contra a ditadura - fai - pelo comunismo libertário...

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Contra a ditadura - FAI - Pelo comunismo libertário REBELIÃO Jornal da Federacao dos Anarquistas Portugueses Exilados PE) Aderente á Federacao Anarquista Ibérica (FAI). N ° 2 2 a época Agosto de 1935 Preço voluntário Prosseguimos na mesma ruta... A maneira como foi recebido o su- plemento; a jmportancia considerável que para todas as nossas actividades ele representa, a dureza de luta que se apresenta cada dia mais implacável tudo nos força para prosseguir. A luta contra a ditadura saiu muito tempo do estreito marco de tirar o Salazar para colocar um outro qual- quer, Hoje se quere outra coisa. As provas que a democracia vem dando eirt todas as partes são bastante claras para que. confiemos nela e na* promessas sempre as mesmas dos seus repre- sentantes. A situação modificou-se completa- mente e mais do que nunca necessitam hoje os anarquistas marcar as suas po- sições muito claras, não dando lugar a dúvidas de nenhuma espécie. Sem perder de vista que a situação portuguesa é diferente da situação es- panhola, que as suas características apresentam matizes especiais, não po- ' demite tão pouco esquecer um impor- tante- qetàilie: que arevoluçu') espanho- la terti que ser ibérica Portanto e em- bora em Portugal os acontecimentos tenham um aspecto diferente daqueles que se produzirão em Espanha, não de- vemos perder de vista que, fundamen- talmentelevarõoo mesmo caminho: luta contra o capitalismo, luta contra o Es- tado; Instauraçòo do comunismo liber- tário. sabemos bem que sós, com as pró- prias forças não estamos capazes, agora na região portuguesa, de realizar ròpi- damente os nossos objectivos. Mas sa- bemos tambáin que o queremos fazer. E isto é tão importante como aquilo. Conhecemosasnossas forçasesabemos aonde queremos ir. E iremos. Sem gri- tos, mas com firmeza. Aderentes <i Federação Anarquista Ibérica, completamente identificados com os seus objectivos e integrados nas suas titicas de luta, sabemos o que representa o desprezo pela vida e o sa- crifício pelas ideias de que todososdias os componentes da FAI dão exuberan- tes provas. Conhecemos o valor das convicções e o que elas representan para os idea- listas sinceros. E que no terreno da luta contra a ditadura salazaresca nos encontramos muitas vezes com adver- sários, muito distanciados de nós pelas sus ideias burguesas e autoiitárias, e assim como queremos o respeito para a nossa qualidade de anarquistas, tam- bém por eles temos o mesmo respeito, pese ú distancia que nos separa Creada especialmente para o com- bate contra a ditadura, algumas vezes coincidirá a nossa organização com es- ses adversários que não deixam de se-lo pelo facto de combater o actual inimigo comum. Mas, pese a essa momentaneá coincidência, nósnadatemosde comum com eles, chaman-se esquerdistas ou comunistas, pois todos querem o der- rubamento de Oliveira Salazar para se colocarem eles e nós queremos derru- bar o Salazar para não deixar que nin- guém se coloque no poder. Queremos que sejam os sindicatos operários que tomem conta da produ- ção e organizem o consumo e queremos que sejam os produtores úteis os que deliberem sobre a maneira de organizar a vida. Eesta nossa maneira de ver está em pugna aberta com as de todos os outros adversários da ditadura de Salazar. Em crise em todas as partes, o Es" tado busca meios heróicos para saivar- -se e prova disso são as ditaduras. Não o conseguirá, porém, pese a todos os seus esforços. E os anarquistas com todo o vas- tíssimo caudal de ensinamentos,apren- didos em mais de meio século de luta activa e persistente são capazes de apresentaras soluções desejadas para organizar uma nova vida baseada na satisfação dat. necessidades da grande massa humana e dentro de todos os eperfeiçoamentos de Té.niea e da Ciência. o comunismo libertário solucio- nará o caos em que nos debatemos e com o seu estabelecimento conseguire- mos livrar-nos e para sempre—de todas as misérias que hoje nos afligem. Que o saibam todos Os anarquistas estamos dis- postos e desde a primeira hora e em todos os momentos o temos demonst, ado - a empre- gar o melhor dos nossos esfor- ços contra a Ditadura. Acerca disto quási é ocioso falai mos. Porém, desejamos dizer algo também sobre o qual se al- gumas vezes falamos, é conve- niente insistir. A luta contra a ditadura tem que ser levada num sentido cla- ramente anti estatal e anti-ca- pitalista. Nós vamos contra a ditadura, nós estamos na pri- meira linha na luta contra o despotismo salazaresco Mas nós estamos dispostos a usar todos os meios para impedir que outro governo se sente no poder. Seja qual for a sua cor. Nós queremos que seja o po- vo o único soberano quem livremente determine nos seus sindicatos e em assembleias po- pulares, a maneira como orga- nizará a vida. Nós instaurare- mos as comunas livres. Nós po- remos em prática a nossa con- cepção da sociedade, organiza- da de abaixo para cima. Nós evitaremos que a uni despotis- mo outro suceda, tenha o rótu- lo que tenha, por muito ofus cante que seja. E que o tenham presente to- dos os políticos que, agora, se encontram em litígio com a actual ditadura,pretos,brancos ou vermelhos, nós, anarquis- tas, lhes dizemos: estamos con- tra a ditadura Salazar-Carmo- na, mas estamos, também, con- tra eles. Nós queremos fazer a revolução social, queremos ins- taurar o comunismo libertário. Nós pertencemos à Federa. Anarquista Ibérica e estamos identificados com a Confedera- ção Nacional do Trabalho de Espanha que querem implantar o comunismo libertário em Es- panha. E trabalharemos neste sentido contra a ditadura, con- tra o Estado e contra o capita- lismo, colaborando e intensifi- cando trabalhos para que Por- tugal corresponda ao grito de liberdade que num futuro mui próximo se ouvirá de um ao outro extremo da Península Ibérica, Estamos obrigados a falar PreSOS e deportados muitas cen- claro em todos os momentos. E tenas de homens sotrem a terocida- fieis ao nosso velho costume, , .... . - queremos, uma vez mais, re- de ditatorial. marcar o sítio aonde estamos, Redamai anistia para eleffv- ^írihpra ele seja bem conhecido. fo AR Cuivo ^ Ws Tá, "00IAL l^A^r Contra a ditadura - FAI - Pelo comunismo libertário REBELIÃO Jornal da Federarão dos Anarquistas Portugueses Exilados (FflPE) Aderente á Federarão Anarquista Ibérica (FAD. N ° 2 2 a época Agosto dc 1935 Preço voluntário Prosseguimos na mesma rula... A maneira como foi recebido o su- plemento; a importância considerável que para todas as nossas actividades ele representa, a dureza de luta que se apresenta cada dia mais implacável tudo nos força para prosseguir. A luta contra a ditadura saiu muito tempo do estreito marco de tirar o Salazar para colocar um outro qual- quer, Hoje se quere outra coisa. As provas que a democracia vein dando em todas as partessão bastante claras para que confiemos nela e na* promessas sempre as mesmas dos seus repre- sentantes. A situaçfio modificou-se completa- mente e mais do que nunca necessitam hoje os anarquistas marcar as suas po- sições muito claras, não dando lugar a dúvidas de nenhuma espécie. Sem perder de vista que a situação portuguesa é diferente da situação es- panhola, que as suas características apresentam matizes especiais, não po- ' demos tão pouco esquecer um impor- tante «teta lhe: que a .revolução espanho- la terti que ser ibérica Portanto e em- bora em Portugal os acontecimentos tenham um aspecto diferente daqueles que se produzirão em Espanha, não de- vemos perder de vista que, fundamen- talmente levarõoo mesmo caminho: luta contra o capitalismo, luta contra o Es- tado; instauração do comunismo liber- tário. Sabemos bem que sós, com as pró- prias forças não estamos capazes, agora na região portuguesa, de realizar ròpi- damente os nossos objectivos. Mas sa- bemos tambáin que o queremos fazer. E isto é tão importante como aquilo. Conhecemosasnossas forçasesabemos aonde queremos ir. E iremos. Sem gri- tos, mas com firmeza. coincidência, nósnadatemosde comum corn eles, chamem-se esquerdistas ou comunistas, pois todos querem o der- rubamento de Oliveira Salazar para se colocarem eles e nós queremos derru- bar o Salazar para não deixar que nin- guém se coloque no poder. Queremos que sejam os sindicatos operários que tomem couta da produ- ção e organizem o consumo e queremos que sejam os produtores úteis os que deliberem sobre a maneira de organizar a vida. Eesta nossa maneira de ver está em pugna aberta com as de todos os outros adversários da ditadura de Salazar. Em crise em todas as partes, o Es" tado busca meios heróicos para siiivar- -se e prova disso são as ditaduras. Não o conseguirá, porém, pese a todos os seus esforços. E os anarquistas com todo o vas- tíssimo caudal de ensinamentos,apren- didos em mais de meio século de luta activa e persistente são capazes de apresentaras soluções desejadas para organizar uma nova vida baseada na satisfação das necessidades da grande massa humana e dentro de todos os cperfeiçoamentos de Té.niea e da Ciência. o comunismo libertário solucio- nará o caos em que nós debatemos e com o seu estabelecimento conseguire- mos livrar-nos e para sempre—de todas as misérias que hoje nos afligem. Que o saibam todos Aderentes ò Federação Anarquista Ibérica, completamente identificados com os seus objectivos e integrados nas suas táticas de luta, sabemos o que representa o desprezo pela vida e o sa- crifício pelas ideias de que todososdias os componentes da FAi dáo exuberan- tes provas. Conhecemos o valor das convicções e o que elas repieseittan para os idea- listas sinceros, E que no terreno da luta Contra a ditadura salnzaresca nos encontramos muitas vezes com adver- sários, muito distanciados de nós pelas sus ideias burguesas e autoiitárias, e assim como queremos o respeito para a nossa qualidade de anarquistas, tam- bém por eles temos o mesmo respeito, pese ó distancia que nos separa Creada especialmente para o com- bate contra a ditadura, algumas vezes coincidirá a nossa organização com es- ses adversários que não deixam de se-lo pelo facto de combater o actual inimigo Comum. Mas, pese a essa momentânea Os anarquistas estamos dis- postos e desde a primeira hora e em todos os momentos o temos demonst, ado a empre- gar o melhor dos nossos esfor- ços contra a Ditadura. Acerca disto quási é ocioso falai mos. Porém, desejamos dizer algo também sobre o qual se al- gumas vezes falamos, é conve- niente insistir. A luta contra a ditadura tem que ser levada num sentido cla- ramente anti estatal e anti-ca- pitalista. Nós vamos contra a ditadura, nós estamos na pri- meira linha na luta contra o despotismo salazaresco Mas nós estamos dispostos a usar todos os meios para impedir que outro governo se sente no poder. Seja qual for a sua cor. Nós queremos que seja o po- vo o único soberano quem livremente determine nos seus sindicatos e em assembleias po- pulares, a maneira como orga- nizará a vida. Nós instaurare- mos as comunas livres. Nós po- remos em prática a nossa con- cepção da sociedade, organiza- da de abaixo para cima. Nós evitaremos que a um despotis- mo outro suceda, tenha o rótu- lo que tenha, por muito ofus cante que seja. E que o tenham presente to- dos os políticos que, agora, se encontram em litígio com a actual ditadura,pretos, brancos ou vermelhos, nós, anarquis- tas, lhes dizemos: estamos con- tra a ditadura Salazar-Carmo- na, mas estamos, também, con- tra eles. Nós queremos fazer a revolução social, queremos ins- taurar o comunismo libertário. Nós pertencemos à. Federa. Anarquista Ibérica e estamos identificados com a Confedera- ção Nacional do Trabalho de Espanha que querem implantar o comunismo libertário em Es- panha. E trabalharemos neste sentido contra a ditadura, con- tra o Estado e contra o capita- lismo, colaborando e intensifi- cando trabalhos para que Por- tugal corresponda ao grito de liberdade que num futuro mui próximo se ouvirá de um ao outro extremo da Península Ibérica. Estamos obrigados a falar PreSOS e deportados muitas cen- claro em todos os momentos. E tenas de homens solrem a terocida- fieis ao nosso velho costume, , .... . . queremos, uma vez mais, re- úe ditatorial. marcar o sítio aonde estamos, Reclamai anistia para eleKV %&}itòra ele seja bem conhecido. fo a "Ç<jivo ^ NIS lo, S 00lAL l^A^r

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Contra a ditadura - FAI - Pelo comunismo libertário

REBELIÃO

Jornal da Federacao dos Anarquistas

Portugueses Exilados PE) Aderente

á Federacao Anarquista Ibérica (FAI).

N ° 2 2 a época Agosto de 1935 Preço voluntário

Prosseguimos na mesma ruta...

A maneira como foi recebido o su- plemento; a jmportancia considerável que para todas as nossas actividades ele representa, a dureza de luta que se apresenta cada dia mais implacável tudo nos dá força para prosseguir.

A luta contra a ditadura saiu já há muito tempo do estreito marco de tirar o Salazar para colocar um outro qual- quer, Hoje já se quere outra coisa. As provas que a democracia vem dando eirt todas as partes são bastante claras para que. confiemos nela e na* promessas — sempre as mesmas dos seus repre- sentantes.

A situação modificou-se completa- mente e mais do que nunca necessitam hoje os anarquistas marcar as suas po- sições muito claras, não dando lugar a dúvidas de nenhuma espécie.

Sem perder de vista que a situação portuguesa é diferente da situação es- panhola, que as suas características apresentam matizes especiais, não po-

' demite tão pouco esquecer um impor- tante- qetàilie: que arevoluçu') espanho- la terti que ser ibérica Portanto e em- bora em Portugal os acontecimentos tenham um aspecto diferente daqueles que se produzirão em Espanha, não de- vemos perder de vista que, fundamen- talmentelevarõoo mesmo caminho: luta contra o capitalismo, luta contra o Es- tado; Instauraçòo do comunismo liber- tário.

sabemos bem que sós, com as pró- prias forças não estamos capazes, agora na região portuguesa, de realizar ròpi- damente os nossos objectivos. Mas sa- bemos tambáin que o queremos fazer. E isto é tão importante como aquilo. Conhecemosasnossas forçasesabemos aonde queremos ir. E iremos. Sem gri- tos, mas com firmeza.

Aderentes <i Federação Anarquista Ibérica, completamente identificados com os seus objectivos e integrados nas suas titicas de luta, sabemos o que representa o desprezo pela vida e o sa- crifício pelas ideias de que todososdias os componentes da FAI dão exuberan- tes provas.

Conhecemos o valor das convicções e o que elas representan para os idea- listas sinceros. E já que no terreno da luta contra a ditadura salazaresca nos encontramos muitas vezes com adver- sários, muito distanciados de nós pelas sus ideias burguesas e autoiitárias, e assim como queremos o respeito para a nossa qualidade de anarquistas, tam- bém por eles temos o mesmo respeito, pese ú distancia que nos separa

Creada especialmente para o com- bate contra a ditadura, algumas vezes coincidirá a nossa organização com es- ses adversários que não deixam de se-lo pelo facto de combater o actual inimigo comum. Mas, pese a essa momentaneá

coincidência, nósnadatemosde comum com eles, chaman-se esquerdistas ou comunistas, pois todos querem o der- rubamento de Oliveira Salazar para se colocarem eles e nós queremos derru- bar o Salazar para não deixar que nin- guém se coloque no poder.

Queremos que sejam os sindicatos operários que tomem conta da produ- ção e organizem o consumo e queremos que sejam os produtores úteis os que deliberem sobre a maneira de organizar a vida. Eesta nossa maneira de ver está em pugna aberta com as de todos os outros adversários da ditadura — de Salazar.

