morte À s punhaladas - purl.ptpurl.pt/.../j-1244-g_1873-12-30_0000_1-4_t24-c-r0150.pdf v tara ta...

4
V tara ta A49IGNATCBA MA PROVÍNCIA 1 mez 500 réis 3 mezes 1£400 réis A correspondência sobre administração a LO- RENA QUEIROZ, calçada do Combro, 10, 1.*. Numero 493 ASKUMATVEA 1 mez 3 mezes.. .. Avulso EM LIWBOA AanuBÕios, linha 20 réi Publieações ho corpo do jornal, por linha 6t? réi s LISBOA TERÇA-FEíKÀ 3(J DE DEZEMBRO DE 1873 EXPEDIENTE Pedimos aos srs. assi- gnantes das provindas se sirvam renovar as suas assignaturas até ao ulti- mo dia do corrente mez, afim de não soffrerem in- terrupção no recebimento da folha. Brougham Este celebre homem dc Estado e par de Ir^laterra, rasceu em Edim- burgo a 17 desetenbro de 1778. Fez cs seus prin eiros esiudos na escola superior de Edimburgo, passando na idade ce quinze annos á universidade da morna cidade, c não decorrendo muiio Umpo que se não fizesse notar pela sua vi\a intelligencia e aptidão exlraordinaria. Depois de algumas viagens, insere- veu-se no rol dos advogados da sua terra, onde fez uma brilhante figura. Mais tarde íacçou-se no campo da po- litica, colaborando em alguns jomaes, em que se tornou também notável pelo seu vasto talento e aprimorada critica e ardor. Publicou alguns trabalhos de grande mérito, sendo entre elles, dois volumes de ccencmia politica que lhe fizeram alcançar entre os hemens competentes uma grande e justa nomeada. Foi deputado, ministro e par de In- glaterra, com o titulo de barão Brou- gham e Vaux. Como ministro teve que emprehender uma grande lucta, para vencer a resisiencia tenaz dos lords que viam encarnada n'elle a re\olu- çào. Lcrd Brcugham ou.<eja como sábio, como politico ou como escripior occu- pou e manteve um dos primeiros loga- res entre os períinagens eminentes de Inglaterra. Morreu a 9 de maio de 1868. Vae pedir a sua reforma o sr. capi- tão Lemos de cavallaria 5. FOLHETIM 0 brinco de Ermelinda (Continuação) E estacreatura manccmmunadacom o bicho nau, para adivinhar nos ca- sos difficeis, não tinha a magreza e extraordinário svmbolismo, que nos tem dito. Era gerda, milagrosamente gorda. Seus pequininos olhes, vivos e mtve- diços, como azougue, rabiavam dentro das orbitas, como dous insectos lumi- nosos n uma cova escura A sua boche- cha, desusada e fenomenal, relembra- va a d'aqueilas creaturinhas, que sus- tentam um púlpito soprando n'uma corneta. Faltava pouco, para denotar que pensava muito; ariimanha bem co- nhecida dos nossos sábios. A casa da sua habitação também não tinha o feio e sinistro das cavernas das bruxas. Era alegre e vistosa, encostada a um pomar oloroso e enfeitado pelo norte e a um pinhal melancholico pelo sul. Ali se passavam as scenas mais intimas e características da vida popu- lar. Revelações que se negavam ao ou- vido discreto do confessor, eram ali meudamente relatadas. Deiiaram-se as cartas e d elías saiu com grande evidencia, que n'aquillo andava um homem, que não podendo « W «^ i i ^ Por derreto de 15 de d^embro foi concedido a L Dauphinet & W. Cas- tay pa'ente de invenção por quinze an- nos, de uma modificação nas caldei- ras de vapor, da qual resulta um au gment') de superfície de 25 por 100 e uma economia de 12 por 100 no com bustivel. Nos paços do concelho estão poten- tes, por espaço de dez dias, as contas da geiencia da camara municipal de Lisboa, relativas ao anno econoraico de 1872 a 1873. Acaba de se constituir na cidade do Porto uma companhia para a construc- çào de um caminho de ferro, a vapor, entre aquella cidade e a Povoa de Varzim. O caminho deve ficar promptodei iro de um annò, ou pouco mais. Tem havido na Covi- lhã uma forte epidemia de \ariola Morrem ali diaria- mente 12 a 14 crcanças, não fatiando nos adultos, que relativamente poucos teem falíecido. Todos os theatros tive- ram enchentes reaes no domingo. Os bailes de mascaras da Trindade e do Casino estiveram ani- madíssimos. Em Sevilha solfreram uma multa de 25 pesetas os individuos que não con- correram ás eleições de | ofliciaes da milícia nacio- ' nal obrigaiona. . J ———— Falle< eu ante hontem o sr. Antonio José Duaite Gnimarães Cambiasso, li- C lho do sr. João José Dwar- > te Gui*r.ràes, e primo da , sr. a baronesa de Sande. Tem estado gravemente doente o sr. dr. Luiz Vi- cente de AfTonseca. Feliz- mente s.ex. 1 aeha-se me- lhor e livre de perigo. Fa- zemos votos pelo seu prompto restabelecimeme. obter a bem, olhares amorosos de Er- melinda procurara enfeitiçai a. A es- padilha o confirmava. Era caso grave e para muito cogitar. A bruxa promelteu recosta no pra- so de oito dias. Era de força conver- sar um pouco com Lúcifer. A atribulada e crente Marianna abys- mava-se em fundo pego de conjectu- ras, procurando descobrir, que homem seria, esse que tão sinistramente a desapasiguara. Debalde esmeuçava a historia local! Não se sabia guiar na triste noite dos seus pensamentos. a bruxa lhe podia segredar o nome fa- tal. O poder e sciencia desta mulher era extraordinário. # * * Ermenalda se chamava a que pos- suía a chave do segredo. —Sr.' Ermenalda estou. Poderei hoje saber alguma coisa?— perguntava um campouez com ar bestificado. A bruxa armou se com modos e tom de voz magestaticos. Appellava-se para o seu talento sobrehumano de envesti- gar, e era de força mostrar que era grande! —Sabemos tudo. O brinco que me deixaste é d uma bella rapariga cha- mada Ermelinda, com quem desejas casar. Tal revelação aturdiu o entrelocutor. Este tiuha-lhe confiado o brinco pro- pondo, como é de uso, adivinhar a quem pertencia e o para que lh'o apre- sentava. —E' veráade! titubeou confuso A canhoneira Tejo chegou a Macau no dia 5 de novembro. O estado sanitário da guarnição era o melhor po-sivel. O sr. bispo do Porto vae no l. # de janeiru assistir á festividade do Senhor Jesus, em Villa Nova de Gaya. P«éga n essa festividade o sr. con- selheiro Rodrigues de Azevedo, lente de prima jubilado na faculdade de theu- logia na universidade de Coimbra. Também tomam parte na funcçào al- guns dos cantores da companhia lyrica do theatro de S. João. i m i - - Em consequência de legados de dois cidadãos prestantes, foram na sexta- feira passada distribuidos na santa casa da Misericórdia do Porto doze vestuá- rios completos a doze pessoas menos favorecidas pela fortuna. 11 Ik. BROUGHAM E Ermelinda casará comigo? Ella sem- pre n e quererá? —Não t o poiso afíirmarhoje; porém é possível. —Ainda que eu venda o meu melhor campo, sr. a Ermenalda? Quero ficar pobre; mas casar com Ermelinda.—ex- primiu, como a medo. —Talvez consigas. Confia nas mi- nhas artes. Volta sexta-feira ao dar da meia noite. E me responderá? Poderei sa- ber alguma cousa? indagava curiosa e timidamente.— Respondo!— attestou a bruxa, com voz e gesto melodramá- ticos. —Ainda que eu venda o meu me- lhor campo— retorquiu o interlocutor, com modo notavelmente expressivo de interesse. —Ouvi! tornou-lhe secamente Er- menalda com acento de precisão com- mercial. Era um homem com modos e edade pouco menineiros. De muito que se pegara com Ermelinda, mas ella, rica do seu trabalho não lhe ambicionava os apregoados teres. Moera homem mui- ta paciência e resignação, para encon- trar modo de lhe obter as boas graças, lançando mão dos meio3 ordinários e communs. Sem resuliado e sem espe- ranças, voltou-se para o extraordinário. Chegara á convicção de que so um auxilio diabolico lhe podia valer a'este difficil aperto. Sentia-se esmorecer deante d'aquel- la insensibilidade e leveza femeninas. Era de se estrangular por, não ver mo- Estão a informar na repartição das obras publicas de Braga mais de vinte proje tos, acompanhados de pedidos parada construcção de caminhos de ferro americanos na província do Mi- nho. No sabbado passado reuniram-se no Porto os professores e professoras de instrucção primaria, com o proposito de dirigirem uma representação aos poderes p«blicos para lhes serem aug- mentados os vencimentos. Se ha pretenção justa e que deva ser attendida, é esta. Por mais de uma vez temos fallado n'este assumpto. Um paiz que se présa não pôde nem deve continuar a retribuir, tão mise- ravelmente como até aqui, a classe que se dedica á instrucção do povo. O sr. engenheiro Lou- renço de Carvalho, direc- tor dos trabalhos prepara- torios para a construcção do caminho de ferro do Douro, teve hontem uma larga conferencia ctm o sr. ministro das obras pu- blicas. Um dos projectos que o sr. minibtro da fazenda tenciona apresentar ao par- lamento, tem por fim re- gula por modo convenien- te. o processo das execu- ções fiscaes, fixando a ta- bella dosenolumentos res- pectivos. O vapor Valparaiso trouxe da provincia de Santos, no BrasH. para Hamburgo, 11:000 sac- cas de café e 1:200 far- dos de algodão, represen- tando um valor de cerca de 800&000 réis. Chegou a Évora uma companhia dramatica hes- panhola, e tenciona ali dar a primeira recita no dia primeiro do proximo mez. do de render, a bem, coração tão bon- doso. Dia de ridente felicidade era este, em que lhe pmceu provável a colla- boraçào da bruxa. Elie acredilava a pois que tinha meios extraordinários para conseguir. Volveram as duas vísinhas a saber novas de esperanças ou desespero. Er- melinda ia se finando a olhos vistos. Era um consumir de saúde, que mettia dó. O vestuário lhe morria no cor- po, signal indicativo de supultura á vista. A pobre rapariga começou de sonhar com coisas terríveis e sanguinarias. Acordava de noite, com seu somno agitado e inquieto, a afflicta mãe. Eram umas palavras incongruentes e disparatadas; eiam uns dizeres de- susados e sem sentido, eram uns mo- dos de loucura evidente. Chegou a cau- sar susto com os seus esgares e modos turbulentos. Não se julgou desassisada opinião, a que saiu em congresso de vísinhas, de que Ermelinda tinha no seu corpo alma do outro mundo. Esta opinião de philosophia antiga,tem fervorosos apos- tolos entre os camponezes. O ar misterioso da mãe, as meias af- firmações de algumas companheiras, que sabiam do enredo;.tinham na obri- gado a acreditar, que estava sob uma tenebrosa vingança; que estava á conta d'um poder tyrannico e implacavel, que lhe abriria para a eternidade a porta do sepulehro. A idéa da morte aos vinte annos fazia murohar tão de HIGH-LIFE Chega hoje de Vienna d'Austria o sr. conselheiro Frades^o da SiKeira, que serviu de commissario régio, por parte do nosso paiz na exposição uni- versal que se efTectuou ultimamente n'aquella capital. —Faz annos hoje o sr. Luiz Heitor, filho do sr. Bernardino Heitor. Foi passar a festa do Natal a Gui- marães a sr. a viscondessa de Margari- de, esposa do sr. visconde de Marga- ride, gtvernador civil do districto de Braga. Parece que se demora ali alguns dias, e que no dia 8 de janeiro, anni- versario de seu marido, dará um baile. —Faz hoje annos a exm. a sr. a D. Anna de Leucastre. —E' hoje o anniversario natalício da exm. 1 sr. 4 D. Amelia Wanzeller Berquó. —Partiram hontem para o Valle, a fim de assistir ali a uma festa reli- giosa a sr. a marquesa da Bibeira Gran- de e os srs. marquezesde Cesimbra. Faz hoje annos o sr. B^nto da França Pinto de Oliveira, capitão de cavallaria cm commissão na secretaria da guerra. —Foi passar alguns dias no Por- to o sr. Jeronymo Emiliano dc Abreu Metrass. -Acha-se em Lisboa o illustre pro- fessor de philosophia da universidade de Coimbra, o sr. visconde de Monte São. S. ex. a está hospedado no hotel Al- liança, onde teir. sido muito visitado. —Partiu hontem para Alcácer do Sal o sr. Simão Aranha. Fez hontem annos a exm. d sr.* D. Francisca Orla, esposa do sr. mi- nistro de estado honorário Joaquim Thomaz Lobo d'Avila. chegaram de Inglaterra as ires bombas a vapor, que o governo man- dou ali comprar para o serviço dos in- cêndios. Falleceu ante-hontem o sr. Jacintho Heliodor*.. de Oliveira, proprietário do armazém de musica estabelecido na praça de D. Pedro, em Lisboa. repente aquella viçosa flor. A viva e esperta Marianna andava esmorecida. Tinha, n'uw mez, envelhecido dez annos. Como se remediariam tantos males? Como se contrabalançaria aquelle po- der infernal que ia matando Erme- linda? —Como se inutilisariam esforços tão poderosos? Esperava da bruxa a salva- ção. ella, supremo advogado n'essas cousas d'alem tumulo, podia atravan- car caminho em ladeira, por #nde escorregava Ermelinda para a Eterni- dade. —Não t'o dizia eu Marianna, que aquillo era uma grande bruxaria?— confidenciava a visinha companheira. —Mas que bruxaria mulher, que me vae matando a minha rica filha,—res- pondia a mãe entre soluços. —Tenho que a havemos de salvar. Não ouviste dizer ao missionário, que o senhor deixou neste mundo remedio para tudo?—aflirmava com jactancia de saber. —A mãe Santíssima te ouça. Nossa senhora faça um milagre. offered meia arroba de cera ao Santíssimo Coração de Maria e também prometti dar ires voltas de joelhos em volta da capella do Senhor dos Afllictos. ' —Has de ser ouvida. Deus Nosso Se- nhor e Nossa Senhora hão de te ou- vir. (Continua) . <*irr à : Bento Moreno.

