conceito de direito penal

14
RESUMO DIREITO PENAL KELLER Conceito de direito penal Direito penal é o ramo do direito público que define as infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurança aplicáveis aos infratores. Socialmente enfocado é o instrumento de controle social formal. Controle Social Formal = Segue necessariamente um processo legal : acusação formal, defesa, prova, sentença, recurso, etc. Controle Social informal = os castigos são aplicados diretamente pela sociedade, sem o devido processo legal, igreja, família, etc... Sujeito ativo = Indivíduo ou agente que pratica um fato (isto é uma ação ou omissão) tipificado como delituosa pela legislação vigente Sujeito Passivo = Capacidade que o ou agente tem de sofrer as sanções penais incidente sobre uma conduta delituosa. Direito penal objetivo = é o conjunto de normas penais em vigor no país, Direito Penal subjetivo = é o direito de punir que surge para o Estado com a prática de uma infração penal.

Upload: keller-rodrigues

Post on 17-Dec-2014

675 views

Category:

Education


0 download

DESCRIPTION

Direito Penal

TRANSCRIPT

RESUMO DIREITO PENAL KELLER

Conceito de direito penalDireito penal é o ramo do direito público que define asinfrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de segurançaaplicáveis aos infratores. Socialmente enfocado é o instrumento de controle social formal.

Controle Social Formal = Segue necessariamente um processo legal : acusação formal, defesa, prova, sentença, recurso, etc.Controle Social informal = os castigos são aplicados diretamente pela sociedade, sem o devido processo legal, igreja, família, etc...

Sujeito ativo = Indivíduo ou agente que pratica um fato (isto é uma ação ou omissão) tipificado como delituosa pela legislação vigenteSujeito Passivo = Capacidade que o ou agente tem de sofrer as sanções penais incidente sobre uma conduta delituosa.

Direito penal objetivo = é o conjunto de normas penais em vigor no país, Direito Penal subjetivo= é o direito de punir que surge para o Estado com a prática de uma infração penal.

RESUMO DIREITO PENAL KELLER

Fontes do Direito Penal

RESUMO DIREITO PENAL KELLER

Interpretação do Direito Penal

Métodos de interpretação da norma legal são: gramatical, lógico, sistemático, histórico, teleológico, sociológico. Desses métodos de interpretação pode-se obter resultados de forma declarativa, restritiva e extensiva

A interpretação analógica extensiva decorre da busca do sentido de um texto legal existente, enquanto a analogia é empregada justamente na ausência de texto legal especifico sobre o caso concreto. (Marinho e Freitas).

Entretanto, para o Direito Penal, em respeito ao princípio da legalidade ou princípio da reserva legal, não há crime sem lei que o preveja. Desta forma, é vedado o uso da analogia para tipificar condutas incriminadoras. Contudo, pode-se fazer uso da analogia para favorecer a liberdade da pessoa (princípio geral de direito do favor libertatis). Essa é a conhecida analogia in bonam partem.

Princípios do Direito Penal

- Relacionados com a Missão do Direito penal

A) PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL (CONSTITUCIONAIS):

* Princípios relacionados com a missão fundamental do Direito Penal

* Princípios Relacionados com A MATERIALIZAÇÃO DO FATO

RESUMO DIREITO PENAL KELLER

* Princípios relacionados com o agente do fato

* Princípios relacionados com o a pena

Podem ser divididos em quatro grupos:

Princípios relacionados com a missão fundamental do Direito Penal

Princípio da exclusiva proteção dos bens jurídicos ; Nenhuma criminalização é legítima se não visa evitar a lesão ou o perigo de lesão a um bem juridicamente determinável e relevante ao indivíduo ou para a coletividade.

PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, mantendo-se subsidiário e fragmentário (subsidiariedade e fragmentariedade são características da intervenção mínima). Vejamos:

a) subsidiariedade – a sua intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle – ultima ratio;

b) fragmentariedade – Punir o que é realmente importante!

Garantismo- Para Ferrajoli, “o garantismo – entendido no sentido do ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITO, isto é, aquele conjunto de vínculos e de regras racionais impostos a todos os poderes na tutela dos direitos de todos, representa o único remédio para os poderes selvagens”.