Em crise em todas as partes, o Es" tado busca meios heróicos para saivar- -se — e prova disso são as ditaduras. Não o conseguirá, porém, pese a todos os seus esforços.

E só os anarquistas com todo o vas- tíssimo caudal de ensinamentos,apren- didos em mais de meio século de luta activa e persistente são capazes de apresentaras soluções desejadas para organizar uma nova vida baseada na satisfação dat. necessidades da grande massa humana e dentro de todos os eperfeiçoamentos de Té.niea e da Ciência.

Só o comunismo libertário solucio- nará o caos em que nos debatemos e só com o seu estabelecimento conseguire- mos livrar-nos — e para sempre—de todas as misérias que hoje nos afligem.

Que o saibam todos

Os anarquistas estamos dis- postos — e desde a primeira hora e em todos os momentos o temos demonst, ado - a empre- gar o melhor dos nossos esfor- ços contra a Ditadura. Acerca disto quási é ocioso falai mos. Porém, desejamos dizer algo também sobre o qual se já al- gumas vezes falamos, é conve- niente insistir.

A luta contra a ditadura tem que ser levada num sentido cla- ramente anti estatal e anti-ca- pitalista. Nós vamos contra a ditadura, nós estamos na pri- meira linha na luta contra o despotismo salazaresco Mas nós estamos dispostos a usar todos os meios para impedir que outro governo se sente no poder. Seja qual for a sua cor.

Nós queremos que seja o po- vo — o único soberano — quem livremente determine nos seus sindicatos e em assembleias po- pulares, a maneira como orga- nizará a vida. Nós instaurare- mos as comunas livres. Nós po- remos em prática a nossa con- cepção da sociedade, organiza-

da de abaixo para cima. Nós evitaremos que a uni despotis- mo outro suceda, tenha o rótu- lo que tenha, por muito ofus cante que seja.

E que o tenham presente to- dos os políticos — que, agora, se encontram em litígio com a actual ditadura,pretos,brancos ou vermelhos, nós, anarquis- tas, lhes dizemos: estamos con- tra a ditadura Salazar-Carmo- na, mas estamos, também, con- tra eles. Nós queremos fazer a revolução social, queremos ins- taurar o comunismo libertário. Nós pertencemos à Federa. Anarquista Ibérica e estamos identificados com a Confedera- ção Nacional do Trabalho de Espanha que querem implantar o comunismo libertário em Es- panha. E trabalharemos neste sentido contra a ditadura, con- tra o Estado e contra o capita- lismo, colaborando e intensifi- cando trabalhos para que Por- tugal corresponda ao grito de liberdade que num futuro mui próximo se ouvirá de um ao outro extremo da Península Ibérica,

Estamos obrigados a falar PreSOS e deportados muitas cen- claro em todos os momentos. E

tenas de homens sotrem a terocida- fieis ao nosso velho costume, , .... . - queremos, uma vez mais, re-

de ditatorial. marcar o sítio aonde estamos,

Redamai anistia para eleffv- ^írihpra ele seja bem conhecido. fo ARCuivo ^

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Contra a ditadura - FAI - Pelo comunismo libertário

REBELIÃO

Jornal da Federarão dos Anarquistas

Portugueses Exilados (FflPE) Aderente

á Federarão Anarquista Ibérica (FAD.

N ° 2 2 a época Agosto dc 1935 Preço voluntário

Prosseguimos na mesma rula...

A maneira como foi recebido o su- plemento; a importância considerável que para todas as nossas actividades ele representa, a dureza de luta que se apresenta cada dia mais implacável tudo nos dá força para prosseguir.

A luta contra a ditadura saiu já há muito tempo do estreito marco de tirar o Salazar para colocar um outro qual- quer, Hoje já se quere outra coisa. As provas que a democracia vein dando em todas as partessão bastante claras para que confiemos nela e na* promessas — sempre as mesmas dos seus repre- sentantes.

A situaçfio modificou-se completa- mente e mais do que nunca necessitam hoje os anarquistas marcar as suas po- sições muito claras, não dando lugar a dúvidas de nenhuma espécie.

Sem perder de vista que a situação portuguesa é diferente da situação es- panhola, que as suas características apresentam matizes especiais, não po-

' demos tão pouco esquecer um impor- tante «teta lhe: que a .revolução espanho- la terti que ser ibérica Portanto e em- bora em Portugal os acontecimentos tenham um aspecto diferente daqueles que se produzirão em Espanha, não de- vemos perder de vista que, fundamen- talmente levarõoo mesmo caminho: luta contra o capitalismo, luta contra o Es- tado; instauração do comunismo liber- tário.

Sabemos bem que sós, com as pró- prias forças não estamos capazes, agora na região portuguesa, de realizar ròpi- damente os nossos objectivos. Mas sa- bemos tambáin que o queremos fazer. E isto é tão importante como aquilo. Conhecemosasnossas forçasesabemos aonde queremos ir. E iremos. Sem gri- tos, mas com firmeza.

coincidência, nósnadatemosde comum corn eles, chamem-se esquerdistas ou comunistas, pois todos querem o der- rubamento de Oliveira Salazar para se colocarem eles e nós queremos derru- bar o Salazar para não deixar que nin- guém se coloque no poder.

Queremos que sejam os sindicatos operários que tomem couta da produ- ção e organizem o consumo e queremos que sejam os produtores úteis os que deliberem sobre a maneira de organizar a vida. Eesta nossa maneira de ver está em pugna aberta com as de todos os outros adversários da ditadura — de Salazar.

Em crise em todas as partes, o Es" tado busca meios heróicos para siiivar- -se — e prova disso são as ditaduras. Não o conseguirá, porém, pese a todos os seus esforços.

E só os anarquistas com todo o vas- tíssimo caudal de ensinamentos,apren- didos em mais de meio século de luta activa e persistente são capazes de apresentaras soluções desejadas para organizar uma nova vida baseada na satisfação das necessidades da grande massa humana e dentro de todos os cperfeiçoamentos de Té.niea e da Ciência.

Só o comunismo libertário solucio- nará o caos em que nós debatemos e só com o seu estabelecimento conseguire- mos livrar-nos — e para sempre—de todas as misérias que hoje nos afligem.

Que o saibam todos

Aderentes ò Federação Anarquista Ibérica, completamente identificados com os seus objectivos e integrados nas suas táticas de luta, sabemos o que representa o desprezo pela vida e o sa- crifício pelas ideias de que todososdias os componentes da FAi dáo exuberan- tes provas.

Conhecemos o valor das convicções e o que elas repieseittan para os idea- listas sinceros, E já que no terreno da luta Contra a ditadura salnzaresca nos encontramos muitas vezes com adver- sários, muito distanciados de nós pelas sus ideias burguesas e autoiitárias, e assim como queremos o respeito para a nossa qualidade de anarquistas, tam- bém por eles temos o mesmo respeito, pese ó distancia que nos separa

Creada especialmente para o com- bate contra a ditadura, algumas vezes coincidirá a nossa organização com es- ses adversários que não deixam de se-lo pelo facto de combater o actual inimigo Comum. Mas, pese a essa momentânea

Os anarquistas estamos dis- postos — e desde a primeira hora e em todos os momentos o temos demonst, ado — a empre- gar o melhor dos nossos esfor- ços contra a Ditadura. Acerca disto quási é ocioso falai mos. Porém, desejamos dizer algo também sobre o qual se já al- gumas vezes falamos, é conve- niente insistir.

A luta contra a ditadura tem que ser levada num sentido cla- ramente anti estatal e anti-ca- pitalista. Nós vamos contra a ditadura, nós estamos na pri- meira linha na luta contra o despotismo salazaresco Mas nós estamos dispostos a usar todos os meios para impedir que outro governo se sente no poder. Seja qual for a sua cor.

Nós queremos que seja o po- vo — o único soberano — quem livremente determine nos seus sindicatos e em assembleias po- pulares, a maneira como orga- nizará a vida. Nós instaurare- mos as comunas livres. Nós po- remos em prática a nossa con- cepção da sociedade, organiza-

da de abaixo para cima. Nós evitaremos que a um despotis- mo outro suceda, tenha o rótu- lo que tenha, por muito ofus cante que seja.

E que o tenham presente to- dos os políticos — que, agora, se encontram em litígio com a actual ditadura,pretos, brancos ou vermelhos, nós, anarquis- tas, lhes dizemos: estamos con- tra a ditadura Salazar-Carmo- na, mas estamos, também, con- tra eles. Nós queremos fazer a revolução social, queremos ins- taurar o comunismo libertário. Nós pertencemos à. Federa. Anarquista Ibérica e estamos identificados com a Confedera- ção Nacional do Trabalho de Espanha que querem implantar o comunismo libertário em Es- panha. E trabalharemos neste sentido contra a ditadura, con- tra o Estado e contra o capita- lismo, colaborando e intensifi- cando trabalhos para que Por- tugal corresponda ao grito de liberdade que num futuro mui próximo se ouvirá de um ao outro extremo da Península Ibérica.

Estamos obrigados a falar PreSOS e deportados muitas cen- claro em todos os momentos. E

tenas de homens solrem a terocida- fieis ao nosso velho costume, , .... . . queremos, uma vez mais, re-

úe ditatorial. marcar o sítio aonde estamos,

Reclamai anistia para eleKV %&}itòra ele seja bem conhecido. fo a"Ç<jivo ^

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REBELIÃO 2

Pelos caídos

Uma campanha por uma ampla anislia

Uma das facetas da nossa permanente propaganda é a que se refere á solidariedade aos nossos presos e persegui- dos. Solidariedade moral e so- lidariedade material. E se neste último aspecto o que se fez até agora está longe de correspon- des ás necessidades, é consola- dor verificar que mais ou me- nos sempre se tem cumprido.

Existe entretanto o outro as- pecto que também é importan- te: o apoio moral. Nas cárce- res, no desterro ou deportados sofre se o inenarrá vel. Os so- frimentos, as torturas, morais e físicas, tudo sofrem os presos político-sociais duma maneira indiscritível. Todos os proces- sos teem sido usados pelos es- birros de Salazar; nada existe de suplícios que eles tenham esquecido E depois as coisas humilhantes a que os sujeitam; o desprezo com que os tratam, completam todo o prr cesso de- gradante da vida (se se pode chamar vida...) de muitas cen- tenas de homens que comete- ram o nefando crime de desejar um pouco mais de liberdade e de bem estar para o povo que sofre todas as misérias.

Contra tudo isto temos que levantar a nossa voz. Para ter- minar com este estado de coi- sroisas, temos que por em prá- tica tudo o esteja ao nosso al- cance. Temos que intensificar uma forte campanha pró-aiis- tia. Reclamar para a vida aos homens que apodrecem nas ca- deias. Fazer chegar aos ouvi- dos dos tiranos os nossos gri- tos justiceiros.

E só a liberdade conseguida no mais curto prazo de tempo poderá reparar um pouco os crimes que se tem cometido e

Um dever

*A Batalha» e «O Libertário» sus- tentam-se unicamente da nossa ajuda. A propaganda que desenvolvem contra a ditadura e a defesa dos nossos prin- cípios e táticas anti burgueses e anti- -estatais, exigem que lhes prestemos todo o nosso auxilio e solidariedade.

Recorda-le de isto, amigo leitor.

que se cometem; e salvar mui- tos homens que se tuberculizam e se morrem...

Trabalhadores! Homens de sentimentos nobres! Mulheres ciue tendes filhos e esposos! Ajudai a campanha pró-anistia! Contribuí a que sejam rèttituí-

Um punhado de

Um congresso Na Suécia realizou-se ultimamente

o congresso da S. A. C-, aderente ó A. i. T. e no qual participaram 700 dele- gados, representando 40.000 trabalha- dores e estando também representadas a A. 1. T. eaCJ.T.

No congresso, que era ao mesmo tempo comemorativo do 25.° aniversá- rio da S A C, tomaram-se importantes acordos, e dos mais notáveis o tomado contra a guerra, tendo o congresso re- solvido iniciar uma forte campanha que começou já, publicando-se 200.000 exemplares dum folheto anlimilitarista.

A organização sueca sindicalista li- bertáiia publica dois diários e tem uma editorial própria, sendo a iniciadora <*o boicote contra os produtos alemáls que em Suécia é quási absoluto. Um exem- plo: o cine alemao desapareceu quási totalmente, segundo confessaram os próprios empresários cinematográficos

Conta também com um forle movi- mento de juventudes que agrupa na actualidade 5.000 jovens organizados excelentemente.

Entre a nuvem negra que por todas as partes se levanta pretendendo es- conder a liberdade, desponta este for- moso movimento sueco que, dada sua tradicional seriedade representa uma fundada esperança para todo o movi- mento libertário

Uma biografia

A «Soli», de Barcelona começou pu- blicando a biografia de Maria Spirldo- nova, a heróica revolucionária russa, que matou o saiguiiáiiu general Luzhrri''v>kv, e que foi deportada para a Sibéria, acusada como muitos anarquistas e anarco-sindicalistas de actividades contra-revolucionárias.

0 único verdadeiro

Pese d aliança dos comunistas, «sociaI-traidores> e radicais (represen- tados no governo por sete ministros) a ofensiva governamental, em França, contra os salários prossegue cada vez mais fortemente, Como consequência numerosos tumul- tos se estão produzindo em toda a França e o proletariado parece disposto a usar os meios de acção directa, os

dos á liberdade homens que só querem o bem estar dos seus semelhantes; cujo grande cri- me é o de quererem pensar h- vreménte.

E nós, anarquistas, operá- rios revolucionários! Impulse- mos esta luta pela liberdadedos caídos, Que o nosso grito a fa- vor de TODOS os presos, de- portados e desterrados, seja um só:

ANISTÍA!

notícias nossas

únicos para combater a prepotencia e dos quais tanto tempo tem estadoapar- tado pelos partidos «proletários».

A CGT R, secção francesa da A1T, há muito tempo que estava desenvol- vendo uma activa campanha neste sen- tido e ve-se que as advertências feitas não teem caído em saco roto.

Um conflito A greve da Carris de Barcelona, de-

clarada em fins de 1933 e da qual resul taram despedidos cerca de 400 operá- rios tem provocado tanios actos de sa- botage, que se calcula em 50 milhões de pesetas as perdas da Companhia. Devido a isto em Barcelona está decla- rado o estado de guerra e a cidade pa- rece um grande acampamento militar, patrulhada por numerosas forças de guarda de assalto, civil, e segurança, que continuamente percorrem as ruas, em motos, automóveis, bicicletas, a ca- valo e a pé, e aos quais se juntam pela noite forças do exército.

O sindicato do Transporte, afectado por este conflito é aderente « C. N. T.

Uma advertencia

A impossibilidade de prosseguir publicando REBkLIAO dactilografa- do, leva-nos a fazer um novo esforço e publicá-lo impresso, li isto por tirem sido apreendidas pela policia as máqui- nas de escrever e multicopista aonde o fazíamos. Além disso a necessidade de regular a saída do nosso jornal, levou- -nos a tranferir a sua factura para Fran- ça, a cargo de um dos grupos ali resi- dentes e aonde existem maiores possi- bilidades que na Península.

As despesas aumentam um pouco mais, devido ao correio que é muito mais caro e esperamos que todos nos ajudem como é devido.

IMPORTANTE Todos os camaradas que nos escre-

viam para o nosso apartado de Madrid, devem abster-se de faze-lo.

A «Tierra y Libertad , de Barcelona ou «A Plebe», de S. Paulo, deve ser pe- dido o novo endereço.

RECORDEMOS SEMPRE OS PRESOS E DEPORTADOS

REBELIÃO 2

Pelos caídos

Uma campanha por uma ampla anislia

Uma das facetas da nossa permanente propaganda é a que se refere á solidariedade aos nossos presos e persegui- dos. Solidariedade moral e so- lidariedade material. E se neste último aspecto o que se fez até agora está longe de correspon- des ás necessidades, é consola- dor verificar que mais ou me- nos sempre se tem cumprido.

