expansão da plantação do açúcar no Brasil, Portugal utilizou-se, inicialmente, do trabalho de índios escravizados. Mas o sistema de monopólio da produção do açúcar entraram em decadência com o início da produção nas ilhas das Antilhas, fazendo com que o preço do produto caísse.

d) A necessidade política de colonização das terras e a ausência de mão-de-obra excedente na Península Ibérica, na época, levaram Portugal a optar pela introdução da mão-de-obra escrava africana (negra).

(Sidnei Machado .http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/ article/viewPDFInterstitial/1766/1463)

9 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

Haverá(1) incentivo para o aprimoramento da tecnologia nacional de produção do combustível biodiesel. Para o desenvolvimento de pesquisas e processos de produção foi destinado(2) R$ 16 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Parte(3) desses recursos está sendo aplicada(4) na formação da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel (RBTB), formada por universidades e instituições de pesquisa de 23 estados, e no reforço de infra-estrutura laboratorial(5) para monitorar a qualidade do biodiesel.

(Adaptado de Em Questão, n. 261 - Brasília, 08 de dezembro de 2004)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

10 - (ESAF/AFC CGU/2004)

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1. A felicidade, que em si resultaria de um projeto

temporal, reduz-se hoje ao mero prazer instantâneo

derivado, de preferência, da dilatação

do ego (poder, riqueza, projeção pessoal etc.)

e dos "toques" sensitivos (ótico, epidérmico,

5. gustativo etc.). A utopia é privatizada. Resume-

se ao êxito pessoal. A vida já não se

move por ideais nem se justifica pela nobreza

das causas abraçadas. Basta ter acesso ao

consumo que propicia excelente conforto: o

10. apartamento de luxo, a casa na praia ou na

montanha, o carro novo, o kit eletrônico de

comunicações (telefone celular, computador

etc.), as viagens de lazer. Uma ilha de prosperidade

e paz imune às tribulações circundantes

15. de um mundo movido a violência. O Céu na

Terra – prometem a publicidade, o turismo, o

novo equipamento eletrônico, o banco, o cartão

de crédito etc.

(Frei Betto)

Em relação às estruturas e às idéias do texto, analise a assertiva a seguir.

- A forma verbal “prometem”(l.17) está no plural para concordar com “tribulações”(l.15).

11 - (ESAF/SUSEP – Agente Executivo/2006)

1. Na compreensão marxista de Estado, esse é um

mecanismo controlador dos cidadãos comuns, das

relações de propriedade, do regime de alternância dos

seus poderes políticos. É a concepção ideológica e

5. econômica do Estado que determina a concentração

de riqueza material e espiritual nas mãos de poucos

e condena a maioria da população à pobreza material

e a sobreviver sem escolas, sem instrução que lhes

possibilite ascensão social e sem educação que lhes

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10. permita sair da dependência da elite dominadora. Esse

conceito tem caráter trágico e escatológico, pois prega

o fim do Estado como único modo de se construir uma

sociedade materialmente justa.

(Oscar d’Alva e Souza Filho)

Analise a assertiva a seguir.

- No emprego de ambos os pronomes “lhes” (l.8 e 9) foi aplicada a concordância figurada ou irregular, aquela que se faz com a idéia subentendida, e não com a forma da palavra.

12 - (ESAF/AFC CGU/2004)

Julgue se os trechos do texto abaixo foram transcritos de forma gramaticalmente correta.

- No âmbito internacional, as taxas fixas (mas ajustáveis) de câmbio e as limitações aos movimentos internacionais de capitais de curto prazo impedia a transmissão de choques causadores de instabilidade às taxas de juros domésticas.

13 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

A história do petróleo no Brasil, dos primeiros passos até este (1) novo degrau, que é a conquista da autosuficiência, não tem nome ou fisionomia particular. Pertence, na verdade, a todos os (2) brasileiros e administradores que acreditaram na possibilidade de o nosso país desenvolver o seu setor de petróleo com competência e talento. Ela foi escrita, capítulo a(3) capítulo, por valorosos trabalhadores de várias categorias, do técnico de ponta ao mais modesto operário, e não somente(4) por esses, que labutam na linha de frente, nos trabalhos de pesquisas e análises, como também, com igual dedicação e entusiasmo, pelos que lhe(5) dão suporte, na retaguarda, inclusive no plano administrativo, essencial quando eficiente.

(Joel Mendes Rennó, Jornal do Brasil, 19/04/2006)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

14 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

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Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro gramatical.

a) O problema do Brasil é, desde a primeira assembléia constituinte, de 1823, o da descentralização do poder. O absolutismo de Pedro I levou à resistência das jornadas de abril de 1831 e à abdicação do imperador.

b) Com o Ato Adicional, de 1834, tentou-se amenizar o domínio de São Paulo e da cidade do Rio de Janeiro sobre o Império, o que foi contido pela regulamentação de Araújo Lima. A inteligência arguta de Tavares Bastos denunciou os abusos da centralização em 1860, e o Manifesto Republicano, dez anos depois, inicia-se com a reivindicação federalista.

c) Nunca é demais repetir que durante três décadas seguidas, a partir de 1817, em Pernambuco, até 1848, na mesma Província, brasileiros de todas as regiões foram compelidos a lutar pela autonomia provincial – e essa necessidade o obrigou a retomar as armas, no período republicano, na Revolução Federalista do Rio Grande do Sul, em 1893.

d) A rebelião gaúcha foi derrotada pelas tropas federais enviadas por Floriano, apesar da bravura de seus combatentes e da força doutrinária de Gaspar da Silveira Martins. A questão federalista voltou, em seguida, ao fermentar a Guerra do Condestado, iniciada entre Paraná e Santa Catarina.

e) Essa guerra converteu-se em um dos mais importantes conflitos sociais do Brasil, entre 1911 e 1916, contribuiu para as rebeliões militares dos anos 20 e desembocou na Revolução de 30 – esta claramente contra os interesses hegemônicos de São Paulo.

(Adaptado de Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 10/03/2006)

15 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Um funcionário escreveu, em um documento oficial, o trecho:

“É inquestionável o estrito cumprimento da legalidade

nos procedimentos licitatórios e a execução de

3. contratos – ceara em que existem normas que regram

as aquisições financiadas com recursos públicos,

sobre os quais recai necessariamente a fiscalização da

6. destinação que lhes tenham sido dadas.”

Ao revisar o documento, percebeu que o trecho continha erros gramaticais. Das cinco alterações que fez para eliminar os erros, uma transformou uma expressão gramaticalmente correta em errada. Em que opção isso aconteceu?

a) Retirou o plural do pronome “lhes”(ℓ.6): lhe

b) Trocou a grafia de “ceara”(ℓ.3) para seara.

c) Inseriu a preposição “em”, na linha 3, do que resultou a expressão: e na execução.

d) Passou o verbo “tenham”(ℓ.6) para o singular: tenha.

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e) Eliminou o plural de “dadas”(ℓ.6): dada.

16 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Assinale a proposição verdadeira a respeito dos elementos linguísticos e dos efeitos de sentido do trecho.

