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Março 2009 Edição 159 Qual a sua obra? pág. 3 Aprovados 2008 pág. 8 Histórias interligadas pág. 10 Você faz parte desta história CNEC Joinville

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Page 1: CNEC Joinville - manager.eliasmoreira.com.br · Para discutir o papel da escola, da família e do aluno no processo de aprendizagem, a Revista Saber reuniu professores da CNEC Joinville

Março 2009Edição 159

Qual a sua obra? pág. 3 Aprovados 2008 pág. 8 Histórias interligadas pág. 10

Você faz parte desta históriaCNEC Joinville

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Revista do Campus Educacional da CNEC Joinville. Conselho Editorial: Airton Bonet, Alexandre Ari Monich, Emanuelle Santiago Dalri, Félix José Negherbon, Gislayne Aguiar, Maria Salete Panza Gonçalves da Silva, Rodrigo Santos e Wilson Roberto Gonçalves. Produção: Criacom Comunicação Full Service. Editoração gráfica: GBR. Jornalista Responsável: Mário Sérgio Brum (DRT/SC 769). Fotografia: Joyce Reinert. Impressão: Apta Editora e Gráfica. Tiragem: 3.000 exemplares. Endereço: Rua Coronel Francisco Gomes, 1290 – Tel. 34310900 – Joinville-SC. Sites: www.eliasmoreira.com.br e www.fcj.com.br. E-mail: [email protected] ou [email protected]

Professor Félix José NegherbonDiretor Geral do Campus da CNEC de Joinville

EDITORIAL

Ajude a Revista SABER a ficar cada vez mais a sua cara. Contribua com sugestões de pauta, críticas e comentários. Mande seu e-mail para [email protected], [email protected] deixe sua carta nosetor de Marketing doColégio Elias Moreira e FCJ.

Aguardamos a sua participação.

De repente, uma notícia impactante, ao contrário da alforria, tomou conta do planeta: “O mundo fi-cou refém (prisioneiro) do algoz invisível (mercado) que serviu de desculpa aos manipuladores do siste-ma financeiro para socializar a tragédia do fracasso de um sistema por eles mesmo arquitetado. Blefar virou verbo da moda e nós, incautos cidadãos, continuamos vocacionados a acreditar com deter-minação, obstinação e destemor que NAVEGAR É PRECISO. Mesmo na adversidade, maquiavelica-mente produzida pela ganância do PODER e do TER de inescrupulosos atores que se dizem os doutos do mercado.A ganância não tem fronteiras, como não tem limi-tes. A ganância dos homens se travestiu de olhares, cheiros e sentimentos virtuais. Honrosa desculpa para relativizar a culpa do fracasso fazendo o mun-do crer que todos são parte dele.Se o físico Isaac Newton vivesse nesses tempos, es-taria sendo olimpicamente disputado por todos os meios de comunicação planetários para, de novo, enfatizar e reafirmar seu irrefutável veredito: “Sou capaz de calcular o movimento de todos os astros das galáxias. Não consigo, porém, calcular a loucura dos homens”.Você pode estar se perguntando: por que falar so-bre um tema aparentemente tão distante da gente, no primeiro editorial da Revista Saber de 2009? Exatamente para trazer para perto de cada um de nós a oportunidade de um grande aprendizado. Quando se traz a crise para perto da gente, é como se estivéssemos sentindo o maçarico ardendo em

