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Edição 585 - 14.08.2015 Informativo eletrônico semanal do mandato Comissão Especial propõe política estadual de mobilidade urbana para o Rio Grande do Sul Diogo Baigorra Relatório foi aprovada na reunião de quarta-feira (12), que marcou o encerramento dos trabalhos da Comissão PÁGINA 2 “Eu brigo até a hora do voto, depois eu respeito o resultado da eleição”, diz Dilma PÁGINA 11 Acordo de Britto permite bloqueio das contas do RS PÁGINA 7

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Edição 585 - 14.08.2015Informativo eletrônico semanal do mandato

Comissão Especial propõe política estadualde mobilidade urbana para o Rio Grande do Sul

Diogo Baigorra

Relatório foi aprovada na reunião de quarta-feira (12), que marcou o encerramento dos trabalhos da Comissão

PÁGINA 2

“Eu brigo até a horado voto, depois eu

respeito o resultadoda eleição”, diz Dilma

PÁGINA 11

Acordo de Brittopermite bloqueiodas contas do RS

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MOBILIDADE URBANASUSTENTÁVEL

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unto com conclusões e recomenda-ções do relatório final da Comissão Es-pecial, presidida pelo deputado AdãoVillaverde (PT), está incluído um ante-projeto de Lei Complementar que pro-põe a instituição formal da Política Es-tadual de Mobilidade Urbana Sustentá-vel no RS.

O objetivo geral é promover aintegração dos modais de transporte ea melhoria dos sistemas de acessibili-dade e mobilidade dos cidadãos.

Mas também visa a priorização dospedestres, dos modos de transporte nãomotorizados sobre os motorizados r dosserviços de transporte público coletivosobre o transporte individual motoriza-do. Ainda prega a eficiência e eficáciana prestação dos serviços à população.

No mesmo sentido, sugere a cria-ção de medidas de desestímulo à utili-zação do transporte individual motori-zado; a modicidade tarifária priorizandoo usuário do transporte público; aintegração com a política municipal dedesenvolvimento urbano e respectivaspolíticas setoriais de habitação, sane-amento básico, planejamento e gestãodo uso do solo no âmbito do Estado eMunicípios.

Pretende a integração com a políti-ca metropolitana e respectivas políti-cas setoriais, de forma a assegurarmelhores condições de mobilidade, aces-sibilidade e conectividade em todo oespaço urbano e contribuir para seuaprimoramento em âmbito metropoli-tano e nas aglomerações urbanas. Al-

Comissão Especial aprovarelatório e propõe Política Estadual no RS

JSugestão foi apresentada através de anteprojeto de Lei Complementar

meja a mitigação dos custosambientais, sociais e econômicos dosdeslocamentos de pessoas e cargas noestado e municípios.

Defende a priorização dos projetosde transporte público coletivoestruturadores do território e indutoresdo desenvolvimento urbano sustentávele integrado; desenvolvimento do sis-tema de transporte coletivo do pontode vista quantitativo e qualitativo;integração dos diversos modais detransporte; planejamento da mobilida-de urbana orientado pelo gerenciamentode demanda. Há proposta de estímuloao uso de combustíveis renováveis emenos poluentes; de priorização do in-vestimento público destinado à melhoriae expansão do sistema viário para a im-plantação da rede estruturante de trans-

porte público coletivo; e da busca paradiminuir os congestionamentos nas ci-dades.

Segundo o PLC a legislação deveráser regida por princípios como acessi-bilidade universal; eficiência e eficáciana prestação dos serviços transportepúblico prestados à população assimcomo na circulação urbana; equidade noacesso dos cidadãos ao transporte pú-blico coletivo; transparência, gestãodemocrática e controle social do plane-jamento e avaliação da Política Estadu-al de Urbana Sustentável do Rio Grandedo Sul; segurança nos deslocamentosdas pessoas; equidade no uso do espa-ço público de circulação, vias elogradouros; e desenvolvimento susten-tável das cidades, nas dimensõessocioeconômicas e ambientais.

Pedro Belo Garcia - Agência ALRS

1 – Aos municípios acima de 20 (vinte) mil habitantes, do Estado do Rio Grande do Sul, a elaboração dos PlanosMunicipais de Mobilidade Urbana, estabelecidos na Lei 12.587/2012, o Plano Nacional de Mobilidade Urbana;2 – Ao estado do Rio Grande do Sul, a elaboração de Plano de Desenvolvimento, para as Regiões Metropolitanas eAglomerados Urbanos, conforme determina a Lei 13089/2015, o Estatuto da Metrópole;3 – Ao estado do Rio Grande do Sul, em parceria com os Municípios, a elaboração de Plano de Mobilidade UrbanaSustentável, para as Regiões Metropolitanas e Aglomerados Urbanos;

Fruto do amplo trabalho realizado no âmbito do Legislativo durante a realização dasaudiências públicas a Comissão Especial recebeu um conjunto de contribuições técnicas

importantes e consistentes de especialistas e de representações da sociedade civil.A partir de então, o órgão propõe recomendações imprescindíveis, elencadas abaixo:

Recomendações

CONTINUA -->

4 – Ao estado do Rio Grande do Sul, a atualização técnica do Plano Integrado de Transporte e Mobilidade Urbana –PITMUrb, em parceria entre Governo Federal, através da TRENSURB e Município de Porto Alegre, em sintonia comdemais municípios da Região Metropolitana;5- Um dos temas objeto de discussões de longo prazo especialmente defendido pela comunidade da Lomba do Pinheiro,no Município de Viamão é a construção de obras de - prolongamento da Avenida Ipiranga, para atender Porto Alegre eViamão. Recomenda-se ao governo do estado do Rio Grande do Sul, através da Metroplan, realizar um estudo deviabilidade técnica ambiental da obra, assim como articular juntamente a outros órgãos públicos para tornar viávelestá demanda histórica da comunidade;6 – O Aeromóvel foi uma alternativa de transporte de média e alta capacidade, defendida nos debates da CEMUS e suaampliação em novas rotas, especialmente em direção à Zona Sul, foi recomendado ao Município de Porto Alegre e aoGoverno do Estado;7 – A Comissão de Mobilidade Urbana Sustentável também apontou a necessidade de o Estado do Rio Grande do Sul e oMunicípios envolvidos, para que fiquem atentos aos prazos de entrega de projetos, licenças e documentos, das obrasde mobilidade urbana, inclusas no âmbito do PAC, com recursos federais, sejam a fundo perdido (OGU), ou via finan-ciamento. Dentre estas obras citamos:7.1) a implantação de corredores de ônibus interligando nove municípios da região Metropolitana de Porto Alegre;7.2) a construção do metrô de Porto Alegre;7.3) duplicação e implantação de corredor de ônibus da Protásio Alves, Caminho do Meio e Avenida Frederico Dhil queliga as cidades de Porto Alegre, Viamão e Alvorada;7.4) duplicação e implantação de corredor de ônibus na Estrada do Conde;7.5) a ampliação do transporte aquaviário, hoje realizado pelo catamarã que liga Porto Alegre à cidade de Guaíba;7.6) conclusão da duplicação da RS 118;7.7) a retomada do estudo para abertura de acesso na BR 101 (FreeWay) no sentido da Capital à cidade de Cachoeirinha;7.8) duplicação dos acessos ao município de Rio Grande, especialmente a RS 734;7.9) utilização do recurso já disponibilizado no PAC Mobilidade para a realização de estudo e projetos para ampliaçãoda capacidade da Avenida da Legalidade e Democracia;7.10) retomada do projeto de extensão da BR 448, batizada de Rodovia da Serra, prevista no PAC 2;8 – ao estado do Rio Grande do Sul e aos municípios a criação de um Fundo de Mobilidade Urbana, com vistas a investirem ações e obras de mobilidade urbana sustentável e subsidiar as tarifas de transporte público;9 – ao governo do estado a criação de uma política de incentivo à pesquisa na área de veículos não poluentes assimtambém como incentivos tributários a empresas de transporte coletivo que utilizarem em sua frota um percentualsignificativo de veículos com uso de combustível menos poluentes;10 – ao estado do Rio Grande do Sul que em seus projetos de obras urbanas, expansão de vias urbanas, financiamentosou apoio de projetos municipais de intervenção em trânsito e mobilidade urbana, a exigência de acessibilidade e aimplantação de ciclovias ou ciclo faixas, quando tecnicamente for viável;11 – Ao estado do Rio Grande do Sul e aos Municípios a incentivarem o uso da bicicleta, bem como a elaboração decampanhas públicas de fomento e apoio aos ciclistas e usuários deste meio de transporte;12 – A aprovação do PL 137/2012, em tramitação nesta Casa Legislativa que isenta da cobrança de ICMS a venda debicicletas cujo o valor não ultrapasse 60 (sessenta) UPFs-RS (Unidade Padrão Fiscal do RS);13 – Ao estado do Rio Grande do Sul e aos municípios implantarem equipamentos urbanos voltados aos ciclistas;14 – Ao estado do Rio Grande do Sul e aos municípios que os veículos de transporte coletivos como ônibus, metrô, trem,aeromóvel e catamarã, deverão ser adaptados para transportar bicicletas;15 – Ao estado do Rio Grande do Sul e aos municípios a criação de uma política de resgate dos espaços públicos, parauso coletivo do pedestre e do transporte coletivo, priorizando sempre o cidadão e os meios de locomoção de massa aoinvés do individual;16 – Ao estado do Rio Grande do Sul e aos municípios que os equipamentos urbanos do sistema de transporte públicoforneçam segurança, informação e conforto para o usuário;17- Ao estado do Rio Grande do sul e aos municípios a utilização de um sistema de transporte público que integreinformações, via GPS, entre os veículos de transportes coletivo, os terminais de passageiros e estação de controle dooperador, para manter informado, de forma instantânea, o usuário sob horários, localização do veículo, tempo deespera e velocidade do veículo;18 – Ao estado do Rio Grande do Sul e aos Municípios a disponibilização em local visível nos terminais e paradas osnúmeros de telefones do operador do sistema de transporte e também dos órgãos de fiscalização, para reclamações ouinformações do usuário;19 – Ao estado do Rio Grande do Sul e aos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, a criação do ConsórcioMetropolitano de Transporte Público;20 – Ao estado do Rio Grande do Sul e aos Municípios a ampliação da participação dos usuários e do controle social nadefinição tarifária do transporte coletivo urbano e metropolitano;21 – Ao Estado do Rio Grande do Sul e aos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre a implantação de umapolítica de Integração tarifária.