Upload: duongcong

Post on 20-Jan-2019

225 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MORTE À S PUNHALADAS - purl.ptpurl.pt/.../j-1244-g_1873-12-30_0000_1-4_t24-C-R0150.pdf V tara ta A49IGNATCBA MA PROVÍNCIA 1 mez 500 réis 3 mezes 1£400 réis A correspondência

V

tara ta

A49IGNATCBA MA PROVÍNCIA

1 mez 500 réis 3 mezes 1£400 réis A correspondência sobre administração a LO-

RENA QUEIROZ, calçada do Combro, 10, 1.*. Numero 493

ASKUMATVEA

1 mez

3 mezes.. ..

Avulso

EM LIWBOA

AanuBÕios, linha 20 réi

Publieações ho corpo do

jornal, por linha 6t? réis

LISBOA

TERÇA-FEíKÀ 3(J DE DEZEMBRO DE 1873

EXPEDIENTE

Pedimos aos srs. assi-

gnantes das provindas se

sirvam renovar as suas

assignaturas até ao ulti-

mo dia do corrente mez,

afim de não soffrerem in-

terrupção no recebimento

da folha.

Brougham

Este celebre homem dc Estado e

par de Ir^laterra, rasceu em Edim-

burgo a 17 desetenbro de 1778. Fez

cs seus prin eiros esiudos na escola

superior de Edimburgo, passando na

idade ce quinze annos á universidade

da morna cidade, c não decorrendo

muiio Umpo que se não fizesse notar

pela sua vi\a intelligencia e aptidão

exlraordinaria.

Depois de algumas viagens, insere-

veu-se no rol dos advogados da sua

terra, onde fez uma brilhante figura.

Mais tarde íacçou-se no campo da po-

litica, colaborando em alguns jomaes,

em que se tornou também notável pelo

seu vasto talento e aprimorada critica

e ardor.

Publicou alguns trabalhos de grande

mérito, sendo entre elles, dois volumes

de ccencmia politica que lhe fizeram

alcançar entre os hemens competentes

uma grande e justa nomeada.

Foi deputado, ministro e par de In-

glaterra, com o titulo de barão Brou-

gham e Vaux. Como ministro teve que

emprehender uma grande lucta, para

vencer a resisiencia tenaz dos lords

que viam encarnada n'elle a re\olu-

çào.

Lcrd Brcugham ou.<eja como sábio,

como politico ou como escripior occu-

pou e manteve um dos primeiros loga-

res entre os períinagens eminentes de

Inglaterra.

Morreu a 9 de maio de 1868.

Vae pedir a sua reforma o sr. capi-

tão Lemos de cavallaria 5.

FOLHETIM

0 brinco de Ermelinda

(Continuação)

E estacreatura manccmmunadacom

o bicho nau, para adivinhar nos ca-

sos difficeis, não tinha a magreza e

extraordinário svmbolismo, que nos

tem dito.

Era gerda, milagrosamente gorda.

Seus pequininos olhes, vivos e mtve-

diços, como azougue, rabiavam dentro

das orbitas, como dous insectos lumi-

nosos n uma cova escura A sua boche-

cha, desusada e fenomenal, relembra-

va a d'aqueilas creaturinhas, que sus-

tentam um púlpito soprando n'uma

corneta.

Faltava pouco, para denotar que

pensava muito; ariimanha bem co-

nhecida dos nossos sábios.

A casa da sua habitação também não

tinha o feio e sinistro das cavernas das

bruxas. Era alegre e vistosa, encostada

a um pomar oloroso e enfeitado pelo

norte e a um pinhal melancholico pelo

sul. Ali se passavam as scenas mais

intimas e características da vida popu-

lar.

Revelações que se negavam ao ou-

vido discreto do confessor, eram ali

meudamente relatadas.

Deiiaram-se as cartas e d elías saiu

com grande evidencia, que n'aquillo

andava um homem, que não podendo

■« ■ W «^ i ■ i ^

Por derreto de 15 de d^embro foi

concedido a L Dauphinet & W. Cas-

tay pa'ente de invenção por quinze an-

nos, de uma modificação nas caldei-

ras de vapor, da qual resulta um au

gment') de superfície de 25 por 100 e

uma economia de 12 por 100 no com

bustivel.

Nos paços do concelho estão poten-

tes, por espaço de dez dias, as contas

da geiencia da camara municipal de

Lisboa, relativas ao anno econoraico

de 1872 a 1873.

Acaba de se constituir na cidade do

Porto uma companhia para a construc-

çào de um caminho de ferro, a vapor,

entre aquella cidade e a Povoa de

Varzim.

O caminho deve ficar promptodei

iro de um annò, ou pouco mais.

Tem havido na Covi-

lhã uma forte epidemia de

\ariola Morrem ali diaria-

mente 12 a 14 crcanças,

não fatiando nos adultos,

que relativamente poucos

teem falíecido.

Todos os theatros tive-

ram enchentes reaes no

domingo. Os bailes de

mascaras da Trindade e

do Casino estiveram ani-

madíssimos.

Em Sevilha solfreram

uma multa de 25 pesetas

os individuos que não con-

correram ás eleições de |

ofliciaes da milícia nacio- '

nal obrigaiona. . J ■ ————

Falle< eu ante hontem o

sr. Antonio José Duaite

Gnimarães Cambiasso, li- C

lho do sr. João José Dwar- >

te Gui*r.ràes, e primo da ,

sr.a baronesa de Sande.

Tem estado gravemente

doente o sr. dr. Luiz Vi-

cente de AfTonseca. Feliz-

mente s.ex.1 aeha-se me-

lhor e livre de perigo. Fa-

zemos votos pelo seu

prompto restabelecimeme.

obter a bem, olhares amorosos de Er-

melinda procurara enfeitiçai a. A es-

padilha o confirmava. Era caso grave

e para muito cogitar.

A bruxa promelteu recosta no pra-

so de oito dias. Era de força conver-

sar um pouco com Lúcifer.

A atribulada e crente Marianna abys-

mava-se em fundo pego de conjectu-

ras, procurando descobrir, que homem

seria, esse que tão sinistramente a

desapasiguara. Debalde esmeuçava a

historia local! Não se sabia guiar na

triste noite dos seus pensamentos. Só

a bruxa lhe podia segredar o nome fa-

tal. O poder e sciencia desta mulher

era extraordinário.

# • * *

Ermenalda se chamava a que pos-

suía a chave do segredo.

—Sr.' Ermenalda cá estou. Poderei

hoje saber alguma coisa?— perguntava

um campouez com ar bestificado.

A bruxa armou se com modos e tom

de voz magestaticos. Appellava-se para

o seu talento sobrehumano de envesti-

gar, e era de força mostrar que era

grande!

—Sabemos tudo. O brinco que me

deixaste é d uma bella rapariga cha-

mada Ermelinda, com quem desejas

casar.

Tal revelação aturdiu o entrelocutor.

Este tiuha-lhe confiado o brinco pro-

pondo, como é de uso, adivinhar a

quem pertencia e o para que lh'o apre-

sentava.

—E' veráade! — titubeou confuso —

A canhoneira Tejo chegou a Macau

no dia 5 de novembro.

O estado sanitário da guarnição era

o melhor po-sivel.

O sr. bispo do Porto vae no l.# de

janeiru assistir á festividade do Senhor

Jesus, em Villa Nova de Gaya.

P«éga n essa festividade o sr. con-

selheiro Rodrigues de Azevedo, lente

de prima jubilado na faculdade de theu-

logia na universidade de Coimbra.

Também tomam parte na funcçào al-

guns dos cantores da companhia lyrica

do theatro de S. João. • — i m ■ i ■ - • • -

Em consequência de legados de dois

cidadãos prestantes, foram na sexta-

feira passada distribuidos na santa casa

da Misericórdia do Porto doze vestuá-

rios completos a doze pessoas menos

favorecidas pela fortuna.

11

Ik.

BROUGHAM

E Ermelinda casará comigo? Ella sem-

pre n e quererá?

—Não t o poiso afíirmarhoje; porém

é possível.

—Ainda que eu venda o meu melhor

campo, sr.a Ermenalda? Quero ficar

pobre; mas casar com Ermelinda.—ex-

primiu, como a medo.

—Talvez consigas. Confia nas mi-

nhas artes. Volta sexta-feira ao dar da

meia noite.

— E já me responderá? Poderei sa-

ber alguma cousa? — indagava curiosa

e timidamente.— Respondo!— attestou

a bruxa, com voz e gesto melodramá-

ticos.

—Ainda que eu venda o meu me-

lhor campo— retorquiu o interlocutor,

com modo notavelmente expressivo de

interesse.

—Ouvi! — tornou-lhe secamente Er-

menalda com acento de precisão com-

mercial.

