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COLÉGIO TIRADENTES DA PMMG SOCIOLOGIA - AULA 02 A QUESTÃO DA VIOLÊNCIA Prof. Kadú Costa Pinto

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COLÉGIO TIRADENTES DA PMMGSOCIOLOGIA - AULA 02

A QUESTÃO DA VIOLÊNCIA

Prof. Kadú Costa Pinto

O QUE É A VIOLÊNCIA E QUAIS SUAS OCORRÊNCIAS

VIOLÊNCIA: Comportamento Desviante, motivado pela anulação da vítima desse comportamento.

VARIANDO DE ACORDO COM A CULTURA, A VIOLÊNCIA SE CARACTERIZA:- Não é um Conceito Universal (Varia de Acordo com Ações Individuais ou Coletivas) – Variável de Acordo com o Ponto de Vista Cultural.Ex.: Sociedades Consideradas “Arcaicas” possuíam rituais de iniciação que poderiam ser consideradas violentos pelas sociedades chamadas “Civilizadas”.

“[...] A noção de violência é utilizada, num sentido mais amplo, para designar o uso da força destinada a exercer uma coação física ou moral, de caráter individual ou coletiva, que, exercida pelo homem sobre o Homem, direta ou indiretamente, lhe permite comportar vários graus e [agir sobre] níveis diversos, como a fé, a liberdade ou a integridade física.”

Adaptado de MAIA, Rui Leandro (org.). Dicionário Porto de Sociologia. Porto: Porto, 2002, p. 400.

DISCRIMINAÇÃO, PRECONCEITO E VIOLÊNCIA SOCIAL

PRECONCEITO: Possível Fonte de Violência Física ou Psicológica:- Menções Jocosas- Expressões Irônicas- Xingamentos

Violência Simbólica (Divulgação e Aceitação Social do Estigma)- Forma de Violência não se Apresenta ou Não se Percebe.- Comportamento Naturalizado / Socialmente Normal(Para Quem Pratica ou Para Quem Sofre) – Ironia do Estigma- Aceitar o Preconceito É uma Forma de Banalização da Violência e Gerar Consequências Graves na Psique e na Autoestima do Agredido.Maiores Exemplo: Contra Mulheres, Homossexuais, Bissexuais, Transexuais, Travestis e Transgêneros.

Geram Discriminação e

Humilhação

VIOLÊNCIA SIMBÓLICA

“A Violência que extorque submissão não percebida como tal, baseada em expectativas coletivas ou crenças socialmente inculcadas”. Pierre Bourdieu (1930-2002)

Conceito de Bourdieu:“Forma de dominação mediante impregnação inconsciente de valores que ao mesmo tempo impoem essa dominação e a escondem aos olhos dos dominados, de modo que a violência é tanto mais efetiva quanto menos percebida”

Exemplo: Segundo Bourdieu, todo o sistema educacional, ao longo da história, constitui-se de “atos pedagógicos” destinados a impor um conjunto de valores, sempre arbitrários.

VIOLÊNCIA FÍSICA

CONCEITO: Toda agressão que provoca transtornos ou prejuízos materiais.- Danos Físicos ou Danos ao Patrimômio

O que se considera? Desde danos relativamente pequenos, como quebrar vidraça do vizinho, até atos de maior gravidade, como estupro e o homicídio.

EFEITO COMBINADO: Pode vir acompanhada de outras formas de violência como a violência psicológica.

Possíveis Danos: Apenas Físicos ou Físicos e Emocionais (Patologias Psíquicas: Transtornos Mentais, Pânico ou Agressividade)

Fatores de Maior Ocorrência: Países cuja insuficiência de renda é somada ao histórico de desrespeito aos Direitos Humanos (Exemplo: Brasil)

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

CONCEITO: Toda e qualquer agressão não física.- Uma expressão verbal ou gestual, uma situação vexatória ou humilhação individual ou social (rejeição, depreciação, indiferença, discriminação, desrespeito ou repreensão exagerada)

Possíveis Danos: Sequelas são silenciosas e podem deflagrar com o tempo o quadro de grave desajuste no estado psicológico da vítima.