baixo da nossa própria cadeira, obrigando-nos a pular de dentro de nós mesmos para que tomemos uma atitude.Circula por aí um extraordinário texto de Albert Einstein sobre a crise. Em resumo, ele diz que “...é na crise que nascem as invenções, os descobrimen-tos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar superado”. Procure este texto na internet, coloque no Google as pa-lavras “albert einstein crise”. Veja uma verdadeira aula magna deste magnífico cientista e cidadão do mundo.Atitude é o que queremos ver em 2009. E parece que teremos. Percebe-se que o mundo todo está assustado, mas procurando se arrumar. Não é hora de se esconder, muito menos de procurar descul-pas e culpados. É preciso que nos afastemos cada vez mais das pessoas que dizem que não dá para fazer que nos aproximemos de quem diz que dá para fazer. É assim que a gente cresce com as crises. Quem entra pequeno na crise, nunca dela sairá grande.As crianças, possivelmente, não vão entender o que está escrito neste editorial com a contundência que os demais vão deduzir do conteúdo. Isso é proposital, até porque elas não têm culpa de nada. Nenhum dos verdadeiros culpados um dia ousou se perguntar: “Que tipo de planeta vamos deixar para aqueles que não tiveram o direito de nos dizer como gostariam de recebê-lo quando nascerem?”.Tenhamos todos um ano abençoado e de gratifi-cantes conquistas.

É você quem faz estarevista!

Rua Padre Kolb, 1485Anita GaribaldiJoinville-SCFone (47) 3433-5964

Nem o segundo, terceiro, enfim, todos os uniformes escolares que usamos são importantes na nossa formação. E nós temos orgulho de participar deste crescimento.

O primeiro uniforme a gente não esquece

Tomada de atitude

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Qual é o objetivo ao entrar em uma sala de aula? Estudar, aprender e, principalmente, saber estudar e aprender a pensar. Entender porque eu sei aquilo e como eu sei. Quais são as minhas habilidades e como posso melhorar aquelas com as quais não tenho facilidade. O processo de aprendizagem depende tanto da escola, quanto

do apoio familiar e da vontade do aluno. Nas fases do processo educativo existem prioridades, necessidades e urgências. O que a criança, o adolescente e o jovem devem focar ao ocupar os bancos escolares? Veja três exemplos de alunos comprometidos e que, aos poucos, estão construindo sua obra com sucesso!

1 (Contribuição da professora Maria Salete. Citação extraída do livro: CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a sua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. 5. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. p.21.)

Aprender a aprender

Neste ano, o foco das reflexões e estudos está direcionado a procurar respostas sobre a indagação: qual é a sua obra? Todos estão vivendo um momento de transição e turbulência, em relação a valores, que direcionam as

escolhas, a percepção de realidade, as decisões etc. “A atividade exercida é para você um fardo carregado dia a dia que o subjuga pelo peso do tripalium – trabalho que se associa a castigo? Ou é sustentado pela poiesis ? Que significa minha obra, aquilo

que faço, que construo, em que me vejo? A minha criação, na qual crio a mim mesmo à medida que crio no mundo. Aí essa atividade não será suplício.”1

Na edificação da educação, você se coloca como operário (aquele que opera), que mecanicamente quebra pedras para a edificação, ou se coloca como aquele que lapida as pedras na edificação de catedrais – escolas? O desafio está lançado – procure dentro de você a sua resposta.

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Prioridade: a faculdade

GOSTOPELOS ESTUDOS

Guilherme Demonti, 20 anos, está no 3º ano de Administração de Empresas e Negócios da FCJ. Todos os dias, tem o hábito de estudar em casa. Dependendo da disciplina, estuda um pouco mais do que o normal. Se existem tarefas com urgência para entregar, ele dedica mais tempo aos livros. “O curso é a prioridade na minha vida no momento, pois ele é importante para o meu crescimento pes-soal e profissional”, explica Guilherme.Mas não é fácil focar nos estudos quan-do se tem internet e televisão para dis-persar. Para ele, porém, a questão é pla-nejar: “Como os estudos são prioridade,

faço um planejamento diário com foco nas atividades acadêmicas, e o restante do tempo eu reservo para as tarefas de caráter pessoal”.Guilherme não se atém à bibliografia passada pelos professores. Gosta de ler revistas e informações da internet para se manter bem informado em tudo. “Es-tudo os casos expostos em aula e tento me aprofundar nos assuntos em casa”, conta ele, que está sempre com as notas dentro da média. E qual é o verdadeiro segredo? Nenhum: “Prestar atenção nas explicações do professor e interpretar os textos e dados passados por ele”.

