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GUIA PRÁTICO DA Eficiência Energética o que saber & fazer para sustentar o futuro

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GUIA PRÁTICO DA

Eficiência Energéticao que saber & fazer para sustentar o futuro

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Eficiência e responsabilidade

O Grupo EDP encontra-se entre os grandes operadores europeus do sector energético.Ocupando uma posição de relevo na economia portuguesa, a EDP adoptou desde sempreuma cultura de exigência e qualidade nas suas diversas áreas de actuação, procurandoo desenvolvimento sustentável do seu negócio e a criação de riqueza para a comunidadee para os seus accionistas.

No entanto, estes objectivos económicos não se dissociam das suas preocupações sociaise ambientais. Acreditando que o futuro depende da utilização mais eficiente dos recursose da procura de novas soluções energéticas, a EDP está empenhada na minimização doimpacte que a sua actividade tem sobre o ambiente. Nesse sentido, a EDP assumiu diversoscompromissos, implementando acções de mitigação desses impactes, tanto na optimizaçãoda produção e distribuição de energia, como empreendendo junto da comunidade váriasacções de sensibilização para a eficiência energética.

Para que possa aliar-se à EDP nesta tomada de consciência e contribuir activamente parao desenvolvimento sustentável do nosso país, aceite o convite: use este guia e os seusesclarecimentos, dicas e soluções para utilizar a energia de um modo mais eficiente, poupandoao mesmo tempo o seu dinheiro e garantindo um futuro sustentável para todos nós.

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Í N D I C E

I. A energia é tudo

II. A eficiência energética no dia-a-dia

III. Glossário

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I. A energia é tudo

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Sempre que utilizamos o carro, ligamos o computador,fazemos o jantar, vemos televisão... estamos a utilizarenergia.

Não é de estranhar, portanto, que a energia tenhauma tão grande importância para nós. A energiapode ser calor, movimento, luz, convertendo-se nasmais diversas formas de impulsionar a vida.

O acesso à energia é fundamental para o desenvol-vimento das sociedades. No entanto, a maior parteda energia usada no mundo provém de combustíveisfósseis como o carvão, o gás ou o petróleo, cujasreservas têm vindo a diminuir.

Adicionalmente, a utilização intensiva destescombustíveis fósseis aumenta a concentração dedióxido de carbono na atmosfera, contribuindo parao aquecimento global do Planeta. É o chamado efeitode estufa.

O nosso estilo de vida pode estar ameaçado e onosso futuro comprometido se não encontrarmosnovas soluções. Por essa razão, multiplicam-se osesforços na promoção da utilização eficiente daenergia, e na aposta nas fontes de energiarenováveis como o sol, o vento ou a água.

PARA SABER

Em 1880, 97% da energia consumida nomundo provinha do carvão.

Hoje, o petróleo é a principal fonte energéticado mundo, satisfazendo 37% do consumo,seguido do carvão que representa 27%.

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1. FORMAS DE ENERGIA

A energia existe na Natureza em diferentes formas e, para ser utilizada, necessita de ser transformada.Eis algumas das formas de energia disponíveis:

Energia radianteManifesta-se de diversas maneiras.Uma delas é sob a forma de luz.

FORMAS DE ENERGIA

Energia térmicaManifesta-se sob a forma

de calor.

Energia mecânicaManifesta-se sob a forma

de movimento.

Energia eléctricaManifesta-se sob a forma

de uma corrente de electrões.

Energia químicaManifesta-se de várias maneiras.A mais conhecida é a dos seres vivos.

Energia nuclearManifesta-se sob a formade radioactividade.

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2. FONTES DE ENERGIA

HídricaÉ obtida a partir dos cursos de águae pode ser aproveitada por meio deum desnível ou queda de água.

EólicaProvém do vento. Tem sidoaproveitada desde a antiguidadepara navegar ou para fazer funcionaros moinhos. É uma das grandesapostas para a expansão daprodução de energia eléctrica.

SolarProvém da luz do sol, que depois decaptada pode ser transformada emenergia eléctrica ou térmica.

GeotérmicaProvém do aproveitamento do calordo interior da Terra, permitindo gerarelectricidade e calor.

2.1 FONTES RENOVÁVEIS OU ALTERNATIVAS

Fontes de energia inesgotáveis ou que podem ser repostas a curto ou médio prazo, espontaneamenteou por intervenção humana.

As fontes de energia dividem-se em dois tipos:• fontes renováveis ou alternativas;• fontes não renováveis, fósseis ou convencionais.

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MarésÉ obtida através do movimento desubida e descida do nível da águado mar.

OndasConsiste no movimento ondulatóriodas massas de água, por efeito dovento. Pode aproveitar-se paraprodução de energia eléctrica.

BiomassaTrata-se do aprovei tamentoenergético da floresta e dos seusresíduos, bem como dos resíduosda agro-pecuária, da indústriaalimentar ou dos resultantes dotratamento de efluentes domésticose industriais.

A par t i r da b iomassa podeproduzir-se biogás e biodiesel.

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3 Solar

4 Geotérmica

Marés 5

Ondas6

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Eólica

Hídrica1

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Biomassa

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2.2 FONTES NÃO RENOVÁVEIS, FÓSSEIS OU CONVENCIONAIS

Fontes de energia que se encontram na Natureza em quantidades limitadas e que se esgotamcom a sua utilização.

Actualmente, a procura de energia assenta fundamentalmente nas fontes de energia não renováveis, asquais têm tecnologia difundida, mas possuem um elevado impacte ambiental. Importa inverter esta tendência,tornando o seu consumo mais eficiente e substituindo-o gradualmente por energias renováveis limpas.

PARA SABERA queima de combustíveis fósseis aumenta a poluição atmosférica, promove as chuvas ácidas,danificando o ambiente e pondo em risco a biodiversidade do Planeta.

CarvãoÉ um combustível fóssil extraído de explorações mineiras e foi o primeiro a ser utilizadoem larga escala, é o que se estima ter maiores reservas (200 anos) e o que acarreta maisimpactes ambientais, em termos de poluição e alterações climáticas.

PetróleoConstituído por uma mistura de compostos orgânicos, é sobretudo utilizado nos transpor-tes. É uma das maiores fontes de poluição atmosférica e motivo de disputas económicase de conflitos armados. Estima-se que as suas reservas se esgotem nos próximos 40 anos.

