14UNIDADE

ÉTICA NA ORGANIZAÇÃO

COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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ÉTICA NA ORGANIZAÇÃO

Caro (a) Aluno (a),

Nesta unidade, tratamos da importância da ética no âmbito da comunicação empresarial. Você pode se perguntar: por que estudar isso? No ambiente organizacional, encontramos dois tipos importan-tes de comunicação: a chamada de ética social e a ética na comu-nicação. Sendo assim, o exercício da ética é relevante para que não ocorram problemas, tanto no ambiente interno quanto no externo.

Bons estudos!

A globalização tornou as organizações mais expostas e, dessa forma, ficam mais evidentes quaisquer tipos de ação positiva ou ne-gativa. Hoje, uma empresa é compreendida como um elemento ativo, seja no contexto social, cultural, político, econômico etc., e isso leva, obrigatoriamente, a compromissos e responsabilidades para com a sociedade de modo geral.

CONCEITO

Para Chiavenato (2014, p. 613) a ética

[...] constitui o conjunto de valores ou princípios morais que definem o que é certo ou errado para uma pessoa, um gru-po ou uma organização. O comportamento ético acontece quando a organização incentiva seus membros a se com-portarem eticamente de maneira que os membros aceitem e sigam tais valores e princípios. Em termos amplos, a ética é uma preocupação com o bom comportamento: é uma obrigação de considerar não apenas o bem-estar pessoal, mas o das outras pessoas. (CHIAVENAT, 2014, p. 613)

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ÉTICA SOCIAL

A ética envol-ve todos os parceiros internos ou externos ligados à organização. Ela é um elemento agre-gador de ações positivas para a sociedade, e isso é rea-lizado pelos administradores e par-ceiros.

É importante a imagem que a organização passa para o públi-co externo e para o interno. O sucesso empresarial só e garantido na medida em que ela oferece práticas éticas de confiança e justiça.

E para isso acontecer, Chiavenato (204, p. 614) destaca que as práticas éticas nos negócios beneficiam a organização em três aspec-tos.

1. Aumento da produtividade: quando a administração enfatiza a ética em suas ações frente aos seus parceiros, os funcionários são afetados direta e positivamente. Quando a organização procura assegurar a saúde e o bem-estar dos funcionários ou define programas para ajuda-los, esses pro-gramas constituem uma fonte de produtividade melhorada.

2. Melhoria da saúde organizacional: práticas adminis-trativas éticas melhoram a saúde organizacional e afetam positivamente os parceiros externos, como fornecedores ou clientes. Uma imagem pública positiva atrai consumidores que visualizam a imagem da organização como favorável ou desejável.

AMBIENTE LOCAL DE TRABALHO COMUNIDADE

MER

CADO

ÉTICA EMPRESARIAL

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3. Minimização da regulamentação governamental: quando as organizações são confiáveis quanto à ação ética, a sociedade deixa de pressionar por uma legislação que re-gule mais intensamente os negócios. (CHIAVENAO, 2014, p. 614)

Essas práticas éticas se dão por meio da comunicação, com pro-pagandas, folders, outdoors, entre outros para o público externo; e com a correspondência interna para os colaboradores internos.

A ética social pratica a democracia com os diversos públicos, respeitando as diferenças, incentivando atitudes positivas e isso deve ser diário. A repetição dessas atitudes é que faz o ambiente reagir de forma agradável, com parceiros satisfeitos em suas áreas de atuação.

Desta forma, Matos (2009, p. 27) afirma que:

[...] as empresas que melhor se espelham na ética são aque-las que se comunicam e promovem a comunicação interna e externa como uma extensão dos seus princípios e valores. São as empresas que reconhecem a função estratégica da comunicação para o estabelecimento de uma gestão em-presarial socialmente responsável.

Portanto, a comunicação continua sendo importante em cada espaço, físico ou não, de uma organização; em todos os níveis hierár-quicos; a todo o momento. Assim, para que se estabeleça este laço entre a ética e a comunicação, trataremos da ética na comunicação.