1. Qual a razão da pujança do Estado de São Paulo? Entre

as diversas razões que explicam o desenvolvimento de

São Paulo, talvez a mais significativa seja o conjunto

de imigrações e migrações que povoaram o estado.

A partir de 1887, só pela Hospedaria do Imigrante

5. – conjunto de alojamentos em São Paulo – passaram

perto de 3 milhões de pessoas. Qual era o diferencial

desses imigrantes? Era que, apesar de pobres,

carregavam culturas milenares que lhes possibilitaram

trabalhar e crescer socialmente. E, finalmente, vieram

10. os migrantes nordestinos, castigados pelo clima e

pelos coronéis, que encontraram em São Paulo o

seu ganha-pão. Tudo isso, mesclado às populações

indígenas nativas e aos escravos africanos, formou

uma população mestiça que se chama hoje de paulista,

15. ou melhor, o brasileiro de São Paulo.

(Alberto Goldman, Correio Braziliense, 9/2/2009, 13.)

- Reescreve-se com correção gramatical o seguimento das linhas 10 a 13: “... vieram os migrantes nordestinos que, castigados pelo clima e pelos coronéis, encontraram em São Paulo o seu ganha-pão.”

17 - (ESAF/SEFAZ CE/2007)

Foram introduzidos erros morfossintáticos, de pontuação e/ou de falta de paralelismo em artigos do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará. Analise o item a seguir.

- É dever de o funcionário atender, nos prazos que lhe for definido por lei ou regulamento, os requerimentos de certidões para defesa de direitos e esclarecimentos de situações.

18 - (ESAF/SEFAZ CE/2007)

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Os fragmentos a seguir reproduzem parcialmente o texto de um recurso contra a avaliação de uma prova discursiva.

Julgue o fragmento a seguir em relação às normas do padrão formal escrito da língua portuguesa.

- Diante disso, requeiro seja revisto os valores retirados pelos erros apontados no segundo e terceiro parágrafo da dissertação, que não podem ser tão graves a ponto de retirar da nota penalização tão alta de dois pontos e meio.

19 - (ESAF/SEFAZ CE/2007 - adaptada)

Aponte o período no qual a concordância verbal e/ou nominal segue o padrão culto do idioma escrito.

a) Para o europeu, o Renascimento é um período de transição e compromisso. Resultado de lenta evolução, ele rompe os valores, ideais e instituições que deram origem à civilização ocidental e cristã do tipo medieval, sem interrupção e quebra de continuidade histórica.

b) Caracterizam esse período histórico como de compromisso entre o medieval e o moderno um predomínio de interesses que até então havia desempenhado papel secundário na vida da Europa Ocidental: interesse pelo indivíduo e sua vida terrena.

c) Embora os fundamentos econômicos da civilização medieval continuasse sendo a posse e o cultivo da terra, a economia rural passa a oferecer um excedente de produção capaz de fomentar um início de troca comercial que vai se intensificar e tornar-se internacional e marítimo.

d) Desde o fim da Idade Média é perceptível as transformações que atingem as relações humanas básicas nos centros de atividades comerciais que começam a aparecer nas cidades.

e) Desenvolvem-se, entre a classe dos senhores e servos, uma nova camada social – a burguesia, que agrupa comerciantes, artesãos livres e funcionários públicos para os quais não haviam funções reconhecidas na sociedade dual da Idade Média.

(Casemiro dos Reis Filho, O transplante da educação européia no Brasil. Em Saviani, D.(org.) Intelectual, Educador, Mestre: presença do professor Casemiro dos Reis Filho na educação brasileira. Campinas/SP: Autores Associados, 2003, 55/56.)

20 - (ESAF/AFC CGU/2006)

Julgue os itens a seguir.

a) A taxa de analfabetismo para pessoas de 10 anos ou mais caiu de 12,3% para 10,4% entre 1999 e 2004 e o nível de escolarização de crianças e adolescentes aumentaram.

b) De 2003 para 2004, as condições de habitação melhoraram segundo todos os indicadores de serviços de utilidade pública analisado. Houve crescimento do número de domicílios atendidos por esgoto sanitário (3,5%), abastecimento de água (3,4%), coleta de lixo (2,7%) e eletricidade (2,9%).

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21 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Os trechos abaixo constituem um texto adaptado do Editorial do Correio Braziliense de 7/1/2009. Analise a opção abaixo.

- A história se repete com monotonia. Ano após ano, o balanço de acidentes nas estradas registram números ascendentes. Neste fim de 2008 e início de 2009, o enredo não mudou.

22 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

Assinale a opção que apresenta erro gramatical.

a) Ao longo dos séculos, a política tem sido considerada, pelos economistas e pelos militares, fator de perturbação da paz e da ordem.

b) Nos governos, e isso tem sido vezo histórico, os economistas pregam a austeridade, combatem a solidariedade para com os mais pobres, defendem a idéia de que o êxito é destinado aos mais dotados, pela natureza e pela posição social.

c) Mas se um governo universal, com o consentimento de todos os seres humanos, parecem utópicos, o governo imperial é experiência histórica repetida e sofrida.

d) Impérios sempre os houve, da mesma forma que houve rebeliões dos dominados. Quase sempre, a humanidade conseguiu impedir um império que fosse universal.

e) Houve sempre duas potências maiores, em cada tempo, que disputaram a hegemonia, e isso permitiu às nações suportar, fosse pela esperança, fosse pela mútua contenção, a submissão permanente e completa a um ou outro centro do poder.

(Adaptado de Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 11/03/2006)

23 - (ESAF/AFRF/2005)

1. IBGE e BNDES mostraram que a desesperança nas cidades pequenas empurra a força de trabalho para as médias, que detêm maior dinamismo econômico. A carga da pesada máquina administrativa das pequenas “cidades mortas” é paga pelas verbas federais do Fundo de Participação dos Municípios. A economia local nesses municípios, 5. como o IBGE também já mostrou, é dependente da chegada do pagamento dos aposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social. O seminário “Qualicidade”, por sua vez, confirmou que a favelização é produto de “duas ausências”, a do crescimento econômico e a de política urbana.

(Gazeta Mercantil, 17/10/2005, Editorial)

Em relação ao texto, analise os itens abaixo.

I - A forma verbal “detêm” (l.2) está no plural para concordar com “cidades pequenas” (l.2).

II - A expressão “é paga” (l.3) concorda com “máquina administrativa” (l.4).

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24 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Os trechos abaixo constituem sequencialmente um texto adaptado do Editorial do Correio Braziliense de 6/1/2009. Assinale a opção em que o segmento está gramaticalmente correto.

a) Antes dos conflitos, Gaza estava estrangulada. Sitiada entre o mar e o muro construído por Israel (que controlam entradas e saídas de pessoas e produtos), a estreita faixa depende totalmente de Telavive.

b) Também inútil foram às resoluções da ONU, sistematicamente desrespeitadas ao longo de sessenta anos. No meio do tiroteio, milhões de inocentes. Eles pagam a conta de outros.

c) A resposta desproporcional já fez centenas de mortos e milhares de feridos entre os civis. No vácuo da transição de governo nos Estados Unidos e dos feriados de fim de ano, os países da Europa faz tentativas de obter trégua afim de abrir espaço para a diplomacia.

d) Representantes do Hamas aceitaram ir ao Egito para negociar uma solução. Até agora as iniciativas foram inútil.

e) O bloqueio de dezoito meses escasseou alimentos, agasalhos, remédios. O cessar-fogo, que previa o levantamento do cerco, não obteve êxito. Essa a razão, segundo o Hamas, grupo que controla Gaza, de romper a trégua com lançamento de foguetes contra o país vizinho.

