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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016

Título: Biografia: desenvolvimento das capacidades de linguagem dos alunos da

educação básica e disseminação da cultura local

Autora: Margarida Paulino de Cerqueira Pinto

Disciplina/Área:

Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Luiz Setti E.F.M.P – Jacarezinho

- Pr.

Município da escola: Jacarezinho

Núcleo Regional de Educação: Jacarezinho

Professor Orientador: Professora Dra. Marilúcia dos Santos Domingos

Striquer

Instituição de Ensino Superior: UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná

– Campus Jacarezinho

Resumo: O presente material didático objetiva desenvolver as

capacidades de linguagem dos alunos do sexto ano

do Ensino Fundamental para a leitura e produção do

gênero discursivo/textual biografia. Para o trabalho

efetivo em sala de aula, cumprindo assim as demais

etapas da engenharia proposta pelo Interacionismo

Sociodiscursivo, definimos pela elaboração de

Sequências Didáticas que são um conjunto de

atividades, tarefas e dispositivos didáticos para o

ensino da língua, proposta pelo Interacionismo

Sociodiscursivo. Estruturalmente, a sequência

didática se organiza da seguinte maneira:

Apresentação da situação, etapa na qual os alunos

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irão conhecer o gênero textual biografia; na

sequência são realizadas as oficinas, nas quais serão

trabalhadas e aprofundadas as características

contextuais, discursivas e linguísticas-discursivas

do gênero em processo de estudo. As oficinas têm

por finalidade a preparação do estudante para a

produção final de biografias dos escritores

jacarezinhenses, estas serão reunidas em um livro de

biografias que circulará no Colégio Estadual Luiz

Setti, na comunidade local e também em

Jacarezinho.

Palavras-chave:

Gêneros Discursivos/textuais; Biografias;

Sequência Didática

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público:

Alunos do 6º ano do Ensino Fundamental

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Biografia

Olá professor (a), a proposta deste material didático é trabalhar o gênero discursivo/textual

biografia, pautado nos pesquisadores da vertente didática do Interacionismo

Sociodiscursivo (ISD), assim, para o trabalho efetivo com o gênero em sala de aula,

utilizamos a sequência didática, de Dolz, Noverraz, Schneuwly (2004).

A delimitação para escolha do gênero se deve, sobretudo, porque é uma orientação da

Diretriz Curricular de Língua Portuguesa (PARANÁ, 2008), e também porque em

Jacarezinho, estado do Paraná, nossa cidade, há escritores importantes que merecem ser

biografados e conhecidos por nossos alunos e comunidade. Acreditamos que na sua cidade

existam também escritores que mereçam o reconhecimento dos alunos e da comunidade.

Nesse sentido, esse material poderá ser adaptado a sua realidade. Aspiramos, portanto,

com este material didático, contribuir para a sua práxis pedagógica e que ele sirva de

motivação para a abordagem à cultura local de sua cidade ou região.

No nosso caso, oportunizamos o contato dos alunos com alguns escritores jacarezinhenses.

Dentre eles destacamos Blás Peña Lupiañes, José Lázaro Boberg, Celso Antônio Rossi,

Geraldo Silva, Selma Camargo Foggiato e José Augusto Coppi.

Caro estudante, você sabe o que é uma biografia? Já leu alguma? Se já leu, o que você se

recorda do texto? Sabe onde podemos encontrar esse gênero textual? Como é construído? Qual

é a finalidade de se escrever uma biografia? Quem merece ser biografado? Então vamos

conhecer esse gênero?

Conceituando o gênero discursivo/textual biografia

De acordo com Mareco e Alfena (2012), o surgimento da biografia aconteceu em época

de crise, na sociedade greco-romana, devido à necessidade do registro dos fatos ocorridos na

vida das pessoas que por algum motivo se destacavam. Assim, o gênero nasceu da intenção de

destacar e divulgar os feitos de um indivíduo que se sobressaiu frente aos demais em uma

sociedade. Contudo, naquela época, e durante muitos séculos, a inquietude era apresentar

histórias de vida exemplificadoras, mais do que a verdadeira história do biografado.

O que ocorreu foi que a biografia, de acordo com Mareco e Alfena (2012), “veio a busca

pela individualidade, busca que estará sempre sujeita às condições sócio históricas de sua

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produção” (p.78). Dessa forma, dependendo do momento histórico, o biografado é um herói,

um escritor, um santo, um beato, um religioso, etc.

Na atualidade, com os avanços científicos e tecnológicos, a biografia passa a

caracterizar-se, segundo as autoras, pela “objetividade” e pela “isenção” necessárias pela

interpelação científica. Frente o tempo cronometrado para tudo e pela pressa que configuram o

momento contemporâneo, Carino (1999 apud Mareco, Alfena, 2012), explica que “quando não

há tempo para que o homem se realize em uma vida, através de seus feitos e palavras, talvez

esteja se tornando imprescindível o relato sobre vidas vividas, que só se mostram realmente

completas em sua recriação biográfica” (p.79).

Assim, a biografia, atualmente, se origina e circula em diferentes esferas, exemplos: na

esfera escolar, na midiática, na esfera jornalística, na literária, ou seja, na sociedade de forma

geral.

Dessa forma, caro aluno, a produção desse gênero tem como finalidade divulgar,

popularizar, dar a conhecer, por meio de um relato, a história de vida de uma determinada pessoa

por seus feitos relevantes; o sujeito biografado pode ser um escritor, um ator, um médico, um

arquiteto, ou seja, uma pessoa que se destaca na sociedade.

Nosso objetivo, neste material, é estudar todas as características do gênero biografia,

conhecer pessoalmente alguns escritores jacarezinhenses e produzir, a partir de entrevistas, a

história de vida deles, assim, ao final deste nosso trabalho, montaremos um livro de biografias,

produzidas por vocês, alunos, que circulará no Colégio Estadual Luiz Setti e na comunidade

local, pois esse livro fará parte do acervo da biblioteca de nossa e de outras escolas da cidade e

também da biblioteca do município.

A biografia: histórias de vida

Através da leitura de biografias podemos conhecer detalhes da vida das pessoas. Pois é!

Esse gênero textual tem o poder de fazer com que o leitor viaje no tempo e se coloque presente

na vida do biografado e reflita sobre o momento atual.

A primeira história de vida que iremos conhecer é de um escritor, morador da cidade de

Jacarezinho, desde 1981, localizada no norte do Paraná, chamado Blás Peña Lupiañes. Formado

em Direito e Agronomia. Dedicou-se à Agronomia durante 38 anos; há três anos se aposentou,

porém, é um sujeito muito ativo: cuida da sua chácara, faz caminhadas, natação, pesquisas na

internet; adora viajar e conhecer pessoas; é apaixonado pela leitura e escrita. Escreveu quatro

livros e está se dedicando à escrita de um artigo.

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Fiquem atentos e boa leitura!

Blás Peña Lupiañes

Margarida Paulino de Cerqueira Pinto

Blás Peña Lupiañes nasceu em Cádiar, província de

Granada, Espanha, em 05 de fevereiro de 1949, e veio para o

Brasil, com seus pais Ambrósio Peña Martin e Francisca

Lupiñez Alvarez, em 1953. A família tinha a esperança de obter

melhores condições financeiras, tendo em vista a extrema

dificuldade pela qual passava o povo espanhol após a guerra

civil. Naquele momento, os espanhóis trabalhavam doze horas

para sobreviver com um salário irrisório.

Já em solo brasileiro, a família foi morar em Nova

Fátima, interior do estado do Paraná, em uma fazenda de café,

de propriedade de um tio de Blás. Permaneceram neste local

durante quatro anos, depois, o pai foi criar suínos de forma

extensiva, em uma localidade de condições precárias. Assim, o

pai juntou dinheiro e adquiriu um pedaço de terra e pode

possibilitar que Blás frequentasse a escola, concretizando o ideal do pai que muito valorizava

os estudos.

Até então, o menino Blás, já com mais de dez anos de idade não tinha frequentado a

escola, fora alfabetizado em casa por sua mãe, que tinha um pouco de estudo, porém do modo

“portunhol”, tendo acarretado traços de dissintonia gramatical por um tempo.

A primeira escola que Lupiañes estudou, localizava-se próxima a uma estrada no meio

rural, a quatro quilômetros de distância da sua casa. O percurso era feito a pé e passava por

lugares difíceis; muitas vezes, chegava em casa com a roupa rasgada por ter passado ao lado de

espinheiros em trilha estreita ou por não ter sido cuidadoso ao passar por uma cerca de arame

farpado; outras vezes, sua mãe ficava brava, pois ele chegava com a roupa suja devido ao grande

divertimento da hora do recreio: as bolinhas de gude.

Blás sempre foi apaixonado pela leitura, porém sua escola era carente de livros. Ele

desejava possuir aquele “precioso” objeto para que pudesse lê-lo e se maravilhar com suas

gravuras. No entanto, no dia que sua turma ganhou um livro de presente, por ironia do destino,

ele precisou se ausentar da aula, o que raríssimas vezes acontecia, e tendo faltado um exemplar

Blás Peña Lupiañes, escritor

jacarezinhense é apaixonado

por livros

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para que a professora presenteasse todos os alunos, ele acabou ficando sem o livro que era o

presente que mais almejava. Esse acontecimento o deixou profundamente entristecido.