Existe entretanto o outro as- pecto que também é importan- te: o apoio moral. Nas cárce- res, no desterro ou deportados sofre se o inenarrá vel. Os so- frimentos, as torturas, morais e físicas, tudo sofrem os presos político-sociais duma maneira indiscritívei. Todos os proces- sos teem sido usados pelos es- birros de Salazar; nada existe de suplícios que eles tenham esquecido E depois as coisas humilhantes a que os sujeitam; o desprezo com que os tratam, completam todo o prr cesso de- gradante da vida (se se pode chamar vida...) de muitas cen- tenas de homens que comete- ram o nefando crime de desejar um pouco mais de liberdade e de bem estar para o povo que sofre todas as misérias.

Contra tudo isto temos que levantar a nossa voz. Para ter- minar com este estado de coi- soisas, temos que por em prá- tica tudo o esteja ao nosso al- cance. Temos que intensificar uma forte campanha pró-anis- tia. Reclamar para a vida aos homens que apodrecem nas ca- deias. Fazer chegar aos ouvi- dos dos tiranos os nossos gri- tos justiceiros.

E só a liberdade conseguida no mais curto prazo de tempo poderá reparar um pouco os crimes que se tem cometido e

Um dever

*A Batalha» e «O Libertário» sus- tentam-se unicamente da nossa ajuda. A propaganda que desenvolvem contra a ditadura e a defesa dos nossos prin- cípios e taticas anti burgueses e anti- -estatais, exigem que lhes prestemos todo o nosso auxilio e solidariedade.

Recorda-te de isto, amigo leitor.

que se cometem; e salvar mui- tos homens que se tuberculizam e se morrem...

Trabalhadores! Homens de sentimentos nobres! Mulheres ciue tendes filhos e esposos! Ajudai a campanha pró-anistia! Contribuí a que sejam restituí-

Um punhado de

Um congresso Na Suécia realizou-se ultimamente

o congresso da S. A. C-, aderente ó A. 1. T. e no qual participaram 700 dele- gados, representando 40.000 trabalha- dores e estando também representadas a A. 1. T. e a C. N T.

No congresso, que era ao mesmo tempo comemorativo do 25.° aniversá- rio da S A C, toniaram-se importantes acordos, e dos mais notáveis o tomado contra a guerra, tendo o congresso re- solvido iniciar uma forte campanha que começou já, publicando-se 200.000 exemplares dum folheto anlimilitarista.

A organização sueca sindicalista li- bertáiia publica dois diários e tem uma editorial própria, sendo a iniciadora do boicote contra os produtos alemáls que em Fuécia é quasi absoluto. Um exem- plo: o cine aleniao desapareceu quási totalmente, segundo confessaram os próprios empresários cinematográficos

Conta também com um forle movi- mento de juventudes que agrupa na actualidade 5.U0U jovens organizados excelentemente.

Entre a nuvem negra que por todas as partes se levanta pretendendo es- conder a liberdade, desponta este for- moso movimento sueco que, dada sua tradicional seriedade representa uma fundada esperança para todo o movi- mento libertário

Uma biografia

A «Soli», de Barcelona começou pu- blicando a biografia de Maria Spirido- nova, a heróica revolucionária russa, que matou " saigunáiiK general Luzhrri'.v>kv, e que foi deportada para a Sibéria, acusada como muitos anarquistas e anarco-sindicalistas de actividades contra-revolucionárias.

0 único verdadeiro

Pese d aliança dos comunistas, «social-traidores» e radicais (represen- tados no governo por sete ministros) a ofensiva governamental, em França, contra os salários prossegue cada vez mais fortemente, Como consequência numerosos tumul- tos se estão produzindo em toda a França e o proletariado parece disposto a usar os meios de acção directa, os

dos á liberdade homens que só querem o bem estar dos seus semelhantes; cujo grande cri- me é o de quererem pensar h- vreménte.

E nós, anarquistas, operá- rios revolucionários! Impulse- mos esta luta pela liberdadedos caídos, Que o nosso grito a fa- vor de TODOS os presos, de- portados e desterrados, seja um só:

ANISTÍA!

notícias nossas

únicos para combater a prepotência e dos quais tanto tempo tem estadoapar- tado pelos partidos «proletários».

A CGT R, secção francesa da AIT, há muito tempo que estava desenvol- vendo uma activa campanha neste sen- tido e ve-se que as advertências feitas não teem caído em saco roto.

Um conflito A greve da Carris de Barcelona, de-

clarada em fins de 1933 e da qual resul taram despe' idos cerca de 400 operá- rios tem provocado tantos actos de sa- botage, que se calcula em 50 milhões de pesetas as perdas da Companhia. Devido a isto em Barcelona está decla- rado o estado de guerra e a cidade pa- rece urn grande acampamento militar, patrulhada por numerosas forças de guarda de assalto, civil, e segurança, que continuamente percorrem as ruas, em motos, automóveis, bicicletas, a ca- valo e a pé, e aos quais se juntam pela noite forças do exército.

O sindicato do Transporte, afectado por este conflito é aderente <> C. N. T.

Uma advertência

A impossibilidade de prosseguir publicando REBELIÃO dactilografa- do, leva-nos a fazer tini novo esforço e publicá-lo impresso. E isto por terem sido apreendidas peia policia as máqui- nas de escrever e multicopista aonde o iaziamos. Além disso a necessidade de regular a saida do nosso jornal, levou- -nos a tranferir a sua factura para Fran- ça, a cargo de um dos grupos ali resi- dentes e aonde existem maiores possi- bilidades que na Península.

As despesas aumentam um pouco mais, devido ao correio que é muito mais caro e esperamos que todos nos ajudem como é devido.

IMPORTANTE Todos os camaradas que nos escre-

viam para o nosso apartado de Madrid, devem abster-se de íaze-lo.

A «Tierra y Libertad , de Barcelona ou «A Plebe», de S. Paulo, deve ser pe- dido o novo endereço.

RECORDEMOS SEMPRE OS PRESOS E DEPORTADOS

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3 REBELIÃO

e o momento actual do mundo Os anarquistas

REORGANIZAÇAO ECONOMICA E SOCIAL

Se queremos salvar- nos temos que fazer uma mudança radical, económica, e social, de forma que os lugares de trabalho sejam abertos a todos os que desejam trabalhar, que as barreiras que impedem o livre cambio dos valores produtivos, intelectuais e artísticos se- jam suprimidas para sempre, que exista o equilíbrio inevitável entre os meios de que dispomos para viver melhor e a impossibilidade de po-los em andamen- to em benefício das contradições ine- rentes do capitalismo. Em vez de con- tinuar mantendo uni regime político e económico que, por um lado, deixa no desemprego muitos milhões de operá- rios industriais e de trabalnadores do campo, além ae sustentar muitíssimos milhões de parasitas em trabalhos inú- teis do organismo estatal e dos privilé- gios de classe, o que implica pelo me- nos trez partes improdutivas sobre uma que trabalha e produz; en vez de se vi- ver sóinente para encher o tonel sem fundo do estatismo e saciar os apetites das minorias privilegiadas, é preciso organizarino-nos, como produioi es e consumidores, de uma maneira eficien- te que permita o entendimento frater- nal na prodjiçôo e no consumo equi- tativo e igualitário da riquesa social.

A tarefa é simples: em cada lugar de jribalho—fábiica, fazenda, mina, navio escola, etc—o seu pessoal se encarrega do seu trabalho directamente .-em in- tromissão do Estado e sem reconheci- mento prévio da propriedade capita- lista.

TUDO FO: CRIADO PELO TRABA- LHO, E O QUE FOI USURPADO A' COLECTIVIDADE PELA ASTÚCIA OU PELA FORÇA, PARA CHEGAR A' S1TUAÇAO CATASTRÓFICA E M QUE NOS ENCONTRAMOS, DEVE VOLTAR AO TRABALHO. LEGI- TIMO DONO DE TUDO. Esses pro- dutoresse associam com os trabalhado- res de outros ramos de indústria local, organizando-se depois ás indústrias e centros de trabalho vizinhos, e, final- mente, a todo o país, regularizando o intercambio e integrando no processo produtivo os milhões de seres que hoje se encontram indevidamente íi margem do mesmo. Os organismos operários conteem já princípios de uma possível ordem económica imediata através dos seus organismos sindicais, corporati- vos. etc.

Nem o capitalismo nem o Estado teem uma base de acção económica tao completa como a que teem os or- ganismos operários. Com eles seria fá- cil hoje mesmo controlar a produção e o consumo de acordo com o princí- pio de satisfazer todas as necessidades. Com isso ganhariam até. mesmo os pa- rasitas, os que por nascimento ou ou- tras circunstancias resultantes da ma- neira como está constituída a sociedade se acham ò margem das actividades produtivas, em lugares que intimamen- talvez lhes repugnem, como por exem- plo as de simples caes de guarda da burguesia.

Com qualquer que seja o regime politico estatal, teremos de un lado uma ínfima minoria que pode gozar a vida;

Excerpto de um artigo de D. A, de S.

com o mesmo título

a vida; seguindo-lhe os passos^ para defender-lhe os privilégios, exércitos de soldados, de polícias e burocratas,

Objectivos e fins

da F. A. P. E.

Embora já algumas vezes dito, pa- rece-nos útil remai car que a FAPE está constituída para:

1.° Estabelecer e apertar relações entre todos os anarquistas e simpati- zantes, perseguidos e exilados, incluin- do aqueles que se encontram deporta- dos nas colónias, permutando entre to- dos informes do que se passa em Portu- gal e juntando num esforço único todos os esforços dispersos contra a ditadu- ra, siempre orientados no claro sentido ideológico, social e revolucionário das nossas ideias.

2.° Combater por todos meios a di- tadura portuguesa, prestando o máximo auxílio ns nossas organismos, Fede- ração Anarquista da Região Portugue- sa e Confederação Geral do Trabalho e buscando o auxílio do movimento li- bertário ibérico, C. N. T. e F. A. I , e de todas as dos outros paises afins.

3." Activar coordenadamente no ex- terior a campanha contra a ditadura, divulgando nos jornais estrangeiros os seus crimes e as terríveis circunstan- cias em que se vive em Portugal, tanto moral como economicamente e buscan- do interessar a opinião pública inter- nacional pelo que passa em Portugal. Procurar introduzir no pais propa- ganda revolucionária intensificando as nossas ideias e esclarecendo o labor dissolvente dos grupos pseudo-revolu- cionários. E também auxiliar a C. G. T. e a F. A. R P. nas suas tarefas proseli- tistns e esclarecedoras dos trabalhado- res ainda enganadi s pela pohtica.

4.° Angariar fundos para os presos e perseguidos e para auxiliai a impren- sa clandestina.

Eis, sintéticamente os nossos objec- tivos. E podemos estar satisfeitos do trabalho até agora realizado, pois se tem havido deficiências elas se devem n irregularidade própria do seu desen- volvimento clandestino e também das perseguições que continuamos sofren- do os seus componentes.

Mas é necessário que o nosso tra- balho seja ainda mais activado, Os gru- pos e camaradas isolados teem a pala- vra. Devemos buscar núcleos de por- tugueses e relacioná-los connosco, de maneira que o círculo da nossa influen- cia possa alargar-se, fazendo mais efi- ciente a nossa propaganda e portanto de maior utilidade a luta contra o fas- cismo portuguez.

sem contar as séries sem fim de inter, mediários inúteis, da engrenagem çt> mercial, industrial e financeira do capi" talismo; do outro lado uma massa tra" balhadora degenerando na miséria anemizando-se, sem energia, sem von" tade, sem nervos. Sómente sociaiizan- do-se a riqueza, a tomada e possessão das fábricas, dos meios de transporte, das minas, das escolas, das terras pelos quetrabalham, pode fazer-se do mundo uma vasta comunidade igualitária do trabalho e transformar-se em poucos anos, o seu aspecto e as suas possibili- dades matei iais e humanas.

DOIS CAMINHOS Tornamos o repetir o que já temos

dito muitas vezes. E' preciso que nos decidamos, de uma vez por todas, a es- colher o caminho que devemos seguir De tun lado está o Estado, quer dizer o capitalismo, que significa a guerra, o desemprego, o esmagamento dos pro- dutores por pesadas cargas fiscais e pelas perseguições a tudo o que repre- senta pensamento livre; do outro lado, a socialização da economia, o entendi- mento directo dos produtores para re- gular a produção e o consumo segun- do as suas necessidades, sem tributos ao Estado, sem benefício de empresa, sem interesse de capital, sem arrenda- mento das terras, sem o parasitismo político, económico e social, sem traba- lhos improdutivos e socialmente perju- diciais, sem perigo de morte prematu- ra pela guerra e pelo aniquilamento. Uni deites dois caminhos temos que escolher,

E quizerainos que os que todavia creem nas ditaduras, nos mitos de go- vernos proletáiios, compreendessem, pois já é hora, que o capitalismo de Es- tado longe de suprimir o capitalismo só conduz a reanimá-lo, embora passagei- ramente; que o governo do - proletaria- do», é um governo como qualquer ou- tro, pior ainda, porque liga espiritual- mente a si os trabalhador que esperam solucionar— o é impossível existindo o Estado.

Há uma estrada diferente a seguir, a nossa, a da socialização e acordo mu- tuo dos produtores, de todos os produ- tores que de facto o sejam, de todos os consumidores, á margem das sua* ideias religiosas, políticas e sociai^, pois teem o mesmo interesse básiiío: PODER POSSUIR O PRODUTO/DO SEU TRABALHO. E corno todo/s os aspiram a isso, pouco imporia s/e há quem creia em Deus ou no DiaWo, se sao religiosos ou ateus, católicos ou protestantes, conservadores oul socia- listas. Nós propomos a única maneira de poder realizar-se esse ideal dos que trabalham: O ideal de possuir o /produto íntegro do seu trabalho, só é possível numa economia socializada. /Por esse caminho o mundo se converterá numa alavanca de energias produtivas e mos- trará a senda que conduz á (liberdade e á felicidade, ao aproveitamento pleno da ciência e da técnica para prosperar e progredir até o infito. Se todos reflec- tissem um pouco, veriam que até mes- mo o patriotismo precisa tomar o ca- minho da socialização, que é o caminho da vida, do trabalho de todos e para todos, de segurança geral.

3 REBELIÃO

e o momento actual do mundo Os anarquistas

REORGANIZAÇÃO ECONÓMICA E SOCIAL

Se queremos salvar- nos temos que fazer uma mudança radical, económica, e social, de forma que os lugares de trabalho sejam abertos a todos os que desejam trabalhar, que as barreiras que impedem o livre cambio dos valores produtivos, intelectuais e artísticos se- jam suprimidas para sempre, que exista o equilíbrio inevitável entre os meios de que dispomos para viver melhor e a impossibilidade de po-los em andamen- to em benefício das contradições ine- rentes do capitalismo. Em vez de con- tinuar mantendo um regime político e económico que, por um lado, deixa no desemprego muitos milhões de operá- rios industriais e de trabaluadores do campo, além de sustentar muitíssimos milhões de parasitas em trabalhos imi- teis do organismo estatal e dos privilé- gios de classe, o que implica pelo me- nos trez partes improdutivas sobre uma que trabalha e produz; en vez de se vi- ver sômente para encher o tonel sem fundo do estatismo e saciar os apetites das minorias privilegiadas, é preciso organizarino-nos, como produtoi es e consumidores, de uma maneira eficien- te que permita o entendimento frater- nal na produção e no consumo equi- tativo e igualitário da riquesa social.

A tarefa é simples: em cada lugar de ir-balho—fábiica, fazenda, mina, navio escola, etc—o seu pessoal se encarrega do seu trabalho directamente .-em in- tromissão do Estado e sem reconheci- mento prévio da propriedade capita- lista.

