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COMISSÃO DOS PADRÕES DA GRANDE GUERRA ^ : : : RELATÓRIO DA : : : COMISSÃO EXECUTIVA REFERIDO A 31 DE DEZEMBRO DE 1930

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COMISSÃO

DOS

PADRÕES DA GRANDE GUERRA ^

: : : RELATÓRIO DA : : : COMISSÃO EXECUTIVA REFERIDO A 31 DE DEZEMBRO DE 1930

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COMISSÃO

DOS

PADRÕES DA GRANDE GUERRA

LITO. NACIONAL PORTO

: : : : 193I : : : :

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*! MARECHAL JOFFRE

No Cortejo Triunfal dos

Soldados Desconhecidos Portugueses, mortos em França e em Africa, do Palacio do Congresso da República para o Mosteiro da Batalha

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MARECHAL JOFFRE

A Comissão dos Padrões da Grande Guerra prestou homenagens especiais á memoria do Marechal Joffre.

Assim a sessão da Comissão Executiva, marcada para 5 de Janeiro, foi encerrada em sinal de condolências, e na sessão da Comissão Central, em 29 do mesmo mês, com a assistência de representantes da «Union des Anciens Combat- tants Français Résidant au Portugal» a Assembleia conser- vou-se em silencio durante 2 minutos. Foi, então, projectada uma fotografia do Marechal Jofíre, quando veio a Lisboa encorporar-se no Cortejo Triunfal que, do Palacio do Congresso da República, conduziu ao Mosteiro da Batalha os dois ataú- des, que encerravam os restos gloriosos de Soldados Desco- nhecidos Portugueses, mortos em França e em Africa.

Nessa sessão foram rememoradas as palavras do Mare- chal Joffre que são recordadas enternecidamente por todos os portugueses, pronunciadas como homenagem do Glorioso Chefe ao Soldado Português, quando em 11 de Novembro

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de 1923 foi lançada a primeira pedra do Padrão de Portugal, erigido no local onde foi o reducto de La Couture, na Batalha do Lys, em 9 de Abril de 1918.

Essas palavras foram:

«// y a deux ans je me rendais à Lisbonne pour apporter 1'hommage solennel de la France aux soldais portugais morts pendant ta guerre. Et, c'est avec une vive émotion que je me souviens aujourd'hui de 1'accueil enthousiaste qui me fut réservé dans la capitale de nos fidéles alliés.

Je suis heureux de venir rendre, á nouveau, ici un pieux hommage aux soldats portugais tombés pour la cause de ta Liberté et du Droit, á leur poste de combat.

Sur cet immense front du Nord de la France, ou s'alignent aujourd'hui tant de cimetiéres et tant de monu- ments du souvenir, lis furent, en même temps, à la peine et l honneur en ces jours particuliérement tragiques ou les armées allemandes tentaient un der- nier effort pour ressaisir la victoire qui leur échappait.

Amis fidéles de la France, alliés généreux de notre pays brutalement envahi, ils ont quitté leurs foyers qui n'étaient pas menacés. Us sont vénus

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partager nos angoisses. Us se sont battus vaillamment sur cette terre arrosée déjá du sang de tant de peu- pies dressés spontanément contre la Force. Us sont tombés en martyrs, défendant avec tous les Alliés mieux qu'une cause juste, grand et belle: la cause même de 1'Humanité.

Nous les admírons et nous les pleurons commenos enfants, puis qu'ils sont morts comme eux, á côté d'eux, avec eux.

Et puisque cette évocation des morts de la Grande Guerre sur le sol même ou s'accomplirent tant de beaux sacrifices, nous reporte au temps ou tous les Alliés étroitement unis son- geaient seulement á la victoire com- mune, rappelons-nous qu'elle a été obtenue grâce á la coopèration de tous, á la discipline de tous, á la subordi- nation réelle des intèrêts particuliers de chacun des peuples, aux intèrêts généraux du Monde-'.

A nossa gratidão manifestou-se nas homenagens pres- tadas e esse mesmo sentimento nos impõe a reprodução da Ordem imortal do Marne, em 1914.

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Manuscrito da famosa Ordem do dia do Mame, dada pelo General Joffre em 6 de Setembro de 1914 e lida a todos os soldados fran- ceses, publicada pela revista Fidac (n.° 2, de 1931, págs. 4|, diz :

• Na ocasião em que se trava uma batalha de que depende a sal- vação do Paiz, todos se devem lembrar que não pode ser dado um passo á rectaguarda. Todos os esforços serão fei- tos para repelir o invasor.

As tropas que não poderem avançar, deverão manter, a todo o custo, o terreno conquistado, morrendo no seu posto para não recuar.

