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EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ESTRUTURA DO IDIOMA ESCRITO COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 08 UNIDADE

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Comunicação Empresarial - Unidade08

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EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ESTRUTURA DO IDIOMA ESCRITO

COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

08UNIDADE

Unidade 08. Estrutura do Idioma Escrito2

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ESTRUTURA DO IDIOMA ESCRITO

“Português é fácil de aprender porque é uma língua que se es-creve exatamente como se fala.” (Mito popular)

Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu es-panhol qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê.

Este texto é de autoria de Jô Soares, para a revista Veja. É com esta brincadeira que se observa a diferença entre o português falado e o escrito. A fala e a escrita são duas modalidades diferentes da lín-gua que acontece em todas as línguas.

Na língua escrita, existem exigências em relação às regras da gramática normativa, pois no ato da fala as pessoas podem repetir o que foi dito, utilizar as expressões corporais, o olhar, muda-se de expressão facial, o tom da voz, o ritmo; fazem-se pausas maiores ou menores para explicar alguma coisa, também se fala mais rapidamen-te ou mais demoradamente, etc. No entanto, na língua escrita é ne-cessária a utilização de elementos significativos próprios, ausentes da fala, daí usa-se os sinais de pontuação entre outros recursos.

O fato de a linguagem oral apresentar estes “erros”, não se deve interpretar como falta de cultura ou de conhecimento, apenas signifi-ca que a fala e a escrita necessitam de conhecimentos diferentes.

Segundo Cereja (2003, p. 264), foi observado que sem pontua-ção o texto escrito não tem sentido e, que uma frase adquire sentidos

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diferenciados quando pontuada de diferentes formas. Sendo assim, “os sinais de pontuação estão diretamente relacionados com a sintaxe das orações e das frases, servindo para marcar as pausas e a ento-nação e também para substituir outros componentes específicos da língua falada, como os gestos e a expressão facial. Desse modo, faci-litam a leitura e tornam o texto mais claro e preciso”. (CEREJA, 2003).

O autor ainda afirma que atualmente alguns sinais de pontua-ção obedecem a certa disciplina, tais como o ponto, o ponto e vírgula, a vírgula, os dois pontos e o ponto de interrogação. Os demais têm um emprego mais livre, de modo mais subjetivo, como o ponto de exclamação e as reticências. (CEREJA, 2003, p. 264).

VÍRGULA

Pontuar corretamente um texto é tarefa bem árdua para alguns. Algumas pessoas certamente já ouviram a frase “a vírgula é uma pau-sa para respirar”. A vírgula não é uma pausa oral e, sim, gráfica. Por-tanto, é necessário tomar muito cuidado. Por ser gráfica, possui re-gras, como a seguir.

1. Usar a ordem direta: sujeito/verbo/complemento (SVC). Jamais se-parar com vírgula o sujeito do verbo nem o verbo de seu comple-mento.

Ex.: “As novas cadeiras já foram encomendadas para as salas de reunião.”

SUJEITO VERBO COMPLEMENTO

2. Se a intenção é valorizar alguma ideia, é só inverter a ordem e em-pregar a vírgula.

Ex.: “Para as salas de reunião, as novas cadeiras já foram encomenda-das. ”

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3. Usar vírgulas no caso de aposto explicativo.

Ex.: “As novas cadeiras, encomendadas em São Paulo, seguirão para as salas de reunião em junho. ”

Aposto é o trecho que está explicando onde as cadeiras foram encomendadas, é uma explicação, e não interfere na interpretação da frase.

4. Vírgula antes da conjunção “e” somente em função de sujeitos di-ferentes.

Ex.: “O Ministério Público manifestou-se contra o projeto, e o Senado a favor.”

O primeiro sujeito é “o Ministério Público” e segundo é o “Se-nado”, e em seguida do primeiro sujeito tem-se a vírgula, e o que faz com que ela seja necessária são os dois sujeitos e a conjunção “e”.

5. Nos vocativos, vírgula.

Ex.: Paulo, Senhor Presidente, Prezada Senhora.

Cada um desses exemplos é um vocativo, um chamamento.

6. Quando o “que” introduzir valor explicativo.

Ex.: “A empresa autorizou o desembarque das frutas, que não estavam contaminadas. ”

A conjunção está explicando o motivo do desembarque das frutas.

7. Quando houver supressão do verbo.

Ex.: Maria gosta de cinema; Pedro, de teatro.

Neste caso, é necessário informar ao leitor que o verbo gostar deveria, a princípio, estar presente na segunda oração, mas, como isso não ocorreu, pois deixaria o texto repetitivo, coloca-se a vírgula

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para marcar essa omissão. (CORREA, 2006, p. 109).

8. Quando houver enumeração

Ex.: Cartas, e-mails, relatórios, atas e memorandos são exemplos de correspondência.

A utilização não adequada da vírgula, ou mesmo a falta dela, pode causar alguns danos na informação. Observe os exemplos a se-guir.

Se os homens soubessem o valor que têm as mu-lheres, ficariam de joelhos a seus pés.

Se os homens soubessem o valor que têm, as mulheres ficariam de joelhos a seus pés.

Na primeira frase, os homens é que devem valorizar as mulhe-res. No segundo caso as mulheres é que devem valorizar os homens. Nenhum dos casos está incorreto, porém a interpretação é diferente para cada um deles. Dependendo do contexto um erro na colocação da vírgula pode causar muitos danos.

