coesao textual 1

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COERÊNCIA E COESÃO Adaptado de Expressões 10

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Page 1: Coesao textual 1

COERÊNCIA E COESÃO

Adaptado de Expressões 10

Page 2: Coesao textual 1

COERÊNCIA Semântica

(conteúdo)

Gramática (morfologia e sintaxe)

COESÃO

(forma)

Lexicologia

Page 3: Coesao textual 1

Diz respeito a todos os meios pelos quais, num texto,

se processa a ligação entre os seus componentes

(palavras, orações, frases e parágrafos), de modo que

transmitam corretamente e de uma forma

harmoniosa e equilibrada a ideia apresentada.

Coesão

Coesão e coerência

Page 4: Coesao textual 1

1. Coesão gramatical

Frásica

Interfrásica

Temporal e aspetual

Referencial

Coesão e coerência

Page 5: Coesao textual 1

Coesão frásica

Mecanismos que asseguram uma ligação significativa

entre os elementos linguísticos que ocorrem a nível

sintagmático e oracional.

d. Presença de complementos exigidos pelos verbos.

a. Ordenação das palavras e das funções sintáticas;

b. Concordância;

c. Regências;

PROCESSOS

Coesão e coerência

Page 6: Coesao textual 1

Frase coesa:

• ordenação sintática corrente na língua portuguesa;

• concordância correta em género e número entre todos os

elementos lexicais;

• respeito pela regência do verbo;

• presença do complemento exigido pelo verbo principal

transitivo indireto.

A nossa televisão corresponde aos anseios dos jovens.

Coesão e coerência

Page 7: Coesao textual 1

Frase não coesa:

• núcleo verbal não concorda em número com o sujeito

composto da frase.

*Os meus irmãos e eu fui ao cinema.

Frase não coesa:

• não é respeitada a regência instituída pelo verbo abdicar

que exige a preposição de.

*Naquela situação, decidiu abdicar ao cargo.

Coesão e coerência

Page 8: Coesao textual 1

Coesão interfrásica

É assegurada por processos de sequencialização que

exprimem vários tipos de interdependência semântica

das frases.

d. Pontuação.

a. Coordenação;

b. Subordinação;

c. Conectores e organizadores do discurso;

PROCESSOS

Coesão e coerência

Page 9: Coesao textual 1

Ainda Eça de Queirós, na cauda da manifestação,

tagarelava com Camilo Castelo Branco, na presença da Nudez

Forte da Verdade, quando um frémito percorreu o arvoredo da

Estefânia. Não chegou a turbilhão, mas foi suficientemente

sensível para que um sujeito que comia um bife na Portugália

exclamasse: “Ena, pá!” O busto de Cesário Verde convocava o

de Guerra Junqueiro e desafiava-o para um desfile. E de busto

em busto se transmitiu que não era justo que as estátuas em

corpo inteiro se manifestassem e que os bustos se ficassem.

Afinal, se nos bustos havia um corpo incompleto, a verdade é

que exibiam “mais concentração do espírito”. A frase foi do

busto de um poeta, mas não me parece que tenha sido

Junqueiro ou Verde.

CARVALHO, Mário de, “Corpos incompletos”, in Mealibra, n.º 16, série 3, Verão 2005

Coesão e coerência

Page 10: Coesao textual 1

Coesão temporal e aspetual

Mecanismo que coordena os enunciados de acordo

com uma lógica de ordenação temporal das

situações, numa sequencialização que respeita o

conhecimento do mundo partilhado pelos falantes.

d. uso de datas e marcas temporais;

a. uso correlativo dos modos e tempos verbais;

b. recurso a advérbios e/ou locuções adverbiais;

c. utilização de expressões preposicionais com valor temporal;

PROCESSOS

e. recurso a articuladores indicadores de ordenação.

Coesão e coerência

Page 11: Coesao textual 1

Frase coesa:

• duas situações distintas cuja ordenação é indicada pelos

tempos.

Frase não coesa:

• o tempo verbal utilizado não corresponde à marca temporal

que abre a frase e que remete para um tempo passado.

Quando me levou à escola, o meu pai já tinha

deixado a minha avó na clínica.

*Antigamente, os jovens dedicam-se mais à leitura.

Coesão e coerência

Page 12: Coesao textual 1

Coesão referencial

Mecanismo que assenta na existência de cadeias de

referência ou anafóricas, constituídas por um

elemento linguístico — o referente — que é retomado

por outro(s) — os correferente(s) —, cujo

entendimento só é possível atendendo ao significado

do referente.

Coesão e coerência

Page 13: Coesao textual 1

a. Anáfora

b. Catáfora

Coesão e coerência

Ao sair da escola, encontrei o Armando e ele disse-me que o seu médico o

atendera rapidamente.

Após a consulta e o que nela lhe fora dito, o jovem sossegou.

Page 14: Coesao textual 1

c. Elipse

d. Correferência não anafórica

Coesão e coerência

O Armando foi à consulta e [-] sossegou.

O pequeno gato aventurou-se no mundo. A cria ganhou

liberdade.

Page 15: Coesao textual 1

e. Deixis

• Pessoal

• Temporal

• Espacial

• Textual A ideia antes exposta... / como se referiu no

capítulo anterior… / como se demonstrou

acima… / veremos seguidamente…

Eu estava em minha casa quando

ligaste.