25 - (ESAF/AFC STN / 2008)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

Passaram-se(1) anos até que a América do Sul pudesse livrar-se(2) das ditaduras que dominaram o continente, sobretudo na segunda metade do século 20. O custo foi alto, com opressão e mortes. Por isso, faz sentido o apoio que nove presidentes de países do bloco, reunidos em Santiago do Chile, na primeira cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), deram ao(3) governo Evo Morales, legitimamente eleito e confirmado em um referendo(4) popular realizado há pouco tempo. Tirando os exageros antiimperialistas do coronel Hugo Chávez – que procura enxergar nos levantes bolivianos o dedo da política externa americana como forma de capturar a crise para a própria agenda e, com isso, livrar-se do isolamento – os mandatários souberam manter o tom de diálogo que utilizou(5) para a transição em seus países na hora de apoiar o colega andino.

(Adaptado de O Globo, 17 de setembro de 2008, Editorial)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

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26 - (ESAF/ANEEL Especialista/2006)

1. A idéia é a de que a institucionalização da raça como

categoria possuidora de direitos e oportunidades

sociais, negada pelos processos de exclusão

racial, resultaria na construção jurídica de um país

5. racialmente apartado, contrário a sua suposta

vocação a-racial. Como foi possível que essa

ideologia a-racial tão decantada por especialistas

conformasse uma sociedade que é alva em todas

as suas dimensões de poder, riqueza e prestígio e

10. escura nas suas instâncias de pobreza e indigência

humana? O país real jamais amedrontou as elites

políticas e intelectuais. Elas jamais enxergaram

nele uma ameaça. O seu discurso nunca pôs em

questão a sua imperiosa necessidade de romper

15. com o exclusivismo da supremacia branca como

condição para a desracialização da sociedade.

(Adaptado de Sueli Carneiro, O medo da raça. Correio Braziliense, 24 de abril de 2006)

Analise a seguinte afirmação a respeito do emprego dos termos e expressões do texto.

- O emprego da terceira pessoa do singular no verbo “resultaria” (l.4) é exigido pelo substantivo “idéia” (l.1).

27 - (ESAF/SUSEP - Analista Técnico/2006 - adaptada)

1. Por que alguns países são ricos e tantos outros são

pobres? Por que vem se provando tão difícil para

as nações estagnadas recuperar o terreno que as

separa das mais prósperas? São as questões mais

5. importantes no ramo da economia.

Uma das revoluções de que se precisa é a intelectual.

Os líderes nacionais precisam compreender que os

objetivos da política não devem ser só promover o

crescimento de produtores específicos, mas defender

10. os interesses dos consumidores e, com eles, a

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competição. Mas é nos países em desenvolvimento que

a competição sofre os obstáculos mais sistemáticos.

(Adaptado de Martin Wolf, A tirania dos interesses escusos, Folha de São Paulo, 22 de janeiro de 2006)

Assinale a opção incorreta a respeito das relações de dependência entre as palavras e expressões do texto.

a) Emprega-se a flexão de singular em “vem”(l.2) para concordar com um sujeito oracional.

b) Emprega-se a flexão de singular em “é”(l.6) por causa de “Uma”(l.6).

c) Emprega-se a flexão de terceira pessoa do plural em “devem”(l.8) para concordar com “objetivos”(l.8).

d) Emprega-se a flexão de plural em “eles”(l.10) para concordar com “líderes nacionais”(l.7).

28 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

1. As pesquisas desenvolvidas nos vários centros

nacionais e internacionais, tanto em animais

quanto em seres humanos, têm demonstrado que

o tratamento regenerativo com células-tronco está

5. deixando de ser uma utopia, podendo tornar-se

importante recurso para o tratamento de diversas

doenças. As pesquisas mostram que essas células

têm potencial capaz de reparar as alterações

determinadas pelas doenças que provocam perda ou

10. diminuição da capacidade funcional de determinados

órgãos do nosso corpo. Assim, especula-se que os

transplantes de células-tronco possam vir a beneficiar

doenças do coração, doenças neurovegetativas,

degeneração celular ligada ao envelhecimento e a

15. tratar certas formas de câncer, como as leucemias.

(O Globo, 11/03/2006. José Barbosa Filho e Roberto Benchimol Barbosa)

Assinale a opção correta em relação às formas verbais do texto.

a) “têm”(l.3) está no plural para concordar com “seres humanos”.

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b) “está deixando de ser”(l.4 e 5) concorda com “células-tronco”.

c) “provocam” (l.9) está no plural para concordar com “pesquisas”(l.7).

d) “especula-se”(l.11) apresenta sujeito explícito.

e) “a tratar”(l.14 e 15) forma locução verbal com “possam vir”(l.12).

29 - (ESAF/ATA MF/2009)

Sem uma pesquisa sistemática sobre o assunto,

2. parece, à primeira vista, que os jornais cariocas são

mais prolíficos em notícias de crime do que os paulistas.

4. É alarmante a escalada da anomia em seu território.

Em menos de uma semana, invadiram-se duas

6. instalações militares para roubar armas, com êxito

absoluto. Os tiroteios são cotidianos nas vias de

8. acesso ao centro urbano e mesmo nesse centro, onde

quadrilhas organizam “bondes” para tomar de assalto

10. pedestres e motoristas. Nem mesmo membros das

famigeradas “milícias” estão inteiramente a salvo: na

12. semana passada, roubou-se a moto de um miliciano

encarregado de vigiar uma rua num subúrbio. Ou seja,

14. as quadrilhas vitimizam-se mutuamente, do mesmo

modo como costuma acontecer com as batalhas pelo

16. controle de pontos de droga.

(Muniz Sodré, Ruas de presas e de caçadores, 17/3/2009, (com cortes), em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=529JDB002)

Analise a proposta de substituição em relação a elementos linguísticos do texto.

- “Invadiram-se duas instalações militares”(ℓ.5 e 6) pode ser substituída por: “duas instalações militares foram invadidas”, sem prejuízo da correção gramatical.

30 – (ESAF/CGU-Analista/2008)

As opções trazem propostas de continuidade ao trecho abaixo, diferentemente redigidas. Assinale a que contém erro de regência e/ou de concordância.