PONTO E VÍRGULA

Este sinal de pontuação deve ser empregado:

1. na separação dos diversos itens de enumeraçõe;

Ex.: Nesta edição, a revista Comunicação traz os seguintes artigos: Ação afirmativa: política pública e opinião; A arquitetura na ‘estética’

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de Lukács; Previdência complementar para o serviço público no Brasil; Transferências de renda focalizadas nos pobres – o BPC versus o Bolsa Família; Fatores que influenciam o ambiente da assistência à saúde no Brasil – modelo atual e novas perspectivas.

2. na separação de partes de um todo;

Ex.: “A forma como a documentação foi enviada é contraditória: al-gumas notas ficais vinham acompanhadas de fatura discriminativa; outras apenas de recibos. ”

PONTO FINAL

Usa-se o ponto ao final de frases, orações, períodos, isto é, quando houver necessidade de concluir o pensamento. É importante lembrar que para cada parágrafo, há uma ideia central.

• Usar ponto final depois do ano, como no exemplo:

Rio de Janeiro, 23 de março de 2000.

• As letras que compõem uma sigla não são separadas por ponto: IBM, CEF, ECT, etc.

• Nas unidades de medida, os pontos também não são empregados: 63 kg, 18 m.

• Não se usam pontos em títulos, assuntos nem no endereçamento de qualquer correspondência.

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DOIS PONTOS

1. Dois-pontos são bem-vindos na introdução de enumerações.

Ex.: “Solicitamos informar até 31/10 os nomes dos servidores desse setor que receberão os dados sobre remessa de cargas, classificados em: atribuição de recebimento e atribuição de informação.”

2. Na introdução de declarações textuais de outras pessoas.

Ex.: O filósofo Schopenhauer nos deixou uma reflexão: “as pessoas comuns preocupam-se apenas em passar o tempo; quem tem um talento para alguma coisa, em utilizá-lo”.

ASPAS

1. Citações. Se o trecho iniciar com caixa baixa, aspas dentro do pon-to; se com caixa alta, aspas fora do ponto.

Ex.: 1: O ministro disse: “Não foi possível salvar a economia. ” Isso le-vou o plenário à loucura.

Obs.: Neste caso, não é necessário pontuar no final novamente.

Ex.: 2: O ministro disse que “não foi possível salvar a economia”. Isso levou o plenário à loucura.

O ministro disse: “Não foi possível salvar a economia” (isso le-vou o plenário à loucura).

2. Ao usar neologismos (palavras ou expressões novas da Língua Por-tuguesa) ou termos técnicos limitados a determinadas categorias profissionais: “dolarizar”, “dolarização”, “apagão”.

Obs.: usamos itálico para títulos de livros e DVD; nomes de pro-jetos e eventos.

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• Não usar ponto de interrogação em títulos, subtítulos ou outras estruturas interrogativas indiretas.

• Evitar ao máximo empregar o ponto de exclamação.

• Travessões simples ou duplos somente para enfati-zar palavra ou trecho importante no contexto.

RETICÊNCAS

Elas têm a função de indicar que a frase foi suspensa, também podem indicar que houve dúvida, hesitação ou surpresa.

Ex.: “A verdade não me faz sentido... é por isso que eu a temia e a temo... sinto que uma primeira liberdade est pouco me tomando...” (Clarice Lispector)

PARÊNTESES

São usados para intercalar, num texto, qualquer indicação aces-sória (uma explicação, situação incidental, uma nota emocional).

Ex.: “Saía para a rua com medo. (Que rua larga!) Não encontrava ninguém.” (Clarice Lispector). (CAMPEDELLI, 2002, p. 404-407).

TRAVESSÃO

Ele serve para:

• fundamentalmente, para indicar a mudança de interlocutor nos di-álogos;

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• para isolar a fala da personagem da fala do narrador;

• para destacar ou isolar palavras ou expressões no interior de frases. (CEREJA, 2003, p. 268)

PONTO DE EXCLAMAÇÃO

É empregado no final de frases exclamativas, com a finalidade de indicar estados emocionais, como espanto, surpresa, súplica, dor, alegria.

Para entender melhor das regras de gramática, você pode estudar por meio de gramáticas facilmente encon-tradas em livrarias, como também livros com exercícios de anál i -se sintática. Isso não agregar não só na sua escrita, como também no seu vocabulário. Vale muito a pena conhecer mais sobre nossa língua.

GLOSSÁRIO

SINTAXE:

sf 1. Parte da gramática que trata da função e disposição das palavras nas orações, da disposição das orações no discurso e da boa construção gramatical; 2. Maneira de organizar as palavras no discur-so; construção frasal; 3. Livro que trata das regras da sintaxe. (AMORA, 2009, p. 680)

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REFERÊNCIAS

AMORA, a. s. Minidicionário Soares Amora da língua portuguesa. 19ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

BOSCO, J. B. Redação empresarial. São Paulo: Atlas, 1998

BUSUTH, M. F. Redação técnica empresarial. Rio de Janeiro: Quali-tymark, 2004.

CAMPEDELLI, S. Y., SOUZA, J. B. Literatura, produção de Textos & Gramática – volume único. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

CEREJA, W. R., MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens – volume único. São Paulo: Atual, 2003.

CORREA, V. L. Leitura e produção de texto. 2ª Ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2006.

_____. Língua portuguesa: da oralidade à escrita. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2010.

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