Ontem, depois do jantar, vi o Telejornal, como

sempre...

Passa-me esse livro que está ao lado da jarra,

por favor.

Coesão e coerência

Page 16: Coesao textual 1

2. Coesão lexical

Mecanismo que se baseia na repetição da mesma

palavra ao longo do texto ou na sua substituição

por outras que com ela se relacionam em termos de

hierarquia, equivalência ou oposição semântica,

de modo a constituir uma rede semântica adequada

ao tema desenvolvido.

Coesão e coerência

Page 17: Coesao textual 1

PROCESSOS

Adoro as lembranças que certos odores me despertam. Os

cheiros do mar e da areia, por exemplo, trazem-me

imediatamente à memória as férias em família.

Ao ver a caixa cheia, desejava no seu íntimo que estivesse já

vazia.

Coesão e coerência

b. Sinonímia / antonímia

a. Repetição

A criança é a força do futuro. A criança é a expectativa de

renovação e é na criança que assenta a esperança de um

mundo melhor.

Page 18: Coesao textual 1

d. Holonímia / meronímia

Naquela casa tudo a atraía. Os quartos luminosos, as salas

coloridas, a cozinha espaçosa e funcional.

c. Hiperonímia / hiponímia

Certos ossos do nosso corpo são mais vulneráveis às

quedas. O fémur , por exemplo, exige atenções redobradas

quando se praticam esforços violentos.

Coesão e coerência

Page 19: Coesao textual 1

Resulta da interação entre os elementos cognitivos

apresentados pelas ocorrências textuais, enraizados na

intenção comunicativa, e o nosso conhecimento do

mundo.

Coerência

Coesão e coerência

Page 20: Coesao textual 1

1. Coerência lógico-conceptual

Existe num texto cujo conteúdo está de acordo

com o mundo tal como o concebemos, assente

em relações de índole diversa (tempo, espaço,

causa, fim, meio…), e que, portanto, respeita

princípios referentes à natureza lógica e regular

dos conceitos. São estes princípios:

a. a regra da não contradição;

b. a regra da não tautologia;

c. a regra da relevância.

Coesão e coerência

Page 21: Coesao textual 1

2. Coerência pragmático-funcional

Nasce da intenção comunicativa. Logo, depende

dos atos ilocutórios e do objetivo que se

pretende atingir com a linguagem. Para se

considerar coerente um determinado texto, há que

atender à intenção do locutor e ao fim do

enunciado, por sua vez associado aos atos de fala

dos outros interlocutores.

Coesão e coerência

Page 22: Coesao textual 1

Na frase complexa «Maria de Noronha morreu,

porque a sua saúde era frágil», a conjunção

«porque» contribui para a coesão

frásica.

interfrásica.

lexical.

temporal.

Page 23: Coesao textual 1

Refira um processo que evidencie a coesão

lexical patente no seguinte excerto textual.

MANUEL – A lançar sangue?... Se ela deitou

o do coração!... não tem mais. Naquele corpo tão

franzino, tão delgado, que mais sangue há de

haver? Quando ontem a arranquei de ao pé da

mãe e a levava nos braços, não mo lançou todo

às golfadas aqui no peito? (Mostra um lenço

branco todo manchado de sangue) Não o tenho

aqui... o sangue... o sangue da minha vítima?...

que é o sangue das minhas veias... que é o

sangue da minha alma — é o sangue da minha

querida filha!(Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, Ato III, Cena I)

• A repetição do nome «sangue» (8 vezes) é um processo muito evidente de coesão lexical do excerto em questão.

MANUEL – A lançar sangue?... Se ela deitou

o do coração!... não tem mais. Naquele corpo tão

franzino, tão delgado, que mais sangue há de

haver? Quando ontem a arranquei de ao pé da

mãe e a levava nos braços, não mo lançou todo

às golfadas aqui no peito? (Mostra um lenço

branco todo manchado de sangue) Não o tenho

aqui... o sangue... o sangue da minha vítima?...

que é o sangue das minhas veias... que é o

sangue da minha alma — é o sangue da minha

querida filha!(Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, Ato III, Cena I)

Page 24: Coesao textual 1

Os elementos sublinhados na seguinte fala de D. Madalena

«hoje é o dia da minha vida que mais tenho receado... que ainda

temo que não acabe sem muito grande desgraça... É um dia fatal

para mim: faz hoje anos que... que casei a primeira vez — faz anos

que se perdeu el-rei D. Sebastião — e faz anos também que... vi pela

primeira vez a Manuel de Sousa.» contribuem para a coesão

frásica.

interfrásica.

lexical.

temporal.

Page 25: Coesao textual 1

Assinale a cadeia de referência que se

estabelece no excerto a partir da expressão «a

minha filha».

MANUEL – […] viva ou

morta, cá deixo a minha filha

no meio dos homens que a

não conheceram, que a não

hão de conhecer nunca,

porque ela não era deste

mundo nem para ele...

(Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, Ato III, Cena I)

• Correferentes:–Catáfora:

• «viva»;• «morta».

–Anáfora• «a» (2 vezes)• «ela»

MANUEL – […] viva ou

morta, cá deixo a minha filha

no meio dos homens que a

não conheceram, que a não

hão de conhecer nunca,

porque ela não era deste

mundo nem para ele...

(Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa, Ato III, Cena I)