Nas actuais circunstancias é inadmissível qualquer fraquesa. — 6 Setembro de 1914.—O General Comandante em Chefe,—J. Joffre•.

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RELATÓRIO

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RELATÓRIO

MO cumprimento de indeclinável dever moral, a Comissão Executiva vem submeter á vossa apreciação o relatório da

gerencia, no ano de 1930. Em anos sucessivos tendes dado aprovação á actividade

que temos exercido, como vossos mandatários, no consegui- mento do objectivo que nos reúne. Essa aprovação tem-nos sido dada com tanta benevolência e florida com palavras de tão liai camaradagem e afectuosa estima, que constitui um poderoso incitamento, incutindo novas energias para prosse- guirmos nesta tarefa.

A persistência (') com que todos temos colaborado na Obra de erguermos os Padrões da Grande Guerra é, por certo, uma excepção que nos enobrece, contrariando a perigosa endemia das entusiásticas improvisações, que para espíritos superficiais constitui já um característico português.

Desde 1921, (2) em que lançamos a ideia de consagrar o Esforço da Nação, intervindo com as suas Forças de Terra e Mar na Grande Guerra, e de Glorificar os Camaradas Mor- tos nos campos de batalha de França, de Angola, de Moçam- <

(») Registamos a nossa actividade em 219 actas. (2) A sessão inaugural efectuou-se em 3 de Dezembro de 1921, sob

a presidência do falecido Marechal Gomes da Costa, na Sala do Conselho Colonial no Ministério das Colonias.

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bique e do Mar, que não temos um instante de desanimo. Como ides verificar, na breve síntese deste relatório, o 9.» ano de actividade foi um excelente período no programa que tra- çamos sob vossa indicação e com o dedicado auxilio de quantos se têm acercado. Esta larga estrada, já marcada com tantas pedras brancas definindo brilhantes etapas, não ilude a espectativa dos sinceros patriotas. O ano de 1930 foi dos mais profícuos.

Tanto moralmente, como em realizações, no período anual decorrido, desde o nosso ultimo relatório, assinalam-se factos gratos de registar no balanço indispensável para melhor nos encaminharmos para o objectivo final.

Infelísmente, pétalas da nossa saudade terêmos de des- folhar sobre uma campa, que abruptamente se abriu.

A's baixas dolorosas, que em anteriores relatórios regis- tamos e deixaram vagas insubstituíveis na nossa Comissão Central, temos de acrescentar o nome do Major, Professor Manuel da Costa Dias.

Já com a doença, que pouco depois o vitimaria, em uma enganadora convalescença, assistiu a uma sessão da vossa Comissão Executiva, quando se ventilava o alvitre do jornal «Republica» de erguer um Padrão na sua Terra Natal, a Ilha da Madeira.

Inteligência muito culta e trabalhador perseverante, professor distintíssimo e caracter primoroso, combatente no Sul de Angola e em França, condecorado com a Cruz de Guerra e, apoz a luta, adjunto do nosso delegado jurídico em uma importante questão de arbitragem internacional, a cujos pri- meiros triunfos assistiu e para os quais concorreu, o Major Costa Dias era um valor mental e moral, cuja falta nos foi muito sensível.

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Como para os anteriores Presidentes de Honra, que têm sido arrancados ao nosso convívio, (') promovemos, em 1930 sessões solénes para os Elogios Históricos do General Abel Hipolito e do Dr. Antonio José de Almeida, pronunciados respectivamente pelos Ex.mos Snrs. Tenente Coronel de Arti- lharia e Estado Maior F. Falcão Pacheco Mena, oficial muito distinto e combatente da Grande Guerra em Moçambique, que presta serviço em uma unidade, onde o General Abel Hipolito exerceu funções de comando, e o Professor Dr. Her- nâni Cidade, Capitão miliciano promovido por distinção, como subalterno de infantaria no C. E. P. a França e condecorado com a Cruz de Guerra.

O Elogio Histórico do General Abel Hipolito, realisou-se na séde da «Liga dos Combatentes da Grande Guerra > (2) em 13 de Fevereiro e o Elogio Histórico do Dr. Antonio José de Almeida na Sala Portugal da «Sociedade de Geografia de Lisboa» (3) em 15 de Março.

A Comissão entendeu prestar ao Dr. Antonio José de Almeida, que como Presidente da República nos dispensou sem- pre um tão salutar apoio e, após a conclusão do seu mandato presidencial, quiz fazer um apêlo á Colonia Portuguesa no Brazil, (*) a favor da nossa Obra, homenagem duradoira na

(i) General Fernando Tamagnini de Abreu e Silva, Elogio Histó- rico pelo Coronel, então Tenente Coronel, Henrique Pires Monteiro na séde da «Liga dos Combatentes da Grande Guerra-, em 23 de Dezembro de 1924 e publicado com o Relatório de 1925.

