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EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DA LINGUAGEM COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 07 UNIDADE

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Comunicação Empresarial - Unidade07

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EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DA LINGUAGEM

COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

07UNIDADE

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Unidade 07. Características e Funçõs da Linguagem2

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Já vimos na Unidade 1 os elementos da comunicação: emissor, receptor, mensagem, canal de comunicação, referente e código, pois eles são os fatores que entram em jogo quando se estabelece uma comunicação, até podendo-se falar em predominância de um deles, conforme o tipo de mensagem.

Assim, segundo a predominância, prevalece uma determinada função da linguagem, também já apresentada na Unidade 1. Porém, neste momento, juntaremos os elementos da comunicação com as funções da linguagem, conforme tabela 1 a seguir.

A ÊNFASE NO FATOR DETERMINA A FUNÇÃOReferente ReferencialEmissor EmotivaReceptor Apelativa (ou Conativa)

Mensagem PoéticaCanal Fática

Código MetalinguísticaFonte: Campedelli, S. Y. Literatura, Produção de Textos & Gramática – vol. Único, 3ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2002. p. 327

FUNÇÃO REFERENCIAL - PREDOMÍNIO DA INFORMAÇÃO

Quem é que manda aqui?

Há mais de um século, a América Latina constitui uma região onde a influência norte-americana é muito grande. Qualquer

problema que ocorra na região interessa, em maior ou menor grau, à grande potência do norte. Seus sucessivos governantes têm consi-derado a América Latina como uma área de importância vital aos seus interesses econômicos, políticos, estratégicos.

Pode-se afirmar que a origem desse caráter hegemônico dos

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Unidade 07. Características e Funçõs da Linguagem3

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

estados Unidos em relação à América Latina tomou forma no sécu-lo passado quando foi idealizada, pelo presidente norte-americano James Monroe, a chamada “Doutrina Monroe” (1823). Por ela os Estados Unidos não permitiam que países extracontinentais se en-volvessem em novos projetos colonialistas no continente. Ao mesmo tempo, o governo norte-americano daria toda a solidariedade à inde-pendência das nações latino-americanas.

A frase-síntese da Doutrina Mon-roe era: “A América para os ame-

ricanos”. Mais tarde, no entan-to, a nobre causa esboçada originalmente por aquela doutrina foi desvirtuada pe-

las pretensões imperialistas dos Estados Unidos, levando alguns latino

-americanos a afirmar que sua frase-síntese deveria ser “A América para os norte-americanos”.

Observa-se que o elemento predominante desse texto é a informação, chamada também referente ou

contexto. Por isso, que a função da linguagem, nesse tex-to, é a referencial, pois se refere ao conteúdo da mensagem, àquilo que é dito. É a linguagem do objeto, da terceira pessoa (ele). Há pre-valência nos textos científicos, nas matérias jornalísticas, nos avisos, nos filmes e documentários, nas mensagens objetivas.

FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA: O FATOR IMPORTANTE É O “EU”

A ocorrência é quando o fator mais importante é o próprio eu, o referente da mensagem. O assunto refere-se a quem fala (ou escreve).

“Apesar de não ser cristã, eu acho uma delícia o Natal. É uma data muito positiva. Na véspera, costumo fazer uma pe-regrinação nas casas de amigos e parentes. Para o Ano-Novo

ainda não combinei nada, mas gosto de ficar tranquila nesse dia,

Fig.01

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Unidade 07. Características e Funçõs da Linguagem4

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

sem nenhum compromisso. De preferência à beira-mar, com amigos e pessoas queridas. Nada de plumas e paetês – apenas céu, lua, estre-las, mar e muita música. ”

Esse texto é um depoimento e deixa bem claro que a informa-ção se refere ao próprio remetente da mensagem. Sua predominância é em textos do tipo diário pessoal, confidências, declarações de amor, entrevistas, escritas em primeira pessoa que tem como função princi-pal a emotiva ou a expressiva.

FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA: TUDO SE CONCENTRA NO DESTINATÁRIO

Note que “Dê”, no impe-rativo, está se referindo ao lei-tor-consumidor, alvo as men-sagens publicitárias. Portanto, a função aqui é a apelativa ou conativa. Dificilmente se tem uma mensagem com um só elemento destacado. Na pro-paganda já se destacam pelo menos dois – o destinatário e o referente, o assunto, que é o próprio produto anunciado.

O imperativo, o vocativo, algumas interjeições (Oi!, Ei!), as broncas, os xingamentos, os pedidos costumam centrar a informação no destinatário.

Fig.02

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Unidade 07. Características e Funçõs da Linguagem5

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FUNÇÃO POÉTICA: VALORIZAÇÃO DA MENSAGEM EM SIMESMA, ELABORAÇÃO, RECURSOS DE ESTILO

A mensagem é constituída de forma e conteúdo: como se diz e o que se diz. Além de enfatizar alguma coisa, é ela própria enfatiza-da, elaborada, por meio de trocadilhos, figuras de estilo, alterações, repetições, jogos de sons, disposição de palavras no papel ou mesmo pelo uso do texto esteticamente bonito: a mensagem está centrada na própria mensagem. Dessa forma, tem-se a função poética.