Em 1963, quando Blás tinha 14 anos de idade foi estudar, em regime de internato, no

Colégio agrícola Getúlio Vargas, na cidade de Palmeira/PR, onde fez o curso de técnico

agrícola. Ali permaneceu até 1969, até os vinte anos de idade.

Concluído o curso secundário, Blás prestou vestibular e foi cursar agronomia na

Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois, ingressou na Faculdade de

Direito de Jacarezinho/PR, formando-se em 1990, local onde conheceu a esposa Manoela

Matiazo Peña Lupiañes. O casal tem uma filha chamada Paloma; Blás tem mais uma filha do

primeiro casamento, um genro e a neta Amanda. Anos após ter cursado direito, fez pós-

graduação em Química e Biologia Ambiental.

Depois de 40 anos da saída do colégio agrícola, as memórias vivenciadas pelo autor se

transformaram no primeiro livro, intitulado “Breve história passada a limpo de um ex-

agricolino”, publicado em 2010, pela gráfica e Editora Godoy. A partir de então, veio a vontade

de escrever mais livros. No segundo livro “Um causo de mar outras histórias”, publicado em

2011, o autor resgata um pouco da vida e costumes do povo do meio rural, denominado Sanga

Funda, no município de Encruzilhada do Sul/RS. A história mescla realidade e ficção

vivenciadas por Blás, família e amigos.

No ano de 2012, escreveu o terceiro livro “Resenhas de minha vida”, cujo objetivo é

expor sua personalidade, com seus defeitos e virtudes. Em 2013, lançou seu quarto livro “Entre

a narrativa e o conto; entre a ficção e a realidade”, inspirado num livro escrito por seu amigo

José Augusto Coppi, também escritor jacarezinhense.

O autor escreve pelo simples prazer de escrever, pois para ele “As palavras ditas de boca

a ouvidos se vão com vento e o tempo; os escritos ficam para sempre”.

Blás exerceu a profissão de agrônomo e atualmente é aposentado pela Secretaria da

Agricultura. O escritor é apaixonado por conhecer lugares e pessoas e a leitura faz parte do seu

viver. Dentre os autores que aprecia, destacam-se José Mauro de Vasconcelos, Machado de

Assis, Paulo Coelho, Euclides da Cunha, Augusto Cury, Dráuzio Varela, Laurentino Gomes,

Lya Luft, Ana Beatriz Barbosa Lima; internacionais: Pablo Neruda, Agatha Christie, Sidney

Sheldon, Morris West, e outros.

Margarida Paulino de Cerqueira Pinto nasceu em Jacarezinho (PR), em 1972. É professora

de Língua Portuguesa, trabalha no Colégio Estadual Luiz Setti, Jacarezinho (PR) e também na

EMEF Professora Amélia Abujamra Maron, em Ourinhos (SP). Graduou-se em Letras/Francês

e Letras/Espanhol na UENP – Jacarezinho e Pedagogia pela Faculdade de Pinhais - FAPI, de

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Curitiba (PR) e fez Pós-Graduação em Língua Portuguesa e Literatura, UENP- Jacarezinho.

Produziu essa biografia após longas horas de entrevista com o senhor Blás, a fim de a referida

biografia servisse como um exemplar do gênero a ser publicado nesse material didático.

Professor, além de levar para a sala de aula a biografia de um autor de sua cidade para que

os alunos o conheçam e se familiarizem com o gênero, a qual pode ser uma já publicada ou

produzida por você, sugerimos alguns sites, nos quais você encontrará biografias de

escritores cujas obras são recomendadas por materiais didáticos e paradidáticos para o

trabalho no 6º ano do Ensino Fundamental:

www.infoescola.com/biografias/pedro-bandeira/

www.e-biografias.net/monteiro_lobato/

educacao.uol.com.br/biografias/Ziraldo.htm

educacao.uol.com.br/biografias/luis-fernando-verissimo.htm

www.suapesquisa.com/biografias/mario_quintana.htm

Caros alunos, após a leitura do primeiro exemplar de uma biografia ficou mais fácil de

compreender esse gênero textual? Então agora é hora de registrarmos tudo que aprendemos

sobre a vida do escritor Blás Peña Lupiañes.

Estudo do texto

1. Releia um fragmento do primeiro parágrafo do texto:

Blás Peña Lupianes nasceu em Cádiar, província de Granada, Espanha, em 05 de

fevereiro de 1949, e veio para o Brasil, com seus pais Ambrósio Peña Martin e Francisca

Lupiñez Alvarez, em 1953.

a) Observem que a família saiu da Espanha para morar no Brasil. A esse fenômeno damos o

nome de migração, emigração ou imigração? Consulte um dicionário, registre os significados

das palavras e responda à questão.

Sugestão de resposta:

migração – entrada ou saída de uma pessoa ou grupo de pessoas em países diferentes ou dentro

do próprio país.

emigração – saída de uma pessoa ou grupo de pessoas do país ou do lugar onde mora para se

estabelecer em outro de maneira provisória ou definitiva.

imigração – entrada de uma pessoa ou várias pessoas no país; mudança de cidade ou estado

dentro do país, em busca de melhores condições de vida.

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b) Agora que você já conhece os três significados, escolha uma palavra diferente da que você

usou na resposta da questão “a” e escreva uma frase utilizando-a.

R- Professor, é importante que o estudante compreenda que nosso personagem Blás é um

imigrante, então terá que escrever a frase com os vocábulos migração ou emigração.

Relembrando o conceito de frase: é um enunciado que tem sentido completo. Na escrita,

iniciamos uma frase com letra maiúscula e no final, colocamos um ponto. Dependendo do

sentido que pretendemos transmitir, podemos utilizar:

ponto: em frases declarativas ou imperativas

Naquele momento, os espanhóis trabalhavam doze horas para sobreviver com um

salário irrisório.

Está tudo certo, então vá ao Brasil. (imperativa)

ponto de interrogação: em frases interrogativas (perguntas)

Você conhece a história de Blás?

Ponto de exclamação: em frases exclamativas (expressam surpresa, espanto, emoção, etc);

também em frases imperativas

Os livros são preciosos!

Na oralidade, mudamos a entonação da voz.

2. A família veio para o nosso país para ter uma vida melhor, pois naquele momento, os

espanhóis trabalhavam doze horas para sobreviver com um salário irrisório, ou seja, o salário

era muito baixo que mal dava para sobreviver.

a) Você sabe qual é o valor do salário mínimo do nosso país, faça uma pesquisa a respeito e

registre-a. Reflita um pouco e escreva: Com esse valor é possível manter uma família?

R – O valor do salário mínimo brasileiro é R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reis). Com esse valor

é muito complicado fazer as compras do supermercado, comprar roupas, pagar água, luz, se

tiver que pagar aluguel...

Professor, é de suma importância essa reflexão, caso os alunos não saibam o quanto os pais

recebem, esse é o momento de pedir que pesquisem com a família: quanto de dinheiro a família

recebe mensalmente, quanto gasta de supermercado, etc. Escutamos inúmeros relatos de pais,

que muitas vezes são assalariados, porém os filhos querem tênis, celulares e outros objetos que

não “cabem no bolso da sua família”.

b) Nas condições atuais do nosso país, se você fosse amigo da família Lupiañes, aconselharia

a vinda dela para se estabelecer no Brasil? Justifique sua resposta com argumentos convincentes

e coerentes.

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R – Professor, embora a resposta seja pessoal, é interessante trazer à tona alguns dos nossos

problemas: corrupção, queda do governo, salários baixos, greves, aumento do valor da cesta

básica.

3. No decorrer da leitura da história de vida de Blás, ficamos sabendo que ele foi alfabetizado

pela mãe, pois não foi possível que ele frequentasse a escola até os dez anos de idade. E você,

alguém de sua casa te ajuda nas tarefas? Você tem horário para estudar em casa? É incentivado

pela sua família a frequentar a escola?

R – Resposta pessoal, porém é necessário que o estudante aponte quem o incentiva e escreva

quais são as ações incentivadoras. Também é importante, professor, que você converse com a

turma sobre a necessidade de estudar em casa.

4. Quando nosso biografado era criança, na hora do intervalo da sua escola, adorava brincar de

bolinha de gude. E você, do que gosta de brincar?

R – Professor, sugerimos abrir uma discussão com a classe sobre a importância das brincadeiras

para a saúde do adolescente.

5. Ainda pensando em brincadeiras infantis, complete o quadro abaixo com dez brincadeiras de

ontem (da época de seus avós e seus pais) e dez brincadeiras de hoje. Para o registro dessa

atividade, faça uma pesquisa com sua família.

R -Professor, é bem provável que o estudante escreva poucas brincadeiras atuais, eles passam

mais tempo dentro de casa, assistindo televisão ou mexendo no celular (muitas vezes ficam

sozinhos).