MOBILIDADE URBANASUSTENTÁVEL

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NÃO À EXTINÇÃO DA FZB

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Falta ao governo Sartori uma impres-cindível visão de Estado, norteadora deum estratégico desenvolvimento sus-tentável”, disse o deputado AdãoVillaverde (PT), na manhã de quarta-feira (12), na Praça da Matriz, diantedo Palácio Piratini, durante manifesta-ção em defesa da FundaçãoZoobotânica, ameaçada de extinçãopela atual gestão do estado.

Desconsiderando a dimensão e o sig-nificado da entidade responsável pelapromoção e conservação dabiodiversidade no RS (que, através doJardim Botânico, do Parque Zoológico edo Museu de Ciências Naturais, atua nasáreas de pesquisa, educação ambiental,conservação e lazer) o governo age su-bordinado a outros interesses, “que nãosão os que beneficiam o estado rio-grandense, nem têm caráter republica-no”, frisou o deputado.

Segundo Villaverde, para enfrentara questão de curto prazo, bastaria re-correr aos saques de depósitos judici-ais no limite de 95% para garantir re-

Falta visão estratégica de Estado ao governador

“Diogo Baigorra

cursos imediatos por três ou quatromeses saldando os salários dos servi-dores integralmente.

A médio prazo, Sartori deveria darseguimento ao trabalho que Tarso Gen-ro liderou por dois anos deenfrentamento da dívida do RS que ogovernador Antonio Britto renegociouem 1996 em níveis que sufocam o es-tado. “Há um legado de um margem

fiscal de R$ 4, 6 bilhões mas o governoatual não trata disto porque o quermesmo é vender o patrimônio público,não só as fundações, mas a CEEE, aCorsan, o Banrisul...”

Villaverde observou que a tentativado governo de eliminar a necessidadede consulta popular para privatizaçõesreforça o objetivo de vender patrimôniopúblico dos gaúchos.

Prezados e prezadas amigo(a)s,

Como é de conhecimento públi-co, o governador Sartori encami-nhou um conjunto de medidas naúltima sexta-feira, dia 07/08/2015,para enfrentar a dita crise das fi-nanças do estado do RS. Dentre asdez medidas enviadas para aAssembleia Legislativa, em regimede urgência, consta a extinção daFundação Zoobotânica.

Nosso mandato é contrário àextinção da Fundação Zoobotânica(FZB), pois entendemos que a FZBcumpre um relevante papel na pes-quisa, na educação ambiental e nadefesa da fauna e da flora de nossoecossistema! O estado do RS nãopode reduzir suas funções públicase, em particular, abrir mão de umaestrutura pública que subsidia a for-mulação de pesquisas para a ado-ção de políticas públicas de defesado meio ambiente. Historicamen-te temos posição contra este en-fraquecimento institucional que

Em virtude dos inúmeros emails que Villa recebeu pedindo apoio contraa extinção da FZB, reproduzimos a resposta enviada pelo deputado.

reduz as funções públicas e dimi-nui a capacidade do estado produ-zir conhecimento e pesquisa.

Quando secretário de Ciência eTecnologia do Estado do RS, coor-denei programa de fortalecimentoe qualificação das instituições depesquisas e desenvolvimento do es-tado (Cientec, Feps, FZB, Fundergs,Fapergs, Fepagro).

Governador em exercício do RS,sancionei, no dia 13 de janeiro de2012, o Projeto de Lei que garantea defesa institucional aos servido-res dos órgãos ambientais do RioGrande do Sul. Deste modo, os téc-nicos da Secretaria Estadual do MeioAmbiente, Fundação Estadual deProteção Ambiental e FundaçãoZoobotânica do RS, teriam respal-do institucional nas tomadas de de-cisões no exercício de suas fun-ções.

O projeto, aprovado por unani-midade em dezembro na

Assembleia Legislativa, resultou deum grande esforço da gestãoambiental do Estado. O diretor-pre-sidente, Carlos FernandoNiedersberg, que assumiu estecompromisso como uma das princi-pais metas em sua administração,no primeiro ano, considera esse umpasso importante para a gestãoambiental do Estado.

Trata-se do resultado de “um sóórgão, uma só política”,implementado pela Sema, que es-trutura Fepam e FZB.

Agora, rejeitamos o retrocessoque consiste em vender ou extin-guir estes importantes órgãos quelevaram décadas e consumiram mui-to esforço dos gaúchos para seremconstruídos. Contem com nossomandato para repudiar semprequalquer proposição desta ordem ecom nosso voto contrário no ple-nário.

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Entre as diversas manifestações que Villaverde tem recebido de apoio ao seuposicionamento contra a extinção da Fundação Zoobotânica do Estado, destacam-se

algumas reflexões importantes que destacamos abaixo.

NÃO À EXTINÇÃO DA FZB

RECADO DA SUIÇA

Um dos pesquisadores que se manifestam a favor doposicionamento de Villaverde contra a extinção da FZB éDonat Agosti, que escreveu da Suiça.

Caro Deputado Estadual Adão Villaverde, obrigado porseus comentários e palavras amáveis – nós esperamos quevocê será capaz de lutar para trás o encerramento da FZB,uma instituição muito importante na compreensão e ges-tão da biodiversidade em seu estado, e de fato a nossaTerra. Com os melhores votos, Donat Agosti, da Suiça.

ATITUDE INSULTOSA E CRIMINOSA

Prezado deputado AdãoVillaverde: muito agradeço a aten-ção da sua reposta. Fiz meuMestrado em Porto Alegre. Teste-munhei desde então o grande e pi-oneiro trabalho da FZB. Inclusivemeu Orientador, o célebre e maiorpaleontólogo brasileiro Carlos dePaula Couto, chegou a presidir aFZB. Lute, debata, enfrente... Maso Rio Grande do Sul e o Brasil nãopodem perder uma instituição quetanto serviço tem produzido emárea tão sensível como é o meioambiente atual e passado. É lamen-tável que um governador tente eco-nomizar migalhas destruindo umaatuação de quarenta anos! O se-nhor foi muito gentil ao afirmar queé “chocante”. Pelo carinho que te-nho a seu Estado eu diria que é ati-tude insultosa e criminosa a essaterra onde tanto aprendi. E ami-gos fiz!Prof. Dr. Cástor Cartelle

Museu de Ciências Naturais da PUC Minas.

