conceitualização em terapia cognitiva

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Terapia Cognitiva e Conceituação Marcelo da Rocha Carvalho Professor Convidado do Curso de TCC do AMBAN/HC/FMUSP

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Terapia Cognitiva e Conceituao

Terapia Cognitiva e ConceituaoMarcelo da Rocha CarvalhoProfessor Convidado do Curso de TCC do AMBAN/HC/FMUSP

O modelo cognitivo...prope que o pensamento distorcido ou disfuncional (que influencia o humor e o comportamento do paciente) seja comum a todos os distrbios psicolgicos.

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Livros desta seo

Erro conceitual e aproximaoTerapia Cognitiva da Depresso(Beck e col, 1997):Erro conceitual gera aproximao ao modelo da TC: confuso entre ativao do paciente deprimido e tcnicas comportamentais.Observaes clnicas comportamentais:Bandura e a aprendizagem social e auto-eficcia.Lazarus e a Terapia Multimodal.Meichenbaum e auto-manejo.Seligman e o desamparo aprendido.

Princpios fundamentais da TCCA maneira como as pessoas interpretam os eventos influencia diretamente a emoo e o comportamento(Beck, 1976).

Beck e Alford(2000): a posio filosfica da teoria e terapia cognitiva integra:

Dimenses Externas (contexto ambiental)Dimenses Internas (percepes fenomenolgicas)

O modelo cognitivoA avaliao realista e a modificao no pensamento produzem melhora no humor e no comportamento.

A melhora duradoura resulta da modificao das crenas disfuncionais bsicas dos pacientes.

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O modelo cognitivo comportamental

Qual a trade cognitiva?AmbienteFuturoEuDEPRESSOAvaliao negativa de: si - mesmo, ambiente e do futuro.ANSIEDADEAvaliao catastrfica de: si mesmo como sem estratgias, ambiente perigoso e do futuro como incerto.

Os significados disfuncionais servem para explicar a trade cognitiva e o desenvolvimento da psicopatologia.

Existem dois nveis de significado: pblico e privado. O significado pblico, ou objetivo de um evento, tem poucas implicaes para o indivduo. O significado pessoal ou privado inclui implicaes, significao, generalizaes extradas da ocorrncia de eventos (Beck, 1976, p.48).

H trs nveis de cognio:

nvel pr-consciente pensamentos automticos;nvel consciente;nvel metacognitivo: reflexo sobre um pensamento respostas racionais.

Os esquemas so estruturas teleonmicas que evoluem para facilitar a adaptao do indivduo no ambiente.

A terapia cognitiva: PrincpiosO tratamento baseia-se tanto em uma formulao cognitiva de um transtorno especfico como em sua aplicao conceituao e entendimento do paciente individual.

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Princpios da terapia cognitivaPrincpio 01A terapia cognitiva se baseia em uma formulao em contnuo desenvolvimento do paciente e de seus problemas em termos cognitivos. Enquadramentos trplices:Pensamento atual e comportamentos problemticos;Fatores precipitantes; eventos desenvolvidos e padres duradouros de interpretao.A paciente aprende a identificar os pensamentos associados a seu afeto e a avaliar e formular respostas mais adaptativas ao seu pensamento.

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Princpios da terapia cognitivaPrincpio 02A terapia cognitiva requer uma aliana teraputica segura.

Cordialidade empatia, ateno, respeito genuno e competncia.Verificar se paciente saiu entendida e positiva da sesso.

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Princpios da terapia cognitivaPrincpio 03A terapia cognitiva enfatiza a colaborao participativa e ativa.Trabalho em equipeNmero de sessesTarefas de casaO terapeuta deve encorajar o paciente a se tornar mais ativo durante s sesses.

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Princpios da terapia cognitivaPrincpio 04A terapia cognitiva orientada em meta e focalizada em problemas;Enumerao de problemas e estabelecimento de metas especficas (ex. fazer amigos). O terapeuta deve ajudar a avaliar e responder pensamentos que interferem em sua meta.Validade desses pensamentos (exame de evidncias); Estratgias de resoluo de problemas (verificar histrico);

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Princpios da terapia cognitivaPrincpio 05A terapia cognitiva inicialmente enfatiza o presente.Foco em problemas atuais e situaes que so aflitivas para o paciente;Em trs circunstncias volta-se ao passado:O paciente expressa uma forte predileo;Quando o trabalho voltado aos problemas atuais produz pouca ou nenhuma mudana cognitiva, comportamental e emocional;Quando o terapeuta julga importante entender como e quando ideias disfuncionais importantes se originaram e como essas ideias afetam o paciente at hoje.