Gás naturalEmbora menos poluente que o carvão ou o petróleo, também contribui para as alteraçõesclimáticas. É utilizado como combustível, tanto na indústria, como em nossas casas.Prevê-se que as suas reservas se esgotem nos próximos 60 anos.

UrânioÉ um elemento químico existente na Terra, constituíndo a base do combustível nuclearutilizado na indústria de defesa e civil. Tem um poder calorífico muito superior a qualqueroutra fonte de energia fóssil.

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2Petróleo

1Carvão

3Gás Natural

4 Urânio

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3. O CICLO DA ENERGIA

Antes de se transformar em calor, frio, movimento ou luz, a energia sofre um percurso mais ou menoslongo de transformação, durante o qual uma parte é desperdiçada e a outra, que chega ao consumidor,nem sempre é devidamente aproveitada.

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Refinaria

Centraltérmica

Gasolina /Gasóleo

Electricidade

Calor

Transportes

Indústria

Residencial

Serviços

Centraltérmica

Petróleo

Carvão

Gás natural

Biomassa

Eólica

Hídrica

Ondas

Solar

Geotérmica

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4. O IMPACTE DA ENERGIA NO AMBIENTE

A energia é essencial ao bem-estar, tanto económico como social das populações. As exigências cada vezmaiores de consumo de energia, a nível mundial, obrigam à utilização crescente dos recursos energéticos,com consequências nefastas para o ambiente.

Uma das consequências mais gravosas é o aumentodo efeito de estufa, que tem origem nas elevadasemissões de alguns gases para a atmosferaterrestre, resultantes da combustão de recursosfósseis, como o petróleo ou o carvão.

Mas, se por um lado o efeito de estufa mantém asuperfície da Terra aquecida e com uma temperaturaamena, por outro a excessiva concentração dedióxido de carbono e outros gases na atmosferaterrestre, reduz a libertação de calor para o espaço,provocando um aumento médio desta temperaturae um aquecimento do Planeta.

As consequências deste aquecimento tornam-setambém cada vez mais evidentes ao nível dasalterações climáticas globais e regionais, verificadasao longo das últimas décadas.

A menos que os comportamentos mudem, serádifícil inverter a situação. Entre várias medidaspossíveis, ganha relevância a aposta de diversospaíses na redução das emissões de gases comefeito de estufa (GEE).

Neste sentido, foi proposto em 1997 o Protocolo deQuioto, fruto de uma convenção internacional sobrealterações climáticas que, no quadro da ONU, vinculaos participantes a cumprirem metas de redução dasemissões de GEE até 2010.

A Portugal foi permitido aumentar as emissões em27% em relação a 1990. No entanto, este limite já foiultrapassado em 9%, segundo os dados de 2003.

1. A radiação solar atravessa aatmosfera terrestre.

2. A Terra absorve a radiação solar,emitindo parte desta para o espaço,sob a forma de calor.

3. Alguns gases, como o dióxido de carbono ouo metano, entre outros, impedem que estaenergia se escape, o que aumenta a temperaturada superfície terrestre: é o efeito de estufa.

O EFEITO DE ESTUFA

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O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

1. Aumentar a eficiência na transformaçãoenergética.

2. Aumentar a eficiência no consumo energético.3. Redefinir políticas de transporte e indústria.4. Mudar os padrões de consumo.

Actualmente, a satisfação das necessidadesenergéticas do mundo assenta sobretudo na explo-ração dos combustíveis fósseis. O problema é queestas necessidades têm vindo a aumentar, ao passoque as reservas se esgotam a um ritmo acelerado.

Aos Estados Unidos da América (EUA), que consomem,por ano, um quarto de toda a energia produzida nomundo, e ao Canadá, que detém o consumo percapita mais elevado, juntam-se agora as potênciaseconómicas emergentes, como a China, o Brasil oua Índia, cujo o consumo de energia está a aumentar.

Por outro lado, a instabilidade dos preços do gás edo petróleo levou alguns países a apostaremnovamente no carvão, que é a mais poluente dastecnologias de aproveitamento energético.

É imprescindível adoptar um novo modelo baseadona eficiência energética e na difusão das energiasrenováveis.

5. O CONSUMO DE ENERGIA DO MUNDO

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Consumo de energia(tep per capita)

1990 2004

CadanáEUAFrançaAlemanhaEspanhaPortugalChinaBrasilÍndiaBangladesh

8,97,73,84,42,31,60,60,80,20,1

9,67,84,34,03,42,31,11,00,30,1 Fo

nte:

IEA

, 200

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PARA PENSAR

Cerca de 85% da energia consumida no nossopaís é importada e de origem fóssil (petróleo,carvão e gás natural).

Entre 2004 e 2005, aumentámos os nossos custosde importação de petróleo em mais de 38%.

Em 2005, por cada 100 euros de importações, 38foram para a compra de petróleo e derivados.

Em 2003 e 2004, o consumo de electricidadeaumentou 6% em Portugal. Em média, na UE25este aumento foi de 1,7% no mesmo período.

6. O CONSUMO DE ENERGIA EM PORTUGAL

Portugal produz apenas 15% da energia que consome,tornando-o num dos países mais dependentes dautilização de energias fósseis importadas.

Passamos 80% do nosso tempo em edifícios. Osserviços e a habitação representam 22% doconsumo global de energia, um valor que temaumentado 4% ao ano.

Estas situações têm consequências directas naeconomia, uma vez que o custo dos combustíveisfósseis importados encarece a produção de bens eserviços em território nacional.

Adicionalmente, a utilização pouco eficiente da energiatraduz-se em ameaças preocupantes para o país,seja do ponto de vista económico, social ou ambiental.

Uma alternativa a esta situação é o aumento daeficiência no consumo de energia e o aproveitamentodo potencial de energias renováveis, que em Portugalé assinalável, com destaque para a energia solar,eólica, hídrica e da biomassa.

3 375

Petróleo 15 411

Gás Natural 3 316

Hidroelectricidade e saldo eléctrico 1 430

Eólica e Geotérmica 78

Biomassa e resíduos 2 829

Carvão

26 439TOTAL

TendênciaConsumo de energia primária em Portugalentre 2000 - 2004

Metas para a instalação de energiasrenováveis em Portugal em 2010

HídricaMini-hídricaEólicaBiomassaBiogásResíduosSolar fotovoltaicoOndas

5 000400

5 10051150

13015050

FONTES (MW)

Mtep

15

Font

e: R

CM 16

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II. A eficiência energética no dia-a-dia

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Eficiência energética pode ser definida comoa optimização que podemos fazer no consumode energia.