TUDO FO: CRIADO PELO TRABA- LHO, E O QUE FOI USURPADO A' COLECTIVIDADE PELA ASTÚCIA OU PELA FORÇA, PARA CHEGAR A' SITUAÇÃO CATASTRÓFICA E M QUE NOS ENCONTRAMOS, DEVE VOLTAR AO TRABALHO. LEGI- TIMO DONO DE TUDO. Esses pro- dutorcsse associam com os trabalhado- res de outros ramos de indústria local, organizaudo-se depois às indústrias e centros de trabalho vizinhos, e, final- mente, a todo o país, regularizando o intercambio e integrando no processo produtivo os milhões de seres que hoje se encontram indevidamente h margem do mesmo. Os organismos operários conteem já princípios de uma possível ordem económica imediata através dos seus organismos sindicais, corporati- vos. etc.

Nem o capitalismo nem o Estado teem uma base de acção económica tao completa conto a que teem os or- ganismos operários. Com eles seria fá- cil hoje mesmo controlar a produção e o consumo de acordo com o princí- pio de satisfazer todas as necessidades. Com isso ganhariam até. mesmo os pa- rasitas, os que por nascimento ou ou- tras circunstancias resultantes da ma- neira como está constituída a sociedade se acham á margem das actividades produtivas, em lugares que intiinamen- talvez lhes repugnem, como por exem- plo as de simples caes de guarda da burguesia.

Com qualquer que seja o regime politico estatal, teremos de un lado unia ínfima minoria que pode gozar a vida;

Excerpto de um artigo de D. A, de S.

com o mesmo título

a vida; seguindo-lhe os passos^ para defender-lhe os privilégios, exércitos de soldados, de polícias e burocratas,

Objectivos e fins

da F. A. P. E.

Embora já algumas vezes dito, pa- rece-nos útil remai car que a FARE está constituída para:

1.° Estabelecer e apertar relações entre todos os anarquistas e simpati- zantes, perseguidos e exilados, incluin- do aqueles que se encontram deporta- dos nas colónias, permutando entre to- dos informes do que se passa em Portu- gal e juntando num esforço único todos os esforços dispersos contra a ditadu- ra, siempre orientados no claro sentido ideológico, social e revolucionário das nossas ideias.

2.° Combater por todos meios a di- tadura portuguesa, prestando o máximo auxílio ós nossas organismos, Fede- ração Anarquista da Região Portugue- sa e Confederação Geral do Trabalho e buscando o auxílio do movimento li- bertário ibérico, C. N. T. e F. A. 1 , e de todas as dos outros paises afins.

3." Activar coordenadamente no ex- terior a campanha contra a ditadura, divulgando nos jornais estrangeiros os seus crimes e as terríveis circunstan- cias em que se vive em Portugal, tanto moral como economicamente e buscan- do interessar a opinião pública inter- nacional pelo que passa em Portugal. Procurar introduzir no país propa- ganda revolucionária intensificando as nossas ideias e esclarecendo o labor dissolvente dos grupos pseudo-revolu- cionários. E também auxiliar a C. G. T. e a F. A. R P. nas suas tarefas proseli- tistns e esclarecedoras dos trabalhado- res ainda enganadi s pela politica.

4.° Angariar fundos para os presos e perseguidos e para auxiliai a impren- sa clandestina.

Eis, sintéticamente os nossos objec- tivos. E podemos estar satisfeitos do trabalho até agora realizado, pois se tem havido deficiências elas se devem n irregularidade própria do seu desen- volvimento clandestino e também das perseguições que continuamos sofren- do os seus componentes.

Mas é necessário que o nosso tra- balho seja ainda mais activado, Os gru- pos e camaradas isolados teem a pala- vra. Devemos buscar núcleos de por- tugueses e relacioná-los connosco, de maneira que o círculo da nossa influen- cia possa alargar-se, fazendo mais efi- ciente a nossa propaganda e portanto de maior utilidade a luta contra o fas- cismo portuguez.

sem contar as séries sem fim de inter, mediários inúteis, da engrenagem co mercial, industrial e financeira do capi" talismo; do outro lado uma massa tra" balhadora degenerando na miséria " anemizando-se, sein energia, sem von" tade, sem nervos. Sómente sociaiizan- do-se a riqueza, a tomada e possessão das fábricas, dos meios de transporte, das minas, das escolas, das terras pelos quetrabalham, pode fazer-se do mundo uma vasta comunidade igualitária do trabalho e transformar-se em poucos anos, o seu aspecto e as suas possibili- dades matei iais e humanas.

DOIS CAMINHOS Tornamos o repetir o que já temos

dito muitas vezes. E' preciso que nos decidamos, de uma vez por todas, a es- colher o caminho que devemos seguir De tnn lado está o Estado, quer dizer o capitalismo, que significa a guerra, o desemprego, o esmagamento dos pro- dutores por pesadas cargas fiscais e pelas perseguições a tudo o que repre- senta pensamento livre; do outro lado, a socialização da economia, o entendi- mento directo dos produtores para re- gular a produção e o consumo segun- do as suas necessidades, sem tributos ao Estado, sem benefício de empresa, sem interesse de capital, sem arrenda- mento das terras, sem o parasitismo político, económico e social, sem traba- lhos improdutivos e socialmente perju- diciais, sem perigo de morte prematu- ra pela guerra e pelo aniquilamento. Um dtíites dois caminhos temos que escolher,

E quizerainos que os que todavia creem nas ditaduras, nos mitos de go- vernos proletáiios, compreendessem, pois já é hora, que o capitalismo de Es- tado longe de suprimir o capitalismo só conduz a reanimá-lo, embora passagei- ramente; que o governo do - proletaria- do», é um governo corno qualquer ou- tro, pior ainda, porque liga espiritual- mente a si os trabalhador que esperam solucionar— o é impossível existindo o Estado.

Há uma estrada diferente a seguir, a nossa, a da socialização e acordo mu- tuo dos produtores, de todos os produ- tores que de facto o sejam, de todos os consumidores, á margem das sua* ideias religiosas, politicas e sociais, pois teem o mesmo interesse básiito: PODER POSSUIR O PRODUTO/DO SEU TRABALHO. E corno todo/s os aspiram a isso, pouco imporia s/e há quem creia em Deus ou no Dialpo, se sao religiosos ou ateus, católii/os ou protestantes, conservadores oul socia- listas. Nós propomos a única maneira de poder realizar-se esse ideal dos que trabalham: O ideal de possuir o produto íntegro do seu trabalho, só é possível numa economia socializada. /Por esse caminho o mundo se converterá numa alavanca de energias produtivas e mos- trará a senda que conduz á (liberdade e á felicidade, ao aproveitamento pleno da ciência e da técnica para prosperar e progredir até o infito. Se todos reflec- tissem um pouco, veriam que até mes- mo o patriotismo precisa tomar o ca- minho da socialização, que é o caminho da vida, do trabalho de todos e para todos, de segurança geral.

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REBELIÃO

Na Fortaleza de Peniche

Espancamentos. Greve da fome. Mais

deportados para a Bastilha da morte

Confirmando os matts tratos cons- tantemente inflingidos aos presos so- ciais, recebemos de Portugal os seguin- tes informes sobre o que se passou ul- timamente em Peniche, fortaleza militar destinada a cárcere dos presos politico sociais.

Tendo sido retirados os soldados que faziam a limpeza das casernas, quizo comandante da Fortaleza obrigar os presos a fazer esse trabalho. Como esies porém, se recusaram foi-lhes da- do um prazo que de nada serviu. Os presos mantiverani-se na mesma atitude. E de 31 de maio a 4 de junho as coisas estiveram sem variar. No dia 5, foi mobilizada toda a policia e guarda republicana destacada em Peniche, e, armados até os dentes, invadiram uma caserna de cada vez. Seis presos da 5ala 3 foram mandados sair e como se negassem foram metidos na caserna ã coronhada. Na Sala 2 nomearam quatro para varrer e como estes se recusaram obrigaram-os pela violência. Na Sala 1 foram nomeando e ú medida que se re- cusavam eram metidos na casa-mata.

Os presos das Salas I e 3 declara- ram a greve da fome; e os da Sala 2 não a secundaram por considerarem que era um protesto inútil, sem eco fora da cárcere, devido ao regime de isola- mento em que vivem todos os presos.

No dia 6 repetiu-se a mesma cena, mas com maior violência, resultando feridos os presos Adolfo Aiala, Ramiro de Cai valho Alberto Sequeira e Ariosto Mesquita, devido aos espancamentos de que foram vítimas todss os presos.

No dia 7 apartaram os que, em seu entender, se tinham salientado, vindo todos para a Sala 1. E no dia seguinte foram deportados para Angra do Hero- ísmo, no Arquipélago dos Açores á fora taleza já conhecida por 'Bastilha d- Morte-, os seguintes preso.-:

João Salgueiro. Carlos Sevela, Ma- nuel Oliveira, António Pires, Fernando Crus, Amé-ico Ferreira,Alvaro Gonçal- ves, Armando Callet, António Matos, Francisco Cachapuz, Militao Ribeiro, Joaquim Rodrigues, Abílio Garradas, Ariosto Mesquita, Sérgio Vilharigues, Jc-sé Bernardo, Bernardino Xavier, José An íónio Machado e Bernabé J. Fernan- des.-.

No último Pleno nacional de Regio- nais da-Confederação Nacional do Tra- balho de Espanha, o delegado da PAI fez um detalhado relato das circunstan- cias em «que se encontra o movimento em Portugal e das dificuldades em que se debate, requerendo do Pleno que atenda ao que ali se passa, pois Portu-

De todos estes, só quatro estavam condenados a prisão maior, dois esta- vam esperando julgamento, outros já tinham cumprido a pena e outros esta- vam a acabar o tempo.

(Outras notícias dizem que depois de esta já se realizou uma nova leva).

Comentários? Para qué? O descrito é bastante edificante para se compre- ender o terror que há em Portugal.

Como complemento temos a dizer que as -operações» foram dirigidas por um sargento da Guarda Republicana e o sub-chefe da P. S. P., 118, da 25 es- quadra, salientando-se o l.a cabo da G. N, R. n." 31, da l.a companhia, todos comandados «detrás da cortina» pelo tenente Ferreira Marques de Infanteria 1, cujos nomes fazemos constar devi- damente, para se lhes pos jgdar o «pré- mio» que merecem.

0 'anli-colaboracionismo"

dos comunistas verme-

lhos

Para ninguém é segredo a tática usada pelos bolchevistas no que se re- fere a colaborarem com cs políticos mais ou menos reviralhistas em todos os países. E uma coisa são as suas pa- lavras e outra os factos. Vejamos:

Em abril passado foi assinado entre os governos russo (proletário...1 efran- cez, um acordo militar. E a «Humani- té» orgao do P. Comunista francez, em 16-5 informa que «Staline compreende e aprova plenamente a politica de defe- sa nacional feita por França para man- ter a sua força ao nível da sua seguran- ça». E os comunistas franceses que es- tavam fazendo uma campanha violen- tíssima contra a politica militar do im- perialismo francez modificam comple- tamente a sua tática e passam a justi- ficá-la dizendo que a defesa militar de França é a defesa da Rússia.

Quando da queda do governo Flan- din o grupo parlamentar comunista re- solveu «apoiar qualquer governo es-

gal é por demais importante para o mo- vimiento revolucionário ibérico.

Pelos acordos tomados, que foram mantidos com reservas devido ao seu carácter especial, temos motivos para esperar que num futuro muito próximo o acercamento entre o movimento li- bertário ibérico ;,erá algo de positivo e prático.

querdista que esteja disposto a defen- der as liberdades democráticas».

Nas últimas eleições municipais, os comunistas fizeram alianças com os «social-traidores» e com o P. Radical- - Socialista, o mais importante dospir- tidos burgueses franceses

Nocomício do «Front populaire» pa- trocinado pelos comunistas, realizado em Montreuil, em 23 de junho, tomou parte Pierre Cot presidente da Comis- são Parlamentar Aeronáutica, membro destacado do partido radical socialista e antigo ministro, e a quem a «Hurnani- té» de 24 dedica grandes elogios.

Em 25 de junho umadelegaçõo com- posta por Thorez e Renaud jean, do P Comunista; Leon Blum (20 vezes milio- nário) e Vincent Auiiol, do P. Socialis- ta; Yvon Delbos, vice-presidente da Camara dos Deputados e Eduardo De- ladier, ex-presidente do ministério, do P. Radical socialista, visitaram o gover- no, protestando contra o desenvolvi- mento das ligas fascistas. («Humanité* 26-6-35).

E nunca mais terminaríamos, citan- do factos como estes. Supomos, porém, que estas amostras, por agora já servem para aquilatar da honestidade dos bol- chevistas quando nos acusanl-.de enten- dimentos com os políticos rev ralhistas.

Eles, que nada querem com os ho- mens de reviraiho (ai! que se quizesse- mos falar disto!) fazem frentes comuns com os reaccionários franceses, com os militaristas e com os fabricantes de ca- nhões apoiando a politica militar de Franç>a que é inspirada pela Internado nal dos Armamentos.

E o k radical socialista francez, cu- jo presidente é Herriot, actual ministro de Estado, e que conta ainda, tio go- verno mais seis ministros é aquele com o qual os comunistas teem compromis- soseleitorais e buscam para aliadosnos- protestos que fazem ao governo, cuja maioria é de... radicais socialistas.

E vamos a acreditar no revolucióna- rismo destas gentes?

Sobre isto deviam abrir os olhos os operários que ainda se deixam levar nos seus cantos de sereia.

Para os leitores

REBELIÃO distribue-se gratuita- mente. Jornal de propaganda anarquis- ta, feito com o esforço de umas dezenas de camaradas, destina-se sobretudo a combater a tirania imperante em Por- tugal.

Agora bein. Todos os que nos leem podem prestar a sua ajuda » nossa obra contribuindo da maneira que lhes con- venha, moral e materialmente para o fim comum. Auxiliando a CGT ou a FARP, a imprensa clandestina libertá- ria, contribuindo para os presos e per- seguidos, etc., tudo isto representa um auxilio ao nosso jornal.

Que todos saibam compreender-nos e que todos saibam corresponder, é o nosso maior desejo.

Mais vale morrer de pê que viver de joelhos

V

A C. N. T. de Espanha e o movimento porfuguez

A TERRA AO CAMPONEZ - A FABRICA AO OPERÁRIO

REBELIÃO

Na Fortaleza de Peniche

Espancamentos. Greve da fome. Mais

deportados para a Bastilha da morte

Confirmando os matts tratos cons- tantemente inflingidos aos presos so- ciais, recebemos de Portugal os seguin- tes informes sobre o que se passou ul- timamente em Peniche, fortaleza militar destinada a cárcere dos presos politico sociais.

Tendo sido retirados os soldados que faziam a limpeza das casernas, quizo comandante da Fortaleza obrigar os presos a fazer esse trabalho. Como esies porém, se recusaram foi-lhes da- do um prazo que de nada serviu. Os presos mantiverani-se na mesma atitude. E de 31 de maio a 4 de junho as coisas estiveram sem variar. No dia 5, foi mobilizada toda a policia e guarda republicana destacada em Peniche, e, armados até os dentes, invadiram uma caserna de cada vez. Seis presos da Sala 3 foram mandados sair e como se negassem foram metidos na caserna ã coronhada. Na Sala 2 nomearam quatro para varrer e como estes se recusaram obrigaram-os pela violência. Na Sala 1 foram nomeando e ú medida que se re- cusavam eram metidos na casa-mata.

Os presos das Salas I e 3 declara- ram a greve da fome; e os da Sala 2 não a secundaram por considerarem que era um protesto inútil, sem eco fora da cárcere, devido ao regime de isola- mento em que vivem todos os presos.

