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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE 01 POLÍTICA DE BIODIVERSIDADE Com a implementação da sua Política de Biodiversidade, o Grupo EDP contribui para o objetivo mundial de reduzir a perda de biodiversidade decorrente da atividade humana. EM PARTICULAR, A EDP: - Tem consciência da sensibilidade dos ecossistemas naturais e das pressões a que os mesmos estão sujeitos, bem como do valor intrínseco das iniciativas que visem a proteção da biodiversidade; - Possui uma experiência significativa de minimização dos impactes sobre a biodiversidade, que decorrem das suas atividades; - Quer ter um papel ainda mais ativo na conservação e promoção da biodiversidade. Nas suas empresas, a EDP considera a biodiversidade como parte integrante da gestão, com o objetivo de obter um balanço global positivo entre os impactes negativos e as compensações ambientais efetuadas e promovidas no âmbito da biodiversidade. PARA TAL, A EDP COMPROMETE-SE: - Integrar a avaliação dos impactes na biodiversidade, em todas as fases das suas atividades: projeto, construção, exploração e desmantelamento de infraestruturas de Produção e Distribuição de energia; - Minimizar os impactes negativos na biodiversidade, decorrentes das suas atividades, e potenciar os positivos. Quando os primeiros não possam ser evitados, compromete- -se recorrer a medidas de compensação consensuais, que permitam atingir um balanço global favorável; - Contribuir para aprofundar o conhecimento científico sobre os diferentes aspetos da biodiversidade, designadamente através do apoio a instituições selecionadas de forma transparente e de acordo com critérios de elevada competência técnica; - Reforçar o diálogo e as parcerias com entidades públicas ou privadas em matéria de biodiversidade; - Proceder ao relato regular e transparente do seu desempenho em matéria de biodiversidade, verificado por entidades independentes, e promover consultas regulares às diferentes partes interessadas. O Conselho de Administração Executivo, Junho de 2007

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Page 1: Com a implementação da sua Política de o objetivo mundial ... · promovidas no âmbito da biodiversidade. PARA TAL, A EDP COMPROMETE-SE: ... VALORIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ECOSSISTEMA

2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE01

POLÍTICA DE BIODIVERSIDADE

Com a implementação da sua Política de Biodiversidade, o Grupo EDP contribui para o objetivo mundial de reduzir a perda de biodiversidade decorrente da atividade humana.

EM PARTICULAR, A EDP: - Tem consciência da sensibilidade dos ecossistemas naturais e das pressões a que os mesmos estão sujeitos, bem como do valor intrínseco das iniciativas que visem a proteção da biodiversidade;

- Possui uma experiência significativa de minimização dos impactes sobre a biodiversidade, que decorrem das suas atividades;

- Quer ter um papel ainda mais ativo na conservação e promoção da biodiversidade.

Nas suas empresas, a EDP considera a biodiversidade como parte integrante da gestão, com o objetivo de obter um balanço global positivo entre os impactes negativos e as compensações ambientais efetuadas e promovidas no âmbito da biodiversidade.

PARA TAL, A EDP COMPROMETE-SE:

- Integrar a avaliação dos impactes na biodiversidade, em todas as fases das suas atividades: projeto, construção, exploração e desmantelamento de infraestruturas de Produção e Distribuição de energia;

- Minimizar os impactes negativos na biodiversidade, decorrentes das suas atividades, e potenciar os positivos. Quando os primeiros não possam ser evitados, compromete--se recorrer a medidas de compensação consensuais, que permitam atingir um balanço global favorável;

- Contribuir para aprofundar o conhecimento científico sobre os diferentes aspetos da biodiversidade, designadamente através do apoio a instituições selecionadas de forma transparente e de acordo com critérios de elevada competência técnica;

- Reforçar o diálogo e as parcerias com entidades públicas ou privadas em matéria de biodiversidade;

- Proceder ao relato regular e transparente do seu desempenho em matéria de biodiversidade, verificado por entidades independentes, e promover consultas regulares às diferentes partes interessadas.

O Conselho de Administração Executivo,Junho de 2007

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ÍNDICE

POLÍTICA DE BIODIVERSIDADEO GRUPO

EDP NUM MUNDO BIODIVERSOBIODIVERSIDADE PARA A EDP

ABORDAGEM ESTRATÉGICA

BIODIVERSIDADE NOS SGA

CASOS PRÁTICOS NO NEGÓCIO

MIGRAÇÃO DE PEIXES EM TOUVEDO

BAIXO SABOR EM EXPLORAÇÃO

UMA DÉCADA A MINIMIZAR OS

IMPACTES DAS REDES

MONITORIZAR A POPULAÇÃO DE ÁGUIAS

TARTARUGAS NO TOCANTINS

VALORIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ECOSSISTEMA

APOIO À SOCIEDADEÁGUIA PESQUEIRA

URSO PARDO NAS ASTÚRIAS

PARTE DE NÓS AMBIENTE

CÁTEDRA EDP PARA A BIODIVERSIDADE

FUNDO EDP PARA A BIODIVERSIDADE: CONCLUSÃO

ESTE RELATÓRIO

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE 03

01. O GRUPO

A EDP – ENERGIAS DE PORTUGAL, S.A. (EDP) é uma utility verticalmente integrada. Como grupo multinacional, que está presente em 14 geografias - em duas das quais (China e Angola) dispõe apenas de escritórios – e possui negócios nas áreas da energia (eletricidade e gás). É o maior produtor, distribuidor e comercializador de eletricidade em Portugal e, na Península Ibérica, é a terceira maior empresa de produção de eletricidade e um dos maiores distribuidores de gás.

A produção de eletricidade do Grupo EDP divide-se em produção convencional, ou não intermitente, e renovável, com base em fontes intermitentes (vento e sol). A produção convencional localiza-se em três geografias: Portugal, Espanha e Brasil. No Brasil, a EDP é o quarto maior operador privado na produção de eletricidade, tem duas concessões para a distribuição de eletricidade e é o terceiro maior comercializador privado no mercado liberalizado.

A EDP Renováveis, responsável pelas energias de fontes intermitentes, atua em muitas outras geografias, sendo um dos maiores operadores mundiais de energia eólica, com parques eólicos na Península Ibérica, Estados Unidos da América, Canadá, Brasil, França, Bélgica, Itália, Polónia e Roménia, e está a desenvolver projetos no Reino Unido e no México. Adicionalmente, a EDP produz energia solar fotovoltaica em Portugal, Roménia e Estados Unidos da América.

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE04

A EDP considera a biodiversidade como parte integrante da sua gestão. Com a implementação da sua política neste âmbito, o Grupo visa contribuir para o objetivo mundial de reduzir a perda de biodiversidade decorrente da sua atividade. Desde 2009 que a empresa publica o Relatório de Biodiversidade em: www.edp.pt> sustentabilidade> publicações

FRANÇAREINO UNIDOBÉLGICA

OPERACIONAISColaboradores Capacidade instalada (MW)Produção líquida (GWh)MW em construçãoProdução a partir de fontes renováveis*

79411

8240

100%

Despesas Ambientais (2)

Parques eólicos em áreas classificadas (ha)

BIODIVERSIDADE

4,6

POLÓNIA ROMÉNIAITÁLIA

OPERACIONAIS96

1.0038241.671100%

BIODIVERSIDADE

22,8

EUA CANADÁMÉXICO

OPERACIONAISColaboradores Capacidade instalada (MW)Produção líquida (GWh)MW em construçãoProdução a partir de fontes renováveis*

3163.835

10.204299

100%

Despesas Ambientais (2)

Investimento (mil€)Gastos (mil€)

BIODIVERSIDADE

6.0223

Colaboradores Capacidade instalada (MW)Produção líquida (GWh)MW em construçãoProdução a partir de fontes renováveis*

Despesas Ambientais (2)

Parques eólicos em áreas classificadas (ha)

Notas(1) Consolidada de acordo com o método equivalente patrimonial(2) Despesas ambientais para o Resto da Europa:Investimentos (mil€): 1.545Gastos (mil€): 825(3) Inclui 6MW de renováveis

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE 05

PORTUGAL

OPERACIONAISColaboradores Clientes de eletricidade e gásCapacidade instalada (MW)Produção líquida (GWh)Produção a partir de fontes renováveis*MW em construção (3)

Distribuição de eletricidade (GWh)Distribuição de gás (GWh)

6.7336.055.072

9.31025.498

65%2.660

43.8086.876

Despesas Ambientais Investimento (mil€)Gastos (mil€)

Dentro de áreas classificadas*Área inundada por albufeiras (ha)Parques eólicos (ha)Linhas aéreas de Alta e Média Tensão (km)Linhas subterrâneas de Alta e Média Tensão (km)Subestações

BIODIVERSIDADE

15.45016.521

3.07386

8.80092620

ESPANHA

OPERACIONAISColaboradores Clientes de eletricidade e gásCapacidade instalada (MW)Produção líquida (GWh)Produção a partir de fontes renováveis*MW em construçãoDistribuição de eletricidade (GWh)Distribuição de gás (GWh)

1.8981.797.706

6.0306.030

42%1,8

9.17746.970

Despesas Ambientais Investimento (mil€)Gastos (mil€)

Dentro de áreas classificadas*Área inundada por albufeiras (ha)Parques eólicos (ha)Linhas aéreas de Alta e Média Tensão (km)Linhas subterrâneas de Alta e Média Tensão (km)Subestações

BIODIVERSIDADE

5.30325.021

26057

805468

BRASIL

OPERACIONAISColaboradores Clientes de eletricidade Capacidade instalada (MW)Produção líquida (GWh)Produção a partir de fontes renováveis*MW em construção MEP (1)

Distribuição de eletricidade (GWh)

2.6743.151.827

5477.472100%343

26.443

Despesas Ambientais Investimento (mil€)Gastos (mil€)Áreas de preservação permanente (ha)

Dentro de áreas classificadas*Área inundada por albufeiras (ha)Linhas aéreas de Alta e Média Tensão (km)Linhas subterrâneas de Alta e Média Tensão (km)Subestações

BIODIVERSIDADE

10.7042.27510.171

04.066

48

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1.1. BIODIVERSIDADE PARA A EDP

As preocupações crescentes das organizações mundiais, em particular da Conferência das Nações Unidas, relativamente à proteção de biodiversidade, conduzem à presença do tema nas decisões estratégicas e operacionais das empresas com elevados impactes.