General José Augusto Alves Roçadas, Elogio Histórico pelo saudoso e eminente Estadista, Major Dr. Alvaro de Castro, no Salão Nobre da < Camara Municipal de Lisboa > em 28 de Maio de 1926.

General José Augusto de Simas Machado, Elogio Histórico pelo Coro- nel Jeronimo Osorio de Castro, na séde da «Cruz Vermelha Portuguesa-, em 16 de Abril de 1927.

General Bernardo de Faria, o Elogio Histórico foi pronunciado pelo Tenente Coronel de Artilharia, então Maior, Eduardo da Costa Ferreira, na séde da • Cruz Vermelha Portuguesa -, em 13 de Junho de 1928 e publicado pela Comissão.

(2) Publicado, com o nosso assentimento, na «Revista de Artilha- ria» n.o 57—Março de 1930 — (págs. 497).

V) Publicada pela Comissão. {«) Carta publicada no Relatório da geiencia de 1925, pags. 1 a 31.

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memoria da Nação, colocando uma lápida na Casa onde viveu e, em 29 de Outubro de 1929, faleceu o inclíto Cidadão, que, como Presidente do Governo da União Sagrada, foi nosso Presidente de Honra.

Ao Marechal Manuel de Oliveira Gomes da Costa, que como General foi Presidente Efectivo na nossa Comissão Central, cumpria-nos prestar idêntica homenagem. Assim o publicámos e convidámos para pronunciar o Elogio Histórico, o Ex.mo Snr. Coronel Vitorino Godinho, que foi o Chefe do Estado Maior da Divisão Portuguesa, sob o comando do General Gomes da Costa na histórica Batalha do Lis, em 9 de Abril de 1918. Este nosso Camarada imediatamente acedeu ao nosso convite, mas como antes a benemerita «Liga dos Combatentes da Grande Guerra» tivesse promovido idêntica homenagem, (') a que nos associámos comovidamente, julgámos realizado o nosso objectivo de exaltar em justos termos a memoria excelsa dum Glorioso Soldado da Grande Guerra e prestigioso Chefe Militar.

* * ♦

Em 1 de Setembro, 15.° aniversario da morte, no Sul de Angola, do Tenente Augusto Valdez de Passos e Sousa, rea- lizou-se em Elvas, a inumação das Gloriosas Cinzas desse valoroso Combatente do Quadrado de Mongua, no sarcófago dos Combatentes da Grande Guerra naturais do Concelho.

Como sabeis, (2) com o valioso concurso da Comissão Executiva do Padrão de Luanda, então presidida pelo Ex.mo Snr. Coronel do Estado Maior Genipro Eça de Almeida, encarregamo-nos de transladar, dos confins angolanos para

(') Elogio Histórico pelo Ex.no Snr. Tenente Coronel Antonio Ger- mano Guedes Ribeiro de Carvalho, promovido por distinção no C. E. P- e"1

França, na séde da L. C. G. G. e publicado na revista «A Guerra» (n.o 51 de Março, pags. 1096).

(2) Relatório da gerencia de 1929 (págs. 8).

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Lisboa, as Cinzas daquele nosso Camarada. Á Sub Agencia de Elvas, da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, que teve a iniciativa de tão justa homenagem, coube a transla- dação definitiva, que efectuou com a maior solenidade, a que prestámos, como nos cumpria, todo o auxilio moral.

Como também conheceis, transladámos do antigo Sector Português na Flandres para a Barquinha, terra da sua natu- ralidade, as gloriosas cinzas do l.o Soldado Português Morto em França, com a promessa de que teriam jazida definitiva no Monumento aos Mortos da Grande Guerra, naturais do concelho da Barquinha (•).

Infelísmente esse compromisso não foi ainda saldado por dificuldades locais, a que somos estranhos e que, portanto, esta Comissão não pode remover, embora as instancias já feitas neste sentido.

Romagens Patrióticas

Não tiveram grande sucesso as romagens patrióticas ao Tumulo do Soldado Desconhecido, no Mosteiro da Batalha, e ao Padrão de La Couture.

Em 1928 realizou-se uma peregrinação, que teve o con- curso de 16 mutilados de guerra, convidados pela Comissão.

Em 1930 procuramos realizar as duas excursões. Encar- regou-se da sua organização técnica uma empreza de que é director um oficial superior do exercito, antigo combatente. Só em 29 de Março foi publicado o Decreto n.o 18.192, de 27 do mesmo mês (2), que concedia determinadas facilidades aos antigos combatentes, o que fez desistir muitos que necessi- tavam dessa autorização oficial quasi reduzida a uma licença especial para os militares e funcionários do Estado.