A ameaça de esgotamento das reservas decombustíveis fósseis, a pressão dos resultadoseconómicos e as preocupações ambientais,levam-nos a encarar a eficiência energética comouma das soluções para equilibrar o modelode consumo existente e para combater as alteraçõesclimáticas.

Aprender a utilizar de forma responsável a energiade que dispomos é garantir um futuro melhor paraas gerações vindouras.

No entanto, para lá chegarmos, precisamos de alterara nossa atitude em relação ao consumo de energia,reflectindo-a nos gestos do dia-a-dia.

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Conheça os principais gestos que pode ter no seu dia-a-dia para usar eficientemente a energia.

Evite ter as luzes ou os equipamentosligados, quando não for necessário.

Procure utilizar os transportes colectivosnos seus trajectos diários. E, para distânciascurtas, opte por se deslocar a pé.

Procure calafetar as portas e janelas, eisolar paredes, tectos e pavimento dasua casa. Ao fazê-lo, está a economizarenergia e a reduzir o investimento emsistemas de climatização.

Antes de comprar um novo equipamento,verifique a etiqueta energética e optepor aquele que apresenta menorconsumo de energia.

Substitua as lâmpadas incandescentespor lâmpadas economizadoras. Dãoa mesma luz, mas poupam 80%da energia eléctrica utilizada e duram8 vezes mais.

Desligue os equipamentos no botão, aoinvés de desligar apenas no comando.Os aparelhos em modo stand-by conti-nuam a gastar energia.

Evite abrir desnecessariamente a porta dofrigorífico e, quando o fizer, seja o maisrápido possível. Verifique periodicamente oestado da(s) borracha(s) das portas dofrigorífico.

No Inverno, aproveite a radiação solarpara aquecer a casa, através das janelas.No Verão, evite os ganhos solaresexcessivos. Em ambas as estações, eviteter os aparelhos de climatização afuncionar com as janelas abertas.

Sempre que possível, procure procederà separação dos diferentes lixos.

Utilize as máquinas de lavar, sempre quepuder, com a carga completa e numprograma de baixa temperatura.

TOP10 DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

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E AINDA...

• Instalar um bom isolamento nas paredes, atravésda utilização de placas de lã mineral ou poliestireno.Informe-se junto de um especialista.

• Ter em atenção os sótãos e as caves, pois sãoespaços habitualmente menos cuidados onde émais fácil a intervenção.

• Instalar vidros duplos - menos 10% de consumo,para além de minimizar o ruído exterior. Caso nãoseja possível, coloque portadas ou estores exteriores,que podem ajudar a reduzir a quantidade deenergia necessária à climatização da sua casa.

• Na elaboração do projecto de uma nova casa,preveja a eliminação de pontes térmicas. Informe--se junto de um especialista.

DICAS PARA USO EFICIENTE DE ENERGIAHá gestos simples que, sem aumentar o consumo de energia, melhoram o conforto doméstico etraduzem benefícios económicos e ambientais de longo prazo.

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Calafetar portas e janelas com fita adesivade espuma, preparada para o efeito - menos5% do consumo de energia.

• Isolar as paredes, chão e tecto - menos30% de consumo.

PARA PENSARCerca de 60% da energia dos sistemas deaquecimento é desperdiçada ao escapar porzonas que podem ser facilmente isoladas.

1.1 ISOLAMENTO

Um bom isolamento térmico evita as perdas de calor e asinfiltrações, reduzindo a necessidade de investir em sistemasde climatização. Existem vários materiais e técnicas disponíveispara o isolamento, tais como a celulose, aglomerados de cortiça,vidros duplos e outros.

1. NA HABITAÇÃO

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E AINDA...• Antes de comprar um aparelho de climatização, isolea sua casa convenientemente e escolha umequipamento com potência adequada. Informe-sejunto de um especialista.

• Plantar árvores que forneçam sombra no Verão. Asárvores de folha caduca permitem obter sombra apenasno Verão, sem comprometer a iluminação natural.

• Preferir soluções como as caldeiras a biomassa ou oscolectores solares térmicos, capazes de contribuir comcerca de 70% da energia necessária para o aquecimentode água.

1.2 CLIMATIZAÇÃO

As temperaturas consideradas deconforto para uma casa variam entre os18ºC, no Inverno, e os 25ºC, no Verão.Para que possa obter estas temperaturas,há uma série de medidas que podem serpostas em prática.

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Escolher o vestuário adequado à estação doano, mesmo dentro de casa.

• No Inverno, maximizar a entrada da luz solar,levantando estores e abrindo os cortinados. NoVerão, evitar a entrada dos raios solares directosdurante o dia e facilitar a ventilação natural denoite, abrindo as janelas em lados opostosda casa.

• Evitar climatizar zonas da casa que não estãohabitadas.

1.3 ILUMINAÇÃO

A iluminação é responsável porcerca de 10 a 15% do consumo deelectricidade total da habitação.Aproveite ao máximo a luz solar e utilizea i luminação art i f ic ia l de modoresponsável.

As lâmpadas incandescentes clássicas são maisbaratas, mas apresentam uma eficiência muitoreduzida.As lâmpadas fluorescentes compactas são umaboa opção, pois dão a mesma luz, mas gastammenos 80% de energia.

E AINDA...• Pintar as paredes e o tecto com cores claras, quereflictam melhor a luz, reduzindo a necessidade deiluminação artificial.

• Optar por balastros electrónicos nas lâmpadasfluorescentes tubolares, uma vez que melhoram orendimento luminoso destas. Informe-se junto deum especialista.

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Utilizar a luz natural, sempre que possível,para evitar acender lâmpadas durante o dia.

• Desligar a luz quando esta não for necessáriaou instalar sensores de movimento nos locaisde passagem, por exemplo: garagens, vestíbulos.

FluorescenteTubolar

Incandescente

Halogéneo

FluorescenteCompacta

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O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Não ligar a televisão só para servir decompanhia, nem adormecer com ela ligada.

• Evitar ter vários aparelhos ligados ao mesmotempo. Reúna a família em torno da mesmatelevisão.

• Desligar a televisão no botão e não apenasno comando. Durante o período em que seencontra em stand-by, a televisão continuaa consumir energia.

E AINDA...• Optar por sistemas que permitam aquecer earrefecer o ar ambiente (bomba de calor).