Fatores de Maior Ocorrência: Crianças são mais vulneráveis à violência, pois se encontram e flagrante desvantagem física e mental quanto à autoproteção. Nas agressões contra a criança, os locais privilegiados são, normalmente, o próprio ambiente domiciliar, além da escola.

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

Danos Claros à Criança:- Desentendimentos familiares podem causar queda da autoestima da criança

VIOLÊNCIA DE GÊNERO

CONCEITO: Violência com componente cultural, social e histórico muito forte contra a mulher.

Dados: De acordo com o Ministério da saúde, a agressão é a principal causa de mulheres no Brasil.

Danos: Situação prévia de dependência econômica e emocional em relação ao agressor é agravante para o dano na autoestima da vítima.Muitas vezes o agressor torna a vítima culpada em seu discurso, gerando na vítima sentimentos como culpa e vergonha.

Medidas Jurídicas de Combate: 07/08/2006 Lei 11.340 – Lei Maria da Penha

VIOLÊNCIA CONTRA HOMOSSEXUAIS

ORIGEM: Tradicionalmente, os homossexuais são retratados como uma “ameaça desviante” ao bem-estar moral da “sociedade normal”, isto é, heterossexual. Ideia de “preservar a masculinidade heterossexual como regra de orientação sexual.

Forma: Difamar ou marginalizar, violência sexual, espancamentos, Discriminação em locais públicos, agressão verbal ao serem chamados de maneira pejorativa ou caricata

Dados: Brasil atingiu índices alarmantes.

Desculpa Mais Frequente dos Agressores: Constante suspeição de atos ilícitos

Medidas de Combate: Projetos de inclusão da educação sexual nas grades curriculares de todos os níveis de escolaridade e busca jurídica por inibir os crimes com maior rigor. Além da conscientização das vítimas das agressões para que denunciem todas as violações de seus direitos por meio dos mecanismos institucionais legais apropriados.

VIOLÊNCIA CULTURAL

CARACTERÍSTICAS: Tipo de violência que atinge os indivíduos de maneira coletiva. Consiste numa categoria sociológica pouco conhecida, sendo que ocorre nas situações de imposição ou substituição de uma cultura por um conjunto de valores alheios ao substrato original de um povo.

Exemplo Clássico: Processo de colonização, principalmente na América Latina e em algumas partes da Ásia e da África.

Exemplo Atual: As formas utilizadas pelos países ricos quando mobilizam poderio militar e bélico descomunal a pretexto de democratizar e humanizar povos não alinhados com os modelos sociais que “autorizam”.

Esquema de Thomas Conti – UNICAMPAcesso 10/05/2017

http://thomasvconti.com.br/2016/os-conceitos-de-violencia-direta-estrutural-e-cultural/

QUESTÃO 01 - O texto abaixo retrata um dos temas trabalhados pela Sociologia: Questão de Gênero.“O direito a uma vida livre de violência é um dos direitos básicos de toda mulher. É pela garantia desse direito que marchamos hoje e marcharemos sempre, até que todas sejamos livres”.Esse texto constava entre os inúmeros cartazes na Segunda Marcha das Vadias no Distrito Federal.Com base nas informações da charge, do texto e seus conhecimentos sobre o tema, são verdadeiras as afirmativas, EXCETO:a) A violência física contra a mulher é o estágio de uma série de violências verbais, simbólicas, psicológicas que atingem mulheres todos os dias. A discriminação histórica contra a mulher não é fruto de uma concepção patriarcal que ainda impera, mesmo inconscientemente, na sociedade.b) A marcha das vadias objetiva conscientizar a sociedade de que a culpa do estupro não é da mulher e o estupro não dever estar associado ao modo como ela se veste. Protestam contra a culpabilizaçãodas vitimas nos casos das violências sofridas. Criticam também as instituições que sustentam a dominação e a exploração contra a mulher.c) A mercantilização do corpo da mulher, do prazer e a banalização da exploração sexual são dimensões da globalização econômica. A mulher é considerada alvo estratégico do consumismo e o apelo sexual o elemento central nesse método.d) Mulheres trabalhadoras assalariadas, depois do trabalho nas fábricas, no comércio, no campo ou como empregadas domésticas, são subordinadas à dupla jornada de trabalho ao realizarem as tarefas domésticas ao chegarem em casa. Já as mulheres burguesas ou de classe média alta, mesmo que trabalhem, relegam as mulheres mais pobres a essa segunda atividade. Logo, em sua grande maioria são as mulheres pobres e trabalhadoras exploradas e oprimidas que lutam de forma consciente contra a opressão.e) A opressão ao sexo feminino nas empresas se dá na prática do assédio e abuso sexual em troca da manutenção do emprego e das promoções de cargos. As mulheres que não aceitam esses “pré-requisitos” têm que se desdobrar e demonstrar capacidade e superioridade para se manter em seus empregos.