A EDP, reconhecendo a importância dos resultados obtidos pelo estudo do Millennium Ecossystem Assessment e no decurso da sua Política de Ambiente, publica em 2007, a Política de Biodiversidade, assumindo o compromisso de promover uma gestão efetiva dos seus impactes na biodiversidade.

Na gestão estratégica da biodiversidade, a EDP considera dois instrumentos de referência internacional: o Plano Estratégico de Biodiversidade para o período 2011 a 2020, conhecido por Metas de Aichi para a Biodiversidade, e a Estratégia de Biodiversidade da União Europeia para 2020. Assim, com o objetivo de alcançar um balanço global positivo de impactes na Biodiversidade, a EDP definiu uma estratégia focada nos seguintes vetores:

- Promoção sistemática do conhecimento;

- Abordagem ecossistémica na gestão do impacte;

- Visão de longo termo; e

- Transparência do relato.

2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE06

ABORDAGEM ECOSSISTÉMICA

Defendida pela Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBA) como estratégia de planeamento integrado da Terra, da água e dos recursos biológicos. Esta abordagem, baseada no ecossistema, sustenta a aplicação de métodos científicos que abranjam:

1) a estrutura, os processos, as funções e as interações entre organismos e o seu ambiente;

Destaca-se a importância da disponibilidade e qualidade da água para a dinâmica dos ecossistemas e, como tal para a conservação da biodiversidade. Assim, cabe salientar a publicação da Política de Gestão da Água da EDP em 2012 (www.edp.pt> sustentabilidade> ambiente> água> política de gestão da água). A gestão dos diferentes temas ambientais está enquadrada pelos Sistemas de Gestão Ambiental Corporativo (SGA) implementado de acordo com a Norma ISO 14001 (www.edp.pt> sustentabilidade> ambiente> sistemas de gestão), operacionalizado pelos SGA das Unidades de Negócio, os quais monitorizam e avaliam as medidas, de contexto legal ou voluntário, que visam mitigar ou compensar os impactes na biodiversidade (pág. 8).

Os principais riscos e oportunidades identificados na gestão dos impactes na biodiversidade, através de uma análise corporativa interna, podem ser consultados em www.edp.pt> sustentabilidade> ambiente> biodiversidade.

2) o reconhecimento do ser humano, como parte integrante de muitos ecossistemas; e

3) a conservação da biodiversidade como um objetivo chave, para garantir o equilíbrio dos ecossistemas e a continuidade do bem-estar económico e social das comunidades.

Esta abordagem sustenta um processo participativo, de longo prazo e de gestão adaptativa, capaz de lidar com a natureza dinâmica dos ecossistemas e as incertezas associadas aos seus comportamentos e respostas.

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE 07

ABORDAGEM ESTRATÉGICA

Gerir a biodiversidade, como elemento fundamental para a estabilidade funcional dos ecossistemas, é lidar com incertezas de conhecimento e imprevisibilidades nas respostas dos próprios ecossistemas.

Os vetores estratégicos de atuação na gestão dos seus impactes sobre a biodiversidade, assumidos pela EDP, traduzem a forma de lidar com este dinamismo e ambicionar os resultados esperados alinhados com as Metas e Ações internacionais e europeias assumidas.

A tabela em baixo faz corresponder os conteúdos deste relatório com os vetores de atuação da estratégia EDP e com os objetivos, metas e ações dos principais instrumentos de referência:

BIODIVERSIDADE NOS SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL

A EDP avaliou os potenciais efeitos na biodiversidade das suas principais atividades de exploração e operação. Esta análise permitiu concluir que os mesmos estão abrangidos pelos sistemas de gestão ambiental existentes e possibilitou ainda sistematizar e otimizar a utilização das melhores práticas de minimização e gestão desses efeitos no Grupo.

B,C e D B e C A, B, C, D e E

B, C e E B, C e E B, C e E B, C, De E

B, C e D B, C e D B, C e E A, B e C A, B, C e D

Meta 1Meta 2Meta 6

Meta 1Meta 2Meta 6

Meta 1Meta 2Meta 3Meta 5Meta 6

Meta 1Meta 2Meta 6

n.a. n.a. n.a. Meta 2Meta 6

Meta 1Meta 2Meta 3Meta 5Meta 6

Meta 1Meta 2Meta 6

Meta 1Meta 2Meta 5Meta 6

Meta 1Meta 2Meta 3Meta 5Meta 6

Meta 1Meta 2Meta 6

Estratégia Europeia para a Biodiversidade (2)

(Metas/Ações)

Metas de Aichi de Biodiversidade(1)

(Objetivos estratégicos)

(1) www.cdb.int/sp/targets(2) http://ec.europa.eu/environment/pubs/pdf/factsheets/biodiversity_2020/2020%20Biodiversity%20Factsheet_PT.pdf

Transparência do relato

Visão de longo termo

Abordagem

ecossistémica

na gestão do

impacte

Abordagem participativa e envolvimento local

Perspetiva de longo prazo

Gestão adaptativa

Promoção sistemática do conhecimento

PIL

AR

ES E

STR

ATÉ

GIC

OS

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NTE

TED

RA

ED

PPA

RA

AB

IOD

IVER

SI D

AD

E

FUN

DO

ED

PPA

RA

AB

IOD

IVER

SI D

AD

E

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE08

Atividade Aspeto Ambientel

ImpacteAmbiental

Efeito na Biodiversidade

Presença da Barragem/Açude

Inundação de terrenosa montante e supressão de água e sedimentos a jusante

Esvaziamentode albufeira

Manuseamento de produtos perigosos

Rotura de Barragem

Combustão

Transporte de matéria prima (cadeiade fornecimento)

Extração de matéria prima (cadeia de fornecimento)

Construção de acessos

Produção de energia eólica

Produção de energia eólica

Distribuição de eletricidade por linhas aéreas

Abertura e limpezae proteção de faixa

Abertura de acessos

Uso de SF6

Redução da massa de água disponível

Derrames por acidente/Mau manuseamento

Inundação repentina de terrenos a jusante

Emissão de gase acidificantes como NOX e SO2

Emissão de GEE

Consumo de matérias primas

Abertura de novos acessosque atraem movimento de pessoas

Existência de turbina eólica

Existência de turbina eólica

Linhas de distribuição deeletricidade, em especial emzonas de rede Natura 2000

Criação de descontinuidadede fauna e flora

Criação de descontinuidadede fauna e flora

Emissão de GEE (SF6)

Alteração ou perturbação de habitats/ Perda de continuum fluvial

Degradação das características químicas, biológicas e morfológicas dos cursos de água

Poluição do solo (por absorção) e da água (superficial e subterrânea)

Perturbação de habitats

Chuvas Ácidas

Aquecimento Global

Alteração/ Perturbaçãode habitats

Alteração/ Perturbação de habitats

Obstáculo em corredorecologicomigratórios

Eventuais impactoscomulativos

Colisão e electrocussão de avifauna e outras espéciesde fauna

Alteração/ Perturbaçãode habitats

Fragmentação de habitatse potencial redução de habitatAquecimento Global

Fragmentação de habitats e potencial redução da qualidade da água

Perturbação e destruição de espécies/ Potencial redução da qualidade da água

Supressão de galerias ripícolas/ Perturbação e destruição de espécies/ de flora e potencial afogamento da fauna

Degradação de ecossistemas/perda de habitat

Perda global de biodiversidade

Degradação de ecossistemas/Perda de habitat

Perda de habitat e espécies

Degradação deecossistemas/ Perda de habitat e espécies

Perda Global de Biodiversidade

Principais efeitos na biodiversidade da Atividade de Produção e Distribuição de energia elétrica.

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2.1. MIGRAÇÃO DE PEIXES EM TOUVEDO

O Aproveitamento Hidroelétrico de Touvedo, localizado, em Portugal, no rio Lima, com 22 MW de potência instalada, destina-se essencialmente a regularizar os caudais turbinados pela central do Alto Lindoso, armazenando-os temporariamente e restituindo-os ao rio.

Dada a natureza do impacte ambiental, este aproveitamento está dotado de um dispositivo de passagem para peixes do tipo ascensor para mitigar o efeito barreira na continuidade fluvial. A sua exploração é condicionada à libertação de caudais ambientais (que inclui o regime de caudal ecológico e caudal reservado); à limitação de caudais turbinados em determinadas horas do dia e épocas do ano; e à libertação de caudais em períodos críticos, como sejam épocas de marés vivas.

Para promover a eficácia da passagem de peixes através do ascensor, a EDP conjuntamente com os órgãos reguladores - Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) -, avançaram com o Plano de Ação para a Otimização do Ascensor de Peixes do Aproveitamento Hidroelétrico do Touvedo. Esta iniciativa teve como objetivo avaliar o desempenho do ascensor e implementar ações de melhoria de encontro aos objetivos estabelecidos no Plano de Gestão Enguia-europeia (elaborado pelo Estado Português, de acordo com o Regulamento (CE) n.º 1100/2007).

A iniciativa decorreu entre setembro de 2011 e fevereiro de 2014 e contou com o suporte científico do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, tendo sido implementada em 3 fases:

Fase 1 - Diagnóstico das condições do ascensor e avaliação da sua eficácia;

Fase 2 - Caracterização hidráulica do canal de atração, proposta e implementação de medidas para a sua melhoria;

Fase 3 - Reavaliação da eficácia do ascensor.

O plano de ação centrou-se em seis espécies nativas do Lima (barbo-comum, boga do Norte, ruivaco, enguia-europeia, truta-de rio e lampreia-marinha) e foi desenvolvido um programa de monitorização que permitiu:

- Comparar a informação recolhida com monitorizações efetuadas em 1998/99;

- Comparar a informação recolhida por vídeo-monitorização, no ascensor, com a informação recolhida por captura (pesca elétrica), a jusante da barragem de Touvedo. Para tal, utilizaram-se os seguintes indicadores de eficácia do elevador: número de indivíduos observados no ascensor e número de indivíduos capturados a jusante da barragem.