• Regular correctamente o termóstato. Por cada graua mais de temperatura, verifica-se um aumento de7% no consumo de energia.

TELEVISÃOA televisão passou a fazer parte da mobília da nossacasa. Muitas vezes nem reparamos que está ligadae a consumir energia desnecessariamente.

1.4 ELECTRODOMÉSTICOS

A redução dos consumos energéticospode ser conseguida através daaquisição de equipamentos maiseficientes, mas também da suautilização mais responsável.

AR CONDICIONADOOs sistemas de ar condicionado sãoequipamentos úteis para climatizar anossa casa, mas devem ser utilizadosconscientemente.

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Verificar o isolamento da casa e manter asportas e janelas fechadas, quando oequipamento estiver a funcionar.

• Ao comprar equipamentos, consulte aetiqueta energética e prefira os de classe A.

• Proteger o equipamento do sol e nãobloquear as grades de ventilação.

• Recorrer à ventilação natural ou a umaventoinha, se não estiver demasiado calor.

Stand-byDesligar os aparelhos no botão, em vez de os desligarno comando, pode conduzir a poupanças significativas.Estima-se que uma família média portuguesa possa pouparaproximadamente 20 euros por ano e 100 kg CO2.

E AINDA...

• Ter em atenção o consumo do equipamento nadecisão de compra. Procure informar-se sobre oconsumo em stand-by do aparelho.

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TERMOACUMULADOR E ESQUENTADORO maior consumo de energia em nossas casas,destina-se ao aquecimento de águas.

E AINDA...

• Escolha um equipamento adequado às neces-sidades da família - cerca de 50 litros por pessoa -e instale-o perto dos pontos de consumo, isolandoadequadamente as canalizações.

• Na utilização do esquentador, ter em atenção alibertação de monóxido de carbono (altamente tóxico).

• Não ligar o aparelho vazio à rede eléctrica.

• Se possivel combinar o termoacumulador com ainstalação de painéis solares térmicos.

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Dar preferência aos aparelhos equipadoscom controlo de temperatura ou temporizador.A temperatura do termóstato não deverá estaracima dos 60ºC. Se tem que misturar águaquente e fria, é porque está a gastar energiadesnecessariamente.

• Utilizar torneiras e chuveiros eficientes -poupa 40 a 70% de água sem perder asensação do conforto de um bom duche.

• Reduzir o tempo nos duches - poupa água eajuda a diminuir o consumo de energia.

• Quando for de férias, regular o termóstatopara a temperatura mínima possível ou, sepossivel, desligar o termoacumulador.

• Privilegiar o funcionamento do termoacu-mulador no período nocturno, com vantagensacrescidas se dispuser de tarifa bi-horária.

FERRO DE ENGOMARApesar de este electrodoméstico não consumir muitaenergia, devemos ter em atenção algumas medidasfáceis de implementar para tornar o seu consumomais eficiente.

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Utilizar apenas quando houver uma grandequantidade de roupa para passar.

• Seleccionar a temperatura correcta paracada tipo de tecido, iniciando o trabalho pelasroupas que precisem de temperatura maiselevada.

• Nunca esquecer o ferro ligado.

• Desligar o ferro um pouco antes de terminarde passar a roupa.

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FOGÃO E FORNOEstes são dos equipamentos que maiorutilização têm em nossas casas, contribuindosignificativamente para a factura energética.

E AINDA...

• No forno, preferir recipientes de cerâmica ou vidro,que permitem baixar a temperatura necessária aocozinhado em cerca de 25ºC, já que retêm melhoro calor.

MICROONDASEste electrodoméstico constitui uma boa alternativaao fogão e forno convencionais, quando se trata deconfeccionar pequenas refeições.

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Utilizar o microondas em refeiçõespequenas - pode ajudar a reduzir cerca de70% na utilização de energia.

• Descongelar os alimentos ao naturalsempre que tiver tempo.

• Utilizar os suportes apropriados paraaquecer dois pratos em simultâneo.

• Manter o interior limpo - a presença derestos orgânicos pode levar a um maiorconsumo de energia.

A etiqueta energéticaA etiqueta energéticainforma sobre a eficiênciados vários equipamentosdomésticos.Para a mesma capacidadee características, umaparelho classificado como“A++” é considerado comomais eficiente e económicoe o “G” como o menosadequado a estes níveis.Tal como acontece com oselectrodomésticos, tambémos edifícios vão passar a terum certificado dedesempenho energético.

EnergiaFabricanteModelo

Mais Eficiente

Menos Eficiente

AB

CDE

FG

A

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Cozinhar, certificando-se de que a placaeléctrica ou o bico do fogão não é maior doque a base do recipiente.

• Manter os recipientes tapados enquantocozinha.

• Descongelar os alimentos um pouco antesde os cozinhar.

• Evitar abrir as portas do forno, uma vez quedesperdiça calor e energia.

• Manter o forno limpo, pois o calor reflecte--se melhor, consumindo menos energia.

• Verificar se a porta do forno veda bem. Senecessário, substituir juntas e borrachas devedação gastas ou com fissuras.

• Desligar o forno e/ou a placa eléctrica algumtempo antes de finalizar o cozinhado.

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Page 25: Eficiência energéticaguia edp

FRIGORíFICO E COMBINADOSOs frigoríficos e os combinados são os equipamentosresponsáveis pela maior parte do consumo deelectricidade no sector residencial.

E AINDA...• Optar por um frigorífico que vá ao encontro das suasnecessidades - tamanho da família, periodicidade dascompras, volume de congelação e de refrigeração e"amigo do ambiente" (classe de eficiência A ou superior).

• Afastar a grelha traseira (condensador), no mínimo,5 cm da parede e limpá-la, pelo menos, uma vez porano. A acumulação de pó e sujidade dificulta a trocade calor do condensador com o meio ambiente.

• Quando se ausentar por tempo prolongado, esvazieo frigorífico e desligue-o.

MÁQUINAS DE LAVAR LOIÇAEm 2002, cerca de 30% das habitações contavamcom uma máquina de lavar loiça, representando 3%no consumo de electricidade das famílias portuguesas.

E AINDA...• Se possível, programar as lavagens para umperíodo nocturno, o que será ainda mais vantajosose dispuser de tarifa bi-horária.

• Evitar o ciclo de pré-lavagem, que deve apenasutilizar com loiça muito suja.

• Na compra do equipamento escolha o que é classifi-cado como o mais eficiente energeticamente (Classe A).