Era um homem com modos e edade

pouco menineiros. De muito que se

pegara com Ermelinda, mas ella, rica

do seu trabalho não lhe ambicionava os

apregoados teres. Moera • homem mui-

ta paciência e resignação, para encon-

trar modo de lhe obter as boas graças,

lançando mão dos meio3 ordinários e

communs. Sem resuliado e sem espe-

ranças, voltou-se para o extraordinário.

Chegara á convicção de que so um

auxilio diabolico lhe podia valer a'este

difficil aperto.

Sentia-se esmorecer deante d'aquel-

la insensibilidade e leveza femeninas.

Era de se estrangular por, não ver mo-

Estão a informar na repartição das

obras publicas de Braga mais de vinte

proje tos, acompanhados de pedidos

parada construcção de caminhos de

ferro americanos na província do Mi-

nho.

No sabbado passado reuniram-se no

Porto os professores e professoras de

instrucção primaria, com o proposito

de dirigirem uma representação aos

poderes p«blicos para lhes serem aug-

mentados os vencimentos.

Se ha pretenção justa e que deva

ser attendida, é esta.

Por mais de uma vez temos fallado

n'este assumpto.

Um paiz que se présa não pôde nem

deve continuar a retribuir, tão mise-

ravelmente como até aqui, a classe que

se dedica á instrucção do povo.

O sr. engenheiro Lou-

renço de Carvalho, direc-

tor dos trabalhos prepara-

• torios para a construcção

do caminho de ferro do

Douro, teve hontem uma

larga conferencia ctm o

sr. ministro das obras pu-

blicas.

Um dos projectos que o

sr. minibtro da fazenda

tenciona apresentar ao par-

lamento, tem por fim re-

gula por modo convenien-

te. o processo das execu-

ções fiscaes, fixando a ta-

bella dosenolumentos res-

pectivos.

O vapor Valparaiso

trouxe da provincia de

Santos, no BrasH. para

Hamburgo, 11:000 sac-

cas de café e 1:200 far-

dos de algodão, represen-

tando um valor de cerca

de 800&000 réis.

Chegou a Évora uma

companhia dramatica hes-

panhola, e tenciona ali

dar a primeira recita no

dia primeiro do proximo

mez.

do de render, a bem, coração tão bon-

doso.

Dia de ridente felicidade era este,

em que lhe pmceu provável a colla-

boraçào da bruxa. Elie acredilava a

pois que tinha meios extraordinários

para conseguir.

Volveram as duas vísinhas a saber

novas de esperanças ou desespero. Er-

melinda ia se finando a olhos vistos.

Era um consumir de saúde, que mettia

dó. O vestuário já lhe morria no cor-

po, signal indicativo de supultura á

vista.

A pobre rapariga começou de sonhar

com coisas terríveis e sanguinarias.

Acordava de noite, com seu somno

agitado e inquieto, a afflicta mãe.

Eram umas palavras incongruentes

e disparatadas; eiam uns dizeres de-

susados e sem sentido, eram uns mo-

dos de loucura evidente. Chegou a cau-

sar susto com os seus esgares e modos

turbulentos.

Não se julgou desassisada opinião,

a que saiu em congresso de vísinhas,

de que Ermelinda tinha no seu corpo

alma do outro mundo. Esta opinião de

philosophia antiga,tem fervorosos apos-

tolos entre os camponezes.

O ar misterioso da mãe, as meias af-

firmações de algumas companheiras,

que sabiam do enredo;.tinham na obri-

gado a acreditar, que estava sob uma

tenebrosa vingança; que estava á conta

d'um poder tyrannico e implacavel,

que lhe abriria para a eternidade a

porta do sepulehro. A idéa da morte

aos vinte annos fazia murohar tão de

HIGH-LIFE

Chega hoje de Vienna d'Austria o

sr. conselheiro Frades^o da SiKeira,

que serviu de commissario régio, por

parte do nosso paiz na exposição uni-

versal que se efTectuou ultimamente

n'aquella capital.

—Faz annos hoje o sr. Luiz Heitor,

filho do sr. Bernardino Heitor.

— Foi passar a festa do Natal a Gui-

marães a sr.a viscondessa de Margari-

de, esposa do sr. visconde de Marga-

ride, gtvernador civil do districto de

Braga.

Parece que se demora ali alguns

dias, e que no dia 8 de janeiro, anni-

versario de seu marido, dará um baile.

—Faz hoje annos a exm.a sr.a D.

Anna de Leucastre.

—E' hoje o anniversario natalício

da exm.1 sr.4 D. Amelia Wanzeller

Berquó.

—Partiram hontem para o Valle, a

fim de assistir ali a uma festa reli-

giosa a sr.a marquesa da Bibeira Gran-

de e os srs. marquezesde Cesimbra.

— Faz hoje annos o sr. B^nto da

França Pinto de Oliveira, capitão de

cavallaria cm commissão na secretaria

da guerra.

—Foi passar alguns dias no Por-

to o sr. Jeronymo Emiliano dc Abreu

Metrass.

-Acha-se em Lisboa o illustre pro-

fessor de philosophia da universidade

de Coimbra, o sr. visconde de Monte

São.

S. ex.a está hospedado no hotel Al-

liança, onde teir. sido muito visitado.

—Partiu hontem para Alcácer do

Sal o sr. Simão Aranha.

— Fez hontem annos a exm.d sr.*

D. Francisca Orla, esposa do sr. mi-

nistro de estado honorário Joaquim

Thomaz Lobo d'Avila.

Já chegaram de Inglaterra as ires

bombas a vapor, que o governo man-

dou ali comprar para o serviço dos in-

cêndios.

Falleceu ante-hontem o sr. Jacintho

Heliodor*.. de Oliveira, proprietário do

armazém de musica estabelecido na

praça de D. Pedro, em Lisboa.

repente aquella viçosa flor. A viva e

esperta Marianna andava esmorecida.

Tinha, n'uw mez, envelhecido dez

annos.

Como se remediariam tantos males?

Como se contrabalançaria aquelle po-

der infernal que ia matando Erme-

linda?

—Como se inutilisariam esforços tão

poderosos? Esperava da bruxa a salva-

ção.

Só ella, supremo advogado n'essas

cousas d'alem tumulo, podia atravan-

car • caminho em ladeira, por #nde

escorregava Ermelinda para a Eterni-

dade.

—Não t'o dizia eu Marianna, que

aquillo era uma grande bruxaria?—

confidenciava a visinha companheira.

—Mas que bruxaria mulher, que me

vae matando a minha rica filha,—res-

pondia a mãe entre soluços.

—Tenho fé que a havemos de salvar.

Não ouviste dizer ao missionário, que

o senhor deixou neste mundo remedio

para tudo?—aflirmava com jactancia

de saber.

—A mãe Santíssima te ouça. Nossa

senhora faça um milagre. Já offered

meia arroba de cera ao Santíssimo

Coração de Maria e também prometti

dar ires voltas de joelhos em volta da

capella do Senhor dos Afllictos. '

—Has de ser ouvida. Deus Nosso Se-

nhor e Nossa Senhora hão de te ou-

vir.

(Continua) . <*irrà :

Bento Moreno.

Page 2: MORTE À S PUNHALADAS - purl.ptpurl.pt/.../j-1244-g_1873-12-30_0000_1-4_t24-C-R0150.pdf V tara ta A49IGNATCBA MA PROVÍNCIA 1 mez 500 réis 3 mezes 1£400 réis A correspondência

ÍMMUQ &L6STRAB0

801 ETiM DO DJA

Por informações que reputamos fi-

dedignos sabemos que o governo, não

tendo em consideração as circumstan-

cias precarias com que luctam os em-

pregados públicos, limita se a propôr

as camaras» na próxima sessão legis-

lativa, a reducção de deducções nos

vencimentos dos servidores doestado.

Parece que é facto resolvido—fica-

rem apenas libertos do imposto onero-

so sobre os seus vencimentos, aquelles

fun cionarios cuja retribuição tenha

como limite máximo, SOOSUUfl réis ao-

nuaes. No* restantes será apenas atte-

naada a deducção actual.

Quando o valor dos generos ali-

mentícios augmenta desmedidamente,

as classes operarias teem melhoria sue-

cessiva nos seus salarios, as diferen-

tes nações estrangeiras equipara» a

meudo os vencimentos dos seus empre-

gados com o estado eeonomico nacio-

nal; e até o nosso governo annuncia

ás camaras a prosperidade lisoogeira

e crescente das nossas finanças, é per-

feitamente irrisória a attenuante que

se projecta.

Sào pesadas eóeverasas obrigações

ue os servidores do estado teem a

esempenhar, já oilicialmente, já na

sua vida particular. E não é com o

mesquinho e exiguo estipendio que pre-

sentemente auferem çue podem cum-

prir-se esses preceitos.

Pôde o governo exigir assiduidade,

actividade e probidade a quem priva

dos meios para ser bom empregado e

cidadão honesto?

Que força moral podem ter as impo

siçõe* de toda a ordem com que sobre-

carregam o funcionalismo, quando o

paiz. pelo seu governo, o condemna á

agonia lenta da miséria ma. disfarçada?

Não comprehenJemos, como não temos

entenlido até aqui, o despreso dos dif-

ferentes governos pela situação impos-

sível e vergouhosa em qua se manteem

os empregados publicus. Continuamos

a clamar bem alto que é imperdoável

conservar o paiz os seus servidores sem

remuneração condigna. Proclamaremos

sempre, emqu;in*o não formos verda-

deirameote attendidos, que é indeco-

rosa para todos nós a renitencia com

que se despresam estes justos queixu-

mes, na certeza de suc neste ponto

s^mos perfeitamente intransigentes.

• — •

O impagavel sr. Magalhães Lima,

cuja pro>a os nossos leitores conhe-

cem já peia transcripção que fizemos

de uif) artigo do citado auctor, escre-

veu uma carta.

A producção dessa carta, que im-

poria em nada mais e nada monos do

que urna tosa da penna do citado au-

ctor na redacção do Diário IIlustrado,

fel-o enchicharar tanto que a publicou

em quasi iodos os joruaes da capi-

tal.

Fomos encontral-a já n'um jornal do

Porto; esperamos vela nos das outras

terras do remo; e não nossurprehen-

rá que seja transcripts nos das ilhas

adjacentes t; províncias ultramarinas.

Devia ser assim, para que o mundo

Eodesse convencer se de que o sr. M.

. tem nestes últimos tempos feito al-

guns progressos na arfe de escrever.

Corria ao sr. M. L. o dever de uma

rehabilitação pelo artigo soèz e insul-

so a que nos referimos e em que entrou

de g rra comnosco, quando nós nem

suspeitávamos da existencia de uma

tal celebridade.

À humanidade que lê está pois agra-

davelmente impres ionada com o mi-

mo do Mirabeau ai piscalores; e não

pode deixar de lh'o agradecer com re-

conhecimento.

Pena serã que não produza talvez

tantos benefícios como o annuncio da

Revalesciere du Barry, cujo systema

de publicidade o citado auctor tomou

para modelo. Em todos os jornaes!

Na peça litteraria de que falíamos

revela-se que o Diário lllustrado não

é mel para a bocca do sr. M. L.

Como veiu buscar lã e saiu tosquia-

do está rebentando de indignação; e

pensa que nas palavras que escreveu

nos dirigiu a suprema afTronta.

Chama nos analphabetos, ignoran-

tes, e mais coisas feias.

IJnde tibi ventt, papalve, fiducia

tanta?

