conceitos basicos seguros 2015 - funenseg

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12 a edição Rio de Janeiro 2015 CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS

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Um livro para quem quer ser corretor de seguros

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Page 1: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

12a edição

Rio de Janeiro2015

CONCEITOS BÁSICOSDE SEGUROS

Page 2: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

REALIZAÇÃO

Escola Nacional de Seguros

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA

Diretoria de Ensino Técnico

ASSESSORIA TÉCNICA

Alessandra Teixeira – 2015

Nelson Flores – 2014

Bruno Kelly – 2014/2013

CAPA

Coordenadoria de Comunicação Social

DIAGRAMAÇÃO

Info Action Editoração Eletrônica

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da FUNENSEG

E73c Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Conceitos básicos de seguros/Supervisão e Coordenação metodológica da Diretoria de Ensino

Técnico; assessoria técnica de Alessandra Teixeira. – 12. ed. – Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 88 p.; 28 cm

1. Seguro – Teoria. I. Teixeira, Alessandra. II. Título.

0014-4447 CDU 368.01(072)

Page 3: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

A Escola Nacional de Seguros promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem para um mercado de seguros, previdência complementar, capitalização

e resseguro cada vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para profissionais que atuam nessa área, a Escola Nacional de Seguros oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola Nacional de Seguros.

Page 4: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS4

Page 5: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

SUMÁRIO 5

Sumário

5

4

3

2

1 O SEGURO NO TEMPO 7A Evolução do Seguro no Tempo 9Sistema Nacional de Seguros Privados – SNSP 12

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO SEGURO 15Finalidade do Seguro 17Definições de Seguro 17Elementos Básicos e Essenciais do Seguro 17

Risco 18Segurado 20Segurador ou Seguradora 20Prêmio 21Indenização 21

Características do Seguro 22Classificação e Divisão do Seguro 22

O CONTRATO DE SEGURO 25Disposições Contratuais 27Características do Contrato de Seguro 28Divisão dos Ramos de Seguro 29Instrumentos Contratuais 29

Proposta 29Apólice 29Outros Instrumentos Contratuais 31

OPERAÇÃO DE SEGURO 33Riscos Cobertos 35Riscos Não Cobertos ou Excluídos 35Importância Segurada (IS) ou Limite Máximo de Garantia (LMG) 36Prêmio 37Prazo de Vigência do Seguro 38Sinistro 38Salvados 38Indenização 38Franquia 39Carência 39Ressarcimento e Sub-rogação 40

ESTRUTURA TÉCNICA DA OPERAÇÃO DE SEGURO 41Garantias 43

Classificação das Garantias 43

Page 6: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS6

6

Formas de Contratação 44Seguros Proporcionais 44Seguros Não Proporcionais 44

Reintegração da Importância Segurada ou Limite Máximo de Garantia 45Mecanismos de Pulverização do Risco 46

Cosseguro 46Resseguro 47Retrocessão 47

RAMOS DE SEGURO 49Grupo 01 – Seguros Patrimoniais 56

Ramo 15 – Roubo 56Ramo 41 – Lucros Cessantes 57Ramo 67 – Riscos de Engenharia 58Ramo 71 – Riscos Diversos 58Ramo 73 – Global de Bancos 60Ramo 14 – Compreensivo Residencial 61Ramo 16 – Compreensivo de Condomínio 61Ramo 18 – Compreensivo Empresarial 61Ramo 96 – Riscos Nomeados e Operacionais 64

Grupo 03 – Seguros de Responsabilidades 64Ramo 51 – Responsabilidade Civil Geral 64

Grupo 05 – Seguros de Automóvel 64Ramo 31 – Automóvel – Casco 64Ramo 53 – Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos – RCFV 65Ramo 20 – Acidentes Pessoais de Passageiros 65

Grupo 06 – Seguros de Transportes 65Ramo 21 – Transporte Nacional e Ramo 22 – Transporte Internacional 65Ramo 54 – Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário – Carga (RCTR-C) 67Ramo 55 – Seguro de Responsabilidade Civil Facultativo do Transportador Rodoviário por 68 Desaparecimento de Carga (RCF-DC)

Grupo 09 – Seguros de Pessoas Coletivo 69Ramo 93 – Seguro de Vida 69Principais Coberturas 69

Grupo 14 – Seguros Marítimos 71Ramo 33 – Marítimos (Cascos) 71

Grupo 15 – Seguros Aeronáuticos 72Ramo 35 – Aeronáuticos (Casco) 72Ramo 37 – Responsabilidade Civil de Hangar 72Ramo 97 – Responsabilidade do Explorador e Transportador Aéreo (RETA) 72

TESTANDO CONHECIMENTOS 73

ESTUDOS DE CASO 79

GLOSSÁRIO 81

GABARITO 85

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 87

Page 7: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

UNIDADE 1 7

O SEGURO NO TEMPO11

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:

• Compreender a importância do seguro ao longo da história da humanidade.

• Entender o organograma do Sistema Nacional de Seguros Privados.

• Segmentar as instituições integrantes do Sistema Nacional de Seguros Privados.

• Conhecer a função de cada órgão pertencente ao Sistema Nacional de Seguros Privados.

Page 8: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS8

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UNIDADE 1 9

Aluta por melhores condições de vida envolve, entre outros aspectos, a constituição de um patrimônio e de uma renda familiar, os quais são acumulados em anos de trabalho e que podem ser perdidos, de uma

hora para outra, em virtude da exposição a riscos imprevisíveis e inevitáveis. A necessidade de proteção contra o perigo, a incerteza quanto ao futuro e a possibilidade de perdas dos bens e da receita da família e do indivíduo acompanham o Homem em sua evolução.

Outras Curiosidades

Cerca de 2.500 anos antes de Cristo, os cameleiros da Babilônia, preocupados com as constantes perdas nas caravanas, instituíram uma forma mutualística de amparar o companheiro prejudicado, mediante um acordo, através do qual as perdas ocorridas durante a expedição seriam rateadas entre todos.

Os navegadores fenícios e hebreus também rateavam os prejuízos ocorridos durante as suas viagens, principalmente nos mares Egeu e Mediterrâneo.

No século XII d.C., surgiu uma modalidade de seguro chamada de Contrato de Dinheiro a Risco Marítimo, em que um financiador emprestava ao navegador o dinheiro no valor da embarcação. Se a embarcação se perdesse, o navegador não devolvia o dinheiro emprestado, mas, se a embarcação chegasse intacta ao seu destino, o dinheiro emprestado era devolvido ao financiador, acrescido de juros.

No mesmo século XII, o Papa Gregório IX proibiu a realização de Contratos de Dinheiro a Risco Marítimo e, consequentemente, surgiu uma forma similar de seguro denominada Feliz Destino, no qual um banqueiro comprava a embarcação, com a previsão de recompra pelo vendedor. Se a embarcação chegasse sem sofrer qualquer sinistro, a Cláusula de Recompra era acionada, e o banqueiro revendia a embarcação ao proprietário original por um valor maior. Se a embarcação e/ou a carga se perdesse, o dinheiro adiantado pelo banqueiro corresponderia à indenização pelo sinistro.

Em 1347, surgiu em Gênova, Itália, o primeiro contrato de Seguro Marítimo, com a emissão de apólice de seguro.

A EVOLUÇÃO DO SEGURO NO TEMPO

No século XVII, na França, foi criada uma associação de seguro denominada Tontinas, cujos membros contribuíam durante um período determinado e, após esse prazo, distribuíam os recursos apurados entre os sobreviventes.

No Brasil, o seguro surgiu em 1808, em consequência da vinda da família real e da abertura dos portos às nações amigas, sendo a primeira seguradora brasileira a Companhia de Seguros Boa-Fé, fundada em 24/12/1808, regulada e dirigida pela Casa de Seguros de Lisboa. Neste período, a atividade seguradora era regulada pelas leis portuguesas.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS10

A Previdência Privada (atual Previdência Complementar) surgiu em 1835, com a criação do Mongeral – Montepio Geral de Economia dos Servidores do Estado.

Em 1850, foi promulgado o Código Comercial Brasileiro; então, o seguro marítimo foi pela primeira vez estudado e regulado em todos os seus aspectos, sendoestabelecidos os direitos e deveres das partes contratantes. Este código foi de fundamental importância para o desenvolvimento do seguro no Brasil, incentivando o aparecimento de inúmeras seguradoras, que passaram a operar não só com o seguro marítimo, expressamente previsto na legislação, mas também com o seguro terrestre. Porém, esse Código foi parcialmente revogado pelo Código Civil – Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002.

“Tranquilidade” foi a primeira companhia de Seguros de Vida autorizada a funcionar no Brasil, em 1855, com sede no Rio de Janeiro, e a primeira a comercializar Seguro de Vida.

Foi o Decreto 4.270, de 1901, que regulou as operações de seguros no Brasil e criou as Inspetorias de Seguros, subordinadas ao Ministério da Fazenda.

Saiba mais

Outros fatos importantes para o mercado segurador:

Em 1916, ocorreu o maior avanço de ordem jurídica no campo do contrato de segurocom a promulgação do Código Civil Brasileiro (substituído pelo atual Código Civil Brasileiro de 2002). Nele, foram fixados os princípios essenciais do contrato de seguros e disciplinados os direitos e obrigações das partes, de modo a evitar e dirimir conflitos entre os interessados. Foram esses princípios fundamentais que garantiram o desenvolvimento da instituição do seguro.

Em 1929, surgiu a capitalização, com a criação da SulAmérica Capitalização S.A.

No ano de 1932, foi fundado o 1o Sindicato dos Corretores de Seguros e, em 1933, foi fundado o 1o Sindicato das Seguradoras, ambos no Rio de Janeiro.

O IRB – Instituto de Resseguros do Brasil –, hoje IRB-Brasil Resseguros S/A, foi fundado em 1939. Desde então, as entidades seguradoras passaram a ressegurar no IRB as responsabilidades que excedessem sua capacidade de retenção própria, que, através da retrocessão, passou a compartilhar o risco com as sociedades seguradoras em operação no Brasil.

Em 1951, foi criada a FENASEG – Federação Nacional de Empresas de Seguros Privados e de Capitalização –, entidade de representação sindical do mercado segurador.

Em 1966, foipublicado o Decreto-Lei 73, que reformulou a política de seguros no Brasil e criou o SNSP – Sistema Nacional de Seguros Privados –, constituído pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); Instituto de Resseguros do Brasil (IRB); sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e corretores habilitados. Esse decreto-lei foi considerado uma referência em termos de legislação, devido ao seu alcance e abrangência.

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UNIDADE 1 11

Em 1968, foi fundada a FENACOR – Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados, de Capitalização, de Previdência Privada e das Empresas Corretoras de Seguros.

O mercado de seguros, ciente das necessidades de formação técnica e aprimoramento das ciências do seguro, criou em 1971 a FUNENSEG – Fundação Escola Nacional de Seguros –, responsável pelo ensino e divulgação do seguro no Brasil. Atualmente, a FUNENSEG chama-se Escola Nacional de Seguros e é mantenedora da ESNS – Escola Superior Nacional de Seguros –, única instituição de ensino superior a oferecer curso de graduação em Administração com Ênfase em Seguros e Previdência.

No ano de 1998, foi criado o Conselho de Recursos do Sistema Nacional deSeguros Privados, de Previdência Complementar Aberta e de Capitalização – CRSNSP – como um órgão colegiado, integrante da estrutura básica do Ministério da Fazenda e que tem por finalidade o julgamento, em última instância administrativa, dos recursos de decisões dos órgãos fiscalizados do SNSP.

Em 2007, em virtude da necessidade de um novo modelo de representação institucional, a FENASEG dividiu-se em quatro federações.

Emagosto de 2008, foi criada a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar eCapitalização – CNseg –, em assembleia, pelas federações associativas. A CNseg é a entidade máxima de representação institucional do mercadosegurador, entendido como o conjunto dos setores de seguros, Previdência Complementar Aberta, Saúde Suplementar e Capitalização, tendo comomissão:

– congregar as principais lideranças;– coordenar as ações políticas;– representar o mercado junto às instituições nacionais e internacionais;– elaborar o planejamento estratégico do segmento; e– desenvolver atividades comuns aos interesses das federações.

Cabem às federações a execução das funções e o desenvolvimento deações no interesse específico das áreas representadas, ou seja:

– a FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais) atua na área de Seguros Gerais;

– a FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) atuana área de Previdência Complementar Aberta;

– a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) atua na área de Saúde Complementar privada; e

– a FENACAP (Federação Nacional de Capitalização) atua na área decapitalização.

A FENASEG ainda continua sendo a entidade de representação sindical do mercado segurador. A ela estão filiados os oito Sindicatos Regionais: Bahia (Sergipe/Tocantins), Minas Gerais, Pernambuco (Norte/Nordeste), Paraná, Rio de Janeiro/Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Em junho de 2012, a SUSEP iniciou a normatização e a regulamentaçãodo Microsseguro, cuja operação tem um mercado principal estimado para atingir 128 milhões de brasileiros.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS12

SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS – SNSP

O SNSP foi instituído pelo Governo Federal, por meio do Decreto-Lei 73/1966 (art. 8o):

“Art. 8o Fica instituído o Sistema Nacional de Seguros Privados, regulado pelo presente Decreto-lei e constituído:

a) do Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; b) da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP;c) dos resseguradores; (Redação dada pela Lei Complementar 126,

de 2007)d) das Sociedades autorizadas a operar em seguros privados;e) dos corretores habilitados.”

A promulgação da Lei Complementar 126, de 15/01/07, processou a abertura do resseguro, e, portanto, o IRB-Brasil Resseguros S/A deixou de ser o ressegurador único e, atualmente, existem vários outros resseguradores atuando no mercado.

Estrutura do SNSP – Sistema Nacional de Seguros Privados

CNSPConselho Nacional de Seguros Privados

Ministério da Fazenda

SUSEP Superintendência de Seguros Privados

Empresas deResseguro

Sociedades Autorizadas a Operarem em

Seguros Privados

Corretores de Seguros

Entidades Abertas de Previdência

Complementar

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UNIDADE 1 13

Importante

CNSP – órgão governamental encarregado pela fixação das diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil. O CNSP será presidido pelo ministro de Estado da Fazenda e, na sua ausência, pelo superintendente da SUSEP.

SUSEP – órgão responsável pela regulação, supervisão, controle, fiscalização e incentivo das atividades do mercado de seguros, Previdência Complementar Aberta, Capitalização e Resseguro (resseguradores, seguradoras, corretores de seguros, corretores de resseguro). É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. A esse órgão, são encaminhadas as denúncias dos segurados contra as seguradoras, corretores de seguro e outros órgãos do mercado de seguros.

Resseguradores – empresas legalmente constituídas com a finalidade de operar o resseguro, entendido como a transferência de riscos de uma seguradora para um ressegurador.Conforme disposições do artigo 4o da Lei Complementar 126/2007, as operações de resseguro e de retrocessão podem ser realizadas com os seguintes tipos de resseguradores:

• ressegurador local – ressegurador sediado no país constituído sob a forma de sociedade anônima, tendo por objeto exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão;

• ressegurador admitido – ressegurador sediado no exterior, com escritório de representação no país, que, atendendo às exigências previstas na citada Lei Complementar e nas normas aplicáveis à atividade de resseguro e retrocessão, tenha sido cadastrado como tal no órgão fiscalizador de seguros para realizar operações de resseguro e retrocessão; e

• ressegurador eventual – empresa resseguradora estrangeira sediada no exterior sem escritório de representação no país que, atendendo às exigências previstas na citada Lei Complementar e nas normas aplicáveis à atividade de resseguro e retrocessão, tenha sido cadastrada como tal no órgão fiscalizador de seguros para realizar operações de resseguro e retrocessão.

Corretores de seguros – pessoas físicas ou jurídicas, intermediários legalmente autorizados a angariar e promover contratos de seguros entre as seguradoras e as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.

Sociedades Autorizadas a Operarem em Seguros Privados (Seguradoras) – empresas legalmente constituídas sob a forma de sociedade anônima, que assumem e gerem os riscos de acordo com critérios técnicos e administrativos regulamentados pela SUSEP.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS14

Comentário

Os órgãos do SNSP estão subordinados ao Ministério da Fazenda, que cuida basicamente da formulação e execução da política econômica. Tem como área de competência, entre outras, a moeda, o crédito, as instituições financeiras, a capitalização, a poupança popular, os seguros privados e a Previdência Complementar Aberta, exceto Saúde Suplementar e Capitalização.

O Sistema de Saúde Privado e Suplementar é da competência do Ministério da Saúde através do CONSU – Conselho Nacional de Saúde Suplementar e da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar.

O órgão que integra as empresas de capitalização é o Sistema Nacional de Capitalização (SNC).

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UNIDADE 2 15

PRINCÍPIOS BÁSICOS DO SEGURO22

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:

• Definir seguro e compreender a sua finalidade.

• Identificar os elementos básicos e essenciais do seguro.

• Conceituar cada elemento básico e essencial do seguro.

• Conhecer as características inerentes ao seguro.

• Dividir e classificar o seguro quanto à responsabilidade pela sua operação, quanto aos ramos e quanto à natureza.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS16

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UNIDADE 2 17

FINALIDADE DO SEGUROA finalidade específica do seguro é restabelecer o equilíbrio econômico perturbado, sendo vedada, por lei, a possibilidade de se revestir do aspecto de jogo ou de dar lucro ao segurado.