01. “Não há pena sem crime” – Princípio da Retributividade.

RESUMO DIREITO PENAL KELLER

02. “Não há crime sem lei” – Princípio da Legalidade.03. “Não há lei penal sem necessidade” – Princípio da Intervenção Mínima.Delito.04. “Não há necessidade sem injúria” – Princípio da Ofensividade.05. “Não já injúria sem ação” – Princípio da Exteriorização.06. “Não há ação sem culpa” – Princípio da Culpabilidade.Processo.07. “Não há culpa sem sentença” – Princípio da Jurisdicionalidade.08. “Não há sentença sem acusação” – Princípio Acusatório ou Inquisitório.09. “Não há acusação sem prova” – Princípio do Ônus da Prova.10. “Não há prova sem defesa” – Princípio do Contraditório e Ampla Defesa.

Princípios Relacionados com A MATERIALIZAÇÃO DO FATO

Princípio da Materialização do fato Não se pune a pessoa pelo que ela pensa, nem pelo que ela é (Direito Penal do Autor), Pune-se apenas a pessoa pelo fato que ela pratica .

Princípio da legalidade ou Reserva Legal O princípio da legalidade, segundo o qual nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada, sem que antes desse mesmo fato tenham sido instituídos por lei o tipo delitivo e a pena respectiva, constitui uma real limitação ao poder estatal de interferir na esfera das liberdades individuais.NÃO HÁ CRIME SEM LEI ANTERIOR QUE O DEFINA. NÃO HÁ PENA SEM PRÉVIA COMINAÇÃO LEGAL.

RESUMO DIREITO PENAL KELLER

há quatro dimensões do princípio da legalidade, que constitui limite formal do ius puniendi . São elas:

1. princípio da legalidade criminal: não há crime sem lei anterior que o defina;

2. princípio da legalidade penal: não há pena sem prévia cominação legal;

3. princípio da legalidade jurisdicional ou processual: não há processo sem lei, leia-se, ninguém será privado de liberdade sem o devido processo legal;

4. princípio da legalidade execucional: nulla executio sine lege: a jurisdição penal dos juízes ou tribunais de justiça ordinária, em todo o território nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade da Lei das Execuções Penais e do Código de Processo Penal.

GARANTIAS EMANADAS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADEO princípio da legalidade apresenta algumas dimensões de garantia:- lex escripta: a lei penal há de ser escrita;- lex populi: há de ser uma lei emanada do parlamento (com representantes eleitos pelo povo);- lex certa: o crime não pode ser vago, logo a lei deve ser pautada na taxatividade, na certeza;- lex clara: assim também, deve ser clara ao entendimento de qualquer um do povo; há de ser inteligível;- lex determinata: a lei deve descrever fatos passíveis de comprovação em juízo e possíveis de serem perpetrados;- lex rationabilis: a lei penal há de ser pautada na razoabilidade;- lex estricta: a lei penal deve ser interpretada restritivamente;- lex praevia: é a própria anterioridade da lei penal.

RESUMO DIREITO PENAL KELLER

Princípio da ofensividade ou lesividade O Princípio da Lesividade ou da Ofensividade (nullum crimen sine iniuria) no Direito Penal exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado .Daí decorre que, no direito brasileiro, não se pune quem pratica a auto-lesão, como o sobrevivente da auto-tentativa de Suicídio.

Princípios relacionados com o agente do fato

Princípio da responsabilidade pessoal; O princípio da responsabilidade pessoal proíbe o castigo penal pelo fato de outrem (pelo fato alheio), já que o ser humano só pode responder penalmente pelos fatos próprios. Ou seja: ninguém pode ser responsabilizado criminalmente por fatos de terceiros. A responsabilidade penal, diferente da civil, tributária etc., deve recair diretamente sobre a pessoa que exteriorizou o fato, que se envolveu causal e juridicamente no fato.

Deste princípio decorre a não existência no Direito penal de responsabilidade coletiva, societária ou familiar.