QUESTÃO 01 - O texto abaixo retrata um dos temas trabalhados pela Sociologia: Questão de Gênero.“O direito a uma vida livre de violência é um dos direitos básicos de toda mulher. É pela garantia desse direito que marchamos hoje e marcharemos sempre, até que todas sejamos livres”.Esse texto constava entre os inúmeros cartazes na Segunda Marcha das Vadias no Distrito Federal.Com base nas informações da charge, do texto e seus conhecimentos sobre o tema, são verdadeiras as afirmativas, EXCETO:a) A violência física contra a mulher é o estágio de uma série de violências verbais, simbólicas, psicológicas que atingem mulheres todos os dias. A discriminação histórica contra a mulher não é fruto de uma concepção patriarcal que ainda impera, mesmo inconscientemente, na sociedade.b) A marcha das vadias objetiva conscientizar a sociedade de que a culpa do estupro não é da mulher e o estupro não dever estar associado ao modo como ela se veste. Protestam contra a culpabilizaçãodas vitimas nos casos das violências sofridas. Criticam também as instituições que sustentam a dominação e a exploração contra a mulher.c) A mercantilização do corpo da mulher, do prazer e a banalização da exploração sexual são dimensões da globalização econômica. A mulher é considerada alvo estratégico do consumismo e o apelo sexual o elemento central nesse método.d) Mulheres trabalhadoras assalariadas, depois do trabalho nas fábricas, no comércio, no campo ou como empregadas domésticas, são subordinadas à dupla jornada de trabalho ao realizarem as tarefas domésticas ao chegarem em casa. Já as mulheres burguesas ou de classe média alta, mesmo que trabalhem, relegam as mulheres mais pobres a essa segunda atividade. Logo, em sua grande maioria são as mulheres pobres e trabalhadoras exploradas e oprimidas que lutam de forma consciente contra a opressão.e) A opressão ao sexo feminino nas empresas se dá na prática do assédio e abuso sexual em troca da manutenção do emprego e das promoções de cargos. As mulheres que não aceitam esses “pré-requisitos” têm que se desdobrar e demonstrar capacidade e superioridade para se manter em seus empregos.

QUESTÃO 02 - Sinto no meu corpoA dor que angustiaA lei ao meu redorA lei que eu não queria

Estado violênciaEstado hipocrisiaA lei que não é minhaA lei que eu não queria

“Estado Violência”, Charles Gavin, em Titãs, Cabeça Dinossauro, WEA, 1989.

A letra dessa música, gravada pelos Titãs,a) critica a noção de Estado e sua ausência de controle, aspectos comuns ao liberalismo e ao marxismo.b) constata que o corpo físico e o corpo político se relacionam em sociedades de controle.c) critica o autoritarismo policial e o modelo de regulação proposto pelo anarquismo.d) constata que o Estado autoritário, mesmo com boas leis, é sabotado pela figura do policial.

QUESTÃO 02 - Sinto no meu corpoA dor que angustiaA lei ao meu redorA lei que eu não queria

Estado violênciaEstado hipocrisiaA lei que não é minhaA lei que eu não queria

“Estado Violência”, Charles Gavin, em Titãs, Cabeça Dinossauro, WEA, 1989.