ÉTICA NA COMUNICAÇÃO

Matos (2009, p. 26) afirma que:

a comunicação tanto pode construir como destruir. Por isso, comunicação tem estreita relação com ética e responsabi-lidade social. Todo indivíduo, família, organização ou so-ciedade que reprima o diálogo e a conversação e se feche para o entendimento estará conspirando contra a saudável formação das personalidades, talentos e competências

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Sendo assim, podemos entender melhor a necessidade de se exercitar a ética em todos os momentos da vida. Primeiramente, por-que o indivíduo ético, por natureza, contribuirá muito com a socie-dade em geral; segundo, porque ele buscará exercer a ética no seu ambiente de trabalho, facilitando a interação com seus iguais, assim como, com suas atitudes servirão de exemplo a ser seguido.

Chiavenato (2014, p. 614) afirma que a “ética influencia todas as decisões dentro da organização”. Assim, buscando um consenso, algumas organizações têm seu próprio código de ética, visando à orientação de seus parceiros. No entanto, o autor ainda afirma que duas providências são necessárias para que o código seja seguido adequadamente, como está a seguir

1. As organizações devem comunicar o seu código de ética a todos os seus parceiros, isto é, às pessoas dentro e fora da organização.

2. As organizações devem cobrar continuamente com-portamentos éticos de seus parceiros, pelo respeito a seus valores básicos ou adotando práticas transparentes de ne-gócios. (CHIAVENATO, 2014, p. 615)

Já, para Silva (2013, p. 62-63), o comportamento ético

[...] é aquele aceito como certo ou bom, no contexto de um código moral de governo.

Ao longo dos anos, quatro visões do comportamento ético têm sido identificadas:

Visão utilitarista: considera comportamento ético aquele que entrega os melhores produtos para um grande número de pessoas.

Visão individualista: considera comportamento ético aquele que eleva os autointeresses, ou seja, o respeito à condição de indivíduo, no longo prazo.

Visão de direitos morais: considera comportamento ético aquele que respeita e protege os direitos fundamentais das pessoas.

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Visão da justiça: considera comportamento ético aquele que trata as pessoas imparcialmente e de maneira justa de acordo com regras e padrões iguais.

Essas são algumas premissas básicas para nortear o compor-tamento humano nas empresas, sem haver risco de quebra da ética. No entanto, as pessoas são seres únicos, que trazem para dentro da empresa, valores, conceitos, culturas diferentes umas das outras, por isso é que existe o código de ética. Ele vem para nortear os parceiros em relação ao comportamento ético com a empresa, e na empresa, com os outros indivíduos e com a sociedade.

Matos (2009, p. 27), afirma que

A capacidade de avaliarmos uma situação, julgando suas causas e efeitos, permite-nos discernir o que é favorável para o nosso bem-estar físico, mental e espiritual, e ainda, o que é mais adequado para um contexto de justiça social e equilíbrio ambiental. [...] Invariavelmente esse tipo de refle-xão levar-nos-á a dois termos que sintetizam a importância da relação da comunicação com a ética para a existência humana: liberdade de expressão e responsabilidade. Com a sua consciência o homem é capaz de decidir. E quando es-tamos livres para escolher entre esta ou aquela ação, torna-mo-nos responsáveis pelo que praticamos. (MATOS, 2009, p. xxxvii)

Assim, a comunicação deve levar em conta o compromisso com a ética, pautada pela verdade, pelo respeito aos cidadãos, pela elimi-nação do preconceito de qualquer ordem e pela sustentação de um clima favorável. (MATOS, 2009, p. 27).

As relações comunicacionais nas empresas se dão pela intranet. Sendo assim, é importante o estabelecimento de uma prática ética, tomando cuidado com expressões que gerem ambiguidade, com as gírias e com o tratamento entre os pares, pois a mensagem, depois de enviada, não tem como ser excluída.

Muitas empresas adotam um padrão para este tipo de corres-pondência, estabelecendo regras para se dirigir a um superior, evitar

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determinadas palavras ou expressões, formatação do texto, entre ou-tros.