No dia 6 repetiu-se a mesma cena, nias com maior violência, resultando feridos os presos Adolfo Aiala, Ramiro de Cai valho Alberto Sequeira e Ariosto Mesquita, devido aos espancamentos de que foram vítimas todss os presos.

No dia 7 apartaram os que, em seu entender, se tinham salientado, vindo todos para a Sala 1. E no dia seguinte foram deportados para Angra do Hero- ísmo, no Arquipélago dos Açores á fora taleza já conhecida por 'Bastilha d- Morte», os seguintes preso.-:

João Salgueiro. Carlos Sevela, Ma- nuel Oliveira, António Pires, Fernando Crus, Amé-ico Ferreira,Alvaro Gonçal- ves, Armando Callèt, António Matos, Francisco Cachapuz, Militao Ribeiro, Joaquim Rodrigues, Abílio Garradas, Ariosto Mesquita, Sérgio Vilharigues, Jcsé Bernardo, Bernardino Xavier, José An tônio Machado e Bernabé J. Fernan- des.-.

No último Pleno nacional de Regio- nais da-Confederação Nacional do Tra- balho de Espanha, o delegado da PAI fez um detalhado relato das circunstan- cias em que se encontra o movimento em Portugal e das dificuldades em que sc debate, requerendo do Pleno que atenda ao que ali se passa, pois Portu-

De todos estes, só quatro estavam condenados a prisão maior, dois esta- vam esperando julgamento, outros já tinham cumprido a pena e outros esta- vam a acabar o tempo.

(Outras notícias dizem que depois de esta já se realizou uma nova leva).

Comentários? Para qué? O descrito é bastante edificante para se compre- ender o terror que há em Portugal.

Como complemento temos a dizer que as -operações» foram dirigidas por um sargento da Guarda Republicana e o sub-chefe da P. S. P., 118, da 25 es- quadra, salientando-se o l.a cabo da G. N, R. n." 31, da 1.4 companhia, todos comandados «detrás da cortina» pelo tenente Ferreira Marques de Infanteria 1, cujos nomes fazemos constar devi- damente, para se lhes pos jgdar o «pré- mio» que merecem.

0 'anli-colaboracionismo"

dos comunistas verme-

lhos

Para ninguém é segredo a tática usada pelos bolchevistas no que se re- fere a colaborarem com cs políticos mais ou menos reviralhistas em todos os países. E uma coisa são as suas pa- lavras e outra os factos. Vejamos:

Em abril passado foi assinado entre os governos russo (proletário...! efran- cez, um acordo militar. E a «Humani- té» orgõo do P. Comunista francez, em 16-5 informa que «Staiine compreende e aprova plenamente a politica de defe- sa nacional feita por França para man- ter a sua força ao nível da sua seguran- ça». E os comunistas franceses que es- tavam fazendo uma campanha violen- tíssima contra a politica militar do im- perialismo francez modificam comple- tamente a sua tática e passam a justi- ficá-la dizendo que a defesa militar de França é a defesa da Rússia.

Quando da queda do governo Flan- din o grupo parlamentar comunista re- solveu «apoiar qualquer governo es-

gal é por demais importante para o mo- vimiento revolucionário ibérico.

Pelos acordos tomados, que foram mantidos com reservas devido ao seu carácter especial, temos motivos para esperar que num futuro muito próximo o acercamento entre o movimento li- bertário ibérico será algo de positivo e prático.

querdista que esteja disposto a defen- der as liberdades democráticas».

Nas últimas eleições municipais, os comunistas fizeram alianças com os «social-traidores» e com o P. Radical- - Socialista, o mais importante dos par- tidos burgueses franceses

Nocomício do «Front populaire» pa- trocinado pelos comunistas, realizado em Montreuil, em 23 de junho, tomou parte Pierre Cot presidente da Comis- são Parlamentar Aeronáutica, membro destacado do partido radical socialista e antigo ministro, e a quem a «Humani- té» de 24 dedica grandes elogios.

Em 25 de junho uma delegação com- posta por Thorez e Renaud Jean, do P Comunista; Leon Blum (20 vezes milio- nário) e Vincent Auiiol, do P. Socialis- ta; Yvon Delbos, vice-presidente da Camara dos Deputados e Eduardo De- ladier, ex-presidente do ministério, do P. Radical socialista, visitaram o gover- no, protestando contra o desenvolvi- mento das ligas fascistas. («Humanité- 26-6-35).

E nunca mais terminaríamos, citan- do factos como estes. Supomos, porém, que estas amostras, por agora já servem para aquilatar da honestidade dos bol- chevistas quando nos acusanl-.de enten- dimentos com os políticos rev ralhistas.

Eles, que nada querem com os ho- mens de reviraiho (ai! que se quizesse- mos falar disto!) fazem frentes comuns com os reaccionários franceses, com os militaristas e com os fabricantes de ca- nhões apoiando a politica militar de Franç»a que é inspirada pela Internado nal dos Armamentos.

E o P. radical socialista francez, cu- jo presidente é Herriot, actual ministro de Estado, e que conta ainda, tio go- verno mais seis ministros é aquele com o qual os comunistas teem compromis- soseleitorais e buscam para aliadosnos- protestos que fazem ao governo, cuja maioria é de... radicais socialistas.

E vamos a acreditar no revoluciona- rismo destas gentes?

Sobre isto deviam abrir os olhos os operários que ainda se deixam levar nos seus cantos de sereia.

Para os leitores

REBELIÃO distribue-se gratuita- mente. Jornal de propaganda anarquis- ta, feito com o esforço de umas dezenas de camaradas, destina-se sobretudo a combater a tirania imperante em Por- tugal.

Agora bein. Todos os que nos Ieem podem prestar a sua ajuda á nossa obra contribuindo da maneira que lhes con- venha, moral e materialmente para o fim comum. Auxiliando a CGT ou a FARP, a imprensa clandestina libertá- ria, contribuindo para os presos e per- seguidos, etc., tudo isto representa um auxilio ao nosso jornal.

Que todos saibam compreender-nos e que todos saibam corresponder, é o nosso maior desejo.

Mais vale morrer de pê que viver de joeltios

A C. N. T. de Espanha e o movimento porfuguez

A TERRA AO CAMPONEZ - A FABRICA AO OPERÁRIO

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1)03851

Contra a ditadura - F. A. I. - Pelo comunismo libertário

1—^ ^ w—i VTA Jonial da Fe(lí!ia(ao dosAnail|Uis^

1^ I—< l-^c 1-^ a I l\ f | Portugueses Exilados(FflPE) Aderent

TV 1 T_J 1 -J JL-^ T 1 V Vy á Federação Anarquista Ibérica (fflí).

N." 6 -2a época DEZEMBRO-JKHEIRO-FEVEREIRO 1936

Portugal - campo tio sadismo e do crime!

A banda cie assassinos e anormais que servem a Oliveira Salazar, continua

a sua obra macabra de atropelos e crimes. Já nem as mulheres escapam á sua sanha

canibalesca. Pelo simples facto de angariarem dinheiro para os nossos camaradas presos,

no Barreiro e noutros pontos do pais, foram detidas bastantes pessoas, entre elas

algumas mulheres! No Aljube, de Lisboa, em Peniche, etc., os nossos camaradas presos sofrem

todas as classes de vechames e maus tratos. / Em Angra do Heroismo só permitem que os presos comuniquem com o

exterior, sujeitando-se á prévia censura.

Muita correspondência, encomendas postais e dinheiro, sofrem «inexplicá- veis» desvios.

Trabalhadores, homens livres de Portugal! E' necessário fazer terminar para sempre com a tirania salazaresca que pretende fazer recuar um povo que anceia por mais liberdade ás penumbras da Idade Médi?!

Só a Rebeldia permanente e activa o pode conseguir!

Revoltemo-nos todos! Viva a Anarquia!

ANTE 0 MOMENTO QUE PASSA

Lamentamos profundamente as di- ficuldades materiais da F.A.P.E., que a inliibem de publicar regularmente o seu jornal, e «ipso-factú» de poder corres- ponder plenamente aos Bas para que foi criada, e também ao momento ex- cepcional porque atravessa a Península Ibérica. Mas famentamo-nos ainda mais ante o facto desconsolador do isolamen- to a que a F.A.P.E. é votada por parte dos nossos camaradas da F.A.R.P. E' todavia mais grave esta circunstancia se pensarmos que o anarquismo portu- guez vive sem manter quaisquer rela- ções com o anarquismo espanhol, neste momento em que qualquer chispa pode desencadear a Revolução Social nesta parte da Península.

Quais os motivos de tal isolamen- to? As perseguições, o aumento de ter- roi em Portugal? Cremos ser este o principal motivo. Entretanto, também cremos que algo st; deve tentar para que semelhantes circumaucias termi- nem, ou, pelo menos, se atenuem.

Acaba de reunir-se uni Pleno de Regionais que integram a 1\A.I. e dele esteve ausente a F.A.R.P., quando tudo indicava a necessidade de que o anar- quismo lusitano fizesse ouvir a sua voz nessa magna reunião Acaso olvidamos as responsabilidades que contraímos todos, ante um facto insurrecc-ional levado a eíeito em Espanha, nós, anar-

quistas portugueses? E'grave, muito grave, a situação,

do anarquismo ibérico, Todos os unssos cuidados seroo

poucos ante duas ameaças: fascismo negro o fascismo vermelho.

Portugal joga um papel importante no desenrolar dos acontecimentos. Po- deremos, acaso, ser espectadores pas- sivos de uma revoluçóo em Espanha, ou assistir impávidos, a que Portugal seja campo propicio do capitalismo in- ternacional contra a mesma?

Já pensaram bem em tudo isto os anarquistas da F.A.R.P. e das demais Regionais que integram a F.A.I ?

Porque não encarar o asuuto como deve ser e procurar desde já realizar algo de positivo no sentido de aproxi- mar-nos mais intimamente?

Se os acordos tomados no citado. Pleno, relativos ao auxílio a prestar ã F.A.P.E., se tornam em realidade enten- díamos nós, que, por nossa conta, de- víamos tentar enviar uma delegacia directa a Portugal, pois que infelistnen- te a nossa correspondência jamais é respondida.

Entendem os camaradas da F.A.P.E. que isto deve eternizar-se?

Tem, pois. a palavra a organização. Este Secretariado cumpre com o

seu dever apontando uma necessidade imperiosa, e mais nau deve fazer.

E segue a farça ...

ou tragédia

A* cu%ta de muitos sinapismus e cataplasma^, continua a. Ditadura man- tendo-se de pé, aparentando uma po- tencia fictícia, que motivou ultima- mente sofrer mais uma compustura. ao organizar-se o 4." ministério Olivei- ra Salazar.

Escusado será dizermos que isto prova bem o espirito de fraternidade que reina entre o «glorioso chefe» e seus acólitos de sacristia vaticanista, que de vez em quando se • itiarcham», Como prova do seu muito amor.,.

Enquanto isto se passa nas esferas governamentais, na Assemblea Nacio- nal levantam-se também alguns depu- tados que acusam o -Chefe» de nial- gastar os dinheiros públicos em cam- panhas periodistas em seu benefício. E outros, dizem que as cifras do Orça- mento Uno correspondem á verdade, o que de facto, é corroborado no Anuário da Sociedade das Nações, em que se Pt ova um déficit, na administração dos fundos da Estado, de 72 mil contos!

No entanto o «grande estadista», portento das Finajiças, continua de «pedra y cal; mais forte que nunca», contando para isso com as forças da Guarda Republicana, que acabam de ser aumentadas com 4.000 homens, de modo a contraporem-se, se tanto for necessário, a qualquer atitude do exér-

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Contra a ditadura - F. A. I. - Pelo comunismo libertário

|—^ w—i VTA Jonial da Fe(li!ia(ao dosAnail|Uis^

1^ I—< l-^c p-< a I l\ f I Portugueses Exilados (FflPE) flderent

IV JL/ 1 -J JL/ JL i V Vy a Federação Anarquista Ibérica (Ffll).

N." 6 -2a época DEZEMBRO-JKHEIRO-FEVEREIRO 1936

Portugal - campo do sadismo e do crime!

A banda de assassinos e anormais que servem a Oliveira Salazar, continua

a sua obra macabra de atropelos e crimes. Já nem as mulheres escapam á sua sanha

canibalesca. Pelo simples facto de angariarem dinheiro para os nossos camaradas presos,

no Barreiro e noutros pontos do país, foram detidas bastantes pessoas, entre elas

algumas mulheres! No Aljube, de Lisboa, em Peniche, etc., os nossos camaradas presos sofrem

todas as classes de vechames e maus tratos. / Em Angra do Heroismo só permitem que os presos comuniquem com o

exterior, sujeitando-se á prévia censura.

Muita correspondência, encomendas postais e dinheiro, sofrem «inexplicá- veis» desvios.

Trabalhadores, homens livres de Portugal! E' necessário fazer terminar para sempre com a tirania salazaresca que pretende fazer recuar um povo que anceia por

mais liberdade ás penumbras da Idade Média!

Só a Rebeldia permanente e activa o pode conseguir!

Revoltemo-nos todos! Viva a Anarquia!

ANTE 0 MOMENTO QUE PASSA

Lamentamos profundamente as di- ficuldades materiais da F.A.P.E., que a inliibeni de publicar regularmente o seu jornal, e «IpSo-facto• de poder corres- ponder plenamente aos fins para que foi criada, e também ao momento ex- cepcional porque atravessa a Peninsula Ibérica. Mas iamentamo-nos ainda mais ante o facto desconsolador do isolamen- to a que a F.A.P.E. é votada por parte dos nossos camaradas da F.A.R.P. E' todavia mais grave esta circunstancia se pensarmos que o anarquismo portu- gtiez vive sem manter quaisquer rela- ções com o anarquismo espanhol, neste momento em que qualquer chispa pode desencadear a Revolução Social nesta parte da Peninsula.

Quais os motivos de tal isolamen- to? As perseguições, o aumento de ter- roi em Portugal? Cremos ser este o principal motivo. Entretanto? também cremos que algo sç deve tentar para que semelhantes circuncançias termi- nem, ou. pelo menos, se atenuem.

Acaba de reunir-se um Pleno de Regionais que integram a FJA.I. e dele esteve ausente a F.A.R.P., quando tudo indicava a necessidade de que o anar- quismo lusitano fizesse ouvir a sua voz iiessa magna reunião Acaso olvidamos as responsabilidades que contraímos todos, ante um facto insurrecc-ional levado a eleito em Espanha, nós, anar-

quistas portugueses? E'grave, muito grave, a situação,

do anarquismo ibérico. Todos os unssos cuidados seroo

poucos ante duas ameaças: fascismo negro e fascismo vermelho.

Portugal joga um papel importante no desenrolar dos acontecimentos. Po- deremos, acaso, ser espectadores pas- sivos de uma revolução em Espanha, ou assistir impávidos, a que Portugal seja campo propicio do capitalismo in- ternacional contra a mesma?

Já pensaram bem em tudo isto os anarquistas da F.A.R.P. e das demais Regionais que integram a F.A.i ?

Porque não encarar o asunto como deve ser e procurar desde já realizar algo de positivo no sentido de aproxi- mar-nos mais intimamente?

Se os acordos tomados no citado. Pleno, relativos ao auxílio a prestar ã F.A.P.E., se tornam em realidade enten- díamos nós, que, por nossa conta, de- víamos tentar enviar uma delegacia directa a Portugal, pois que infelistnen- te a nossa correspondência jamais é respondida.

Entendem os camaradas da F.A.P.E. que isto deve eternizar-se?

Tem, pois. a palavra a organização. Este Secretariado cumpre com o

seu dever apontando uma necessidade imperiosa, e mais nau deve fazer.

E segue a farça ...

ou tragédia

A* custa de muitos siuapismus e cataplasma*--, continua a Ditadura matí- tendo-se de pé, aparentando uma po- tencia fictícia, que motivou ultima- mente sofrer tnais uma cpmpustura» ao organizar-se o 4." ministério Olivei- ra Salazar.