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Princpios da terapia cognitivaPrincpio 06A terapia cognitiva educativa, visa ensinar o paciente a ser seu prprio terapeuta e enfatiza a preveno de recada. Natureza do transtorno;Processo da terapia cognitiva como os pensamentos influenciam seus comportamentos;Ensina como estabelecer metas, avaliar pensamentos e planejar a mudana comportamental.Registros.

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Princpios da terapia cognitivaPrincpio 07A terapia cognitiva visa ter tempo limitadoProver alvio dos sintomas;Facilitar uma remisso dos transtornos;Ajud-la a resolver problemas mais prementes;Ensinar-lhe o uso de ferramentas para evitar recadas.

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Princpios da terapia cognitivaPrincpio 08As sesses de terapia cognitiva so estruturadas.Estabelecer uma agenda para a sesso de acordo com a avaliao inicial do paciente (humor, queixa, reviso da semana, feedback da sesso anterior, tarefa de casa, resume com frequncia, nova tarefa, feedback);A medida que o tempo passa o terapeuta encoraja o paciente a assumir a liderana e contribuir para a agenda.

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Princpios da terapia cognitivaPrincpio 09A terapia cognitiva ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder a seus pensamentos e crenas disfuncionais.Focalizar o problema especfico;Identificar seu pensamento disfuncional;Avaliar a validade de seu pensamento;Projetar um plano de ao.

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Princpios da terapia cognitivaPrincpio 10A terapia cognitiva utiliza uma variedade de tcnicas para mudar pensamento, humor e comportamento.Comportamentais e Gestalt.A terapia varia de acordo com:O paciente individual;A natureza e motivao para mudar;Habilidade para formar vnculo teraputico;Experincia prvia com terapia;Preferncias de tratamento.Mas modela e educa o paciente para suas caractersticas.

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Terapia cognitiva: esquema

Conceitualizao CognitivaRepresenta um conjunto de dados acerca do pacientehistria de vida dados da infncia, pensamentos, crenas, e os significados que so atribudos.Permite facilitar o entendimento de fatores cognitivos e comportamentais e a influncia nas reaes emocionais, comportamentais e fisiolgicas.Auxilia o terapeuta para desenvolver o plano de tratamento.O terapeuta compartilha com o paciente os dados da conceitualizao cognitiva.(Beck, 1997; Beck, 2007).

Criao da conceitualizaoA conceitualizao cognitiva indica as tcnicas que sero utilizadas (Persons, 1989).A estrutura da entrevista, que inclui uma agenda, feedback e exerccios para casa so procedimentos oriundos da terapia comportamental.O formato de questionamento foi derivado originalmente da anamnese associativa de Felix Deustsch, da terapia no-diretiva de Carl Rogers, e do questionamento socrtico de Albert Ellis.As estratgias de encenao emotivas foram influenciadas pelo psicodrama e pela terapia de Gestalt.Os procedimentos da terapia racional-emotiva auxiliaram na testagem ou avaliao de crenas disfuncionais.

Caractersticas GeraisA terapia cognitivo-comportamental constituiuma abordagem ativa, diretiva, por tempo limitado, estruturada(...) baseada no fundamento lgico terico subjacente de que o afeto e o comportamento do indivduo so amplamente determinados pela maneira como ele estrutura o mundo(Beck et al., 1979).

Onde encontrar sobre o que falaremos

A terapia cognitiva-comportamental :Breve e de tempo limitado, incentivando os pacientes a desenvolver habilidades independentes de auto-ajuda;Estruturada e diretiva;Voltada para o problema e concentrada em fatores mantenedores das dificuldades, e no em suas origens;Dependente de um processo de questionamento e descoberta orientada(Young e Beck, 1982), e no de persuaso, doutrinao ou debate;

A terapia cognitiva-comportamental :Baseada em mtodos indutivos, de forma a que os pacientes aprendam a considerar pensamentos e crenas como hipteses cuja validade se presta a ser testada;Educativa, apresentando tcnicas cognitivo-comportamentais como habilidades a ser adquiridas atravs da prtica e transferidas para o contexto do paciente atravs do exerccio de casa.