- Caracterizar a hidraulicidade do canal de atração em diferentes situações de funcionamento do grupo gerador (carga máxima, meia carga e parado).

Nos 2.464 ciclos de transposição, os resultados de eficácia demonstraram haver baixa seletividade de espécies. No entanto, sugerem uma maior eficácia para espécies cujo ciclo de vida ocorre unicamente em meio fluvial, caso da boga do norte. Para espécies migradoras, como a enguia e lampreia, é inconclusiva pelo facto de não haver informação sobre a migração descendente através das turbinas e dos descarregadores. Demonstraram, ainda, haver menor apetência para exemplares de menor porte, explicado pelo facto da malha usada na cuba de coleta ser suficientemente larga para permitir a fuga dos peixes mais pequenos.

02. CASOS PRÁTICOS NO NEGÓCIO

2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE 09

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE10

O Aproveitamento Hidroelétrico Baixo Sabor (AHBS) está localizado em Portugal, na região de Trás-os-Montes. É constituído por duas barragens em contra-embalse, com uma potência instalada de 172 MW (valor de projeto). Esta instalação surge da necessidade de constituir uma reserva estratégica de água no troço mais a montante do Douro Nacional para regular todo o caudal da cascata de jusante.

O Estudo de Impacte Ambiental identificou a existência de áreas de grande valor de conservação da natureza e biodiversidade, localizadas dentro da Rede Natura 2000 - Rede Ecológica para o espaço da União Europeia, que seriam permanentemente afetadas. Em particular, destacam-se dois Sítios de Importância Comunitária (SIC), o dos Rios Sabor e Maças e o de Morais, e uma Zona de Proteção Especial (ZPE), a dos Rios Sabor e Maças.

O projeto foi aprovado, mediante a obrigatoriedade de implementação de 11 medidas compensatórias (MC), com o objetivo de anular o impacte não conseguido pelas restantes medidas de mitigação e conduzir à inversão da tendência natural de degradação ambiental do território onde o aproveitamento está inserido.

A implementação destas medidas foi assumida pela EDP numa estratégia de planeamento e gestão integrada, suportada na Abordagem Ecossistémica (pág. 8).

2.2. BAIXO SABOR EM EXPLORAÇÃO

Estes resultados permitiram implementar ações de melhoria de natureza estrutural e de funcionamento, que se verificaram significativamente mais eficazes, quando comparados os resultados das monitorizações posteriores e anteriores à sua implementação.

Na caracterização hidráulica do canal de atração, a monitorização revelou que, em situação de carga total, a velocidade nas três entradas do dispositivo é suficientemente atrativa e abaixo dos valores críticos para qualquer espécie. Já nas situações de meia carga ou parado os dados demonstraram-se inconclusivos, o que motivou a realização de estudos complementares para a 2ª fase.

Será dada continuidade à vídeo-monitorização do ascensor do Touvedo, de forma a confirmar os padrões de transponibilidade observados bem como avaliar o sucesso de implementação das medidas. Esperam-se novos resultados no final de 2017.

MEDIDAS COMPENSATÓRIOS (MC) DO AHBS

MC1 - Habitat de Compensação da Vilariça.

MC2 - Valorização e Recuperação de habitats de Ribeiras Afluentes, incluindo pontos de água com objetivos ecológicos.

MC3 - Valorização do corredor ripícola no Médio e Alto Sabor e rio Maçãs.

MC4 - Programa de Proteção e Valorização de Habitats prioritários.

MC5 - Recuperação e criação de abrigos e habitats para Quirópteros.

MC6 - Programa de Conservação da Lontra.

MC7 - Programa de Conservação da Toupeira-de-Água.

MC8 - Programa de Proteção e Valorização do Lobo ibérico no Nordeste Transmontano e Beira Alta.

MC9 - Programa de Proteção e Valorização da Avifauna Rupícola no Nordeste Trans-montano.

MC10 - Plano geral de proteção e valorização de Répteis, Anfíbios e Invertebrados no Vale do Sabor.

MC11 - Centro de Interpretação Ambiental e Recuperação Animal (CIARA).

Informação complementar em www.a-nossa-energia.edp.pt

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE 11

A EDP estabeleceu um protocolo de assessoria técnico-científica com o Centro de Estudos em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-UP), garantindo, desta forma, um acompanhamento independente e reconhecido no prosseguimento dos seguintes princípios:

- Procurar o equilíbrio entre a conservação e o uso da biodiversidade;

- Incluir o conhecimento científico, conhecimento local, inovação e práticas nos processos de tomada de decisão;

- Proporcionar o envolvimento de todos os setores relevantes da sociedade e disciplinas científicas;

- Construir e implementar programas centrados na comunidade e, desta forma, permitir às partes interessadas a nível local terem mais controlo sobre os recursos naturais dos quais dependem e encontrar soluções sustentáveis; - Promover uma descentralização da gestão operacional dos processos mais próximos dos ecossistemas, i. e. mais próximo dos verdadeiros “gestores da biodiversidade”, os proprietários agrossilvopecuários;

- Assumir escalas espaciais e temporais adequadas com os objetivos de longo prazo para os ecossistemas;

- Procurar uma gestão integrada sem prejuízo da gestão sectorial;

Este modelo de gestão permitiu uma dinâmica ao longo de todo o processo, da qual resultou um conjunto de iniciativas com o objetivo de potenciar a conservação da biodiversidade e do desenvolvimento local.

GESTÃO ADAPTATIVA DOS PROGRAMAS NO TERRENO

EXECUÇÃO DAS MEDIDAS COMPENSATÓRIAS

1) ATIVIDADE INICIAL Para suportar a definição das ações de conservação das MC a implementar, foram realizados setorialmente trabalhos de campo e estudos adicionais por grupo taxonómico ou por área geográfica. Conclui-se que a gestão dos planos de ação propostos carecia de uma visão global potenciadora de sinergias e complementaridades. Num primeiro momento considerou-se a hipótese da MC4 (habitat prioritários) ser o âmbito de integração das restantes medidas, no entanto, percebeu-se que o esforço de integração não possuía um racional de eficácia tão interessante em prol da biodiversidade quanto o esperado.

2) ATIVIDADE REALIZADA Num segundo momento, a assessoria técnico--científica, elaborou um parecer de integração das MC do AHBS que suportou o conteúdo do Relatório de Integração de Medidas Compensatórias (RIMC),

posteriormente aprovado pela Comissão de Acompanhamento Ambiental da fase de Construção (CAAC) como ferramenta de trabalho para as fases seguintes do planeamento.

MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL

1) ATIVIDADE INICIALForam delineados Programas de Monitorização (PM) para a fase de construção, enchimento e exploração. No entanto, em fase precoce de implementação, houve necessidade de proceder a uma otimização das metodologias dos diferentes PM setoriais, no sentido de gerar ganhos científicos na recolha de informação.

2) ATIVIDADE REALIZADANo âmbito da assessoria técnico-científica,procedeu-se à alteração dos PM. Adicionalmente foi criada uma plataforma eletrónica de integração e disponibilização da informação recolhida - Sistemas de Informação Biológica do Baixo Sabor (SIBBS).

À semelhança do que foi feito para as MC, elaborou-se também um Plano Integrado de Monitorização Ambiental (PIMA) para a fase de enchimento, exploração, monitorização e da eficácia das MC, cuja implementação está a ser executada pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) .

Todo este processo de gestão de dados/informação permitiu ao CIBIO, com o apoio da EDP e da Faculdade para a Ciência e para a Tecnolocia criar o sítio LTER Baixo Sabor (Long-term Ecological Research), como o objetivo de analisar os efeitos de longo-prazo do AHBS.

REDUÇÃO DE RISCOS DE INCÊNDIO

1) ATIVIDADE INICIALNão prevista.

2) ATIVIDADE REALIZADA Do esforço de integração das MC, destaca--se um plano pioneiro da redução do risco de incêndios tendo por base a informação recolhida nas áreas com maior importância de conservação. A redução do risco assenta numa estratégia preventiva com recurso a usos do território capazes de modificar o comportamento do fogo, por exemplo através do aproveitamento das áreas agrícolas como olival e amendoal que contribuem para auto-extensão ou para alteração da progressão e intensidade do fogo. O plano visa prevenir incêndios numa área tampão de 6.528ha (mais do dobro da área de albufeira), dos quais 1.900ha são áreas de conservação prioritárias.

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE12

DIVULGAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO

1) ATIVIDADE INICIALAs ações de sensibilização a par das ações de conservação, foram previstas setorialmente nos estudos das MC e, da mesma forma, conclui-se que a gestão carecia de uma visão global e integradora.

2) ATIVIDADE REALIZADAFoi integrada uma componente de sensibilização no RMIC que assenta na valorização da biodiversidade local e sensibilização para os serviços do ecossistema, os perigos do seu desaparecimento e o papel que cada um de nós pode desempenhar na conservação dos mesmos.

O programa contempla iniciativas dirigidas a vários públicos de forma a abranger os diferentes stakeholders. Destaca-se a iniciativa de sensibilização dirigida à comunidade escolar, com o objetivo de aproximar os jovens às atividades e agentes socioeconómicos locais promotores de boas práticas de gestão da biodiversidade (agricultores, pastores, ONGA locais...), assim como promover uma mudança concetual em torno da importância da biodiversidade para o bem-estar humano.

Na implementação das MC, o processo de envolvimento de stakeholders contou com a participação de proprietários, juntas de freguesia, entidades gestoras de zonas de caça, ONGA locais, entre outras. No total foram estabelecidas mais de 2.000 parcerias, na sua maioria proprietários agroflorestais (mais de 1.300). Os acordos de gestão, passam pela gestão direta ou cedência de gestão às três ONGA locais que assumiram o papel de implantação das ações e de mediação direta com os restantes parceiros locais. Esta mediação demonstrou ser determinante para alçancar os objetivos de conservação dos ecossistemas e desenvolvimento local.

Destacam-se dois fatores determinantes na implementação deste modelo de envolvimento local:

- O número de parceiros envolvidos, que demonstra a recetividade local para melhorar as condições naturais da região e aumenta as garantias de continuidade no longo prazo;

- A maior eficácia na implementação das medidas, com uma relação custo-benefício vantajosa para a conservação do património natural da região.