Escusado será dizermos que isto prova bem o espirito de fraternidade que reina entre o «glorioso chefe» e seus acólitos de sacristia vaticanista, que de vez em quando se • marcham», Conto prova do seu muito amor.,.

Enquanto isto se passa nas esferas governamentais, na Assembles Nacio- nal levantam-se também alguns depu- tados que acusam o • Chefe,» de mal- gd.star os dinheiros públicos em cam- panhas periodistas erti seu benefício. E oulros, dizem que ys cifras do Orça- mento itoo correspondem á verdade, o que de facto, é corroborado no Anuário da Sociedade das Nações, em que se Pt ova um déficit, na administração dos fundos da Estado, de 72 mil contos!

No entanto o «grande estadista», portento das Finanças, continua de «pedra y cal; ntais forte que nítrica», contando para isso com as forças da Guarda Republicana, que acabam de ser aumentadas com 4.000 homens, de modo a contraporem-se, se tanto for necessário, a qualquer atitude do exér-

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2 REBELIÃO

Existem quatro problemas que, a

meu parecer, constituem para os

anarquistas de todos os países, os problemas máximos actuais.

1.° Contribuir á revolta de todas as forÇas revolucionárias progressivas, sem deixar-se absorver e dominar pelos par- tidos mais iTumerosos e melkor organizados.

2.° Utilizar os organismos obreiros para demolir e cons- truir, contendo e evitando os males e perigos do sindica- lismo.

3.° Asegurar o alimento do povo sem que intervenha qual- quer Poder central que, ao im- por um monopólio dos artigos de primeira necessidade, se convertiria no pior ou no m^is poderoso dos regimes tirânicos-

4 ° Prover de armamento a todo o povo, coisa indispensá- vel, pois se alguém (indivíduo, partido ou classe\ tivesse o monopólio da forÇa armada, chegaria por fim a ser domina- dor de tudo e de todos.

E. MALATESTA

cito contra a tríplice hermandade Car- mona-Satazar-lgreja-Católica-Apostó- lica-Roinana.

Que pode importar a Salazar as vo- zes tios • maldizentes»?!

Para abafar os ssus protestos, se distribuirá á imprensa mercenária, do pais e do estrangeiro, mais alguns mi- lhares do escudos e, se tanto for neces- sário, se convidam de novo a visitar Portugal com todas as despesas pagas.

O povo trabalhador lá está para pa- gar tudo isso, ainda que tenha de re- bentar de fome.

E se o dinheiro falta, decretam-se novos impostos e novos tributos, co- bertos á custa do suor dos que tudo produzem e nada teem.

Pensando assim, o «grande» Sala- zar propoz um novo empréstimo no valor de 500 mil contos, dinheiro que chegará abundantemente para pagar a todos aqueles que insensam o «douto chefe» e ainda para estimular a «brio- sa" Polícia de Informações, e á sua rede infinita de delatores, espalhados por todo o pais, a denunciar e levar ao paíibulo do Santo- Tribunal, todos aqueles que manifestem a sua rebeldia contra a «grande obra» do Novo Es- tado.

Nao se pode fazer «por menos» nu- ma república que è governada por mo- nárquicos e beatas, e que acaba de re- solver colocar obrigatoriamente nas escolas oficiais o busto do Cristo Na- zareno, esse Cristo afinal sempre blas- femado, insultado e escarnecido por todos esses tartufos, que renegando a sua doutrina, fazem da sua imagem motivo de uegócio, crime e assassinato.

CONTRASTES...

Ao analizermoç o qjjese posso com ' respeito eis-ejeiçôê# ém Kspaíiha, ,le moa d'; Iw.r olguns comentários so- l>r<- n ai ilude, lomnda pelos oomiin-jslas desle pais perante a Sua aliança cot ri os parlidos burgueses.

Sc é cerío. que pouco nos .estranha ti sua alilude colaboracionista coui as iorcis do Cfipilèliffftio porque afinal lodos defendem :» sistema estalai e autoritário. achamos jntéfessanío, po rérn, fazer ressaltar o cflfilraslu entre a alilude dos dqlminislas, adoplada ive'ste rçíomenlo, e > sud atitude. tem- pos ai cãs |uando negavam "«lodo» o coloborncioiíisni'.' ■ orn a bufcuesia c os «nossos vermHhos» erri Portugal, expulsavam do Partido. (Carlos Paies sob o prelexlo de que era colabora dor de um jornal de LImpreza. *

Que dizem agora os comunistas portugueses, que anteriormente èxpul saram a < :«rlos Rales, em foce da ali- lude dos seus camaradas espanhóis?

Pelo caminho que agora segue o Partido Colunista Kspanhol. confir- ma se o i|ue há mulloinhamps dl zendo com referencia ao cambio ope rado na politica russófila no senlido de aproxiniar-se nas partíciOs da bur guês ia

Ao horror |U'-a'e agora mspirova aos bolxnvislas a politica capitalista, quer ih: dlreítus quer de esquerdas, sucedei agora, em ioda n parle, a mais intensa confcfllenS izaçôo como se po de ver em Rspanha pelo paclo feilo entre bolchevistas de «foice e martelo» e Azann, Casares Quiroga, Martinez Barrios e oulros i/ihlieGH de Ivm iris lo memoria paira o proletariado espa- nhol.

Assim se olvida um passado.rai \oso, .

Lã diz o ditado: «ATftis.de tempos, tempos véin

Os nossos jornais

"0 Brado Libertário"

Vimlo de longe e portador do grito de protesto e rebeldia de um grupo de camaradas nossos que se encontram a ferros da Ditadura, mas que pelo seu temperamento se mostram capazes de todos os sacrifícios em prol do fdeal Anarquista, acabamos de re'ceber os núms. 2 e3 do jornal manuscrito «O Brado Libertário», que se diz «órgão dos prisioneiros».

A maneira como está confecciona- do este periódico, constitue um verda- deiro >tour de force», tal a forma como está feito e as inúmeras dificuldades que devem ter enfrentado esses cama- radas para apresentar um trabalho des- ta ordem, feito numa cárcere que é um verdadeiro antro inquisitória!, aonde todos os movimentos dos presos sao constantemente espiados.

Dévemos dizer que o núm. 1 de «O Brado Libertário» nos havia surpreen- dido pelo seu interessante aspecto e a sua matéria, os núms. 2 e 3 nos causa- ram verdadeiro assombro, nao sabendo que mais admirar, se a beleza da letra com que estão escritos, se a armonia e o bom gosto revelados na distribuição do original e o valor deste no sentido ideológico, aspecto combativo e de actualidade.

•O Brado Libertário», pois, por to- dos estes motivos constitue uma ver- dadeira preciosidade na hupensa li- bertária portuguesa e é sobretudo uma afirmativa valiosíssima de quanto pode a tenacidade, o amor e o espirito de sacrifício em prol das ideias, ao faze- rem um jornal desta natureza.

Enviamos as nossas fraternais sau- dações aqueles camaradas e divulga- remos " mais possível <0 tirado Liber- tário.. para que a semente do ideal que o mesmo preconiza, se difunda o mais possível pela terra portuguesa e leve os trabalhadores deste país a der- rubar o despótico regime que condenou esses camaradas ao presidio, pelo «cri- me de desejarem o BenfEstar de toda a Humanidade.

"A Plebe"

Desde o n.° 102 que deixamos de receber este baluarte das ideias liber- tárias, porta-voz do movimento anar- quista do Brasil.

Ainda que nao tenhamos recebioo noticias directas sob'e os motivos da sua desaparição, tudo nos leva a crer que isso tem origem na feroz repres- são levada a cabo pelo governo brasi- leiro, o qual, segundo as noticias pu- blicadas pela imprensa burguesa orde- nou a queima de 30.000 volumes de propaganda revolucionária em S. Pauta sendo naturalmente atingida a impor- tante Editorai de «A Plebe».

Eis como procedem os chamados governos democráticos e constitucio- nais.

iDEPOIS de

BANDIDOS

COBARDES!

Junto a uma carto por nos recebi da de um gorj):panheiro preso no forle de S loão Batísla. encontramos um papelucho escrito á máquina, sem fir ma, escrito, sem nenhuma dúvida, petos janizaros que dirigem o Bastilha*

Ao citado papelucho não altera mos sequer uma virgula, e diz assim:

«Para evitara descnÇào exagerada da vida dos presos neste Castelo e a narração menliroso de tectos ou coi» sas que se não realizaram nem se. rea- lizam porque lodos os presos são ira lados, l/aIvez. como em nenhumas ou= Iras prisões do Continente, tendo as sistencia médico, duas vezes por se •marta; dentista, sempre que precisam; dietas, bannoâ; barbeiro eic eque foi resolvido a censura a sua corres pondencia, e. não para sabermos das coisas intimas que só nos rouba lem po Se os presos escrevessem ãs (and lias, como quaisquer outras pessoas, dizendo a verdade do que se passa e não fazendo propaganda das suas ideias, rváo era necessária a censura

Ou em quizer, pode vir aqui ver como os presos estão alojados como são alimentados e como são tratados.»

Depois de bandidos cdljordes.

2 REBELIÃO

Existem quatro problemas que, a

meu parecer, constituem para os

anarquistas de todos os países, os problemas máximos actuais.

1.° Contribuir á revolta de todas as forÇas revolucionárias progressivas, sem deixar-se absorver e dominar pelos par- tidos mais numerosos e melbor organizados.

2.° Utilizar os organismos obreiros para demolir e cons- truir, contendo e evitando os males e perigos do sindica- lismo.

3.° Asegurar o alimento do povo sem que intervenha qual- quer Poder central que, ao im- por um monopólio dos artigos de primeira necessidade, se convertiria no pior ou no mais poderoso dos regimes tirânicos-

4 ° Prover de armamento a todo o povo, coisa indispensá- vel, pois se alguém (indivíduo, partido ou classe^, tivesse o monopólio da forÇa armada, chegaria por fim a ser domina- dor de tudo e de todos.

E. MALATESTA

cito contra a tríplice hermandade Car- niona-Saiazar-lgreja-Catõlica-Apostó- lica-Romana.

Que pode importar a Salazar as vo- zes dos 'maldizentes»?!

Para abafar os ssus protestos, se distribuirá á imprensa mercenária, do pais e do estrangeiro, mais alguns mi- lhares do escudos e, se tanto for neces- sário, se convidam de novo a visitar Portugal com todas as despesas pagas.

O povo trabalhador lá está para pa- gar tudo isso, ainda que tenha de re- bentar de fome.

E se o dinheiro falta, decretam-se novos impostos e novos tributos, co- bertos á custa do suor dos que tudo produzem e nada teem.

Pensando assim, o «grande» Sala- zar propoz um novo empréstimo no valor de 500 mil contos, dinheiro que chegará abundantemente para pagar a todos aqueles que inserisam o «douto chefe» e ainda para estimular a «brio- sa» Polícia de Informações, e á sua rede infinita de delatores, espalhados por todo o pais, a denunciar e levar ao patíbulo do Santo- Tribunal, todos aqueles que manifestem a sua rebeldia contra a «grande obra» do Novo Es- tado.

Nao se pode fazer «por menos» nu- ma república que è governada por mo- nárquicos e beatas, e que acaba de re- solver colocar obrigatoriamente nas escolas oficiais o busto do Cristo Na- zareno, esse Cristo afinal sempre blas- femado, insultado e escarnecido por todos esses tartufos, que renegando a sua doutrina, fazem da sua imagem motivo de uegócio, crime e assassinato.

CONTRASTES...

Ao analizflrinoç o que so possa com respeite as-ejeit.:ôê# énvKspaTlha,,fe mos d': fazer alguns comentários so- bro n alilufle. loinndn pelosoomúnislaS desle pflis perante <1 sua aliança com os partidos burgueses.

Sc é certo, que pouco nos.eslronbu a sua Qliludo colaboracionista com' as forcas do Capitalismo, porque afinal lodos defendem :» sistema eslnlnl e uulorilnrio. achamos jriféfessanlo, po rem, fazer rosspllnr o »son iraste enlre a alilude dos cQlnunisIns, odoplailn uesle inonionlo, e > suá ntiludo. lam- pos n Irás quando' negavam-«lodo» o colíibornoioiílsnio . orti a burguesia e os «nossos vermelhos» erri Portugal, expulsavam do Parlido. Carlos Raies sob o pretexto dó que era colabora dor de um jornal de Empjéza. *

Ou»- dizem agora os comunistas portugueses, que anteriormente êxpul saram n ( terias Raies, em foce da ali- lude dos sails camaradas espanliófe

Pelo caminhe, que agora segue o Partido Cornupista Espanhol, confir- ma se o que há multe vínhamos dl zençlo com referencia no cambio ope rado na politica russófila, no senlido de aprovimar-se aos partidos da bur guês ia

Ao horror qué a1-': agora inspirava aos Itoixovislas a politica capitalista, quer de direitos quer de esquerdas, sucedei agora, em ioda a parle, a mais intensa confraternização como se po de ver em Espanha pelo pacto feito enlre bolchevista; de «foice e martelo» e 'Azaria, Casares Quiroga, Martinez Barríeis >■ outros políticos He-bem tris- te memoria para o prolelnrtedn espa- nhol.

Assim se olvida p passado.rai- V oso , .

Lã diz o ditado: «ATftis.de tempos, tempos véin

Os nossos jornais

"0 Brado Libertário"

Vindo de longe e portador do grilo de protesto e rebeldia de um grupo de camaradas nossos que se encontram a ferros da Ditadura, mas que pelo seu temperamento se prostram capazes de todos us sacrifícios em prol do Ideal Anarquista, acabamos de receber os minis. 2 e3 do jornal manuscrito «O Brado Libertário», que se diz «órgão dos prisioneiros».

A maneira como está confecciona- do este periódico, constitue um verda- deiro >tour de force», tal a forma como está feito e as inúmeras dificuldades que devem ter enfrentado esses cama- radas para apresentar um trabalho des- ta ordem, feito numa cárcere que é um verdadeiro antro inquisitorial, aonde todos os movimentos dos presos sao constantemente espiados.

Devemos dizer que o núm. 1 de «O Brado Libertário» nos havia surpreen- dido pelo seu interessante aspecto e a sua matéria, os minis. 2 e 3 nos causa- ram verdadeiro assombro, nao sabendo que mais admirar, se a beleza da letra com que estão escritos, se a armonia e o bom gosto revelados na distribuição do original e o valor deste no sentido ideológico, aspecto combativo e de actualidade.

■O Brado Libertário-, pois, por to- dos estes motivos constitue uma ver- dadeira preciosidade na rinpensa li- bertária portuguesa e é sobretudo uma afirmativa valiosíssima de quanto pode a feuacidade, o amor e o espírito de saerificio em prol das ideias, ao faze- rem um jornal desta natureza.

Enviamos as nossas fraternais sau- dações aqueles camaradas e divulga- remos " mais possível <0 Brada Liber- tário». para que a semente do ideal que o mesmo preconiza, se difunda o mais possível pela terra portuguesa e leve os trabalhadores deste país a der- rubar o despótico regime que condenou esses camaradas ao presidio, pelo «cri- me de desejarem o BenTEstar de toda a Humanidade.

"A Plebe"

Desde o n.° 102 que deixamos de receber este baluarte das ideias liber- tárias, porta-voz do movimento anar- quista do Brasil.

Ainda que nao tenhamos recebido noticias directas sob'e os motivos da sua desaparição, tudo nos leva a crer que isso tem origem na feroz repres- são levada a cabo pelo governo brasi- leiro, o qual, segundo as noticias pu- blicadas pela imprensa burguesa orde- nou a queima de 30.00(1 volumes de propaganda revolucionária em S. Paulo sendo naturalmente atingida a impor- tante Editorai de «A Plebe».