Como ninguém quer falar em aumento de impostos, todos se aferram à expressão mágica: reforma tributária. O tema evoca um país moderno, com distribuição mais

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justa dos valores arrecadados. (Krieger, Gustavo. “Agenda necessária e agenda possível”, Correio Braziliense, 7/1/2008, p. 4)

a) Bonito na retórica. Quando o assunto chega à mesa de discussões, o clima muda. O governo federal não quer dividir seu caixa. Estados e Municípios sempre querem mais dinheiro.

b) É bonito até chegar à mesa de discussões. Aí ninguém quer perder. Ao contrário: todos lutam para aumentar sua fatia do bolo.

c) Tudo vai bem até o assunto chegar à mesa de discussões. União, Estados e Municípios se digladiam para não perderem nenhuma partezinha do que arrecadam. O que querem mesmo é ganhar mais.

d) Todos concordam até se sentarem na mesa de discussões, quando se inicia os mais acalorados debates. Ninguém quer perder. Estados e Municípios buscam aumentar seu quinhão na nova divisão do dinheiro arrecadado.

e) Falar em reforma tributária é bonito. O xis da questão é botá-la no papel, quando os interesses da União, Estados e Municípios se chocam na busca de uma fatia maior do bolo para cada um.

31 - (ESAF/TCE RN/2000)

Julgue a correção gramatical dos dois períodos abaixo apresentados.

- No gênero das leis federativas, é possível discernir duas espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas. / No gênero das leis federativas, podem-se discernir duas espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas.

32 – (ESAF/TRF/2006)

Analise a correção gramatical da assertiva abaixo.

- Aparentemente, as cidades parecem apresentar maior densidade de fixos, pois o caráter de mudanças e transformações não é capturado ao longo de uma mesma geração social, ou se percebe apenas aquelas mudanças de maior impacto, como derrubada de velhas fábricas nas quais se constroem modernos centros de compras.

33 - (ESAF/MPOG - APO/2008)

Os trechos a seguir constituem um texto adaptado de Zero Hora (RS), 11/02/2008. Assinale a opção que apresenta erro gramatical.

a) Para metrópoles européias ou norte-americanas, essa expressão pode significar uma preocupação fundamental na preservação do ambiente, ao passo que para os demais continentes ela tem um sentido social inevitável, voltado para a necessidade de superação de gargalos sociais e para a conquista de patamares mínimos de dignidade.

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b) A concentração mundial das populações nas cidades, fenômeno historicamente recente, torna essas aglomerações o centro nervoso das sociedades. A problemática das cidades concentra a própria problemática da sociedade.

c) Os mundos cultural, econômico, financeiro e até rural giram em torno do que ocorre nessas concentrações que, pelo menos desde a Idade Média, foram adquirindo feição própria e mostrando problemas específicos.

d) Questões como a educação, o trabalho, o lazer, o convívio, a assistência social, a produção ambiental, o transporte, entre muitíssimas outras, têm nas cidades suas expressões mais agudas. Desenvolvimento sustentável é uma expressão que faz sentido para os planejadores das cidades de hoje e de amanhã.

e) As cidades são o cenário cada vez mais exclusivo em que, pelo desejo de progresso das sociedades, se realiza os direitos e se concretiza a ambição democrática e republicana de tratar a todos igualmente.

34 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)

Os trechos abaixo constituem sequencialmente um texto adaptado do Editorial do Estado de Minas de 6/1/2009. Assinale a opção em que o segmento está gramaticalmente correto.

a) As estatísticas estão aí a desafiar o bom senso e, sobretudo, a honestidade que todos temos de ter para reconhecer que têm faltado indignação e atitude suficientes para se exigir e para se construir o fim dessa barbárie.

b) Até parece que nunca divulgou-se qualquer coisa à respeito do perigo que se esconde nas curvas mal feitas e no excesso de velocidade nas rodovias, ou sobre a carona para a morte que representa o efeito da bebida sob o motorista.

c) Como um rotundo e vergonhoso fracasso – é assim que as autoridades e a própria sociedade deveria encarar os números que provam, mais uma vez, a incontrolável capacidade do motorista brasileiro e das estradas que corta o país de transformar o descanso, o lazer e a viagem em tragédias.

d) Afinal, tão inaceitável quanto o tamanho da tragédia é o conformismo com a sua macabra repetição. Se os números deste fim e começo de ano não servirem de combustível para uma reação firme e produtiva, então é por que já se perderam até mesmo o compromisso com a vida.

e) Foi 124 mortes, no período de 20 de dezembro até 4 de janeiro, somente nas estradas que corta o território mineiro. Nas rodovias estaduais, morreram 35 pessoas e 475 ficaram feridas. Na malha rodoviária federal mineira, a tragédia teve dimensão alarmante: 89 mortes, representando aumento de 53% em relação ao ano passado.

35 - (ESAF/AFC CGU/2006)

Baseado no texto abaixo, julgue a assertiva.

As normas jurídicas embasadas nos valores éticos e que traduzem os procedimentos e as vivências mais fortes e consolidados da coletividade tendem a ter a adesão espontânea da maioria das pessoas que nelas se sentem representadas. É o

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sentimento de identidade nacional, de pátria, sem o qual a coesão social se esgarça e abre as portas para o caminho do individualismo, do salve-se quem puder, da corrupção, da violência. A consolidação desse sentimento pressupõe, além das leis, uma ação constante, coordenada pelo Estado, com a participação da sociedade, dos organismos intermediários e das famílias, num processo de educação cívica, nacional, patriótica.

(Adaptado de Patrus Ananias, Civilização pelo Estado, Correio Braziliense, 9 de janeiro de 2005)

- O pronome indicativo de indeterminação de sujeito em “salve-se”(l.7) exige que o verbo seja flexionado no singular.

36 - (ESAF/TRF/2003)

Assinale o trecho que, ao preencher a lacuna correspondente, provoca erro gramatical, de pontuação ou de coesão textual.

___________(1)_______________ com predominância de fusões e aquisições de empresas, a mudança de natureza das inversões diretas iniciou-se nos Estados Unidos na década de 80. ________(2)__________ acompanhada de uma grande expansão do investimento de portfólio e da formação de megacorporações, estendeu-se aos demais países nos anos 90. ______________(3)__________ apoiada na valorização global das Bolsas, ocorreu com maior intensidade na segunda metade dos anos 90. _________(4)___________ de movimento de natureza patrimonial que deu lugar a dois processos simultâneos: a fusão de empresas, com fechamento de plantas no centro industrializado, e o concomitante deslocamento para a periferia dinâmica.__________________(5)__________ da

concorrência mundial ensejou a criação concentrada de capacidade produtiva nos setores de nova tecnologia e nas regiões capazes de promover uma integração virtuosa ao processo de internacionalização capitalista.

a) 1- É necessário esclarecer que,

b) 2 - Tal transformação na economia,

c) 3 - Essa aceleração da centralização de capital,

d) 4 - Tratavam-se, essencialmente,

e) 5 - Esse último estágio da evolução da estrutura

37 - (ESAF/AFRF/2005)

Analise o trecho a seguir.

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- Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções utópicas os empreendimentos culturais e sociais que renovam valores modernistas, enriquecendo saberes especializados.

38 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

1. Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real

essência da democracia quando escreveu: “Posso

não concordar com uma só palavra do que dizes,

mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-las”. Ter

5. idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos

de outros indivíduos não significa, necessariamente,

transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o

que se combate são as idéias do outro e não sua

pessoa.