APOIO À NÃO EXTINÇÃO DA FZB-RS

Veio de São Paulo uma outra men-sagem de apoio à posição do depu-tado Villaverde contra a extinção daFundação Zoobotânica proposta pelogoverno Sartori.

Prezado Adão, agradeço imensa-mente seu apoio e espero que to-dos os integrantes do seu partidovotem contra e unidos neste mo-mento. Espero que convençam mui-tos nesta Assembleia a fazer o mes-mo. Como gaúcho afastado do RShá 20 anos, mas trabalhando emSão Paulo, não quero que se percaum lugar onde trabalhei por 10 anose sei de sua importância para ciên-cia, diversidade e ambiente. Cor-diais abraços e obrigado novamen-te.

Antonio Domingos Brescovit

TAMANHA INSENSATEZ

Caro Deputado Adão Villaverde, écom alegria que li a mensagem abai-xo. Como professor, orientador e ci-entista estou ainda incrédulo na exis-tência do PL 300/2015, haja vista quenem mesmo a Governadora YedaCrusius, do PSDB, uma destruidora con-tumaz das instituições públicas gaú-chas, cometeu tamanha insensatez. AFZBRS é uma instituição inalienável dosgaúchos e das gaúchas por tudo o quevocê discutiu na mensagem a nós en-viada, e muito mais ainda. Esperamosansiosos que os deputados gaúchos eseus partidos se manifestem oficial-mente sobre o tema com a máximaurgência. Afinal, a mídia golpista estáfazendo novamente a sua parte,desinformando a população e apoian-do o desmantelamento institucional doRS. Estamos na luta, na boa luta, econtamos com você, o PT e seus alia-dos. Um abraço

João Carlos Coimbra

Professor Titular Igeo/Ufrgs

FZB É ESTRATÉGICA PARA O RS

Prezado Deputado Adão Villaverde, bom dia. Obriga-do pelo retorno e apoio. A FZB há 60 anos contribui como meio ambiente, pesquisa, lazer e educação ambientaldo Estado do Rio Grande do Sul, seu apoio fortaleceráesta Fundação que desenvolve atividades primordiaispara as políticas estratégicas do RS e para o bem estarsocial de todos nós.

Atte

Prof. Dr. LD/DO José Willibaldo Thomé

Na tarde deste domingo (16),Villa participa do piqueniqueno Jardim Botânico, organi-zado em defesa da manuten-

ção da FZB. Confirme suapresença no Facebook

acessandohttps://goo.gl/kUG3dE

Agende-se

governador do Rio Grande do Sul,José Ivo Sartori (PMDB), afirmou naquarta-feira (12), em Brasília, que nãopassou calote na União, mas sódescumpriu uma parte do contrato derefinanciamento da dívida do Estadocom a União. Sartori voltou a pedir aogoverno federal “compreensão e soli-dariedade ativa em relação às contasdo Rio Grande do Sul”. O contrato aoqual Sartori fez menção foi assinado em1996 pelo então governador AntônioBritto (PMDB) com a União, durante ogoverno de Fernando Henrique Cardo-so (PSDB). Na época, Sartori era líderdo PMDB na Assembleia Legislativa.

Em nota oficial, divulgada terça-fei-ra (11) à noite, o governo do Estadoreclamou que o bloqueio “implica emseveras restrições à governabilidade doEstado”, que perderia completamente,assim, “a capacidade de gerência so-bre os seus próprios recursos”.

No acordo firmado pelo governoBritto com a União não há possibilidadecontratual de moratória, não pagamen-to ou calote de pagamento da dívida. Ocontrato permite que a União saque re-cursos da conta do Estado a fim de cum-prir o pagamento da parcela da dívidavencida. Segundo o mesmo contrato, seo Estado atrasar em mais de 10 dias opagamento da parcela da dívida, o índi-ce de correção do saldo da dívida podeser alterado. Além disso, existe a possi-bilidade de alteração do percentual decomprometimento da Receita LíquidaReal do Estado, que passaria de 13% para17% durante o período em que permitis-se o descumprimento do contrato.

Acordo foi apontado como“solução para o Rio Grande”

O acordo da dívida firmado por Brittochegou a ser apontado na época comoa solução para o problema da dívida doRio Grande do Sul. Na edição do dia 21de setembro de 1996, a manchete dojornal Zero Hora afirmava: “Rio Gran-de liquida a dívida”. A principal foto dacapa mostrava Britto e o então minis-tro da Fazenda, Pedro Malan, sorriden-tes, comemorando o acordo que, segun-do ZH, estaria “limpando a ficha dos

Bloqueio de contas é regra do acordoda dívida firmado pelo governo Britto

O

MEMÓRIA DA CRISEDAS FINANÇAS DO RS

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POR MARCO WEISSHEIMER | SUL21

Acordo da dívida foi assinado em 1996 pelo então governador AntônioBritto com a União, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.Na época, Sartori era líder do PMDB na Assembleia Legislativa

Foto: Arquivo AL/RS

gaúchos”. Mas o acordo feito por Brittonão só não resolveu como acabou agra-vando a situação financeira do Estado.No final de 2014, depois de pagar maisde R$ 15 bilhões para a União, o Estadoainda devia cerca de R$ 47 bilhões.

Em outro editorial publicado em 22de setembro de 1996, no dia seguinte àassinatura do acordo da dívida, ZH afir-mava:

“O refinanciamento da dívida dogoverno do Rio Grande do Sul, cujo to-tal chega a R$ 8 bilhões, mereceu con-sideração especial (do governo FHC) porconta dos esforços do governo gaúchopara reduzir os gastos de rotina na ad-ministração, em particular aqueles depessoal. O Rio Grande foi pioneiro naimplantação de um programa de demis-sões voluntárias.

Ademais, o governador AntonioBritto vem extinguindo, na medida dopossível, cargos em comissão e cargosvagos com o objetivo de enxugar umafolha que tem consumido em torno de80% da receita líquida. Outro fator im-portante, incluído nas exigências váli-das para todas as unidades federativas,é a disposição de privatizar empresasestatais“.

Com essas medidas e a renegociação

da dívida feita porBritto, o Rio Gran-de do Sul estaria,segundo ZH, “li-berado para no-vos empréstimose investimen-tos”. O jornal co-memorava nasmanchetes daépoca: “Os gaú-chos limpam aficha”, “Negoci-ação acaba com o pesadelodos juros altos. José Barrionuveno, prin-cipal colunista político do jornal na épo-ca, escreveu (na edição de 22 de se-tembro de 1996):

“A renegociação da dívida obtidapelo governo Britto liberta o Estado domaior obstáculo ao seu desenvolvimento(…) É uma obra que restabelece o cré-dito e a credibilidade do Rio Grande,com reflexos nas próximas administra-ções. Graças à reforma do Estado, con-siderada modelo pela imprensa nacio-nal, o RS é o primeiro a renegociar adívida. Não poderia haver data maisoportuna para o anúncio do que o diaem que se comemora a RevoluçãoFarroupilha”.

Mais trapalhadas da gestão Sartori

(DES)GOVERNO

07

1. Uma jornalista, que normalmen-te apoia, incondicionalmente, asmedidas do governo Sartori irri-tou-se com a falta de precisão daspropostas de privatização do exe-cutivo gaúcho porque não revelamquanto o Estado vai ganhar com avenda de patrimônio públicolistado. A mesma comentarista po-lítica alertou para a possibilidadede eventual especulação imobiliá-ria na valorizada área onde está oJardim Botânico na zona leste dePorto Alegre. De fato, sem a tute-la do Estado o imóvel fica à mercêde quem pagar mais pelo espaço.

2. A arguta jornalista expressousua dúvida, ao vivo, em programade rádio, na manhã de quinta-fei-ra (13), questionando se por trásda privatização ou da extinção daCorag proposta pelo governo Sartorinão estarão interesses privados daárea imobiliária. Alertou ela que oamplo terreno da companhia, lo-calizado na avenida Aparício Borges,na extensão da III Perimetral é ex-tremamente valorizado.

3. Depois do cartunista AugustoBier ter registrado em boletim deocorrência policial ameaças de teros braços quebrados se continuara fazer charges de Sartori, a Polí-cia Militar agrediu fotógrafo quefazia seu trabalho no Grenal que oGrêmio venceu por 5 a 0 no do-mingo celebrativo ao Dia dos Pais.O caso foi registrado pelo portal“Coletiva.net”.