Guilherme Cassins Valdez, 9 anos, estudan-te do 4°ano do Ensino Fundamental, é um aluno compromissado e responsável com os estudos. Segundo os professores, sempre tem boas notas, cuida bem do material es-colar e mantém um ótimo relacionamento com os colegas.Guilherme adora estudar. Procura reservar uma hora por dia para fazer as tarefas e, quando tem dúvida, pede ajuda para a mãe Cláudia. “Gosto muito de Língua Portugue-sa. Gosto de criar histórias e poemas”, diz. Para a prova, lê o conteúdo e faz a revisão: “Eu fico um pouco nervoso na hora da pro-

va, mas sempre lembro o conteúdo”.Além da aula no período da manhã, Guilher-me faz judô e participa do Período Integral nas segundas e quartas-feiras, quando prati-ca violão, inglês e natação. Para o pai, Reinaldo Valdez, o acompanha-mento da família é importante no desen-volvimento do filho: “Olhamos a agenda dele diariamente e perguntamos como foi a aula. Mas deixamos ele livre para pensar e dar opinião”. Reinaldo diz que Guilherme se cobra muito: “Ele acorda supercedo, até nos tira da cama”.

“Não importa o tempo que você estudou, e sim como você estudou”, diz Juliana Cris-tina Frankowiak, 15 anos, aluna do 2º ano do Ensino Médio. Há nove anos na CNEC, ela reserva duas horas do dia somente para ler o conteúdo, fazer a tarefa e resolver questões de vestibular. Mas não deixa de fazer exercícios físicos, uma maneira de aliviar o estresse dos estudos. “Tudo deve ser feito com moderação. Uma hora bem estudada e dedicada a compreender o as-sunto compensa mais do que cinco horas decorando a matéria”, explica.Além disso, Juliana não consegue sair de casa sem um livro na bolsa. Clássicos ou best sellers, não importa. “É uma espécie de vício. Sempre estou lendo. Quando es-pero alguém, ou aguardo numa fila, estou sempre lendo. Dessa forma, nem vejo o

tempo passar. Acredito que ler é uma ma-neira excelente de adquirir conhecimento e conhecer lugares”, conta Juliana, que lê em média um livro por semana.Na hora da prova, não fica nervosa, pois se prepara com antecedência. Lê o conteúdo diariamente e, mais próximo da data, faz um resumo do conteúdo. “Se você estuda todos os dias, isso se torna um hábito im-possível de esquecer. Somos estudantes e temos o dever de estudar”, finaliza. Para a professora de Química Onice Parizo-to Nicoletti, Juliana é uma aluna diferente, que anota tudo, questiona o professor e não deixa assuntos pendentes. “Ela tem hábitos de estudo corretos. Nas provas, responde além do conteúdo, traz explica-ções de outras fontes, não só da apostila”, comenta. ENTENDER

E NÃO DECORAR

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Professora Rosiliane Gomes

Chegue no horário•Evite sair da sala quando não for necessário•Mantenha seu material em dia•Não converse em momentos de explicação ou em atividades•Procure sentar-se em posição correta•Não assista à aula, participe da aula•Comportamento: silêncio, respeito aos colegas e ao professor•

Tenha uma rotina de estudos diária e semanal•Estude todos os dias no mesmo horário•Estude mesmo quando não há provas ou tarefas•Estude por 1 hora seguida e faça um pequeno intervalo•Faça as lições no mesmo dia em que a professora as solicitar•Anote o que você não entendeu, para poder perguntar•Procure dormir cedo•

Dicas para ser um bom estudante

Dicas para ser um bom estudantena escola

EM CASA

Professora Renata Beatriz

Estudar implica em:Organizar•Analisar•Sintetizar•Esquematizar•Concentrar-se•Resumir•Memorizar•

Fazer da sala de aula um lugar de estudo. Para estudar é preciso estar atento e concentrado.1

2 Estudar para aprender. Estudar é uma tarefa diária. Interessa aprender e não somente decorar.

3 Cumprir os prazos para a entrega das tarefas e atividades.

5 Tratar todos com respeito e companheirismo.

4 Cuidar do patrimônio do colégio como se fosse seu.

Dicas baseadas no Projeto “Saber Estudar”.