Foi uma causa da inscrição pouco numerosa, além das

O Relatório da gerencia de 1929 (págs. 7). (2) «Diário do Governo», n.o 73—1 Serie—de 29 de Março de 1930.

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poucas vantagens na liquidação do empréstimo autorizado e das condições económicas gerais bem conhecidas.

Para o ano de 1931 voltamos a insistir na realização destas peregrinações patrióticas, que correspondem aos nossos intuitos morais. Já foi publicado o Decreto n.° 18.758, de 12 de Agosto (Diário do Governo n.o 192—1 Serie de 19 de Agosto de 1930), que estabelece as mesmas facilidades do anterior decreto.

A mesma empreza, de acordo com a agencia de excur- sões da Fidac (Bureau de voyages), está estudando o assunto, quanto á ida a La Couture e Richebourg 1'Avoué.

Pelo que se refere á peregrinação ao Tumulo do Soldado Desconhecido, a recente inauguração do Caminho de Ferro Mar- tingança — Batalha — Porto de Moz facilitará a sua realização.

Proximo do Padrão de Portugal, que se ergue em La Couture, encontra-se o Cemitério Militar Português de Riche- bourg 1'Avoué, que é sempre visitado pelos peregrinos.

A imprensa fez-se eco do estado de abandono desse cemitério. Ao nosso Camarada, Ex.m° Snr. Tenente miliciano Francisco Ribeiro Salgado, antigo combatente e condecorado com a Cruz de Guerra, que tinha tomado parte na Peregrinação, dirigimos convite para nos expôr as suas impressões.

Ouvimo-lo em 24 de Maio e chamamos a atenção das autoridades competentes para o assunto.

Como já indicamos em 1929 ('), o chamado «Comité da Aldeia Portuguesa» manifestou o desejo de que fossemos seus intermediários na oferta dum Portão Artístico, que desde 1923 o referido Comité destina aquele Cemitério. Aceitamos tão honrosa incumbência, mas no decurso das negociações a vossa

(i) Relatório da Gerencia de 1928 pág. 8 9. -14-

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Comissão Executiva entendeu conveniente desinteressar-se do assunto.

O Estado Maior do Exercito está estudando a vedação do aludido Cemitério e a maneira de o colocar em condições convenientes. É uma garantia, que muito nos satisfaz exarar neste relatório e á qual presta devotado concurso o nosso distinto Confrade e Camarada, o Ex.mo Snr. Adriano de Souza Lopes. Esperamos, portanto, que na próxima peregrinação os antigos combatentes portugueses possam visitar o Cemitério Militar Português de Richebourg 1'Avoué, encontrando-o de forma a honrar o nosso respeito pelos Camaradas Portugueses, que pela Patria morreram no antigo Sector Português da Flan- dres Francesa, e a dignificar o nome sagrado de Portugal.

O Snr. Marquez de Faria, que se inscreveu na «Legião Portuguesa», representando com a ilustre Senhora D. Maria Antónia Ferreira Pinto, a «Cruz Vermelha Portuguesa» quiz ter a gentilissima lembrança de nos oferecer um precioso Album recordando os principais episódios dessa Peregrinação Patriótica, que foi entregar o Padrão de Portugal á Mairie de de La Couture.

Não tendo a Comissão séde propria, resolveu com o assentimento do ilustre patriota Marquez de Faria, entregar esse Album ao «Museu Militar» onde será exposto.

Á memoria da distinta Senhora D. Maria Antónia Ferreira Pinto, que foi a solicita e carinhosa enfermeira — chefe do «Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa- em Ambleteuse, pres- tamos o culto respeitoso da nossa gratidão, em nome de quantos feridos lhe deveram cuidados e de tantos mortos de quem recebeu o ultimo alento.

Confraternisação Iriter-aliada

O ano de 1930 regista numerosas e bem significativas manifestações de que a camaradagem fraterna dos campos de batalha perdura. A Comissão dos Padrões da Grande Guerra

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tem concorrido para que o nome de Portugal se matenha na fileira dos exércitos, que tiveram o Comando Suprêmo do inolvidável Marechal Foch.

Essa confraternisação quasi que exclusivamente se tem assegurado por iniciativa e esíorço da maioria dos antigos combatentes, que encontram assentimento e indispensável apoio moral dos respectivos Governos. É certo, porém, que os Governos nem sempre dispensam o correspondente auxilio material, devido a conhecidas dificuldades económicas e ás consequentes preocupações politico-sociais, que absorvem os que tomam encargo da governação publica.