No longo prazo, a EDP acredita que este será o modelo que melhor contribuirá para um balanço global positivo na biodiversidade, decorrente da construção deste empreendimento. Este modelo evidencia-se hoje através de um conjunto de metodologias e práticas passíveis de adoção para outros projetos análogos.

PROCESSO PARTICIPATIVO

Uma abordagem ecossistémica na gestão do impacte na biodiversidade pressupõe um processo participativo multi-stakeholder. No âmbito do processo de AIA, foi constituída uma CAAC, com representantes das ONGA, das autoridades nacionais, regionais e locais, da comunidade científica, e do promotor.

ENVOLVIMENTO DOS STAKEHOLDERS NA IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO DE ENVOLVIMENTO LOCAL

Gestores de ZIF ONGA Participação em sessões de esclarecimento e envolvimento

em ações cujo sucesso de implementação dependa da sua atuação no território.

(ex: Proteção Civil; Gabinetes Técnicos Florestais)

Parcerias Entidades Oficiais

APATA + Silviconsultores AEPGA + APFNT + PAlOMBAR

Responsabilidade de implementação da maioria das ações nas áreas onde já desenvolviam projetos.

Áreas de Suporte

Técnico Científico

Responsabilidade de identificação dos limites

e proprietários dos prédios rústicos e participação nas

fases de negociação

Fundiário

Desenvolvimento de planos de gestão numa perspetiva de sustentabilidade futura,

indo mais além das obrigações legais

Desenvolvimento de ações específicas e emissão de

pareceres de apoio à decisão

APATA - Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e AmbientaisAEPGA - Associação para o Estudo e Proteção do Gado AsininoAPFNT - Associação de Produtores Florestais do Nordeste TransmontanoPALOMBAR - Associação para a Conservação da Natureza e do Património Rural Silviconsultores - Ambiente e Recursos Naturais S.A.ZIF - Zona de Intervenção FlorestalONGA - Organizações Não-Governamentais de Ambiente

Informação adicional em www.a-nossa-energia.edp.pt

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE 13

2.3. UMA DÉCADA A MINIMIZAR OS IMPACTES DAS REDES

A expansão da rede de distribuição de energia elétrica está muito dependente do ordenamento do território. Conforme vão sendo construídas edificações em áreas adjacentes a zonas com estatuto de proteção da natureza, aumenta o número de quilómetros de linhas a construir nessas regiões. Na Península Ibérica, os principais impactes na biodiversidade decorrentes da atividade de distribuição da EDP, resultam da colisão e da eletrocussão de aves. No Brasil, estes impactes estendem-se a outras espécies de pequenos mamíferos.

- Monitorizar a eficácia da minimização dos impactes sobre a avifauna das linhas corrigidas, sinalizadas e recém-instaladas com novas tecnologias;

- Introduzir de forma faseada as medidas de correção das linhas com impacte sobre a avifauna, identificadas com base nos resultados obtidos no protocolo anterior, no âmbito deste protocolo e no de outros processos identificados como relevantes;

- Assegurar o cumprimento das recomendações técnicas para minimização dos impactes sobre a avifauna em novas linhas ou em linhas já instaladas, dando assim cumprimento à Diretiva Aves (79/409/CEE);

- Aprofundar a avaliação de impacte das linhas aéreas de média tensão em situações específicas, designadamente sobre as populações de Abetarda e Sisão, na ZPE de Castro Verde;

- Consolidar o conhecimento sobre a dispersão de aves prioritárias, concluindo o processo iniciado no protocolo anterior.

CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTES DA DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NA EDP

PROTOCOLO AVIFAUNA

Em 1999, surge o primeiro encontro em Portugal sobre Linhas elétricas e a avifauna, organizado conjuntamente pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), a Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus) e a EDP Distribuição (EDPD). Neste fórum foi discutido o impacte das linhas elétricas sobre a avifauna e a necessidade de considerar medidas de mitigação nas fases de planeamento, construção, e manutenção das linhas elétricas aéreas de média tensão (MT) e de alta tensão (AT).

Em 2003, a EDP estabelece o primeiro Protocolo Avifauna aplicável às linhas elétricas constituindo-se um grupo de trabalho de apoio - Grupo de Trabalho das Aves Selvagens (GTAS). Esta assessoria técnico-científica teve como missão definir, acompanhar e monitorizar as medidas corretivas às linhas consideradas perigosas, assim como realizar estudos de prospeção de linhas críticas. Desde 2009, este papel é desempenhado pela Comissão Técnica de Acompanhamento das Linhas Elétricas e Aves (CTALEIA).

O PROTOCOLO VISA: - Aprofundar o conhecimento acerca dos impactes das linhas aéreas de alta e média tensão sobre a avifauna, com especial incidência no conjunto de áreas classificadas e Important Bird Areas; - Promover a aplicação do Índice de Perigosidade para a avifauna, em todos os traçados das linhas em classificadas e Important Bird Areas;

As ações definidas têm incidido essencialmente em áreas sensíveis (Áreas Protegidas e Rede Natura 2000) e dirigidas a espécies de aves protegidas, nomeadamente espécies de maior envergadura, tais como águias, grifos, abetardas, etc. Destaca-se a importância que os estudos de prospeção e de monitorização de linhas elétricas aéreas, executados pelas ONGA parceiras, têm tido na identificação das linhas mais críticas e na alocação dos esforços de conservação da natureza e biodiversidade.

O envolvimento da EDP neste protocolo conduziu a que os potenciais impactes na biodiversidade sejam tidos em conta nos processos de tomada de decisão em fase de projeto e construção. Esta tarefa é orientada pelo Manual de recomendações para o projeto e construção de novas Linhas Aéreas AT e MT em Zonas de Proteção Especial e Áreas Protegidas desenvolvido no âmbito do Protocolo. Este manual permitiu uniformizar as técnicas de construção de linhas em áreas com estatuto de proteção, prevendo ainda um conjunto de soluções técnicas para a correção de linhas elétricas existentes, identificadas como perigosas para a avifauna.

Ao longo destes 11 anos, foram corrigidos, no total, 521,5km de linhas aéreas de distribuição de eletricidade consideradas críticas para a avifauna, dentro da Rede Nacional de Áreas Classificadas.

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OUTRAS INICIATIVAS DA EDP DISTRIBUIÇÃO DE PROTEÇÃO DA AVIFAUNA:

- Experiências Piloto 2007-2009:Integração de novas tecnologias de proteção da avifauna;

- Experiências Piloto 2008-2012: Experimentação e aplicação de novas tecnologias de proteção de avifauna: Medidas anti-eletrocussão e anti-colisão, com a correção de 10,4 km;

- Projeto PEAR (2008-2009): Correção de troços aéreos de Média Tensão, no âmbito do Plano de Emergência para a Recuperação de 3 Espécies de Aves Rupícolas no Parque Natural do Douro Internacional, uma parceria entre o ICNB e a EDP Distribuição, com correção de 4km.

2.4. MONITORIZAR POPULAÇÕES DE ÁGUIAS

ÁGUIA REAL

A EDP Renováveis tem financiado esforços específicos para compreender a situação das populações de águias em determinados Estados Norte-Americanos através da Oregon Eagle Foundation e do Washington Department of Fish and Wildlife. Até ao momento, a Oregon Eagle Foundation realizou estudos durante quatro anos e o Washington Department of Fish and Wildlife durante dois anos. Os resultados preliminares não indicam que as populações desta espécie em Washington e no Estado de Oregon estejam em declínio acentuado.

O estado da população de Águia-Real (Aquila chrysaetos) desempenha um importante papel na forma como a EDP Renováveis desenvolve e opera os seus projetos de energia eólica em conformidade com a sua adesão à lei norte--americana de proteção da águia americana e da águia-real (Bald and Golden Eagle Protection Action).

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2.5. TARTARUGAS NO TOCANTINS

O Aproveitamento Hidroelétrico (AH) Peixe Angical – 498,75MW de potência instalada - localiza-se no rio Tocantins, entre os municípios de Peixe e São Salvador, no Estado do Tocantins, Brasil.

Os quelónios (cágados e tartarugas) são o grupo de animais mais impactado pela construção da albufeira. Estes animais podem ocupar ambientes lênticos e/ou lóticos com diferentes graus de preservação e são conhecidas 331 espécies e 121 subespécies, das quais 36 ocorrem no Brasil.

Na bacia hidrográfica do complexo Tocantins-Araguaia, as espécies mais comuns são os tracajás (Podocnemis unifilis) e a tartaruga-da-amazónia (Podocnemis expansa), sendo que, atualmente, todas as espécies do género Podocnemis, estão listadas no apêndice II do CITES (Comércio e Detenção de Espécies da Fauna e da Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção) – embora não se encontrem na categoria de ameaça de extinção, poderão entrar, caso a sua exploração comercial não seja controlada.

Tendo por base a intervenção humana no habitat e o consumo (alimentação e comercialização) como as principais causas de ameaça destas espécies, o projeto de monitorização de desovas e de gestão de quelónios, implementado pela Enerpeixe S.A., visa contribuir para a conservação destas espécies, em particular nas áreas de influência do AH Peixe Angical, através de ações de:

- Mapeamento das áreas de desova;

- Gestão dos ninhos para evitar a predação natural ou antrópica;

- Realocação de ninhos em perigo de inundação;

- Monitorização da população através da sua densidade;

- Sensibilização ambiental da população ribeirinha.

Nas estações reprodutivas, que se estendem nas margens ao longo de 32km dos rios Tocantins, Paraña e Palmas, as áreas de desova são visitadas diariamente e sempre que as covas se encontram risco, os ovos são realocados para uma zona juntamente com a areia do local da desova. Quando a eclosão ocorre, os juvenis ficam no berçário até completarem o endurecimento da carapaça, a cicatrização umbilical e o desaparecimento do cheiro de gordura deixada pelo ovo (para evitar a predação). Posteriormente, são libertados em ambientes propícios ao seu desenvolvimento e sobrevivência e longe da perturbação humana.