Para alguns, isso pode indicar burocracia, no entanto, facilita muito as trocas de mensagens, pois é estabelecido, inclusive, o uso de determinadas palavras ou expressões para os diversos tipos de texto. Agindo dessa forma, evita-se o constrangimento na hora de escrever um texto por não saber que palavra utilizar ou incorrer num erro que não possa mais ser solucionado. Assim como, não existe a probabilidade de tratar um parceiro de forma inadequada em relação a nível hierárquico. Muito melhor chamar todos de “senhor(a)” do que simplesmente “você”, pois nem sempre se conhece o interlocutor. São pequenas atitudes éticas que farão do ambiente organizacional um espaço de convívio positivo, reforçando a necessidade de praticar a ética em todos os momentos.

A ética na comunicação tem influência direta na qualidade de vida e na formação das atitudes dos colaboradores, e eles exercem influência na formação da cultura da empresa e na qualidade dos produtos e serviços que atenderão às necessidades do meio social. (MATOS, 2009, p. 29). Isso acontece porque os colaboradores são um canal importante na divulgação das práticas éticas desenvolvidas na empresa, levando esse exemplo para o público externo.

Esses conceitos éticos vêm sendo incorporados à vida das orga-nizações com o intuito de estabelecer uma harmonia entre o lucro e a sua atuação frente a seus públicos.

Uma nova postura das empresas, explicitando essas questões, exige uma redefinição da comunicação empresarial e, consequente-mente, da atuação das relações públicas. Preocupar-se com questões sociais e a ética é o desafio posto à comunicação empresarial.

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Em uma de suas fábulas*, Francisco Gomes de Matos aborda a relação entre incomunicabilidade e ética:

Certo dia, a Ética desceu do Olimpo sob a forma de uma linda mulher e dirigiu-se a um reino poderoso. Todos, ao vê-la à distân-

cia, ficavam maravilhados, mas à medida que se aproximava, fecha-vam-lhe a porta.

A Ética tentava comunicar-se, mas em vão: ninguém queria de-frontar-se com ela. Bastava sua visão longínqua.

Finalmente, acabrunhada, ao retirar-se, encontrou a Verdade que se espantou com a sua profunda tristeza:

- Que foi, minha irmã? O que tanto a magoou?

- Cheguei em missão de paz, mas ninguém quis receber-me – disse a Ética, não entendendo as razões porque foi rejeitada.

- Olhe-me de frente! Ninguém, nem mesmo você, minha cara Ética, foi capaz de perceber a Verdade: nós somos espelhos. As pes-soas têm medo de se verem refletidas em nós...

*Fonte: Visão & Parábolas – compreendendo a cultura das organi-zações, de Francisco Gomes de Matos, Rio de Janeiro: Campus, 2004.

GLOSSÁRIO

Intranet: A intranet é uma rede interna, fechada e exclusiva, com acesso somente para os funcionários de uma determinada empresa e, muitas vezes, liberado somente no ambiente de trabalho e em com-putadores registrados na rede. Essa restrição do ambiente de trabalho não é necessária, já que as intranets não são necessariamente LANs, mas, sim, redes construídas sobre a internet. Em outras palavras, tec-nicamente, é possível acessar intranets de qualquer computador liga-do à internet, caso a mesma também esteja ligada à internet.

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REFERÊNCIAS

CHIAVENATTO, I. Introdução à teoria geral da administração. 9ª ed. Barueri – SP: Manole, 2014

MATOS, G. M. de, Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a comunicação na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 2ª ed. rev. e ampl.-Barueri, São Paulo, Manole, 2009.

O que é intranet e extranet? Disponível em: <http://www.tecmundo.com.br/conexao/1955-o-que-e-intranet-e-extranet-.htm.>. Acesso em: fev. 2016.

SILVA, R. O. Teorias da administração. 3ª ed. São Paulo: Pearson Edu-cation do Brasil, 2013.

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