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Não abrir a porta desnecessariamente ereduzir o tempo da abertura - 20 % do consumodestes equipamentos deve-se à abertura dasportas.

• Verificar as borrachas de vedação - colocaruma folha de papel entre a borracha e a porta:se a folha ficar solta, a porta não está a fecharconvenientemente.

• Ajustar a temperatura do termóstato, de modoa impedir a formação de gelo: 3ºC a 5ºC parao frigorífico e -15ºC para o congelador.

• Não encher demasiado o frigorífico, para queo ar possa circular livremente entre os alimentos.

• Manter os alimentos bem tapados, de modoa diminuir a libertação de humidade, evitandoque o compressor gaste mais energia.

• Deixar arrefecer os alimentos antes de os colocarno frigorífico.

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?• Passar a loiça por água para retirar a maiorparte da sujidade.

• Utilizar um programa económico e de baixatemperatura.

• Lavar com a carga máxima indicada pelofabricante.

• Manter os filtros sempre limpos.

PARA SABERA consumo eléctrico no sector residencialreparte-se da seguinte forma:

32%22%12%11%7%1%3%

12%

equipamentos de frioclimatização e águas quentes e sanitáriasiluminaçãoequipamentos de multimédiatratamento de roupafornosmáquinas da loiçaoutros

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MÁQUINAS DE LAVAR ROUPAA máquina de lavar roupa é um equipamento cujoconsumo representa cerca de 5% do consumo totalde electricidade nas habitações.

MÁQUINAS DE SECAR ROUPAAs máquinas de secar roupa apresentam uma taxade penetração baixa nas habitações portuguesas,mas com tendência para aumentar num futuropróximo.

E AINDA...

• Ao centrifugar a roupa na máquina de lavar a umavelocidade elevada, a máquina de secar não teránecessidade de ser tão utilizada.

• Confirmar se o tubo da máquina para o exterior éo mais curto possível, de modo a aumentar orendimento de secagem.

• Se a máquina tiver um dispositivo de medição dahumidade, use-o, pois este desliga a máquinaquando as roupas estiverem secas.

• Na compra do equipamento escolha o que é classifi-cado como o mais eficiente energeticamente (Classe A).

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Evitar a pré-lavagem, excepto quando aroupa está muito suja.

• Ligar a máquina apenas com carga máxima:poupa água, energia e tempo.

• Seleccionar a tecla económica - 80 a 90%do consumo total de um ciclo de lavagemdeve-se ao aquecimento da água. Ao diminuira temperatura de lavagem de 60ºC para 40ºC,pode economizar até 46% do consumo.

• Manter o filtro sempre limpo.

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Utilizar a máquina na sua capacidade decarga máxima.

• Sempre que possível optar por secar aroupa ao ar livre.

• Programar a secagem para um períodonocturno, o que será ainda mais vantajosocom a tarifa bi-horária.

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E AINDA...• Na compra do equipamento escolha o que é classifi-cado como o mais eficiente energeticamente (Classe A).

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A etiqueta Energy Star identifica os equipamentos maiseficientes do ponto de vista energético, com capacidadepara reduzir o consumo de energia em modo stand-by.

COMPUTADORTrata-se de um equipamento electrónico, cada vezmais presente em nossas casas, sendo já quaseconsiderado um electrodoméstico.

E AINDA...

• Optar por computadores portáteis, pois estes sãomais económicos, podendo consumir até menos90% de energia.

• Se possível, evitar imprimir os documentos. Paraalém de poupar papel e tinteiros, poupa energia.

• Optar por equipamentos com a etiqueta EnergyStar, que identifica os equipamentos mais eficientesdo ponto de vista energético.

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Desligar o computador, o monitor, aimpressora e todos os outros equipamentosperiféricos quando não estão a ser utilizados.

• Programar as definições do seu computadorpara este se desligar automaticamente(hibernar) após um tempo sem ser utilizado.

Etiqueta Energy Star

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2. NA CONSTRUÇÃO

A factura energética dos edifícios pode ser reduzida em 25%. Mas, para isso, é importante que osequipamentos sejam utilizados com conta peso e medida e que os edifícios sejam construídos de modo apotenciar a redução dos consumos de energia.Se o projecto do edifício for concebido de modo a tirar proveito das condições climáticas, da orientaçãosolar, dos ventos dominantes e se forem utilizadas técnicas de construção e materiais adequados, é possíveldiminuir os gastos energéticos com a iluminação ou os sistemas de climatização.

Aqui ficam algumas sugestões simples, se pretende comprar, construir ou fazer obras em casa:

LocalizaçãoSe vai construir uma casa numa zona onde o Invernoé rigoroso, o edifício deve estar bem projectado parao frio. Se, por outro lado, vai comprar casa numazona de clima ameno, a exigência das condiçõesregulamentares é diferente. Consulte o regulamentodas zonas climáticas do território nacional e soliciteapoio a um especialista.

OrientaçãoO sol é uma fonte de luz que pode e deve seraproveitada em sua casa. A orientação do edifíciodeverá por isso estar optimizada para as diferentesestações do ano. Tanto quanto possível, a fachada(principal) do edifício deve estar virada a sul,que deverá conter a maior área de envidraçados.Consulte um especialista.

Qualidade de construçãoNa construção da sua casa, projecte a instalaçãodos materiais adequados para melhor isolar janelas,paredes, chão e tecto e torná-la mais confortável ediminuir a necessidade de climatizar, reduzindo afactura de energia.No projecto, preveja a eliminação de pontes térmicas.Informe-se junto de um especialista.

IsolamentoEstima-se que cerca de 60% da energia utilizadapara o aquecimento durante o Inverno se perdepor falta de isolamento, ou seja, através das paredes,tecto e soalho. Existem vários materiais e técnicasde isolamento que aumentam a resistência térmica:a cortiça; o poliestireno expandido; o poliuretano eas lãs minerais (rocha, vidro). É também possívelalcançar um maior isolamento térmico se calafetaras janelas e portas com fita adesiva de espuma.

2.1 DICAS GERAIS SOBRE A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA CONSTRUÇÃO

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PARA SABER

Nova legislação para os edifíciosA construção de edifícios deverá colocar a tónica na redução do consumo de energia e na qualidadedo ar interior. Esse é o objectivo da directiva comunitária sobre o desempenho energético dos edifícios,recentemente transposta pelo Governo.Assim, os edifícios novos deverão cumprir uma série de requisitos de forma a reduzir os consumos.A instalação de painéis solares para aquecimento de águas será obrigatória.Também os edifícios já existentes deverão, no futuro, possuir um certificado de desempenho energético,tal como já acontece para os electrodomésticos.