Conceituao CognitivaQual o diagnstico do paciente?Quais so seus problemas atuais, como estes problemas se desenvolveram e como eles so mantidos?Que pensamentos e crenas disfuncionais esto associados aos problemas, quais as reaes(emocionais, fisiolgicas e comportamentais) esto associadas ao seu pensamento?

Crenas CentraisCrenas intermedirias(regras, atitudes, suposies)Pensamentos automticos

Crenas CentraisCrenas intermedirias(regras, atitudes, suposies)Situao Pensamentos automticos Emoo

Crenas CentraisCrenas intermedirias(regras, atitudes, suposies)Situao Pensamentos automticos Reaes

Eu sou incompetente.Se eu no entendo algo perfeitamente, ento eu sou burro.Ler um LivroIsso difcil demais.Eu jamais entenderia isso.Emocional: Tristeza.Comportamental: fechar o livro.Fisiolgica: peso no abdmen.

Que aprendizagens e experincias antigas(e talvez predisposies genticas) contribuem para seus problemas atuais?

Quais so suas crenas subjacentes(incluindo atitudes, expectativas e regras) e pensamentos?

Como ele enfrentou suas crenas disfuncionais? Que mecanismos cognitivos, afetivos e comportamentais, positivos e negativos, ele desenvolveu para enfrentar suas crenas disfuncionais? Como ele via(ou v) ele mesmo, os outros, seu mundo pessoal, seu futuro

Que estressores contriburam para seus problemas psicolgicos ou interferiram em sua habilidade para resolver esses problemas?Conceituao Cognitiva

Metas e estrutura da sesso inicialEstabelecer confiana e rapport.Socializar o paciente na terapia cognitiva.Educar o paciente sobre o seu transtorno, sobre o modelo cognitivo e sobre o processo de terapia.Regularizar as dificuldades do paciente e instaurar esperana.Extrair(e corrigir, caso necessrio) as expectativas do paciente com a terapia.Coletar informaes adicionais sobre as dificuldades do paciente.Utilizar essas informaes para desenvolver um lista de metas.

Sesso inicialEstabelecer a agenda(e prover um embasamento lgico para fazer isso).Fazer uma checagem de humor, incluindo escores objetivos.Revisar brevemente o problema presente e obter um atualizao(desde a avaliao).Identificar problemas e estabelecer metas.Educar o paciente sobre o modelo cognitivo.Identificar as expectativas do paciente em relao terapia.Educar o paciente sobre o transtorno.Estabelecer tarefa de casa.Prover resumo.Obter feedback.

Relatrio de terapiaO que voc vivenciou hoje que importante para voc lembra?Quanto voc sentiu que poderia confiar/acreditar no seu terapeuta hoje?Houve qualquer coisa que o incomodou em relao a terapia de hoje? Se houve, o que foi?Quanta tarefa de casa voc fez para terapia hoje?Quo propenso voc est a fazer a nova tarefa de casa?O que voc deseja certificar-se de abordar na prxima sesso?

Sesso dois em diante...a misso!Breve atualizao e verificao do humor(e de medicao, uso de lcool e/ou drogas, quando aplicvel).Ponte com a sesso anterior.Estabelecer roteiro.Revisar tarefa de casa.Discusso de tpicos do roteiro, estabelecimento de nova tarefa de casa e resumos peridicos.Relatrio final e feedback.

Onde encontrar sobre o que falaremos

Captulos para leitura:Dois avaliao cognitivo comportamental completa;Seis terapia da depresso.Doze resoluo de problemas e terapia breve em TCC

O que estava passando pela sua cabea neste momento?

Tcnicas para modificar pensamentos automticos Judith BeckPara identificar:Faa essa pergunta quando voc perceber uma mudana no(ou intensificao) afeto durante a sesso.Faa o paciente descrever uma situao problemtica ou momento que durante o qual ele experimentou uma mudana de afeto e faa pergunta anterior.Caso necessrio, faa o paciente utilizar uma imagem pra descrever a situao especfica ou o momento em detalhes(como se estivesse acontecendo agora) e ento faa a pergunta.Caso necessrio ou desejado, faa o paciente encenar uma interao especfica com voc e ento faa a pergunta.