Brincadeiras de ontem Brincadeiras de hoje

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6. Blás é apaixonado por livros. E você gosta de ler? Quantos livros já leu? Se recorda de alguma

história que ficou guardada na sua imaginação. Registre-a em seu caderno e faça uma ilustração

para ela. Depois de pronta você apresentará a sua história para os seus amigos em sala de aula

e ouvirá a deles.

R – Resposta pessoal. Professor, é o momento de avaliar qual é o repertório de leitura da classe,

quais autores conhecem, o que leram, se gostam de ler. Sugerimos que a partir das respostas

dos alunos, selecionem alguns livros para a leitura em sala de aula.

Caro professor, as questões elaboradas abaixo estão embasadas na proposta do dispositivo

elaborado por Barros (2012), e iremos abordar as características contextuais da biografia;

sugerimos que continue utilizando como texto-base, a biografia do escritor de sua cidade;

é importante que os alunos tenham o texto em mãos.

7. Caros alunos, a palavra biografia é formada a partir de dois termos gregos: bios (vida) +

graphein (escrever). Assim podemos compreender que quando lemos uma biografia, vamos

conhecer a história de vida de determinada pessoa. Pela leitura do texto, por que Blás Peña

Lupiañes foi biografado?

R – Porque ele é uma pessoa que se destaca na nossa sociedade, é formado em agronomia e

exerceu a profissão até se aposentar; também fez direito, é apaixonado por livros e é escritor.

8. Qual é o objetivo de se escrever uma biografia?

R - A escrita desse gênero tem por objetivo divulgar a história de vida de uma determinada

pessoa.

9. Esse gênero textual é oral ou escrito?

R – É um gênero escrito.

10. Escreva V (verdadeiro) e F (falso) para as afirmativas abaixo, referentes ao gênero biografia.

A – ( V ) esse gênero textual objetiva divulgar a história de vida de uma determinada pessoa

que se destaca na sociedade.

B – ( V ) auxilia no desenvolvimento da leitura e da escrita dos alunos.

C – ( F ) somente nos livros escolares que se encontra esse gênero textual.

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D – ( F ) as biografias sempre são iniciadas com a expressão “Era uma vez...”, fazendo com que

o leitor saia do mundo real e entre no faz de conta.

11. A pessoa que escreve contos é chamada de contista, quem escreve crônicas é chamado de

cronista. E quem se dedica à escrita de biografias, como é chamada?

R – É chamada de biógrafo.

12. Quem pode ser um biógrafo?

R – O biógrafo é um cidadão que deseja que a vida do biografado (a) se torne conhecida e ou é

um jornalista, escritor que tem interesses comerciais, uma vez que a biografia de uma

personalidade pode ser um meio de obter lucros.

13. Qual é o público alvo do gênero biografia, ou seja, quem são os leitores desse texto?

R – Pode ser um estudante, um pesquisador ou um cidadão com certo nível cultural que deseja

conhecer a biografia de determinada personalidade.

14. Para quem a autora Margarida escreveu a biografia do Blás e com que finalidade?

R – Para seus alunos do 6 º ano do Ensino Fundamental, com a finalidade de desenvolver

habilidades de leitura e escrita, sobretudo despertar o gosto por literatura a partir dos exemplos

citados pelo escritor e também valorizar a cultura local.

15. É preciso uma relação de proximidade entre o biógrafo e o biografado?

R – A relação entre o biógrafo e o biografado pode ser de ordem afetiva, pois o biógrafo pode

realizar sua tarefa movido pela admiração à história de vida e ou pelas obras produzidas pelo

biografado. Mas a relação pode também ter um caráter comercial, visando lucros financeiros.

16. Pense na seguinte situação: além da biografia que estamos estudando, você precisará trazer

para nossa aula de leitura outro texto do mesmo gênero, onde você poderá pesquisar? Ou seja,

onde encontramos biografias?

R – Esse gênero textual pode ser encontrado em sites da internet, em jornais, revistas, livros.

17. Você conhece outras pessoas que deveriam ter a sua história de vida registrada? Escreva o

nome dela (s) e justifique.

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R – Professor, oriente a classe que não é qualquer pessoa que pode ser biografada, e sim aquela

que se destaca na sociedade, que fez algo importante.

BIOGRAFIA E AUTOBIOGRAFIA

Vocês puderam perceber que o texto intitulado “Blás Peña Lupiañes”, do início dessa unidade

didática é um texto biográfico; já o texto que iremos ler agora, “Resenhas de um ex-estudante”

é uma autobiografia. Então vamos observar quais as diferenças e semelhanças desses dois

gêneros textuais?

Resenhas de um ex-estudante

Eu, Blás Peña Lupiañes, nasci em Cádiar, província de Granada, Espanha, em 05/02/1949

e, vindo com meus pais ao Brasil em 1953.

Se me perguntarem o motivo da vinda, eu diria que fora para meu pai a esperança de obter

melhores condições financeiras, tendo em vista a extrema dificuldade por que passava o povo

espanhol após a guerra civil.

A Espanha estava dilacerada e havia necessidade de se trabalhar doze horas para

sobreviver com um salário irrisório.

Meu pai aconselhado por um tio (proprietário de fazenda de café, em Nova Fátima, PR)

para que viesse ao Brasil, já que aqui encontraria oportunidade para melhoria das condições

financeiras. Embora a minha mãe não quisesse sair da Espanha por ter que deixar a sua família

numerosa, acompanhou o meu pai.

Difícil adaptação tiveram que superar, pela diversidade de costumes antagônicos com os

da terra natal.

Chegando ao Brasil, meu pai trabalhou na fazenda de seu tio por quatro anos. Porém,

desejando trabalhar por conta própria saiu da fazenda, vindo a trabalhar na criação de suínos

em regime extensivo.

O local onde agora vivíamos era de extremo desconforto pelas condições rudimentares

disponíveis. Mesmo assim, ali dava-se início a uma esperançosa oportunidade de obter lucro

para o bem-estar da família. Com o passar dos quatro anos, com muito trabalho e economia,

via-se a possibilidade de concretizar o seu ideal; porém havia um detalhe que lhe tirava o sono:

ver que a minha pessoa passava dos dez anos e não havia frequentado nenhuma escola. Embora

o meu pai fosse um semianalfabeto, sempre desejou que seus filhos estudassem e tivessem

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condições de ter uma vida muito melhor do que as que tiveram. Chegara, então, o momento de

procurar outro local para que eu pudesse frequentar a escola.

Com as economias obtidas da criação de suínos, comprou um pedaço de terra,

concretizando o seu ideal. Agora, trabalharia na sua propriedade e teria, seu filho, condições de

frequentar a escola. Até então fora alfabetizado pela minha mãe, que tinha um pouco de estudo,

porém do modo “portunhol”, tendo acarretado traços de dissintonia gramatical por um tempo.

Minha primeira escola se localizava próxima a uma estrada no meio rural, a quatro

quilômetros de distância de casa. O percurso de casa até a escola era feito a pé, passando por

locais difíceis, mas que me ajudava a encurtar o percurso. Várias vezes cheguei em casa com

marcas de roupa rasgada por ter passado ao lado de espinheiros na trilha estreita, ou não ter sido

muito cuidadoso ao passar por uma cerca de aramar farpado. Também era motivo de represarias

pelos danos às vestes, porque sujava a roupa na brincadeira com bolinhas de gude, passatempo

na hora do recreio.

Naqueles anos 60, o nosso professor não economizava nos puxões de orelha ou reguadas

na cabeça, quando o aluno não correspondia à exigência do professor, tal como o aluno não

escrevia m antes de p ou b. Vários fatos ocorreram entre colegas e professor, ocasionando choro

e risos no transcorrer de um ano e meio que tivemos com o professor. Depois disso, viera uma

professora dando outro estado de espírito para nós, alunos. Era a pessoa mais amigável e, para

nós, foi de grande importância, pois além de atuar com boas maneiras conosco, ainda era

possuidora de bom conhecimento profissional.

Por ser carinhosa, criei muita estima a sua pessoa.

Sempre fui afeito à leitura. Porém, na escola, fui carente de livros. Desejava, com ardor,

possuir aquele precioso objeto que pudesse lê-lo e ver suas gravuras. Na vida, por vezes,

acontecem fatos que nos deixam aborrecidos. Prova disso tive quando a minha querida

professora agraciou os seus alunos com um livro novinho em folha para cada um. Deu-se, então,

o fato inesperado: por ironia do destino, eu, que adoraria ganhar um livro, não fui agraciado

com este prazer. No dia em que fora entregue os livros, houve falta de um exemplar e, já que

não estava presente nesse dia, não o recebi. Infelizmente, ocorria uma ausência minha na escola,

fato raríssimo de acontecer, salvo extrema necessidade.

Desnecessário dizer de meu profundo aborrecimento, com meu semblante a demonstrar

profunda decepção e tristeza. A professora também, na conversa comigo, dava sinais de

desconforto pelo ocorrido, lamentando que não pudera me entregar pelos motivos já expostos.