Entre os Países, antigos aliados e associados, Portugal separado de todos, no extremo ocidental da Europa, pela bar- reira da Espanha, com que alguns, propositada ou ignorante- mente, nos confundem, não deve deixar de ocupar o seu lugar nas conferencias e congressos, a que nos convoquem. Assim o compreende a benemerita «Liga dos Combatentes da Grande Guerra» e para este objectivo temos concorrido. Neste intuito elevámos o Padrão de Portugal, em La Couture; oferecemos os Sete Marcos, que em França no antigo Sector Português indicam o máximo avanço alemão, e onde está inscrito o nome de Portugal. É com egual sentimento, que, deligenciamos realizar uma Peregrinação anual a La Couture e a Richebourg 1'Avoué.

Pela «Amicale des Anciens Combattants Beiges, Résidant au Portugal» foi-nos conferida a mais alta distinção das suas disposições estatutárias, entregando-nos o diploma de Membre d'Honneur.

A Camara do Comercio Belga ao comemorar o 1.° Cen- tenario da Independência da Bélgica, convidou-nos para as cerimonias patrióticas que promoveu.

A «Union des Anciens Combattants Français, Résidant au Portugal», mais uma vez nos distinguiu oferecendo-nos duas excelentes fotografias evocadoras duma cerimonia que nos foi grata: a realização em Paris da entrega soléne da nossa

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Cruz de Guerra á Bandeira da Agencia da «Liga dos Comba- tentes da Grande Guerra», no passado dia 9 de Abril.

Um representante dos antigos combatentes portugueses no importante Congresso da Fidac, em Washington, foi o Vice- Presidente da vossa Comissão Executiva.

Aproveitando esta oportunidade realizou-se a propaganda da nossa Obra entre as colonias de portugueses, numerosas e animadas daquele belo sentido patriótico que guia os nossos emigrantes.

Foram distribuídas algumas centenas de exemplares duma nova edição do Hino de Portugal—«A Portuguesa», o que teve grande êxito, pois sabe-se que passados mais 20 anos da proclamação da República, ainda os portugueses eram rece- bidos com o hino proscrito. (')

Por esta ocasião foi entregue o Bronze — Padrão de Portugal — ao nosso Ministro em Washington, Sr. Visconde de Alte e ao Sr. Fred W. Abbot, presidente cesssante da Fidacm

Tendo sido condecorados com o grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo, por nossa solicitação, os grande amigos de Portugal, Mr. Fernand Vincent, actual Vice-Presidente da U. A. C. F., que em 1928 muito facilitou as recepções da pequena «Legião Portuguesa», sendo o seu entusiástico e devotado introductor, e Mr. Louis Lantoine, nosso Vice Consul em Arras, que tem sido um funcionário zelosíssimo e muito dedicado, a ambos oferecemos as respectivas insígnias, entregues em sessões especiais.

Ao nosso Consul no Havre, Sr. Pedro Cid entregámos um Diploma de Reconhecimento pelas facilidades que nos deu por ocasião da soléne trasladação do 1.° Soldado Português Morto em França. Esse Diploma de Reconhecimento bem se justifica,

(>) Não nos deve surpreender, pois que exactamente neste Congresso de Washington, conta-nos o Tenente Coronel Jean Ferrandi que numa cidade

• do trajecto não conheciam a «Marselhesa». Lafayette no seu tumulo deve ter estremecido!

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pois que esse nosso devotado compatriota e amigo conseguiu com as suas deligencias, que fossemos reembolsados da impor- tância apreciável do transporte em caminho de ferro de Béthume para o Havre das cinzas gloriosas do nosso Camarada.

Tomámos parte nas recepções a M. Louis Marin, que era o Ministro das Pensões, quando da entrega do Padrão de Portugal em La Couture; a M. Achille Reisdorff, então Presidente da Fidac, e a M. Edgard Lippens, grande amigo dos portugueses.

Como prova de alto apreço pelos laços de fraternidade de Armas, que recordando os dias longos dos combates e das privações, nos unem na ansia de uma Paz progressiva, resolvemos oferecer o nosso Bronze que constitui a nossa mais significativa demonstração de reconhecimento ás Colecti- vidades Irmãs, que são: «Amicale des Anciens Combattants Beiges», «Union des Anciens Combattants Français» e «Liga dos Combatentes da Grande Guerra».

Finalmente, alguns dos nossos exercem cargos gerentes na Fidac.