Complementarmente, outros projetos de conservação da biodiversidade encontram-se em vigor nas áreas do AH Peixe Angical:

- Monitorização da ictiofauna, de botos (Inia geoffrensisi), da arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus);

- Sensibilização ambiental na área de influência da UHE Peixe Angical.

No Parque Eólico Coll de la Garganta (Tarragona, Espanha), um casal de Águias-de--Bonelli (Hieraaetus fasciatus) é acompanhado, com recurso a GPS, com vista à determinação do grau de impacte do parque eólico na área sobrevoada por este casal.

Da análise dos dados do primeiro ano concluiu-se que o território deste casal é inferior ao território médio identificado para outros casais, bem como permitiu conhecer os corredores utilizados entre a área de reprodução e as principais zonas de alimentação.

Consolidada a informação associada ao território do casal, procedeu-se execução dos trabalhos de abertura do terreno dentro da melhoria de habitats de espécies presa do casal de Águias-de-Bonelli. Ainda não está disponível o relatório final de interpretação de resultados, mas as visitas realizadas durante o primeiro trimestre do ano de 2014 evidenciaram que houve reprodução graças à deteção de uma cria no ninho. Do mesmo modo, durante o mês de Julho, empreendeu-se a fase de libertação de exemplares de coelho e perdiz, facto que provocou o aparecimento imediato de localizações GPS na zona de trabalhos de abertura do terreno onde, meses antes, mal se tinham detetado localizações.

ÁGUIA-DE-BONELLI

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VALORIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ECOSSISTEMA

Os serviços de ecossistema (SE) representam os benefícios que o Homem obtém das funções desempenhadas pela natureza (ex.: bens alimentares, regulação do clima, atividades de recreio, entre outras). Atualmente observa-se uma tendência crescente para a incorporação do conceito de SE na avaliação de projetos empresariais e uma progressiva alteração regulatória que, no médio prazo, obrigará à identificação, avaliação e comunicação dos impactes das atividades e projetos das empresas nos diferentes SE.

CARACTERIZAÇÃO DOS IMPACTES DA DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NA EDP

Esta transição pode representar um custo acrescido para as empresas que necessitem de recorrer a processos de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), mas pode também contribuir para tornar o processo mais eficiente e com maior utilidade, para todas as partes envolvidas.

Face a esta incerteza, a EDP solicitou ao Instituto Superior Técnico (IST) – Universidade de Lisboa, um estudo que avaliasse a possibilidade de utilizar informação, produzida no âmbito dos processos de AIA, para calcular o valor económico das externalidades do projeto, por cada serviço de ecossistema afetado.

Como objetivo principal, procurou-se avaliar o esforço necessário para transitar de uma abordagem à biodiversidade mais conservacionista para uma abordagem mais antropocêntrica, onde os benefícios da biodiversidade são reconhecidos pelo modelo económico em que vivemos e onde a tomada de decisão considera uma análise custo-benefício das opções estudadas.

O trabalho desenvolvido pelo IST procurou responder às seguintes perguntas:

- A informação atualmente recolhida no âmbito de um Estudo de Impacte Ambiental (EIA) permite estimar o impacte dos projetos a partir das alterações nos diferentes SE afetados?

- As metodologias e métricas para caracterização e avaliação do impacte na biodiversidade são suficientes para uma quantificação do impacte da alteração dos SE afetados? - Quais as melhorias a sugerir em futuros EIA, que minimizem ou anulem um eventual esforço adicional?

- É possível aplicar metodologias de Valoração Económica dos impactes ambientais de instalações já em operação, com base na informação existente ou há métodos indiretos para o fazer?

Utilizando a Classificação Internacional Comum de Serviços de Ecossistemas - CICES, fez-se uma análise de correspondência entre a informação recolhida em cada um dos descritores do EIA e o conjunto de indicadores definidos que permitissem uma quantificação/valorização espacial do SE. Para este exercício foi utilizado o EIA produzido para o Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua.

Concluiu-se que a maioria da informação produzida nos processos de AIA não permite uma avaliação direta da alteração dos diferentes SE afetados, não sendo possível a sua valoração económica.

A sensibilização ambiental e envolvimento das comunidades locais como componente da estratégia de conservação da natureza e biodiversidade, foi fundamental para a sustentabilidade das ações de conservação. As comunidades locais foram envolvidas na implementação das ações e simultaneamente sensibilizadas para a importância de conservação destas espécies.

Resultados:- O mapeamento das áreas de desova ao longo de três anos permitiu identificar as áreas preferenciais de desova desta espécie;

- A perda de ninhos por inundação diminuiu, verificando-se ausência de perdas em 2013,

- A predação de ninhos reduziu significati-vamente, principalmente a causada pelo Homem, que corresponde a 3,3% das covas monitorizadas (11 ninhos em 331);

- Aumento a taxa de sobrevivência de juvenis como resultado com a diminuição da predação humana para carne, vísceras, ovos e ornamentos;

- A população manteve-se estável, não apresentado variações significativas.

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03. APOIO À SOCIEDADE

De acordo com a sua Política de Biodiversidade, a EDP visa contribuir para aprofundar o conhecimento científico sobre diversos aspetos da biodiversidade. Nesse sentido, a empresa apoia e colabora em projetos com ONG, instituições científicas e académicas, contribuindo para que a sociedade adquira um maior e mais amplo conhecimento nesta matéria.

Em 2011, a EDP em parceria com o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) iniciou o projeto de reintrodução da águia pesqueira (Pandion haliaetus), em Portugal. O projeto visa a recuperação da população reprodutora, que deixou de nidificar no país no início do séc. XXI, e a ação é dirigida para esforços de reconstituição de um núcleo reprodutor assente nas seguintes etapas:

1. Recolha de juvenis e transferência dos países dadores (Suécia e Finlândia);

2. Colocação dos juvenis na torre de haking*, onde são alimentados até completarem o seu desenvolvimento;

3. Libertação para o seu novo ambiente, onde continuam a ser alimentados;

4. Migração para sul, através do sahara, terminando na áfrica ocidental (Senegal, Gâmbia, Guiné bissau, Mali ou Costa do Marfim)

3.1. ÁGUIA PESQUEIRA

5. Após 2 a 3 anos na área de dispersão, iniciam a migração de volta às áreas de origem para aí nidificarem (depois de atingirem a idade adulta ao terceiro ano de vida). considerar a área de libertação como área natal.

Em 2013, chegaram 12 juvenis (6 da Suécia e 6 da Finlândia) com 5 a 6 semanas de idade e completaram o seu desenvolvimento na torre de adaptação*, situada na margem da albufeira da barragem de Alqueva, na Herdade do Roncão, durante cerca de 24 dias.

Em 2014, foram 7 machos e 4 fêmeas a chegar da Suécia e da Finlândia (os machos têm maior tendência para voltar à região de origem) e serem eles, em primeiro lugar, a estabelecer-se nos territórios de reprodução, onde posteriormente podem atrair as fêmeas.

As aves foram alimentadas maioritariamente com peixes provenientes da própria albufeira (principalmente lucioperca e barbos), por exemplo, em 2013, foram consumidos 79 kg na fase de adaptação e crescimento e 185 kg após libertação. Os ninhos no interior das gaiolas foram construídos com ramos de giesta (Retama sphaerocarpa) e revestidos com caules e folhas de tabúa (Typha sp.) e líquenes terrícolas.

Equipadas com radioemissores VHF, as aves foram libertadas com nove semanas de idade, em dois dias seguidos. Primeiro foram libertadas as fêmeas por se ter verificado nos anos anteriores serem mais tranquilas e com tendência para se manterem nas proximidades e, assim, serem factor de atração dos machos, tendencialmente mais agitados, reduzindo o risco de dispersão precoce.

No 4º ano do projeto, foram avistados 4 indivíduos adultos que pescavam no local de libertação. No entanto, pela anilha, só foi possível confirmar um dos exemplares como pertencente a este programa de reintrodução.

Informação complementar em aguiapesqueira.org.

Face aos resultados, foi proposto um Roteiro Metodológico para utilização em futuros processos de AIA. Este guia propõe um conjunto de indicadores de SE e métodos de valorização a utilizar, por SE, que permitem orientar a recolha de informação em fase de EIA, facilitando a abordagem por serviço de ecossistema.

O guia procura contribuir para a utilização futura de análises custo-benefício no processo de tomada de decisão que incorpore os efeitos ambientais do projeto. Além disso, esta metodologia permite focar e otimizar as iniciativas de minimização e compensação, contribuindo para um impacte positivo global sobre a biodiversidade.

*torre de hacking permite fazer imprinting do local, conseguindo que os juvenis passem a considerar a área de libertação como área natal.

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- Manutenção das cercas de ursos: Nos diferentes recintos vedados localizados em Santo Adriano, nas margens do Caminho do Urso, albergam-se os únicos exemplares do urso pardo cantábrico (a Paca, a Tola e a Molina), que permanecem em cativeiro, no mundo. Este tipo de instalações, único na Cordilheira Cantábrica, pode ser utilizado para a recuperação de animais, bem como para dar abrigo àqueles que não consigam adaptar-se à vida selvagem;

- Educação Ambiental: A FOA oferece diferentes programas de educação ambiental para escolas, instituições, associações, empresas e particulares, ao longo do ano;

- Trabalho de campo: A principal atividade nesta área consiste na vigilância e acompanhamento da população de ursos, partilhando a informação com as instituições públicas e outros grupos com vista a favorecer a conservação da espécie, para além de colaborar em diferentes projetos de investigação científica.

Informação complementar em www.osodeasturias.es.

3.2. URSO PARDO NAS ASTÚRIAS

O urso pardo cantábrico (Ursus arctos) é uma espécie protegida, em Espanha, com subpopulações pequenas e isoladas. A Cordilheira Cantábrica é o seu principal núcleo e é uma região onde a EDP opera. Por este motivo, desde 1992, a Fundación EDP colabora com a Fundación Oso de Asturias (FOA), uma instituição cultural privada, sem fins lucrativos, criada para promover e desenvolver atividades para a conservação do urso pardo cantábrico e do seu habitat.