4. Segundo os jornais, o filho do se-cretário estadual da Segurança,Wantuir Jacini, não ocupará mais avaga de trabalho que disputava naSecretaria Estadual da Saúde (SES).Wantuir Francisco Siqueira Jacinitentava pela segunda vez ocuparuma vaga no Estado. Na primeira,ele chegou a ser nomeado para ocargo de chefe do departamento deRecursos Humanos da Secretaria daSaúde, mas o governo voltou atrás

diante da divulgação pela imprensa– e chegou a justificar a exonera-ção, à época, em razão do paren-tesco com o secretário.

5. A Famurs cansou de esperar pelaação do Executivo e resolver to-mar a iniciativa buscando audiên-cias em Brasília para tentar agilizara questão da partilha dos royaltiesdo pré-sal. De acordo com entre-vista radiofônica de MárcioSpindola, secretário-geral da enti-dade, contrária ao aumento de im-postos, a federação apoia a ele-vação do percentual dos saques dosdepósitos judiciais de 85% para 95%como propõe a oposição em Pro-jeto de Lei protocolado naAssembleia.

6. Contraditório em suas argumen-tações em artigo de jornal, o de-putado líder do governo Sartori naAssembleia culpa Tarso por agra-var os males das finanças do RS econceitua que o PT é que sempreolha pelo retrovisor (!!!). Em jo-gada ensaiada com o Executivo,

tenta colocar a responsabilidadepelos erros de seu partido à épocade Britto (1995/1998) para apresidenta Dilma, reivindicando aoPlanalto envolvido em seus própri-os problemas e ajustes, um trata-mento diferenciado e especial parao estado gaúcho. Mas clama pelaarticulação do PT.

7. Servidores públicos do estadoprotestaram em Passo Fundo con-tra parcelamento de salários. O atotambém foi contra ao pacote demedidas do governo do Estado –que envolve privatizações, extinçãode órgãos públicos e aumentos deimpostos.

8. Motivados pelas incertezas dasituação econômico no RS, maisde 1000 brigadianos entraram compedido de aposentadoria junto aosseus comandos. A iniciativa dospolicias se deu após o anúncio dosprojetos do Executivo gaúcho quecolocam em risco os direitos con-quistados pelos servidores.

Seminário Regional doPT do Vale do Taquari

ALEGRETE

Na noite de quarta-feira (12), Villa participou do seminário regional doPT do Vale do Taquari, que ocorreu no município de Bom Retiro do Sul. Otema do encontro girou em torno da organização do partido na região e daseleições de 2016.

Estiveram presentes os prefeitos de Taquari, Emanuel Hassen de Jesus(Maneco); de Tabaí, João Brandão; de Revaldo, Adroaldo Croce; os vice-prefeitos de Paverama, Edgar Eckert; de Colinas, Ademar Riger; os verea-dores Anderson Vargas (de Tabaí); Branquinho (de Paverama); Roque Vargas(de Fazenda Vila Nova); e Airton da Costa (de Travesseiro).

Jocelito Queiroz

08

Sindicato dos Sapateiros deSapiranga celebra 60 anos

Villa participou, na noite de sábado (8), da comemoração de aniversáriode 60 anos do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Região. No encon-tro, celebraram a história do sindicato, repleta de conquistas sociaisalcançadas pela mobilização dos trabalhadores.

Estiveram presentes no ato, o presidente do Sindicato dos Sapateiros,Júlio Cavalheiro; o presidente da Confederação dos Sapateiros do Rio Grandedo Sul, João Batista Xavier da Silva; Quintino Severo, da CUT nacional;Antonio Machado e Romilda Guntzel, liderança feminina do Sindicato.

Zardo

comunidade acadêmica da Univer-sidade Estadual do Rio Grande do Sul(Uergs) celebrou na terça-feira (11) ainauguração da nova sede da unidadeem Alegrete. O entrega do espaço aca-dêmico, o primeiro próprio na Fron-teira Oeste, representa o estabeleci-mento definitivo da instituição no mu-nicípio.

O imóvel foi doado pelo Departa-mento Autônomo de Estradas de Ro-dagem (Daer) em junho de 2014. Oprédio com estrutura de 887m² pre-cisou passar por reformas, que inclu-íram a construção de salas de aula einstalação de redes elétricas, hidráu-lica e de dados, o que totalizou uminvestimento de R$ 556,254 mil, comrecursos do orçamento próprio daUergs.

Segundo a reitora da unidade,Arisa Araujo da Luz, a obra já estavaprevista no orçamento. “Alegrete éuma região com grande necessidadede qualificação. A nova sede nos pos-sibilitará buscar projetos maiorespara atender a todos. Inaugurar aunidade é muito gratificante”, diz.

Atualmente é ofertado no campusapenas o curso de Pedagogia – Licencia-tura, com três turmas no horário notur-no e uma no diurno e 130 estudantesmatriculados. Com a nova sede, há apossibilidade de ofertar novos cursos degraduação e de contratação de profes-sores. “A comunidade de Alegrete sem-pre acolheu a Uergs muito bem, traba-lhando em parceria para o desenvolvi-mento da instituição”, afirma a reitora.

A vice-prefeita Preta Mulazzani e osecretário de Educação e Cultura, Jor-ge Sitó, representaram o Executivo deAlegrete na cerimônia. Sitó fez o res-gate histórico da instituição, desde suacriação em 2001, reiterando sua con-solidação mesmo com todas as dificul-dades. “Universidade cumpre seu pa-pel de levar pesquisa, extensão e fo-mentar o desenvolvimento econômicoe social para a região”, considerou.

Preta Mulazzani comemorou o com-promisso da reitoria e também da Se-cretaria Estadual de Ciência eTecnologia, representada no ato pelo di-retor Leonardo Gonçalves, no cresci-mento e estruturação da universidade.

Município comemora inauguração da sede própria da UERGS

“A UERGS faz parte do complexo uni-versitário que está se desenvolvendoem Alegrete. A sede própria represen-ta a conquista da autonomia e da afir-mação como instituição”, comemoraa vice-prefeita do Alegrete.

A

CONVITES

Qual cidade queremos? Como construir uma cidade comrelações mais solidárias e inclusão social? Estes temas tão im-portantes serão abordados na aula pública com Eduardo Suplicysobre “O Direito à Cidade”, que ocorre no dia 22 de agosto(sábado), a partir das 15h, no Parque da Redenção, no Monu-mento ao Expedicionário. Confirme sua presença no eventohttps://www.facebook.com/events/404646119735877/

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POLÍTICAS DO MINISTÉRIODAS COMUNICAÇÕES

AMPLIAM INCLUSÃO DIGITAL

Será realizada, entreos dias 12 e 19 de agosto,uma consulta públicapara coletar sugestões eideias que aprimorem oedital que vai selecionarnovas instituições paraatuarem como Centrosde Recondicionamentode Computadores (CRCs).Os CRCs integram o pro-jeto “Computadores paraInclusão”, que promove aformação de jovens debaixa renda. A

capacitação é feita por meio de oficinas, cursos e outrasatividades oferecidas pelos CRCs. Os computadores recu-perados são doados. Desde 2006, quando o projeto foi cri-ado, 7.500 jovens já foram capacitados e 18 mil máquinas jáforam recuperadas.

Para saber mais, acesse http://goo.gl/N0t4Om

Obra “Os Campos do Sul” reúne contribuições de pesquisadores

Villa recebeu os professores e pesquisadores Valério Pilar e Eduar-do Velez, na tarde desta quinta-feira (8), que lhe entregaram umexemplar da publicação “Os Campos do Sul”. O livro reúne contribui-ções de mais de 80 pesquisadores de diferentes universidades e ins-tituições de pesquisa vinculados à Rede Campos Sulinos, que é coor-denada pelo professor Valério Pillar.

A obra é ricamente ilustrada com as paisagens campestres e mui-tas espécies de plantas e animais características desses ambientes.Contempla também os aspectos históricos e culturais vinculados aessas paisagens. Utiliza uma linguagem acessível para não especia-listas.