O seguro foi criado em função da necessidade de proteção contra o perigo, da incerteza do futuro e da imprevisibilidade dos acontecimentos. Progressivamente, foi aperfeiçoado, constituindo-se atualmente em um mecanismo de atuação, também, no campo macroeconômico, uma vez que promove a acumulação de recursos, por meio da formação das reservas inerentes à atividade, além de contribuir para formar poupança interna e para gerar investimentos no país.

A finalidade do seguro está, portanto, vinculada à proteção dos indivíduos, da família e da própria sociedade, podendo, assim, ser dita de natureza particular, mas que atinge, consequentemente, objetivo de ordem social, ao preservar condições de sustento individual ou familiar.

Exemplo: quando um indivíduo morre, pode ser que sua família fique econômica e financeiramente desamparada, o que vem a ser um problema de ordem social. O mesmo acontece em caso de invalidez, com a perda da capacidade laborativa do responsável pelo sustento da família.

DEFINIÇÕES DE SEGUROEntre as diversas definições de seguro, destacamos as seguintes, por citarem em seu conteúdo os elementos básicos do seguro:

“Contrato, pelo qual uma das partes se obriga, mediante cobrança de prêmio, a indenizar outra de um perigo ou prejuízo eventual.”

(Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)

“Operação pela qual, mediante o pagamento de uma pequena remuneração, uma pessoa se faz prometer para si ou para outrem, no caso da efetivação de um evento determinado, uma prestação de uma terceira pessoa que, assumindo um conjunto de eventos determinados, os compensa de acordo com as leis da estatística e o princípio do mutualismo.” (Hermard)

As técnicas básicas utilizadas na operação de seguros e identificadas na definição de seguro de Hermard são as leis estatísticas e o princípio do mutualismo.

ELEMENTOS BÁSICOS E ESSENCIAIS DO SEGURO

Na estrutura da operação do seguro, são identificados cinco elementos básicos e essenciais previstos no contrato de seguro: o risco, o segurado, o segurador, o prêmio e a indenização.

Page 18: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS18

Risco

Evento incerto ou de data incerta que independe da vontade das partes contratantes e contra o qual é feito o seguro. O risco é a expectativa de sinistro. Sem risco, não faz sentido pensarmos em contratar um seguro.

Sob o ponto de vista legal, o risco constitui o objeto do seguro, pois o segurado transfere à seguradora, através do seguro, o risco, e não o bem.

Não se faz Seguro de Vida, mas, sim, do evento morte. Não se faz Seguro de Automóveis, mas, sim, dos riscos que poderiam causar danos ao veículo ou a sua perda, como, por exemplo, o roubo, a colisão.

Nas operações de seguro, risco é a possibilidade de ocorrência de um evento aleatório que cause dano de ordem material, pessoal ou mesmo de responsabilidades. Esse risco é assumido pela seguradora, que se obriga a indenizar a importância segurada na ocorrência do risco coberto, mediante o pagamento do prêmio do seguro realizado.

Nas operações de seguro, as condições indispensáveis que definem o risco como sendo segurável são:

• ser possível – segurar risco impossível seria o mesmo que admitir um contrato sem objeto.

Exemplo: para contratar um Seguro de Automóveis, é necessário que a pessoa tenha algum interesse segurável; no caso deste seguro, um veículo. Se a pessoa não possui um veículo próprio ou sob sua responsabilidade, não existe bem a ser segurado e, logo, também não há risco segurável;

• ser futuro – considera a possibilidade de um risco ocorrer. Então, eventos já ocorridos (sinistros) até o momento da realização do contrato não podem ser admitidos como riscos e, portanto, não são seguráveis.

Exemplo: não se pode contratar um Seguro de Vida para garantir a morte de alguém já falecido, como também não se pode contratar o Seguro de Automóveis para garantir o roubo ou furto se o veículo já estiver desaparecido por roubo ou furto e assim sucessivamente; e

• ser incerto – a natureza incerta ou aleatória do risco não pode ser dissociada do contrato do seguro. Logo, só se pode fazer seguro para garantir riscos incertos, que podem ou não ocorrer, ou, no caso de risco certo, que tenha data incerta para a ocorrência.

Exemplo: uma pessoa que se atira de um avião, em pleno ar e em grande altitude, sem paraquedas, sabe as consequências que seu ato pode acarretar.

Além das condições indispensáveis para que o risco seja segurável, há outras condições, encontradas na maioria dos ramos de seguro, para os riscos seguráveis, como:

• independer da vontade das partes contratantes – o risco deve ocorrer de forma acidental, e não intencional.

Exemplo: se uma pessoa contrata um seguro de um imóvel para garantir os riscos de incêndio, queda de raio e explosão, e tem a intenção de incendiá-lo, está descaracterizando a incerteza quanto à ocorrência dos danos pelo fogo;

Page 19: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

UNIDADE 2 19

• resultar de sua ocorrência um prejuízo – é necessário que o contratante tenha algum interesse segurável para que ele ou seu(s) beneficiário(s) venha(m) a receber indenização, ou seja, a ocorrência do risco deve comportar uma perda ou prejuízo financeiro.

Exemplo: a ocorrência de um vendaval atingindo um imóvel e danificando-o estará gerando prejuízo financeiro; e

• ser mensurável – se o risco não puder ser medido, a seguradora não poderá estabelecer um custo adequado para a sua aceitação.

Exemplo: o risco de acidentes na construção civil é perfeitamente mensurável, pois existem dados estatísticos disponíveis que nos permitem entender e mensurar taxa para este tipo de evento.

Classificação dos Riscos

• risco puro – risco no qual só existem duas possibilidades: perder ou não perder. Esse tipo de risco é objeto de análise, feita por técnicos de seguro, ou seja, é segurável.

Exemplo: a possibilidade de morte dos indivíduos é um risco puro. Se ocorrer a morte de alguém, há perda e, se não ocorrer, não há perda;

• risco especulativo – risco que envolve três possibilidades: perder, não perder ou ganhar. Esse tipo de risco não é segurável no mercado de seguros, uma vez que envolve a possibilidade de ganho, vedado por lei nas operações de seguro. Deve ser tratado com técnicas comerciais.

Exemplo: uma sapataria adquire determinada quantidade de sapatos com a intenção de vendê-los por preço maior. Caso isso aconteça, há ganho. Se a mercadoria for vendida pelo mesmo preço, não há perda nem ganho. Entretanto, se o preço de venda for inferior ao de compra, há perda;

• riscos fundamentais – riscos impessoais, que resultam de mutações sociais e econômicas, afetando a coletividade. O tratamento desses riscos compete ao Estado.

Exemplo: perdas decorrentes de guerra ou inflação; e

• riscos particulares – são aqueles que somente afetam os indivíduos ou empresas em particular, e não a sociedade, e para os quais, também, só existem duas possibilidades: perder ou não perder.

Esses são riscos seguráveis, a serem tratados por seguradores particulares. Exemplo: a morte ou invalidez de um cidadão.

Importante

Embora, geralmente, as expressões riscos puros e riscos particulares sejam utilizadas com o mesmo significado, nos riscos particulares os riscos limitam-se a situações particularizadas, enquanto nos riscos puros os riscos são generalizados. Vejamos que em ambos só existem duas possibilidades: perder ou não perder e, portanto, são riscos seguráveis.Exemplos: o risco de explosão de uma indústria é um risco puro, enquanto o risco de explosão da indústria “X” é um risco particular.

A possibilidade de choque entre automóveis é um risco puro, enquanto o choque entre os veículos de dois indivíduos identificados é um risco particular.

Page 20: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS20

Segurado

É a pessoa física ou jurídica que possui um interesse legítimo relativo a pessoa ou bem e que transfere à seguradora, mediante o pagamento do prêmio, o risco de um determinado evento atingir o bem ou a pessoa de seu interesse. Segurado é a pessoa em nome de quem se faz o seguro.

Em situações específicas, conforme o tipo de seguro contratado, podem existir adicionalmente as figuras do estipulante e do beneficiário, assim qualificados:

• estipulante – é a pessoa física (natural) ou jurídica que contrata apólice coletiva de seguros, ficando investida dos poderes de representação dos segurados perante a sociedade seguradora nos termos da regulamentação em vigor – art. 801 do Código Civil Brasileiro; e

• beneficiário – é a pessoa física (natural) ou jurídica designada pelo segurado para receber as indenizações devidas pelo segurador ou, ainda, as pessoas legalmente reconhecidas como habilitadas para este fim.

Na maioria dos ramos de seguro, o segurado é o próprio estipulante e beneficiário do seguro.

No Seguro de Vida, o segurado somente pode ser pessoa física.

Segurador ou Seguradora

É a pessoa jurídica que assume a responsabilidade por riscos contratados e paga indenização ao segurado, ou ao(s) seu(s) beneficiário(s), no caso de ocorrência de sinistro coberto pela apólice. São empresas legalmente constituídas para assumir e gerir coletividades de riscos, obedecidos os critérios técnicos e administrativos específicos.

No Brasil, são legalmente constituídas sob a forma de sociedades anônimas, devidamente autorizadas pelo Ministério da Fazenda, nos termos da legislação específica. Somente empresas ou sociedades organizadas por ações podem ser seguradoras.

As principais obrigações da seguradora são gerenciar corretamente os riscos que lhe são confiados e pagar o prejuízo resultante de risco coberto assumido na ocorrência de sinistro, ou seja, indenizar o beneficiário de acordo com as condições estabelecidas no contrato.

O pagamento devido pelo segurador é feito em espécie ou por meio de cheques ou depósito em conta corrente, salvo se convencionada a reposição do bem danificado em razão da ocorrência de evento coberto pelo seguro, conforme dispõe o art. 776 do Código Civil Brasileiro.

Vale a pena lerOs artigos 789 a 802 no

Código Civil Brasileiro sobre Seguros de Pessoas.

ImportanteApesar da exigência de que as seguradoras sejam sociedades anônimas (SA), não há obrigação de que essas SAs sejam de capital aberto, ou seja, com ações registradas em bolsa de valores.

Page 21: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

UNIDADE 2 21

Prêmio

É a quantia paga pelo segurado (ou estipulante, quando houver) à seguradora, prevista no contrato de seguro, em troca da transferência do risco a que ele está exposto. É o mesmo que o custo ou o preço do seguro.

O prêmio é um dos elementos essenciais do contrato de seguro, e a falta de seu pagamento nas condições legais e contratualmente estabelecidas implica a dispensa da obrigação de indenizar por parte da seguradora, na forma do artigo 763 do Código Civil.

Indenização

É o pagamento devido pela seguradora ao segurado ou ao(s) beneficiário(s) do seguro, no caso de risco coberto na ocorrência do sinistro.

É considerada como um dos elementos do seguro, por ser a contraprestação da seguradora ao segurado caso ocorra um sinistro coberto.

Assim, sendo, se por um lado o segurado tem por obrigação pagar um prêmio à seguradora quando contrata um seguro, por outro lado a seguradora tem por obrigação efetuar o pagamento de uma indenização ao segurado quando ocorre um risco coberto pelo contrato de seguro (sinistro).

Importante

Os sujeitos da operação de seguro são as pessoas físicas (ou naturais) e/ou jurídicas envolvidas, isto é: o segurado e a seguradora, sendo esta última, sempre uma pessoa jurídica.

Exemplo

Suponha que a Empresa “X” tenha negociado com a Seguradora Imaginária um Seguro de Vida, para garantir seus funcionários contra riscos de morte e invalidez permanente e total por doença, com um custo mensal de R$ 12.000,00, e que, durante a vigência do seguro, houve o óbito do funcionário, cabendo à esposa e aos filhos uma indenização de R$ 100.000,00.

Identificamos, nesse exemplo, os seguintes elementos:

• Estipulante: Empresa “X”• Seguradora: Imaginária• Segurados: funcionários da Empresa “X”• Riscos cobertos: Morte e Invalidez Permanente e Total por

Doença• Prêmio Mensal: R$ 12.000,00• Indenização: R$ 100.000,00• Beneficiários: esposa e filhos do funcionário falecido.

ImportanteA falta de pagamento do prêmio ou parcelas, nas condições estabelecidas, implica o cancelamento automático do contrato, independentemente de qualquer interpelação judicial ou extrajudicial.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS22

CARACTERÍSTICAS DO SEGUROAs características básicas do seguro são: previdência, incerteza e mutualismo.

• previdência – o seguro oferece proteção às pessoas com relação a perdas e danos que venham a sofrer no futuro, atingindo a elas próprias ou às suas propriedades ou bens.

Assim, verificamos que uma pessoa que se preocupa em resguardar a si ou a seus bens, contra os prováveis riscos a que estão expostos no seu dia a dia, adotando medidas de prevenção e/ou contratando seguro, está sendo previdente;

• incerteza – na contratação do seguro, sempre há o elemento de incerteza, seja quanto à ocorrência (se vai acontecer), seja quanto à época (quando vai acontecer). Nos Seguros de Vida, a incerteza refere-se somente à época; e

• mutualismo – é uma característica que se apresenta de diversas formas em nosso cotidiano, como, por exemplo, quando um grupo de estudantes se cotiza para realizar uma festa de formatura ao término de seu curso ou quando os condôminos incluem em suas cotas condominiais mensais um valor destinado à formação de um fundo de reserva para fazer face às despesas eventuais não orçadas de seu condomínio.

Na atividade de seguros, entende-se por mutualismo a reunião de um grupo de pessoas, com interesses seguráveis comuns, que concorrem para a formação de uma massa econômica, com a finalidade de suprir, em determinado momento, necessidades eventuais de algumas daquelas pessoas do grupo ou de parte do grupo.

CLASSIFICAÇÃO E DIVISÃO DO SEGURO

Os seguros são classificados sob vários pontos de vista.

Quanto à responsabilidade pela sua operação, a atividade de seguros se divide em seguros sociais e seguros privados.

• seguros sociais – são aqueles operados pelo Estado através da Previdência Social e incluem a assistência médica, a aposentadoria, a pensão, os acidentes de trabalho e outros benefícios, como os concedidos no âmbito do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS; e

• seguros privados – são aqueles operados por empresas privadas de seguro, podendo ou não ser obrigatórios. Podem apresentar, ainda, características sociais, como, por exemplo, o Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre – DPVAT.

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UNIDADE 2 23

Quanto aos ramos ou planos de seguro que compõem a atividade de seguros, o Decreto 61.589, de 23/10/1967, foram instituídos os seguintes grupos:

• Vida – são aqueles que, com base na duração da vida humana, visam garantir aos segurados ou aos seus beneficiários o pagamento, dentro de determinado prazo e condições, de quantia certa, renda ou outro benefício.

Exemplos: Vida, Prestamista e Educacional.

• Ramos Elementares – demais ramos de seguro, como: Automóveis (Casco), Lucros Cessantes, Transportes Nacionais, Marítimos (Casco), Aeronáuticos (Casco), Responsabilidade Civil Geral, Acidentes Pessoais, DPVAT (Bilhete de Seguro para Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres), DPEM (Bilhetes para Danos Pessoais Causados por Embarcações), Garantia Segurado Setor Privado, Penhor Rural.

O Decreto 3.633, de 18/10/2000, estende a operação dos Seguros de Acidentes Pessoais para as seguradoras de vida.

Com a criação da ANS pela Lei 9.961, as atribuições que eram do CNSP e da SUSEP passaram para o CONSU e a ANS, tendo como resultado dessa mudança a retirada do ramo “saúde” da regulamentação da SUSEP.

Quanto à Natureza:

O Código Civil Brasileiro instituiu uma nova divisão dos seguros em Seguros de Danos e Seguros de Pessoas.

• Seguros de Danos – abrangem os Seguros de Bens, Direitos, Responsabilidades, Obrigações e destinam-se à reparação, compensação ou satisfação de um dano sofrido; e

• Seguros de Pessoas – destinam-se a garantir a pessoa contra os riscos a que estão expostas: sua existência, sua integridade física e sua saúde, não havendo uma reparação de dano ou indenização propriamente dita.

Vale a pena lerOs artigos 778 a 788 do Código Civil Brasileiro sobre Seguros de Danos.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS24

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UNIDADE 3 25

O CONTRATO DE SEGURO33

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:

• Compreender as disposições contratuais do seguro.

• Relacionar e definir as características do contrato de seguro.

• Conhecer a divisão dos ramos de seguro.

• Identificar e entender cada instrumento contratual do seguro.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS26

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UNIDADE 3 27

DISPOSIÇÕES CONTRATUAISO artigo 757 do Código Civil estabelece que contrato de seguro é um acordo em que o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo à pessoa ou ao bem, contra riscos predeterminados.

A operação de seguro se efetiva, portanto, através do contrato de seguro, representado pela exibição da apólice ou do bilhete de seguro e, na falta deles, por documento que comprove o pagamento do prêmio.

O contrato é norteado por cláusulas expressas através de Condições Gerais, Condições Especiais e Condições Particulares, definidas pelos órgãos competentes do mercado segurador.

As Condições Gerais são compostas pelo conjunto de cláusulas contratuais comuns a todas as modalidades e/ou coberturas de um mesmo ramo de seguro, que estabelecem as obrigações e direitos do segurado e do segurador. Elas dizem respeito a todos os contratos de um mesmo ramo de seguro, ou seja, são as cláusulas da apólice que têm aplicação geral aos riscos da mesma natureza.Exemplo: todos os seguros do Ramo Vida terão as Condições Gerais do Ramo Vida.