Estamos por tudo quanto o celebre

papa-papas entender na sua alta sabe-

doria. Ha certas vozes que não che-

gam ao ceu e a do notável schismati-

co de.certo não se propõe a chegar-

ali.

Mas considerarao-nos felizes em não

ter a sua sabedoria. Somos uma misé-

ria em caldeiradas, e nunca, depois

de uma - caldeirada, aventaremos aos

que nol-a ajudarem a consumir—que

o Estado é um anaclironismo; a famí-

lia o retrocesso; e a revolução uma

ventura, e tanto maior quantas mais

forem as victimas d elia: princípios

de tão notavd propagandista da... ba-

boseira

Continuaremos pois com as nossas

charadas que são inoflensivas; e dei-

xamos lhe a gloria dos seus enigmas,

a que o tribuno de Aveiro preteude

imprimir outro caracter.

Exultamos com o obsequio que nos

fez de eflirmar ao mundo a nossa exis-

tência fóra do campo da charada eda

facécia, que era o muito que nos con-

cedia.

E pedimos lhe bis: outra carta com

fóros de Revalesciere: outro primor!

Venha cila.

«£m baixo põe teu nome, e estou vingado.»

Pelo ministério das obras publicas

foram, era data de 26 de dezembro,

expedidas as seguintes portarias:

Approvando o projecto relativo ao

lanço da estrada real n.# 77, de S.

Bartholort'cu de Messines a Villa Nova

de Portimão, situado entre S. Bartho-

lomeu de Messines e Santo Estevão; e

mandando proceder á construcção do

mesmo lanço, por empreitadas parciaes

ou tarefas;

Concedendo á camara municipal de

Tondella o subsidio de 664&602 réis,

equivalente á terça parte da quantia

orçada para a construcção do lanço

da estrada municipal do Campo de

Besteiros á ponte de Parada, situado

entre Campo de Besteiros e a ponte de

Taboaça.

Concedendo á mesma camara o sub

sidio de 479§778 réis, equivalente á

terça par te da quantia orçada para] a

construcção do lanço da estrada muni-

cipal do Campo da Besteiros á ponte

da Parada, situado entre S. Miguel de

Outeiro e o ribeiro dos Corvos.

Concedendo á referida camara o sub-

sidio de 4221623 réis, equivalente á

terça parte da quantia orçada para a

construcção do lanço da estrada muni-

cipal do Campo de Besteiros á ponte

de Parada situada entre o ribeiro dos

Corvos e Parada de Gonta;

Concedendo, finalmente, á dita ca-

mara o subsidio de 712$783 réis, equi-

valente ã te ç i parte da quantia orça-

da para a couítrucçào do lanço da es-

trada iiiuni'ipi! do Campo cie Bestei-

ros á ponte de Parada, situado entre 1

Parada de Gonta e a ponte de Parada.

Foram eleitos para o conselho mu- ,

nicipal do Porto os srs.: Joaquim Pin-

to da Fon-eca, Manoel Francisco Duar-

te Cidade, Florindo José Teixeira de ;

Carvalho, Joaquim Ferreira Monteiro

Guimarães, visconde da Trindade, Ma

noel Fernandes da Costa Guimarães,

Anton o José da Silva, José Gaspar da

Gn çi, Miguel de Sousa Guedes, João

Pacheco Pereira, e Vasco Ferreira Pin-

to Bastos.

Sào supplentes os srs. Arnaldo Ri-

beiro Barbosa, Ignacio José Marques

Brasa, José Joaquim Pereira Pinheiro,

Jo é Soares d'OIiveira, Joaquim José

Ferreira de Oliveira, Eduardo da Cos-

ta Correia Leite, Antonio da Silva Pe-

reira de Magalhães, José Julio da Cos-

ta, Francisco Ignacio Xavier, José

Ignacio Ferreira Roriz e José Anto-

nio de Sampaio.

Foi hontem o enterro da interessante

filhinha do nosso! amigo José Simões

Afra, e sobrinha dos srs. Caetano e

Pedro Afra.

Era aquelle anjo, que Deus quiz cha-

mar á sua presença contando apenas

dezenove mezes de edade, o enlevo

de seus paes e parentes que a estre-

meciam, e por isso é profunda n'elles

a saudade e custosa a resignação !

No préstito dainnocente linada, iam

além de muitos amigos do pae e dos

tios, 8 meninas do asylo de Santa Ca-

tharina, <iue no cemiterio pegaram aos

cordões do caixão, o qual ficou depo-

sitado no jazigo de familia do illm.#sr.

Joaquim Ventura Pereira.

Não é uso dar pesames pelo desap-

parecimento de um anjo que deixa o

mundo para ir occupar no céu o logar

que lhe está resenado, mas nós que

presenciámos a dôr dos inconsolaves

paes e de toda a familia Afra, não po-

demos deixar de sair do uso, c damos

a todos elles os nossos sentimentos

pelo desgosto que acabam da soíYrer.

Publicou-se o n.° 30 do Archivo Po-

pular, semanario portuense de littera-

tura, contendo os seguintes artigos:

Passeios na minha terra, por Costa

Goodolphim; Uma lição de geographia,

por S. de Faria; Por occasião da mor-

te de D. Pedro V, poesia, por Silva

Roza Junior; O alchimista, pelo con-

de do Rio Pardo; João de Sousa Car-

valho; A morte de Luiz XVI; Logo-

gripho.

No proximo dio do Anno Bom, pela

hora e meia da tarde, haverá recep-

ção em grande gala no real paço da

Ajuda. .

No Diarto do Governo, de hontem,

vem publicada uma circular dirigida

aos srs. governadores civis esclarecen-

do algumas duvidas ácerca da matri-

cula dos facultativos, pharmaceutics,

parteiras, dentistas esangradores.

A commissão do asvlo dos orfàos

desvalidos da freguezia de Santa Ca-

tharina, commemora em sessão solem»-

ne, no dia 1 de janeiro, ás 11 horas

da manhã, o 16/anniversario da inau-

guração d'aqueile asylo.

Haverá distribuição de prémios ás

orfans asyladas e alunnas semi inter-

nas, que fizeram exame no anno le-

ctivo de 1872 a 1873, e bem assim

áquellas que pelo seu exemplar com-

portamento eserviço, mereceram egual-

mente ser premiadas.

Estes actos serão precedidos por

uma missa, que se ha de celebrar na

capella do mesmo asylo ás 10 ho-

ras.

Aquella util eex:ellente casa de ca-

ridade pode ser visitada no indicado

dia até As 3 horas da tarde e em ou-

tro qualquer, até ás 4 horas, excepto

aos sabbados.

Agradecemos o obsequioso convite

que nos foi reraettido.

Está marcado o dia 10 do proximo

mez para se dar no theatro do Gym-

nasio o beneficio de escriptura do in-

telligenle e estimado actor Augusto

Rosa. Apesar da sua curta carreira ar-

tística, conta já bastantes sympathias,

que tem sabido conquistar com o es-

tudo e boa vontade. Augusto Rosa é

além d'isso um dos actores que por

sua excellente educação ebom proce-

dimento tem melhores relações na vida

social.

Representa-se pela primeira vez n'a-

quella noite uma formosa comedia em

3 actos que tem por titulo Os zelosos,

traduzida do francez, em que o bene-

ficiado tem um papel muito adequado

ao seu genero.

Por decreto de 15 de novembro foi

concedida a Pedro Gamboni patente

de invenção, por cinco annos, de um

«systema combinado de produzir e en-

treter uma força motriz». •

O governo apresenta, na próxima

reunião das cortes, dois projectos de

lei sobre a construcção dos caminhos

de ferro nas Beira Alta e Baixa.

No dia de Natal celebrou missa de

pontifical na fé de Br-iga sua ex.*

rev.*" o arcebispo primaz.

Mais de um jornal annuncia lisonjei-

ramente a escolha do sr. coronel Joíé

Guedes de Carvalho e Menezes para

governador da província de Angola.

O sr. conselheiro Guedes foi já go-

vernador de Cabo Verde, n'uma épo-

ca em que aquella província luctou com

os horrores da fome; e s. ex.a poude

com o acerto das suas medidas mino-

rar, e debellar por fim U > grande ca-

lamidade. Também foi durante o go-

verno de s. ex.* que tomámos pos.e,

de facto, da ilha de Bolama, oecupada

pelos inglezes, daudo n'e^ta occasião

uma prova solemrte do seu patriotismo

e energia.

Se addicionarmos a estas, e tantas

outras provas de boa administração co-

lonial, a probidade incontestável e o ca-

racter esclarecido d'aqueile cavalheiro,

entendemos que é digno de louvor o

ministro a quem competir fazer tão

acertada nomeação.

Houve hontem coucurso uo ministe-

terio das obras publicas para prehen-

chimento de tres vacaturas que ha nos

logares de segundos ofliciaes.

O jury era formado pelos chefes das

differentes repartições, sendo presiden-

te o sr. director geral.

Foram doze os concorrentes, dos

quaes tres estranhos ao ministério.

O concurso abriu-se ás 9 horas da

manhã e terminou ás 4 da tarde. O

ponto sobre que os candidatos, tinham

de responderéoseguinte:—Decreto au-

ctorisando a construcção de um cami-

nho de ferro americano.—Portaria dan-

do posse provisoria de uma mina, em

virtude de adjudicação em concurso pu-

blico— Oflicio conlidencial ao gover-

nador civil de... sobre o facto de al-

guns indivíduos extrahirem mineral sem

a devida auctorisação—2 traducções,

conforme o programma, sendo uma de

portuguez para francez e outra dein-

glez para portuguez.

Nos dias 18 e 19 o sr. arcebispo

d'Evora, conferiu ordens e o sacra-

mento da chrisma, na sua capellaar-

chi-episcopal.

Recebemos uma carta do Porto, em

que se nos diz cão ser verdadeira a

noticia que demos de a camara munici-

pal daquella cidade ter concedido ao

sr. Basilio de Castelo Branco e outros,

que estabelecessem caminhos de ferro

americanos no interior da cidade. A

camara indeferiu o requerimento em

virtude de ter feito já a outrem a cou-

cesíão alludida.

Publicou-se o n.- 10 do Panorama

photogrophico de Portugal. A photo-

grapbia que acompanha este numero

é tirada de um forn oso cliché, ríevi-

do-áobsequiosidade do disiincto pho-

tographo amador, o sr. Carlos Relvas.

Representa parte de uma das fachadas

do paço da Pena em Cintra, e n'ella

avulta principalmente uma janella do

estvlo manuelino.

0 texto é interessante, concorrendo

também para o bom êxito que tem tido

esta curiosa publicação.

Recebemos e agradecemos o convite

que nos foi enviado para a destribui-

ção de prémios aos alumnos da excel-

lente escola das Necessidades, que se

verilica no domingo 4 do proximo mez.

Uma mulher de uome Maria das Do-

res foi a casa de uma outra chamada

Maria de Jesus com a firme tenção, ao

que parece, de a esganar.

Deitou-lhe as mãos ao pescoço, e

se a victima não grita por soccorro, o

caso seria muito mais feio. Accudiu

um policia, que serenou os ânimos da-

couten-loras, percebendo no entretanto

que o caso fora motivado por intri-

9as' ______

Chamamos a attençãodos nossos ca-

ridosos leitores para o estado desgra-

çado era que se acha um infeliz chefe

de familia, luctando com as maiores

privações.

O desvalido é ca=ado e tem filhos,

e está exposto a não ter casa em que

habitar, porque ainda não alcançou

meios para pagar o semestre de agen-

damento que principia no começo do

anno.