5 Compromissosdo estudante

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Uma pessoa passa a vida aprendendo. No caso de uma criança, ainda é preciso aprender a aprender. Nesse esforço, o apoio da família é vital, como uma aliada da escola. Para discutir o papel da escola, da família e do aluno no

processo de aprendizagem, a Revista Saber reuniu professores da CNEC Joinville e duas mães de alunos, também psicólogas. Participaram do debate a diretora pedagógica Maria Salete Panza Gonçalves da Silva, o coordenador de 5ª série ao Ensino Médio Alexandre Monich, a coordenadora de Educação Infantil e Séries Iniciais Emanuelle

Santiago Dalri e as mães-psicólogas Maria de Lourdes Toniolo e Marliane Stapait Garbe.

Como desenvolver o exercício do pensamento nos alunos ou filhos?

Emanuelle: Na sala de aula, todo o mo-mento pode contar com uma mediação reflexiva, seja a partir de uma história lida, de uma imagem, ou aproveitando situa-ções do dia a dia. Maria de Lourdes: Quando a criança per-gunta, ela já pensou e já está desenvol-vendo o pensamento. O ideal é estimular e não dar tudo pronto para ela.

Maria Salete: A mente humana, natural-mente, é muito inquisitiva. A criança vem com um potencial grande de questiona-mento para o mundo. Esse potencial é na-tural do ser humano para garantir a própria sobrevivência. Cabe às pessoas que estão intermediando a relação da criança com o mundo estimular esse processo, reconhe-cendo a idade da criança e a fase em que se encontra o seu desenvolvimento para inserir os questionamentos adequados. O potencial da criatura humana é ainda imensurável. Hoje já se sabe muito sobre

o cérebro; agora, entender o que seja o processo da consciência ainda está no co-meço. É proposto que as escolas formado-ras de professores comecem a despertar o interesse para o conhecimento de como a consciência e o cérebro funcionam. O foco na educação ainda está nos processos de instrução e memorização do cérebro.

Alexandre: Tanto família quanto escola, na sua concepção tradicional, são com-preendidas como guias e catequizadoras, mas esta visão mudou bastante. O aspecto atual não é tanto de catequese, mas de de-senvolvimento de habilidade. A catequese pode ser feita de forma rápida, mas para desenvolver esse processo tem que ter paciência. A criança precisa de tempo. Isso significa um novo tempo de aprendizagem. Podemos ajudá-las dando tempo para que elas se desenvolvam. A ansiedade faz com que acelere o processo de instrução. Pais e professores precisam lidar melhorar com a ansiedade de ensinar.

Marliane: Muitos pais não têm tempo para responder às perguntas do filho. Nós, psi-cólogas, tentamos criar uma dinâmica, um

ponto de equilíbrio para que a criança pos-sa ter essa resposta e possa ter um debate com os pais. Parece que a pós-modernida-de encolheu esse espaço.

Maria Salete: Se você não obedece esse tempo, esse ritmo e o potencial cognitivo daquela fase, você só vai se ater à instru-ção, que está associada à memorização.

Maria de Lourdes: Mas aí as mães se en-contram e conversam “o meu está lendo”, “ah, o meu ainda não. Como é que o meu não está lendo e o dela está?”. A escola tem a sua função, e os pais têm a função de re-baixar a ansiedade e entender que cada criança tem o seu tempo.

Emanuelle: Com o surgimento da nova lei do Ensino Fundamental de 9 anos, em termos de escolarização, percebemos um aumento do interesse das famílias em an-tecipar o ingresso no 1°ano. O ideal é ani-versariar até março. Mas sempre há uma comparação com o outro, que o vizinho ou o primo já estão no Ensino Fundamental. Essa ansiedade não respeita a fase e quei-ma algumas etapas.

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Maria de Lourdes: Não é só nas primeiras séries. São cobranças que acontecem em toda a vida.