Outras perguntas para obter os PASobre o que voc acha que estava pensando?Voc acha que poderia ter pensado sobre _______ ou _______?Voc estava imaginando algo que poderia acontecer ou lembrado de algo que aconteceu?O que esta situao significou para voc? (ou diz para voc?)Voc estava pensando em _______?(O terapeuta coloca um pensamento oposto resposta esperada.)

Terapia CognitivaTestar os pensamentos negativos;Comparao funcional do aprendizado histrico/ambiental pelo paciente de esquemas disfuncionais;Identificar suposies disfuncionais:No refletem a realidade da experincia humana;So rgidas, hipergeneralizadas e extremas;Impedem a concretizao dos objetivos ao invs de facilit-los;Sua transgresso est associada a emoes extremas e excessivas;So relativamente inacessveis a experincia comum.

Esquemas CognitivosPadres persistentes de pensamento.Adquiridos durante o desenvolvimento.Determinam o modo pelo qual uma pessoa responde s circunstncias.Latentes.Ativados em situaes particulares.Quando ativos dominam os processos cognitivos.

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Esquemas CognitivosDificultam o invocar outros esquemas mais saudveis ou adequados.A organizao cognitiva torna-se autnoma, independe da estimulao externa.Desencadeiam pensamentos automticos negativos.Trazem sintomas: depresso, ansiedade, disforia, anedonia, etc.

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Esquemas CognitivosCrenas fundamentais;Crenas Intermedirias(regras, atitudes, expectativas);Estratgias de comportamento para compensar as crenas;Futuro: teoria dos Modos(Beck).

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Crenas Fundamentais ou CentraisIdeias fundamentais sobre si mesmo, outras pessoas e o mundo.Desenvolvem-se na infncia.Manifestam-se na poca de sofrimento emocional.No so totalmente conscientes.So globais, radicais, absolutas e gerais.Quando ativadas processam facilmente toda a informao que a apoia, e distorce a informao contrria.

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Crenas Fundamentais ou CentraisNo tenho salvaoNo tenho sadaSou incompetenteEstou vulnervelNo sou bom o suficienteSou fracoSou inadequadaNo tenho valorSou abandonadaNo sou amadoSou um fracassoSou defeituosaSou desrespeitadaSou mauSou feiaMeu destino a rejeioNo sou queridoNingum cuida de mimNo sou atraenteNingum me deseja

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Crenas Fundamentais ou CentraisResumoAssociadas a desesperana, crena de incompetncia e a impossibilidade de ser amado.

EssnciaImpossibilidade de ser amado

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Onde encontrar sobre o que falaremos

ESQUEMAS DESADAPTATIVOS(Young, 2003)Desconexo e RejeioAutonomia e desempenho ou performance comprometidosRestrio da GratificaoComprometimento dos limites

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ESQUEMAS DESADAPTATIVOS REMOTOS(Young, 2003)Rejeio e desconexoExpectativas de que a necessidade por segurana, estabilidade, empatia, aceitao, respeito e pertencimento no ser satisfeita.Famlia de origem: distante, imprevisvel, rejeitadora, inibida ou abusiva.

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Rejeio e desconexoAbandono e instabilidadePerceber as pessoas disponveis para apoio e relacionamento como instveis ou no confiveis.Os outros no continuaro a prover apoio, conexo, fora ou cuidados por serem emocionalmente instveis ou imprevisveis, ou porque podero morrer ou iro abandonar o/a paciente em troca de algum melhor.

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Rejeio e desconexoDesconfiana e abusoOs outros iro ferir, abusar, humilhar, enganar, mentir, manipular, levar vantagem.O ferir intencional ou conseqncia de negligncia extrema ou imperdovel.Sensao de ser sempre enganado/a pelos outros.

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Rejeio e desconexoIsolamento ou privao emocionalDesejo de pertencer ou receber apoio emocional no ser satisfeito.Ausncia de ateno, afeto, calor e companhia.Ausncia de fora, direo e orientao por parte dos outrosAusncia de compreenso, compartilhar, ouvir por parte dos outros.Sensao de ser diferente e de no pertencer.