JanelasOs envidraçados são áreas críticas para o confortotérmico da casa, pois conduzem a perdas de calorno Inverno, e ao sobreaquecimento da casa, noVerão. Se puder optar por novas janelas, escolha asde vidro duplo, restringindo as perdas térmicas, paraalém de reduzir o barulho do exterior. Nas fachadas com elevada exposição solar, osenvidraçados devem ter sombreamento pelo exterior(palas, persianas, etc.), de modo a minimizar osganhos solares no Verão, mas também a permitirobter ganhos de calor no Inverno, tendo em atençãoa orientação e as características do local. Informe--se junto de um especialista.

Ventilação naturalNo Verão, a ventilação natural nocturna assume umpapel decisivo no arrefecimento dos edifícios e noestabelecimento das condições de conforto térmico.Ao projectar a sua habitação, procure tirar partidoda localização das janelas, de modo a criardiferenças de pressão, facilitando a ventilaçãonatural. Informe-se junto de um especialista.

SombraUm sombreamento correcto dos vãos envidraçadosdas janelas, evita consumos de energiadesnecessários.Retire o máximo proveito da orientação solar, dosombreamento das construções vizinhas ou davegetação existente no local.Se possível, coloque portadas, estores exteriores epalas ou plante árvores de folha caduca, de modoa minimizar o sobreaquecimento durante o Verão ea maximizar a entrada de luz solar no Inverno.

PinturaAs cores utilizadas nas fachadas e coberturas tambéminfluenciam o conforto térmico. Embora já existamtintas absorventes e reflectoras de todas as cores,sabemos que as cores claras não absorvem tanto ocalor como as cores escuras. Com efeito, enquantouma fachada branca pode absorver só 25% daenergia do sol, a mesma fachada, pintada com corpreta, pode absorver a energia do sol em 90%.

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A orientação da casa deve estaroptimizada, de acordo com a sua

exposição solar.

Orientação

Qualidade de construçãoA qualidade da construção influencia a

eficiência energética da habitação.

IsolamentoO isolamento e a eliminação de pontes térmicas

são fundamentais para o conforto e para umaproveitamento eficiente

da energia.

LocalizaçãoO clima da região condiciona a escolha

do tipo de construção.

Não S i m

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PinturaA cor da pintura da sua habitação influencia o

comportamento térmico da sua casa.

Os envidraçados são áreas críticas para oconforto térmico da casa.

Janelas

Ventilação naturalA ventilação natural é essencial para a

renovação do ar interior e para oarrefecimento da casa

no Verão.

A sombra adequada minimiza o sobreaqueci-mento no Verão, maximizando a entrada

de luz solar no Inverno.

Sombra

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Micro-turbinas eólicasA energia do vento acciona estes sistemas paraproduzir electricidade.

Se está a pensar construir a sua própria casa, esta é uma boa oportunidade para aproveitar as vantagensdas fontes de energias renováveis. Actualmente, estão disponíveis no mercado várias soluções quepodem ser facilmente instaladas em sua casa.

Colectores solares térmicos É um dos sistemas mais acessíveis para aquecerágua. Captam a energia do sol e transformam-naem calor.Estes sistemas permitem poupar até 70% daenergia necessária para o aquecimento de água.Os edifícios novos com condições de exposição solaradequada são obrigados a ter colectores solarespara a produção de água quente, sempre que sejatecnicamente viável.

Embora as micro-turbinas eólicas mais comuns sejamcolocadas no terreno, têm vindo a ser desenvolvidosequipamentos de menor dimensão, que podem sercolocadas no topo das habitações, evitando a perdado espaço útil. Estes sistemas podem ser uma boaopção de investimento, podendo reduzir o consumode electricidade de 50 a 90%.

2.2 APLICAÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NA CONSTRUÇÃO

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Sistemas de aquecimento a biomassaA biomassa pressupõe o aproveitamento damatéria orgânica (resíduos provenientes da limpezadas florestas, da agricultura e outros). Em casa, estetipo de matéria pode ser utilizada, por exemplo, emsistemas de aquecimento, representando importantesvantagens económicas e ambientais.

Painéis solares fotovoltaicosSão uma das mais promissoras formas deaproveitamento de energia solar. Por meio do efeitofotovoltaico, a energia contida na luz do sol podeser convertida directamente em energia eléctrica.Estes sistemas podem ser utilizados em locaisisolados, sem rede eléctrica, ou como sistemasligados à rede.

Bombas de calor geotérmicoEstes sistemas aproveitam o calor do interior daterra para o aquecimento ambiente.Ao contrário das caldeiras convencionais, as bombasde calor geotérmico actuam como máquinas detransferência de calor. No Inverno, absorvem o calorda terra e levam-no para sua casa. No Verão,funcionam como o ar condicionado, retirando o calorde sua casa para refrigerá-lo, no solo.

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A matéria orgânica recolhida é enviada para umaestação de tratamento onde produzirá biogás, quepoderá ser utilizado para gerar energia eléctrica outérmica. Para além desta energia, será produzidotambém um "composto" de elevada qualidade paraa agricultura.

Os óleos alimentares usados também podem serreutilizados para produzir biodiesel, que, misturadocom o gasóleo, permite substituir este combustível.

Em média, cada português produz 1,4 kg de resíduos domésticos por dia. A reciclagem poupa recursos,combate as alterações climáticas, reduz a poluição, limita a ocupação de solos para deposiçãode lixos, cria emprego e contribui para um modelo de desenvolvimento sustentável e para umambiente melhor.

LIXO ORGÂNICONa preparação e consumo dos alimentos sãoproduzidas grandes quantidades de resíduosorgânicos, grande parte dos quais, se foremdevidamente separados têm um potencial devalorização, passando a ser uma matéria-prima.

3. NA VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS

PARA SABER

O que é a política dos 3 R?

Redução, Reutilização e Reciclagemde resíduos.

O primeiro passo é reduzir os resíduosproduzidos. A produção de produtos comuma maior longevidade e durabilidade éa solução.

A reutilização de muitos dos objectos dodia-a-dia contribui para uma menoracumulação.

A reciclagem - transformação dos materiaisinúteis em novos produtos ou matérias--primas - diminui a quantidade de resíduose poupa energia e recursos naturais.