O Snr. Capitão de Mar e Guerra Afonso Julio de Cerqueira pertence á 4.® Comissão (Finanças e Estatutos); o Snr. Capitão de Fragata Fernando Pereira da Silva pertence á 2.a Comissão (Vitimas da Guerra); o Vice Presidente, General Luiz Augusto Ferreira Martins pertence á 1." Comissão (Negocios Estrangeiros); e o Secretario Geral, Coronel Hen- rique Pires Monteiro, pertence á 3.® Comissão (Propaganda).

Encontram-se assim vogais da nossa Comissão, em todas as Comissões de estudo da Fidac, facto que nos é grato registar.

Padrão de Luanda

Em 2 de Junho encerrou-se a 2.a parte do concurso para o projecto do Padrão de Luanda. O Juri resolveu P°r

unanimidade anular o concurso, visto as provas de escultura não corresponderem aos seus intuitos.

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Sugeriu, no entanto, a possibilidade de convidar os Ex.mo Snrs. Arquitecto Abel Pascoal e Estatuário Salvador Barata Feyo a organisar um novo projecto, visto que o seu projecto do concurso apresentava apreciáveis qualidades arqui- tetonicas e o escultor, que foi aluno laureado, revelava impressionantes dotes artísticos.

Aceitámos esta sugestão, que nos foi feita no intuito de facilitar a nossa tarefa e demonstrando um vivo interêsse peia nossa obra por parte dos ilustres críticos de arte, Ex.mos Snrs. Dr. José de Figueiredo, o eminente Director do Muzeu de Arte Antiga, e Dr. João Barreira, professor univer- sitário da Historia de Arte, e pelos ilustres artistas, Ex.mos Snrs. Arquitecto Raul Lino e Estatuário Diogo de Macedo.

A esta sugestão se associaram os nossos confrades, Ex.mos Snrs. Adriano de Souza Lopes e Tenente Coronel de Engenharia Vasco Lopes de Mendonça, vossos delegados artísticos, e o nosso Camarada Ex.mo Sr. Coronel Joaquim dos Santos Correia, representante da Comissão Executiva do Padrão de Luanda (>).

No proximo dia 16 de Março deve-nos ser entregue esse projecto para definitiva resolução.

De Luanda, a respectiva Comissão Executiva comuni- ca-nos dispor já de 65.926,94 Ags, prosseguindo a subscrição destinada ás fundações e ao assentamento local.

Aos subscriptores de mais de cem escudos, que permi- tiram á Comissão Executiva do Padrão de Luanda enviar-nos duzentos e cincoenta contos (250.000$00) foram conferidos 128 Diplomas de reconhecimento (n.° 216 a 344).

Ainda a proposito dos estudos preliminares deste pro- jecto nos cumpre exarar palavras de muito reconhecimento ao já distinto jurisconsulto e Assistente do «Instituto de Cri-

ei «Diário do Governo» n.o 231 (3.» serie) de 4 de Outubro de 1929 e Relatório da gerencia de 1929 (pags. 11 '.

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minologia», Ex.mo Sr. Dr. Palma Carlos, que a pedido da Comissão Executiva muito gentilmente emitiu parecer acerca da constituição do júri e, mais tarde, sobre a falta de funda- mento das reclamações de dois concorrentes, que nos foram enviadas pelos Ministérios da Guerra e das Colonias e, em face da nossa resposta, devolvidas aos reclamantes por incom- petência jurídica daquelas estações.

Padrão de Lourenço Marques

A Comissão Executiva local trabalhou activamente e tendo-nos enviado a importância de 152.356$37, resolvemos abrir o concurso segundo o programa publicado (') e que se encerra em 10 de Junho proximo.

Em Lourenço Marques a subscrição publica foi aberta em 11 de Novembro ultimo, pois que as verbas já consegui- das provêm, exclusivamente, das estações oficiais.

Para este resultado muito concorreu a entusiástica acti- vidade do Presidente, da Comissão local, o nosso ilustre Camarada Ex.m° Sr. Coronel do Estado Maior, Eduardo Augusto Azambuja Martins.

Este nosso Camarada, antigo combatente da Grande Guerra, onde exerceu com brilho e valentia as funções de Chefe do Estado Maior, reconhecendo a vantagem de erguer- mos na Capital de Moçambique, um Monumento comemo- rativo da Grande Guerra, tem-nos prestado um devotadíssimo auxilio e criado em Lourenço Marques um ambiente propi- cio á realisação do Padrão, cujo projecto esperamos do con- curso aberto.

(') «Diário do Governo» n.o 291 (II Serie) de 13 de Dezembro de 1930 e «Diário do Governo - n.o 297 (II Serie), de 19 do mesmo mês.