A letra dessa música, gravada pelos Titãs,a) critica a noção de Estado e sua ausência de controle, aspectos comuns ao liberalismo e ao marxismo.b) constata que o corpo físico e o corpo político se relacionam em sociedades de controle.c) critica o autoritarismo policial e o modelo de regulação proposto pelo anarquismo.d) constata que o Estado autoritário, mesmo com boas leis, é sabotado pela figura do policial.

Leia o texto a seguir e responda à(s) próxima(s) questão(ões).

O desenvolvimento da civilização e de seus modos de produção fez aumentar o poder bélico entre os homens, generalizando no planeta a atitude de permanente violência. No mundo contemporâneo, a formação dos Estados nacionais fez dos exércitos instituições de defesa de fronteiras e fator estratégico de permanente disputa entre nações. Nos armamentos militares se concentra o grande potencial de destruição da humanidade. Cada Estado, em nome da autodefesa e dos interesses do cidadão comum, desenvolve mecanismos de controle cada vez mais potentes e ostensivos. O uso da força pelo Estado transforma-se em recurso cotidianamente utilizado no combate à violência e à criminalidade.

Adaptado de: COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 1997. p.283-285.

QUESTÃO 03 - Sobre violência e criminalidade no Brasil, assinale a alternativa correta.a) As políticas repressivas contra o crime organizado são suficientes para erradicar a violência e a insegurança nas cidades.b) As altas taxas de violência e de homicídios contra jovens em situação de pobreza têm sido revertidas com a eficácia do sistema prisional.c) As desigualdades e assimetrias nas relações sociais, a discriminação e o racismo são fatores que acentuam a violência no Brasil.d) A violência urbana contemporânea é resultado dos choques entre diferentes civilizações que se manifestam nas metrópoles brasileiras.e) O rigor punitivo das agências oficiais no combate à criminalidade impede o surgimento de justiceiros e milícias.

QUESTÃO 03 - Sobre violência e criminalidade no Brasil, assinale a alternativa correta.a) As políticas repressivas contra o crime organizado são suficientes para erradicar a violência e a insegurança nas cidades.b) As altas taxas de violência e de homicídios contra jovens em situação de pobreza têm sido revertidas com a eficácia do sistema prisional.c) As desigualdades e assimetrias nas relações sociais, a discriminação e o racismo são fatores que acentuam a violência no Brasil.d) A violência urbana contemporânea é resultado dos choques entre diferentes civilizações que se manifestam nas metrópoles brasileiras.e) O rigor punitivo das agências oficiais no combate à criminalidade impede o surgimento de justiceiros e milícias.

QUESTÃO 04 - Maria da PenhaVocê não vai ter sossego na vida, seu moço / Se me der um tapaDa dona “Maria da Penha” / Você não escapaO bicho pegou, não tem mais a banca / De dar cesta básica, amorVacilou, tá na tranca / Respeito, afinal, é bom e eu gosto*…+Não vem que eu não sou / Mulher de ficar escutando esculachoAqui o buraco é mais embaixo / A nossa paixão já foi tarde*…+Se quer um conselho, não venha / Com essa arrogância ferrenhaVai dar com a cara / Bem na mão da “Maria da Penha”ALCIONE. De tudo o que eu gosto. Rio de Janeiro: Indie; Warner, 2007.

A letra da canção faz referência a uma iniciativa destinada a combater um tipo de desrespeito e exclusão social associado, principalmente, à(s)a) mudanças decorrentes da entrada da mulher no mercado de trabalho.b) formas de ameaça doméstica que se restringem à violência física.c) relações de gênero socialmente construídas ao longo da história.d) violência doméstica contra a mulher relacionada à pobreza.e) ingestão excessiva de álcool pelos homens.