(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006)

Em relação ao texto acima, analise a proposição.

- A substituição de “se combate”(l.8) por era combatido mantém a correção gramatical e as informações originais do período.

39 - (ESAF/AFC STN/2002)

Assinale o trecho transcrito com erro gramatical.

a) O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) é o principal instrumento de administração orçamentária e financeira da União que oferece suporte aos órgãos centrais, setoriais e executores da gestão pública, tornando absolutamente segura a contabilidade da União.

b) Ligados ao Sistema encontram-se todos os órgãos da Administração Direta, Autarquias, Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário.

c) Por meio do SIAFI são obtidas as informações que subsidiam o Balanço Geral da União e os relatórios de execução do orçamento e de administração financeira, que compõem a demonstração das Contas apresentadas ao Congresso Nacional pelo Presidente da República, em conformidade com a Constituição Federal.

d) Encontram-se disponível, ainda, um serviço de troca de mensagens, que interliga cerca de 30 mil usuários em todo o Brasil agilizando a comunicação entre as Unidades Gestoras.

e) Principal usuário do SIAFI, o Tesouro Nacional é responsável pela definição das normas de utilização do Sistema, orientando e controlando as atividades dos gestores públicos que o utilizam.

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(Trechos adaptados de http://www.stn.fazenda.gov.br)

40 - (ESAF/Fiscal de Fortaleza/2003)

Leia o texto para responder à questão.

O “desenvolvimento” no mundo capitalista vem dos países do Norte para os países do Sul; vem dos mercados ricos, das empresas transnacionais, das agências multilaterais e dos governos do grupo dos mais ricos, em um movimento que tende à apropriação e ao controle do patrimônio natural e cultural dos países do Sul, e à homogeneização dos modos de vida, incluindo necessidades, quereres, gostos e modos de expressão. Vem do macro para o micro, do espaço global para o local, daqueles que se consideram “civilizados” para aqueles que esses consideram “atrasados” e “subdesenvolvidos”. Aqueles agentes políticos e econômicos atuam segundo esses pressupostos e essa lógica e manipulam os sistemas políticos e culturais para que se estabeleçam nos países do Sul governos subordinados a esses mesmos valores, conceitos e objetivos, isto é, governos e políticos que se identifiquem muito mais com os ricos do Hemisfério Norte do que com a maioria trabalhadora e empobrecida das suas populações.

(Sandra Quintela e Marcos Arruda)

Em relação ao texto julgue a asserção abaixo.

- Em “que se consideram”(l.6-7) o “se” indica indeterminação do sujeito.

41 - (ESAF/TC PR/2003)

Monteiro Lobato, ao afirmar que "um país se faz com homens e livros", por certo indicou o caminho das pedras àqueles que, descuidadamente, promovem a história sem a preocupação de seu registro e que, por consequência, legam ao pó do esquecimento tudo o que foi feito – certo ou errado – ou deixado de fazer. Os homens fazem a história. Os livros registram a história. Sem estes, os exemplos do passado, os conhecimentos técnicos e científicos armazenados, o testemunho e as provas colhidas não seriam repassados às gerações futuras, o que comprometeria a chamada evolução.

www.tcparaná.gov.br

Em relação ao texto, julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.

- O fato de a forma verbal “repassados”(l.7) estar no masculino comprova o fato de que predomina o masculino genérico quando o antecedente é constituído de elementos dos dois gêneros.

42 - (ESAF/Analista Comércio Exterior/ 1998)

Marque o item sublinhado que apresenta erro gramatical ou impropriedade vocabular.

A primeira expedição científica à(A) Amazônia foi feita em 1638 por George Marcgrave, um naturalista alemão. Até o final do século XVII, o que se procuravam(B) eram animais exóticos, dentro da ótica do "estranho mundo novo": peixe que dá choque,

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aranhas gigantes, mamíferos que vivem submersos nos rios. Nos séculos seguintes, o objetivo passou a ser a coleta do maior número possível de bichos de diferentes espécies. Até os anos 40, os museus estrangeiros pagavam coletores profissionais(C) para levar espécimes(D) da fauna e flora nacionais(E) para suas coleções. O Brasil só assumiu a pesquisa científica na Amazônia há poucas décadas. Agora, a idéia é conhecer para preservar.

(Baseado em Flávia Varella, Veja - Amazônia, 24/12/1997)

a) A

b) B

c) C

d) D

e) E

43 - (ESAF/CGU-Técnico/2008)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

O governo, ao remover(1) obstáculos para a construção das grandes hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau no rio Madeira, ao anunciar a retomada das obras da usina nuclear de Angra 3 e ao dar prioridade à(2) produção de gás natural no País, além dos programas de etanol e biodiesel, transmitiu confiança aos investidores no País.

Outro bom sinal têm(3) sido a co-geração de energia pelas usinas canavieiras e as autorizações dadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a construção de pequenas hidrelétricas, bem como(4) a disposição de empresas em investir em fontes alternativas de energia.

Afastar a possibilidade de um gargalo energético até 2010, contando(5) com a colaboração da sociedade, fortaleceria, sem dúvida, o ânimo dos agentes econômicos.

(Gazeta Mercantil, 15/01/2008, Editorial.)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

44 - (ESAF/TC PR/2003)

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná tem uma história a contar. São mais de 50 anos de fiscalização perene da coisa pública, cujos princípios foram pinçados da própria história das Cortes de Contas de todo o mundo. Das contribuições gregas e romanas ao modelo canadense de auditoria moderna, do Tribunal Imperial do Brasil de 1824 ao Tribunal de Contas de 1890, do insigne paranaense Manoel Francisco Correia, filho de Paranaguá e primeiro Presidente do Tribunal de Contas da União, aos ilustres pares

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que hoje conduzem essa casa, tudo contribuiu para o desenvolvimento de um órgão de fiscalização eficiente e dinâmico – dado o constante aperfeiçoamento das ações –, e para a solidificação institucional de um colegiado independente e atuante, como o Tribunal de Contas paranaense. E dentro de sua competência, o Tribunal de Contas tem buscado na informação, por intermédio dos mais diferenciados meios de comunicação, a formação de sua história, na luta incessante e implacável contra a corrupção e o mau uso do dinheiro público.

www.tcparaná.gov.br

Em relação ao texto, analise a assertiva abaixo.

- O uso da palavra “tudo”(l.9) é recurso coesivo que retoma de forma sintética as informações anteriores, exigindo a concordância do verbo “contribuir” no singular.

45 - (ESAF / AFC CGU / 2004)

1. Em 2003, são poucos os que ainda acreditam

no mito da globalização. A economia mundial

segue enfrentando um futuro incerto, e a

guerra voltou a ocupar um lugar de destaque

5. nas relações internacionais. Nessas relações,

os Estados Unidos acumulam um poder militar

inquestionável, mas as grandes potências

divergem cada vez mais sobre a estrutura e

funcionamento da nova ordem política mundial,

10. em construção depois do fim da Guerra

Fria. Nesse contexto internacional, a maior

parte dos países latino-americanos já deixou

para trás a opção dos anos 90 pelas políticas

neoliberais. Mas tem sido difícil encontrar novos

15. caminhos econômicos. Ainda não existe

uma consciência clara, nem mesmo um consenso,

de que essa mudança de rumo envolve,

necessariamente, uma redefinição da

política externa do continente.