As Condições Gerais deverão apresentar a definição dos termos técnicos utilizados no contrato de seguro.

As Condições Especiais constituem o conjunto das disposições específicas relativas a cada modalidade e/ou cobertura de um ramo de seguro, que, eventualmente, alteram as Condições Gerais. São disposições inseridas na apólice que ampliam ou restringem parte das disposições constantes das Condições Gerais.Exemplo: no Ramo Riscos Diversos, é sempre necessária a existência de Condições Especiais para definir as modalidades de cobertura.

As Condições Particulares constituem o conjunto de cláusulas que alteram as Condições Gerais ou Especiais de um plano ou ramo de seguro, modificando ou cancelando disposições já existentes ou, ainda, introduzindo novas disposições e, eventualmente, ampliando ou restringindo a cobertura.Exemplo: a inclusão da cobertura para ressaca na modalidade de Seguro de Alagamento, do Ramo Riscos Diversos.

AtençãoA Circular SUSEP 256, de 16/06/04, e respectivas atualizações dispõem sobre a estruturação mínima das condições contratuais (Condições Gerais, Especiais e Particulares) dos contratos de Seguro de Danos.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS28

CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE SEGURO

O contrato de seguro tem as seguintes características:

• nominado – os contratos previstos em lei estão sob a classificação nominados, e contrato de seguro tem previsão nos artigos 757 a 802 do Código Civil Brasileiro;

• adesão – porque implica ônus tanto para o segurado que paga o prêmio quanto para o segurador que, em caso de sinistro, paga as despesas que a ele estão relacionadas;

• bilateral – é assim definido, pois o segurado e o segurador detêm obrigações recíprocas;

• oneroso – será sempre oneroso, ocorrendo ou não o sinistro, pois o segurado paga um prêmio, e o segurador sempre pagará uma indenização, havendo a ocorrência de um risco coberto;

• aleatório – porque se encontra fundamentado na possibilidade de ocorrência ou não do risco;

• formal ou solene – são contratos que exigem formato previsto em lei; e

• da máxima boa-fé – pois obriga as partes a atuarem com a máxima honestidade na interpretação dos termos do contrato e na determinação do significado dos compromissos assumidos.

É fundamental que o segurado faça declarações verdadeiras e completas, e não omita nada sobre as circunstâncias que envolvem o risco, objeto do seguro, principalmente sob pena de perder o direito ao recebimento da indenização (art. 766 do Código Civil). É justamente com base nas informações e nas declarações do segurado que a seguradora, baseada no princípio da boa-fé, mensura o risco proposto e faz sua taxação, fixando o respectivo prêmio. A seguradora pode, inclusive, rejeitar a proposta do seguro a partir da análise das informações e declarações do segurado.

Se, posteriormente, na vigência do contrato de seguro, for descoberta alteração no risco por omissão do segurado na contratação, isso pode acarretar a perda de direito indenizatório, uma vez que a seguradora foi induzida a erro, podendo ter recusado o risco ou ter agravado a taxa do prêmio.

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UNIDADE 3 29

DIVISÃO DOS RAMOS DE SEGUROPor meio da Circular 265, de 16/08/2004, complementada pela Circular 381, de 08/01/2009, a SUSEP dividiu e disciplinou os procedimentos relativos à adoção, pelas seguradoras, das condições contratuais (ou cláusulas) dos ramos de seguro para a criação dos seus planos de seguro para comercialização e estabeleceu as seguintes definições:

• plano padronizado – é o plano de seguro cujas condições contratuais são idênticas àquelas aprovadas pela SUSEP ou pelo CNSP (incluindo a tarifação padronizada, se houver).

Entende-se por tarifação padronizada o conjunto de informações técnicas específicas de uma modalidade de seguro, previstas em normas da SUSEP ou do CNSP, relacionadas ao cálculo do prêmio final do seguro (taxas, franquias, prêmio mínimo, descontos, agravações).

Exemplo: Seguro de Vida, Seguro de Lucros Cessantes;

• plano não padronizado – é o plano de seguro cujas condições contratuais e Nota Técnica Atuarial são elaboradas pelas seguradoras e encaminhadas à SUSEP para análise e aprovação antes de sua comercialização.

Exemplo: qualquer plano ou modalidade de seguro específico e que a seguradora tenha interesse em comercializar através de seus canais de venda; e

• plano de seguro singular – é o plano de seguro elaborado pela seguradora única e exclusivamente para determinado segurado, sem, portanto, estendê-lo a outro segurado. Nesse caso, enquadram-se os seguros feitos sob medida para segurados, cujas condições contratuais ou planos de seguro existentes não atendem às suas necessidades. Foi extinto pela Circular Susep 438, de 15/06/2012.

INSTRUMENTOS CONTRATUAISPara a efetivação do seguro, é indispensável a formulação de um contrato.

Os instrumentos essenciais do contrato de seguros são a proposta e a apólice.

Proposta

É o documento instruído pelo proponente do seguro, ou seu representante legal, e é utilizado pela seguradora para estudo e definição das condições do contrato de seguro. Trata-se de um formulário impresso, contendo um questionário detalhado a ser preenchido pelo segurado ou seu representante de direitos.

Por meio da análise dos elementos da proposta, a seguradora mensura o risco e avalia se poderá assumi-lo ou não. Sua finalidade é, portanto, satisfazer uma necessidade técnica.

A proposta é o instrumento formal da manifestação de vontade de quem quer efetivar um contrato de seguro.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS30

É importante observar que somente aquele que possua a legitimidade e a capacidade jurídica para preencher e assinar a proposta possa fazê-lo, ou seja, o proponente, o estipulante ou o corretor de seguros habilitados (estes dois últimos em certas situações específicas autorizadas por lei).

É importante frisar que a análise e a aceitação do risco, feitas pela seguradora, tomam por base os dados da proposta; por isso, são de fundamental importância os dados ali contidos, considerando os princípios da boa-fé e a veracidade das declarações que caracterizam o contrato de seguro.

A proposta é indispensável, conforme determinado no art. 759 do Código Civil Brasileiro, e os seus critérios de aceitação encontram-se regulamentados por legislações da SUSEP.

Apólice

É o documento emitido pela seguradora e se traduz no contrato de seguro propriamente dito.

O art. 758 do Código Civil Brasileiro cita a apólice como segue: “O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete de seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio”.

No que se refere às apólices, além das tradicionais utilizadas pelos diversos ramos de seguro, existem outros tipos que servem para atender a situações específicas. Entre esses tipos específicos de apólice, destacamos as seguintes:

Apólice de Averbação ou Aberta

Adotada, principalmente, nos Ramos de Seguros de Transportes. Destina-se à inclusão por averbações de verbas e bens a segurar. É recomendada para segurados que efetuam embarques com frequência.

Apólice Ajustável

Apólice típica de seguro de armazéns ou depósitos, em que o valor em risco é variável no decorrer da vigência do seguro. Nesse tipo de apólice, geralmente o segurado paga um prêmio depósito que é ajustado periodicamente em função do valor real do estoque segurado.

Apólice Avulsa

Apólice destinada a cobrir riscos eventuais e transitórios. É muito comum no Ramo Transportes, a qual visa à cobertura de um único embarque. A contratação dessa apólice é recomendada para empresas que não efetuam embarques com frequência.

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UNIDADE 3 31

Apólice de Multirriscos

Adotada nos Seguros Compreensivos, que cobrem vários riscos em uma só apólice. É muito utilizada nos seguros residenciais, empresariais, comerciais e em algumas modalidades de Seguro do Ramo Riscos Diversos, como o Seguro Multirriscos de Obras de Arte.

Apólice de Riscos Nomeados

Pode ser definida como uma apólice na qual os riscos cobertos são enumerados, excluindo-se da cobertura tudo aquilo que não tenha sido especificamente nomeado.

Diferencia-se da cobertura Multirrisco pelo tipo de resseguro e pelos valores de LMI e VR. A apólice de riscos nomeados é também chamada de riscos nominados.

Apólice de Riscos Operacionais

Caracteriza-se por sua cobertura do tipo all risks, isto é, por uma cobertura que abrange todas as perdas ou danos materiais causados aos bens segurados, exceto os formalmente considerados excluídos em suas condições.

Outros Instrumentos Contratuais

Para complementar o contrato de seguro podem, ainda, ser adotados outros instrumentos contratuais, como a averbação, o bilhete de seguro, o endosso ou aditivo e o certificado de seguro.

• averbação – documento emitido pelo segurado para informar à seguradora sobre bens e verbas a garantir, genericamente previstos nas apólices abertas. É utilizada apenas em determinados tipos de seguros.

Exemplo: em Seguros de Transportes, através de apólice de averbação ou aberta, na qual o segurado comunica à seguradora a realização dos seus embarques.

• bilhete de seguro – documento jurídico emitido pela seguradora, que dispensa a obrigatoriedade da proposta e substitui a apólice. É utilizado para agilizar a contratação de determinada modalidade de seguro.

Exemplos: DPEM – Bilhete de Seguro de Danos Pessoais Causados por Embarcações ou por suas Cargas e DPVAT – Bilhete de Seguro para Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres.

• endosso ou aditivo – documento emitido pela seguradora, com a concordância expressa e escrita do segurado ou de seu representante legal, pelo qual se altera um contrato de seguro.

Exemplo: aumento de uma importância segurada, alteração de um dado pessoal do segurado, alteração de beneficiário).

• certificado de seguro – documento emitido pela seguradora e enviado aos segurados, contendo a certificação da contratação do seguro.

Exemplo: nos Seguros de Vida são emitidos certificados individuais.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS32

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UNIDADE 4 33

OPERAÇÃO DE SEGURO44

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:

• Distinguir os riscos cobertos dos riscos não cobertos ou excluídos.

• Identificar os riscos excluídos, entendendo os motivos que implicam a exclusão.

• Definir importância segurada (IS) ou limite máximo de garantia (LMG).

• Identificar os tipos de prêmio de seguro e entender a sua composição matemática.

• Reconhecer cada fator que integra as variáveis na formação do prêmio de seguro.

• Entender e identificar as diferenças das classificações quanto ao prazo de vigência do seguro.

• Entender e identificar as fases integrantes ao processo de liquidação de sinistro, englobando aí a sub-rogação e o ressarcimento.

• Compreender o que é franquia e distinguir as modalidades de franquia.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS34

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UNIDADE 4 35

Aoperação do seguro envolve a necessidade de diversos conceitos, utilizados pelas seguradoras, bem como a adoção de critérios técnico-administrativos para atender a legislação.

A seguir, estudaremos alguns desses conceitos, como a definição de riscos cobertos, riscos excluídos, valor matemático do risco.

RISCOS COBERTOSSão os riscos que a seguradora cobrirá em caso de sinistro, observadas as cláusulas e condições contratadas.

Exemplos:

• no Seguro de Vida, a morte do segurado por causa natural estaria coberta, levando a seguradora a proceder ao pagamento do capital segurado ao(s) beneficiário(s), respeitadas as cláusulas do contrato de seguro firmado; e

• na cobertura de Incêndio, no Ramo Seguro Compreensivo Residencial, estariam cobertos também os danos causados pela queda de raio na área do edifício segurado, gerando o pagamento de indenização ao segurado.

RISCOS NÃO COBERTOS OU EXCLUÍDOS

São riscos não cobertos pelo contrato de seguro, podendo ser excluídos:

• por força de lei – de acordo com o art. 762 do Código Civil, são riscos excluídos aqueles decorrentes de atos ilícitos dolosos ou por culpa grave equiparável ao dolo praticados pelo segurado, beneficiário ou pelo representante legal, de um ou de outro.

Nos casos de seguros contratados por pessoas jurídicas, a exclusão aplica-se a atos ilícitos, dolosos ou culpa grave praticados pelos sócios controladores, seus dirigentes e administradores legais, beneficiários e seus respectivos representantes legais.

Exemplo: Seguro de Transporte de carga roubada;

• por força do contrato – são riscos excluídos em função do ramo de seguro e para os quais a seguradora não tem interesse em conceder a cobertura securitária na eventualidade de sua ocorrência.

Exemplo: no Seguro de Automóvel (Casco), estão excluídos os danos causados ao veículo segurado cuja causa tenha sido tumulto;

• riscos fundamentais ou catastróficos – devem ser tratados pelo Estado, pois podem dar margem a perdas desmensuradas, tanto de vidas quanto de bens materiais.

Exemplo: risco de explosão nuclear que poderá ocasionar mortes e perdas de caráter catastróficos; e

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS36

• riscos que constituem carteiras específicas – cada risco possui um ramo de seguro específico; portanto, riscos diferentes podem (e devem) ser objeto de apólices distintas.

Exemplo: no Seguro de Vida, não estará coberto o roubo de um veículo. Para ter o risco de roubo do veículo coberto, o segurado deverá contratar um seguro do Ramo Automóvel (Casco).

Importante

Na cobertura de Responsabilidade Civil, não poderão ser excluídos os danos que vierem a ser atribuídos à responsabilidade do segurado, decorrentes de eventos previstos no contrato e causados por:

• atos ilícitos culposos ou dolosos, praticados por empregados do segurado ou, ainda, por pessoas a eles assemelhadas;

• atos ilícitos culposos praticados pelo segurado, beneficiário ou representante legal, de um ou de outro, se o segurado for pessoa física, exceto no caso de culpa grave equiparável a atos ilícitos dolosos; e

• atos ilícitos culposos praticados pelos sócios controladores, dirigentes, administradores legais, beneficiários e respectivos representantes legais se o segurado for pessoa jurídica, exceto no caso de culpa grave equiparável a atos ilícitos dolosos.

IMPORTÂNCIA SEGURADA (IS) OU LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA (LMG)

É o valor monetário atribuído pelo contratante ao contrato de seguro, representando o limite máximo de responsabilidade da seguradora, para a cobertura contratada, a ser pago ou reembolsado por essa seguradora no caso da ocorrência de sinistro coberto pela apólice vigente na data do evento.

Especialmente nos Seguros de Vida, a importância segurada recebe o nome de capital segurado.Nos Seguros de Danos, a importância segurada é atribuída pelo segurado, mas não deve ser superior ao valor do bem.

No Seguro de Pessoas, como não se pode estimar o valor em risco, não há limite para determinação do capital segurado. Por isso, para evitar uma exposição demasiada ao risco, as seguradoras estabelecem um limite máximo de aceitação de capital segurado por vida.

AtençãoDependendo do ramo de seguro e observadas as disposições do Código Civil Brasileiro, a expressão “importância segurada” recebe outras denominações, s endo as ma is comuns: “c ap i t a l segurado”, “soma segurada”, “limite máximo de indenização”, “limite máximo de responsabilidade”, “limite máximo de garantia”.

ImportanteLimite Máximo de Garantia (LMG) deve ser entendido como a soma dos limites de todas as garantias previstas numa apólice que podem ser envolvidas em um único evento.

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UNIDADE 4 37

Nos Seguros de Automóveis (Casco), a SUSEP prevê duas formas de contratação de apólices, a saber:

• valor determinado – é a modalidade que garante ao segurado, no caso de indenização integral, o pagamento do valor monetário definido na apólice, no ato da contratação do seguro, não estando sujeito a qualquer variação do valor de mercado do veículo; e

• valor de mercado referenciado – é a modalidade que garante ao segurado, no caso de indenização integral (em moeda corrente nacional), o pagamento de quantia variável, determinada de acordo com a tabela de referência previamente fixada na proposta do seguro, conjugada com fator de ajuste em percentual a ser aplicado sobre o valor de cotação do veículo, na data da liquidação do sinistro. A tabela de referência e o valor de ajuste deverão constar da apólice do seguro, além de uma cláusula admitindo uma tabela alternativa, caso haja a interrupção ou extinção da publicação adotada na época da contratação do seguro.

As seguradoras podem oferecer a contratação na modalidade Valor Determinado, na modalidade Valor de Mercado Referenciado, ou em ambas. O segurado deverá contratar o seguro na modalidade que desejar, dentre as oferecidas pela seguradora.

PRÊMIOUm dos elementos básicos ou essenciais do seguro é o pagamento efetuado ao segurador, ou seja, é o custo do seguro.

O prêmio deve ser especificado no contrato de seguro, garantindo que o segurador assuma a responsabilidade de determinado risco. Com o pagamento do prêmio, o segurado adquire o direito à indenização previamente combinada, desde que o sinistro corresponda a um risco coberto pelo contrato de seguro.

O prêmio pago refere-se a todo o período de vigência do seguro. Entretanto, as seguradoras denominam prêmio ganho (por elas) somente a parcela de prêmio relativa ao período de tempo do risco já passado.

A falta de pagamento do prêmio nas condições estabelecidas implica, por parte da seguradora, a dispensa da obrigação de indenizar o segurado e o cancelamento automático do contrato.

Os parâmetros gerais utilizados para calcular o prêmio são: prazo do seguro, importância segurada ou limite máximo indenização e exposição ao risco:

• prazo do seguro – período de vigência do seguro;

• importância segurada – limite máximo de garantia da seguradora; e

• exposição ao risco – é consequência direta da probabilidade de ocorrência do sinistro (VM – Valor Matemático do Risco) e da severidade dos prejuízos, caso esse sinistro venha a ocorrer (CM – Custo Médio dos Sinistros).