PARA PENSAR• Por cada tonelada de vidro reciclada,poupamos 1 200 kg de matérias-primas e130 kg de combustível.

• Por cada tonelada de papel reciclada,evitamos cortar 14 árvores, gastar 50 000 litrosde água e 2 barris de petróleo.

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OUTRO LIXOOutros materiais, como vidro, plástico, papel e metal,também podem ser separados, recolhidos etransformados em novas matérias-primas ouprodutos.

O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Proceda à separação dos diferentes lixos.

• Em casa e no trabalho, procure reutilizarsempre que possível o papel, preferindo asversões electrónicas dos documentos.

• Opte por produtos de tamanho familiar,reduzindo assim o número de embalagensindividuais.

• Modere a utilização de papel de alumínioe de plástico para envolver recipientes.

• Prefira embalagens de vidro às de metal,e de papel às de plástico.

OrgânicosPapel / CartãoVidroPlástico

MetalTêxteisFinosOutros

Composição dos Resíduos Sólidos Urbanos,em Portugal

36%

19%7%

9%

2%5%

12%

10%

35

Font

e: V

alor

sul,

2004

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4. NOS TRANSPORTES

A dependência dos transportes é quase exclusiva do petróleo, tornando-o um sector altamente expostoàs variações de preço deste combustível. Adicionalmente, a utilização crescente dos transportes é um dosprincipais responsáveis pelo aquecimento global da Terra.Assim, o aparecimento de veículos com injecção electrónica e de híbridos com consumos menores é muitoimportante, porque, além de diminuir o consumo de petróleo, emitem menos poluentes para a atmosfera.

Autocarro

Automóvel

Ferroviário

Percentagem de utilização de transportesterrestes em Portugal

19%

73%

8%

12%

85%

3%

PARA SABER• Em Portugal, cerca de 91% do petróleo gastocorresponde a gasolina (42%) e a gasóleo(49%).

• O parque automóvel em Portugal aumentou10 vezes entre 1970 e 2004.

• Segundo a Comissão Europeia, o sector dostransportes é o que mais contribui para o nívelde emissões de CO2, na UE.

PARA PENSARO consumo de energia no sector dostransportes tem um peso significativo nobalanço energético de Portugal. Na últimadécada aumentou cerca de 36%.

1990 2000 Tendência

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O QUE PODEMOS FAZER JÁ?

• Para distâncias curtas opte por se deslocara pé ou de bicicleta.

• Utilize os transportes colectivos no trajectode casa para o trabalho.

• Ao volante, pratique uma conduçãoeficiente, nomeadamente evitando fazeracelerações bruscas e planeando as viagenscom tempo.

• Na compra de um automóvel tenha emconta o seu consumo e o nível de emissõespoluentes.

Factores que aumentam o consumo de combustíveldos veículos:

- a grandes velocidades o consumotende a ser mais elevado;

- o uso de equipamentos auxiliares,como o ar condicionado, tem umagrande influência no aumento deconsumo de combustível;

- a condução com janelas totalmenteabertas provoca uma maiorresistência ao movimento do veículoe, como tal, um maior esforço domotor, aumentando o consumo;

- o peso dos objectos transportadosno veículo e os seus ocupantesinfluenciam o consumo do veículo,principalmente nos períodos dearranque e de aceleração;

- a manutenção do veículo influenciao consumo de combustível. Éimportante garantir o bom estado domotor e a pressão correcta dospneus.

Utilização de arcondicionado - mais25% no consumo de

combustível.

Circulação comjanelas totalmente

abertas - mais 5% noconsumo decombustível.

100kg

100 kg de cargaextra - mais 5% no

consumode combustível.

Falta de pressão de 0,3bares nos pneus - mais

3% no consumo decombustível.

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A

Aerogerador

Sistema de produção de energia eléctrica com pás,que tem como fonte, a força do vento.

Alterações climáticas

Alterações de clima não cíclicas, associadas aoaumento da presença de gases com efeito deestufa (GEE) na atmosfera em resultado deactividades humanas, entre as quais a queima decombustíveis fósseis.

Aquecimento global

Termo utiizado para descrever o aumento datemperatura média da atmosfera da Terra e dosoceanos, que tem sido observada nas últimasdécadas.

Atmosfera

Camada de gases (ar) que envolve a Terra,composta por: 78% de nitrogénio, 21% de oxigénioe 1% de vapor de água e outros gases.

B

Balastro electrónico

Dispositivo que pode ser colocado nas lâmpadas eque permite melhorar o rendimento luminoso destasem cerca de 30%.

Barril de petróleo

Unidade de medida de volume para o petróleo.Equivale a 159 litros.

Biocombustivel

Combustível que deriva da biomassa. É uma fontede energia renovável. Desperdícios vindo daactividade industrial, agricultura e floresta e resíduosdomésticos, podem ser utilizados para produzireste tipo de energia.

Biogás

Gás combustível produzido a partir de biomassae/ ou da fracção biodegradável de resíduos, quepode ser purificado até à qualidade do gás natural,para utilização como biocombustível.

Biomassa

A biomassa é a matéria orgânica, de origem animalou vegetal, utilizada como fonte de energia embase renovável. Trata-se de um biocombustível comorigem nos produtos e resíduos da agricultura dafloresta, entre outros.

Bomba de calor geotérmica

Bomba de calor que usa a terra como uma fontede ca lo r ou como d i ss ipador de ca lo r,dependendo da finalidade pretendida: aquecerou refrigerar.

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GLOSSÁRIO

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C

Camada de ozono

Camada atmosférica que se situa entre os 20 e os50 km acima da superfície terrestre e que actuacomo um filtro, protegendo os organismos vivosdos raios solares ultravioletas.

Climatização

Sistema utilizado para aquecer ou arrefecer oambiente.

Colectores solares térmicos

Dispositivos que utilizam energia proveniente dosraios solares para aquecer água.

Combustão

Trata-se de uma reacção química exotérmica entreuma substância (o combustível) e um gás (ocomburente), usualmente oxigénio, que produz eliberta calor.

Combustíveis fósseis

Combustíveis formados no subsolo a partir derestos microscópicos de animais e plantas quedemoraram milhões de anos até se transformaremem combustíveis. O petróleo, o gás natural e ocarvão são exemplos de combustíveis fósseis.

Combustível

É qualquer substância que reage com o oxigénio,com produção de calor e libertação de energia.