Tempos depois, a professora se mudou para longe, ficando outra vez, nós, alunos, sem

professor. Naquele período de minha vida, com treze anos, as emoções e os sentimentos

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afloravam com grande intensidade. Ali já não estava minha querida professora. Ela me

proporcionou bem-estar com sua atenção carinhosa para comigo, e agora me proporcionava

grande tristeza ao se despedir, deixando um grande vazio em meu ser. No ato da despedida, a

falta do livro citado, fora compensado por um belo livro de aventura, com belas gravuras, e uma

dedicatória, que toda vez que a lia, as lágrimas vertiam de meus olhos. Passadas algumas

dezenas de anos, o livro fora extraviado, possivelmente em alguma mudança. Hoje, se eu

estivesse com o livro e voltasse a ler a dedicatória, novamente, com certeza, a emoção viria

com grande intensidade e as lágrimas voltariam a escorrer.

Passados alguns meses, houve a possibilidade de mudar de escola, esta mais distante, mas

com melhor infraestrutura e com boa professora. Fiquei frequentando esta escola até concluir o

curso primário e, se aprovado, me daria, futuramente, o direito de cursar o ensino médio, se

aprovado no exame de admissão na época.

Após concluir o primeiro grau, dava-se outra dificuldade. No município de Nova América

da Colina, onde vivíamos, não dispunha de curso ginasial, hoje fundamental. Para quem

quisesse prosseguir nos estudos, teria que se ausentar do convívio familiar e estudar distante. A

opção de parar com os estudos e dedicar-me tão somente no auxílio nas lidas do campo não me

agradava. Eu queria era estudar, nem que tivesse que abrir mão da convivência familiar. Passado

algum tempo das opções que foram estudadas, fora escolhida uma mais viável. Surgiu uma,

onde poderia ficar interno, estudar e trabalhar algumas horas no mês como aprendiz; e para meu

pai também era interessante porque era tudo grátis. Meu pai me levou até o colégio e lá fiz o

exame de admissão, tendo sido aprovado. Tudo corria bem até o momento que meu pai se

despediu de mim; eu não tinha o costume nem de posar uma noite fora de casa.

Foi uma tarde, muito triste, começo de noite, quando meu pai se despediu de mim,

adentrou no ônibus, e desapareceu na primeira curva. Ali ficava eu com as lembranças e a

grande expectativa de como seria minha vida doravante. Era mais um aluno que entrava naquele

mundo desconhecido para mim. Fui aluno por sete anos no Colégio Agrícola Getúlio Vargas,

em Palmeira/ PR. A saudade da família era grande, mas o meio de comunicação que tínhamos

era por carta, e ela costumava demorar de 12 a 15 dias para chegar. A primeira carta que recebi

de meus pais me proporcionou muita alegria e foi um momento marcante em minha vida.

Nós, alunos, não dispúnhamos de telefone, que era apenas utilizado pelo diretor e

secretário, ou para receber algum aviso urgente ao aluno. Foram sete anos que deixaram marcas

em minha vida por fatos ocorridos, maus e bons. Ali passei, como adolescente e pós

adolescente, por muitas situações que os jovens estudantes de hoje, no conforto de seus lares,

não ousam imaginar. Tive oportunidade de descrever os fatos mais marcantes quando escrevi o

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primeiro livro e dei o título de “Breve história passado a limpo de um ex-agricolino”. Passaram-

se 40 anos após a saída do colégio quando, por acaso, resolvi lembrar dos principais fatos, e pô-

los no papel para quem tiver interesse. Dava-se, a partir dessa época, ímpeto de escrever mais

livros.

Sempre gostei de ler e escrever; costumava ser requisitado pelos meus colegas (alguns

deles é claro) para fazer as redações que a professora mandava. Fazia as redações conforme a

intuição aflorava de forma despretensiosa de qualidade no uso do vernáculo, e com alguns erros,

mas que, por sorte, de modo geral, eram bem avaliadas.

Todos nós, pessoas em qualquer lugar e qualquer idade, temos dificuldade para o feitio

de algumas coisas e facilidade para outras. Em meu caso, como estudante, tive bastante

dificuldade para dominar a matéria de matemática. Considero como causas a falta de

conhecimento básico, além da dificuldade pessoal no trato com os números.

Para que pudesse concluir o curso de Agronomia, onde a matéria mais exigida na

faculdade era justamente a Matemática, tinha que vencê-la, não tinha outra maneira. Tive que

auto aprender o conteúdo do segundo grau, para dar-me a base necessária para dominá-la, e, ao

final, ser vitorioso. Tal foi o esforço empregado por três anos para dominá-la que, após passado

mais de dez anos da conclusão do curso, ainda acordava apavorado de pesadelo de que ia ter

prova e ainda não estava capacitado para ter um bom resultado. Porém, na vida nada permanece

para sempre, pois o pesadelo era desfeito quando acordava e sentia-me aliviado. Por todas as

dificuldades enfrentadas ao longo da vida e, principalmente, essa que descrevi, permite-me

credenciar este conceito: “Com a ajuda da providência divina nos dando saúde, não há barreira

que o homem determinado, empregando a força de vontade necessária, não possa superar”.

Sou exemplo cabal de tal feito de superação, tendo o prazer de divulgar como exemplo.

Após a conclusão do curso secundário, acabei por prestar vestibular, vindo a estudar na

Universidade Federal de Pelotas-RS. Ali passara quatro anos que me proporcionaram, também,

bons momentos na convivência estudantil com colegas, e aprender os muitos procedimentos

que, mais tarde, usaria na vida profissional. Aprendi; também do curso de Agronomia, outro

curso: o de Direito. Como se costuma dizer: “O saber não ocupa lugar” e, ademais, além de

outros cursos de especialização, há um curso importantíssimo que a vida proporciona a todos:

utilizar os erros cometidos para não repeti-los.

A ida para o RS fora de grande expectativa. A princípio, achei algumas coisas estranhas

que comento no terceiro livro, mas o ser humano tem uma grande capacidade de adaptação e,

em pouco tempo, me acostumava.

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O Rio Grande do Sul é um Estado bastante bajulado pelos gaúchos e, por isso, é motivo

de algumas brincadeiras. Com isso, me deu vontade de escrever algo a respeito: dei o nome de:

Um causo de mar e outras histórias. Neste trabalho tive a oportunidade de resgatar um pouco

da vida e costumes do povo do meio rural. Neste segundo livro o ambientei em povoado da

zona rural denominado de Sanga Funda, no município de Encruzilhada do Sul- RS. O conteúdo

deste se desenrola entre os fatos fictícios e reais que ocorreram comigo, família e amigos. Os

personagens, todos com trejeitos de humor, desfilam em uma série de aventuras. Fora

ambientado em local da zona rural em sua maior parte, porque me traz várias lembranças da

vida simples do homem do campo, onde, apesar das dificuldades e privações de conforto,

também me proporcionou momentos de enlevo espiritual, como ver uma flor que desabrochava,

um pássaro cantando ou contemplar o céu em uma noite límpida, salpicada de estrelas, e o luar,

afagando a terra, agora silenciosa e misteriosa.

Neste enlevo, as palavras nunca fazem jus ao estado de graça que sentimos ao contemplar

a riqueza da natureza que o criador nos proporciona; basta que tenhamos bons olhos para ver,

ouvidos para escutar e percepção para admirar, mesmo as coisas simples.

A beleza não está somente no que está sendo visto; a beleza maior está nos olhos da alma.

Sempre haverá coisas vistas que, para uns, são lindas, maravilhosas e, para outros, nem

tanto ou quase nada; isso vai depender do mundo interior de cada um.

Alguém disse: A vida é uma sucessão de sucessos e insucessos que se sucedem

sucessivamente. As coisas agradáveis e desagradáveis vão se sucedendo durante todo o período

de nossa vida, elas fazem parte do conteúdo que todos passamos. Não devemos, portanto,

subestimar as coisas boas, belas e simples da vida, e se cometermos erros e viera dor, não

devemos nos rebelar e sim aceitar como bom exemplo para não errar de novo.

Os fatos vão acontecendo e nós vamos tomando atitudes, como se deu comigo. No ano

de 2012, me deu vontade de escrever o terceiro livro; o meu objetivo maior era expor neste

livro a minha verdadeira personalidade, com os meus defeitos e virtudes. Queria deixar um

legado sincero de minha personalidade para os meus parentes de descendentes destes que

tivessem interesse de saber quem eu teria sido. Quando se comenta um fato verídico com toda

a veracidade, passando de uns para outros, chega o momento em que a informação a respeito

do fato não condiz com a veracidade inicial. Creio, portanto que: “As palavras ditas de boca a

ouvidos se vão com o vento e o tempo; os escritos permanecem para sempre”. Mesmo passados

muitos anos, quando ninguém falar de mim, lá estarei eu presente nas páginas escritas,

declarando-me da melhor forma a quem queira me conhecer.

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Após o feitio do livro, passado algum tempo, tive o prazer de ler o livro escrito por um

amigo; nele discorria sobre temas diversos com viés de ficção. Surpresa tive quando grande

parte do conteúdo o tinha vivido de certo modo. Isso me fez dar conta que os acontecimentos

reais vividos ao largo da vida têm muita similaridade com a ficção exposta nos escritos da

imprensa falada e escrita, principalmente nos livros. Levando-se em conta essa percepção, dei

o título deste quarto livro escrito de “ Entre a narrativa e o conto, entre a ficção e a realidade”.