As atividades centram-se em quatro pilares:

- Gestão da Casa do Urso: Localizada em Proaza, é sede oficial do FOA, que recebe milhares de visitantes, anualmente. A Casa del Oso é o centro de informação, sensibilização e educação ambiental onde decorrem reuniões técnicas, cursos, conferências, exposições, etc.;

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O valor de parceria Voluntariado EDP-ICNF, no âmbito do Parte de Nós – Ambiente, foi reconhecido publicamente pelo Governo Português na pessoa do Secretário de Estado do Ordenamento do Território e Ambiente em sessão pública no Parque Nacional Peneda-Gerês em Setembro 2014.

O envolvimento da EDP Renováveis passou, em Espanha, pela proteção de árvores autóctones e plantação de árvores, esta última também realizada na Polónia. No Brasil, foram plantadas árvores e realizadas ações como a recolha de resíduos nas margens do rio Tocantins que encheram 25 pequenas embarcações com a Prefeitura do Peixe; em Itália plantaram uma horta urbana e no Reino Unido foram limpas áreas para proteção de orquídeas selvagens.

3.3. PARTE DE NÓS AMBIENTE

O Parte de Nós - Ambiente integra um programa de voluntariado corporativo da EDP, realizando--se em todos os países em que a EDP está presente.

Entre 2013 e 2014, a nível internacional, participaram 3.816 voluntários e realizaram-se 58 ações, totalizando cerca de 21.663 horas de serviço voluntário, com impacte em 420.900 beneficiários.

Em Portugal, contou com o apoio dos colaboradores, familiares, amigos e de 85 parceiros (Câmaras Municipais, fornecedores, agentes locais e organizações sociais), com vista à sensibilização ambiental, conservação da natureza e das florestas. O foco foi para as espécies invasoras como uma das principais causas da perda de biodiversidade. Realizaram--se 32 ações de norte a sul do país em zonas florestais e zonas de praia, situadas em áreas classificadas, selecionadas com o Instituto da Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF).

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A EDP apoia, desde 2009, a Cátedra EDP Biodiversidade em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia e com a Universidade do Porto, com o objetivo de atrair para Portugal especialistas no domínio da Biodiversidade e Conservação da Natureza. A cátedra visa promover o conhecimento científico associado aos impactes na biodiversidade relativos à produção de energia elétrica, para a minimização e monitorização dos mesmos.

Com um apoio de 120.000€ por ano, foram acordadas quatro linhas de ação:

3.4. CÁTEDRA EDP PARA A BIODIVERSIDADE

Entre 2012 e 2014, os resultados da investigação da Cátedra EDP para a Biodiversidade deram origem às seguintes publicações e comunicações:

- 18 publicações (ou em fase de publicação) em revistas científicas da especialidade;

- Seis publicações e fase final de submissão;

- Dois capítulos de livros; - 21 apresentações em congressos; - Organização do Congresso internacional da Rede LTER (Long Term Ecological Resaerch); - Website para divulgação do trabalho da Cátedra: maerua.iict.pt/applecol.

Em www.browsep.edp.pt estão disponíveis os Estudos de Impacte Ambiental da empresa, assim como outros tipos de estudos que têm vindo a ser promovidos pela EDP.

No mesmo website estão, também, disponíveis os relatórios intermédios e finais dos projetos do Fundo EDP para a Biodiversidade.

BROWSEDP

O Browsedp permite aceder a toda a informação de caráter ambiental cuja natureza é pública, ou que a empresa considere de interesse para a comunidade.

Ecologia populacional

Linhas de ação Espécies Resultados/Conclusões

Fragmentação de habitats e persistência metapopulacional

Investigação ecológica de longo termo

Águia de Bonelli(Aquila fasciata)

Lobo(Canis lupus)

Toupeira de água(Galemys pyrenaicus)

Melhor planeamento de novos projetos;

Alocação mais eficiente de recursos (humanos e financeiros)

Melhor relação custo-benefício;

Estabelecer relações com outros setores de atividade (ex: agricultura)

Permitir que um Estudo de Impacte Ambiental contemple: melhor relação custo-benefício; aval-iação de impactes positivos e negativos; e numa

escala temporal

Maior transparência no processo

Desenvolvimento de metodologias/ferramentas que permitem ter dados mais robustos,

em menos tempo e redução de custos

Ecologia populacional

Linhas de ação Espécies Contributos para a gestão da biodiversidade

Fragmentação de habitats e persistência metapopulacional

Investigação ecológica de longo termo

Compensação e minimização de impactes

Águia de Bonelli(Aquila fasciata)

Lobo(Canis lupus)

Toupeira de água(Galemys pyrenaicus)

Biodiversidade em geral e serviços do ecossistema

Biodiversidade em geral

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O Fundo EDP para a Biodiversidade foi criado em 2007 com o intuito de financiar projetos associados à promoção e recuperação da biodiversidade, num total de 2,5 milhões de euro a aplicar durante cinco anos.

Até 2011, puderam candidatar-se entidades sem fins lucrativos, públicas ou privadas, e instituições de caráter científico ou universitário, que demonstraram competências técnicas no domínio da conservação da natureza.

Com a constituição deste fundo, a EDP pretendeu contribuir para o aprofundamento

3.5. FUNDO EDP PARA A BIODIVERSIDADE

do conhecimento científico sobre os diferentes aspetos da biodiversidade e otimização da conservação e melhoria da dinâmica dos ecossistemas com especial incidência nos domínios mais relevantes para o desenvolvimento das suas atividades, privilegiando as regiões onde opera.

Com a última candidatura aberta em 2011, há projetos em curso, cujas conclusões e produtos estão agora a ser apresentados.

Os relatórios finais dos projetos do Fundo EDP para a Biodiversidade, podem ser consultados em www.browsedp.pt.

Na tabela abaixo, estão listados todos os projetos e instituições

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE22

Na tabela seguinte estão listados os projetos apoiados pelo Fundo de Biodiversidade EDP, com os principais objetivos e produtos de cada um, assim como as conclusões a que se chegou:

BrioAtlas – Portugal Atlas dos briófitos

ameaçados de Portugal

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Movimentos locais e regionais do sisão

(Tetrax tetrax)

Plano Nacional de Conservação da Lampreia-de-rio e

Lampreia-de-riacho

Relatório final do projeto no Browsedp;

Publicação de livro: "Atlas e livro vermelho dos briófitos ameaçados em Portugal".

Elaboração da carta de risco de colisão com linhas aéreas de distribuição de energia para o Sisão - ave classificada no Livro Vermelho dos Vertebrados como

vulnerável em Portugal e afectada pela atividade da EDP de distribuição de energia.

Relatório final do projeto no Browsedp;

Publicação do trabalho em revista científica internacional - Biological Conservation: "A spatially

explicit approach to assess the collision risk between birds and overhead power lines: a case study with the

little bustard" (disponível em sciencedirect.com/-science/article/pii/S0006320713004473).

Os briófitos são plantas terrestres fundamentais para a manutenção da biodiversidade e dos ecossistemas, sendo importantes indicadores ecológicos e de alter-

ações ambientais. A brioflora de Portugal com um total de 704 espécies, compreende cerca de 40% das espécies

europeias e quase 65% dos briófitos ibéricos. As espécies com estatuto de conservação mais elevado

atingem 28,4%.

O livro apresenta medidas específicas de conservação, delimitação de áreas territoriais prioritárias numa

perspetiva de manutenção da biodiversidade. Para 141 espécies consideradas mais relevantes, são

apresentados: descrição sumária, mapa de distribuição, imagens e estado de conservação.

O trabalho permitiu:

- Confirmar o elevado estatuto de ameaça das espécies e a ocupação de uma reduzida área de distribuição em

Portugal Continental;

- Desenvolver um modelo estatístico explicativo e preditivo que indica os parâmetros ambientais que

condicionam a distribuição destas espécies e avalia a probabilidade da sua ocorrência em território nacional;

- Definir critérios de classificação das linhas de água prioritárias para a sua conservação, informação útil para ser incorporada nos instrumentos de gestão territorial da

Rede Natura 2000, por exemplo na definição de Zonas Especiais de Conservação.

As cartas de risco de colisão foram validadas espacialmente e temporalmente com dados de

mortalidade real obtidos no âmbito dos Protocolos Avifauna I e II;

Os resultados do projeto foram apresentados e discutidos num Seminário com especialistas, técnicos,

estudantes da EDP e REN;

A cartografia elaborada poderá constituir um importante instrumento de ordenamento para a instalação de novas

linhas de distribuição, assim como identificar as linhas existentes que representam maior perigo de colisão, para futuras ações de correção de linhas elétricas em troços

conflituosos com aves ameaçadas.

BrioAtlas – Portugal Atlas dos briófitos

ameaçados de Portugal

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Movimentos locais e regionais do sisão

(Tetrax tetrax)

Plano Nacional de Conservação da Lampreia-de-rio e

Lampreia-de-riacho

Relatório final do projeto no Browsedp;

Publicação de livro: "Atlas e livro vermelho dos briófitos ameaçados em Portugal".

Relatório final do projeto no Browsedp;

Publicação do trabalho em revista científica internacional - Biological Conservation: "A spatially

explicit approach to assess the collision risk between birds and overhead power lines: a case study with the

little bustard" (disponível em sciencedirect.com/-science/article/pii/S0006320713004473).

Promover a conservação de duas espécies de lampreia ameaçadas de extinção.

Relatório final do projeto no Browsedp;

1 artigo científico publicado em revista internacional -Biological Conservation: "Influence of macrohabitat

preferences on the distribution of European brook and river lampreys: Implications for conservation and

management" (disponível em sciencedirect.com/science/article/pii/S0006320712004818)

1 doutoramento e 1 tese de mestrado.

Os briófitos são plantas terrestres fundamentais para a manutenção da biodiversidade e dos ecossistemas, sendo importantes indicadores ecológicos e de alter-

ações ambientais. A brioflora de Portugal com um total de 704 espécies, compreende cerca de 40% das espécies

europeias e quase 65% dos briófitos ibéricos. As espécies com estatuto de conservação mais elevado

atingem 28,4%.

O livro apresenta medidas específicas de conservação, delimitação de áreas territoriais prioritárias numa

perspetiva de manutenção da biodiversidade. Para 141 espécies consideradas mais relevantes, são

apresentados: descrição sumária, mapa de distribuição, imagens e estado de conservação.