Diogo Baigorra

MEIO AMBIENTE

Nesta sexta-feira (14), os vereadores de Rio Grande entregaram ao assessorAnderson Nunes, do mandato do deputado Adão Villaverde, que presidiu a Co-missão Especial de Mobilidade Urbana Sustentável, documento solicitando in-tervenção do órgão junto ao Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens(Daer) para a colocação de redutores de velocidade na ERS 734 nos quilômetros2, 3 e 4. Segundo os parlamentares, estas são antigas reivindicações da comuni-dade da região. Estiveram no gabinete parlamentar os vereadores Claudio Costa(PT), Rovam Castro (PT) e Ivanir Pereira de Souza (PMDB).

Vereadores solicitam apoio da Comissão Especialpara colocação de redutores de velocidade no município

Diogo Baigorra

A disputa para a presidência do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, que ocorreu nos dias 11, 12 e 13de agosto, foi vencida pelo companheiro Leonel Montezzana, da chapa 1, que recebeu 539 votos, 66 votos amais do que a chapa 2, com 437 votos. O resultado foi divulgado na quinta-feira (13). Para a coordenação dachapa vitoriosa, foi uma disputa difícil somente possível graças ao apoio recebido de diversos aeroviários, daativa e aposentados, que defenderam a continuidade do trabalho desenvolvido pela atual gestão. O compa-nheiro Cláudio Hermínio, do mandato do Villa, acompanhou o processo eleitoral.

Montezzana é eleito presidente doSindicato dos Aeroviários de Porto Alegre

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MANDATO

O ex-árbitro gaúcho de futebol Carlos Eugênio Simon este-ve no gabinete do deputado Adão Villaverde na tarde de quin-ta-feira (13) para entregar convite para a sua festa de aniver-sário de 50 anos. A comemoração será no dia 5 de setembro,na Associação de Moradores Jardim Verde, em Porto Alegre.

COMEMORAÇÃO DOS 50 ANOS

GOVERNO DILMA

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governo vai manter um diálogoconstante com as mulheres para cons-truir políticas que permitam fazer doBrasil um país onde elas e os homenstenham iguais direitos e oportunidades,afirmou a presidenta Dilma Rousseff naquarta-feira (12), no encerramento da5ª Edição da Marcha das Margaridas, noEstádio Mané Garrincha, em Brasília.“Quero reafirmar nossa parceria e mesomar a vocês nessa mobilização porjustiça, por autonomia, por igualdade,liberdade, democracia e não ao retro-cesso”, disse.

“Juntas, nós, Margaridas, que ge-ramos a vida e a defendemos, não per-mitiremos que ocorra qualquer retroces-so nas conquistas sociais e democráti-cas de nosso País,” acrescentou.

Nesse sentido, a presidenta anunciouter assinado, nesta quarta-feira, umdecreto com novas regras para o Pro-grama Nacional de Crédito Fundiário e acriação das Patrulhas Rurais Maria daPenha, que vão atuar contra a violênciaà mulher no campo e em áreas remotas.

“Assinei hoje o decreto com as no-vas regras no Programa Nacional de Cré-dito Fundiário. Depois de 17 anos semrevisão, estamos atualizando os perfisde renda e de patrimônio dosbeneficiários do programa, que passama ter como limite superior os valoresde R$ 30 mil e R$ 60 mil, respectiva-mente”, informou.

O novo decreto prevê também que,quando a aquisição de terras for entreherdeiros, o limite de patrimônio será de

Nós, Margaridas, que geramos e defendemosa vida, não permitiremos qualquer retrocesso

O R$ 100 mil. “É mais uma demanda devocês, uma demanda da agricultura fami-liar, que meu governo atende”, afirmou.

Sobre as Patrulhas Rurais Maria daPenha, Dilma adiantou que serão feitasparcerias com as forças policiais que atu-am em nível local, “para que a mulhervítima de violência seja assistida demaneira correta e haja, de fato, preven-ção da violência e de feminicídios”. Eacrescentou: “Uma questão que é primor-dial, que é fundamental para mim, comoprimeira mulher presidenta do Brasil, é atolerância zero com a violência contra asmulheres brasileiras. Em parceria comvocês, mulheres de todo o Brasil, mulhe-res do campo, das florestas, das águas,o governo federal irá implementar as Pa-trulhas Rurais Maria da Penha”.

Segundo a presidenta, uma vez arti-culada a implantação destas patrulhas, ogoverno vai ampliar o número de serviçosespecializados de atenção à mulher nomeio rural. Nessas ações, ressalvou saberdas dimensões do território brasileiro eque aqui se vive um pacto federativo, masque é preciso cuidar muito “cuidar mui-to”, para que o combate à violência sejaigual em todos os lugares. “Estejam cer-tas que nós faremos isso”, garantiu.

- Pronatec e saúdeDurante sua fala no Mané Garrincha,

Dilma Rousseff anunciou ainda que serãocriados cursos voltados à capacitação dasmulheres no âmbito do Programa Nacio-nal de Acesso ao Ensino Técnico e Em-prego (Pronatec). “Vamos criar cursosvoltados à capacitação, até o final de2018, de dez mil promotoras legais, quenos ajudarão no acompanhamento des-sas ações. Meu compromisso é combatera violência contra as mulheres em todasas suas formas, de maneira implacável”.

Na área da saúde, a presidenta des-tacou que o governo está lançando umamobilização nacional para intensificar asações de atenção integral à saúde damulher do campo, da floresta e das águas.“A saúde da mulher do campo passará afazer parte do calendário oficial do Siste-ma Único de Saúde”, informou.

Uma questão que é primordial,que é fundamental paramim, como primeira mulherpresidenta do Brasil, é atolerância zero com aviolência contra as mulheresbrasileiras. Em parceria comvocês, mulheres de todo oBrasil, mulheres do campo,das florestas, das águas, ogoverno federal iráimplementar as PatrulhasRurais Maria da Penha”

Dilma Rousseff

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Roberto Stuckert Filho/PR

Rob

erto Stuckert Filho/PR

APOIO DOSMOVIMENTOS SOCIAIS

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“Eu brigo até a hora do voto,depois eu respeito o resultado da eleição”

presidente Dilma Rousseff saiu emdefesa dos valores democráticos na quin-ta-feira (13), afirmando que é preciso sa-ber respeitar o resultado da eleição e osadversários. “É o seguinte: eu brigo até ahora do voto, depois eu respeito o resul-tado da eleição”, enfatizou ela duranteencontro com cerca de 1.500 pessoas, noPalácio do Planalto, entre eles represen-tantes de 50 movimentos sociais.

Dilma destacou que para que o Brasiltenha uma democracia plena é precisorespeitar o Estado democrático de di-reito, para não que o País não caia denovo em uma tendência ao golpismo, quevem desde o governo Getúlio Vargas, nosanos 50. “Temos de zelar pelo respeito.As pessoas que pensam diferente dagente têm de ser respeitadas. Ninguémpode chamar de diálogo xingar as pes-soas. Ninguém pode chamar de diálogoa intolerância. Botar bomba em qualquerlugar não é diálogo”.

Caso contrário, afirmou, a socieda-de corre o risco de retroceder à épocada ditadura. “Quando você vive numaditadura é assim: se você falar, se bo-tar qualquer reivindicação [isso] é con-siderado uma ação subversiva, que vaiderrubar as instituições”.

Não me peçam para criticarmanifestações, diz Dilma

Por tudo isso, a presidenta disse nãover qualquer problema em manifesta-

A

ções. “Não peçam para eu defenderqualquer atitude contrária a qualquermanifestação que eu não defendereijamais”.

Segundo ela, essa atitude se deve aoscompromissos pelos quais lutou durantea ditadura no Brasil. “Tenho de ter leal-dade com a experiência histórica da mi-nha geração, que foi muito dura. Eu so-brevivi. Naquela época, quando vocêsobrevivia, tinha de dar graças a Deus.Então, tenho de honrar todos aqueles quenão sobreviveram”, sintetizou.

Presidenta Dilma Rousseff durante Diálogo comMovimentos Sociais Brasileiros no Palácio do Planalto

Roberto Stuckert Filho/PR

E o melhor jeito de honrar essa me-mória, acrescentou, é entender a con-quista imensa que ocorreu na socieda-de brasileira. “É entender que a demo-cracia é algo que temos de preservar,custe o que custar. A tolerância, o res-peito. E, outra coisa gente tem de ter enuma democracia latino-americana, éo respeito ao adversário. Respeitar oadversário não é ficar agradando o ad-versário, não. É o seguinte: eu brigoaté a hora do voto, depois eu respeitoo resultado da eleição”, concluiu.