Fiz estes livros pelo simples prazer de escrever, como fiz com o conteúdo deste texto.

Qualquer pessoa pode se dar ao prazer de externar as suas ideias em forma de letras; basta

querer. O mais importante, segundo o meu entendimento, é deixar gravado na forma escrita o

que for do interesse, e satisfação teremos se soubermos que foi a leitura do agrado de leitor.

A leitura nos traz vários benefícios, porém há um de valor incalculável: trata-se da

imaginação. Vejamos: uma história pode ser demonstrada por um filme ou por um livro. No

filme, vemos a imagem da cena em sequência de fatos de forma passiva; tão somente assistimos

à cena; já a mesma história contada em um livro, as palavras escritas se vão dinâmicas; elas têm

capacidade de instigar a nossa psique e fazem com que imaginemos a cena descrita ao nosso

gosto. Aí se dá um dos aspectos mais importantes da leitura.

Escrever também é uma atitude de amor, que pode ser disfrutado por todos que queiram

deixar um legado para os leitores interessados.

Feliz é aquele que faz o que lhe dá prazer.

“Vivamos a vida com toda a intensidade, como o esplendor dos raios do sol em dia

límpido que desabrocha no horizonte sem fim”.

Blás Peña Lupiañes

Jacarezinho, 15/09/2016

18. Que semelhança há entre os textos “Blás Peña Lupiañes” e “Resenhas de um ex-estudante”?

R – Os dois apresentam a mesma temática, ou seja, a história de vida do biografado, enfatizando

os livros escritos por ele.

19. Com base no texto “Resenhas de um ex-estudante” que é um relato autobiográfico.

Responda:

a) Em que pessoa é escrito? Retire um fragmento que comprove a sua resposta.

R – É escrito em 1ª pessoa. “Sempre gostei de ler e escrever...”.

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b) Ao longo do texto, o autor relata acontecimentos importantes de sua história que nos

incentivam a refletir sobre nossa vida. Copie do texto um trecho que mais te sensibilizou e

escreva o porquê.

R – Professor, é necessário que o aluno justifique a sua escolha, ou seja, que ele escreva qual o

significado das colocações do escritor para a sua vida.

c) Para quem Blás Peña Lupiañes escreve esse texto?

R – Para quem tiver interesse em conhecer sua história de vida, mais especificamente para os

alunos do 6º ano.

Biografia ou autobiografia? Observem os fragmentos abaixo:

Blás Peña Lupiañes nasceu em Cádiar,

província de Granada, Espanha, em 05 de

fevereiro de 1949, e veio para o Brasil, com

seus pais Ambrósio Peña Martin e Francisca

Lupiñez Alvarez, em 1953.

Biografia

Escrito em 3ª pessoa do singular

(quem nasceu, veio, seus? = ele/

Blás)

É o escritor, biógrafo, quem escreve

a história de vida do biografado.

Eu, Blás Peña Lupiañes, nasci em Cádiar,

província de Granada, Espanha, em

05/02/1949 e, vindo com meus pais ao

Brasil em 1953.

Autobiografia

Escrito em 1ª pessoa do singular

(utilização dos pronomes eu, meus;

verbo nasci, também na 1ª pessoa).

É o próprio sujeito quem escreve a

sua história de vida; nesse fragmento

é o próprio Blás quem é o escritor.

21. Sobre as características dos dois gêneros, escreva (a) quando a afirmativa se referir à

autobiografia, (b) para biografia e (ab) quando as características forem comuns aos dois:

( a ) Os verbos e os pronomes utilizados são escritos na 1ª pessoa.

( ab ) Gênero escrito.

( b ) O escritor desse gênero é também chamado de biógrafo.

( b ) Entre o biógrafo e o biografado pode haver uma relação comercial.

( a ) É o próprio escritor quem escreve sua história de vida.

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( ab ) O destinatário pode ser um estudante, um pesquisador ou um cidadão com certo nível

cultural que objetiva conhecer a história de uma determinada personalidade.

Professor, abordaremos nas questões seguintes as Características discursivas e linguístico-

discursivas do gênero biografia, sugerimos para estas atividades dois textos do mesmo

gênero, ou seja, duas biografias de autores conhecidos pelos alunos do 6º ano; a primeira

biografia é a de Ziraldo Alves Pinto e a segunda, de Monteiro Lobato.

1. Sugerimos a leitura dos textos primeiramente pelos alunos: em duplas, leitura

silenciosa; depois cada aluno lê um fragmento, de modo que todos os alunos façam a

proposta de leitura, e por último uma leitura feita por você, professor.

2. Nesse momento é a hora de verificar se realmente todos eles conhecem os dois autores,

e escolher um livro de cada um deles para a leitura em sala de aula. Indicamos os livros O

menino maluquinho, de Ziraldo e O picapau amarelo, de Monteiro Lobato. Mãos à obra!

Seguem os links das biografias utilizadas:

www.e-biografias.net/monteiro_lobato/

educacao.uol.com.br/biografias/Ziraldo.htm

Alunos, vamos ler mais dois textos do mesmo gênero, ou seja, mais duas histórias de

vida de escritores importantíssimos para a nossa literatura. O primeiro deles é o criador do

Menino Maluquinho e tantas outras histórias que nos enriquecem. Sabem de quem estou

falando? Isso mesmo, seu nome é Ziraldo Alves Pinto. O segundo, há muito tempo teimava em

afirmar que no nosso país tinha petróleo, criador do Sítio do pica-pau amarelo e tantas outras

histórias, pois é, estou me referindo a Monteiro Lobato. Vamos à leitura!

Estudo dos textos

1. Após a leitura atenta das duas biografias, vamos montar um quadro comparativo dos autores.

Escreva o nome corresponde para cada afirmativa a seguir:

É um dos mais destacados artistas gráficos do Brasil. Ziraldo

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Foi um dos primeiros autores de literatura infantil de nosso país e de

toda América Latina.

Monteiro Lobato

Nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882 e faleceu no

dia 5 de julho de 1948.

Monteiro Lobato

Fundou, junto com outros humoristas, o jornal “O Pasquim”. Ziraldo

Escritor do livros: Flicts, O planeta lilás, O menino maluquinho, dentre

outros.

Ziraldo

Foi alfabetizado pela mãe, leu todos os livros da biblioteca do seu avô,

o Visconde de Tremembé.

Monteiro Lobato

Em 1921, publica Narizinho arrebitado. Monteiro Lobato

Foi convidado a desenhar o cartaz anual da Unicef, honra concedida pela

primeira vez a um artista latino.

Ziraldo

Nasceu no dia 24 de outubro de 1932, em Caratinga, Minas Gerais. Ziraldo

Criador dos personagens Emília, Dona Benta, Pedrinho, Tia Nastácia,

Narizinho, Rabicó e muitos outros.

Monteiro Lobato

2. Assinale as afirmativas corretas, referentes ao gênero biografia a partir da leitura dos textos.

a) ( x ) As biografias são relatos de acontecimentos vividos, fatos reais.

b) ( ) As biografias são histórias inventadas, criadas a partir da imaginação de escritores.

c) ( x ) Nesse gênero textual há predominância do relatar, ou seja, a história de vida de uma

pessoa é relatada (contada).

d) ( ) No final do texto há a moral da história.

e) ( ) Apresenta diálogo entre os personagens, marcado pelo uso do travessão no início da

frase.

3. Em que pessoa do discurso os textos foram escritos? Retire um fragmento de cada um deles

que comprove a sua resposta. Vamos recordar?

1ª pessoa do discurso: pessoa que fala

2ª pessoa do discurso: pessoa com quem se fala

3ª pessoa do discurso: pessoa de quem se fala

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R- Foi utilizada a 3ª pessoa do discurso. Exemplos: “Monteiro Lobato (1882-1948) foi um

escritor e editor brasileiro”; “Como artista gráfico, Ziraldo fez cartazes para inúmeros filmes

do cinema brasileiro”.

4. Releia: “Eu, Blás Peña Lupiañes, nasci em Cádiar, província de Granada, Espanha, em

05/02/1949 e, vindo com meus pais ao Brasil em 1953”.

“O nome de Ziraldo veio da combinação criativa dos nomes de sua mãe, Zizinha,

com o de seu pai, Geraldo.

a) Quem escreveu o primeiro fragmento de texto? E o segundo?

R – O primeiro trecho é de autoria de Blás Peña Lupiañes e o segundo é de um biógrafo da

UOL Educação.

b) Em que pessoa do discurso cada trecho foi escrito?

R – O primeiro foi escrito em primeira pessoa; o segundo, em terceira pessoa.

c) Observem que os fragmentos foram retirados de gêneros textuais distintos. A que gênero

pertence o primeiro? E o segundo?

R – O primeiro é um trecho da autobiografia; já o segundo, de uma biografia.

d) A partir das respostas das questões a, b e c, conclua: por que foram utilizadas pessoas

distintas nos fragmentos em estudo?