Princípio da responsabilidade subjetiva ;Por força do princípio da responsabilidade subjetiva não basta que o fato seja materialmente causado pelo agente: para que se possa fazê-lo responsável se requer, ademais, que o fato tenha sido

RESUMO DIREITO PENAL KELLER

querido (dolo) ou, pelo menos, que tenha sido previsível o resultado (culpa).

Assim, ninguém pode ser castigado senão pelas consequências queridas (dolosas) ou previsíveis (culposas) dos seus próprios atos.

Princípio da culpabilidade O Agente do fato só pode ser responsabilizado ou seja reprovado penalmente se :a) Tinha capacidade de se motivar de acordo com a normab) Podia agir de maneira adversa e não agiu

Princípio da igualdade ;Atualmente adotamos a teoria valorativa, alei pode fazer distinções desde que justificadas ( caso contrário é discriminação)

Princípio da presunção de inocência ou não-culpa. O princípio do Estado de Inocência, também conhecido como Presunção de Inocência, ou Presunção da não culpabilidade é consagrado por diversos diplomas internacionais e foi positivado no Direito Brasileiro com a Constituição de 1988. A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 em seu artigo XI, 1, dispõe: “Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa”

Tal direito garante ao acusado todos os meios cabíveis para a sua defesa (ampla defesa), garantindo ao acusado que não será declarado culpado

RESUMO DIREITO PENAL KELLER

enquanto o processo penal não resultar em sentença que declare sua culpabilidade, e até que essa sentença transite em julgado, o que assegura ao acusado o direito de recorrer. Nas palavras de Renato Brasileiro de Lima, em sua obra Manual de Processo Penal, volume 1 o princípio da Presunção de Inocência:

"Consiste no direito de não ser declarado culpado senão mediante sentença transitada em julgado, ao término do devido processo legal, em que o acusado tenha se utilizado de todos os meios de prova pertinentes para sua defesa (ampla defesa) e para a destruição da credibilidade das provas apresentadas pela acusação (contraditório)"

Princípios relacionados com a pena

Princípio da proibição da pena indigna ;À ninguém pode ser imposta uma pena ofensiva à dignidade humana.

Princípio da humanidade das penas ; Nenhuma pena pode ser cruel, desumana e degradante.

Vale observar que os dois princípios acima configuram desdobramento lógico da dignidade da pessoa humana – art. 5º, CADH.

Princípio da proporcionalidade ;Desdobramento do princípio da individualização da pena. A pena deve ser proporcional à gravidade da infração penal

Princípio da vedação do bis in idem.

PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DO BIS IN IDEM – proíbe a dupla punição,

RESUMO DIREITO PENAL KELLER

processo ou exceção. Possui três significados: processual – ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo fato (crime); tem o significado material – ninguém pode ser condenado pela segunda vez em razão do mesmo fato; execucional – ninguém pode ser executado duas vezes por condenação do mesmo fato.

LEI PENAL E NORMA PENALLEI PENAL- É aquela que disciplina algum aspecto do IUS Puniende, é descritiva (descreve os dados de um delito ou pena)Características: * Imperatividade, * Generalidade, *É fonte de uma norma penal.Dividem-se em dois Grupos :Lei Penal Incriminadora: Cuida do crime da Pena e da Medida de Segurança.

Lei Penal Não Incriminadora:Aquela que autoriza uma condutaEX: Aborto no caso de estuproPode se também Justificantes

LEI PENAL E TIPO PENALTipo : Descrição abstrata de um crime, é uma construção dogmática.Tipo Penal: É o conjunto de todas as exigências do fato típico .Tipo Legal: É o conjunto de dados descritivos do crime contidos na Lei. (é tudo que se lê)

LEI PENAL EM BRANCO

As normas penais em branco se dividem em dois grupos:

RESUMO DIREITO PENAL KELLER

Própria normas penais em branco homogêneas (ou em sentido amplo) – se o seu complemento é oriundo da mesma espécie legislativa que editou a norma que necessita do complemento.

normas penais em branco heterogêneas (ou em sentido estrito) – seu complemento é oriundo de fonte diversa daquela que a editou. Regulamento complementando lei.

Imprópria :