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Rejeio e desconexoDefeito ou vergonhaSensao de possuir um defeito ou falha, ser mau, indesejado, inferior, invlido.Ser impossvel que outros o/a amem ou apreciem caso o defeito fique exposto.A falha pode ser interna (egosmo, impulsos de raiva, desejos sexuais inaceitveis)A falha pode ser externa (aparncia fsica, educao, sociabilidade)

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Rejeio e desconexoInibio emocionalDificuldade excessiva para expressar ou discutir sentimentos (feridas, tristezas, alegria, raiva, excitao sexual, etc.)Apresenta-se como embotada, constrita, inibida, sem emoes, sem calor humano ou espontaneidade)

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ESQUEMAS DESADAPTATIVOS REMOTOS(Young, 2003)Comprometimento da autonomia ou desempenhoExpectativas sobre si mesmo ou o ambiente que interferem na capacidade de desempenhar suas funes com independncia e sucesso, sobreviver, reconhecer e expressar necessidades.Famlia de origem enredada, controladora, minando a confiana da criana, superprotetora, que no refora o desempenho competente fora do ambiente familiar.

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Comprometimento da autonomia ou desempenhoDependncia e IncompetnciaCrena de que se incapaz de lidar com as responsabilidades cotidianas de modo competente, sem necessitar da ajuda dos outros.Cuidar de si prprio, solucionar problemas, tomar decises, assumir compromissos novos, etc.Apresenta-se como passividade ou desamparo.

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Comprometimento da autonomia ou desempenhoVulnerabilidadeMedo exagerado de que uma catstrofe acontecer a qualquer momento e de que no se tem os recursos para lidar com ela ou preveni-la.Medos de uma doena (SIDA. Infarto)Medos emocionais (Ficar louco, perder o controle)Medos financeiros (falncia, runa)Medos gerais (elevador, crime, avio, terremoto)

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Comprometimento da autonomia ou desempenhoEnredamento ou pouca individuaoEnvolvimento emocional ou proximidade excessivos s custas da individuao ou desenvolvimento social normal.Crena de que pelo menos um dos envolvidos na relao no pode sobreviver ou ser feliz sozinho, sem apoio constante do outro.Sentimento de ser sufocado ou de estar fundido com o outro.Falta de individualidade e direo interna.Sensao de vazio.

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Comprometimento da autonomia ou desempenho SubjugarEntrega do controle, das prprias decises e preferncias a outro, para evitar raiva, retaliao ou abandono.Percepo de os prprios desejos no so vlidos ou importantes.Raiva conseqente no expressa abertamente para evitar conflito.Cooperao excessiva e necessidade de agradar combinados com sensao de estar preso/a em armadilha.

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Comprometimento da autonomia ou desempenhoFracassoCrena de que fracassou ou que fracassar.Se inadequado quando se compara aos colegas (escola, trabalho, esportes).Se burro, incapaz, inepto, sem talento, ignorante, sem status, mal sucedido.

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ESQUEMAS DESADAPTATIVOS REMOTOS(Young, 2003)Pouca gratificaonfase excessiva no trabalho, status, dever, padro, responsabilidade para com os outros s custas de felicidade, inclinaes naturais, sade, otimismo ou criatividade.Famlia de origem exige desempenho, sacrifcio, autocontrole.Famlia de origem no valoriza prazer, alegria e expresso de sentimentos.

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Pouca gratificaoAuto-sacrifcioProcurar satisfazer as necessidades dos outros excessivamente.Motivos: evitar sofrimento, culpa, ganhar estiva, manter o relacionamento.Sensibilidade ao sofrimento dos outros.Sentimento exagerado de dever e de responsabilidade.Sensao de que prprias necessidades no so satisfeitas.Ressentimento de quem se est cuidando.

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Pouca gratificaoPadres muito elevados de condutaValores, escolhas, alvos muito rgidos ou no adequados s suas inclinaes naturais.Para receber aprovao, no passar vergonha, no perder o controle ou prevenir consequncias graves.Comprometimento do prazer, relaxamento, espontaneidade, sade, satisfao.nfase no sucesso, competio, dinheiro, aparncia fsica, status social, autocontrole, disciplina, perfeccionismo, ordem, ateno aos detalhes, controle e domnio do ambiente, na moral, tica ou preceitos religiosos.