(Adaptado de José Luís Fiori, “O Brasil no mundo: o debate da política externa”)

Em relação ao texto acima, analise a substituição sugerida.

- “já deixou para trás”(l.12 e 13) já abandonaram

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46 - (ESAF / MPOG – Especialista Políticas Públicas / 2005)

Em relação ao preenchimento das lacunas a seguir, analise a proposição.

Enquanto houver falta de força de trabalho, _______a)_____, os novos direitos conquistados se efetivam para a quase totalidade dos assalariados. Mas a situação muda completamente__________b)__________ e ______________ c) ______________. Nessas fases da conjuntura, a competição pelos poucos empregos disponíveis faz com que _________________ d) __________________, o que só podem fazer trabalhando como “informais”. É o que estamos assistindo hoje no Brasil: ________ e) __________, um número ainda maior trabalha sem registro e sem os direitos consignados na CLT.

(Paul Singer, Folha de S. Paulo, 30/04/2005)

- A lacuna identificada como "C” pode ser preenchida, indistintamente, com: “grande número de trabalhadores é atingido pelo desemprego” ou “grande número de trabalhadores são atingidos pela falta de emprego”.

47 - (ESAF/AFT/2003)

Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.

- Embora muitas nações globalizadas procurem acompanhar o ritmo das mais opulentas, grande parte do mundo em desenvolvimento estão se tornando marginalizados.

48 - (ESAF/AFRE MG/2005 - adaptada)

I - Uma sociedade desse tipo elimina a exploração, fazendo com que ninguém possa viver do trabalho dos outros. Significa que ninguém dispõem do privilégio de possuir capital, negado a grande maioria.

II - Assim, as máquinas, instalações, matérias-primas – isto é, os meios de produção – não poderia ser propriedade privada mas, propriedade democrática do conjunto da sociedade.

III - Uma sociedade desse tipo choca-se frontalmente com o capitalismo, que se apóia estruturalmente na propriedade privada dos meios de produção, o que significa a separação entre capital e trabalho.

IV - Esta separação implica que a minoria tenha acesso a capital – sob qualquer forma de dinheiro ou de empresas, industriais, agrárias, comerciais ou de outro tipo –, e a grande maioria, dispondo apenas de seus braços para sobreviver, sejam obrigados a submeter-se à exploração do capital.

(Adaptado de Emir Sader. A Exploração. In: 7 pecados do capital. Rio de Janeiro, Record, 1999)

Está(ão) correto(s):

a) somente um item.

b) somente dois itens.

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c) somente três itens.

d) todos os itens.

e) nenhum dos itens.

49 - (ESAF/MPOG - APO/2008)

Assinale o trecho do texto, adaptado de O Estado de S. Paulo, 6/02/2008, que apresenta erro gramatical.

a) Real valorizado e aumento do emprego e da renda são fatores que estimularam as viagens dos brasileiros ao exterior, ao contrário do que ocorreu com os turistas que vem ao Brasil, que pagaram suas despesas com dólares desvalorizados.

b) Turistas estrangeiros gastaram no Brasil, conforme os registros do Banco Central, o valor recorde de US$ 4,953 bilhões no ano passado, 14,7% mais do que em 2006.

c) Ainda assim, o balanço cambial do turismo piorou, pois as despesas de brasileiros no exterior aumentaram 42% entre 2006 e 2007, passando de US$ 5,764 bilhões para US$ 8,211 bilhões.

d) Não se estranhe, pois, que o déficit na conta do turismo tenha mais que dobrado, passando de US$ 1,448 bilhão para US$ 3,258 bilhões.

e) O que não se justifica é o fato de o Brasil ocupar um modestíssimo 59º lugar entre os 124 países pesquisados pelo Fórum Econômico Mundial, de Davos, no ano passado. E que o setor de turismo tenha um peso tão pequeno na atividade econômica do País, da ordem de 2,8% do PIB, ante cerca de 11% em Portugal e na Espanha.

50 - (ESAF/Técnico ANEEL/2006)

De fato, os jovens têm motivos para se sentirem inseguros. Começam a vida profissional assombrados pelos altos índices de desemprego. Quase a metade dos desempregados nos grandes centros no Brasil é jovem. Além da falta de experiência, há o despreparo mesmo. Grande parte tem baixa escolaridade. O mercado de trabalho ajuda a perpetuar a desigualdade. Muitos jovens deixam de estudar para trabalhar. Mas a disputa é acirrada também entre os mais bem-preparados. A grande oferta de mão-de-obra resulta em um processo cruel de avaliação, com testes de conhecimentos e de raciocínio lógico, redação, dinâmicas de grupo, entrevistas. E não é só. O jovem deve demonstrar habilidades que muitas vezes nem teve tempo de saber se possui ou de descobrir como adquiri-las. Como o conhecimento hoje fica obsoleto muito rápido, a qualificação e o potencial comportamental é que definem um bom candidato, e não só o preparo técnico.

(Adaptado de ISTOÉ 5/10/2005)

Analise a opção abaixo a respeito do emprego das estruturas lingüísticas do texto.

- Como a expressão “a metade” (l.3) pode ser considerada um sinônimo textual para 50%, a substituição daquela por esta preservaria a coerência textual e a correção gramatical.

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51 - (ESAF/TCU/2006)

Assinale a opção que corresponde a erro gramatical.

O artista não é o porta-voz(1) da informação, nem do saber ou da realidade, nem da objetividade ou do coletivo, nem de si(2) mesmo. O artista contemporâneo é aquele que cria condições, na obra, para que nela(3) se processe o trabalho específico de sua arte – o trabalho do filme, o trabalho do romance, o trabalho da pintura –, que, mais do que(4) representar a existência, põem(5) essa existência em ação, para ele mesmo e seu público.

(Teixeira Coelho)

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

52 - (ESAF/AFC STN/2005)

1. Os administradores de sociedades limitadas podem

responder solidariamente perante a sociedade pelo

mal desempenho de suas atribuições. Uma dessas

hipóteses é justamente não comunicar aos demais

5. associados a cessão das cotas por parte de alguns

sócios a terceiros que não dispõe de patrimônio apto

a honrar o compromisso.

Analise a assertiva acerca de aspectos lingüísticos do texto.

- Há falta de concordância verbal entre o verbo dispõe(l.6) e seu sujeito gramatical.

53 - (ESAF/CGU-Técnico/2008 - adaptada)

Analise os itens abaixo em relação à correção gramatical, indicando com C as proposições corretas e E as que apresentam erros. Em seguida, marque a opção que indica a ordem.

I - Mas a grande maioria dos analistas econômicos não acredita que o Brasil possa estar entre os países mais atingidos por uma crise financeira externa.

II - Talvez não chegue ao patamar de 2007, pela necessidade de se conterem um pouco a demanda interna para evitar que a inflação derivada dos alimentos contamine outros preços.