O nível de chuvas e a situação atual dos reservatórios do País deve permitir uma redução estimada entre 15%e 20% nos valores da chamada bandeira vermelha, que sinaliza o custo real da energia brasileira e os correspon-dentes acréscimos nas contas de luz, sinalizou a presidenta Dilma Rousseff nesta terça-feira (11), ao lançar oPrograma de Investimento em Energia Elétrica (PIEE).

Segundo ela, graças aos investimentos que o governo federal vem mantendo no setor elétrico foi possível oBrasil passar pela maior seca dos últimos 100 anos sem racionamento de energia. E o encarecimento da luz,causado pelo uso das térmicas para suprir a falta de água nas hidrelétricas, começa a ser agora progressivamenterevertido.

“No sábado passado, o ministro [de Minas e Energia, Eduardo Braga] me informou que começamos a desligar astermelétricas, o que é possível graças ao aumento das chuvas e ao enchimento dos reservatórios. Isso vai permitiruma redução no custo da bandeira vermelha”, acrescentou.

Valor da bandeira vermelha da conta de luzdeve cair de 15% a 20%, estima presidenta

CIDADANIA

m discurso contundente durantea abertura da 5ª Marcha das Marga-ridas, na terça-feira (11), o ex-pre-sidente Lula parabenizou a luta his-tórica das mulheres camponesas erechaçou os flertes golpistas da opo-sição ao governo Dilma Rousseff.

“Hoje é um dia para celebrar aforça das mulheres e do povo brasi-leiro. A Marcha das Margaridas é umadas manifestações mais expressivasdos movimentos sociais e é feita poragricultoras familiares que traba-lham dia e noite para produzir 70%da comida que chega nas mesas dosbrasileiros”, afirmou Lula.

Lula parabeniza luta das “margaridas” erechaça ameaças à democracia e ao governo

E

Ricardo Stuckert/Instituto

Lula

erca de mil pessoas promoveram um abraço simbólico ao Insti-tuto Lula na sexta-feira (7). O abraço “contra o ódio e a intolerân-cia, pela apuração dos responsáveis” foi organizado pelo DiretórioMunicipal do PT em São Paulo como uma manifestação solidariedadeao Instituto e de repúdio ao atentado cometido na semana passadacontra a sede do instituto, quando uma bomba atirada no local.

Lula chegou acompanhado da ex-primeira-dama Marisa Letíciae foi recepcionado com cartazes e faixas de apoio. De uma janelado prédio, o ex-presidente atirou rosas e cravos aos manifestan-tes. Participaram do ato os deputados e deputadas petistas AnaPerugini (SP), Andres Sanchez (SP), Benedita da Silva (RJ) e VicenteCândido (SP).

Juntamente com a militância, também fortaleceram o abraçosimbólico, entre outras personalidades, Rui Falcão, presidente na-cional do PT; Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil; Edinho Silva, ministro da Secretaria de Comunicação da Presidênciada República; Jaques Wagner, ministro da Defesa; Alexandre Padilha, secretário de Relações governamentais de SP; ValterPomar, da Executiva nacional do PT Carlos Grana, prefeito de Santo André; Sebastião Almeida, prefeito e Guarulhos; e CíceroMartinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.

Ato contra o ódio promove abraço simbólico ao Instituto Lula

C Ricard

o Stuckert/Instituto Lula

“Se tem uma coisa que o povo bra-sileiro aprendeu a fazer nos últimosanos foi sua própria história. Com aforça do povo, a coragem e a garradas mulheres, não há ninguém quetente ameaçar o processo democrá-tico que está implantado nesse País.Essa gente não percebeu que a elei-ção acabou em outubro e que a Dilmaé a presidenta desse País?”, acres-centou o ex-presidente.

Lula foi bastante aplaudido quan-do informou que está planejando oroteiro para percorrer o País paradialogar com a população. “Estoupreparando meu caminho para vol-

tar a viajar por esse país. Quero verse os nossos adversários estão dis-postos a andar por esse país e discu-tir o que deve ser discutido”, disse.

A ministra da Secretaria de Políti-cas para Mulheres, EleonoraMenicucci, foi uma das convidadasda mesa de abertura da Marcha e ho-menageou “duas grandes mulheresque ao longo de suas histórias não severgaram frente a nada”: MargaridaAlves e a presidenta Dilma Rousseff.“Mulher nenhuma pode aceitar o ódiode gênero, o ódio que não suportaver uma mulher governando essePaís”, destacou Eleonora.

E o ministro do DesenvolvimentoAgrário, Patrus Ananias, ressaltouque as margaridas são “mulheres queestão ampliando a consciência doBrasil na perspectiva da igualdade dedireitos e da diminuição da desigual-dade social” e garantiu que o gover-no estará junto dos movimentos so-ciais “na caminhada para fazer doBrasil uma pátria livre, justa e soli-dária”.

Nesta quarta-feira as margaridasmarcharão pela Esplanada dos Minis-térios rumo ao Congresso Nacional,com saída do Estádio Mané Garrinchaprevista para 7h. Às 15h ocorrerá oencerramento da Marcha, também noMané Garrincha e com a participa-ção da presidenta Dilma Rousseff.

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CULTURA

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economia criativa pode ser consi-derada uma das novas fronteiras docrescimento. Em 2010, o Programa dasNações Unidas Para o Comércio e De-senvolvimento (UNCTAD) concluiu que“[…] as indústrias criativas estão en-tre os setores mais dinâmicos da eco-nomia mundial e oferecem grandes enovas oportunidades de crescimentopara os países em desenvolvimento”( < u n c t a d . o r g / e n / D o c s /ditctab20103_en.pdf>). Em 2011, mes-mo nos marcos da crise internacional,as exportações mundiais de bens e ser-viços criativos chegaram a US$ 624 bi-lhões, mais que o dobro de 2002, comum crescimento médio de 14% ao ano.E esse crescimento não se concentra noâmbito dos países desenvolvidos. Con-siderando apenas os bens criativos, asexportações provenientes dos países emdesenvolvimento chegaram a US$ 176bilhões nesse período, 43% do comér-cio total, que foi de US$ 406 bilhões.

O Brasil exportou US$ 6,3 bilhões emserviços e US$ 1,22 bilhão em bens cria-tivos, em 2008. A indústria criativa mo-vimenta mais de R$ 381,3 bilhões aoano, 16,4% do Produto Interno Bruto. Nocaso do Rio Grande do Sul, um estudorealizado pela Fundação de Economia eEstatística (FEE), de Valliati e Wink Jr.,estabeleceu “[…] uma estimativa de que,em 2010, o valor da indústria criativado RS tenha correspondido a R$ 6,3 bi-lhões” (<www.fee.rs.gov.br/wp-content/u p l o a d s / 2 0 1 4 / 0 3 /20140312mapeamento-da-industria-cri-ativa-no-rs.pdf>). O aproveitamentodesse potencial depende da capacidadede formular políticas públicas que forta-leçam a competitividade da produçãolocal nos mercados nacional e internaci-onal. Das diversas cadeias que compõema economia criativa, a do audiovisual éuma das que têm maior potencial no RS,na medida em que já dispõe de uma es-trutura institucional organizada, políti-cas públicas em operação e capacidadecompetitiva em escala nacional.

Essa cadeia, composta pelas ativida-

O POTENCIAL DA INDÚSTRIA CRIATIVA GAÚCHA

A

Villaverde destaca a importância do trabalho de autoria de Tarson Nuñez que analisaa cadeia audiovisual no estado considerando-a, entre as chamadas economias criativas,

como a que tem maior potencial no RS. A leitura do texto é imprescindível.

A cadeia do audiovisual no Rio Grande do Sul

des de produção, pós-produção,marketing, distribuição, exibição cinema-tográfica e de vídeo, assim como pelasatividades de televisão aberta e a cabo,além de todas as atividades conexas (alu-guel de equipamentos, catering, cenogra-fia, marcenaria, eletricidade, áudio,logística, etc.), tem ainda resultadoscolaterais positivos, como o incrementoao turismo. O RS já ocupa um espaço sig-nificativo no mercado brasileiro, sendohoje o terceiro polo de produçãoaudiovisual do País.