Maria Salete: Nossa sociedade cobra mui-to o resultado e não o processo.

Maria de Lourdes: E é imediatista.

Marliane: A criança acaba se desenvolven-do de acordo com o resultado do outro. Não consegue às vezes avaliar seu próprio resultado.

Maria Salete: E acho que aí entra o papel da escola no sentido de preparar os pais para que entendam que cada criança é um ser muito peculiar. Os pais vão sen-do qualificados no sentido de receber informações pertinentes ao processo de aprendizagem formal. Porque quanto ao informal eles lidam com a criança no dia a dia, às vezes, muito bem. E às vezes eles acham que os dois tipos de aprendizagem são excludentes, mas na verdade são bem complementares.

Marliane: Hoje, inclusive, trabalho com três crianças que sentem falta de ar, mas não no consultório. Porque ali elas podem falar o que querem. São crianças que são cobradas de todas as formas. Imaginem a pressão! Onde está o escape?

Maria Salete: Você está trabalhando com crianças que somatizaram a pressão. Elas estão sufocadas.

Maria de Lourdes: E há cobrança porque a criança tem que fazer tudo. Tem que ir pro inglês, pro judô, pra ginástica, pra nata-ção... Onde está o espaço para essa criança brincar?

Emanuelle: O grande número de atividades que as crianças realizam, muitas vezes, é re-sultado do desejo dos pais, como forma de oferecer o que não tiveram quando criança.

Alexandre: A habilidade da memorização e da repetição é, ao mesmo tempo, dese-jada, e é o que a sociedade quer, mas por outro lado faz movimentos que impedem que isso aconteça. Estamos vivendo um drama, quase esquizofrênico. De um lado você quer desenvolver o conhecimento nas pessoas, mas por outro lado você de-senvolve uma estrutura social que impede que isso aconteça.

Como auxiliar a família a entender o seu papel?

Maria de Lourdes: A família tem que par-ticipar. Há pais que depositam os filhos aqui e delegam para a escola toda a for-mação da criança, valores morais e éticos inclusive, que penso que devam partir da família. Já trabalhei na prefeitura de ou-tras cidades e as escolas ligavam para nós, psicólogas, apenas para falar coisas nega-tivas. Porque não chamam também para valorizar este aluno?

Maria Salete: E provavelmente ele tem al-guma coisa positiva. O olhar das pessoas que trabalham com essas crianças não está sensível para enxergar.

Marliane: Acredito que, em busca de um mundo ideal, as pessoas pegam os aspec-tos negativos e querem eliminar. Estão es-quecendo de enaltecer o positivo.

Maria de Lourdes: Então, é importante chamar a participação da família na esco-la, de forma positiva e negativa. Chamar o pai do aluno que aprontou e do aluno que não aprontou.

Emanuelle: É necessário trabalhar com os familiares dos pequenos, a importância da qualidade e não da quantidade do tempo em que estão com os filhos. Os limites fa-zem parte de uma relação saudável entre pai e filho e necessitam ser trabalhados sem culpa e sem receios.

Maria de Lourdes: Por carregar essa cul-pa, a família não põe limites e sobra para a escola.

Alexandre: Acho que a escola precisa insis-tir em mostrar que a sua função é ajudar as pessoas a desenvolver as habilidades do conhecimento. Quando se chama a fa-mília, espera-se que a escola tenha o que dizer ou traga uma solução. A reflexão ainda é concebida com um pré-conceito. Parece que pensar e filosofar complica ao invés de resolver. A escola precisa insistir que sua função não é salvadora. A famí-lia quer estar na escola, mas espera que a escola diga o que ela deve fazer. Isso não dá. A escola precisa ser o lugar da consti-tuição do conhecimento.

Marliane: A família procura o psicólo-go com o problema e quer que ele re-solva. Mas o problema está na família, e ela não aceita. Se a família entendesse a

importância disso, ela conseguiria resolver mais problemas com rapidez.