R – Porque o primeiro é o próprio escritor quem escreve sua história de vida, ele utilizou a

primeira pessoa do discurso, trata-se de uma autobiografia; já o segundo, é um biógrafo quem

é o escritor, ele conta fatos importantes da vida do Ziraldo, ou seja, relata a história de vida de

outra pessoa (a pessoa de quem se fala na história), dessa forma, utiliza a 3ª pessoa do discurso,

trata-se de uma biografia.

4. As biografias são textos que contam acontecimentos vividos (relatos de fatos reais) ou são

textos ficcionais (inventados)?

R - As biografias são relatos de fatos reais, que relatam acontecimentos vividos.

5. Observem com atenção o plano geral do texto, ou seja, todos os elementos que auxiliam na

sua construção de sentidos. Além da história de vida dos escritores, o que vocês conseguem

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visualizar na superfície do texto, por exemplo há foto do escritor? Além desse elemento há

outro? Cite-o.

R – Sim, o texto apresenta a foto do escritor. Além desse elemento, o texto também apresenta

título.

Entre professores!

É de suma importância mostrar para os alunos quais são as características gerais do gênero.

Se os conteúdos do texto são organizados em prosa ou em verso. Para exemplificar as

diferenças, utilizaremos um texto poético, do escritor André Guilherme de Almeida, e um

conto (prosa) do escritor José Augusto Coppi, de Jacarezinho. Assim, sugerimos que

levem para a sala outros gêneros textuais, tais como poemas, contos, crônicas para que os

alunos consigam visualizar o que é um texto escrito em prosa e como é a estrutura de um

poema, bem como a diferença entre um texto ficcional e um relato de acontecimentos

vividos.

Alunos, faremos agora a leitura de dois textos de outros gêneros: um texto poético, de autoria

de André Guilherme de Almeida e um conto, de José Augusto Coppi. Fiquem atentos na maneira

como são organizados os conteúdos no texto. Boa leitura!

charrete do vô Roque

André Guilherme de Almeida

na charrete do vô Roque

é pura diversão

num bolso ia o bodoque

na cabeça, imaginação

me jogava sempre no chão

só pra poder voltar correndo

e pular como se tivesse

que completar uma missão

mas às vezes nem sempre dava

o passo do Estrelo apertava

e era um desespero no coração

só que o vô sempre percebia

toda vez que eu caía

e fazia que não via

pra me ensinar uma lição

Dê asas à sua imaginação e faça

uma ilustração para o poema no

espaço abaixo.

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que eu nunca que aprendia

André Guilherme de Almeida – é graduando do curso de Letras/Inglês pela Universidade Estadual do Norte do

Paraná (UENP), campus Jacarezinho. Mora em Santo Antônio da Platina/PR.

A pipa que chegou no céu1

José Augusto Coppi

No dia e hora marcada pelo menino,

O diretor pode ver, com os próprios olhos,

A pipa desaparecer, no azul do céu,

puxando a linha, fazendo a carretilha zunir.

Ele era um menino solitário que se acostumava a sentar no velho muro onde, ficava

horas e horas, soltando pipa.

Acostumara-se a ficar sozinho e gostava disso. Só conversava e dava ouvidos à sua mãe

e ao velho que lhe ensinara a fazer pipa.

Quando o vento soprava, mais forte, o menino punha-se em pé, sobre o muro, soltando

pipa que, aos poucos, ia, ganhando altura, elevando-se, até sumir no azul do céu. Aí, então, o

menino podia sentar e manter a pipa com soquinhos.

O menino era loiro, tinha olhos muito azuis. Também era magriço e alto para a sua idade

de sete anos, diziam.

Fora matriculado na primeira série havia dois meses. Frequentava assiduamente o

colégio porém, não fizera amizade com nenhum aluno.

Apesar de quieto, como se não tivesse interesse algum na aula, praticamente esquecido,

no fundo da sala, ele aprendia fácil a matéria, contrariando a professora que julgava que ele não

era normal.

A maneira do menino agir foi levada à direção do colégio. A mãe dele foi chamada à

escola e, num clima pesado, desenvolveu-se a conversa.

A professora conseguiu que a mãe levasse o menino para conversar com o diretor.

Muitos testes foram feitos. O diretor concluiu que o menino não tinha nada de anormal.

Ele apenas ficou intrigado quanto à amizade do menino pra com o velho e perguntou:

- Como é esse velho?

- É um velho de cabelo branco, barba longa, sobrancelha grossa, de fala mansa. Tem

muita paciência para me ensinar. Usa sandália sem meia, não usa calça mas, um tipo de

camisola. Acho que ele é um santo – o menino disse.

- Sua mãe já conversou com ele?

- Minha mãe e nenhuma outra pessoa pode vê-lo. Ele é invisível, só aparece para mim,

isso quando chega o vento e o céu está azul.

- E o que vocês conversam?

- Conversamos muitas coisas que, por hora, não lhe posso contar.

- Por que você não pode me contar?

A essa altura o diretor estava curioso mas, precisava de cautela para não assustar o

menino. Era preciso leva-lo na conversa até descobrir alguma coisa.

O menino pensou, depois disse:

- Porque não chegou a hora dessas coisas serem reveladas. O senhor não leu que: “Todas

as coisas têm o seu tempo e todas elas passam debaixo do céu segundo o termo que a cada um

foi prescrito”?

1 Reprodução fiel.

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- O velho lhe disse isso?

- Isso e outras coisas!

Tanto o menino como o diretor ficaram em silêncio. Ouvia-se, apenas, o barulho agitado

da cidade, lá fora. Depois de alguns instantes, o menino falou:

- O senhor quer soltar pipa comigo? Tenho certeza de que o velho não vai se importar.

O diretor aceitou.

No dia e hora marcada pelo menino, o diretor pode ver, com os próprios olhos, a pipa

desaparecer, no azul do céu, puxando a linha, fazendo a carretilha zunir.

Enquanto a pipa ganhava o céu infinito, o menino sorria, demonstrando que não estava

preocupado se a linha ia ou não arrebentar.

O diretor perguntou:

- O velho está ao seu lado?

- Está – o menino respondeu.

Nessa hora, o diretor caminhou de um lado a outro da calçada depois, se colocou junto

ao menino, olhou para o céu, viu que a pipa havia sumido e que a linha, muito alva, brilhava à

luz do sol.

- Menino, onde está a pipa?

- Não podemos vê-la. Ela chegou no céu.

- No céu?

- Foi o que eu disse: no céu!

O diretor ficou parado, olhando o menino que parecia confortável enquanto dava

soquinhos na linha. De repente, ele pediu ao menino:

- Posso segurar a carretilha? Sentir a pipa?

O menino fez sim com a cabeça, passado, em seguida, a carretilha ao diretor. Então, o

diretor voltou a sentir como se fosse criança. Deu uma volta na manivela da carretilha, depois

outra e mais outra. Sentiu que a pipa estava puxando, querendo mais linha. Ele olhou para a

linha que se perdia no infinito e nada da pipa. Perguntou:

- Tem certeza de que a pipa está no céu?

- Tenho! – o menino respondeu. Depois disse:

- Aproveite, faça uma pergunta a Deus.

Fazer pergunta? Como?

- Feche os olhos e apenas pense na pergunta. Deus lhe ouve.

- Como vou saber a resposta?

- A resposta virá escrita na pipa. Tem sido assim, comigo – o menino disse.

O diretor duvidou mas, não tinha nada a perder. Fechou os olhos e pensou: “Quero saber

como será meu futuro”.

Quando ele abriu os olhos, o menino uma vez mais sorriu e disse:

- Viu! Não doeu nada, não é?

E como estava tarde, o menino pediu para o diretor recolher a pipa.

Um pouco antes de escurecer, a pipa chegou às mãos do diretor. De fato havia alguma

coisa nela escrita. O diretor e o menino leram, juntos:

“Se pensares muito no futuro, esquecerás o presente e, dessa forma, não viverás nem o

presente, nem o futuro”.

Foi então que aconteceu, o diretor olhou para o menino. Num ímpeto, com os olhos

arregalados, tomado de repentina ira rasgou a pipa, quebrou as taquaras, estraçalhou a rabiola,

jogou os destroços para o ar:

- Isso é um truque. Um truque muito sujo – gritou e foi andando, aborrecido, falando

sozinho.

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Por sua vez, o menino, com paciência, recolheu os destroços da pipa, foi para o alto do

velho muro e ali ficou como se ouvisse alguém. Depois sorriu, um riso gostoso. Certamente,

não estava sozinho.

José Augusto Coppi – É Bacharel em Direito pela Faculdade Estadual de Direito do Norte Pioneiro,

atual Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), campus Jacarezinho. É escritor de contos.

Mora em Jacarezinho/PR.

Relembrando o que é prosa e o que é poema

Texto escrito em prosa: é aquele que é escrito em parágrafos, que ocupa as margens

completas da folha. Ex: autobiografia, biografia, conto e outros.

Poema: é escrito com versos ( cada linha de um poema) e estrofes (conjunto de

versos).

6. O texto “charrete do vô Roque” é um poema. Quantas estrofes há no texto? E quantos versos

há em cada estrofe?

R – Há no texto quatro estrofes; a primeira e a segunda estrofes possuem quatro versos, a

terceira tem três versos e a quarta, cinco versos.