A vida é pra valer

A vida é pra levar

(Vinícius de Moraes)

Observa-se o trocadilho que foi feito no jogo com “valer” / “le-var”. As duas palavras têm as mesmas letras, redistribuídas grafica-mente. No entanto, elas têm significado diferente, e, quando colo-cadas no texto desta maneira, negam o sentido uma da outra: “pra valer” = ser levada a sério; “pra levar” = pra não ser levada a sério.

Interessante observar que a função poética não é exclusividade da poesia nem mesmo está em estado mais puro num texto só por-que tem rima e métrica. Na passagem do trecho a seguir, tem-se um texto em prosa.

“Amâncio olhou para ele agradecido, desconfiado. Aquele Ma-nuel às vezes dava raiva, às vezes também alegria. Manuel era mestre em evitar briga sem correr. Era mestre em muitas coisas que uma pessoa deve saber para poder viver num mundo difícil. Manuel Osório de Almeida Florêncio. Manuel bobo. Manuel ladino. Manuel amigo”. Trecho de A hora dos ruminantes, de José J. Veiga.

• Apesar de ser um texto em prosa, existe poesia nele.

• O uso do demonstrativo aquele (“aquele Manuel”) é estilístico.

• Há intenção no uso dos opostos: “agradecido” x “desconfiado”

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Unidade 07. Características e Funçõs da Linguagem6

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

“raiva” x “alegria”

“bobo” x “ladino”.

• Há redundância no uso de expressões, para dar ênfase: “às ve-zes”... “às vezes”; “era mestre”... “era mestre”.

• A afetividade crescente a partir do nome Manuel, provocando uma gradação, com arremate: “Manuel Osório de Almeida Florên-cia. Manuel bobo. Manuel ladino. Manuel amigo”.

FUNÇÃO FÁTICA: ESTABELECIMENTO DO CONTATO

Bom dia, diretor. Que tal o seu dia?

Excelente, rapaz... E você? Entusiasmado, imagino.

Nesse exemplo, a personagem, antes de conversar com o dire-tor faz uma introdução, cumprimentando-o. Essa é a conduta que se espera dentro das regras sociais, o diretor, bem-educado, além de oti-mista, responde: “Excelente, rapaz.. E você? Entusiasmado, imagino”.

Em seguida a conversa flui normalmente, porém em alguns ca-sos, depois dos cumprimentos iniciais a conversa não segue, os in-terlocutores ficam num papo-furado que não acrescenta nada. Esse tipo de conversa é observado em elevadores, na sala de espera de um consultório, na rua, num corredor, e a função predominante é a fática – inicia o contato, às vezes continua e determina quando quer encerrar.

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Unidade 07. Características e Funçõs da Linguagem7

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FUNÇÃO METALINGUÍSTICA OU METALINGUAGEM: O CÓDIGO EM QUESTÃO

Nota-se que Eddie Sortudo pede uma definição de “amor” e, para explicar-lhe, Hamlet faz metalinguagem, quer dizer, vale-se do próprio código (a língua).

Outro exemplo de metalinguagem é a legenda, pois ela é uma explicação que acompanha foto ou ilustrações: é o código verbal tra-duzindo outro. O elemento de maior relevância é o código.

A princípio pode-se achar que este conhecimento está fora da área da comunicação, porém do que foi apresentado na unidade 5, faz parte da comunicação empresarial o conhecimento destas fun-ções, buscando a melhoria na construção dos textos.

Para entender melhor como as funções da lingua-gem acontecem na comunicação interpessoal e na lite-

ratura, procure por sites de teoria literária, como este: < http://migre.me/t13d6> e descubra quantas coisas pode-

mos fazer ao falar com alguém, ao escrever algo ou até mesmo nos movimentarmos.

Fig.03

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Unidade 07. Características e Funçõs da Linguagem8

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

LISTA DE IMAGENS

Fig.01: http://br.freepik.com/

Fig.02: O Estado de S. Paulo

Fig.03: BROWNIE, Dik. Hagar, o horrível. L&PM Pocket, 1997, p. 60

REFERÊNCIAS

BOSCO, J. B. Redação empresarial. São Paulo: Atlas, 1998

BUSUTH, M. F. Redação técnica empresarial. Rio de Janeiro: Quali-tymark, 2004.

CAMPEDELLI, S. Y., SOUZA, J. B. Literatura, produção de Textos & Gramática – volume único. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

CORREA, V. L. Leitura e produção de texto. 2ª Ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2006.

_____. Língua portuguesa: da oralidade à escrita. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2010.

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Unidade 07. Características e Funçõs da Linguagem9

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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