D

Desenvolvimento sustentávelModelo de desenvolvimento que, segundo aONU, permite satisfazer as necessidades dopresente sem comprometer a capacidade dasfuturas gerações satisfazerem as suas própriasnecessidades.

Desperdício de energiaSucede quando a energia não é utilizada na suatotalidade. Pode existir desperdício de energia aolongo de todo o processo de transformação daenergia, como também na sua utilização.

Dióxido de carbono (CO2)Também chamado gás carbónico, é um dosresponsáveis pelo aumento do efeito de estufaassociado à combustão de energias fósseis.Este é o gás de maior importância para ocumprimento do Protocolo de Quioto, uma vezque representa 55% dos gases com efeito deestufa na atmosfera.

E

Efeito de estufaEfeito natural da Terra, e que pressupõe oaquecimento da atmosfera devido à acumulaçãode gases que retêm o calor do Sol, tal como numaestufa. Este efeito mantêm a superfície da Terracom uma temperatura média de 15º C.

Eficiência energéticaRelação entre a energia consumida ou recebida ea energia produzida.

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Energia eólica

Energia renovável com origem no deslocamentode massas de ar.

Energia hídrica

Energia renovável resultante do aproveitamentodos cursos de água nos rios para produzirelectricidade.

Energia primária

Energia na sua forma natural (carvão, petróleo,urânio, sol, vento, etc), antes de ser convertida paraformas de uso final.

Energia renovável

É aquela que é obtida a partir de fontes capazesde se regenerarem, e portanto virtualmenteinesgotáveis, como por exemplo: sol, vento, ondas,marés, biomassa e calor da Terra.

Energia solar fotovoltaica

Energia obtida através de disposit ivos queconvertem a energia solar directamente emelectricidade.

Energia solar térmica

Energia Solar na forma de calor.

Etiqueta energética

Rótulo, que se encontra colocado na parte exteriordos electrodomésticos, de modo a ficar visível aoconsumidor. A etiqueta energética é obrigatória emalguns electrodomésticos e permite comparar fácile rapidamente a eficiência energética e o consumodos mesmos.

F

Fotovoltaico

Efeito da conversão directa da luz em energiaeléctrica.

G

Gases com Efeito Estufa (GEE)

São os principais responsáveis pelo chamado efeitoestufa. Entre os vários gases que constituem osGEE, podemos encontrar o dióxido de carbono(CO2), o oxido nitroso (N2O), ou o metano (CH4).

I

Intensidade energética

É um indicador de eficiência energética que traduza incidência do consumo de energia final sobre oPIB (Produto Interno Bruto). Quanto menor for aintensidade energética, maior é a eficiênciaenergética de uma economia/produto.

Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC)Fonte de informação científica e técnica com maiorautoridade na temática das alterações climáticas.

O

Ozono

Tipo especial de oxigénio cujas moléculas consistemem três átomos em vez de dois. É altamente tóxicoe, mesmo em concentrações baixas, ataca os olhos,a garganta e as vias respiratórias. Além disso,danifica árvores e plantas. A sua presença no ar

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ao nível do solo constitui um risco para a saúde,no entanto na atmosféra funciona como filtro deprotecção dos raios ultravioleta.

P

Painéis solares fotovoltaicos

Dispositivos que utilizam o efeito fotovoltaico paraconverter a radiação solar em energia eléctrica. Ascélulas solares são o elemento de base dosmódulos solares, que, associados, constituem ospainéis fotovoltaicos.

Petróleo

Combus t í ve l l í qu ido na tu ra l cons t i tu ídoessencialmente por hidrocarbonetos, e que podeser encontrado em reservatórios em profundidade(ou no interior da crostra terrestre).

Ponte térmica

Termo utilizado na construção de edifícios e quedesigna fenómenos localizados na envolvente dosefifícios onde existe uma redução do isolamentotérmico entre dois espaços. Ao isolar uma parede,há que ter em atenção a eliminação destesfenómenos, que por não estarem isoladastermicamente, podem aumentar o consumo deenergia necessária para climatizar a habitação.Exemplos de pontes térmicas em edifícios podemser encontrados em:

- os elementos estruturais como topos de laje, vigase pilares.

- vãos e, normalmente, caixas de estores.

Protocolo de Quioto

Pro toco lo in te rnac iona l que es tabe lececompromissos para a redução da emissão degases com efeito de estufa, considerados como acausa do aquecimento global.O Protocolo de Quioto prevê metas de redução deemissões de GEE para os países desenvolvidos, de5% até 2012, em relação a 1990.

R

Recursos não renováveis

Recursos energéticos esgotáveis cuja formaçãodemorou muitos milhões de anos. Estes recursos,uma vez utilizados, não podem ser renovadosà esca la da v ida humana. Exemplo : oscombustíveis fósseis, que actualmente sãoresponsáveis pela maior parte da energiaconsumida pelo Homem.

Recursos renováveis

Recursos que se reciclam rapidamente ou têm opoder de se propagar ou ser propagados. Podemser utilizados de forma permanente sem seesgotarem (o sol, o vento, a água), se a taxa deutilização não superar a de renovação (a floresta,o calor da Terra).

S

Stand-by

Quando um aparelho está em repouso (prontoa trabalhar) e continua a consumir energiaeléctrica.

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T

Tep

Unidade energética que signif ica toneladaequivalente petróleo. Equivale a 42 GJ ou 11,6 MWh.

Termóstato

Aparelho usado para regular a temperatura numadiv isão, sendo gera lmente assoc iado aequipamentos de climatização, mas tambémpresente em:

- ferros de engomar

- torradeiras

- fornos/ fogões eléctricos

- etc...

Turbinas eólicas

Dispositivos utilizados para converter a energiacinética do vento em energia mecânica, geralmenteutilizando um eixo rotativo que está ligado a umgerador eléctrico. É um dos componente dosaerogeradores.

U

URE

Sigla para utilização racional de energia.

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SDC613/443/06

Ficha técnicaTítulo original: Guia prático da eficiência energética Autor: EDP - Energias de Portugal, S.A. Edição e coordenação: Sair da Casca.Design e ilustrações: WORKS para a Sair da Casca Validação técnica de conteúdos: ADENE Auditoria de língua portuguesa: LetrárioTiragem: 500 000 exemplares ISBN:972-8513-71-2 Edição de Junho de 2006 Depósito legal: xxx

É proibida a reprodução total ou parcial, sem autorização do autor e editor.