É importante considerar também asoportunidades que se abrem nos merca-dos nacional e internacional. A produçãocinematográfica do País, segundo a Agên-cia Nacional do Cinema (Ancine), passoude uma média de 22 filmes por ano noperíodo 1995-2002 para uma média de 66filmes por ano entre 2003 e 2012 e, atual-mente, já ultrapassa 100 filmes por ano.As mudanças legais do período recente,através da Lei nº 12.485, segundo a qual

as emissoras de televisão a cabo são obri-gadas a cumprir uma “quota de tela” comconteúdos nacional e regional e com 50%desse conteúdo de produção independen-te — isto é, fora do ambiente e dos qua-dros das emissoras —, abrem caminho paraum grande crescimento da produçãoaudiovisual brasileira.

O potencial de crescimento dessa ca-deia pode ser medido pela disponibilidadede recursos em termos de fomento porparte do Governo Federal. Se forem con-siderados os recursos disponíveis em ter-mos de captação por leis de incentivo, queé apenas uma pequena parte do financia-mento da cadeia, pode-se constatar que,entre 1995 e 2012, foram investidos maisde R$ 1,3 bilhão. No entanto, mais de 90%desses recursos concentraram-se no eixoRio-São Paulo. O RS, mesmo sendo o ter-ceiro polo produtor, acessou menos de 3%dos recursos disponíveis.

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patente a desesperada torcida dagrande mídia contra Cristina Kirchner.A Folha de S.Paulo (edição 10 agosto,mundo A9), sob o título “Kirchnerismoencolhe nas primárias” afirma “Okirchnerismo chega aos momentos fi-nais do mandato de Cristina Kirchnerem processo de encolhimento”.

Será que é isso mesmo? É fato queCristina, nas primárias de 2011, por oca-sião de sua reeleição, obteve nas Paso(Primárias Abertas, Simultâneas e Obri-gatórias) bem mais de que agora o seuatual candidato, Daniel Scioli, governa-dor da Província de Buenos Aires, candi-dato da FPV (Frente para a Vitória).

Ocorre que nestes últimos anos acir-rou-se a virulenta campanha contraCristina desencadeada pela grande impren-sa local e internacional, pela oligarquiaargentina e pelos partidos políticos de opo-sição e por boa parte do sindicalismo.

O ponto culminante dessa campanhafoi a morte do procurador AlbertoNisman, atribuída diretamente aCristina Kirchner pela mídia, acusadapor aquele membro do Ministério Públi-co de acobertar, em conluio com o go-verno do Irã, os responsáveis pelo aten-tado contra a entidade judaica AMIA.Parecia o ato final de sua derrocada dogoverno. A queda parecia iminente. Osprocuradores convocaram pouco tempodepois uma grande manifestação quereuniu cerca de 500 mil pessoas e quevirou um grande ato contra a presidenta.Menos de duas semanas depois, orga-nizações políticas, sindicais e popula-res retrucaram com outra grande ma-nifestação de 400 mil pessoas em de-fesa de Cristina, contra adesestabilização e o golpe. Nesse perí-odo de graves dificuldades políticas eeconômicas, Cristina resistiu e lutou.Foi para a televisão e rádio, para a im-prensa e para as redes sociais, enfren-tando com coragem e inteligência seusdetratores, definindo claramente quaiseram as forças golpistas. Comandoucom enorme valentia seus ministros,seu partido e todas as forças políticase sociais afins na defesa do governo edas políticas sociais levadas a cabo nosperíodos de governo dos Kirchner –Nestor e Cristina.

Resultado: Cristina está prestes a ga-

E não é que Cristina Kirchner pode ganharas eleições presidenciais já no primeiro turno

com Daniel Scioli e Carlos ZanniniÉ

ARGENTINA

nhar as eleições presidenciais com DanielScioli (que não era o nome ‘in pectore’,de sua preferência) e Calos Zannini comovice (este sim de sua estrita confiança).

O que é o PASO? São eleições primá-rias, abertas a todo o eleitorado, comvoto obrigatório. Concorrem partidos ecoligações. O nome mais votado em cadauma dessas coligações concorre às elei-ções presidenciais que terão lugar em25 de outubro. Elege-se presidente ocandidato que obtiver, em primeiro tur-no, pelo menos 45% dos votos ou 40%com a necessária vantagem de 10% so-bre o segundo colocado.

A Argentina tem 23 províncias, comexceção de 4, votaram majoritariamen-te na Frente para a Vitória de Scioli-Zannini. As exceções foram: Cidade deBuenos Aires que deu preferência àCambiemos de Maurício Macri, prefei-to da cidade; Cordoba que privilegioua UNA (Unidos por uma Nueva Alterna-tiva) de Sergio Massa, dissidente dokirchnerismo; San Luis votou majori-tariamente na Coligação Federal de umpolítico local Alfredo Saá; Mendoza quedeu preferência a Cambiemos. A pro-víncia mais populosa é a de BuenosAires, governada por Scioli. A absten-ção foi grande, 31%, em grande medi-da nas províncias mais distantes e po-bres, cujos votos ordinariamentesufragaram nos pleitos anteriores a

Nestor e Cristina.Apurados 97,50% dos votos vejam

os resultados:

Por Coligação (as 3 principais): FPV- 38,45%, com Scioli candidato único ;Cambiemos - 30,01% com MauricioMacri (80,65% desses votos), ErnestoSanz (11,53%) e Elisa Carrió (7,81%);UNA - 20,64% com Sergio Massa(68,18%) e José M. de la Sota (31,82%).

Por Candidato Vitorioso em sua coa-lizão: Daniel Scioli – 38,45%; MauricioMacri – 24,22; Sergio Massa – 14,23.

Façam, caos amigos, suas análises.Massa já declarou que quer romper apolarização Scioli-Macri e vai para cimade Macri. Basta Massa comer um pontopercentual de Macri, ainda que se leveem conta que todos os votantes de Cam-biemos irão sufragar Macri, e Sciolicrescer 1,6%, tarefa bastante possívelse a abstenção cair para 20%, ainda quenão atraia um só voto das coligaçõesoponentes, que as eleições estarão re-solvidas já no primeiro turno.

Vejam como em política é precisoresistir e lutar, travar ininterruptamentea batalha de ideias, manter as basessociais mobilizadas, orientadas e arma-das de argumentos, sob liderança fir-me, corajosa, sensível e hábil.

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FONTE: www.pagina13.org.br

fusão do Direito com a Política, des-de que feita de maneira aberta e nãoseja orientada pelos interesses priva-dos, que se destinam a demolir o que oEstado tem de “social” e “democráti-co”, é uma das conquistas mais im-portantes da democracia namodernidade. Cesare Pavese, no seu“Ofício de Viver” – diário monumentalem que, no seu final, ele se despede davida, assolado por um pessimismo qua-se mórbido – escreve numa passagemsoberba: “A prova de teu desinteressepela política é que, acreditando no li-beralismo (= à possibilidade de ignorara vida política), gostarias de aplicá-lode maneira tirânica.” Nada como ge-rar fragmentação, inconformidade, ins-tabilidade, anarquia institucional, parapromover o apoio a soluções tirânicas esimplórias. Soluções criadas a partir daurgência e do caos, onde o “vale tudo”substitui a razão e a mídia – ideológicae partidarizada – substitui a reflexãopolítica dos partidos e a participação dasociedade civil. A combinação do “va-mos fazer agora o que ninguém tevecoragem de fazer” com a desqualificaçãodo diálogo político e com a supressão dospartidos – como agentes fundamentaispara constituição da vida pública – podelevar novamente para uma crise aindamaior do que esta que estamos vivendonesta conjuntura.

As premissas da dívidae a solução conjuntural*

A

ARTIGO

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TARSO GENRO**

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21

em 10 de agosto de 2015

**Ex-governador do RS

A Lei Complementar 148/2014, quereestruturou a dívida do Estado com aUnião, abriu um espaço fiscal – já utili-zável neste final de ano de 2015 – demais de 4,5 bilhões de reais. Este re-sultado não pode ser tratado como umaconquista de um Governo, mas deve sertido como conquista de um Estado, cujasituação é a mais crítica do país. Esta

situação crítica instalou-se, a partir dasnegociações feitas pelo Ministro Malan,com o Governo peemedebista da épo-ca, que adicionou, ainda, àquela dívidanegociada em condições desfavoráveis,os bilhões de precatórios do não paga-mento da Lei Britto, que até hoje com-põem mais de 70% do valor destes,que, somados às Requisições de Pe-queno Valor, são sacados, todos osdias, do Tesouro Estadual.