Fique sabendoO artigo 781 do Código Civil determina que o valor da indenização não pode ultrapassar o valor do bem segurado no momento do sinistro.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS38

PRAZO DE VIGÊNCIA DO SEGURODe um modo geral, o prazo de vigência de um contrato de seguro é de 1 ano.

Entretanto, nada impede que sejam contratados seguros com prazos inferiores ou superiores a 1 ano, dependendo das normas específicas de cada ramo e do apetite da seguradora por aquele risco. O prêmio do seguro é calculado, também, em função desse prazo.

SINISTROÉ a ocorrência do risco previsto no contrato de seguro e que, legalmente, quando coberto, obriga a seguradora a indenizar.

O sinistro é indenizável quando a cobertura para o risco pertinente está prevista no contrato de seguro.

Processo de sinistro é o conjunto de documentos necessários para o exame da cobertura e a liquidação do sinistro. É o meio pelo qual se examinam a cobertura, os procedimentos, o cálculo da indenização e a documentação.

Nos sinistros causados aos bens, geralmente o processo de sinistro abrange três etapas de operações interdependentes:

• apuração de danos – consiste basicamente no levantamento da causa, natureza e extensão dos danos;

• regulação de sinistros – análise do relatório ou certificado de vistoria; e

• liquidação de sinistros – conclusões da regulação, encerramento do processo com pagamento ou não de indenização, venda de salvados, se houver, e tentativa ou não de ressarcimento, quando cabível.

SALVADOSDá-se o nome de salvados a tudo que restar dos bens sinistrados e que tenha valor econômico para qualquer das partes contratantes. Consideram-se salvados tanto os bens que tenham ficado em perfeito estado quanto os parcialmente destruídos ou danificados, quando ocorre sinistro.

INDENIZAÇÃOÉ o pagamento decorrente de um sinistro, que a seguradora faz ao segurado ou aos seus beneficiários, observando as condições estabelecidas no contrato de seguro.

A indenização é a contraprestação da seguradora, face ao pagamento do prêmio pelo segurado.

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UNIDADE 4 39

A característica indenitária (reparação de prejuízo) não existe nos Seguros de Pessoas.Exemplo: quando ocorre a morte do segurado, o pagamento efetuado pela seguradora ao beneficiário é igual ao capital segurado fixado na apólice. Este, porém, não corresponde, necessariamente, ao prejuízo sofrido pelo beneficiário interessado economicamente na vida do segurado.

FRANQUIAÉ o valor, previsto na apólice, com o qual o segurado participará em caso de sinistro.

Normalmente, a franquia serve para eliminar os pequenos sinistros, geradores de custos administrativos para a seguradora e que elevam os resultados estatísticos envolvidos nos cálculos dos prêmios. Em algumas modalidades, é prevista, através de cláusula específica, uma redução de prêmio do seguro em caso de aplicação de franquias diferenciadas.

As franquias são fixadas a partir das perdas normais esperadas, geralmente de valor reduzido e que podem ser suportadas pelo segurado.

A franquia pode ser dedutível (forma mais conhecida de franquia, adotada nos Grupos Patrimonial, Automóveis, Transportes) ou simples (forma rara de franquia e pouco utilizada pelas seguradoras).

A franquia dedutível é aquela cujo valor é deduzido de todos os prejuízos.

A franquia simples é aquela que deixa de ser deduzida quando o prejuízo ultrapassa o seu valor. É pouco utilizada e, tecnicamente, tem aplicação adequada nas modalidades de seguro em que haja grande incidência de prejuízos inexpressivos em relação aos valores segurados.

Na prática, quando não se especifica o tipo de franquia, trata-se de franquia dedutível.

CARÊNCIAÉ o período de tempo que decorre entre o início de vigência de um contrato e o efetivo início de cobertura prevista no mesmo contrato, ou seja, é o prazo estabelecido no contrato durante o qual a seguradora não responde pela ocorrência do sinistro.

Exemplo: em um Seguro de Vida, pode ser incluída, pela seguradora, uma carência de três meses para a cobertura de morte natural.

ImportanteNos Seguros de Pessoas, o pagamento poderá ser realizado sob a forma de parcela única ou de renda, de acordo com o disposto no contrato de seguro fi rmado.

CuriosidadeUm seguro sem franquia pode ser disponibilizado, mas dependendo do ramo (automóvel, por exemplo), a operação tornar-se-ia inviável pela sinistralidade mais alta que viria, mas principalmente por causa do aumento signifi cativo das despesas administrativas (DA).

AtençãoVale ressaltar que não pode ser estabelecido período de carência para causas acidentais e que a fi xação de carências especifi camente nos Seguros de Vida está prevista no art. 797 do Código Civil Brasileiro. Nesse caso, o segurador é obrigado a devolver ao benefi ciário o montante da reserva técnica já formada.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS40

RESSARCIMENTO E SUB-ROGAÇÃORessarcimento é o reembolso a que a seguradora tem direito, no caso de uma indenização paga ao segurado, em consequência de um evento danoso provocado por terceiros. Sempre que o risco previsto no contrato de seguro ocorrer por força de um ato ilícito praticado por um terceiro, a seguradora, uma vez efetuado o pagamento da indenização, sub-roga-se nos direitos do segurado perante o terceiro causador de dano.

A seguradora, na qualidade de sub-rogada nos direitos do segurado, pode se ressarcir até o valor da indenização paga. A maior ou menor probabilidade de ocorrência de sinistros provocados por um terceiro responsável e a eficácia da proposição de ação de regresso movida pelo segurador são variáveis que devem ser levadas em conta na mensuração da taxa de seguro.

O processo de ressarcimento é, portanto, o exercício pela seguradora do direito adquirido com a sub-rogação.

Como a transferência de direitos se opera por disposição de lei ou por convenção, a sub-rogação pode ser legal, convencional ou contratual, sendo o direito da sub-rogação da seguradora previsto no art. 786 do Código Civil Brasileiro.

A sub-rogação é típica dos Seguros de Danos, ou seja, aqueles seguros em que o objetivo é o pagamento de uma indenização proporcional ao prejuízo do segurado.

Este procedimento é muito comum nos Ramos de Transportes e Automóveis, em que se registram vários sinistros com os objetos segurados, causados por terceiros.

Já nos Seguros de Pessoas, isso não ocorre, pois o segurador não se sub-roga em nenhum direito que permanece com o segurado e/ou beneficiários, conforme preceitua o art. 800 do Código Civil Brasileiro.

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UNIDADE 5 41

ESTRUTURA TÉCNICA DAOPERAÇÃO DE SEGURO55

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:

• Compreender o conceito de garantia, distingui-la e classificá-la.

• Entender a diferença entre seguros proporcionais e seguros não proporcionais.

• Identificar os mecanismos de pulverização de risco.

• Compreender cada mecanismo de pulverização de risco.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS42

Page 43: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

UNIDADE 5 43

GARANTIASGarantia ou cobertura é a natureza da obrigação pecuniária, assumida pelo segurador, de pagar uma soma segurada, uma renda, uma indenização, uma diferença de rendimento, uma reparação ou um reembolso, tendo em vista a consequência do acontecimento: morte, invalidez, incapacidade, doença, perda, prejuízo, insolvência de clientes, avaria ou dano.

Em qualquer ramo de seguro, é prevista uma garantia, entendida como garantia básica para indenizar ou reembolsar o segurado dos prejuízos consequentes de ocorrência de um dos riscos estipulados no contrato de seguro.

Existem, no entanto, várias garantias, o que torna possível adaptar o contrato básico do ramo às características próprias das atividades ou dos riscos que se pretende segurar.

Classificação das Garantias

As garantias ou coberturas podem ser classificadas em básicas, adicionais ou acessórias e especiais.

• Garantia Básica – é a principal garantia de um plano de seguro, na qual são especificados os riscos contra os quais é oferecida a cobertura padrão de um ramo de seguro. É denominada básica porque sem ela não é possível emitir uma apólice. Na garantia básica, são agregadas as garantias ou coberturas adicionais, acessórias ou especiais, quando necessárias.

• Garantias Adicionais ou Acessórias – são aquelas em que o segurado paga prêmios adicionais, relativos às taxas dos riscos adicionais que deseja cobrir no seu contrato de seguro, garantindo-se dos prejuízos que esses riscos venham causar a ele.

Exemplo: na contratação de um seguro da carteira de Riscos Nomeados, pode-se incluir uma cláusula adicional para cobrir os danos provenientes de queda de aeronave ou quaisquer outros engenhos aéreos e especiais.

• Garantia Especial – é muitas vezes confundida com a garantia adicional ou acessória, mas representa a garantia definida em função da necessidade de um segurado em particular e que, pelas suas peculiaridades ou grau de agravação, requer previsões ou taxas especiais.

Exemplo: Cláusula Especial, referente ao Ramo Transporte, na contratação de carga de cristais e vidros.

Nas demais garantias em que o segurado desejar acobertar no contrato de seguro firmado, as taxas são diferenciadas para cada risco ou conjunto de riscos adicionais, acessórios ou especiais.

Atenção• garantias adicionais – definidas

em função da necessidade de se acrescentarem ao contrato, além da garantia básica, outras garantias que atendam às exigências de segurados em geral; e

• garantias especiais – defi nidas em função da necessidade de um único segurado em particular.

Page 44: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS44

FORMAS DE CONTRATAÇÃODependendo do ramo, os seguros podem ser proporcionais ou não proporcionais.

Seguros Proporcionais

São aqueles em que a importância segurada deve corresponder ao valor do bem segurado. Se verificada a insuficiência do seguro, ou seja, quando a importância segurada for menor que o valor do bem segurado no dia do sinistro (valor em risco apurado), o segurado participa dos prejuízos na mesma proporção dessa insuficiência, conforme estabelecido em dispositivo contratual denominado Cláusula de Rateio.

Esses seguros são também chamados a Risco Total. Existe, ainda, uma forma muito especial de Seguros Proporcionais, denominada Seguros a Primeiro Risco Relativo.

O art. 783 do Código Civil Brasileiro estabelece que:

“Salvo disposição em contrário, o seguro de um interesse por menos do que valha acarreta a redução proporcional da indenização, no caso de sinistro parcial.”

Seguros Não Proporcionais

A característica básica dos Seguros Não Proporcionais é a impossibilidade ou a inconveniência de se estabelecer, no momento da contratação do seguro, uma relação de equivalência entre a importância segurada (IS) ou limite máximo de indenização (LMI) e o valor em risco (VR).

Nos Seguros Não Proporcionais, a importância segurada é fixada a critério do segurado. Caso ocorra o sinistro, indeniza-se o valor do prejuízo até o limite máximo de garantia.Exemplo: Seguro de Responsabilidade Civil, Vida, Acidentes Pessoais.

Os Seguros de Responsabilidade Civil Geral são seguros não proporcionais, pois neles é impossível fixar-se, por ocasião do contrato, o montante de responsabilidade que, eventualmente, caberá ao segurado pela prática de ato culposo que possa causar danos a terceiros.

ImportanteNos Seguros de Vida, é pago ao benefi ciário o capital segurado. O segurado pode contratar o risco de sua morte em diversas seguradoras e será indenizado por todas cumulativamente.

Page 45: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

UNIDADE 5 45

Os Seguros Não Proporcionais são chamados também de Seguro a Risco Absoluto. Podem ser contratados a primeiro, segundo... enésimo risco absoluto.

• Seguro a Primeiro Risco Absoluto – no Seguro a Primeiro Risco Absoluto, o segurador se compromete, junto ao segurado, a pagar o prejuízo até o valor da importância segurada/capital segurado.

Os aspectos do Seguro a Primeiro Risco Absoluto são:– o beneficiário recebe indenização até o valor da importância segurada

ou limite máximo de garantia; – no Seguro a Primeiro Risco Absoluto não há, necessariamente, relação

de equivalência entre a importância segurada ou limite máximo de garantia e o possível valor dos prejuízos.

Exemplo: no cálculo do Seguro a Primeiro Risco Absoluto, em que a importância segurada é de R$ 1.500,00 e o prejuízo é de R$ 400,00, a indenização será de R$ 400,00.

Já nos Seguros de Pessoas, a indenização, em caso de morte, será o valor do capital segurado.

REINTEGRAÇÃO DA IMPORTÂNCIA SEGURADA OU LIMITE MÁXIMO DE GARANTIA

Reintegrar o limite máximo de garantia de um seguro é fazer com que seu valor, após a liquidação de um sinistro parcial, volte ao valor original.

Para que o seguro não se torne insuficiente, é necessário que o limite máximo de garantia seja reintegrado. A falta de reintegração apresenta aspectos mais graves nos Seguros Proporcionais. Neles, a insuficiência do valor segurado fará com que o beneficiário participe, proporcionalmente, nos prejuízos decorrentes do sinistro, por força da aplicação da cláusula de rateio.

A reintegração da importância segurada ou limite máximo de garantia é justificada somente nos Seguros de Bens, considerando-se que esses seguros possibilitam a determinação do valor em risco do bem garantido na época da contratação do seguro.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS46

MECANISMOS DE PULVERIZAÇÃO DO RISCO

A técnica das operações de seguros baseia-se em vários princípios, entre os quais se destaca o princípio da distribuição das responsabilidades decorrentes dos negócios segurados, chamado princípio da pulverização das responsabilidades. Nesse princípio, são adotados três instrumentos denominados cosseguro, resseguro e retrocessão.

Cosseguro

Quando duas ou mais seguradoras participam simultaneamente da cobertura de um mesmo risco, cobrindo cada uma delas uma parte ou cota desse risco, temos um cosseguro.

O cosseguro poderá ocorrer pela emissão de apólices por cada uma das seguradoras, ou em apólice única com a participação de todas, caso este em que deverá constar do contrato a quota-parte cabível a cada uma das cosseguradoras.

Nos casos de emissão de apólice única, a seguradora encarregada da emissão dessa apólice e que necessariamente não precisa deter o maior percentual de participação denomina-se líder, e as demais companhias são denominadas apenas cosseguradoras.

Aplicação prática

Em cosseguro, três seguradores assumiram uma responsabilidade de R$ 90.000.000,00 da seguinte forma:

• segurador 1 – 20% (líder)• segurador 2 – 30%• segurador 3 – 50%

Supondo-se que a taxa do seguro é de 10%, o cálculo da responsabilidade assumida, do prêmio recebido e da indenização a ser paga, para um prejuízo de R$ 15.000.000,00, para cada cossegurador será de:

Seguradora Responsabilidade Prêmios Indenizações

1 20% de R$ 90.000.000,00

10% de R$ 18.000.000,00

20% de R$ 15.000.000,00

2 30% de R$ 90.000.000,00

10% de R$ 27.000.000,00

30% de R$ 15.000.000,00

3 50% de R$ 90.000.000,00

10% de R$ 45.000.000,00

50% de R$ 15.000.000,00

Observe que os prêmios cobrados pelas seguradoras são calculados sobre o valor de suas responsabilidades.

Page 47: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

UNIDADE 5 47

Resseguro

É a operação pela qual o segurador, denominado cedente, com o fim de diminuir sua responsabilidade na aceitação de um risco considerado excessivo ou perigoso, cede a um ressegurador uma fração da responsabilidade e do prêmio recebido. O resseguro é, portanto, um tipo de pulverização em que o segurador transfere para um ressegurador parte do risco assumido, sendo, em resumo, um seguro do seguro.

As principais funções do resseguro são: ampliar a capacidade de aceitação da seguradora, estabilizar os resultados e proteger a seguradora contra catástrofes e prejuízos financeiros elevados.

Retrocessão

É a operação feita pelo ressegurador que consiste na cessão de parte das responsabilidades por ele aceitas a outro ou outros resseguradores ou seguradores. Em suma, é um resseguro de segundo grau, que absorve apenas riscos determinados, que, após saturarem a capacidade do ressegurador, vão para a retrocessão. Os contratos de retrocessão podem utilizar todas as formas de resseguro existentes.

Nessa operação, são cedidos riscos, informações e parte do prêmio de seguro.

A retrocessão funciona de forma semelhante aos resseguros, em que as retrocessionárias assumem riscos excedentes dos retrocedentes e pagam uma comissão de retrocessão sobre o prêmio recebido.

Partes contratantes dos mecanismos de pulverização de riscos:

• contratantes de cosseguro são duas ou mais seguradoras;• contratantes de resseguro são as seguradoras e os resseguradores; e• contratantes de retrocessão são os resseguradores e as seguradoras.

AtençãoA diferença básica do resseguro para o cosseguro é que as partes contratantes do resseguro são o segurador e o ressegurador, sem conhecimento ou qualquer interferência do segurado.

O ressegurador pode efetuar um repasse de parte das responsabilidades recebidas, procedendo, assim, a uma cessão que recebe o nome de retrocessão.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS48

Page 49: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

UNIDADE 6 49

RAMOS DE SEGURO66

Após ler esta unidade, você deve ser capaz de:

• Conhecer cada um dos diversos ramos de seguro.

Page 50: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS50

Page 51: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

UNIDADE 6 51

Com a criação da ANS pela Lei 9.961, as atribuições que eram do CNSP e da SUSEP passaram para o CONSU e a ANS, tendo como resultado efetivo dessa mudança a retirada do ramo “saúde” da regulamentação

da SUSEP.