E' Além d'isso laborioso, e deseja

empregar se, mas a adversidade, por

que é perseguido tenazmente, tem

.-ido mais poderosa que os seus bons

desejos.

A época do anno em que estamos

convida a px°rcer caridade, e confia-

dos em que n o imploraremos de ba de a

generosidade dos nossos leitores, pedi-

mos que quilquer esmola com que

queiram valer ao infeliz seja reme tida

a esta redacção, ou á rua da Esperan-

ça a S. José n." 40, onde mora o des-

valido chefe de familia par quem nos

interessamos.

O sr. tenente coronel .de cavallaria

4, Mourão, foi ante hontem nomeado

para fazer parte da commissão que ha

de escolher entre es dilTerentes padrões

de rewolvers, aquelle aue vaessr ado-

ptado para uso dos ofliciaes do nosso

exercito.

Do Grémio Popular recebemos o se-

guinte avi o: •

«A mesa da assembléa geral desta

associação tem a honra de convidar

os seus dignos consocios.para assisti-

rem á sessão solemne que ás oito horas

da noite de quarta feira, 31 do cor-

rente, se ha de realisar na sala das

suas sessões, a fim de se commemo-

rar o 16.* anniversario d'esta institui-

ção, e distribuir os prémios, que con-

sistirão em objectos de estudos e rou-

pas, aos alumnos. que um jury de in-

telligentes professores classificou como

dignos de distineção.

A mesa também faz constar, por

este meio, ás pessoas estranhas, ao

grémio, que a sua admissão é ali

írsncã*

Sala das sessões do grémio popular,

28 de dezembro de 1873.—O presi-

dente, J. M. da Silva e Albuquerque—

Os secretários, José Norberto da Silva

Pinto — Christiano Augusto Teixeira

da Silva.»

Sabemos que a p'lylarraonica Mi-

nerva se oíTereceu para ir tocar duran-

te a sessão solemne.

A beneficencia publica de Paris to-

mou a seu cargo um dos meninos que

perderam seus paes no naufragio do

vapor Villc du Havre.

Propõe-se a dar-lhe a educação conve-

niente e fazel-o seguir estudos que

lhe proporcionem ura logar na admi-

nistração. ________

F*alleceu em Évora, o sr. Francisco

José Gomes, empregado da repartição

de fazenda d'aqueile districto.

Proximo da villa de Cuba, dois la-

rapios, roubaram ao sr. João Xambo-

na, 20 libras, um capote, uma cinta e

um mecho, era que montava.

MORTE À S PUNHALADAS

Relata uma folha de Beja quenase-

gunda-feira, cinco indivíduos foram ao

sitio do Valle das Cabeceiras, e obri-

garam o caseiro que ali residia, a abrir-

Ihes a porta. Na occasião em que iam

a entrar, o caseiro recebeu uma pu-

nhalada. Ainda ferido dirigiu se para

onde tinha a espingarda, mas os as-

sassinos deram-lhe outra punhalada e

deitaram n'o por terra.

Em seguida arra^aram-n'o para fóra

de casa e deram-lhe dez punhaladas.

Accudirani aos gritos da mulher do

assassinado, dois inJividuos dos mon-

tes proximos, e os assassinos evadi-

ram-se deixando um bordão e um

lenço.

Ignora-se por em quanto quem são

os assassinos.

Recebemos e agradecemos as cader-

netas 47 e 48 do Diccionario Univer-

sal de educação e ensino, de que é edi-

tor o sr. Ernesto Chardron, do Porto.

Saiu á luz o n * 8 da folha semanal

de in>trucção e recreio O Liz, que se

publica em Leiria. Traz artigos muito

curiosos.

Fiilleceu na sua casa do Ervedal o

sr. José Maria de Albuquerque Pinto

Tavares Castello Branco. Contava 85

annos de idade.

Parece estar resolvida a nomeação

do sr. Tito de Carvalho, segundo offi-

cial do ministério das obras publicas,

para o logar de chefe da repartição

central, na direcção geral dos cor-

reios.

ri acertadíssima e bem acceite a no-

meação do sr. Tito, porque á intelli-

gent e aptidão de que é dotado,

reúne as sympathias de quem o co-

nhece, devido isto á sua esmerada edu-

cação e lealdade de caracter.

S8, M*}.to m.

Castelar, Salmeron e Figueras tive-

ram hoje nova conferencia.

A Correspondência crô que se ainda

não chegaram a accordo, estão toda-

via em bom caminho. Desmente que

haja crise, comquanto confesse que os

srs. Bregua, Maisonnave e Carvajal,

que segundo parece, não gosam das

sympathias de Salmeron, offereceram

a sua demissão.

Acrescenta porém que Castelar re-

cusa modificar o gabinete antes da re-

união das côrtes.

O Imparcial e o Diário IIespanhol

julgam impossivel o accordo eutre Cas-

telar e Salmeron.

Corre o boato de que o governo hes-

panhol diri.iu uma not; a sEst dos Uni-

dos reclamando a restituição do Vir-

gmius eindemmsação. .

Assevera se qut o major Garmilla,

condemnado á morte e que se evadiu

recentemente das prisões militares de

Madrd, se refugiou em Cartagena. • á

MADRID, 27.— Interior 13,30. Ex-

terior 17,50. Bilhetes hypothecarios

faltam.—Bonds do thesouro 49,80.

Cambio sobre Londres 50,80. Id. sobre

Paris 8,27. Fabiia.

SERVIÇO PELO CABO SOBMARÍNO DB

FALMOUTO

LONDRES, 23 ás 4 h. 30 m. da t.

O imperador Guilherme está melhor.

Da em Bengala reeeios de fome peior

que a de 1865.

LONDRES,27.—Consolidados ingle-

zes 92,00. — llespanhol ext. 17 3|8.

Portuguezes 44 1|2 Reuter.

As inscripções grandes da junta (*<>

credito publico ficaram cotadas a 45,65

com o juro pago até ao íim do l.# se-

mestre de 1873.

As inscripções pequenas ficaram a

45.70.

Títulos hespanhoes de 10:000 escu-

dos, 13,50.

Ditos pequenos 13,90.

Cambio, 940.

Despachos que ficaram em deposito

na estação principal telegraphica no dia

28 do corrente:

Antonio Mengo.

Antonio da Silva Pinho. — Terreiro

Trig0*

Pede nos o sr. Carmo e Sousa para

agradecermos em seu nome ao sr. C.

A. dos Reis a dedicatória da sua cha-

rada, publicada no nosso numero de

domingo, e cuja significação é Car-

tista.

Nos Estados Unidos crô se que o

ferro existente em terrenos proximos

do Rio Negro, em Minesota, deve sa-

tisfazer as necessidades d'aqueile paiz

durante dez séculos.

Já é ter ferro!

Page 3: MORTE À S PUNHALADAS - purl.ptpurl.pt/.../j-1244-g_1873-12-30_0000_1-4_t24-C-R0150.pdf V tara ta A49IGNATCBA MA PROVÍNCIA 1 mez 500 réis 3 mezes 1£400 réis A correspondência

DIÁRIO ILLUSTR ADO

Publicou ura escriptor francez na Il-

lustration uma descripção da sua via-

gem em Uespanha durante a insurrei-

ção carlista.

Admirado do indiíTerenlismo que ob-

servara na maior parte das povoações,

que se diziam "liberaes, e onde nem se-

quer havia um jornal politico, notou

em outras povoações muita vida, muito

enthusiasmo e muito fanatismo porque

entoavam cantigas festivas ao regresso

do seu verdadeiro reil

A ptuca distancia de Tafalla erguia-

se em um valle delicioso, um castello

mourisco, ou antes um palacio de verão

conhecido ali pelo Buen-retiro da du-

queza de M. A proprietária d'esta vi-

venda contava apenas 25 annos de ida-

de, e o seu marido exercia um logar de

coníiança junto de D. Carlos.

O escriptor francez, contemplando a

sumptuosidade d'e^-ta rica habitação,

que além da sua immensagrandeza mos-

travatambem ser um monumento erigido

á velha aristocracia he-panhola, procu-

rou visitar esta residenoia verdadeira-

mente real. e para o conseguir encon-

trou um official carlista que teve a de-

licadeza de o apresentar á duqueza.

Depois de uma conversação que du-

rou meia hora, e cujo assumpto princi-

pal foi a campanha dirigida pelo reiera

pessoa, a duqueza levantundo-se do

seu fauteuil convidou os dois visitan-

tes a irem ver a galeria artística, que

era uma das riquezas que davam nome

e fama ao castello de ttuen retiro.

A duqueza passou em revista os bel

los quadros de Velasquez, de Murillo e

de muitos outros em numero superior a

sessenta, alguns dos quaes foram oITe-

Tecidos ao bisavô da duqueza pelo rei

Carlos IV. No íim da galeria eslava em

pé o retrato de Carlos VII, o preten-

dente ao throuo de Uespanha.

A duqueza, inclinando-íe respeitosa-

mente diante d'este retrato, disse aos

seus hospedes: apresento-vosa imagem

do rei de Hespanha, a despeito do

-statuto real, da rainha Label e da re-

publica federal. Deus, o povo e o bom

direito estão por elie, e a sua causa

legitima tem a seu favor a fortuna e a

vida de todos os bons hespanhoes.

Em quanto o fanatismo se pronun-

ciava d este modo, e se desprendia dos

lábios de uma fidalga para animar os

que viviam á sombra do formoso cas-

tello, inoculando-lhes esuaes sentimen-

tos por uma causa um pouco decrepita,

o republicanismo por outro lado não

fazia senão abater o espirito publico,

dando-lhe scenas como as de Àleoy, Se-

vilha e Cartagena.

O escriptor francez encontrando-se

depois com um lente da universidade

de Salamanca, não poude deixar de lhe

fazer sentir a indilTerença do povo hes-

panhol, ao que o professor respondeu

muito maliciosamente: em França o po-

i vo faz politica de mais; em llê.-panha

não a íaz bastante, mas a ter de esco-

lher prehro a indifferença do povo hes-

panhol, porque não vejo que os nego-

cios do governo francez caminhem me-

lhor de que os nossos.

Segundo diz o mesmo escriptor o

exercito carlista contava 45:000 ho-

mens. Quatro partidos estavam em

frente uns dos outros, e todos com pre-

tenção de dar a Ilcspanha um governo

regular. Qual delles triumphara?

O professor da Salamanca deu ao

escriptor francez a seguinte opinião:

D. Carlos tendo invadido o Ebro á

frente de suas tropas, em marcha so-

bre Madrid, chegará a conciliar a opi-

nião publica cançada de revoluções e

de guerras civis, e será acclamado rei

de Hespanha como o direito tradicio-

nal lho pode fazer esperar? Então é a

restauração monarchica que sobe coni-

elle ao'throno. Este resultado é ain-

de problemático.

Acreditar-se-ha que os intransigen-

tes, que compoem o partido communal

e socialista chegarão a estabelecer o

regimen cantonal pelo roubo, o incên-

dio e o saque de que elles acabam de

dar tantas provas? .Não o julgo. Ainda

não estamos em Ihspanha convertidos

ás idéas demagógicas e materialistas

dos livres pensadores. Estes não po-

dem portanto deixar de ser domados

pela força das armas ou pela da opi-

nião publica!