Eis como procedem os chamados governos democráticos e constitucio- nais.

j DEPOIS DE

BANDIDOS

COBARDES!

Junto a umo caria por nós recebi da de um goçnpnnheiro preso no forte de S João Banal o. encontramos um papelucho esõrifo á máquina, sem fir mo, escrito, sem nenhuma dúvida, pelos jani/arqs que dirigem a Baslflliili

Ao citado papelucho não aIIera mos sequer uma virgula e diz assim:

«Para evitara descnÇao exagerada da vido dos presos neste Castelo u narração menlirosa de lactes ou coi» sns que se não realizaram nem se. rea- lizam porque lodos os presos são ira lodos, t/aIvez. como em nenhumas ou- tras prisões do Continente, tepdo as sislencia medica, duas vezes por se •morta; denlisla, sempre que precisam; dietas, banhos; barbeiro efe eque foi resolvido a censura « sua coifes pondencia, e. não para sabermos "los coisas intimas que só nos rouba tem po. Se os presos escrevessem ás (ami lias, como quaisquer oulras pessoas, dizendo a verdade do que se possa e não fazendo propaganda das suas ideias, rváo era necessária a censura

Quem quizer, pode vir aqui ver como os presos estão alojados como são alimentados e como são 1 ratados.»

Depois de bandidos cdljerdes.

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REBELIÃO 3'

O único remédio que resta

aos trabalhadores

Observando o estado actual da po- litica portuguesa, verific.a-se que a Di- ladura terá, num futuro próximo, de ceder o seu lugar a uma nova situação posto que o Novo Estado, além de nunca ter encontrado ambiente favorá- vel á sua existência i estar minado pelas lutas intestinas entre os seus partidários, se encontra absolutamente tjasto e desacreditado pelos erros e crimes que tem produzi.lo.

O seu desaparecimento só ha de ser motivo de contentamento para o proletariado, pelas muitas barbarida- des que a Ditadura tem cometido con- tra os trabalhadores.

E' uma consecueitcia lógica, since- la e natural.

6e nuo é possível hoje tolerarmos .jualquer forma de governo por mais democrático que este se nos apresente, muito menos é admissível a existencia dos chamados regimes de Ditadura, os quais para se manterem no Poder, re- ■ urrem a todos os meios repressivos, reprimindo todos os direitos indivi- duais e colectivos, encarcerando e as- sassinando a classe trabalhadora.

Mas convém ter em conta que o en- tusiasmo por nos vermos livres do ne- fando regime que hoje impera em Por- tugal, não deve contribuir para nos es- quecermos da nossa verdadeira situa- , ih, na qualidade de vitimas do regime capitalista, regime esse que vive com a.jas as formas tíe governo, desde o mais absoluto ao mais liberai.

O fim da Ditaduia nao significa a queda do sistema estatal e, muito me- nos, do capitalismo ladravaz e expo- liador. Enquanto existir o sistema ca- pitalista, existirá sempre a Tirania e o Despotismo, subsistindo para a classe trabaihado'a o mesmo problema de - einpre: o problema social. E este é que tem de ser objecto de todo o nos- so estudo e preferencia, para evitar cairmos 110 erro de sempre, confiando que segundos resolvam os nossos as- suntos.

Convém acentuar que o problema de emaneipar-nos não pode solucio- nar-senasociedade capitalista ou nou- tro regime em que a riqueza social seja propriedade de uma minoria, por mais liberal y revolucionaria que esta se diga.

O problema social só pode ser re- solvido quando todos os instrumentos de trabalho e todos os valores so- ciais — a terra, as minas, os meios de transporte, serviços de utilidade públi- ca, etc.—sejam dos trabalhadores e se- jam estes que decidam sobre a fornia de produzir e consumir, de acordo com as ifecessidades populacionais.

Mentirá, pois, todo aquele que em nome do ideal que seja, prometa ao proletariado proporciohar-lhe a sua li- berdade, Esta só poderá r.-alizar-se mediante a consciência individual e labor comum dos próprios trabalhado- res, organizados e inteligenciados, de modo a dispensar todos os governan- tes, amos e intermediários.

O proletariado, pois, 1100 deve fiar- • se nas promessas dos chamados «par- tidos políticos», quando estes dizem que podem resolver o problema da classe trabalhadora.

A incapacidade dos governantes para resolver os problemas económico

sociais, é manifesta em todos os paí- ses, ainda os que se dizem maís cultos e adiantados.

• E, se de uma forma geral temos que constatar esse facto em todo o mundo, 11.1 que diz respeito a Portugal o assun- to é ainda mais grave, atendendo ás péssimas circunstancias em que vivem os trabalhadores e a imoralidade a que aqui chegaram os políticos, entendidos incondicionalmente com os magnates do capitalismo.

Enquanto actuaram 110 Poder, os partidos políticos jamais fizeram algo que demonstrasse o desejo de melho- rar a vida da classe trabalhadora.

Veja-se a miséria em que vegeiam os rurais, os marítimos, os mineiros, etc., etc.

Ao contrário, quási todos os movi- mentos feitos pelo proletariado no sen- tido de conseguir algumas melhorias, foram sufocados, presos os militantes e encerrados os sindicalos, quando não aconteceu serem fusilados os tra- balhadores.

Ao cair, pois, a Ditadura, símbolo do Despotismo e da Tirania, exercidos contra a classe p odutora, nào pode a mesma esperar que os políticos resol- vam o seu problema.

A sua sorle continuará a ser a mes- ma, se no momento oportuno, os tra- balhadores não se dispõem a dar mais um passo em frente.

O problema é simples e claro. Frente á incapacidade e á imorali-

dade politico-burguesa, o proletariado só tem um caminho a seguir como for- ma de se emancipar da escravatura em que hoje vive: Fazer a Revolução So- cial, expropriando imediata e integral- mente todos os bens sociais, de que é •hoje detentora a burguesia.

Eis a solução que resta aos traba- lhadores portugueses, ao eliminar o in- quisitorial e bárbaro regime que hoje pesa sobre os seus destinos, se de fac- to querem ser livres e solucionar todos os seus problemas.

Da Argentina

O movimento anar-

quista intensifica-se

AçaçlV» de consfíluir-se a Federa çào Anarco Comunista ArQenlina.

Do seu Comilé Relacionador aca- bamos de receber uma longa circular e os acordos loniados rio seu Con ^resso conlilullivo.

A -leUa de espaço impede-nos de publicar — como era nosso desejo — parle dos citados Irabelhos, Enireian lo pomos em conhecimento de todos os camaradas portugueses, e especial nienle da F. A. 13. P., que a F. A. O. A. deseja relacionar-s<j com lodos os ar fianismos afins.

O seu endéreÇo pode; ser pedido a F. A. P E.

O fim aproxima-se . . . e

Salazar contínua

avançando...

As últimas notícias que até nós chegam de Portugal, confirinam- -nos que um silencio sepulcral e uma imobilidade completa existem naquele extremo da Península. Al- guém nos escreve: «E' para admi- rar conio há ainda quem se arris- que a manter correspondência com o exterior, ou a exercer alguma actividade ...»

Tal é o ambiente em que se eu- conlram os poucos camaradas que todavia ali contamos.

Salazar esse sádico ditador de opereta, vendo cada dia demi- nuir as possibilidades de poder continuar a sua obra miserável, emprega todos os recursos dos li- ranos desesperados: aumenta as violências e sevícias a todos os elementos de quem desconfia algu- ma má vontade ante, o seu «reina- do». O seu sonho dourado é con- verter Portugal num imenso cemi- tério onde apenas, quando já o sol se tenha escondido no ocaso, possam piar lugubremente alguns mochos, ou os morcegos executar os seus voos irregulares ...

Os seus inimigos políticos au- mentam sem cessar, deminuindo considerávelmente as probabi ida- des de continuar a sua obra ridí- cula e sarcástica.A miséria aumen- ta nos lares dos trabalhadores; a crise económica toma aspectos for- midáveis. Daí o confusionismo e o desespero dos momentos difíceis... A Ditadura chegou ao vértice dos escandalos, do escamoteio, da imoralidade, do crime ...

E o chefe nao recua perante nada. Toma atitudes ridículas e re- pugnantes: os periódicos publicam a lista dos presos e condenados, e uma série de proesas praticadas pela célebre Policia Especial. E' necessário eslabelecer o terror e fazer regressar ao túmulo a vaga de rebeldia que voltava a divisar- -se através do país.

De momento surte efeito esta estratégia e o senhor omnipotente e omnisciente Salazar, com mais uma crise de governo resolvida, recolhe-se ao seu ministério, tran- quilo e satisfeito de poder conti- nuar na senda do despotismo, e gosar sádicamente com o sofri- mento das suas vítimas.

Entrelanto algo nos diz que breve chegará o momento em que tereis de liquidar contas com as vossas vítimas, contas, aliaz, bas- tante velhas algumas.

Que nesse momento todos sai- bamos cumprir com o nosso dever, sem pieguices nem seniimentalis- mos exagerados, fazendo chegar os acontecimentos até onde nos seja possível.

REBELIÃO 3'

O único remédio que resta

aos trabalhadores

Observando o estado actual da po- litica portuguesa, verific.a-se que a Di- tadura terá, num futuro próximo, de ceder o seu lugar a uma nova situação posto que o Novo Estado, além de nunca ter encontrado ambiente favorá- vel á sua existência (. estar minado pelas lutas intestinas entre os seus partidários, se encontra absolutamente gasto e desacreditado pelos erros e crimes que tem produzido.

O seu desaparecimento só ha de «er motivo de contentamento para o proletariado, pelas muitas barbarida- des que a Ditadura tem cometido con- tra os trabalhadores.

E' uma consecuettcia lógica, since- ra e natural.

t>e not) é possível hoje tolerarmos qualquer fornia de governo por mais democrático que este se nos apresente, muito menos é admissível a existência dos chamados regimes de Ditadura, os quais para se manterem no Poder, re- correm a todos os meios repressivos, reprimindo todos os direitos indivi- duais e colectivos, encarcerando e as- sassinando a classe trabalhadora.

Mas convém ter em conta que o en- tusiasmo por nos vermos livres do ne- fando regime que hoje impera em Por- tugal, não deve contribuir para nos es- quecermos da nossa verdadeira situa-

ii>, na qualidade de vitimas do regime capitalista, regime esse que vive com a.aas as formas de governo, desde o mais absoluto ao mais liberai.

O fim da Ditadma nao significa a queda do sistema estatal e, muito me- nos, do capitalismo ladravaz e expo- liador. Enquanto existir o sistema ca- pitalista, existirá sempre a Tirania e o Despotismo, subsistindo para a classe trabalhador o mesmo problema de s-empre: o problema social. E este é que tem de ser objecto de todo o nos- so estudo e preferencia, para evitar cairmos no erro de sempre, confiando que segundos resolvam os nossos as- suntos.

Convém acentuar que o problema de einancipar-nos ano pode snlucio- nar-se na sociedade capitalista ou nou- tro regime em que a riqueza social seja propriedade de uma minoria, por mais liberal y revolucionaria que esta se diga.

O problema social só pode ser re- solvido quando todos os instrumentos de trabalho e todos os valores so- ciais — a terra, as minas, os meios de transporte, serviços de utilidade públi- ca, etc.—sejam dos trabalhadores e se- jam estes que decidam sobre a fornia de produzir e consumir, de acordo com as irecessidades populacionais.

Mentirá, pois, todo aquele que em nome do ideal que seja, prometa ao proletariado proporéiofiar-lhe a sua li- berdade, Esta só poderá r.-alizar-se mediante a consciência individual e labor comum dos próprios trabalhado- res, organizados e inteligenciados, de modo a dispensar todos os governan- tes, amos e intermediários.

O proletariado, pois, uno deve fiar- • se nas promessas dos chamados «par- tidos políticos», quando estes dizem que podem resolver o problema da classe trabalhadora.

A incapacidade dos governantes para resolver os problemas económico

sociais, é manifesta em todos os paí- ses, ainda os que se dizem inaís cultos e adiantados.

• E, se de uma forma geral tentos que constatar esse facto em todo o mundo, nu que diz respeito a Portugal o assun- to é ainda mais grave, atendendo ás péssimas circunstancias em que vivem os trabalhadores e á imoralidade a que aqui chegaram os políticos, entendidos incondicionalmente com os magnates do capitalismo.

Enquanto actuaram no Poder, os partidos políticos jamais fizeram algo que demonstrasse o desejo de melho- rar a vida da classe trabalhadora.

Veja-se a miséria em que vegeiam os rurais, os marítimos, os mineiros, etc., etc.

Ao contrário, quási iodos os movi- mentos feitos pelo proletariado no sen- tido de conseguir algumas melhorias, foram sufocados, presos os militantes e encerrados os sindicalos, quando não aconteceu serem fusilados os tra- balhadores.

Ao cair, pois, a Ditadura, símbolo do Despotismo e da Tirania, exercidos contra a classe p odutora, não pode a mesma esperar que os políticos resol- vam o seu problema.

A sua sorle continuará a ser a mes- ma, se no momento oportuno, os tra- balhadores não se dispõem a dar mais um pssso em frente.

O problema é simples e claro. Frente á incapacidade e á imorali-

dade politico-burguesa, o proletariado só tem uni caminho a seguir como for- ma de se emancipar da escravatura em que hoje vive: Fazer a Revolução So- cial, expropriando imediata e integral- mente todos os bens sociais, de que é •hoje detentora a burguesia.

Eis a solução que resta aos traba- lhadores portugueses, ao eliminar o in- quisitorial e bárbaro regime que hoje pesa sobre os seus destinos, se de fac- to querem ser livres e solucionar todos os seus problemas.

Da Argentina

O movimento anar-

quista intensifica-se

Analin de constiluir-se o Federa çào Anarco-Comunista Argentina.

Do seu Comilé Relacionador aca- bamos de receber uma longa/rirculnr e os acordos tornados no seu Con gresso conti full Ivo.

A -feita de espaço tmpede-nòs de publicar — como era nosso desejo — parle dos citados trabalhos, Enireian lo pomos em conhecimento de todos os camaradas portugueses, e especial mente da F. A. 13. P., que a F. A. C. A. deseja relacionar-se com lodos os ar ganismos afins.

O seu endereÇo pode ser pedido a F. A. P E.

O fim aproxima-se . . . e

Salazar continua

avançando...

As últimas notícias que até nós chegam de Portugal, confirmam- -nos que um silencio sepulcral e uma imobilidade completa existem naquele extremo da Península. Al- guém nos escreve: «E' para admi- rar conio há ainda quem se arris- que a manter correspondência com o exterior, ou a exercer alguma actividade ...»

Tal é o ambiente em que se en- contram os poucos camaradas que todavia ali contamos.

Salazar esse sádico ditador de opereta, vendo cada dia denti- nuir as possibilidades de poder continuar a sua obra miserável, emprega todos os recursos dos li- ranos desesperados: aumenta as violências e sevícias a todos os elementos de quem desconfia algu- ma má vontade ante.o seu «reina- do». O seu sonho dourado é con- verter Portugal num imenso cemi- tério onde apenas, quando já o sol se tenha escondido no ocaso, possam piar lugubremente alguns mochos, ou os morcegos executar os seus voos irregulares ...

Os seus inimigos políticos au- mentam sem cessar, deminuindo considerávelnienfe as probabi ida- des de continuar a sua obra ridí- cula e sarcástica.A miséria aumen- ta nos lares dos trabalhadores; a crise económica toma aspectos for- midáveis. Daí o confusionismo e o desespero dos momentos difíceis... A Ditadura chegou ao vértice dos escândalos, do escamoteio, da imoralidade, do crime ...