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Padrão de Ponta Delgada

Só temos que repetir as palavras do anterior relatório — caminha lentamente. O distinto «Grémio dos Açores> não pode tomar o encargo de alçançar os 30 contos que nos faltam e as estações oficiais ainda não resolveram o caso da cedencia plena do «Castelinho de S. Pedro», que algumas informações nos dizem ser um local pouco adaptavel.

No entanto, foi-nos comunicado que o Governo dos [Estados Unidos da America já dispõe dum projecto de monu-

mento devido a um conhecido arquitecto de Paris, e tem o local escolhido no Largo Almirante Dunn.

Vamos activar estes trabalhos de forma a conseguir a Isua definitiva resolução.

Comemoração do Armisticio

Como nos anos anteriores o Governo incluiu a repre- sentação da Comissão dos Padrões da Grande Guerra na Comissão Oficial desta comemoração e, como habitualmente fazemos, concorremos com os placards afixados nas princi- Ípais cidades, evocando os Mortos da Grande Guerra e solici-

tando os simbólicos Dois Minutos de Silencio, instantes de comunhão espiritual, estranha ás crenças religiosas e aos credos políticos que dividem os homens. IEm Lourenço Marques e em Luanda pela primeira vez

este ano, o 12.° Aniversario do Armisticio, se realizaram os Dois Minutos de Silencio.

Em continência aos Mortos da Grande Guerra desfila- ram, pelos locais onde se vão erguer os Padrões, contingentes da Armada e do Exercito, bem como núcleos importantes de antigos combatentes.

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Difusão da Obra dos Padrões

Ha sintomas do apreço, que vai encontrando a vossa taréfa. Além doutras, dirigiram-se-nos Comissões de Vila do Conde, Valença, Fafe, Montemór-o-Novo, Barcelos e Espinho solicitando a nossa influencia para a realização de monu- mentos locais ou resolução de dificuldades.

A Casa dos Filhos dos Soldados Portugueses, benemé- rita instituição da «Junta Patriótica do Norte» criou os Pré- mios General Pereira d'Eça e Marechal Gomes da Costa, para os quais concorremos, como preito prestado ás memorias dos dois eminentes chefes militares.

No Mosteiro da Batalha, continua a nosso cargo o Muzeu das oferendas, que no ano de 1930 rendeu 2.819$52 e no «Museu Militar» a venda durante o ano de 1930 produziu 575$05.

Infelísmente o nosso mostruário na Exposição de Sevilha foi-nos devolvido intacto. Não sabemos se teria sido exposto.

A Comissão organisadora do /// Pentatlo Militar adqui- riu vinte exemplares do Diploma que publicamos.

Mantem-se a situação criada pela orientação governativa de impedir a circulação de sêlos especiais, (') privando-nos da liquidação do nosso deposito. (J)

Como consta dos quadros de receita e despesa, temos:

(a) Desta importância reverteram 21.323$08, em partes

(i) Decreto n.o 16.169, de 17 de Novembro de 1928. P) Relatório da gerencia de 1929 (pags. 9).

-22—

Sêlo da Grande Guerra

Receita. Despesa

Saldo

421.808$61 87.421508 (a)

334.387553

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iguais, para a «Liga dos Combatentes da Grande Guerra» e «Casa dos Filhos dos Soldados Portugueses» (')•

Tesouraria

O relatório da tesouraria indica-nos: Receitas totais 2.212.331$31 Despesas totais 1.116.066$77

Saldo 1.096.264554 Este saldo é constituido:

Bilhetes de tesouro . . . 407.000$00 Cédulas de economia. . . 250.000$00 Deposito na C. G. D . . 381.527$79 Deposito no M. Geral. . . 57.736$75

Soma . . . 1,096.264$54 Saldo cativo:

Padrão de Luanda. . . . 400.000$00 Padrão de Lourenço Marques 484.505$39 Padrão de Ponta Delgada . 72.358$80

Soma 956.864$ 19 Saldo disponível .... 139.400$35

Pelos balancetes trimestrais, que constam das respecti- vas actas, seguiu a Comissão Executiva o movimento anual da nossa tesouraria.

Nos três quadros anexos verifica-se o desenvolvimento da nossa acção, desde 1 de Janeiro de 1922.

Pelo sucinto relato, que temos a honra de vos apre- sentar, cumprindo o nosso dever de mandatários, poderá a Comissão Central e parte da opinião publica, que patriotica- mente se interessa pela nossa actividade, ajuizar da maneira

(') Lei n.o 1653, de 25 de Agosto de 1924—Vide Relatório da Gerên- cia 1925 (pag 52)

-23—

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como temos exercido as funções que nos foram confiadas e generosamente confirmadas em anos sucessivos. Mais uma vez repetimos, o que em anos anteriores temos declarado, com absoluta sinceridade: a obra dos Padrões da Grande Guerra resulta duma cooperação harmonica guiada pela necessidade colectiva de consagrarmos a intervenção militar da Nação Portuguesa na Grande Guerra, pagina imorredoura que o Governo da República inscreveu com decisão e brilho na Historia secular da Nacionalidade.