O tratamento desta questão – comoencará-la e como resolvê-la- é o quedividiu as forças políticas no RioGrande, e que resultou na vitória daatual coalizão de forças que dirige oGoverno. Ressalto, ainda – para fina-lizar a introdução ao tema que vouabordar- que todos os aumentos sa-lariais, conquistados pelos trabalha-dores do Estado, que reverteram oarrocho a que eles estavam submeti-dos, tiveram apoio da oposição, quehoje é Governo. A mesma oposiçãoque também militou, na Assembleia,para que os aumentos fossem aindamaiores do que aqueles que nós con-cedemos. A implementação do “pro-grama” vencedor é uma tarefa políti-ca e institucional do atual Governo,mas a reversão da situação da dívidapública é uma tarefa de todas as for-ças políticas do Estado. As condiçõesinstitucionais, para isso, estão dadaspela Lei Complementar 148, duramen-te conquistada pelo nosso Governo,com o apoio, na oportunidade, de to-dos partidos do espectro político gaú-cho.

A partir da aprovação da Lei e dasanção presidencial, qualquer Gover-no (além de outras medidas relacio-nadas com a arrecadação), pode lidarcom três possibilidades, em relaçãoao equacionamento da dívida. A pri-meira delas seria combinar novos fi-nanciamentos para investimentos,junto ao BID, BIRD, CAF (CorporaçãoAndina de Fomento), com a reabertu-ra do Programa de Reestruturação eAjuste Fiscal (PAF), obtendo aval daUnião, também para a contratação definanciamentos de novas operações decrédito, inclusive para “trocar” di-nheiro mais caro, com juros elevados,por dinheiro mais barato, com jurosmais baixos.

A fusão do Direito com aPolítica, desde que feita demaneira aberta e não sejaorientada pelos interesses

privados, que se destinam ademolir o que o Estado temde “social” e “democráti-co”, é uma das conquistas

mais importantes da demo-cracia na modernidade

A segunda medida, que tambémdependeria, evidentemente, da capa-cidade de pressão e articulação naci-onal do Governo Estadual, bem comoda força política que estivesse comohegemônica no Governo Federal (quehoje, aliás é o PMDB, o mesmo parti-do do Governador), seria oreescalonamento em definitivo,consensual, da dívida. Nesta hipóte-se, permitindo a utilização dos valo-res que são pagos, mensalmente, paraamortizá-la, em investimentos deinfraestrutura complementares àsobras do Governo Federal, e/ou parapagamento de precatórios e requisi-ções de pequeno valor, originários docalote da Lei Britto, créditos majori-tariamente – em termos jurídicos -“alimentares”, que constituem oprincipal “sufoco” do Tesouro Estadu-al.

Estas duas primeiras medidas po-deriam ser combinadas entre si, bemcomo -se necessário- apoiadas poruma terceira medida, baseada numasolução pela Justiça, uma “soluçãojurisdicional”. Esta, hoje, tendo emvista a Política Monetária que estásendo imposta ao país e a ausênciade encaminhamento, pelo Governoatual, das duas primeiras possibilida-des, parece ser a única que nos resta.

A combinação do “vamosfazer agora o que ninguém

teve coragem de fazer” coma desqualificação do diálo-go político e com a supres-

são dos partidos – comoagentes fundamentais paraconstituição da vida pública

– pode levar novamentepara uma crise ainda maior

do que esta que estamosvivendo nesta conjuntura

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OPOSIÇÃO RESPONSÁVEL

e o governo Sartori quiser, o RioGrande tem saída imediata, recorren-do aos depósitos judiciários, e tam-

Existem saídas imediatas e estratégicas para o RS

S

bém possui alternativa estratégica pormeio da reestruturação da dívida doestado”, disse o deputado AdãoVillaverde (PT), na sessão plenária dequinta-feira(13).

Em sua manifestação, ocupando atribuna do plenário, o parlamentar re-afirmou as medidas que o PT e banca-das de oposição sugeriram, insisten-temente, ao Executivo e à sua basealiada, para enfrentar a crise das fi-nanças rio-grandenses.

Em caráter de curto prazo, a oposi-ção já colaborou, protocolando propo-sições legislativas, relacionadas ao sa-

ques dos depósitos judiciais e emendacom a dispensa temporária do paga-mento de juros ao judiciário.

No enfrentamento estrutural da dí-vida, Villaverde apontou, como contri-buição viável, a medida que tanto aAjuris como MP estão cobrando do go-verno que não adotou ainda, com am-paro legal e formal, uma ação judicialno Supremo se precavendo contra o blo-queio do Tesouro. “O pagamento dofuncionalismo envolve a garantia da ali-mentação e se sobrepõe a outras dívi-das ensina o procurador MarceloDornelles”, disse o deputado.

Marcelo Bertani/Agência ALRS

Criseno estado

Eleito para governar há quase 10meses, Sartori tem sido criticado pelaoposição, que também ofereceu ou-tras contribuições, propondo progra-ma de recuperação de créditos tribu-tários, cessão de crédito de ativos tri-butários e a utilização do espaço fis-cal já existente. Como proposta demédio prazo para o estado, foi suge-rido avançar nas negociação de com-pensação previdenciária e de buscada compensação em obras de estra-das federais (DNIT – DAER. Já para oequilíbrio estrutural do RS, visando ocrescimento econômico e proteção daeconomia, a bancada petista apre-sentou como propostas uma PolíticaIndustrial, Plano Safra Estadual, a re-forma do ICMS buscando o fim daGuerra Fiscal e a diminuição do com-prometimento com o pagamento daDívida. Uma das estranhezas dos de-putados, reveladas durante entrevis-ta coletiva no dia 5 de agosto, foi ofato de que o governador Sartori nãoaproveitou o momento do encontrocom os ministros do Supremo para quedesse curso à ação que a OAB do RSmove em relação a dívida do Estado,pois é uma contrapartida que ele per-feitamente poderia ter lançado mão.

PACOTE FASE 3: Sem con-siderar o desenvolvimento

A cada etapa do chamado ajuste fiscalfica mais explícita a visão do Executivode que o estado é um empecilho ao de-senvolvimento - o que justificaria a redu-ção das funções públicas do Estado e aresponsabilização do funcionalismo pelacrise estrutural das finanças, além, é cla-ro de culpar Tarso e Dilma. Esta fase 3 doajuste envolve extinção de três fundações,adoção da previdência complementar, pro-posta de Emenda à Constituição (PEC) re-movendo a necessidade de realização deplebiscito para extinguir a Cesa; propostade PEC para desconstitucionalizar a regrado tempo de serviço dos militares; regu-larização de áreas de Cohab, impactando30 mil pessoas; criação de sistema de con-ciliação e mediação, para evitarjudicializar pequenas ações contra tercei-ros; modificações de processos tributári-os e administrativos na Secretaria da Fa-zenda e criação da subsidiária Banrisul Car-tões. Assim, continua sem enfrentar otema do desenvolvimento como um dospilares para enfrentamento à situação fi-nanceira do estado e reforça a paralisiado governo Sartori ao não encaminhar te-mas importantes (como a renegociação dadívida e de novos financiamentos) e nemapontar uma solução imediata para o pro-blema do atraso de salários.

PACOTE FASE 4: “Sou con-tra aumento de impostosmas voto a favor”

Esta declaração de um deputado dabase aliada em relação à elevação detributos da chamada fase 4 dos paco-tes do governo Sartori sintetiza oposicionamento de ocasião dossituacionistas que alardeavam outrodiscurso à época da gestão de TarsoGenro.

Reclamavam inclusive reajustesmais generosos para os servidores queagora são humilhados com atrasos eparcelamento de salários.

Anunciado pela mídia (que antecipanormalmente os porta-vozes doPiratini), o novo pacotaço tem o mes-mo teor fiscalista arrecadador que oParlamento rejeitou quando a ex-gover-nadora Yeda propôs ao Legislativo.

Mas completa a estratégiapeemedebista de criar o caos midiático,atemorizar o servidor e pressionar asociedade para recorrer à elevação tri-butária e à venda do patrimônio públi-co, também disfarçada de extinção deestatais.

É exatamente o mesmo receituárioaplicado antes, que só contribuiu paraaumentar a dívida e jogar o RS na criseestrutural em que se encontra.

! Em entrevista à Rádio Gaúcha na quinta-feira (13), Villa falou sobre a proposta da oposiçãode ampliar o limite dos saques judiciais. Ouça o áudio acessando https://goo.gl/wBRpwS