Os Ramos de Seguros estão atualmente classificados e codificados conforme a Circular SUSEP 395/09, que estabeleceu, para efeitos contábeis, código de grupo e identificador do ramo para cada ramo de seguro.

A circular SUSEP 395/09 foi recentemente alterada pela circular SUSEP 455/12 (veja tabela a seguir), que não trouxe grandes modificações, mas apenas a inclusão dos chamados microsseguros na codificação de ramos da autarquia.

Tabela de Ramos e Grupos

Grupo Nome do Grupo Identificador do Ramo Nome do Ramo Observação

01 Patrimonial 12 Assistência – Bens em Geral

Ramo novo. Operações anteriormente informadas no Ramo Riscos Diversos (0171). Engloba as operações de seguro de garantia estendida/complementação de garantia e de seguros similares aos Serviços de Assistência.

01 Patrimonial 14 Compreensivo Residencial

Inalterado.

01 Patrimonial 15 Roubo Inalterado.

01 Patrimonial 16 Compreensivo Condomínio

Inalterado.

01 Patrimonial 18 Compreensivo Empresarial

Inalterado.

01 Patrimonial 41 Lucros Cessantes Inalterado.

01 Patrimonial 67 Riscos de Engenharia Inalterado.

01 Patrimonial 71 Riscos Diversos Inclui os antigos Ramos Tumultos, Fidelidade e Vidros.

01 Patrimonial 73 Global de Bancos Inalterado.

01 Patrimonial 95 Garantia Estendida/Extensão de Garantia –

Bens em Geral

Inalterado.

01 Patrimonial 96 Riscos Nomeados e Operacionais

Inalterado.

02 Riscos Especiais 34 Riscos de Petróleo Inalterado.

02 Riscos Especiais 72 Riscos Nucleares Inalterado.

02 Riscos Especiais 74 Satélites Inalterado.

03 Responsabilidades 10 R.C. de Administradores e Diretores – D&O

Inalterado.

03 Responsabilidades 13 R.C. Riscos Ambientais Ramo Novo. Operações anteriormente informadas no Ramo R.C. Geral (0351).

03 Responsabilidades 51 R.C. Geral Inalterado.

03 Responsabilidades 78 R.C. Profissional Inalterado.

Page 52: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS52

Tabela de Ramos e Grupos

Grupo Nome do Grupo Identificador do Ramo Nome do Ramo Observação

05 Automóvel 20 Acidentes Pessoais de Passageiros – APP

Inalterado.

05 Automóvel 24 Garantia Estendida/Extensão de Garantia –

Auto

Inalterado.

05 Automóvel 25 Carta Verde Inalterado.

05 Automóvel 26 Seguro Popular de Automóvel Usado

Inalterado.

05 Automóvel 31 Automóvel – Casco Inalterado.

05 Automóvel 42 Assistência e Outras Coberturas – Auto

Ramo novo. Operações anteriormente informadas no Ramo Riscos Diversos (0171). Engloba as operações de seguro de garantia estendida/complementação de garantia, os seguros similares aos Serviços de Assistência e outras coberturas que estejam diretamente relacionadas ao veículo segurado.

05 Automóvel 53 Responsabilidade Civil Facultativa Veículos –

RCFV

Não deve ser incluído neste Ramo o RCF – ônibus (0628), embarcações (1428) e aeronaves (1528).

05 Automóvel 88 DPVAT Inalterado. Inclui todas as categorias – Cats. 3 e 4, incluídas somente a partir de janeiro de 2005.

06 Transportes 21 Transporte Nacional Inalterado.

06 Transportes 22 Transporte Internacional Inalterado.

06 Transportes 23 Resp. C.T. Rodoviário Interestadual e Internacional –

RC Ônibus

Ramo novo. Operações anteriormente informadas no Ramo Resp. C. T. Rodoviário Interestadual e Internacional – RC ônibus, do Grupo Automóvel (0523).

06 Transportes 28 Responsabilidade Civil Facultativa Veículos –

RCFV Ônibus

Ramo Novo. Anteriormente era informada no Ramo Responsabilidade Civil Facultativa Veículos – RCFV (0553).

06 Transportes 32 Resp. Civil do Transportador de Carga

em Viagem Internacional – RCTR-VI-C

Inalterado.

06 Transportes 38 Resp. Civil do Transportador Ferroviário

Carga – RCTF-C

Inalterado.

06 Transportes 44 R.C.Transp. em Viagem Internacional pessoas

transportadas ou não – Carta Azul

Ramo novo. Operações anteriormente informadas no respectivo ramo do Grupo Auto (0544).

06 Transportes 52 Resp. Civil do Transportador Aéreo Carga

– RCTA-C

Inalterado.

06 Transportes 54 Resp. Civil do Transportador Rodoviário

Carga – RCTR-C

Inalterado.

06 Transportes 55 Resp. Civil do Transportador Desvio de

Carga – RCF-DC

Inalterado.

Page 53: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

UNIDADE 6 53

Tabela de Ramos e Grupos

Grupo Nome do Grupo Identificador do Ramo Nome do Ramo Observação

06 Transportes 56 Resp. Civil do Transportador Aquaviário

Carga – RCA-C

Nova nomenclatura. Operações anteriormente informadas no Ramo Resp. Civil Armador.

06 Transportes 58 Resp. Civil do Operador do Transporte Multimodal –

RCOTM-C

Passou a englobar as operações informadas no Ramo Resp. Civil do Transportador Intermodal (0627).

07 Riscos Financeiros 43 Stop Loss Ramo novo. Operações anteriormente informadas no Ramo Riscos Diversos (0171).

07 Riscos Financeiros 46 Fiança Locatícia Inalterado.

07 Riscos Financeiros 48 Crédito Interno Ramo novo. Operações anteriormente informadas nos Ramos Crédito Doméstico Risco Comercial (0860) e Crédito Doméstico Risco Pessoa Física (0870).

07 Riscos Financeiros 49 Crédito à Exportação Ramo novo. Operações anteriormente informadas nos Ramos Crédito à Exportação Risco Comercial (0819) e Crédito à Exportação Risco Político (0859).

07 Riscos Financeiros 75 Garantia Segurado – Setor Público

Ramo novo. Operações anteriormente informadas nos Ramos Garantia Financeira (0739), Garantia de Obrigações Públicas (0745), Garantia de Concessões Públicas (0747) e Garantia Judicial (0750).

07 Riscos Financeiros 76 Garantia Segurado – Setor Privado

Ramo novo. Operações anteriormente informadas nos Ramos Garantia Financeira (0739), Garantia de Obrigações Privadas (0740) e Garantia Judicial (0750).

09 Pessoas Coletivo 29 Auxílio Funeral Ramo novo.

09 Pessoas Coletivo 36 Perda do Certificado de Habilitação de Voo – PCHV

Inalterado.

09 Pessoas Coletivo 69 Viagem Alteração de nomenclatura – anteriormente era Turístico.

09 Pessoas Coletivo 77 Prestamista (exceto Habitacional e

Rural)

Não deverá conter informações referentes aos Ramos Seguro Habitacional em Apólice de Mercado – Prestamista (1061) e Seguro de Vida do Produtor Rural (1198).

09 Pessoas Coletivo 80 Educacional Inalterado.

09 Pessoas Coletivo 82 Acidentes Pessoais Incluir a cobertura de APP quando não for comercializada como cobertura agregada de outro Grupo.

09 Pessoas Coletivo 83 Dotal Misto Ramo novo.

09 Pessoas Coletivo 84 Doenças Graves ou Doença Terminal

Ramo novo.

09 Pessoas Coletivo 86 Dotal Puro Ramo novo.

09 Pessoas Coletivo 87 Desemprego/Perda de Renda

Ramo novo.

09 Pessoas Coletivo 90 Eventos Aleatórios Inalterado.

Page 54: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS54

Tabela de Ramos e Grupos

Grupo Nome do Grupo Identificador do Ramo Nome do Ramo Observação

09 Pessoas Coletivo 93 Vida Alteração de nomenclatura – anteriormente, era Vida em Grupo.

09 Pessoas Coletivo 94 VGBL/VAGP/VRGP/VRSA/VRI

Inclui informações VRSA e VRI.

10 Habitacional 61 Seguro Habitacional em Apólices de Mercado –

Prestamista

Ramo novo. Operações anteriormente informadas nos Ramos Seguro Habitacional Fora do S.F.H. (1068) e Prestamista (0977).

10 Habitacional 65 Seguro Habitacional em Apólices de Mercado –

Demais Coberturas

Ramo novo. Operações anteriormente informadas no Ramo Seguro Habitacional Fora do S.F.H. (1068).

10 Habitacional 66 Seguro Habitacional do Sistema Financeiro

da Habitação

Inalterado.

11 Rural 01 Seguro Agrícola sem cobertura do FESR

Inalterado.

11 Rural 02 Seguro Agrícola com cobertura do FESR

Inalterado.

11 Rural 03 Seguro Pecuário sem cobertura do FESR

Inalterado.

11 Rural 04 Seguro Pecuário com cobertura do FESR

Inalterado.

11 Rural 05 Seguro Aquícola sem cobertura do FESR

Inalterado.

11 Rural 06 Seguro Aquícola com cobertura do FESR

Inalterado.

11 Rural 07 Seguro Florestas sem cobertura do FESR

Inalterado.

11 Rural 08 Seguro Florestas com cobertura do FESR

Inalterado.

11 Rural 09 Seguro da Cédula do Produto Rural

Inalterado.

11 Rural 30 Seguro Benfeitorias e Produtos Agropecuários

Inalterado.

11 Rural 62 Penhor Rural Alteração de nomenclatura – excluída a expressão “Instituições Financeiras Privadas”. Passou a englobar as operações do Ramo Penhor Rural Instituições Financeiras Públicas (1163).

11 Rural 64 Seguros Animais Inalterado.

11 Rural 98 Seguro de Vida do Produtor Rural

Engloba as operações anteriormente informadas no Ramo Prestamista (0977).

12 Outros 79 Seguros no Exterior Inalterado.

12 Outros 85 Saúde – Ressegurador Local Ramo novo.

12 Outros 99 Sucursais no Exterior Inalterado.

13 Pessoas Individual 29 Auxílio Funeral Ramo novo.

13 Pessoas Individual 36 Perda do Certificado de Habilitação de Voo – PCHV

Novo Grupo.

13 Pessoas Individual 69 Viagem Alteração de nomenclatura – anteriormente, era

Turístico.

Novo Grupo.

Page 55: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

UNIDADE 6 55

Tabela de Ramos e Grupos

Grupo Nome do Grupo Identificador do Ramo Nome do Ramo Observação

13 Pessoas Individual 77 Prestamista (exceto Habitacional e Rural)

Novo Grupo. Não deverá conter informações referentes aos Ramos Seguro Habitacional em Apólice de Mercado – Prestamista (1061) e Seguro de Vida do Produtor Rural (1198).

13 Pessoas Individual 80 Educacional Novo Grupo.

13 Pessoas Individual 81 Acidentes Pessoais Novo Grupo. Incluir cobertura de APP quando não for comercializada como cobertura agregada de outro Grupo.

13 Pessoas Individual 83 Dotal Misto Ramo novo.

13 Pessoas Individual 84 Doenças Graves ou Doença Terminal

Novo Ramo e novo Grupo.

13 Pessoas Individual 86 Dotal Puro Ramo novo.

13 Pessoas Individual 87 Desemprego/Perda de Renda

Ramo novo.

13 Pessoas Individual 90 Eventos Aleatórios Novo Grupo.

13 Pessoas Individual 91 Vida Alteração de Nomenclatura – anteriormente era Vida Individual.

13 Pessoas Individual 92 VGBL/VAGP/VRGP/ VRSA/VRI Inclui VRSA e VRI.

14 Marítimos 17 Seguro Compreensivo para Operadores Portuários

Ramo novo. Operações anteriormente informadas no Ramo Marítimos (0433).

14 Marítimos 28 Responsabilidade Civil Facultativa para

Embarcações – RCF

Ramo novo.

14 Marítimos 33 Marítimos (Casco) Ramo novo. Grupo alterado de cascos para embarcações.

14 Marítimos 57 DPEM Grupo alterado de cascos para embarcações.

15 Aeronáuticos 28 Responsabilidade Civil Facultativa para Aeronaves – RCF

Ramo novo.

15 Aeronáuticos 35 Aeronáuticos (Casco) Ramo novo. Grupo alterado de cascos para embarcações.

15 Aeronáuticos 37 Responsabilidade Civil Hangar

Grupo alterado de cascos para embarcações.

15 Aeronáuticos 97 Responsabilidadedo Explorador ou

Transportador Aéreo – RETA

Ramo novo. Operação anteriormente informadas no Ramo.

16 Microsseguros 01 Pessoas Grupo/Ramo novo. Inclui as coberturas de pessoas relativas aos planos de microsseguro.

16 Microsseguros 02 Danos Grupo/Ramo novo. Inclui as coberturas de danos relativas aos planos de microsseguro.

16 Microsseguros 03 Previdência Grupo/Ramo novo. Inclui as coberturas de Morte e Invalidez Permanente e Total relativas aos planos de previdência equiparados a planos de microsseguro.

Page 56: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS56

A seguir, apresentaremos noções básicas de alguns dos ramos de seguro mais utilizados no mercado e codificados pela SUSEP (Circular SUSEP 455, de 06 de dezembro de 2012), conforme consta da tabela anterior.

GRUPO 01 – SEGUROS PATRIMONIAIS

Ramo 15 – Roubo

O objetivo do Seguro de Roubo é indenizar o segurado de prejuízos que venha a sofrer em consequência de roubos de bens discriminados na apólice.

Esse seguro possui tarifação própria, sendo considerados o local e o tipo de atividade do segurado.

A indenização paga ao segurado, para os prejuízos causados por roubo, deverá ser sempre precedida de queixa às autoridades policiais.

Importante

O Seguro de Roubo cobre:

• roubo – cometido mediante uso ou ameaça de uso de violência contra

a pessoa; – cometido depois de haver reduzido a pessoa à impossibilidade de

resistência, seja pela ação física ou pela aplicação de narcóticos;

• furto qualificado– quando praticado mediante destruição ou rompimento do

obstáculo;– quando cometido pela utilização de outras vias, diferentes das

destinadas a servir de entrada ao local onde estão os bens cobertos;

– quando praticado com emprego de chave falsa, gazua ou instrumentos semelhantes, desde que a utilização desses meios deixe vestígios materiais inequívocos;

• danos materiais, diretamente, causados aos bens segurados pelo autor dos atos; e

• em alguns casos, o furto simples (Riscos Residenciais e all risks).

ComentárioO Seguro de Roubo apresenta, ainda, a Cobertura all risks, que garante a indenização por simples desaparecimento e/ou perda de alguns dos bens segurados de uso exclusivamente pessoal. Observa-se que sua concessão é restrita, no caso, somente a segurados – pessoas físicas – de ilibada idoneidade moral.

Page 57: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

UNIDADE 6 57

Ramo 41 – Lucros Cessantes

O Seguro de Lucros Cessantes é aquele que tem por finalidade garantir a situação financeira da empresa segurada após um sinistro de Danos Materiais que tenha perturbado, ou paralisado, o movimento normal de seus negócios. Esse seguro tem por objeto a manutenção da operacionalidade e lucratividade da empresa, sendo as perdas ocorridas identificadas através da análise dos relatórios financeiros elaborados pela contabilidade. Logo, é fundamental e obrigatório que a contabilidade esteja perfeitamente organizada para comprovar as perdas oriundas do sinistro.

As perdas cobertas por esse seguro decorrem da não efetivação do lucro líquido operacional que o segurado não obteve em virtude da paralisação causada pelo sinistro, bem como as despesas fixas (aquelas que ele terá que realizar mesmo sem ter receita para financiá-las).

Portanto, o risco coberto pelo Seguro de Lucros Cessantes é a perda de lucro bruto (lucro líquido operacional + despesas fixas) gerada pela paralisação total ou parcial nos negócios do segurado, em virtude de danos materiais causados por eventos cobertos, e por qualquer dos bens móveis ou imóveis existentes no local que venham a ser danificados ou destruídos em consequência desses eventos.

Danos Materiais é o que chamamos de fato gerador do risco no Seguro de Lucros Cessantes.

Os eventos cobertos pelo Seguro de Lucros Cessantes são os acidentes a que estão sujeitos os bens da empresa segurada (podem sofrer danos materiais), devidamente especificados na apólice, que podem causar paralisações ou perturbações no seu movimento de negócios, como, por exemplo: incêndio, explosão, vendaval.

É exigida do segurado a contratação do Seguro de Danos Materiais que garanta a indenização de perdas em caso de ocorrência dos eventos que esse segurado deseja garantir em lucros cessantes.

O Seguro de Lucros Cessantes cobre, também, os gastos adicionais que o segurado realizar para evitar ou reduzir a perda de lucro bruto que ocorreria em face do sinistro, ou seja, as despesas extraordinárias, provenientes de medidas tomadas pelo segurado para apressar a retomada dos seus negócios ao ritmo normal. Essa cobertura será indenizada até o limite da perda evitada; portanto, somente se houver resultado útil e até o valor da redução da perda coberta proporcionada pela medida adotada.

O segurado deverá escolher o número de meses que deseja garantir em lucros cessantes, chamado de período indenitário contratado, que deverá ser fixado na apólice. Período indenitário, então, é o tempo necessário para a empresa recuperar o ritmo normal de suas atividades após a ocorrência de um sinistro de Danos Materiais que provoque a paralisação ou redução de seu movimento de negócios.