A Obra dos Padrões da Grande Guerra, imbuida daquele espirito de cooperação que constitui a força eterna das Demo- cracias, é de todos nós, Obra patriótica só possivel, como todas as obras sociais, pelas ideias e alvitres, sugestões e analises que todos têm o direito de nos apresentar, tanto os comba- tentes, Irmãos de Armas, como os não combatentes, ligados por uma recordação directa ou por simples atavismo da Raça, àqueles Camaradas que dos Campos de Batalha não regres- saram, Mortos da Patria, que nos cumpre glorificar.

Continua sendo uma aspiração o «Padrão de Lisboa» que nos foi sugerido e a que nos referimos no anterior rela- tório. (') Infelísmente, além doutros factos, os recentes acon- tecimentos do Brasil, que atravessa uma grave crise económica, vieram adiar a propaganda de tão patriótica realisação.

Não assina este relatório o nosso querido Presidente que á realização dos Padrões tem consagrado a sua boa von- tade e que, de longe, a segue atentamente. Ao Snr. General Sá Cardoso, que tem presidido á Comissão Executiva, prestamos a homenagem da nossa respeitosa consideração e tributamos a expressão do nosso reconhecimento, lamentando a sua ausência do Continente, com os votos de que, em brevr, possa regressar á actividade dos nossos trabalhos.

(O Relatório da gerencia de 1929 (pags. 12) -24-

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Esta Obra vai prosseguir, contando com o apoio e aplauso que jamais nos tem faltado, e assim esperamos que o ano de 1931 marque uma importante fáse na nossa actividade.

Lisboa, 31 de Dezembro de 1930.

A COMISSÃO EXECUTIVA :

O Vice- Presidente — Luiz Augusto Ferreira Martins General.

O Secretario Geral — Henrique Pires Monteiro Coronel.

O Tesoureiro Geral — Vitorino Maximo de Carvalho Guimarães Tenente-Coronel.

O Vogal — Mario Garcia da Silva l.o tenente-médico.

O Tesoureiro Adjunto — Augusto Campilho de Lima Barreto Capitão.

O Secretario Adjunto — Guilherme Carlos Oom Capitão.

-25—

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PADRÕES DA GRANDE GUERRA SALDOS ANUAIS E TOTAIS

REFERIDOS A 31 DE DEZEMBRO DE CADA ANO

ANOS RECEITAS DESPESAS SALDOS

ANUAIS TOTAIS

1922

1923

1924

1925

1926

1927

1928

1929

1930

101.365$35

295.940$20

27.378$21

353.545$59

86.813$09

2I7.997$50

171.394598

733.018$77

224 877$62

2.66S$34

112.414562

20.024528

136.638$ 12

126.301$51

1S2.225$27

398.049$60

102.906$42

34 838$61

98.697$01

183.525$58

7.353$93

216 907$47

39.488$42

35.772$23

226.654562

630.112$35

190 039$01

282.222559

289 576$52

506.483599

466.995557

502.767580

276.113518

906.225553

1:096.264554

Somas 2:212.331$31 1:116 066$77 1:096.264$54 —

Lisboa, 31 de Dezembro de 1930.

O Tesoureiro Geral Vitorino Maximo de Carvalho Guimarães

Tenente Coronel O Tesoureiro Adjunto

Augusto Campilho de Lima Barreto Capitão

-29-

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PARECER

A Sub-Comissão da Comissão Central dos Padrões da Grande Guerra, a quem foi presente o relatório da Comissão Executiva relativo ao ano economico de 1930, tendo examinado detidamente este desenvolvido documento e os mapas das contas de gerencia, tem a honra de vos propor: que aproveis o referido relatório, as contas de gerencia e, bem assim, um justificado voto de louvor á Comissão Executiva peio criterioso e patriótico trabalho que tem realizado.

Sala das Sessões, Lisboa 23 de Janeiro de 1931.

Roberto da Cunha Baptista General.

Artur tvens Ferraz General.

Fernando Augusto Pereira da Silva Capitão de Fragata.

Francisco Cortês Pinto Major Médico

Aprovados o relatório e o parecer, por unanimidade, em sessão de 26 de Janeiro de 1931 (acta n.» 223)

26-1-931 — O Secretario adjunto, G. C. Oom— Capt.

—31 —

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