As cartas de risco de colisão foram validadas espacialmente e temporalmente com dados de

mortalidade real obtidos no âmbito dos Protocolos Avifauna I e II;

Os resultados do projeto foram apresentados e discutidos num Seminário com especialistas, técnicos,

estudantes da EDP e REN;

A cartografia elaborada poderá constituir um importante instrumento de ordenamento para a instalação de novas

linhas de distribuição, assim como identificar as linhas existentes que representam maior perigo de colisão, para futuras ações de correção de linhas elétricas em troços

conflituosos com aves ameaçadas.

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE 23

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Conservação e Valorização da Flora Endémica Ameaçada

em Portugal

CHARCOScomBIO

Investigação, Conservação e Divulgação da

Biodiversidade dos Charcos Temporários

Conservação de espécies de plantas raras e ameaçadas em Portugal, in situ e ex situ,

e seu aproveitamento, em especial em aplicações medicinais.

Relatório final no Browsedp.

Estudo e divulgação da Biodiversidade e Ecologia de Crustáceos em Charcos Temporários;

Desenvolvimento de uma Rede de Microreservas e um Programa Educativo de âmbito nacional.

Relatório final no Browsedp;

Websites: sites.google.com/site/charcoscombio e www.charcoscomvida.org

Exposições: (1) Anfíbios - Uma pata na terra outra na água, exibida em 23 cidades de Portugal e (2) Presos no Charco, biodiversidade de crustáceos, exibida no Museu

Nacional de História Natural e da Ciência.

Desenvolvido por uma rede de entidades. Incluiu diversas vertentes complementares que aprofundaram

o estudo da biodiversidade dos charcos temporários de Portugal, divulgaram a sua existência e promoveram

a sua conservação;

Desenvolvidas iniciativas de grande visibilidade como as exposições “Presos no Charco” e “Anfíbios: Uma pata na água outra na terra”, e a Campanha Charcos com Vida deram a conhecer os charcos e a sua biodiversidade

única à comunidade escolar e população de todo o país;

Criação pioneira de 3 micro-reservas e inventariação de charcos a nível nacional permitiram alargar o conhecimento da distribuição destes habitats e

contribuir para a conservação de locais de reconhecida importância. Este projeto alicerçou futuras ações que irão melhorar o conhecimento destes ecossistemas

e a sua conservação.

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Conservação e Valorização da Flora Endémica Ameaçada

em Portugal

CHARCOScomBIO

Investigação, Conservação e Divulgação da

Biodiversidade dos Charcos Temporários

Relatório final no Browsedp.

Foram estudadas 14 espécies endémicas (Angelica pachycarpa, Anthririnum lopesianum, Arabis sadina,

Chaenorhinum serpyllifolium subsp. lusitanicum, Convolvulus fernandesii, Daucus carota subsp. halophilus,

Digitalis amandiana, Distichoselinum tenuifolium, Eryngium duriaei, Narcissus fernandesii, Omphalodes

kuzinskyanae, Pseudoarrhenatherum pallens, Santolina semidentata e Senecio doronicum subsp. lusitanicus),

a maioria das quais se encontra ameaçada;

As sementes das espécies foram armazenadas para conservação a longo prazo no Banco de Sementes A.L.

Belo Correia. A percentagem de espécies protegidas pela Diretiva Habitats conservadas ex situ, aumentou

de 27% para 36%;

Foram desenvolvidos métodos de multiplicação in vitro e identificadas as condições ótimas de germinação de sementes em seis espécies. Foi feita a caracterização química e bioatividade de várias espécies (atividade

antifúngica e antioxidante);

Foi determinada a diversidade genética populacional de Senecio doronicum subsp. lusitanicus e avaliada a sua vulnerabilidade. Esta informação será útil para futuras

medidas de conservação in situ.

Estudo e divulgação da Biodiversidade e Ecologia de Crustáceos em Charcos Temporários;

Desenvolvimento de uma Rede de Microreservas e um Programa Educativo de âmbito nacional.

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE24

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Promoção do conhecimento quanto à distribuição e abundância relativa de espécies de aves durante o

período de migração pós-nupcial e de inverno, em todo o território nacional.

Foram recuperados:

5km de galerias ripícolas,

150ha de bosque de sobro e azinho (100ha em regime de silvo-pastorícia e 50ha em trabalhos de silvicultura);

Foram instalados:20ha de parcelas cerealíferas,

Rede de charcas com 20 pontos de água.

Foram integrados no projecto 12 investigadores, completados 4 inventários (invertebrados - aranhas e insectos -, flora, répteis e anfíbios), num total de cerca de 600 espécies identificadas, e 2 teses de mestrado

sobre o Britango;

Foi atingida a meta de 1.000 visitantes por ano (meta fixada para 2019);

A Reserva foi classificada, em 2010, como a primeira área protegida privada do país (214ha) e com base no Plano de Gestão da Reserva da Faia Brava, foi elaborado um documento estratégico – Plano de Gestão da APP Faia

Brava – aprovado pelo Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e anexado ao protocolo

de gestão assinado pela ATN e pelo ICNB.

Reserva da Faia Brava

Relatório final no Browsedp;

Edição do "Atlas da distribuição e abundância das aves de Portugal durante o inverno e a migração pós-nupcial".

Atlas das Aves Invernantes e Migradoras de

Portugal

Participação de mais de 400 colaboradores: 10 elementos da comissão científica, 17 coordenadores regionais, 320

colaboradores de campo, 25 anilhadores, 60 autores de textos e mais de 50 fotógrafos;

Realização de 3.850 horas de contagem de aves nas visitas sistemáticas que produziram 144.500 registos

de observações;

A cobertura das visitas sistemáticas atingiu os 55% no período da migração pós-nupcial (545 quadrículas

visitadas) e os 75% no período de Inverno (737 quadrículas visitadas);

Os registos adicionais permitiram incluir mais 148 quadrículas no período pós-nupcial e 81 quadrículas

no Inverno;

No total foram registadas 415 espécies, das quais 307 têm mapas de distribuição e/ou textos descritivos.

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Promoção da conservação da natureza com vista à criação e gestão sustentável de uma reserva natural privada, envolvendo ONGs e a comunidade em geral.

Relatório final no Browsedp.

Promoção do conhecimento quanto à distribuição e abundância relativa de espécies de aves durante o

período de migração pós-nupcial e de inverno, em todo o território nacional.

Foram recuperados:

5km de galerias ripícolas,

150ha de bosque de sobro e azinho (100ha em regime de silvo-pastorícia e 50ha em trabalhos de silvicultura);

Foram instalados:20ha de parcelas cerealíferas,

Rede de charcas com 20 pontos de água.

Foram integrados no projecto 12 investigadores, completados 4 inventários (invertebrados - aranhas e insectos -, flora, répteis e anfíbios), num total de cerca de 600 espécies identificadas, e 2 teses de mestrado

sobre o Britango;

Foi atingida a meta de 1.000 visitantes por ano (meta fixada para 2019);

A Reserva foi classificada, em 2010, como a primeira área protegida privada do país (214ha) e com base no Plano de Gestão da Reserva da Faia Brava, foi elaborado um documento estratégico – Plano de Gestão da APP Faia

Brava – aprovado pelo Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) e anexado ao protocolo

de gestão assinado pela ATN e pelo ICNB.

Reserva da Faia Brava

Relatório final no Browsedp;

Edição do "Atlas da distribuição e abundância das aves de Portugal durante o inverno e a migração pós-nupcial".

Atlas das Aves Invernantes e Migradoras de

Portugal

Participação de mais de 400 colaboradores: 10 elementos da comissão científica, 17 coordenadores regionais, 320

colaboradores de campo, 25 anilhadores, 60 autores de textos e mais de 50 fotógrafos;

Realização de 3.850 horas de contagem de aves nas visitas sistemáticas que produziram 144.500 registos

de observações;

A cobertura das visitas sistemáticas atingiu os 55% no período da migração pós-nupcial (545 quadrículas

visitadas) e os 75% no período de Inverno (737 quadrículas visitadas);

Os registos adicionais permitiram incluir mais 148 quadrículas no período pós-nupcial e 81 quadrículas

no Inverno;

No total foram registadas 415 espécies, das quais 307 têm mapas de distribuição e/ou textos descritivos.

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE 25

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Caracterização do património genético das árvores ribeirinhas

autóctones: aplicação ao Aplicação ao Salgueiro

branco

(Salix salvifolia)

Promoção da construção do conhecimento ao nível da biodiversidade genética das populações de espécies

arbóreas ribeirinhas autóctones contribuindo para o sucesso das ações de conservação e restauro deste tipo de habitats: aplicação a uma espécie endémica,

Salix salvifolia.

Relatório final no Browsedp;

Manual de boas práticas para a propagação de espécies lenhosas ribeirinhas;

Website com ambiente websig, com resultados e documentação produzida:

riplante.apambiente.pt/riplante;

Parque de pés-mãe de espécies lenhosas ribeirinhas.

Foi feita a delimitação de potenciais regiões de proveniência de espécies arbóreas ribeirinhas de

Portugal com base na sua probabilidade de ocorrência ao longo da rede hidrográfica e em critérios de classificação ambiental para oito espécies-alvo:

Alnus glutinosa, Flueggea tinctoria, Fraxinus angustifolia, Frangula alnus, Nerium oleander, Salix atrocinerea, Salix

salvifolia e Tamarix africana);

Pela primeira vez, foi caracterizada a diversidade genética, estrutura e atributos morfológicos e funcionais de populações de Salix salvifolia, ao longo de duas redes

hidrográficas de Portugal, apresentando diferentes graus de conectividade;

Elaborou-se um “Manual de boas práticas para a propagação de espécies lenhosas ribeirinhas”, com

a identificação geográfica de potenciais áreas de colheita de propágulos, paralelamente instalou-se

um parque de pés-mãe protótipo para a colheita de material vegetativo.

Conservação do património etnobotânico; Envolvimento das populações nas ações de gestão e conservação dos recursos; Desenvolveimento de espaços de demonstração; Divulgação e promoção da conservação da biodiversidade e do património

cultural associado.