QUESTÃO 04 - Maria da PenhaVocê não vai ter sossego na vida, seu moço / Se me der um tapaDa dona “Maria da Penha” / Você não escapaO bicho pegou, não tem mais a banca / De dar cesta básica, amorVacilou, tá na tranca / Respeito, afinal, é bom e eu gosto*…+Não vem que eu não sou / Mulher de ficar escutando esculachoAqui o buraco é mais embaixo / A nossa paixão já foi tarde*…+Se quer um conselho, não venha / Com essa arrogância ferrenhaVai dar com a cara / Bem na mão da “Maria da Penha”ALCIONE. De tudo o que eu gosto. Rio de Janeiro: Indie; Warner, 2007.

A letra da canção faz referência a uma iniciativa destinada a combater um tipo de desrespeito e exclusão social associado, principalmente, à(s)a) mudanças decorrentes da entrada da mulher no mercado de trabalho.b) formas de ameaça doméstica que se restringem à violência física.c) relações de gênero socialmente construídas ao longo da história.d) violência doméstica contra a mulher relacionada à pobreza.e) ingestão excessiva de álcool pelos homens.

QUESTÃO 05 - A fonte do conceito de autonomia da arte é o pensamento estético de Kant. Praticamente tudo o que fazemos na vida é o oposto da apreciação estética, pois praticamente tudo o que fazemos serve para alguma coisa, ainda que apenas para satisfazer um desejo. Enquanto objeto de apreciação estética, uma coisa não obedece a essa razão instrumental: enquanto tal, ela não serve para nada, ela vale por si. As hierarquias que entram em jogo nas coisas que obedecem à razão instrumental, isto é, nas coisas de que nos servimos, não entram em jogo nas obras de arte tomadas enquanto tais. Sendo assim, a luta contra a autonomia da arte tem por fim submeter também a arte à razão instrumental, isto é, tem por fim recusar também à arte a dimensão em virtude da qual, sem servir para nada, ela vale por si. Trata-se, em suma, da luta pelo empobrecimento do mundo.(Antônio Cícero. “A autonomia da arte”. Folha de São Paulo, 13.12.2008. Adaptado.)De acordo com a análise do autor,a) a racionalidade instrumental, sob o ponto de vista da filosofia de Kant, fornece os fundamentos para a apreciação estética.B) um mundo empobrecido seria aquele em que ocorre o esvaziamento do campo estético de suas qualidades intrínsecas.c) a transformação da arte em espetáculo da indústria cultural é um critério adequado para a avaliação de sua condição autônoma.d) o critério mais adequado para a apreciação estética consiste em sua validação pelo gosto médio do público consumidor.e) a autonomia dos diversos tipos de obra de arte está prioritariamente subordinada à sua valorização como produto no mercado.

QUESTÃO 05 - A fonte do conceito de autonomia da arte é o pensamento estético de Kant. Praticamente tudo o que fazemos na vida é o oposto da apreciação estética, pois praticamente tudo o que fazemos serve para alguma coisa, ainda que apenas para satisfazer um desejo. Enquanto objeto de apreciação estética, uma coisa não obedece a essa razão instrumental: enquanto tal, ela não serve para nada, ela vale por si. As hierarquias que entram em jogo nas coisas que obedecem à razão instrumental, isto é, nas coisas de que nos servimos, não entram em jogo nas obras de arte tomadas enquanto tais. Sendo assim, a luta contra a autonomia da arte tem por fim submeter também a arte à razão instrumental, isto é, tem por fim recusar também à arte a dimensão em virtude da qual, sem servir para nada, ela vale por si. Trata-se, em suma, da luta pelo empobrecimento do mundo.(Antônio Cícero. “A autonomia da arte”. Folha de São Paulo, 13.12.2008. Adaptado.)De acordo com a análise do autor,a) a racionalidade instrumental, sob o ponto de vista da filosofia de Kant, fornece os fundamentos para a apreciação estética.B) um mundo empobrecido seria aquele em que ocorre o esvaziamento do campo estético de suas qualidades intrínsecas.c) a transformação da arte em espetáculo da indústria cultural é um critério adequado para a avaliação de sua condição autônoma.d) o critério mais adequado para a apreciação estética consiste em sua validação pelo gosto médio do público consumidor.e) a autonomia dos diversos tipos de obra de arte está prioritariamente subordinada à sua valorização como produto no mercado.