O início do período indenitário coincide com a data da ocorrência do sinistro de Danos Materiais, e seu término ocorre com a normalização das atividades da empresa ou quando se esgota o número de meses estabelecido na apólice para o evento ocorrido, prevalecendo o fato que ocorrer primeiro.

Page 58: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS58

Ramo 67 – Riscos de Engenharia

No ramo de Seguros Riscos de Engenharia, são, também, agrupadas diversas modalidades de seguros, apresentando, cada uma delas, seus riscos cobertos, suas condições especiais e seus critérios de taxação.

A concessão de um seguro pertencente a esse ramo está sujeita à aplicação de taxas e franquias diferenciadas, que têm por base critérios técnicos.

Nas modalidades de seguros agregados ao Ramo de Riscos de Engenharia, são estipuladas medidas especiais para a contratação do seguro: inspeção de riscos realizada por engenheiros habilitados, análise dos cronogramas das construções, montagens.

Destacam-se as seguintes modalidades, regulamentadas no Ramo Riscos de Engenharia:

• Obras Civis em Construção;• Instalação e Montagem;• Obras Civis em Construção/Instalação e Montagem;• Quebra de Máquinas; e• Equipamentos Eletrônicos.

Ramo 71 – Riscos Diversos

Existem várias modalidades de seguros agrupadas no Ramo de Riscos Diversos.

Cada uma delas possui condições especiais, critérios específicos de taxação e determinado número de riscos cobertos.

A indenização, por parte da seguradora, é garantida em função da ocorrência de um dos riscos previstos nas respectivas apólices.

Atualmente, estão regulamentadas as seguintes modalidades do ramo Riscos Diversos:

• terremoto ou tremores de terra e maremotos;• derrame de água ou outra substância líquida de instalações de chuveiros

automáticos (sprinklers);• valores em trânsito em mãos de portador ou dentro de estabelecimentos ou

transportados em carros-fortes;• equipamentos: móveis (incluído o risco de translado e viagens de entrega);

cinematográficos; fotográficos e de televisão (exclusivamente em estúdio e laboratórios ou em reportagens externas); anúncios luminosos; em exposição (podendo incluir ou excluir o risco de transporte); estacionários (cobertura limitada no local indicado na apólice); em operações sobre água; instrumentos musicais e equipamentos de som; arrendados ou cedidos a terceiros;

• inundação;• alagamento;• desmoronamento;• deterioração de mercadorias em ambientes frigorificados;• registros e documentos (despesas de recomposição);• material rodante (locomotivas, vagões, gôndolas);

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UNIDADE 6 59

• responsabilidades por leis trabalhistas;• seguro de joalheria; e• cobertura compreensiva para objetos de arte.

Além das modalidades acima, são atualmente considerados como Riscos Diversos:

Seguro de Vidros

A finalidade do Seguro de Vidros é indenizar o segurado dos prejuízos sofridos em decorrência da quebra de vidros de sua propriedade de forma acidental por ato involuntário do segurado, membros de sua família, empregados e prepostos, por imprudência ou culpa de terceiros, pela ação de calor artificial e pela queda de granizo.

Atenção

O calor artificial não inclui incêndio, raio ou explosão, que são riscos excluídos. Arranhaduras ou lascas não são riscos cobertos.

As coberturas adicionais são para reparos e instalação provisória de vidros e quebra espontânea.

As taxas para esse tipo de seguro estão registradas em tarifa própria.

Seguros de Tumultos, Motins e Riscos Congêneres

A finalidade do Seguro de Greves, Tumultos, Motins e Riscos Congêneres é indenizar o segurado de prejuízos sofridos em decorrência de riscos derivados de distúrbios de ordem pública.

As Condições Gerais desse seguro apresentam discriminados os distúrbios de ordem pública, que podem ser cobertos, e os excluídos da cobertura.

Riscos Cobertos pela Cobertura Básica:

• tumultos – ação de pessoas, com características de aglomeração, que perturbe a ordem pública através da prática de atos predatórios, para cuja repressão não haja necessidade de intervenção das Forças Armadas;

• greve – ajuntamento de mais de três pessoas, da mesma categoria ocupacional, que se recusam a trabalhar ou a comparecer onde os chama o dever; e

• lockout – cessação da atividade por ato ou fato do empregador.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS60

São também indenizáveis os seguintes prejuízos:

• danos materiais sofridos pelo segurado em consequência de riscos cobertos;

• danos materiais e despesas decorrentes de medidas tomadas para reprimir ou tentar reprimir qualquer perturbação de ordem pública ou para reduzir-lhe as consequências, quando resultarem dos riscos acima definidos;

• perdas e danos materiais causados pelas seguintes consequências dos riscos cobertos por esta apólice:– desmoronamento;– impossibilidade de remoção ou proteção dos salvados por motivo de

força maior; e– desentulho do local.

No Ramo Tumultos, podem ser contratadas as seguintes coberturas adicionais, mediante pagamento de prêmio adicional:

• atos dolosos; • quebra de vidros; • veículos fora do recinto do estabelecimento segurado;• deterioração de mercadorias;• perda ou pagamento de aluguel; • perda de prêmio; e• rateio parcial.

Essas coberturas não estão previstas na cobertura básica.

Ramo 73 – Global de Bancos

O Seguro Global de Bancos tem por objetivo garantir prejuízos materiais que o segurado venha a sofrer em seus valores e bens, decorrentes dos riscos previstos, observando-se, porém, os limites da importância segurada.

Importante

No Ramo de Seguro Global de Bancos, destacam-se os seguintes riscos:

• roubo;• furto qualificado; e• destruição ou perecimento de valores e bens por qualquer causa.

Só poderão contratar esse seguro os bancos e as instituições financeiras.

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UNIDADE 6 61

Ramo 14 – Compreensivo Residencial Ramo 16 – Compreensivo de Condomínio Ramo 18 – Compreensivo Empresarial

O objetivo principal dos Ramos de Seguros Compreensivos é simplificar todas as etapas da contratação, procurando atender – de forma ágil – à realidade do segurado que, orientado por seu corretor, escolhe as coberturas convenientes e necessárias à proteção de seu patrimônio.

Como exemplo significativo de agilização, podemos citar a eliminação da vistoria na maior parte dos seguros. Para contratar, por exemplo, uma apólice de incêndio, era preciso que a seguradora fizesse uma vistoria no local, analisasse o tipo e o material da construção, o sistema de proteção, a área exata da empresa, enfim, fizesse uma avaliação detalhada do risco.

Hoje, através dos Ramos Compreensivos, também denominados de Planos Conjugados ou Planos Multirriscos, algumas seguradoras aceitam riscos com isenção da vistoria prévia.

Os Seguros Compreensivos podem ser contratados sob a forma padronizada prevista na Circular SUSEP 321/2006 ou por produtos desenvolvidos pelas seguradoras a partir dos textos das cláusulas de cobertura elaboradas pela SUSEP.

Através da Resolução do CNSP 218, de 06/12/2010, foram tornadas obrigatórias, exclusivamente para os Seguros Compreensivos de Condomínio, duas coberturas básicas, denominadas Cobertura Básica Ampla e Cobertura Básica Simples. No que se refere aos produtos não padronizados, ou seja, os produtos desenvolvidos pelas seguradoras, observamos as seguintes características importantes na maioria dos Planos de Seguros Compreensivos disponíveis no mercado:

• cobertura a 1o Risco Absoluto (sem Cláusula de Rateio) para todas as Coberturas (Básicas ou Adicionais) nos Seguros Compreensivos Condominiais e Residenciais, e a 1o Risco Absoluto até um determinado limite para os Seguros Compreensivos Empresariais;

• simplificação operacional desde a contratação até a emissão da apólice;• isenção de vistoria prévia para a maioria das coberturas, excetuando-se

os casos de alagamento, inundação e desmoronamento; e• verba única para prédio e conteúdo.

Os Seguros Compreensivos Residenciais e Empresariais garantem, em geral, na sua Cobertura Básica, três riscos. São eles:

• incêndio decorrente de caso fortuito, imprevisível ou inevitável e independente da vontade do segurado;

• queda de raio ocorrida dentro da área do terreno ou edifício onde se localizam os bens segurados; e

• explosão de gás normalmente empregado em aparelhos de uso doméstico, ocorrida dentro da área do terreno ou edifício onde se encontram os bens segurados.

ImportanteA partir da criação dos planos chamados compreensivos, a contratação das apólices tornou-se bastante mais simples do que era no passado. Antes, cada cobertura representava uma apólice dist inta, o que gerava algum desconfor to na administração de um plano de seguros de uma empresa, por exemplo. Agora, uma única apólice concentra várias coberturas agregadas, facilitando sobremaneira a administração do plano de seguros. Se, por um lado, isso facilita bastante a operação, por outro obriga os profi ssionais que trabalham no segmento a estarem ainda mais atentos, pois a criação dos produtos ditos compreensivos permitiu o surgimento de diferenças entre os produtos comercializados pelas seguradoras. Por não estarem enquadradas dentro das carteiras específicas, as seguradoras podem reduzir algumas garantias em relação ao texto padrão de cada ramo específico, e isso gera diferenças não apenas de preço, mas, principalmente, de coberturas.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS62

Nos Seguros Compreensivos Condominiais, as Coberturas Básicas são:

a) Cobertura Básica Simples – cobre os riscos de incêndio, queda de raio dentro do terreno onde esteja localizado o imóvel segurado e explosão de qualquer natureza.

Permite a contratação de coberturas adicionais, de acordo com os riscos a que estiver sujeito o condomínio segurado.

b) Cobertura Básica Ampla – cobre os prejuízos causados por quaisquer eventos que possam causar danos materiais ao imóvel segurado, exceto os expressamente excluídos.

Classificação dos condomínios: Residenciais, Mistos, Comerciais, Shopping Centers.

Além disso, ambas as Coberturas Básicas cobrem as despesas com: providências tomadas para o combate ao fogo, o salvamento, a proteção dos bens segurados e o desentulho do local.

Garantias

Como Coberturas Acessórias mais comumente contratadas, mediante o pagamento do prêmio adicional respectivo, o segurado pode, a critério da seguradora escolhida, contratar as seguintes garantias que devem vir especificadas na apólice:

• vendaval, furacão, ciclone, tornado, granizo e fumaça;• queda de aeronave ou quaisquer outros engenhos aéreos ou

espaciais, impacto de veículo terrestre; • perda ou pagamento de aluguel, em virtude de danos causados

por qualquer evento coberto;• quebra de vidros causada por imprudência ou culpa de terceiros ou

por ato involuntário do segurado, de membros de sua família ou de seus empregados e prepostos, bem como resultantes da ação de calor artificial ou chuva de granizo;

• tumultos, greves e lockout quando caracterizados de acordo com as definições do ramo;

• danos elétricos, que cobrem as perdas e danos ocorridos em fios, lâmpada, válvulas, chaves, circuitos e aparelhos elétricos, causados, acidentalmente, pelo calor gerado por eletricidade;

• alagamento causado por água proveniente de chuva torrencial ou tromba-d’água, consequente ou não da obstrução ou insuficiência de esgotos, galerias pluviais, desaguadouros e similares; enchente; ruptura de encanamentos, canalizações, adutoras e reservatórios, desde que não pertençam ao imóvel segurado, nem ao edifício do qual façam parte integrante;

• desmoronamento total ou parcial do imóvel;• inundação resultante, exclusivamente, do aumento de volume de

água de rios navegáveis (conforme definido pela Divisão de Águas do Ministério da Agricultura) e de canais alimentados naturalmente por esses rios;

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UNIDADE 6 63

• derrame de água ou outra substância líquida de instalação de chuveiros automáticos sprinklers, cobrindo, inclusive, os danos que venham a sofrer as instalações de chuveiros automáticos em consequência dos riscos cobertos;

• roubo, desde que praticado no recinto do imóvel indicado na apólice, compreendendo os riscos de:– roubo cometido mediante ameaça ou emprego de violência

contra a pessoa;– furto qualificado, exclusivamente aquele cometido com

destruição ou rompimento de obstáculo ou mediante escalada ou utilização de entrada ao local onde estão os bens cobertos, conforme demais especificações da apólice; e

– danos materiais diretamente causados aos bens cobertos durante a prática do roubo ou furto qualificado.

• valores no interior do estabelecimento, dentro e/ou fora de cofres-fortes ou caixas-fortes, que garantam as perdas e danos causados por roubo, furto qualificado e destruição, perecimento dos valores decorrentes dos riscos mencionados ou de quaisquer outros eventos provenientes de causa externa;

• explosão de aparelhos e substâncias ou produtos inerentes ou não à indústria ou ao negócio do segurado, onde quer que a explosão tenha se originado;

• infidelidade de empregados, que garante indenização dos prejuízos ocorridos em consequência de quaisquer crimes contra o patrimônio do segurado, conforme definidos no Código Penal Brasileiro, praticados pelos empregados, relacionados nominalmente na apólice e que estejam em pleno exercício de suas funções;

• despesas fixas, que garantam indenização dos prejuízos decorrentes de interrupção ou perturbação do giro de negócios do segurado, causada por incêndio, queda de raio e explosão de gás, ocorridos nos locais mencionados na apólice, com danificação ou destruição dos bens móveis ou imóveis neles localizados;

• despesas com instalação em novo local, diferente do sinistrado, a fim de que as atividades do segurado voltem, o mais depressa possível, ao seu ritmo normal após a ocorrência de evento coberto que impossibilite sua continuidade no local primitivo;

• responsabilidade civil, cobertura que se define, de conformidade com as Condições Gerais e Especiais estabelecidas para cada modalidade de seguro nele incluída;

• equipamentos, garantia que segue as Condições Gerais e Especiais de Ramos Diversos da modalidade determinada.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS64

Ramo 96 – Riscos Nomeados e Operacionais

São seguros feitos sob medida. São semelhantes aos Ramos Compreensivos, tendo, inclusive, a mesma cobertura básica e podendo ter as mesmas coberturas acessórias.

Importante

Há algumas diferenças entre eles. As mais significativas são os valores envolvidos e a forma de contratação das coberturas acessórias; nos Seguros de Riscos Nomeados, os riscos cobertos por coberturas acessórias são relacionados e, nos Seguros de Riscos Operacionais, os riscos cobertos por coberturas acessórias são todos aqueles que não estiverem expressamente excluídos, ou seja, é uma apólice do tipo all risks.

GRUPO 03 – SEGUROS DE RESPONSABILIDADES

Ramo 51 – Responsabilidade Civil Geral

É aquele que garante ao segurado o reembolso das quantias pelas quais vier a ser responsável civilmente, relativas à reparação por danos involuntários, corporais e/ou materiais causados a terceiros, e que decorram de riscos cobertos pela apólice.

O Seguro de Responsabilidade Civil apresenta várias modalidades. As principais são: Guarda de Veículos de Terceiros; Condomínios, Proprietários e/ou Locatários de Imóveis; Obras Civis e/ou Serviços de Montagem e Instalação de Máquinas e/ou Equipamentos; Estabelecimentos Comerciais e/ou Industriais; Produtos (no Território Nacional e/ou no Exterior); Empregador; Familiar.

O Seguro de Responsabilidade Civil apresenta taxação diferenciada em função das várias modalidades existentes, cada qual com suas condições próprias.

GRUPO 05 – SEGUROS DE AUTOMÓVEL

Ramo 31 – Automóvel – Casco

O Seguro de Automóvel – Casco tem, como objeto, os veículos terrestres de propulsão a motor e seus reboques, destinados a transporte de pessoas, animais ou coisas, dentro do território brasileiro.

No Seguro de Automóvel – Casco, são passíveis de cobertura os riscos de colisão, incêndio, roubo ou furto (total ou parcial) e convulsões da natureza.

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UNIDADE 6 65

As coberturas em Automóveis estão assim classificadas:

• básicas – relacionadas diretamente ao veículo; e• adicionais – utilizadas como complemento de qualquer uma das coberturas

básicas, mediante citação expressa na apólice.

A franquia pode ser básica (ou obrigatória) e facultativa, e ambas são do tipo dedutível.

No Ramo de Seguro Automóvel – Casco, existe uma taxa para cada marca, tipo e nacionalidade de veículo, além de descontos ou agravações em função do perfil do segurado e/ou condutor do veículo. Pode ainda ser contratada com Valor de Mercado Referenciado ou Valor Determinado conforme vimos na Unidade 4.

Ramo 53 – Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos – RCFV

É comum no mercado acoplar-se às apólices de Seguro de Automóveis esse ramo de seguro, cuja finalidade é reembolsar ao segurado a indenização paga, consequente de acidentes causados pelo veículo discriminado na apólice ou pela carga transportada do veículo e referente a danos materiais ou danos corporais.

Nas apólices de Seguro de Automóveis – Casco, contratadas com esta cobertura, deve-se discriminar uma verba para a Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos – Danos Materiais e outra verba para a Responsabilidade Civil Facultativa de Veículos – Danos Corporais.

Ramo 20 – Acidentes Pessoais de Passageiros

O Ramo de Acidentes Pessoais de Passageiros, também, é comumente comercializado junto com o Seguro de Automóvel; sua contratação destina-se a garantir isoladamente, ou em conjunto, a cobertura de Invalidez Permanente, Morte e Despesas Médico-Hospitalares para os passageiros no interior do veículo segurado, em caso de acidente no trânsito.