Relatório final no Browsedp;

Publicação de três livros: "Etnoflora da Terra de Miranda", "Etnobotânica da Terra de Miranda" e "As Plantas e Gastronomia da Terra de Miranda".

Inventariação de espécies, usos e saberes, seguindo os ritmos sazonais da vegetação e das tarefas agrícolas nas parcelas de cultivo e nas hortas familiares da Terra

de Miranda;

Foi recuperada informação relativa a cultivos antigos, ao uso tradicional de espécies silvestres e à variabilidade

de espécies cultivadas;

Registaram-se novos usos e conhecimentos, e a introdução de espécies exóticas. As atividades de promoção, educação ambiental e divulgação, as

exposições temáticas e o seminário envolveram um elevado número de participantes;

Durante os diversos eventos discutiu-se: biodiversidade e conservação, valorização dos recursos, e importância

do registo e preservação do património biocultural das regiões.

Cultibos Yerbos ISaberes: Biodiversidade,

Sustentabilidade e Dinâmica em Terras

Miranda

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Conservação do património etnobotânico; Envolvimento das populações nas ações de gestão e conservação dos recursos; Desenvolveimento de espaços de demonstração; Divulgação e promoção da conservação da biodiversidade e do património

cultural associado.

Relatório final no Browsedp;

Publicação de três livros: "Etnoflora da Terra de Miranda", "Etnobotânica da Terra de Miranda" e "As Plantas e Gastronomia da Terra de Miranda".

Cultibos Yerbos ISaberes: Biodiversidade,

Sustentabilidade e Dinâmica em Terras

Miranda

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE26

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Relatório final no Browsedp.

Promoção do conhecimento das espécies de kelp e das que delas dependem; Construção de diretrizes de gestão substanciadas em instrumentos de participação pública;

e Divulgação científica.

As populações do norte de Portugal são compostas por extensas florestas de elevada conectividade a nível genético; as populações do sul de Portugal são de

pequenas dimensões e com elevado nível de isolamento. São as mais ricas no que respeita à diversidade

genética.;

As ações de transplante dos indivíduos adultos são viáveis para colonizar áreas que potenciem a biodiversi-

dade marinha;

Foi documentada a riqueza de espécies de peixe existentes nas florestas de kelp;

As ações de campo permitiram desenvolver técnicas inovadoras de registo em vídeo e posicionamento GPS de

espécies sésseis.

Promoção e divulgação do conhecimento sobre a flora característica dos sistemas ribeirinhos e a sua

distribuição geográfica;

Atlas sistematiza e reúne informação sobre as carac-terísticas taxonómicas, nomenclatura, distribuição geográfica, ecologia, formas de propagação e usos

tradicionais de cada espécie. Estão incluídas espécies arbóreas, arbustivas, bem como as herbáceas mais

características e que podemos encontrar nos ecossiste-mas dulceaquícolas de Portugal Continental, nomeada-

mente cursos de água, albufeiras, paúis e lagoas;

São abrangidas tanto espécies espontâneas como espécies exóticas que já se encontram naturalizadas;

É feita a divulgação dos conteúdos através de um website e de uma aplicação para dispositivos móveis

com recurso à utilização de chaves múltiplas de identifi-cação interativas ilustradas e baseadas em característi-cas facilmente observáveis, o utilizador pode chegar à

identificação de uma espécie.

Elaboração de um manual que reúna informação sobre as espécies vegetais características de ecossistemas

ribeirinhos de Portugal Continental

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Atlas da vegetação ripícola de Portugal

continental

Findkelpas florestas do fundo do mar

Relatório final no Browsedp;

Edição do "Atlas da Vegetação Ripícola de Portugal Continental", versão impressa, web e em aplicação móvel;

Website: http://riosbiodiv.uevora.pt.

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE 27

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Contribuir para um melhor conhecimento das espécies de micorinvertebrados associados às lagoas naturais e

artificializadas do planalto central da Serra da Estrela e linhas de água que delas derivam

Relatório final no Browsedp;

Exposição temática sobre “Lagoas da Estrela - água e biodiversidade”, patente no Centro de Interpretação da

Serra da Estrela (CISE) em 2015 e 1026, passando, depois, a ter um caráter itinirante pelo país

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Biodiversidade, endemismos e espécies protegidas associadas às lagoas e cursos de

água da Serra da Estrela: valorização de um século

de aproveitamento hidroelétrico

Abordagem multidisciplinar da biodiversidade associada às lagoas da Serra da Estrela;

Organização de exposições e atividades de formação para a divulgação do projeto às comunidades locais e visitantes da Serra da Estrela, jovens universitários e

técnicos de conservação da natureza;

Sistematização do conhecimento da biodiversidade da Serra da Estrela e organização de uma coleção de

referência envolveram o contacto com especialistas nacionais e estrangeiros e pretende contribuir para que a

biodiversidade desta área protegida seja uma das melhores conhecidas de Portugal e que receba o reco-nhecimento internacional pela qualidade da informação

obtida, analisada e disponibilizada à comunidade científica, decisores políticos e à população em geral.

Projeto desenvolvido no Rio Mondego (regime de caudais artificial) e no Rio Vouga (regime natural), funcionando o

segundo como referência às eventuais alterações identificadas no Rio Mondego relacionadas com a

artificialização do caudal;

Análise hidrológica indicou que a regularização para fins hidroelétricos no Rio Mondego afeta, em especial, as

variáveis associadas à época do estio.

Principais resultados:Verificou-se uma maior abundância de espécies exóticas e limnófilas no rio não regularizado e de euritópicas no

rio regularizado (Tarefa 1), explicada pelas distintas capacidades de adaptação destas espécies aos difer-entes regimes hidrológicos e à respetiva variabilidade

sazonal do habitat;

Os barbos do rio regularizado utilizam uma área mais extensa e contínua que a população do rio não regular-

izado (Tarefa 2), em conjunto com uma significativa alteração do padrão sazonal de movimento, provavel-

mente em resposta às diferenças no grau de variação de habitat nestes curso de água. Os barbos sujeitos ao fenómeno do hydropeaking apresentam uma menor

atividade muscular durante o período de caudal turbina-do associado a um comportamento de refúgio nas

margens do rio (Tarefa 3).

Estudo do efeito da alteração do regime de caudais na comunidade piscícola dulçaquícola típica dos rios da região Centro de Portugal, o caso do Rio Mondego. Contribuição para a definição de uma política de produção hidroelétrica que minimize os impactes

relacionados com as alterações hidrológicas.

Relatório final no Browsedp;

Artigo científico submetido na revista Ecohydrology

Exposição temporária no Fluviário de Mora..

ECOFLOW Efeito ecológico do

regime hidrológico na comunidade piscícola dos rios portugueses

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE28

Contribuir para a promoção dos lameiros - prados seminaturais - enquanto ecossistemas de alto valor conservacionista a través de uma gestão (corte e

pastoreio) com recurso a uma raça asinina autóctone – Burro de Miranda

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Relatório final no Browsedp

Validação da técnica de pastoreio dirigido, enquanto ferramenta económica, inteligente e competitiva de fazer

a gestão de combustíveis (gestão da paisagem)

Reforçar a ligação entre a economia local e a produção de serviços de ecossitema, através da internalização dos custos de gestão dos ecossistemas em produtos valo-

rizáveis pelo mercado

Projeto Objetivo/Produtos Conclusões

Técnica de pastoreio dirigido tem efeito imediato na diminuição do combustível disponível, dependendo da carga usada, tem um segundo efeito de recomposição

florística decorrente de intervenções sucessivas ao longo do tempo;

Redução dos custos da gestão de combustíveis para 200€/ha através do pastoreio dirigido, valores similares ao do fogo controlado e bastantes inferiores ao corte

moto-manual (e.g. sapadores: 700 a 1.000€/ha);

Desenvolvimento de ações que permitiram aumentar o valor do que é produzido pela economia, contribuindo para aumentar a competitividade do território, gerir o

risco de incêndio e reduzir riscos de investimento. Desenvolvimento de ações que permitiam aumentar a prestação de serviços na área da visita e do turismo -

geração de riqueza e proximidade - e aumentar o recon-hecimento do valor de serviço dos ecossistemas;

Criação de uma rede nacional de promoção do uso de animais na gestão da paisagem envolvendo entidades

públicas e privadas associadas à produção, investigação, ensino e associativismo.

Economountain Economia da

Biodiversidade nas serras de Vila Pouca de Aguiar

O Burro de Miranda na gestão de vegetação arbustiva-baixa e de

ecossistemas de elevado valor conservacionista

Compreender e valorizar o comportamento de herbivoria seletiva do burro: provou contribuir positivamente para a

produtividade e qualidade quer dos pastos, quer dos fenos – demonstrando que a raça autóctone asinina de Miranda poderá desempenhar um papel fundamental na

valorização dos lameiros sem interferir na produção ovina e bovina, por ter necessidades alimentares

distintas, ao consumir preferencialmente herbáceas (onde as gramíneas predominam) e uma grande quanti-

dade de espécies vegetais lenhosas;

Ao utilizar o Burro de Miranda na gestão de vegetação arbustiva-baixa em lameiros abandonados, para lá dos consequentes benefícios ambientais, encontrámos uma

outra forma de valorizar economicamente esta raça, constituindo uma burrada de 20 animais jovens que

poderão ser utilizados em futuras acções de manutenção, gestão e conservação da biodiversidade

florística dos lameiros.

Relatório final no Browsedp

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2013-2014 EDP RELATÓRIO DE BIODIVERSIDADE 29

04. ESTE RELATÓRIO

Este relatório destaca iniciativas no âmbito da biodiversidade, entre o período de 2013 e 2014, com enfoque nas atividades do Grupo que geram maior impacte. Todos os dados ténicos e operacionais de caracterização da empresa, reportam a dezembro de 2014, tendo sido verificados por uma empresa externa, no âmbito do Relatório e Contas EDP 2014.

Informação complementar pode ser consultada em www.edp.pt> sustentabilidade> ambiente> biodiversidade. De forma a melhorar a transparência do relato, o glossário onde se inclui a definição dos indicadores quantitativos e métodos utilizados, paresentados ao longo do documento, pode ser consultado on-line em www.edp.pt/pt/pages/glossario.aspx.

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