E o chefe nao recua perante nada. Toma atitudes ridículas e re- pugnantes: os periódicos publicam a lista dos presos e condenados, e uma série de p roes as praticadas pela célebre Policia Especial. E' necessário eslabelecer o terror e fazer regressar ao túmulo a vaga de rebeldia que voltava a divisar- -se através do país.

De momento surte efeito esta estratégia e o senhor omnipotente e omnisciente Salazar, com mais uma crise de governo resolvida, recolhe-se ao seu ministério, tran- quilo e satisfeito de poder conti- nuar na senda do despotismo, e gosar sádicamente com o sofri- mento das suas vítimas.

Entretanto algo nos diz que breve chegará o momento em que tereis de liquidar contas com as vossas vítimas, contas, aliaz, bas- tante velhas algumas.

Que nesse momento todos sai- bamos cumprir com o nosso dever, sem pieguices nem seniimentalis- mos exagerados, fazendo chegar os acontecimentos até onde nos seja possível.

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4 REBELIÃO

Soma e segue UM GRITO

Impagáveis...

Os nossos bolchevistas de lobos tornararn-se cordeiros. Quem nos havia de dizer que os discípulos de Lenine, outrora furibundos inimi- gos da democracia e de lodo o mo- vimento humanista, se haviam de metamorfosear rapidamente em pedra angular do edifício demo- crático, carcomido, o pobre . . . Passada o fase rabiosa, vem o bom senso...

No p.p dia 20 chegou a Madrid o sr. Marcelino Domingo, e espe- rando-o lá estavam os represen- tantes do partido comunista para saudar o • ilustre republicano Que os novos consortes sejam feli- zes . . .

0 momento eleitoral espanhol

Sim, senhor, foram os bolchevis- ' as — inimigos da democracia par- ' amentar e da liberdade individuai — os que bateram o récord da pro- paganda eleitoral.

F.sgotaram-se os pobres e esgo- taram também os cofres dos sindi- catos que eles controlam.

A variedade de manifestos e pla- cardes que todos os dias apareciam nas paredes com as insígnias dos aspirantes a ditadores, eram dig- nos de figurar num museu de con- trastes sociológicos.

Segundo esses manifestos, o triun fo das esquerdas faria termi- nar com as casas imundas, os salá- rios de fome, a crise de trabalho, etc.. etc.

E pensar que estes tipos em Por- tugal nos acusavam de traidores por estarmos dispostos a atirar abaixo a Ditadura com os polí- ticos republicanos!

. Todavia nao veem os trabalha- dores a falta de seriedade do par- tido bolchevista7

Todavia eles...

Na Fortaleza de S. ). Batista os bolchevistas redactaram um protes- to para ser enviado á Embaixada da Alemanha, em Lisboa, a favor de Thaelman. Esse documento foi firmado por todos os presos liber- tários, para satisfazer os desejos dos nossos «primos»

Mais tarde os nossos companhei- ros redactam outro documento, des vez para enviar á Embaixada russa, em Paris, protestando pela entrega de Petrini as autoridades italianas. Instam com os bolchevis- tas para que firmem, recebendo como resposta, evasivas e mais evasivas.

Dignos discípulos de Leninel Para eles a dignidade, a conscien cia, o caminho recto só existem imaginariamente.

E' necessário que saibamos pa- agr-lhe na mesma moeda

A' JUVENTUDE DE PORTUGAL

A ti, juventude, que és a seiva vivi- íicadora dc que se alimenta a alma do Progresso e da Ciência! A ti que repre- sentas a nova geração sedenta de ou- tra vida e de outros princípios ético^! A ti, que anceias outros amores e ou- tras sendas por onde caminhar livre- mente, cara ao sol, sem que os teus pés sejam feridos pelos espinhos do listado ou o teu coipo retalhado pelas vergastadas do carrasco! A ti, juve> tu- de, fazemos hoje este chamamento, certos de que aborreces a vida ta' co- mo está estai eleeida per uns poucos, constituindo uma oligarquia que opri- me os povos, mas sim aspiras a viver a vida puramente livre, como os povos necessitam e deseja toda a Humani- dade.

Fascismo vermelho e

fascismo negro

Enquanlo < Rússia Vermelha cn- Ir-ií-u fietiiril as auiori.dfldos Ilnliniias, a república Argentina oondenfl os nossos baiiiaradeis Vúelte. Mahi n e Dc Diogo, o p«rpq1un 'ioiíde -.c • >'nclue 1111 ■ Di lati ura Vermelha ç Negra são pèmèas 'ele Democracia burguesa

Os anarquistas não conltimos çoíti a belióer&hcla da Autoridade nem do Eàiado.

Kl' vamos desde aqui. os nossos mais veenv.nles proteslos o unira es ses colossos dn !'iríinia'e aconselhei mos c.quc desde: |ó se inicie uma campanha pró lib«rdn<le <íos ranum • las argfirilinos. e dc. protesto onle íi infamí.i Ir-.adit a cabo pelo Ç".n'-rno russo,

F. A. I.

iiiiIm de Regi

Por falta de espaÇo limita- mo-nos a publicar os acordos que no Pleno de Regionais da F.A I. se tomaram referente á F.A.P.E., tanto mais que o-In- forme completo será dirigido aos grupos, dactiolografado.

Por propostas das Regionais de Catalunha e Andaluzia foi resolvido abrir uma «quete» em «Tierra y Libertad» e que o C- P. contribua com uma co- ta mensal dos seus fundos — logo que tenha regularizados os seus ingressos—para a F.A. P.E., para que esta possa pu- blicar regularmente «REBE- LIÃO».

Estes foram-os acordos to- mados em firme, e que este Secretariado espera ve-los em realidade.

hscuta, juventude: ' E' para ti este chamamento, porque

tu és a potencia creadora de quem tu- do há a esperar.

Dentro de ti vibra o entusiasmo dos ideais mais nobres e mais belos!

Tu és a Esperança! Es o fjjtiiroi Mas é preciso que despertes! E' preci- so que te des conta da realidade! E jas igualmente o Presente!

Ante ti vive um povo que esmaga- do pela pata do monstro sanguiuà; io„ chamado Ditadura, cada dia mais e mais se afunda ria fossa da miséria, da ignorância e da èscraveturat Esse povo abre para ti os seus braços! Para ti, também, dirigem o seu olhar, as tiiuis exaustas e as criancinhas entristeci- das, minadas pela dor e pelo pranto de tanto sofrer!

E além, por detiaz Has grades das lohregas cárceres, ou, ao longe, nas ter- ras doentias de Africa e da Oceania, milhares de camaradas aguardam igual- mente da tua energia a hora da Uber- dade!

Escuta, juventude! A História te disse que tu serias o

«Amanha». - Decorreu já muito tempo e o «Ama- nhã» fez-se o • resente».

A Ditadura com os seus inútilt". os crimes e o seu espirito clerical e inqui- sidor apressou o momento de tu inter- vires em favor da liberdade desse povo, de cujo brio e altivez tu deves ser de- positário e transmissor ás gerãç ôS futuras.

E' a ti, portanto, que cabe o devei de levar a voz da Rébeldia ao sei1 do mesmo povo, para que todo ele se po- nha em pé.

0 teu carito tem que chegar a toda a parte, inculcando energias aos débeis e virilidade aos fortes.

O teu grito tem que chamar todos os trabalhadores, tauto dos campos, como das cidades, vilas e aldeias, ás armas e proclamar a insurreição para destruir esse odioso regime, que sob o signo de um cristo de madeira carco- mida, e unta virgem clíeirattdo a pros- tituta, engorda um clero sifilitico e en- carcera todo um povo.

Juventud! Tu és a voz vibrante que ecoando em todo"s os vales e indo a to- dos os recantos de Portugal, entrando nas escolas e nos quartéis, deve suble- var os estudantes -e os soldados, para participar desse grande movimento que ha-de redimir o povo portuguez!

Tu deves ser a mensageira forte e aguerrida que deve conduzir a toda a parte o ritmo belo e altissonante da Revolução Anarquista de Portugal.

Tu representas AcçnO, Dinamismo, Vontade e Firmeza! A ti cabe, por-tan- ta, dar o grito dé Revolta! Todo o povo, toda a península confia em ti, espe- rando mediante o teu heroísmo, enér- gico e Consciente, consigas arrancar Portugal das garras ensanguentadas do monstro que hoje o esmaga.

A ti, juventud, pertence esse de valentia e andada! Km ti, pois, con- fiam todas as vitimas da Ditadura, aguardando o teu gesto libertador!

Avante, pela Revolução salvadora, pelo Comunismo libertário!

Eduardo Fernandez

4 REBELIÃO

Soma e segue UM GRITO

Impagáveis...

Os nossos bolchevistas de lobos tornararn-se cordeiros. Quem nos havia de dizer que os discípulos de Lenine, outrora furibundos inimi- gos da democracia e de lodo o mo- vimento humanista, se haviam de metamorfosear rapidamente em pedra angular do edifício demo- crático, carcomido, o pobre . . . Passada o fase rabiosa, vem o bom senso...

No p.p dia 20 chegou a Madrid o sr. Marcelino Domingo, e espe- rando-o lá estavam os represen- tantes do partido comunista para saudar o •ilustre republicano Que os novos consortes sejam feli- zes ...

0 momento eleitoral espanhol

Sim, senhor, foram os bolchevis- ' as — inimigos da democracia par- ' amentar e da liberdade individuai — os que bateram o record da pro- paganda eleitoral.

F.sgotaram-se os pobres e esgo- taram também os cofres dos sindi- catos que eles controlam.

A variedade de manifestos e pla- cardes que todos os dias apareciam nas paredes com as insígnias dos aspirantes a ditadores, eram dig- nos de figurar num museu de con- trastes sociológicos.

Segundo esses manifestos, o triun fo das esquerdas faria termi- nar com as casas imundas, os salá- rios de fome, a crise de trabalho, etc.. etc.

E pensar que estes tipos em Por- tugal nos acusavam de traidores por estarmos dispostos a atirar abaixo a Ditadura com os polí- ticos republicanos1

. Todavia nao veem os trabalha- dores a falta de seriedade do par- tido bolchevista7

Todavia eles...

Na Fortaleza de S. ). Batista os bolchevistas redactaram um protes- to para ser enviado á Embaixada da Alemanha, em Lisboa, a favor de Thaelman. Esse documento foi firmado por todos os presos liber- tários, para satisfazer os desejos dos nossos «primos»

Mais tarde os nossos companhei- ros redactam outro documento, des vez para enviar á Embaixada russa, em Paris, protestando pela entrega de Petrini as autoridades italianas. Instam com os bolchevis- tas para que firmem, recebendo como resposta, evasivas e mais evasivas.

Dignos discípulos de Leninel Para eles a dignidade, a conscien cia, o caminho recto só existem imaginariamente.

E' necessário que saibamos pa- agr-lhe na mesma moeda

A' JUVENTUDE DE PORTUGAL

A ti, juventude, que és a seiva vivi- íicadora dc que se alimenta a alma do Progresso e da Ciência! A ti que repre- sentas a nova geração sedenta de ou- tra vida e de outros princípios éticos! A ti, que anceias outros amores e ou- tras sendas por onde caminhar livre- mente, cara ao sol, sem que os teus pés sejam feridos pelos espinhos do listado ou o teu coipo retalhado nelas vergastadas do carrasco! A ti, juve> tu- do, fazemos hoje este chamamento, certos de que aborreces a vida ta' co- mo está estai elecida per uns poucos, constituindo uma oligarquia que opri- me os povos, mas sim aspiras a viver a vida puramente livre, como os povos necessitam e deseja toda a Humani- dade.

Fascismo vermelho e

fascismo negro

Enquonlo < Rússia Vermelha en- Iróífu fieliiril as aufori.dodos llnlinjias, a republico Argentina oonilenfl os nossos camaradas Vúelte. Mam n e Dc Diaço. p cadeia perpolim donde -.o • uinlnr 1111 ■ bilaciura Vermelha e Negra são fêmeas 'de Democracia burguesa

Os anarquistas não conItimos çoíti a beligerância da Auioridnde nem do

"Eslado. Klèvnmos. desde aqui. os nossos

mais vecmcnles proteslos ounlrti os ses colossos dn Tiraniam aconselha mos a que desde |á se inicie unia campanha pró liberdade dos namora los argentinos. e de. protesto anisa infâmia' levada a cabo pel® «ummo russo,

F. A. I.

iiiiIm de Rea)

Por falta de espaÇo limita- mo-nos a publicar os acordos que no Pleno de Regionais da F.AI. se tomaram referente á F.A.P.E., tanto mais que o-In- forme completo será dirigido aos grupos, dactiolografado.

Por propostas das Regionais de Catalunha e Andaluzia foi resolvido abrir uma «quete» em «Tierra y Libertad» e que o C- P. contribua com uma co- ta mensal dos seus fundos — logo que tenha regularizados os seus ingressos—para a F.A. P.E., para que esta possa pu- blicar regularmente «REBE- LIÃO».

Estes foram os acordos to- mados em firme, e que este Secretariado espera ve-los em realidade.

hscutii, juventude: ' E' para ti este chamamento, porque

tu és a potencia creadora de quem tu- do há a esperar.

Dentro de li vibra o entusiasmo dos ideais mais nobres e mais belos!

Tu és a Esperança! Es o íintu; í Mas é preciso que despertes! E' preci- so que te des conta da realidade! E jas igualmente o Presente!

Ante ti vive um povo que esmaga- do pela pata do monstro sanguinário, chamado Ditadura, cada dia mais e mais se afunda ria fossa da miséria, da ignorância e da èscravcturai Esse povo abre para ti os seus braços! Para ti, também, dirigem o seu olhar, as niuis exaustas e as criancinhas entristeci- das, minadas peia dor e pelo pranto de tanto sofrer!

E além, por detiaz Has grades das lohregas cárceres, ou, ao longe, nas ter- ras doentias de Africa e da Oceania, militares de camaradas aguardam igual- mente da tua energia a hora da Liber- dade!

Escuta, juventude! A História te disse que tu serias i»

«Amanho». Decorreu já muito tempo e o »Ama-

nho» fez-se o • resente»." A Ditadura com os seus inume: os

crimes e o seu espirito clerical e inqui- sidor apressou o momento tie tu inter- vires em favor da liberdade desse povo, de cujo brio e altivez tu deves ser de- positário e transmissor ás gerãç ôS futuras.

E' a li, portanto, que cabe o devei de levar a voz da Rébeldia ao sei1 do mesmo povo, para que lodo ele se po- nha em pé.

0 teu carito tem que chegar a toda a parte, inculcando energias aos débeis e virilidade aos fortes.

O teu grito tem que chamar todos os trabalhadores, tanto dos campos, como das cidades, vilas e aldeias, ás armas e proclamar a insurreição para destruir esse odioso regime, que sob o signo de um cristo de madeira carco- mida, e uma virgem elíeirando a pros- tituta, engorda um cleio sifilitico e en- carcera todo um povo.

Juventud! Tu és a voz vibrante que ecoando em todds os vales e indo a to- dos os recantos de Portugal, entrando nas escolas e nos quartéis, deve suble- var os estudantes -e os soldados, para participar desse grande movimento que ha-de redimir o povo portuguez!

Tu deves ser a mensageira forte e aguerrida que deve conduzir a toda a parte o ritmo belo e altissonante da Revolução Anarquista de Portugal.

Tu representas AcçnO, Dinamismo, Vontade o Firmeza! A ti cabe, por-tan- ta, dar o grito de Revolta! Todo o povp, toda a península confia em ti, espe- rando mediante o teu heroísmo, enér- gico e Consciente, consigas arrancar Portugal das garras ensanguentadas do monstro que hoje " esmaga.

A ti, juventud, pertence esse gesto de valentia e audacia! Em ti, pois, con- fiam todas as vitimas da Ditadura, aguardando o teu gesto libertador!

Avante, pela Revolução salvadora, pelo Comunismo libertário!

Eduardo Fernandez