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Pouca gratificaoNegativismo e pessimismoFoco nos aspectos negativos da vida (sofrimento, morte, perdas, desapontamentos, conflitos, culpa, ressentimento, problemas no resolvidos, erros potenciais, traies, coisas que podem dar errado, etc.Minimizar ou negar aspectos positivos ou otimistas.Queixas contnuas que no se modificam diante de solues adequadas ou melhora objetiva das circunstncias.

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ESQUEMAS DESADAPTATIVOS REMOTOS(Young, 2003)Comprometimento dos limitesLimites internos deficientesDificuldade para respeitar os outrosDificuldade para atingir os prprios alvos.Famlia de origem permissiva e indulgente.

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Comprometimento dos LimitesEgosmo/AutocentradoInsistncia em fazer ou receber o que deseja, sem levar em conta o custo e motivos dos outros.Controle excessivo dos outros, exigncias descabidasFalta de empatia pelas necessidades e sentimentos dos outros.

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Comprometimento dos LimitesAutocontrole ou autodisciplina insuficientesDificuldade em manter o autocontrole.Intolerncia frustraoExpresso excessiva de emoes e impulsos.

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Onde encontrar sobre o que falaremos

Crenas IntermediriasSo tentativas de lidar com as crenas fundamentais.Expressas atravs de regras, pressupostos, expectativas ou atitudes.Podem seguir a frmula Se...., ento....Se agradar a todos, nunca ficarei s.Se no confiar em ningum, no serei ferido.Se usar, serei parte da turma.

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Crenas IntermediriasCrenas, regras ou necessidades irracionais ou insensatas:Ser amado ou aprovado por todos.Para ter valor devo ser competente.Algumas pessoas so ms e merecem punio.As coisas devem ser do jeito que eu quero.Temos pouco controle interno sobre a felicidade ou infelicidade.Todo problema deve ter uma soluo ideal.

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Crenas IntermediriasCrenas, regras ou necessidades irracionais ou insensatas:Se algo pode ser perigoso, devo me preocupar bastante sobre isto. mais fcil evitar que enfrentar as dificuldades da vida.Sou dependente de outros mais fortes.O comportamento atual e futuro depende do passado.Devo me incomodar com os problemas dos outros.

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Estratgias CompensatriasPadres de comportamento que ajudam a enfrentar as crenas fundamentais, ou a impedir que elas se tornem pblicas.No eliminam o sofrimento, apenas o transferem para outro contexto.Beber para se soltar e sentir mais confiana.Agradar a todos.Nunca recusar um programa ou emitir uma opinio.Trabalhar muito para no cometer erros.

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Estratgias CompensatriasEvitar se emocionarSer perfeito

Ser muito responsvelEvitar intimidadeEmoes intensasSer incompetente ou mostrar-se desamparadoEvitar responsabilidadesIntimidade inadequada ou excessiva

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Estratgias CompensatriasBuscar reconhecimentoEvitar confrontoControlar as situaesAgir de modo infantil

Tentar agradar os outros Evitar chamar atenoProvocar os outrosAbdicar controle necessrioAgir de modo autoritrioDistanciar-se ou agradar s a si prprio.

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Conceituao Cognitiva A Formulao do CasoComo o paciente desenvolveu este transtorno?Quais foram os acontecimentos, experincias e interaes importantes em sua vida?Quais as crenas fundamentais e bsicas sobre si prprio?Quais seus pressupostos, regras, expectativas e atitudes?

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Conceituao Cognitiva A Formulao do CasoQuais estratgias usou e usa para administrar suas crenas negativas?Quais os principais pensamentos automticos?Em que circunstncias eles surgem?H imagens ou comportamentos disfuncionais?

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Conceituao Cognitiva A Formulao do CasoComo as crenas interagem com os acontecimentos de modo a deix-lo vulnervel?Quais seus problemas?Quais os fatores de estresse?O que est acontecendo em sua vida e como ele percebe e interpreta isto?