7. E o conto “A pipa chegou no céu” é organizado em forma de poema ou em prosa. Copie do

texto um parágrafo que comprove a sua resposta.

R – O conto é escrito em prosa. “ Ele era um menino solitário que se acostumava a sentar no

velho muro onde, ficava horas e horas, soltando pipa”.

8. O conto e o poema são criados a partir da imaginação do escritor, diferente da biografia que

é um relato de fatos reais, de acontecimentos vividos por determinada pessoa. Quanto a

estrutura, a biografia se assemelha ao conto ou ao poema? Por quê?

R – A biografia se assemelha ao conto, porque também é escrita em prosa.

Biografia: Gênero da ordem do relatar, pois relata fatos ocorridos na história de vida de

determinada pessoa num espaço de tempo e num lugar específicos, envolvendo unidade

temática e agentes participantes desses acontecimentos.

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9. No texto biográfico, a história de vida é contada em ordem cronológica de acordo com as

atividades desenvolvidas ao longo da vida do biografado. Retire fragmentos da biografia de

Ziraldo que confirmem essa afirmativa.

R - “Em 1949, foi com o avô para o Rio de Janeiro. ”

“Em 1954 começou a trabalhar no jornal”.

“Em 1957, publicou seus trabalhos na revista A Cigarra...”.

10. Tendo como texto base, a biografia de Monteiro Lobato, vamos construir a linha do tempo

de sua vida, observem que a história vai sendo contada em uma ordem cronológica de

acontecimentos.

1882 13 anos 1904 1907 1908 1921 1933 1948

Professor: é interessante mostrar aos alunos que, geralmente, os relatos biográficos são contados

em ordem cronológica.

11. Com as xerox das biografias em mãos, vamos analisar: quando você for escrever um texto

desse mesmo gênero que elementos deverão ser contemplados?

R - Deverá ter um título, geralmente é o nome do biografado; poderá ter uma foto, com sua

respectiva legenda; um texto de introdução, geralmente faz referência aos familiares, local e

data de nascimento do biografado, campo de atuação profissional, ou seja, a vida pessoal,

formação escolar/acadêmica e profissional; relato em ordem cronológica de acordo com as

atividades desenvolvidas ao longo da vida do biografado.

Professor, sugerimos que essa atividade seja feita de maneira coletiva, registrada na lousa e

posteriormente a confecção de um cartaz com um esquema do gênero em processo de estudo

para auxiliar o aluno na produção textual.

12. Releia fragmentos da biografia de Ziraldo:

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“O nome de Ziraldo veio ...” (1º parágrafo); “Artista desde pequeno…” (2º parágrafo);

“Como artista gráfico...” (4º parágrafo); “Ziraldo teve seu talento...” (6º parágrafo).

Por que o biógrafo ora escreve o nome do escritor e outras vezes utiliza a palavra artista, como

artista para se referir a Ziraldo?

R – Para que o nome do escritor não fique repetitivo.

13. Reescreva o fragmento abaixo mudando as pessoas do discurso, da terceira pessoa para a

primeira pessoa.

“Seu primeiro livro infantil, “Flicts”, relata a história de uma cor que não encontrava

seu lugar no mundo. Desde a década de 70, seus cartuns percorrem revistas de várias partes do

mundo. Alguns de seus desenhos foram selecionados para fazer parte do acervo do Museu da

Caricatura de Basiléia, na Suíça”. (7º parágrafo, biografia de Ziraldo)

R - Meu primeiro livro infantil, “Flicts”, relata a história de uma cor que não encontrava seu

lugar no mundo. Desde a década de 70, meus cartuns percorrem revistas de várias partes do

mundo. Alguns de meus desenhos foram selecionados para fazer parte do acervo do Museu da

Caricatura de Basiléia, na Suíça.

a) Que palavras foram modificadas?

R – O pronome seu, modificou-se para meu, e seus; para meus.

b) Observando os dois fragmentos, com a mudança das pessoas do discurso, o que você pode

constatar?

R – Que não há mais um biógrafo que conta a história, ou seja, não é mais uma biografia; o

texto se transformou numa autobiografia.

14. Tendo como base o fragmento da questão treze, a quem se refere os pronomes utilizados no

trecho:

R – Referem-se ao escritor Ziraldo.

14. Releia os trechos retirados das biografias em estudo e fique atento (a) quanto as palavras

sublinhadas.

“Em 1979, Ziraldo publicou O Planeta Lilás e, no ano seguinte, ganhou o Prêmio Jabuti da

Câmara Brasileira do Livro com o livro O Menino Maluquinho, que se transformou no maior

sucesso editorial...”

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“Monteiro Lobato casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de 1908. Com

ela teve quatro filhos: Marta, Edgar, Guilherme e Rute.

As palavras sublinhadas indicam que as ações praticadas pelos escritores, pelo Ziraldo

e por Lobato, aconteceram no presente ou no passado.

R – Aconteceram no passado.

As palavras que indicam ações, estado ou fenômenos são chamadas de verbos. No texto

biográfico são mais utilizados verbos que indicam ações. Ex.: publicou, ganhou,

transformou, casou, teve, etc. Indicam ações que aconteceram no passado. Estão no

modo indicativo (mostram certeza). O tempo verbal predominante é o pretérito

perfeito.

15. Qual é o tempo verbal predominante nas biografias? E o modo?

R – É o pretérito perfeito do modo indicativo.

16. Copie um trecho da biografia de Monteiro Lobato e circule todas as palavras que indicam

ações, ou seja, todos os verbos.

R - “Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco na capital, formando-se em

1904”.

17. Complete as lacunas com verbos no pretérito perfeito do modo indicativo. Atenção: as frases

são das biografias de Ziraldo e Monteiro Lobato.

a) Monteiro Lobato foi um dos primeiros autores da literatura infantil de nosso país e de toda

América Latina. (ser)

b) Lobato escandalizou a sociedade quando se recusou a fazer a primeira comunhão.

(escandalizar)

c) Ziraldo fez cartazes para inúmeros filmes do cinema brasileiro. (fazer)

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d) Ziraldo publicou “O planeta lilás” e, no ano seguinte, ganhou o Prêmio Jabuti da Câmara

Brasileira do livro com o livro O menino maluquinho. (publicar, ganhar)

18. Retire da biografia de Monteiro Lobato trechos que exemplifiquem o tempo e o espaço onde

aconteceram os fatos relatados.

R – “ Com 13 anos foi estudar em São Paulo, no Instituto de Ciências e Letras, se preparando

para a faculdade de Direito”.

“Monteiro Lobato casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de 1908”.

“Em 1917 vende a fazenda e vai morar em Caçapava...”

19. A variedade linguística utilizada nas biografias é mais formal ou informal? Assinale as

alternativas erradas:

a) ( ) a variedade linguística privilegiada é mais informal; há o respeito pela norma padrão da

língua, o texto não apresenta gírias, palavras abreviadas.

b) ( x ) a variedade linguística privilegiada é mais informal; há o respeito pela norma padrão

da língua, o texto apresenta gírias e palavras abreviadas.

c) ( x ) a variedade linguística privilegiada é mais formal, há o emprego de pronomes de

tratamentos mais cerimoniosos para se referir ao escritor, por exemplo: O senhor Ziraldo.

d) ( ) a escolha das palavras está relacionada ao assunto da biografia e procura manter um

padrão mais informal.

20. Releia:

“Registrado com o nome de José Renato Monteiro Lobato, resolve mudar de nome, pois

queria usar uma bengala, que era de seu pai, que havia falecido no dia 13 de junho de 1898. A

bengala tinha as iniciais J.B.M.L gravadas no topo do castão, então mudou de nome, passou a

se chamar José Bento, assim as suas iniciais ficavam iguais às do pai”.

a) Sublinhe todos os substantivos do fragmento.

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As palavras que dão nomes a tudo que existe são chamadas de substantivos. Nas

biografias predominam os substantivos concretos, isto é, aqueles que nomeiam pessoas,

lugares, animais, vegetais, etc.

b) No gênero textual biografia há mais substantivos concretos ou abstratos? Por quê?

R – Há mais substantivos concretos, porque o texto narra acontecimentos reais, concretos.

c) Como são grafados os substantivos próprios? Por quê?

R – São grafados com letra maiúscula, porque nomeiam um ser em particular.

d) Retire das biografias cinco substantivos próprios e cinco substantivos concretos.

R – Monteiro Lobato, Ziraldo, São Paulo, Geraldo, José Bento; país, pai, filmes, cinema, jornal.

19. A linguagem utilizada no texto é mais objetiva (oferece informações precisas para o leitor,

fatos) ou mais subjetiva (é o autor que expressa sua visão pessoal a respeito do assunto)?

R – A linguagem utilizada é mais objetiva, pois o biógrafo relata acontecimentos vividos e não

expressa a sua visão pessoal sobre a vida do biografado.

Conhecendo os nossos escritores

Professor, nesta etapa do nosso trabalho é que os alunos terão contato com os escritores

da cidade. Alguns escritores virão ao colégio para um “bate-papo” com os alunos.

Sugerimos para esta atividade que a turma seja dividida em equipes e elaborem um roteiro

de entrevista, o qual será utilizado para a primeira produção da biografia.