GRUPO 06 – SEGUROS DE TRANSPORTES

Ramo 21 – Transporte Nacional e Ramo 22 – Transporte Internacional

A carteira de transportes abrange o conjunto de seguros relativos a bens e mercadorias transportadas. Compreende, assim, todos os seguros que visam cobrir os riscos relacionados às viagens nacionais, internacionais, realizadas por quaisquer meios de transporte regular, e, também, os Seguros de Responsabilidade Civil dos Transportadores de Carga.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS66

Nesses ramos de seguro, existem diversas coberturas básicas, adicionais e cláusulas específicas, entre as quais destacamos:

Exemplos de Coberturas Básicas dos Seguros de Transportes

• Coberturas Básicas:A) Cobertura Básica Ampla (A)B) Cobertura Básica Restrita (B)C) Cobertura Básica Restrita (C)

• Cobertura para Seguro de Animais Vivos• Cobertura para Seguros de Operações Isoladas• Coberturas para Seguros de Bagagem• Cobertura para Seguros de Mercadorias Conduzidas por Portadores• Cobertura para Seguros de Mostruários sob a Responsabilidade de

Viajantes Comerciais• Cobertura para Seguros de Transportes de Títulos em Malotes

Exemplos de Coberturas Adicionais dos Seguros de Transportes

• Cobertura Adicional de Despesas• Coberturas Adicionais de Tributos• Cobertura Adicional de Lucros Esperados• Cobertura Adicional para Embarques Aéreos sem Valor Declarado• Cobertura Adicional para Classificação de Navios• Coberturas Adicionais de Riscos de Greves• Coberturas Adicionais de Riscos de Guerra• Cobertura Adicional de Benefícios Internos

Exemplos de Cláusulas Específicas ou Especiais dos Seguros de Transportes

• Cláusula Específica para Bens Usados• Cláusula Específica para Embarques Aéreos sem Valor Declarado• Cláusula Específica para Embarques Efetuados no Convés dos Navios• Cláusulas Específicas de Averbações• Cláusula Específica para Faltas em Mercadorias a Granel• Cláusulas Específicas para Mercadorias Transportadas em Contêineres

Para que haja cobertura, os riscos adicionais e especiais estão sujeitos a taxas adicionais, excetuando-se aqueles ocorridos em consequência de acidentes marítimos, fluviais, lacustres, rodoviários, ferroviários ou aéreos.

Os tipos de apólices utilizadas no Seguro de Transportes são:

• avulsas;• de averbações ou abertas; e• apólice com prêmio ajustável.

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UNIDADE 6 67

• apólices avulsas – visam à cobertura de um único embarque, contemplando toda a especificação da mercadoria segurada (marca, número de série, espécie, quantidade, embalagem, valor, meio de transporte, locais de início e destino, cobertura, taxas, prêmio e importância segurada). A contratação dessa apólice é recomendada para empresas que não efetuam embarques com frequência. Constam, dessa apólice, as condições gerais, especiais e particulares aplicáveis ao embarque efetuado pelo segurado;

• apólices de averbações ou abertas – recomendadas para segurados que efetuem embarques com frequência. Também constam, dessas apólices, as condições gerais, especiais e particulares que regem todos os embarques efetuados pelo segurado.

A especificação das mercadorias seguradas constará das averbações, que poderão ser emitidas, pelo segurado, em formulário impresso ou por meio eletrônico, mediante acordo prévio com a seguradora; e

• apólice com prêmio ajustável – é concedida a segurados com grande movimento de embarques. A importância segurada e o prêmio inicial serão calculados com base em estimativa anual de embarques, fornecida pelo segurado. O prêmio, normalmente, é cobrado em até 11 parcelas, a critério do segurador. O reajuste das parcelas, em geral, é efetuado trimestralmente. É baseado nos embarques efetivamente realizados pelo segurado, que se compromete a informá-los mensalmente.

A taxação no Seguro de Transportes está condicionada, entre outros, aos seguintes critérios:

• características do veículo transportador; • características próprias dos bens ou mercadorias transportadas;• características de embalagem dos bens ou mercadorias;• locais de origem e destino do transporte; e• meio de transporte a ser utilizado.

Ramo 54 – Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário – Carga (RCTR-C)

O Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário – Carga (RCTR-C) é obrigatório e tem por finalidade cobrir a responsabilidade do transportador rodoviário de cargas sobre a propriedade de terceiros, que lhe tenham sido entregues para transportar.

Tais perdas ou danos estarão cobertos desde que ocorram durante o transporte e sejam causados diretamente por:

• acidentes – colisão e/ou capotagem e/ou abalroamento e/ou tombamento do veículo transportador; e

• explosão ou incêndio – nos armazéns, depósitos ou pátios usados pelo transportador, durante a viagem, mesmo que os bens segurados encontrem-se fora dos veículos transportadores.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS68

Atenção

Em ambas as situações não caberá indenização, quando verificado ato doloso do transportador/segurado.

• Em relação ao prêmio – geralmente, com base numa relação mensal, onde os embarques realizados são informados pelo segurado/transportador, a seguradora procede ao cálculo da fatura ou conta mensal, cobrando o prêmio devido. Também são utilizados meios eletrônicos para informação dos embarques antes do início dos riscos.

• Em relação às taxas – as taxas variam em função do percurso da viagem, sendo aplicadas sobre o valor da mercadoria.

Ramo 55 – Seguro de Responsabilidade Civil Facultativo do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de Carga (RCF-DC)

O Seguro de RCF-DC garante ao segurado, até o valor declarado na averbação e respeitado o limite de responsabilidade previsto na apólice, o reembolso das reparações pecuniárias pelas quais, por disposições legais, for ele responsável pelas perdas ou danos causados a bens de terceiros que lhe tenham sido entregues para transporte, decorrente dos riscos cobertos previstos nas condições gerais.

Esse seguro é facultativo, porém só poderá ser contratado em conjunto com o RCTR-C.

Desde que devidamente averbados no Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário – Carga (RCTR-C), o Seguro de RCF-DC cobre o desaparecimento da carga em consequência de:

• apropriação indébita e estelionato, furto simples ou qualificado, extorsão simples ou mediante sequestro, quando o desaparecimento da carga for concomitante ao do veículo transportador;

• roubo durante o trânsito, entendendo-se como tal o desaparecimento total ou parcial da carga, desde que o autor do delito tenha assumido o controle do veículo transportador, mediante grave ameaça ou emprego de violência;

• roubos praticados durante viagem fluvial na região amazônica, complementar à viagem rodoviária, desde que haja inquérito conclusivo e ocorra o desaparecimento total ou parcial de carga, concomitantemente ou não ao do veículo embarcado; e

• roubo de mercadorias no depósito do transportador, nos pátios e no interior de edifícios, estando o veículo transportador carregado ou não com carga ainda não entregue ao destinatário e que não tenha permanecido no depósito por mais de 15 dias corridos.

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UNIDADE 6 69

GRUPO 09 – SEGUROS DE PESSOAS COLETIVO

Ramo 93 – Seguro de Vida

O Seguro de Vida tem por objetivo garantir o pagamento de uma indenização aos beneficiários por morte do segurado, além de prover outros tipos de indenizações através de outras garantias previstas na apólice.

Na contratação do Seguro de Vida, estão envolvidas várias partes:

• segurado – a pessoa física que adere ao seguro;

• seguradora – a pessoa jurídica que assume a responsabilidade de cobertura dos riscos especificados na apólice, mediante o recebimento do prêmio correspondente;

• estipulante – a pessoa física ou jurídica que propõe a contratação de plano coletivo de Seguros de Pessoas, ficando investido de poderes de representação dos segurados, nos termos da legislação e regulação em vigor;

• corretor – a pessoa física ou jurídica que faz a intermediação da contratação do plano do Seguros de Pessoas; e

• beneficiário – a pessoa física ou jurídica designada, pelo segurado, para receber os valores dos capitais segurados na hipótese da ocorrência do sinistro.

Principais Coberturas

Morte

Garantia de pagamento do capital segurado ao beneficiário em caso de morte do segurado principal, tanto por causas naturais quanto acidentais.

A morte por suicídio está excluída da indenização, podendo somente ser admitida sua cobertura quando o segurado já participa do grupo há mais de dois anos. Pressupõe-se, neste caso, que o segurado não ingressou no seguro com o intuito de se suicidar.

O seguro deve abranger pelo menos uma das coberturas básicas quando adotada a estruturação de coberturas básicas e adicionais, sendo que a cobertura de morte deve ser obrigatoriamente oferecida.

Morte Acidental

Garantia do pagamento, em caso de morte por acidente, de uma indenização especial, paga adicionalmente à indenização relativa à cobertura de morte.

Quando a garantia de morte acidental é estabelecida em valor igual ao da garantia de morte, tem-se, em caso de morte acidental do segurado, a situação conhecida como dupla indenização.

CuriosidadeA maior par te dos Seguros de Vida contratados no Brasil é do tipo Vida em Grupo, ou seja, de contratação coletiva. Os seguros de vida individuais são minoria em nosso país.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS70

Invalidez Permanente Total ou Parcial por Acidente

Garantia do pagamento de uma indenização relativa à perda, redução ou impotência funcional definitiva, total ou parcial, de membros ou órgãos, em virtude de lesão física causada por acidente pessoal coberto.

Após a conclusão do tratamento ou esgotados os recursos terapêuticos disponíveis para a recuperação do segurado, além de constatada e avaliada sua invalidez permanente quando da alta médica definitiva, a sociedade seguradora deve pagar uma indenização, de acordo com os percentuais estabelecidos nas condições gerais e/ou especiais do seguro. Se, depois de paga a indenização por invalidez permanente por acidente, verificar-se a morte do segurado em consequência do mesmo acidente, a importância já paga pela invalidez permanente deve ser deduzida do valor do capital segurado por morte.

Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença

Garantia de pagamento de indenização em caso de invalidez laborativa permanente total, consequente de doença.

É considerada invalidez laborativa permanente total por doença aquela da qual não se pode esperar recuperação ou reabilitação com os recursos terapêuticos disponíveis no momento de sua constatação para a atividade laborativa principal do segurado.

Atividade laborativa principal é aquela pela qual o segurado obteve maior renda dentro de determinado exercício anual definido nas condições contratuais.

Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos, para efeitos dessa cobertura, os segurados portadores de doença em fase terminal atestada por profissional legalmente habilitado.

Não podem figurar como segurados sob essa cobertura pessoas que não exerçam qualquer atividade laborativa, sendo vedados o oferecimento e a cobrança de prêmio, para o seu custeio, por parte da sociedade seguradora.

Reconhecida a invalidez laborativa pela sociedade seguradora, a indenização deve ser paga de uma só vez ou sob a forma de renda certa, temporária ou vitalícia, em prestações mensais, iguais e sucessivas, conforme acordado entre as partes.

Invalidez Funcional Permanente Total por Doença

Garantia de pagamento de indenização em caso de invalidez funcional permanente total, consequente de doença que cause a perda da existência independente do segurado.

É considerada perda da existência independente do segurado a ocorrência de quadro clínico incapacitante que inviabilize, de forma irreversível, o pleno exercício das relações autonômicas do segurado, comprovado na forma definida nas condições gerais e/ou especiais do seguro.

Consideram-se, também, total e permanentemente inválidos, para os efeitos desta cobertura, os segurados portadores de doença em fase terminal por profissional legalmente habilitado.

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UNIDADE 6 71

Doenças Graves

A cobertura de doenças graves garante o pagamento de indenização em decorrência de diagnóstico de doenças devidamente especificadas e caracterizadas nas condições gerais e/ou especiais do seguro, sendo vedada a estipulação de critérios de cálculo do capital segurado com base nas despesas médicas e/ou hospitalares incorridas pelo segurado para o tratamento da doença.

Diária por Incapacidade Temporária (DIT)

Consiste no pagamento de diárias, a partir da caracterização da incapacidade contínua ou ininterrupta de o segurado exercer qualquer atividade relativa à sua profissão ou ocupação, durante o período em que se encontrar sob tratamento médico.

GRUPO 14 – SEGUROS MARÍTIMOS

Ramo 33 – Marítimos (Cascos)

A finalidade dos Seguros Marítimos (Cascos) é indenizar perdas e/ou danos materiais, sofridos pela embarcação segurada, incluindo-se maquinaria e instalações necessárias à sua navegação.

Para o Seguro Marítimo (Cascos), apresentam-se três tipos de coberturas:

• coberturas básicas (há três opções de Cobertura Básica, à escolha do segurado), que garantem perdas e/ou danos consequentes de acidentes aquaviários como: naufrágio, abalroação, encalhe, incêndio, colisão, explosão, tempestades, alijamento; além de Avaria Grossa e Assistência e Salvamento, podendo incluir a Responsabilidade Civil por Abalroação.

• coberturas complementares de Desembolsos (para as despesas de armação, manutenção, conservação e correlatas, decorrentes de perda total) e Responsabilidades Excedentes (que visam diminuir o rateio em caso de assistência e salvamento, Avaria Grossa e RC por Abalroação) e Valor Aumentado (indenização complementar para os casos previstos nas duas coberturas complementares anteriores).

• coberturas especiais que garantem os riscos de guerra, greves, motins e comoções civis; seguros de Construtores Navais e Responsabilidade Civil Complementar (P&I), dentre outros.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS72

Importante

em relação à cobertura:

• o Seguro de Cascos cobre acidentes fortuitos ocorridos em portos, ancoradouros, diques, canais, estaleiros.

• na cobertura de Responsabilidade Civil por Abalroação são indenizadas, exclusivamente, perdas ou danos causados por abalroamento à outra embarcação ou aos seus bens existentes a bordo, e, na cobertura de RC Complementar, “proteção e indenização” (P&I), garantem-se as perdas de vida e danos pessoais, danos a objetos fixos e flutuantes e poluição. Pode, ainda, ser incluída uma cobertura para reembolso de despesas com remoção de destroços.

em relação às taxas:

• são aplicadas para cada embarcação, individualmente, ou para a frota de embarcações a ser segurada.

• são com base em vistoria prévia, tanto nos casos de seguros novos como nas renovações.

GRUPO 15 – SEGUROS AERONÁUTICOS

Ramo 35 – Aeronáuticos (Casco)

O Seguro Aeronáutico (Casco) compreende a cobertura para os danos que a aeronave venha a sofrer em consequência de acidentes aeronáuticos (também denominado “Aditivo A – Garantia Cascos”).

Ramo 37 – Responsabilidade Civil de Hangar

Compreende a cobertura para danos pessoais e/ou materiais, involuntariamente causados a terceiros, que decorram da existência, da manutenção, do uso e/ou das operações relativas às atividades do(s) hangar(es) de propriedade do segurado.

Ramo 97 – Responsabilidade do Explorador e Transportador Aéreo (RETA)

O Seguro de Responsabilidade do Explorador ou Transportador Aéreo/RETA tem por objetivo dar cobertura para o segurado, relativa à sua responsabilidade para com terceiros (passageiros, tripulantes, pessoas e bens no solo), no caso de acidentes aeronáuticos (também denominado “Aditivo B – Garantia RETA”).

Além desses ramos, podem ser contratadas, no âmbito do Seguro Aeronáutico, as seguintes coberturas:

• Responsabilidade Civil a 2o Risco do Seguro RETA;• Seguro de Guerra; e• Seguro de Peças, Motores e Acessórios Sobressalentes.

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TESTANDO CONHECIMENTOS 73

Anotações:

Testando Conhecimentos

[1] A Corretora de Seguros Imaginária sofreu a aplicação de uma penalidade do órgão fiscalizador de mercado de seguros e decidiu impetrar um recurso por não concordar com a penalidade na última instância administrativa. Assim, esse recurso deve ser encaminhado pela corretora ao (à):

(a) IRB-Brasil Re S/A.(b) SUSEP.(c) CNSP.(d) CRSNSP.(e) Ministério da Fazenda.

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[2] A finalidade específica do seguro é:

(a) Garantir ao segurado a substituição do bem sinistrado sempre que houver a sua perda.

(b) Permitir ao segurado comprar um veículo novo quando houver sinistro.

(c) Restabelecer o equilíbrio econômico perturbado pela ocorrência de risco coberto.

(d) A troca de uma despesa incerta futura e de valor elevado por outra, certa, antecipada e de valor comparativamente menor.

(e) Dar lucro ao segurado, quando o seguro for contratado com importância segurada superior ao valor real do bem.

[3] Na definição de seguro de Hermard, consta que a operação de seguro é a assunção de um conjunto de eventos determinados pelo segurador, que os compensa de acordo com:

(a) As leis da Estatística e o valor matemático do risco.(b) O princípio do mutualismo e o custo médio dos sinistros.(c) O valor matemático do risco e o mutualismo.(d) As leis matemáticas e o princípio do mutualismo.(e) As leis da Estatística e o princípio do mutualismo.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS74

Anotações:CONSIDERE AS PROPOSIÇÕES A SEGUIR

[4] São elementos essenciais do seguro:

I) A apólice e o prêmio.II) O segurador e o segurado.III) A indenização e o risco.

Assinale a alternativa correta:

(a) Somente a afirmativa I é correta.(b) Somente a afirmativa II é correta.(c) Somente as afirmativas I e III são corretas.(d) Somente as afirmativas II e III são corretas.(e) Todas as afirmativas são corretas.