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Diagrama CognitivoDesenvolvimentoCrenas FundamentaisPressupostos, Regras, Expectativas e AtitudesEstratgias Compensatrias

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Diagrama CognitivoSituaoPensamento AutomticoSignificadoSentimentoComportamento

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Tcnica da Flecha Descendente Terapeuta pergunta srie de questes que eliciam o significado pessoal de uma idia ou interferncia.Objetivo descobrir as crenas fundamentais.Se isto for verdade, ento...?O que te incomoda nisto?O que isto mostra sobre voc?O que isto significa?

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Teraputica das Crenas fundamentaisEducando acerca das crenas uma ideia, no necessariamente uma verdade.Acreditar ou sentir que verdade, no a torna verdadeira.Como uma ideia, pode ser testada.Por ter origem na infncia, no foi necessariamente verdadeira na poca.

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Teraputica das Crenas fundamentaisEducando acerca das crenas:Continua a ser mantida porque era ignorada.Continua a ser mantida porque no se leva em conta as informaes em contrrio.

O objetivo do trabalho teraputico ter uma viso realista de si prprio.

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Teraputica das crenas fundamentaisHiptese principal a ser testada:Ou voc est certo e completamente inadequado (podemos trabalhar para modificar isso);Ou voc no completamente inadequado, mas tem uma crena de que (sentindo e agindo como se a crena fosse verdadeira).

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Teraputica das crenas fundamentaisMetforas para explicar a manuteno das crenas:Filtro ou tela ao redor da mente (O que est de acordo com a crena passa pelo filtro). Qualquer informao que contradiga a crena rebatida pela tela ou distorcida para passar pelo filtro.Voc tem um exemplo que aconteceu na ltima semana?

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Teraputica das crenas fundamentaisQual a crena fundamental?Quanto voc acredita nela neste instante? (0 a 100)Quanto acreditou nela durante esta semana?

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Teraputica das Crenas fundamentaisNova crena fundamental:___________Quanto voc acredita nela?Evidncias que contradizem a antiga crena fundamental?Evidncias que apoiam a nova crena?

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Teraputica das Crenas fundamentaisAps identific-las usar o Questionamento Socrtico:Quais as evidncias?De que outra maneira se pode olhar para a crena?Se sua crena verdadeira, quais as implicaes?

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Tcnicas para modificar as Crenas FundamentaisDiagrama Cognitivo;Educao;Anlise das Vantagens e Desvantagens;Dirio da atividade das Crenas;Agir como se;Tcnicas de Terapia Gestltica;Tcnicas Psicodramticas.

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Tcnicas para modificar as Crenas FundamentaisDistanciar, comparando ou contrastando com exemplos;Desenvolver novos padres para comparao e avaliao;Metforas;Estrias e Fbulas;lbum de retratos;Experimentos Comportamentais.

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Tcnicas para modificar as Crenas FundamentaisContinuum Cognitivo;Reviso da Histria de Vida;Reestruturar memrias antigas;Evidncias que contrariam as crenas em cada ano da vida;Evidncias que contrariem as crenas no dia a dia;Evidncias que do suporte s novas crenas realistas.

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Tcnicas para modificar as Crenas Fundamentais - ImagensCrenas que possuem componente pictrico (imagens, memrias vvidas de acontecimentos da infncia):Modificar interpretaes distorcidas sobre estes eventos.Reestruturar o significado das memrias visuais.Reviver o passado de modo mais saudvel (Controlando e modificando as imagens de uma maneira que o paciente no conseguiria fazer quando os eventos aconteceram).Exemplo das tcnicas de Lazarus e Young.

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Tcnicas para modificar as Crenas Fundamentais- ImagensOrientaes gerais para trabalhar com imagens:Focalizar acontecimentos do passado identificados como crticos ou traumticos.Focalizar acontecimentos atuais que trouxeram grande emoo e relacion-los com os acontecimentos do passado.Focalizar tema com grande carga afetiva e relacion-lo com acontecimentos semelhantes de fora da sesso.

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Tcnicas para modificar as Crenas Fundamentais- ImagensFocalizar ateno nas emoes e sensaes fsicas.Perguntar sobre quando teve esta sensao pela primeira vez.Elaborar pensamentos e emoes vividos pela criana:O que estava pensando?O que estava sentindo?