O dictador Castelar espera poder con-

solidar a republica federal, e*te sonho

de a'iruos milhares de insurgentesque

julgam que se transforma uma monar-

chía em republica como se resolve um

■^^robiema de algebra? E' bem duvido-

vi-. Para chegar a este íim precisa de

dinheiro; o thesouro não o tem e fal-

ta lhe o cre lito.—Reservou se o direi*

to de destituir os ayuntamientos das

províncias e as municipalidades, mas

o dia em qu* el!e attentar contra es-

tas liberdades ue que as populações

das províncias são tão ciosas fundadas

no seu direito, nesse dia Castellar terá

contra si lodo o paiz. Por este motivo

e por muitos outros a republica fede-

ral está bem longe de poder estabe-

lecer-se por em quanto em llospanha.

Ha um quarto partido que se escon-

de na sombra parecendo não conspi ar,

mas que entretanto se agita sem ruído

e sem armas, é o do príncipe ÀfTonso

filho e herdeiro da rainha Isabel. Este

partido não quer alcançar o poder pe-

ias suas próprias forças mas espera

muito da força dos acontecimentos O

marechal Serrano foi chamado a Ma-

drid por Castelar. Será para trabalhar

na consolidação da republica? Ninguém

o pensa em Hespanha. Serrano é uma

taboa de salvação a que se quer agar-

rar Castelar no dia eiu que, faltando-

Ihe o apoio republicano tiver de aban-

donar o poder como o fizeram Oren-

se, Pi v Margal, Figueras, e Salme-

ron. Tudo faz acreditar que então Cas-

telar lançará sobre os hombros do ma-

rechal lodo o peso da governação pu-

blica. Aceitará este militar a transmis-

são de um poder in extremis'}

E' possivel e mesmo provável; em

todo o caso nunca será para consolidar

uma republica qualquer.

Pode se portanio, acrescentou o pro-

fessor de Salamanca, considerar desde

já como morta a republica em Hespa-

nha, e o restabelecimento da monar-

cbia como um facto inevitável.

Abriu-se no Porto um importantíssi-

mo estabelecimento, que nvalisa com

os melhores que no genero existem

n aquella cidade. E' a livraria univer-

sal e agencia de joroaes estrangeiros,

pertencente aos srs. M igalhães & Mo-

niz, dois cavalheiros laboriosos e hon-

rados. Encontra-se ali um grande sor-

timento de livros portugueses e estran-

geiros.

Os srs. Magalhães à Moniz resolve-

ram publicar um volume do sr. Alberto

Pimentel, que se intitula Photogra-

pinas de Lisboa, e vão distribuil-o como

brinde aos seus freguezes.

E' de esperar que o publico portuen-

se corresponda ao útil c;npenho dos

proprietários de tão iraportaute livra-

ria.

Na quinta feira pasmada houve uma

recita no theatro tíaquet, do Porto, com-

memorando o sexto anniversario do fal-

lecimento do iustiiuidor d aquelle thea-

tro; c revertendo o produolo da reci-

ta, .408&.'Jí0 réis, em beoelici# do asy-

lo das raparigas abaadouadas.

E no úia seguinte a direcção do asy-

lo e as asyladas ouviram uma missa ua

sua capella, pur alma do sr. B :quet;

e, dirig.ndo-se.em seguida ao cemite-

rio do Kepouso, foram ahi deportar

no mausoléu que comem as cincas d'a-

quelle cidadão uma coroa de perpetuas.

"nêciíolugio

Respeitamos as inflexíveis leis da

natureza, pelas quaes os iudividuos, e

as gerações, se succedem, para darem

logar & novas camadas, cuja mitsao é

contiuuarem a conservação, e desen-

volvimento da sublimidade, que nos ro-

deia, que a curteza da nossa iutelli-

gencia apenas pôde admirar pelos ef

leitos; mas respeitando, seja nos per-

mittido lamentar, e chorar, o passa-

mento de um homem digno de men-

ção especial, que acaba de fiuar se.

Pedro Antouio da Silva Reoello rou-

bado peia morte a sua estremosa fa-

mília, e numerosos e dedicados ami-

gos, foi homem notável, me:>mo envol-

vido na sua modéstia.

Dotado de intelligencia, e amor ao

trabalho, serviu o paiz com dedica-

ção, na qualidade de official de fazen-

da da arraadà real; fez varias e lon-

gas viagens em navios do Estado, dan-

do sempre completa conta de si, che-

gando assim ao cargo de official maior

graduado da contadoria geral da ma-

rinha.

O seu merecimento e dedicação, fi-

zeram o lembrado para ser um dos en-

carregados de regenerarem a serenís-

sima casa e estado de Bragança, cu-

jas propriedades se achavam, em par-

te, extraviadas por mãos estranhas,

faltas de títulos, carecendo de tom-

bos, e mais indicações, que legalisas-

sem a sua procedencia; commissaoque

exerceu cumulativamente com o seu

cargo official, a aprazimento de to-

dos.

Os serviços, que ali prestou, attes-

tam-os os trabalhos proiuudos, e cons-

cienciosos, que se encontram uo ar-

chivo d'aquella serenissima casa, de

cuja repartição foi mais tarde nomeado

chefe; sendo devida á sua tenaz per-

severança nas pesquisas, a re\indica-

ção de muitas propriedades, e íòros

de que não havia a mais remota indi-

cação.

Cultivou a intelligencia, de que era

dotado, sem pretenção; foi incontesta-

velmente probo; trabalhador infatigá-

vel; esmoler e bemfasejo; e muito bera

quisto, de quaotos o conhece,ram.

Pre-a.mos á sua rçemoria o preito,

e homenagem, que a sociedade deve,

a quem procede d'aquelle modo; lou-

vamos justificadamente, prestando as-

sim preito á moralidade, que tão des-

curada anda, esquecendo o verdadei-

ro mérito. ***

MARINBA GRANDE, 22—Ha dias

tivemos a auspiciosa noticia de que

uma companhia, recentemente consti-

tuída, vae começar de novo a dar mo-

vimento á fundição de ferro aqui es-

tabelecida e parada ha cerca de qua-

tro annos.

E' de suppôr que a laboração do

alto forno seja agora mais duradoura

que nas épocas anteriores, atteato ao

preço que o ferro ultimamente lera at-

tingido, e á intelligencia do director,

que ja tem conhecimento minucioso

destes sítios, tão necessário pjra a

tactica administrativa. E' um cava-

lheiro que tem conquistado sympathias

de lodos que teem a honra de o co-

nhecer.

Oxalá tenha longa vida a nova era-

preza.

Não só lucra a nação e o seucom-

mercio com os estabelecimentos in-

dustriaes d esta ordem, mas lambem

os muilos braços que ali se empregam

e ainda mais esta povoação, com o

movimento que n ella se desenvolve e

progride.

O que nada aproveita são os pinhei-

ros que el-rei D. Diniz mandou se-

mear, que vêem ali devorar pelas cham-

mas em momentos, o que a natureza,

gastou, annos a desenvolver

—D'ora ávante quem aqui quizer be-

ber agua com a certeza de que é lim-

pa e pura, tem que a mandar buscar

a dous kilometros de distancia, visto

que a illustrada camara de Leiria en-

tendeu que reparar os canos que con-

duzem agua á fonte da Marinha era

coi*a desnecessária.

Ouvimos, que uma coramissão ia

mandar gravar uma medalha, pira ser

oITerecida aos directores e emprezirios

da fabrica de vidros, em recouheci-

mento d esta povoação á illustre em-

presa, pelo luxo e grandeza com que

tem mandado decorar o seu theatro.

Se assim continuam a olhar por elle

talvez chegue a eclipsar o brilho dos

meihores theatros da Europa, e n'este

caso falta dar-lhe o nome de Apollo.

Sa u daqui hoje o sr. João Maria

de Magalhães, engenheiro chefe da di-

visão florestal do centro.

J-

ESQUELETO DE PETRARCA

Menciona um jornal italiaao que a

commissão scientific^ encarregada de

estudar, debaixo do ponto de vista an-

thropologico, os rcstros de Petrarca, e

de publicar o resultado das suas obser-

vações por occasião do centenário do

grande poeta, procedeu, no dia 8 do

correute, com assistência de grande

numero de pessoas, á abertura cia urna

de granito cor de rosa que contem as

ossadas do grande poeta.

Os ossos, que em vez de estarem

reuuidos em uma caixa de madeira ou

de metal, se achavam espalhados so-

bre uma simples taboa, eram 'de cor

deambar e estavam húmidos e em par-

te bolorentos. O craneo, de grandeza

media, eslava intacto e o osso íroulal

bastante desenvolvido.

As maxillas continham aind i muilos

dentes entre os quaes diversos mola-

res e incisivos muilo bem conservados.

As orbitas eram muito largas. Quasi

todas as vertebras e as cosiellas fo-

ram encontradas. Os ossos do pelvis

achavam-se em bom estado, bem como

as omoplatas, os humeros e os outros

ossos dos braços; as apophyses dos

femurs e das tíbias estavam muito pre-

nunciadas.

Descobriu-se emfim uma quantidade

de pequenos ossos, que compunham

provavelmente as mãos e os pés. Dos

vestuários não resta tsenão um pouco

de po escuro.

Pela grossura e comprimento dos os-

sos, concluiu-se que Petrarca era um

homem de talhe mediano e de const.-

tuição robusta. Depositou-se na uma,

antes de tornar a encerrar-se, uma gar-

rafa tapada encerrando uma acta com-

íuemorativa do estudo aulhropologico,

levado a elíeito pelos cuidados e a cus-

ta da Academia de Bovolenta, e assi-

gnadapela maior parle dos delegados

presentes á ceremonia.

Constilue o espectáculo d'esta noite

no Gymnasio a soberba comedia de

Sardou A famila Benoiton.

Vão ser expostos na loja de estam-

pas do sr. Costenla, ao Chiado, defron-

te dos Marlyres, dois bonitos retratos

a aguarella* do patrão Joaquim Lopes

e de seu filho, que foram tirados pelo

sr. Antonio Navaes, hábil empregado

da photographia Bastos, e já conheci-

do por trabalhos de egual genero.

Os retratos estão muito parecidos,

e custam apenas a quantia de 2&000

réis cada um. Merecem ser vistos.

E' no'avel observar, como acaba de

o fazer um dos ministros de Inglater-

ra, que só 8 000 agentes de toda a

especie de policia bastam para manter

a ordem e garantir a segurança indi-

vidual de uma povoação como a de Lon-

dres, que conta já quatro milhões de

habitantes, aproximadamente.

E>te facto revela que a educação ali

tem sido primorosamente desenvolvida.

LEIRIA, 26. — Alguns curiosos dra-

máticos d'esta cidade levaram á scena

no dia 21 do corrente o drama em um

acto O escravo, e as comedias Quem

torto nasce... Por causa d'um clari-

nete e Taborda no Pombal.

A concorrência foi bastante, e o es-

pectáculo correu regularmente.

A dama foi a sr.* Elisa Augusta dos

Santos, de Aveiro, que se apresenta

soílVivelmente, apezar de ter a voz um

pouco fraca, vè se que conhece o palco

e que o piza bem, èem alTectaçào, sen-

do para província uma dama muito acei-

ta vel.

No intervallo da ultima comedia teve

uma syncope violenia a exm.a sr.a D.

Guilhermina Guerra, esposa do sr. An-

tonio Maria da Costa Guerra, caindo

sem sentidos, e sendo levada em bra-

ços para sua casa. A doente acha-se

quasi restabelecida, o que deveras es-

timamos.

—Falleceu em Porto de Moz, d um

ata jue apopletico, o,sr. dr. José Pedro

Dias, hábil medico do partido munici-

pal, irmão do sr. dr. Vicente Pedro

Dias, professor do lyceu nacional d'esta

cidade.

O cadaver do fallecido foi hoje trans-

portado para o cemiterio d'aqui, onde

o sr. dr. Vicente Pedro Dias tenciona

mandar erigir um mansoleu de família.