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[5] O risco pode ser classificado em:

I) Puro, particular, especulativo e fundamental.II) Particular, puro, pessoal e fundamental.III) Fundamental, pessoal, particular e especulativo.

Assinale a opção correta:

(a) Somente a alternativa I está correta.(b) Somente a alternativa II está correta.(c) Somente as alternativas I e II estão corretas.(d) Somente as alternativas I e III estão corretas.(e) Todas as alternativas estão corretas.

MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA

[6] Pode-se definir risco puro como sendo aquele que:

(a) Deve ser tratado com técnicas de seguro, havendo apenas duas possibilidades: perder ou não perder.

(b) Deve ser tratado pelo Estado, com técnicas de seguro.(c) Deve ser tratado com técnicas de seguro, havendo apenas duas

possibilidades: perder ou ganhar.(d) Deve ser tratado com técnicas comerciais, havendo as possibilidades

de perder ou ganhar.(e) Não pode ser garantido pelo seguro.

[7] O parâmetro indispensável para que o risco seja segurável é:

(a) Independer da vontade das partes.(b) Causar prejuízo de ordem financeira e ser mensurável.(c) Ser mensurável e incerto, em alguns casos.(d) Ser mensurável e depender da vontade das partes.(e) Ser possível, futuro e incerto.

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TESTANDO CONHECIMENTOS 75

Anotações:[8] Com referência à classificação dos riscos, podemos afirmar que:

(a) Os riscos puros devem ser tratados pelas seguradoras e admitem duas possibilidades: perder ou ganhar.

(b) A possibilidade de ocorrência de um incêndio em um apartamento é um risco fundamental e deve ser tratado com técnicas de prevenção e combate a incêndio.

(c) Os riscos em que há a possibilidade de perder, não perder ou ganhar, e que são tratados com técnicas comerciais, são denominados riscos especulativos.

(d) Os riscos particulares são pessoais e, portanto, não devem ser tratados por seguradores.

(e) A colisão de dois carros pode ser incluída no conjunto dos riscos fundamentais.

[9] MARQUE A ALTERNATIVA FALSA:

(a) As Condições Gerais constam de todos os contratos de seguro.(b) O contrato de seguro é solene e bilateral.(c) A principal obrigação da seguradora é pagar o prêmio do seguro ao

segurado em caso de sinistro coberto.(d) Um contrato de seguro pode ter Condições Gerais, Condições Especiais

e Condições Particulares.(e) O contrato de seguro é aleatório e oneroso.

[10] A característica básica do seguro que pode ser definida como o conjunto de segurados do Ramo Vida, de uma determinada seguradora, é denominada:

(a) Previdência.(b) Incerteza.(c) Mutualismo.(d) Indenização.(e) Carência.

[11] Podemos citar como exemplos de Seguros de Ramos Elementares:

(a) Prestamista/DPVAT/DPEM(b) Prestamista/Vida/Saúde(c) Saúde/Automóveis (Casco)/DPEM(d) Transportes Nacionais/Automóvel (Casco)/Responsabilidade Civil Geral(e) Penhor Rural/Saúde/Vida

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS76

Anotações:ASSINALE A ALTERNATIVA QUE PREENCHE CORRETAMENTE AS LACUNAS

[12] O Código Civil proíbe a cobertura de seguro para os riscos decorrentes de atos ilícitos do segurado. Há exceção para os riscos _____________, por ato _____________ do segurado ou das pessoas por quem ele seja legalmente responsável.

(a) excluídos/ilegal(b) de Responsabilidade Civil/doloso(c) próprios/da vontade(d) não cobertos/culposo(e) de Responsabilidade Civil/culposo

ASSINALE A ALTERNATIVA QUE PREENCHE CORRETAMENTE AS LACUNAS

[13] Alguns dos instrumentos do contrato de seguro, entre outros, são: ____________, ____________ e ____________.

(a) a apólice/a averbação/o mutualismo(b) a proposta/a apólice/a averbação(c) o endosso/a incerteza/a previdência(d) a previdência/a incerteza/o mutualismo(e) a averbação/a proposta/a incerteza

ASSINALE COM “V” QUANDO A AFIRMATIVA FOR VERDADEIRA E COM “F” QUANDO FOR FALSA

[14] O contrato de seguro é considerado:

( ) Bilateral, porque interessa ao segurado e ao corretor de seguros.( ) Oneroso para ambas as partes contratantes.( ) De boa-fé, porque a seguradora aceitará qualquer seguro proposto, sem

análise do risco.( ) Formal, porque sua forma específica é prevista em lei.( ) Formal, bilateral, aleatório, de boa-fé e oneroso.

Assinale a alternativa correta:

(a) V,F,V,V,F (b) F,V,F,V,V (c) V,V,V,F,F (d) V,F,V,F,V (e) F,V,V,F,V

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TESTANDO CONHECIMENTOS 77

Anotações:[15] ASSINALE COM “F” AS ALTERNATIVAS FALSAS E COM “V” AS ALTERNATIVAS VERDADEIRAS:

( ) A característica indenitária consiste na reparação dos prejuízos decorrentes de sinistro coberto e se faz presente em todos os ramos de seguro.

( ) Existem dois tipos de seguro: proporcionais ou não proporcionais.( ) Os seguros não proporcionais podem ser contratados a Primeiro, Segundo

ou mais Riscos Absolutos.

Marque a opção correta:

(a) F,V,V(b) V,F,V(c) F,V,F(d) V,V,V(e) F,F,F

[16] Os mecanismos de pulverização dos riscos utilizados pelo mercado segurador brasileiro para sua autoproteção, quando assumem riscos de terceiros, são conhecidos como:

(a) Cosseguro e retrocessão.(b) Retrocessão e resseguro.(c) Cosseguro e resseguro.(d) Excesso de danos e retrocessão.(e) Cosseguro, resseguro e retrocessão.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS78

Page 79: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

ESTUDOS DE CASO 79

Caso 1

A empresa XPTO contratou um seguro para suas instalações no valor de R$ 100 milhões. O seguro foi contratado em sistema de cosseguro entre quatro seguradoras conforme distribuição de risco abaixo. Com arrecadação total de prêmios da ordem de R$ 200 mil.

Seguradora A – 10%Seguradora B – 30%Seguradora C – 20%Seguradora D – 40%

Considerando que houve um sinistro com prejuízo total de R$ 1 milhão, que a apólice possuía franquia fixa de R$ 50 mil e que não houve pagamento adicional à líder, calcule quanto coube financeiramente a cada seguradora participante do cosseguro, a arrecadação de prêmios e a participação no pagamento do sinistro.

Caso 2

Uma empresa de transporte de cargas possui o seguinte desenho patrimonial:

• Dez caminhões;• Um galpão para depósito de mercadorias; e• Cinquenta funcionários registrados

Como corretor de seguros, quais os tipos de apólices você sugeriria para contratação a essa empresa?

Estudos de Caso

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS80

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GLOSSÁRIO 81

Apólice: instrumento do contrato de seguro pelo qual o segurado repassa à seguradora a responsabilidade sobre os riscos estabelecidos na apólice. A apólice contém as cláusulas e Condições Gerais, Especiais e/ou Particulares do contrato. Constitui-se, assim, no contrato de seguro propriamente dito.

Aviso de sinistro: comunicação da ocorrência de um evento (sinistro) que o segurado é obrigado a fazer à seguradora, assim que dele tenha conhecimento. Pode-se dizer que é a comunicação oficial à seguradora da ocorrência do sinistro, sua natureza e gravidade.

Beneficiário: pessoa física ou jurídica à qual é devida a indenização em caso de sinistro. O beneficiário pode ser certo (determinado), quando constituído nominalmente na apólice, ou incerto (indeterminado), quando desconhecido na formação do contrato.É a pessoa que recebe a indenização prevista em caso de ocorrência de sinistro com risco coberto. O segurado pode escolher quantas e quais pessoas desejar como beneficiárias, bastando indicá-las no ato da contratação do seguro, desde que o segurado preveja a figura do beneficiário.

Capital segurado: importância segurada fixada, na apólice, correspondente ao valor máximo estabelecido para o objeto do seguro. Pode ser fixo, quando a indenização é paga integralmente (Seguros de Vida, por exemplo) ou proporcional, quando a indenização é apurada segundo os prejuízos sofridos pelo objeto segurado (Ramos Elementares, em geral). É, portanto, o valor escolhido pelo segurado para as coberturas dos seguros.

Condições (Gerais, Especiais ou Adicionais) do seguro: cláusulas que definem os riscos cobertos, riscos não cobertos e demais direitos e obrigações das partes contratantes do seguro.

Corretor de seguros: intermediário, pessoa física ou jurídica, legalmente autorizada a angariar e a promover contratos de seguro entre as seguradoras e as pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, podendo ser brasileiro ou estrangeiro e, se pessoa física, com residência permanente no país.

Dano: todo prejuízo material ou pessoal sofrido por um segurado, passível de indenização de acordo com as condições de cobertura de uma apólice de seguro.

Endosso ou aditivo: documento expedido pelo segurador, durante a vigência do contrato, pelo qual aquele e o segurado acordam quanto à alteração de dados, modificam condições ou objetos da apólice ou o transferem a outrem.

Estipulante: pessoa física (natural) ou jurídica que contrata apólice coletiva de seguros, ficando investida dos poderes de representação dos segurados perante a sociedade seguradora.

Franquia: valor, previsto na apólice, pelo qual o segurado fica responsável em cada sinistro. Pode ser dedutível ou simples.

Glossário

Page 82: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS82

Garantia: designação genérica utilizada para indicar as responsabilidades pelos riscos assumidos por um segurador ou ressegurador. É também empregada como sinônimo de cobertura.

Importância segurada: valor atribuído ao patrimônio ou às consequências econômicas do risco sob expectativa de prejuízos, para o qual o segurado deseja a cobertura do seguro, ou seja, é o limite de responsabilidade da seguradora, que, nos Seguros de Coisas, não deverá ser superior ao valor do bem. Também designada por capital segurado, soma segurada, limite máximo de indenização, limite máximo de probabilidade ou limite máximo de garantia. Este valor é escolhido pelo segurado para as coberturas dos Seguros de Bens Materiais e de Responsabilidade.

Indenização: contraprestação do segurador ao segurado que, com a efetivação do risco (ocorrência de evento previsto no contrato), venha a fazer jus a um recebimento pactuado.

Interesse segurável: legítimo interesse econômico ou pecuniário que as pessoas físicas ou jurídicas podem ter com relação a si próprias, outras pessoas ou bens seguráveis.

Prêmio: importância paga pelo segurado, ou estipulante, à seguradora em troca da transferência do risco a que ele está exposto. Em princípio, o prêmio resulta da aplicação de um percentual (taxa) à importância segurada. O prêmio deve corresponder ao preço do risco transferido à seguradora. O preço do seguro também pode ser denominado custo do seguro.

Prêmio ganho: parcela do prêmio referente ao período de tempo de risco decorrido.

Proposta: formulário impresso, contendo um questionário detalhado que deve ser preenchido pelo segurado, ou seu representante de direito, ao candidatar-se à cobertura do seguro. A proposta é a base do contrato de seguro, geralmente fazendo parte dele. Reintegração: restabelecimento da importância segurada, após o sinistro parcial e o pagamento de uma indenização. A reintegração visa restabelecer o valor da importância segurada para as coberturas dos Seguros de Bens Materiais e de Responsabilidades. É prevista em alguns ramos de seguro.

Risco: evento incerto ou de data incerta que independe da vontade das partes contratantes e contra o qual é feito o seguro. O risco é a expectativa de sinistro. Sem risco não pode haver contrato de seguro. É comum a palavra ser usada, igualmente, para significar o bem ou pessoa sujeita ao risco. O risco também pode ser definido como a incerteza com relação à perda ou o risco é o objeto do seguro, configurando a probabilidade de um evento futuro atingir um bem que representa um interesse econômico para o segurado.

Salvados: tudo aquilo que se consegue resgatar de um sinistro e ainda possui valor econômico. Assim, são considerados tanto os bens que tenham ficado em perfeito estado quanto os parcialmente danificados pelos efeitos do sinistro.

Page 83: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

GLOSSÁRIO 83

Segurado: pessoa física ou jurídica que, tendo interesse segurável, contrata o seguro em seu benefício pessoal ou de terceiros. Pode também ser definido como “a pessoa ou empresa protegida pela cobertura de uma apólice de seguro, para os casos de perdas materiais ou eventos relacionados com a vida”.Seguradora: pessoa jurídica que assume a responsabilidade por riscos contratados e paga indenização ao segurado, ou ao(s) seu(s) beneficiário(s), no caso de ocorrência de sinistro coberto. São empresas legalmente constituídas para assumir e gerir coletividades de riscos, obedecidos os critérios técnicos e administrativos específicos.

Seguro: contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante cobrança de prêmio, a indenizar a outra pela ocorrência de determinados eventos ou por prejuízos eventuais.

Sinistralidade: relação entre os valores indenizados, ou a indenizar, e os prêmios pagos pelo segurado. Mede a expectativa de perda, que é imprescindível para estabelecer o prêmio estatístico ou o custo puro de proteção.

Sinistro: ocorrência de acontecimento previsto no contrato de seguro e que, legalmente, obriga a seguradora a indenizar.

Tarifa: relação das taxas correspondentes a cada classe de risco. É de acordo com a taxa constante da tarifa que o segurador calcula o prêmio relativo ao seguro que lhe é proposto.

Tarifação: avaliação do risco de pessoa física ou jurídica.

Taxa: elemento necessário à fixação das tarifas de prêmios, cálculos de juros, reservas matemáticas. A taxa é um percentual fixo que se aplica a cada caso determinado, estabelecendo a importância necessária ao fim visado.

Terceiro: pessoa que, envolvida num sinistro, não represente nenhuma das duas partes do contrato de seguro (segurado e seguradora). Não se incluem no conceito de terceiros parentes, cônjuge, funcionários, sócios ou representantes do segurado, bem como objetos ou bens de sua propriedade ou posse.

Vigência: período de tempo fixado para validade do seguro (ou cobertura). É o prazo que determina o início e o fim da duração das coberturas ou garantias contratadas.

Vistoria de sinistro: inspeção feita por profissionais habilitados, após o sinistro, para verificar e estabelecer os danos ou prejuízos sofridos pelo objeto segurado.

Vistoria do risco: inspeção feita por profissionais habilitados para avaliar as condições do risco a ser segurado, com a finalidade de estabelecer o valor em risco.

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CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS84

Page 85: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

GABARITO 85

Estudos de Caso

Caso 1

Arrecadação de Prêmios:Seguradora A: 10% de R$ 200 mil = R$ 20 milSeguradora B: 30% de R$ 200 mil = R$ 60 milSeguradora C: 20% de R$ 200 mil = R$ 40 milSeguradora D: 40% de R$ 200 mil = R$ 80 mil

Participação nos Sinistros:Considerando a franquia fixa de R$ 50 mil, o prejuízo total a ser indenizado é de R$ 950 mil (R$ 1 milhão menos R$ 50 mil da franquia)Seguradora A: 10% de R$ 950 mil = R$ 95 milSeguradora B: 30% de R$ 950 mil = R$ 285 milSeguradora C: 20% de R$ 950 mil = R$ 190 milSeguradora D: 40% de R$ 950 mil = R$ 380 mil

Caso 2

A rigor, existem vários tipos de apólice que podem ser contratadas por essa empresa. Abaixo, seguem as principais:

Seguro Patrimonial para o galpão;• Seguro da Frota de automóveis;• Seguro de RCTR-C (obrigatório) e RCFD-C para as cargas;• Seguro de vida em grupo para seus funcionários; e• Seguro Saúde para seus funcionários.•

Gabarito

Testando Conhecimentos

1 – D2 – C3 – E4 – D

5 – A6 – A7 – E8 – C

9 – C10 – C11 – D12 – E

13 – B14 – B15 – A16 – C

Page 86: Conceitos Basicos Seguros 2015 - Funenseg

CONCEITOS BÁSICOS DE SEGUROS86

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 87

Referência Bibliográfica

BARROS, Hamilcar S. C. de. Teoria geral do seguro. Rio de Janeiro: MIC/IRB, [s.d.].

FUNENSEG. Conceitos básicos de seguros. Assessoria técnica de Bruno Kelly e Nelson Flores Duarte. 11. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2014. 88 p.

FUNENSEG. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral do seguro. Assessoria técnica de Bruno Kelly. 13. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2014. 196 p.

FUNENSEG. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral do seguro I. Assessoria técnica de Bruno Kelly. 13. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2014. 116 p.

FUNENSEG. Diretoria de Ensino Técnico. Teoria geral do seguro II. Assessoria técnica de Bruno Kelly. 13. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2014. 154 p.

RIBEIRO, Paulo Gomes. História do seguro: um resumo. Rio de Janeiro: Funenseg, 1994.

SOUZA, Antonio Lober Ferreira et al. Dicionário de seguros: vocabulário conceituado de seguros. Rio de Janeiro: IRB-Brasil Re S/A/Funenseg, 2000.

TEIXEIRA, Antonio Carlos. Contrato de seguro, danos, risco e meio ambiente. Rio de Janeiro: Funenseg, 2004 (T264 C).

Sites

www.fazenda.gov.brwww.susep.gov.brwww2.irb-brasilre.com.br

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