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Tcnicas para modificar as Crenas Fundamentais- ImagensElaborar pensamentos e emoes vividos pela criana:O que ela achava que estava acontecendo?O que ela esperava do futuro?O que passou a pensar sobre si mesmo?O que passou a pensar sobre os outros?Que crenas e regras estava construindo?Quais as interpretaes sobre sua capacidade de ser amada, competncia, etc.

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Tcnicas para modificar as Crenas Fundamentais- ImagensResumir o significado pessoal associado memria.Avaliar o pensamento do adulto:Voc acredita que esta crena verdade?Colocar a posio adulta:Exerccios dramticos.Discutir racionalmente com o paciente adulto.

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Tcnicas para modificar as Crenas Fundamentais- ImagensModificar as crenas da criana:Trazer o adulto para a imagemTrazer pessoa de confiana ou protetoraCom quem voc gostaria de conversar?O que voc gostaria de ouvir?

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Tcnicas para modificar as Crenas Fundamentais- ImagensModificar as imagens de modo que a criana sinta controle e bem estar:O que voc quer que acontea?Modificar os acontecimentos dos outros na imagem.Modificar o comportamento da criana.Modificar as consequncias.Avaliar os pensamentos e sentimentos aps o exerccio.

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Tcnicas para modificar as Crenas Fundamentais- A nuvemEsquemas ativados por acontecimentos no verbais: Temperatura, odores, sensaes fsicas, postura, tom de voz, velocidade do discurso, etc.Passos para modificao desses esquemas:Identificao: Avaliao cuidadosa de situaes desencadeantes, investigando modalidades sensoriais e procurando um padro.

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Tcnicas para modificar as Crenas Fundamentais- A nuvemPassos para modificao desses esquemas:Desafiar o contedo dos esquemas atravs de mtodos verbais, com imagens ou fsicos.Colocar em palavras os esquemas evocados.Ativar os esquemas deliberadamente usando os estmulos apropriados.

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BibliografiaBandura, Albert e col. TEORIA SOCIAL COGNITIVA: Conceitos bsicos, Artmed, 2008.Barlow, David (Org.) MANUAL CLNICO DOS TRANSTORNOS PSICOLGICOS, Artes Mdicas, 1999;Beck, A. e col TERAPIA COGNITIVA DA DEPRESSO, Artes Mdicas, 1979/1997;Burka, J. e Yuen, L. PROCRASTINAO : POR QUE ADIAMOS AS DECISES? Nobel, So Paulo, 1991.

BibliografiaCaballo, V. MANUAL DE TCNICAS DE TERAPIA E MODIFICAO DO COMPORTAMENTO. Ed. Santos, 1996.Caballo, V.E. Manual de avaliao e treinamento das habilidades sociais. Ed. Santos, 2003.Ellis, A. OVERCOMING DESTRUTIVE BELIEFS, FEELINGS AND BEHAVIORS. Prometheus Books, 2001.

BibliografiaGonalves, O. TERAPIAS COGNITVAS: teorias e prticas. Biblioteca das Cincias do Homem, 2000.Everly, G. & Rosenfeld, R. (1979) THE NATURE AND TREATMENT OF THE STRESS RESPONSE, New York: Plenum Press.Hawton, K. e col TERAPIA COGNITIVA-COMPORTAMENTAL DOS PROBLEMAS PSIQUITRICOS: UM GUIA PRTICO, Martins Fontes, 1997;Knapp, P. TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NA PRTICA PSIQUITRICA. Artmed, 2004.

BibliografiaLipp, M. E. N. (2000 ) INVENTRIO DE SINTOMAS PARA ADULTOS DE LIPP. So Paulo: Casa do Psiclogo.Lipp, M. e Malagris, L. O STRESS EMOCIONAL E SEU TRATAMENTO. In: Rang, B. PSICOTERAPIA COGNITVO-COMPORTAMENTAIS: um dilogo com a psiquiatria. Artmed, 2001.Seligman, M. DESAMPARO: SOBRE DEPRESSO, DESENVOLVIMENTO E MORTE. Hucitec-Edusp, 1977.Young, Jeffrey TERAPIA COGNITIVA DO TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE: UMA ABORDAGEM FOCADA NO ESQUEMA. ArtMed, 2003.