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III - Aumentaram exportações, reduziram dívidas em valores absolutos ou relativos, ampliou as reservas cambiais, e se transformaram também em mercados relevantes dentro do comércio mundial.

(O Globo, 29/01/2008)

a) C / C / E

b) C / E / E

c) E / C / E

d) E / C / C

e) C / E / C

54 - (ESAF/TRF/2003)

Assinale o trecho do texto que foi transcrito com erro.

a) Os direitos humanos, a grande conquista moderna, procedem da idéia de que o governo está a serviço dos cidadãos, e não o contrário. Cada indivíduo, antes mesmo de fazer parte do poder político, já detêm direitos que são seus, pelo simples ato de nascer. b) É esse vínculo dos direitos humanos ao nascimento que permite dizer que eles são direitos naturais. Já o Estado é um instrumento para realizar fins comuns às pessoas.

c) Vários teóricos da política, ao longo dos séculos XVII e XVIII, afirmaram que o Estado nasceria de um contrato. Eles foram indevidamente contestados depois que os avanços da história mostraram que seria impossível a pessoas isoladas entre si desenvolverem a sofisticação necessária para adotar o conjunto de regras e leis que forma um Estado.

d) O que os contratualistas pretendiam não era tanto afirmar uma verdade histórica, ou sequer uma hipótese, mas expressar uma idéia filosófica forte, revolucionária: o indivíduo tem prioridade sobre o Estado.

e) Mesmo que cada um de nós, em sua vida, nasça dentro de um Estado — e, portanto, depois dele —, este último somente tem validade como ferramenta ou meio para promover fins que são os nossos.

Adaptado de Renato Janine Ribeiro, Fronteiras da Ética,São Paulo: Senac, 2002

55 - (ESAF/AFRF/2002.1)

O homem é moderno na medida das senhas de que ele é escravo para ter acesso à vida. Não é mais o senhor de seu direito constitucional de ir-e-vir. A senha é a senhora absoluta. Sem senha, você fica sem seu próprio dinheiro ou até sem a vida. No cofre do hotel, são quatro algarismos; no seu home bank, seis; mas para trabalhar no computador da empresa, você tem que digitar oito vezes, letras e algarismos. A porta do meu carro tem senha; o alarme do seu, também. Cada um de nossos cartões tem senha. Se for sensato, você percebe que sua memória não pode ser ocupada com tanta baboseira inútil. Seus neurônios precisam ter finalidade nobre. Têm que guardar,

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sim, os bons momentos da vida. Então, desesperado, você descarrega tudo na sua agenda eletrônica, num lugar secreto que só senha abre. Agora só falta descobrir em que lugar secreto você vai guardar a senha do lugar secreto que guarda as senhas.

(Alexandre Garcia, Abre-te sésamo, com adaptações)

Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.

- A expressão quantificadora “Cada um” (l.7) tem valor totalizante porque faz associar uma senha ao conjunto de cartões, os meus e os seus.

56 - (ESAF/AFC STN/2002)

Um emprego novo na indústria siderúrgica custa 1,4 milhão de reais. No varejo, um único emprego exige o dispêndio de algo em torno de 30.000 reais: o custo do espaço na loja, do balcão e do estoque de mercadorias.

Julgue a asserção abaixo em seus aspectos gramaticais.

- À linha 1 seria também correto escrever-se 1,4 milhões de reais.

57 - (ESAF/TCE RN/2000)

Nas questões seguintes, marque o item sublinhado que apresenta erro gramatical ou de ortografia.

Acredito que a maior parte dos senhores sabe(A) que a Secretaria de Educação é gigantesca; por isso(B) se tem muita dificuldade de gerenciamento. É composta(C) por 1,3 milhões(D) de alunos. Esta quantidade de alunos é maior do que (E) a população de muitas capitais no Brasil.

a) A

b) B

c) C

d) D

e) E

58 - (ESAF/TRF/2003)

Assinale a opção em que a concordância está de acordo com a norma padrão.

a) Os milhares de pessoas que cometeram delitos, após cumprirem suas penas, ficam quites com a sociedade.

b) Nenhum dos colegas de seção afirmaram ter presenciado qualquer ato delituoso, apenas relataram o que ouviram do funcionário punido.

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c) A maioria dos casos examinados indicava ser necessário a instauração de sindicância, ainda que alguns de nós relutássemos em acatar a auditoria realizada.

d) Dadas as circunstâncias em que ocorreu um grande número de exonerações, foi publicado, na mídia, uma nota que justificava tal procedimento administrativo.

e) Seguia anexo ao processo administrativo a cópia dos contratos de serviços especializados que haviam sido prestados na gestão anterior.

59 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)

Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção que apresenta erro gramatical.

a) No livro Breve História do Trabalho no Brasil, Almir Pazzianotto esboça a trajetória da classe trabalhadora, da colonização portuguesa ao último governo militar. Mostra como se explorou, sem limites éticos e humanos, a mão-de-obra indígena e negra e como, durante a Primeira República, as oligarquias, com medo das idéias revolucionárias trazidas pelos imigrantes, procuraram bloquear as tentativas de organização dos trabalhadores.

b) Mostra também como se desenhou o modelo sindical brasileiro, a partir do primeiro governo de Getúlio Vargas, e por que esse modelo se manteve incólume até a Constituição de 1988, apesar das profundas transformações político-institucionais pelas quais passou o País nesse período.

c) Registra, também, que a redemocratização do Brasil significou apenas uma atenuação do modelo anterior, sendo ainda marcante a participação do Estado na vida sindical, por meio de normas obrigatórias relativas a modelo de organização, registro, quotas compulsórias, negociações salariais e dissídios coletivos.

d) O autor dedica atenção especial à figura marcante de Getúlio Vargas, suas idéias sobre o movimento trabalhista e sobre o papel reservado às classes operárias no desenvolvimento nacional, trazendo o livro, em apêndice, a íntegra da Carta Testamento e de três célebres discursos proferidos no Dia do Trabalho.

e) Embora fundamentado em sólida bibliografia, o livro não tem a aridez dos textos acadêmicos. Almir Pazzianotto Pinto, como advogado trabalhista no ABCD paulista, como Ministro do Trabalho ou como Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, conviveu com muitos dos personagens que retratam e foi testemunha de outras tantas histórias que registra, emprestando, assim, um calor especial à narrativa.

(http://www.stpinf.com:8080/producao/genadm.nsf/Paginas)

60 - (ESAF/Fiscal de Fortaleza/1998)

Indique entre os itens sublinhados o que contém erro gramatical ou impropriedade vocabular.

Aos 26 anos, a cearense Jerusa Novais fala um inglês claudicante(A), conhece os Estados Unidos apenas pela Internet, mas acaba de conseguir uma ascensão(B) profissional de causar inveja aos 12.000 estudantes de informática que saem

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anualmente das faculdades brasileiras. A partir de março, trocará seu salário de 2.500 reais no Banco do Estado do Ceará por outro de 5.000 dólares na empresa IMR com sede na Flórida. Ela e outros dezenove cearenses foram contratados pela IMR por salários que variam entre(C) 4.500 e 6.000 dólares mensais. O grupo vai-se juntar (D) aos 1.000 profissionais brasileiros de informática que já encontraram colocação no mercado americano. Vivendo um período de prosperidade sem precedentes, os Estados Unidos da América não está(E) conseguindo preencher as 300.000 vagas de trabalho que são abertas a cada ano na área com os novos profissionais – cerca de 24.000 – que saem de suas universidades.