A' família do linado damos os nossos

seutidos pezames.

—Falleceu no logar da Regueira de

Pontes, deste concelho, a sr.4 D. Anna

Crespo, já de avançada edade, que pos-

suía a casa mais rica d esle districto.

—Em toda a parle tem baixado de

preço ogadobovinoe poreste motivo em

algumas terras a carne de vacca tem se

vendido nos talhos com abuimenio.

Aqui ainda se conserva a áOO réis o

kilo! .

—A camara municipal desta cidade

projecta a construcção de novos paços

lo conselho e repartições respectivas,

bem Coiuo a iniciação d'um novo bair-

ro. Que a idéa se realise è o que

anhelamos.

—Fez annos no dia 22 o sr. governa-

dor civil d'este districto-

—Parece que a opposição d'aqui de

sagradou um artigo publicado no se-

mauario O Lizt acerca do asylo de

mendicidade e d 'infancia des-vahda de

Alcobaça, e diz se que vão de.^pedir-

se d assignanles alguns indivíduos.

Alem de não louvar-m'os a acção

julgciinol-a inteiramente destituída de

íazao, porque o mesmo artigo não of-

feudia pessoa alguma. Se qualquer

membro da opposição fazer obra iue-

r.toria e relevante, estamos convenci-

dos que a redacção do Liz. lhe dispen-

sara lodos os elogios de que se tornar

digno a que fizer jus.

—Tem leito por aqui um frio insupor-

tável;— esiá tudo secco com a gisada.

Na quarta feira a temperatura, era

Madrid, não passou de 10 gráus o má-

ximo e desceu a 2,6 abaixo de zero.

Segundo o protocolo da conferencia

celebrada em Washington entre Hamil-

ton Fish, secretario de estado e o con-

tra almirante D. José Polo e Barnabé,

enviado exrraordinario e ministro ple-

niptenciario de Hespanha,são entregues

aos Estados Unidos o vapor

e os indivíduos que ainda vivam dos

que se achavam nelle como passagei-

ros e tripulantes, devendo a Hespanha

saudar no dia 25 de dezembro a ban-

deira dos Estados Unidos.

Se porém se provar que o Virgimus

não tinha direito de usar da bandeira

americana, n'este caso não tera logar

a saudação porque os Estados Unidos

declararão que por parle de Hespanha

não houve intenção de insultar a ban-

deira angloamericana.

Falleceu na quarta-leira passada

em Vianna do Castello o sr. João Bap-

tista Correa, abastado proprietário e

capitalista.

Chegou a Gibraltar o conira-almi-

rante inglez Randolph. Vae render o

contra-almirante Campbell no com-

mando da esquadra quee^tá n'aquelle

porto.

Crimes do Brandão, Amazonas de

Tonnes, e Boas noites, sr. D. Simão9

é o espectáculo de hoje no theatro da

Trindade.

Parece incrível que a direcção caisse

em dar na mesma noite, e juntas, as

mais engraçadas peças do seu repertó-

rio.

Foi ha dias morto em Chaves um

veterano.

E' indigitado como assassino um sol-

dado de iníanteria 13. Altribue-se o

crime a ciúmes.

Em Villa do Conde teem sido ataca-

das de pneumonias muitas pessoas.

Algumas leem succumbido.

Está sendo muito npplaudidaem Ma-

drid na opera Dinorah a cantora Fos-

sa.

A Igualdad, jornal de Madrid, espe-

ra que os srs. Castelar e Salmeron se

abracem fraternalmente para salvar a

republica federal.

A republica depende de um abraço!

Fundeou no porto de Vigo uma es-

quadra ingleza composta de 5 navios

blindados, de alto bordo.

O arcebispo de Sevilha está em San-

tander baslante enfermo, correudo até

a noiicia do seu fallecimento. O car-

deal Cuesta é um prelado muito esti-

mado e a sua doença tem causado bas-

tante sensação.

CHARADAS

OfTcrccidn a • •

Serei do anno?.

Sim é..—1

No joso estou?..

Olé..—t

O concrtfo da charada.

Tu o és minha.... adorada!!

Évora

CHARADAS NOVÍSSIMAS

l)o«BdlcndaN

ao meu aml^o Jacob BloririgucM

!.•—Este navio com estas ave3 tem má sor-

2.*—Pobre mulher que tem este nome,-l-2

3.®—Na musica este estabelecimento não

está co npleto.—1—2 4.1—Governa em Italia este animal um rio.

—2-i-l

5.'—Salia e pula n'esta ilha.—2-2

6.ft—Tenho a certeza que no campo ha este

appeliido.—!—2

7/—Este pássaro na sala diverte.—1—3

8.*—Usa se usa-se usa-se —2—2

9."—Na mu-iCi é d«; família na egreja.-l-2

10.â—Trist-é o animal qu * anda no mar.-l-2

11.*—São dois d'este appeliido no arvoredo-

J. P. de Moura.

•Na musica precisa-se do gito.—I—l

-Terra e aijua ha nas quinias — l—1

-Na musica este engodo pode queimar..

-1-2

-Extremidade que não vô este fructo. —

1-2

-No lagar usam as damas por ser preto^

-1-2

-Este pé é um arbusto e uma vasilha.— 2-1

-Tem boracos e velas era espiral,—2—Z

Banbeuia Monteiro.

12/.

13.*-

14.'-

15.»-

16.a-

17.*-

18»-

CHARADAS EM QUADRO

Esta serve p'ra viver,

Ksta sorve p'ra sentir,

Esta serve p'ra jogar.

Serve esta p'ra produzir.

Carmo e Sousa.

IXPUCAÇÕK8 DO NUMBRO IHTICIDKKr!

Charada—1.» Palacete.

Charada niixíu-Carlista,

ESPECTÁCULOS

HOJK

THEATRO DE S. C\RLOS—20.» recita de

assignatura—Opera Poliuto.

As 8 horas. THExTiiO DA TRINDADE — Amazonas de

Tormes—Crimes do Brandão -Boas noites sr.

D. Simão. As 8 horas.

THEATRO DO GYMNASIO — A farailia Be-

noi on.

As 8 horas. cinco di: pniCE

Grande espectáculo equestre, gymnastico e

comico.

As 8 horas.

TYP. DE J. G. SeOSA NEVK3

65, Rua da Atalaya, 67

Page 4: MORTE À S PUNHALADAS - purl.ptpurl.pt/.../j-1244-g_1873-12-30_0000_1-4_t24-C-R0150.pdf V tara ta A49IGNATCBA MA PROVÍNCIA 1 mez 500 réis 3 mezes 1£400 réis A correspondência

DIÁRIO ILLUSTRA.DO

ANTIG4 AGENCIA

Dl

AMINCIOS

DE

Alfredo Valadin

ftlYISSA DE SANTA JUSTA 65 2.«

Stecebe «núncios, communicados,

fonttpondencias wsignaturas para 9 mt*rto il'nairado. Jornai da

Malte, CorrcMpondrneln de Por-

tugal e para os demais penodicos da

capital e também para a Gairta do Algarve, (Lagos iRotScloao (Valen-

K) e Jaraal «to Nallclaa (iíODta-

illtúa.

0 acriptorio está aberto todos os

áiu Dio santificados das 9 horas da nbi ás 7 da tarde. 1

LOTEIilA

3341 delias11' 5:000^000

PRÉMIOS que saíram na casa de cam-

bio de Pedro José Pereira Campeão & C-S rua do Amparo n.# 118, em

bilhetes e cautellas na extracção de

27 de dezembro de 1873.

Humeros Prémios

3341 cautellas 5:000&000

1539 vendido 200|>000

1825 cautellas 100&000

1128 » 30&000

2869 » 30|000

A seguinte extracção 6 no dia 8

de'janeiro impreterivelmente ao meio

dia, sendo o premio maior

5:000S000

Tenham compaixão

OINFElIr^pinteiro, que ficou sem

casa e sem ferramenta em conse-

Suencia do incêndio, mora na rua do

al de Santo Antonio, n.°58. loja, aon-

de espera lhe acuJam as almas cari-

dosas, por occasião do Natal de Nos o

Senhor Jesus Christo. 3

Archivo Pittoresco

ONZE volumes in-íolio, com mais de

1:800 gravuras de monumentos e "vistas de Portugal. Vende-se na Typo-

ES V "

phia Castro Irmão, rua da Cruz de

u, 31. 4

IVIonogrammas

EM ouro e a côres matisadas, pelo

systema inglez. Carimbos em to-

dos os generos, em papel e sobrescri-

ptos. Typographia Castro Irmão, rua

da Cruz de Pau, 31. 5

Para pharmacias

TARJAS e rotulos dourados e a côres,

para guarnição e para expediente-

Tendrm-se na Typographia Castro Ir-

mão, rua da Cruz de Pau, 31. C

Bilhetes para vinhos

e licores

DE todas as qualidades. Typorranhia

Castro Irmão, rua da Cruz de l'au,

31. 7

Soccorrei

BOMFACIA MARIA, moradora na cal-

çada do Comfcro, (vulgo Paulistas)

n.° 10 5.# andar, tendo uma filha en-

trevada. e não podendo ganhar os

meios para a sua subsistência, nem

tão pouco para o tratamento da doen-

ça da f ua querida filha, luctando com

a maior miséria, vem implorar uma

esmolla, pelo amor de Deus, á* pes-

soas caridosas, uueiram ajudai-a a

minorar a sua inrelii situação e de

sua desgraçada filha. 8

Direcção geral da ar-

tilharia—Conselho

administrativo.

rELAS 12 horas do dia 7 de janeiro

de 1874, procederá o dito conse- á arrematação em hasta publica, do

fornecimento de mil tampos de latão

para frascos.

0 respectivo padrão e condições da

arrematação, estão patentes na sala

do conselho onde se recebem propos-

tas em carta fechada, até áquella hora

do referido dia, quando começará a

licitação

Sala das sessões do conselho, 29

de dezembro de 1873.—Aí. J. Codina,

aspirante da administração militar,

servindo de secretario. 9

EDITAL

Direcção das obras publicas do districto

de Santarém

Estrada districtal n.° 74 de Torres Novas

a Pay alvo

1.° lanço "e Torres Novas aos Vaa-gos

POR esta direcção, secção de Torres Novas se faz publico que no dia 7 de

janeiro relas 11 horas da manha na ca>a dn administraçao do concelho

de Torres Novas perante o respcclivo administrador, hade dar-se de arre-

o íi; malação, a quem por menos o fizer, a construcção de oito tarefas de Terre-

planagens no sobredito lanço, sendo os volumes e o preço, base da liçitação,

os abaixo designados para cada uma das tarefas:

8 »

S*

8

9

10

11

12

13

14

15

Dtsigmção dos perfis

Do perfil 130 ao 157

« « 158 « 172

« « 173 « 194 •.

« « 195 « 204

« « 205 « 214

« « 215 . 232

« « 233 « 262

« « 263 « 283

Exte

nção

de

cad

a

um

a

tare

fa.

O-.ÍO o U

Il-

ls» s- P

reço

me

dio

por

me

tro

s.

972.44

442,96

746,64

289,5?

217.87

680,84

1:023,84

904,73

1:899,84

993,76

2:039,53

1:132,04

1:450.08

1:964,73

1:767,71

2:488,56

163,93

149,91 191,65

205.50

279.06

194,99

184,56

197.36

TO c3

2

.si

C J-S . 2 O JO

|SS

3115550

149£880

390*890

* 3? £640

4010670 3445690

362^630

491£160

Para ser admittido a liei far é necessário fazer o deposito provisorio de

quatro mil e quinhentos réis por cada tarefa. Não se acceitam lanços meno-

res de cem réis. As condições da arrematação, mappas e desenhos podem

ser examinados todos os dias não santificados, das 9 horas da manhã ás 3 da

tarde na casa da administração do concelho de Torres Novas e na secretaria

da secção das obras publicas em Torres Nevas.