Estudantes, no decorrer dessa semana vamos conhecer pessoas importantes de nossa cidade.

Eles exercem profissões distintas, são advogados, professores, bancários, comerciantes, e todos

eles têm uma paixão em comum! Vocês imaginam do que essa galera gosta? São apaixonados

por livros! Tem a cabeça cheia de caraminholas, ou seja, têm muita história para nos contar. São

nossos escritores!

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Alguns deles virão ao colégio e vocês poderão conversar com eles sobre assuntos diversos,

porém o nosso objetivo é conhecer a história de vida de cada um em particular.

Querem saber o nome dos escritores jacarezinhenses? Procurem na cruzadinha abaixo:

Cruzadinha dos nomes dos nossos escritores

J A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T

O O U V X Z K W Y Ç A B C D E F G H I J K

S L S M N O P Q R S T U V X Z K W Y Ç A B

É C S É L M A C A M A G O F O G G I A T O

L D B L A S P E Ñ A L U P I A Ñ E S E F G

Á H I J K U L M N O P Q R S T U V X Z K W

Z Y Z Ç A B G C D E F G H I J K L M N O P

A Q R S T U V U X Z K W Y Z Ç A B C H D E

R F G H I J K L T M N O P Q R S T U V X Z

O C E L S O A N T O N I O R O S S I K W Y

B Ç A C D E G H I J C K L M N O P Q R S T

O U V X Z K W Y Ç A S O B C D E F G H I J

B K L M N O P Q R S T U P V W Y Z Ç A B C

E D E F G H I J K L M N O P P Q R S T U V

R X K W Y Z A B C D E F H I I J K L M N O

G E R A L D O S I L V A P Q Q R S T Y W Z

Roteiro para entrevista

Agora que já sabemos os nomes dos escritores, vamos pensar nas perguntas que faremos a eles;

elaboraremos coletivamente as perguntas a serem feitas aos escritores para que depois, com

todas as informações, possamos produzir as biografias. Vamos ao trabalho!

1. Qual é o seu nome completo?

2. Quando e onde o senhor (a) nasceu?

3. Qual é o nome do seu pai? E de sua mãe?

4. O senhor (a) é casado (a)? Há quantos anos?

5. Tem filhos? Qual o nome dele (s) e a idade?

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6. Mora em Jacarezinho há quantos anos?

7. Qual a sua formação acadêmica?

7. Qual é a sua profissão?

8. Como foi a sua infância? Em qual escola estudou? Como era a escola? Quais brincadeiras

gostava? Tem algum professor (a) que foi importante para sua vida nessa fase?

9. Há algo interessante para nos contar dessa fase da sua vida?

10. Desde pequeno já gostava de ler e escrever? Recebia incentivo da família? Que livro se

recorda dessa fase?

11. Na sua adolescência que fato marcante ficou registrado na sua memória?

12. E na fase adulta?

13. Agora vamos falar dos livros que o senhor (a) escreveu. São quantos livros publicados? Em

qual editora?

13. Qual o ano de publicação e o título?

14. De onde vem a inspiração para escrever?

15. Tem preferência por escrever que tipo de texto? Poemas, romances, contos, crônicas etc.?

16. Dentre os livros escritos, há algum que o senhor (a) gosta mais?

17. Em qual horário do dia se dedica à escrita? Acontece todos os dias?

18. Quem custeia (paga) a edição do livro?

19. O senhor (a) vende livros?

18. Quais autores gosta de ler?

19. Qual é o seu autor preferido?

20. E o seu passatempo predileto?

21. O senhor (a) está escrevendo alguma obra? Em que fase está?

22. A que público seus livros são destinados?

23. Quando está escrevendo, lê a sua história para alguém, por exemplo um amigo ou alguém

da família para que ela dê opinião?

24. Na sua opinião quais são os ingredientes que não podem faltar numa boa história?

25. Para criar personagens e construir as histórias você se inspira em pessoas reais ou

simplesmente vem da criatividade?

26. O senhor (a) possui outro talento artístico além da arte de escrever?

27. O que te deixa feliz como escritor?

28. Atualmente o que faz? Além de ler e escrever gosta de fazer o quê?

29. Deixe-nos uma mensagem (reflexão)

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Professor, todas as atividades propostas neste material visam fundamentar a necessidade

de produção e aprendizagem relacionada ao gênero discursivo/textual biografia. Agora, os

estudantes elaboram a primeira produção escrita do gênero em processo de estudo. Essa

produção servirá de base para que nós, professores, avaliemos as capacidades que os

alunos já possuem e elaboremos várias atividades ou exercícios que serão trabalhados nos

módulos. Ademais, os problemas encontrados na produção inicial, neste momento, serão

trabalhados de maneira sistematizada e detalhada. Na produção final, os estudantes

colocam em prática a aprendizagem adquirida, e nós podemos avaliar se os objetivos

propostos foram concretizados. Essa avaliação é do tipo somativa, ou seja, é o momento

em que o professor verifica se realmente houve o desenvolvimento do aluno. Dessa forma,

sugerimos que os alunos troquem os textos e verifiquem através de uma tabela se as

características do gênero foram contempladas.

Produção das biografias dos autores jacarezinhenses

Caros alunos, é hora de mostrar que vocês são capazes de ser excelentes biógrafos! Agora temos

várias histórias de vida que precisam ser registradas, sua tarefa é transformar o roteiro da

entrevista em um texto biográfico. Não se esqueçam de colocar todas as características do

gênero que aprendemos. Caprichem na escrita!

Após a produção dos textos

Atenção grupos: troquem o seu texto com outro grupo e verifiquem se o texto contém todas as

características básicas da biografia. Fiquem atentos!

CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO BIOGRAFIA SIM NÃO

Nome completo do autor

Local e data de nascimento

Faz referência aos familiares do biografado

Formação escolar/acadêmica e profissional

Obras publicadas pelo escritor

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Relato em ordem cronológica

Pronomes na terceira pessoa do singular

Verbos conjugados na terceira pessoa do singular

Predominam os substantivos concretos

O texto está escrito em prosa

Não há muita repetição do nome do escritor

A biografia apresenta título

Apresenta foto do biografo com uma legenda.

O texto apresenta um tom mais informal, porém não há presença de

gírias, palavras abreviadas.

Agora que você já revisou seu texto e também já recebeu as correções feitas pelo professor é

hora da produção da versão final e da confecção do livro de biografia dos escritores

Jacarezinhenses.

Produção final

Professor, após a biografia ter sido revisada e corrigida pelos grupos de colegas e por você,

agora é a hora da produção definitiva do texto; então peça aos alunos que reescrevam o

texto, prestando bastante atenção, pois ele será digitado e também será inserida a foto do

biografado. Essa coletânea formará um livro de biografias produzido pelos alunos e vocês

poderão apresentá-lo aos demais alunos do colégio, deixar um exemplar na biblioteca ou

até mesmo preparar uma noite de autógrafos para que a comunidade conheça o trabalho

desenvolvido por vocês. Assim estarão valorizando e disseminando a cultura local.

Chegamos ao momento da produção final, a nossa versão definitiva das histórias de vida que

pesquisamos; escolham no grupo quem será o escriba e os demais alunos deverão prestar

atenção em todas as revisões feitas pelo grupo e pela professora. A tarefa de vocês é a reescrita

do texto. Fiquem atentos!

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Depois dessa etapa, o texto será digitado e receberá a foto do biografado, por fim formará um

livro de biografia produzido por vocês e circulará no Colégio Estadual Luiz Setti, na

comunidade local e também em Jacarezinho. Mãos à obra, biógrafos!

Referências

BARROS, Eliana Merlin Deganutti. Transposição didática externa: A modelização do gênero

na pesquisa colaborativa. Raído, Dourados, v. 6, n.11, p. 11-35, jan/jun. 2012.

Brasil. Ministério da Educação do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua

Portuguesa. Introdução. Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michèle; SCHNEUWLY, Bernard. Sequência didáticas para

o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: trad. e org. Gêneros orais e escritos

na escola. Campinas: Mercado das Letras, 2004. p. 95-128.

E-Biografias. Disponível em: <http://www.e-biografias.net/monteiro_lobato/>. Acesso em: 27

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InfoEscola. Disponível em:<http://www.infoescola.com/biografias/pedro-bandeira/>. Acesso

em: 27 jun. 2016.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: org. Gêneros

Textuais & Ensino. 4. ed. Rio de Janeiro: Lacerna, 2005.

MARECO, Raquel Tiemi Masuda; ALFENA, Gelise. Biografia: Da construção de um modelo

didático às capacidades de linguagem ensináveis em sala de aula. Revista Trama, v. 8, n. 16,

p. 75-96, 2º sem. 2012.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de

Educação Básica do Estado do Paraná – Língua Portuguesa. Curitiba, 2008.

ROJO, Roxane; BARBOSA, Jaqueline P. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros

discursivos. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2015.

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verissimo.htm>. Acesso em 27 jun. 2016.

UOL Educação. Disponível em: <http://educação.uol.com.br/biografias/ziraldo.htm>. Acesso

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Acesso em 27 jun. 2016.