(Manoel Fernandes - Veja - 28/1/1998, adaptado)

a) A

b) B

c) C

d) D

e) E

61 - (ESAF/Técnico Administrativo ANEEL/2006)

Leia o seguinte texto para responder à questão.

O jovem deve demonstrar habilidades que muitas vezes nem teve tempo de saber se possui ou de descobrir como adquiri-las. Como o conhecimento hoje fica obsoleto muito rápido, a qualificação e o potencial comportamental é que definem um bom candidato, e não só o preparo técnico.

(Adaptado de ISTOÉ 5/10/2005)

Analise a assertiva abaixo:

- A forma de singular em “é” (l.18) deve-se ao emprego do vocábulo “que” (l.18); pois o verbo que se flexiona de acordo com o sujeito da oração é “definem” (l.18).

62 - (ESAF/Técnico - ANEEL/2006)

Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados manifestam-se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, que soube mobilizar com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povo brasileiro, realizou-se em condições democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um crescimento econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por um déficit de transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em 1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.

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(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)

Em relação ao texto, analise a assertiva a seguir.

- Por se tratar de verbo expletivo, “foi” (l.20) pode ser retirado da oração sem prejuízo do sentido e da sintaxe.

63 - (ESAF/Assistente de Chancelaria/2002)

As viagens ao exterior e os encontros com figurões estrangeiros constituem, desde o reinado de Dom Pedro II, um trunfo na estratégia das lideranças brasileiras. De fato, as críticas às viagens internacionais do Presidente da República ou de outros dirigentes parecem despropositadas. Tanto o governo como a oposição devem reposicionar os interesses brasileiros num mundo em plena mutação. O problema que se coloca é de outra natureza e se resume numa interrogação pouco formulada na campanha presidencial: quais devem ser os rumos de nossa diplomacia?

(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações)

Analise a afirmação abaixo a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no texto.

- o conectivo “Tanto...como”(l.5) for substituído por Não só ... mas também, o verbo seguinte pode ser empregado no plural, “devem”(l.5), ou no singular, deve.

64 - (ESAF/AFRE MG/2005)

1. O setor público não é feito apenas de filas, atrasos,

burocracia, ineficiência e reclamações. A sétima

edição do Prêmio de Gestão Pública, coordenado

pelo Ministério do Planejamento, mostra que o serviço

5. público federal também é capaz de oferecer serviços

com qualidade de primeiro mundo. De 74 instituições

públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter

conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter

práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de

10. forma crescente seus resultados, tornando-os referências

nacionais. O perfil dos premiados mostra que

o que está em questão não é tamanho, visibilidade

ou importância estratégica, mas, sim, a capacidade

de fazer com que as engrenagens da máquina funcionem

15. de forma eficiente, constante e muito bem

controlada.

(Ilhas de Excelência. ISTOÉ, 2/3/2005, com adaptações)

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Analise a seguinte assertiva a respeito das estruturas lingüísticas do texto.

- A substituição da forma não flexionada de “ter” (l..7) pelo infinitivo flexionado correspondente, terem, respeita as regras gramaticais e preserva a coerência textual.

65 - (ESAF/SEFAZ CE/2007)

Os fragmentos a seguir reproduzem parcialmente o texto de um recurso contra a avaliação de uma prova discursiva.

Analise o fragmento do texto a seguir segundo as normas do padrão formal escrito da língua portuguesa.

- Por não ser divulgado os critérios de desconto por erro encontrado, supõe o candidato que a nobre Banca na aplicação das penalidades dos erros considera a natureza e a gravidade deste no conjunto de toda a dissertação.

66 - (ESAF/MP ENAP – SPU/2006)

Assinale a opção em que há problema de sintaxe.

a) A crise de 2002 reduziu significativamente o fluxo de recursos externos no Brasil e elevou bastante o risco-país, indicador de confiança do investidor estrangeiro num determinado país.

b) Em 2003, houve um ajuste fiscal mais firme para controlar a inflação, a expansão do crédito doméstico e o aumento da demanda externa por produtos brasileiros, fato que permitiu a retomada do crescimento da economia em 2004.

c) As políticas de ajuste ainda permitiram a diminuição de dívida líquida do setor público de 57,2% do PIB, no final de 2003, para 51,8%, no fim do ano passado.

d) Para continuar a crescer de forma sustentável é necessário recuperar os investimentos e ampliar a capacidade de atrairem recursos estrangeiros.

e) Para enfrentar esses desafios, são necessários os esforços para equilibrar as contas da Previdência Social, reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), implementar a nova Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior e aprovar a lei das Parcerias Público-Privadas.

(Adaptado de Em Questão, n. 355- Brasília, 12 de setembro de 2005)

67 – (ESAF/CGU-Técnico/2008)

Assinale a opção que corresponde à única palavra ou expressão gramaticalmente correta.

Como nosso país constitui um Estado de Direito Democrático, é excusado(1) dizer que nenhuma lei ou ato normativo pode ser editado(2) se não estiver em consonância com a Constituição Federal. Por isso mesmo, se acaso editado(3) atos que violem esses princípios, o STF atuará no sentido de declarar-lhe(4) ineficaz(5) , por ofenderem a Constituição.

(Maurício Correa, “Temos o direito de sonhar”,CB, 30/12/2007, p. 15, com alterações.)

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a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

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GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS

1. D

2. E

3. D

4. ITEM CERTO

5. ITEM CERTO

6. ITEM CERTO

7. ITEM ERRADO

8. D

9. B

10. ITEM ERRADO

11. ITEM CERTO

12. ITEM ERRADO

13. E

14. C

15. A

16. ITEM CERTO

17. ITEM ERRADO

18. ITEM ERRADO

19. A

20. ITENS ERRADOS

21. ITEM ERRADO

22. C

23. ITENS ERRADOS

24. E

25. E

26. ITEM ERRADO

27. D

28. E

29. ITEM CERTO

30. D

31. ITEM CERTO

32. ITEM ERRADO

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33. E

34. A

35. ITEM ERRADO

36. D

37. ITEM ERRADO

38. ITEM ERRADO

39. D

40. ITEM ERRADO

41. ITEM CERTO

42. B

43. C (POSTERIORMENTE ANULADA)

44. ITEM CERTO

45. ITEM CERTO

46. ITEM CERTO

47. ITEM ERRADO

48. A

49. A

50. ITEM ERRADO

51. E

52. ITEM CERTO

53. B

54. A

55. ITEM ERRADO

56. ITEM ERRADO

57. D

58. A

59. E

60. E

61. ITEM CERTO

62. ITEM ERRADO

63. ITEM CERTO

64. ITEM CERTO

65. ITEM ERRADO

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66. D

67. B