Secretaria da Direcção em Santarém 26 de dezembro de 1873"—0 Dire-

ctor— D. A. Freire. 10

mm ÍIMIO BE (MARES

Vendido sob a inspecção do productor

JG. TEIXEIRA MARQUES faz constar que os estabelecimentos auctorisados

• para vender o vinho produzido nas suas propriedades de Collares são os

seguintes:

A. J. de Macedo, rua do Amparo, 20

J. C. Pucci, successor de Baltresqui, rua dos Capellistas,

422 e 124

Preços \»ov garrafa

Novidade de 1870, 160 réis, sem garrafa.

Novidade de 1872, 140 réis, sem garrafa.

O engarrafamento do vinho é feito nas adegas do annunciante; as rolhas

teem a legenda do nome do productor; as capsulas a ellas sobrepostas teem

a marca T. M. Todo o vinho que se não apresentar engarrafado n'estas con-

dições não é das propriedades do annunciante.

J. G. Teixeira Marques. 11

POZZOLANA DOS AÇORES

OU CIMENTO HYDRAULICO

V JWDIM-SI desde 15 kilos até qualquer porção de rcetros cubicos, no es-

criporiode Germano Serrão Arnaud, 84 Caes do Sodré 2.® andar. 12

OBRAS DE PAULO DE KOCK

JÁ PUBLICADAS

O Homem do» trem calcõen. 1 vol. COm 4 estampas—600 réis.

o a Diante da Lua, 2 vol. cada um de 252 pag.— 1£400 réis.

A donxella de Belleville. 1 vol. COm 4 estampas — 600 réis.

o meu vizinha Raymundo, 1 vol. com 4 estampas—600 réis.

a irmà Anna, 1 vol. de 206 pag. —600 réis.

O Barbeiro de Pari*, 1 VOl. de 184 pag. —600 réis.

a Lasoa d'Autenii —1 vol. de 200 pag. —600 réis.

t uia mulher de ire» cara*, 1 vol. COm 5 estampas—600 réis.

a cana branca, 1 vol, de 180 pag. com 8 estampas—600 réis. Mulher, marido e amante—no preJO.

Remette nualquer d'estas obras, franco de porte, a quem *nvia' a sua

importancia, em estampilhas ou vales do correio, a Joaquim José da ron

seca & C », rua da Atalaia, 65. 13

HOTEL AMEHICA

Praça de Carlos Alberta, 92

PORTO

Bonito local, excel-

lentes commodos para

famílias, socego c bom

tratamento.

attençAo

UMA condeça com vestidos vinda de

Coimbra, pelo caminho de ferro,

no dia 26 do corrente e que por en-

gano foi entregue juntamente com a

baga gem d'outro passageiro, acha-

se na rua de Yicenete Borga, 154, pa-

ra ser entregue a quem mostrar per-

tencer-lhe. 15

Cl, CHIADO, Cl

í.° A\UA H

«ECEBEU nova remessa de chocola-

te Suchard, garantido puro de as-

sucar e de cacau. 17

CIIlilSTIN^&itM réis. — Vende-se na typographia de

Sousa Neves, rua da Atalaya, 65.

Commercio especial

com a llespanha

Commissões, consignações

e transportes

f scrlptorlo

16, Largo do Corpo Santo, 2."

HtiftSlS BOUCIIF.RAXT

4 GENTE commercialda companhia do

A caminho de ferro de Ciudad Real a Badajoz e de Almorchon as minas

de carvão de Relmez. 19

SE podesse estar perto de li, não te

protestaria de longe as minhas

saudades 20

RAHALHETE

s

DO CSHniST

EMANAR10 religioso dedicado a. famlllaM cathollcan—director O

rev. padre prégador F. da S. Figuei-

ra. prior da freguezia d'Ajuda.

Publicou-se o n.# 7 do 3.* vol. con-

tendo os seguintes artigos: Bispo de

Havana (com retrato). — Saudação á

Virgem. — O Christianismo — Confi-

dencias. — Bispos de Castello Branco,

l.# bispo D. Fr. José de Jesus Maria.

—Uma historia verdadeira. — Quadro

chro no lógico dosl'apas.—Extasi, poe-

sia.—A pobre, poesia.—Noticiário.

0 1.° e 2.® vol. tem 104 bellas «ra- vurari, cópias de quadros dos meUto-

res auciores e perto de 800 artigos

religiosos e moraes, romances, poe-

sias, etc.

0 Ramalhete do ClirlMtao, é uma encyclopedia religiosa util a to-

das as famílias catholicas, e muito

propria para dar de premio nas esco-

las.—Vende-se unicamente no escri-

ptorio da empresa—rua d'Atalaya, 65

—preço tlooo réis cada volume. •Preço

Remette-se, FRANCO DE FORTE, a

quem enviar a importancia em vales

do correio, e na absoluta impossibi-

lidade d'estes, em estampilhas.—Re-

cebem-se assignaturas para o 3.* vol., sem dependencia do !.• ou 2.*—Cada

3 mezes ou 13 números 500 réis. Cor-:

respondentia ao director do jornal,'2

rua da Atalaia, 65. í

Pede-se aos srs. assinantes a quem a empresa tem escripto ácerca do

atraso de pagamento, que mandem a sua resposta para governo da admi-

nistração. 21

AAuga-se

ÂLUGA-Sfc um quarto com janella e

porta completamente independen-

te, proprio para escriptorio.—Rua do

Crucifixo, 31,2.# andar. 22

CARREIRA C AFRICA

0 vapor portuguez

Zaire, capitão

Pedro de Almeida

Tito, sairá no dia

5 de janeiro ás 3

horas da tarde para a Madeira, S. Vi-

cente, S. Thiago, Principe. S. Thomé, Ambriz, Loanda, Benguetla, e Mossa-

medes. *

Para carga e passagens, trata-se no

escriptori# de Bailey &Leetliam, pro-

prietários da empresa Lusitana,rua do

Ferregial de Cima, n.# 4. 23

Pará, e Ceará

PARA so portos

acima sairá no

dia 5 de janeiro o

PaQuele mglez — WaSb Ambroae. oue se

espera de Liverpool em 4.

Para carga ou passagens, trata-se

na rua 4o Alecrim, 10.

Os agentes — Garland Laidley

&c.\ 24

Para a Bahia

S;

AIRA' no dia 2 de

janeiro o paque-

te inglez uouati,

que se espera de

Liverpool em 1.

Para carga ou passagens, trata-se

na rua do Alecrim, 10.

Os agentes — Garland Lai d ley

& C.â • 25

d § s fiB *

V.

LICEU POLYTECHNICO

V-argo do Intendente, 96, B

19, Travessa da Cruz dos Anjos, 13

AS ferias no Natal terminam no dia l de janeiro.

Está aberta a matricula para o curso nocturno de francez, inglez, alle-

mào, desenho e commercio, que começará depois das ferias.

0 director geral 16 J. M. da Silva Ennes.

THE PAW STEAM NAVIGATION COMPANY

PâM LIVjEHPGOL

O paquete Aconcagua

ESPERA-SE de 30 de dezembro a 3 de janeiro.

Para passagens trata-se no Caes do Sodré. 64.

26

Os agentes,

E. Pinto BaMto & C.

PARA O SaAVItE

DIRECTAMENTE

SAÍRA' no dia 4 de janeiro, o vapor francez ▼ill© do

Brest, capitão Charles Grosos.

Para carça e passagens para o que tem excel lentes

acommodaçoes, trata-se no escriptorio, Largo do Pelou-

, 19, !.•

CHARGELRS RÉIMS

Pernanbuco, Bahia,

Rio de Janeiro, Mon-

tevideu, Beunos-Ay-

res e Rozario.

n ESPERADO em

Cj Lisboa no dia 5

ou 6 de janeiro,

o vapor paquete

francez vnic de :ahia, de f:50Õ toneladas, capitão

Robert, que sairá para os portos aci-

ma depois da indespensavel di mora

n'este porto.

Recebe carga e passageiros de aa-

mara para os quaes tem excel lentes

accommodações

Fornece-se vinho aos passageiros de 3.« classe.

Dão-se todos os mais esclarecimen-

tos no escriptorio dos agentes.

Pereiras d La Rocque

120, rua dos Capellistas, 2.« 28

Rio de Janeiro, Monte

video e Buenos-Ayres.

Recebendo também carga pa-

ra o II!» Cirande do

Mui.

|ARA os portos

acima satrá no

dia 7 ou 8 -1e ja-

neiro o paquete

r mglez v.oibnifx, que se espera de Liverpool em 7.

Para carga ou passagens trata-se na

rua do Alecrim, 10.

Os agentes — Garland I.aidlcy

& C.* 29

Para MARSELHA

O vapor Cambrian

pSPERA-SE tie í ij a 2 de janeiro

para sair depois

da indispensável

demora,

ara carga e passagens trata-se

do Sodré, 64.

Os Agentes

30 E. Pinto BaMto & €.•

Caes

P&.S&A LONDRES

O vapor L.c\)ai\on

gAIRA' hoje.

Para carga trata-sç no Caes do Sodré, 64.

31

Os Agentes,

E. Pinte BaMto &0 »

LYÍJE Ll^iE OF OTEA31ERS

Para Montevideu, Buenos \\vís

em direitura

SAÍRA' depois da indispensável demora n'este porto o paquete inglez Aa-

tarte, de 1:350 toneladas, que se espera de Glasgow no dia 7 de janeir®.

Tem excellentes accommodacões para passageiros de l.a e 3.a classes.

Para carga ou passagens trata-se na travessa dos Romulares, 23, IA

andar, com

0 agente 32 Joseph Medllcott.

THE PACIFIC STEAM NAmTlilÕMPm

Serviço durante o anno de 1874

POR ordem da direcção d'esta companhia se faz publico que depois do prin-

cipio de janeiro, as partidas para os portos do Brasil e Pacific serão.todas

as quartas feiras.—Continuam como até aqui a fazer escala por Pernambuca

e Bahia alternadamente.

0 primeiro vapor no futuro anno, deve sair de Liverpool em 7 de janeir-

ro e de Lisboa a 14 do mesmo. Na primeira quarta feira de janeiro não haverá saida de Lisboa.

Lisboa, 26 de dezembro de 1873.

Os agentes 33 E. Pinto Banto & C.«

THE PACIFIC S1EAM NáVIGÃTI N CDMPáNV

Para a ilha da Madeira,

Rio de Janeiro, Montevideu, Buenos Ayres

Valparaizo, Arica, Islay e Callao.

LI1SHA SEMAi\AL

PAQUETES

(«) potosi, 23 de dezem

PAQUETES

HLLMAIVI, 30 de dezembro

rinho andar.

27 u agente, I. Juhel.

Com escala por Pernambuco e Bahia

DE 15 EM 15 DIAS

(•) — POTOMI 23 dedezembro.

Para Pernambuco, só recebe malas e passageiros.

A velocidade d'estes vapores é já bem conhecida, costumam gutar it

Lisboa ao Rio de Janeira 13 dias.

Para carga e passagens trata-se no Caes do Sodré, 64.

0 agente no'Porto Os agentes em Lisboa

Tasco Fcrrelm Pinto Basto. E. Pinio Ba*to & €.»