Hábitos de estudo

Alexandre: Fizemos um levantamento so-bre hábitos de estudos e utilização da in-ternet, entre 5ª e 8ª série, que será fechado no próximo mês. Mas os dados prelimina-res dizem duas coisas: não há roteiro de es-tudo e nem hábito. A internet toma neste momento um lugar importante de fonte de informação. A média de uso da 5ª sé-rie é de duas horas por dia. Dessa série em diante ela cresce. Estamos falando de um meio de comunicação que é muito mais informativo do que reflexivo. Um dado da Fundação Itaú diz que 70% do sucesso da criança na escola depende da estrutura familiar. Isso fecha com que estamos per-cebendo nos últimos anos. A relação da escola deve ser de confiança e parceria.

Emanuelle: A confiança pode ser expressa-da nos mais variados momentos do dia-a-dia, tais como: motivação ao mediar as ta-refas, participação nos eventos e reuniões, elogio relacionado ao desenvolvimento escolar, entre outros.

Maria Salete: Da parte da escola e da parte da família, precisa ser conjugado esse laço de confiabilidade. Cada um tendo claro qual é seu papel. A própria organização da família hoje obriga a redefinição de papéis. A própria escola também está redefinindo seu papel na sociedade. Hoje ela não é mais a depositária da informação. O pro-fessor, nos próximos anos, deverá ser um grande conhecedor do comportamento humano e do processo de aprendizagem. Então nós não vamos mais poder ter pro-fessores formados sem uma grande base desses conhecimentos.

Alexandre: Parece que família e escola precisam de sintonia. Eles não podem con-flitar o tempo todo. Quando não há sinto-nia, a criança não compreende e não tem como aprender.

Maria Salete: A criança precisa ser estimu-lada pela família a transferir esse grau de confiabilidade que tem nos pais para a es-cola, respeitadas as devidas proporções.

Marliane: A proteção é muito importante. Autorizei minhas filhas a estarem aqui. Foi uma escola escolhida pela mãe e por isso elas se sentem protegidas.

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87% vestibular

de aprovação no

Dos 99 alunos que prestaram o vestibular no ano passado, 86 foram

aprovados, tanto em instituições públicas, como privadas. O índice de

aprovação é de 87% na CNEC Joinville.

3º AAline Maihara de Paula Bogo - Administração / Economia - FCJ/ Univille Amanda Bonafé - Comércio Exterior - Univali Ana Paula Schmoeller - Arquitetura e Urbanismo e Biologia Marinha - Sociesc e Univille André Ricardo Ropelato Zibeli – Gastronomia - UnivilleBárbara Aliane Bachtold - Ciências Biológicas - UnivilleBruna Cristine Lopes Todesco - Turismo e Design Moda - FCJ e AcafeDouglas Graupner Maia – Psicologia - Univille Elis Regina dos Reis - Jornalismo - Acafe e Ielusc Fabrício de Oliveira - Engenharia Civil - Sociesc Juan Carlos Martin de Carvalho - Sistema de Computação - SociescLetícia Polzin - Adm. em Marketing, Adm. de empresas e Adm. com ênfase em Logística - FCJ, Sociesc e Univille Marcel José Moser Martinelli - Ciências Contábeis - Univille Mariê Souza Ribeiro - Design de Moda - UnivilleRafaela Heidrich dos Santos - Arquitetura e Urbanismo - Sociesc Rodrigo Leite Lindoso – Administração - AcafeSamir Machado de Oliveira Filho - Engenharia Mecânica - UnivilleVinicius Tomaz Pacheco - Sistemas de Informação - FCJ 3º BCaio Luciano Berndt – Direito - Acafe/ FCJCaroline Cristine Wuthstrack - Licenciatura em Física, Engenharia Química e Adm.em Negócios Internacionais - Udesc, Sociesc e FCJDaniela Knorst - Turismo e Hotelaria e Adm. de Marketing - Univali e FCJDarlan Hevarts Corrêa - Ciências Contábeis - SociescDécio Antonio Ribeiro - Educação Física - UnivilleEduardo Volpato Pontello – Gastronomia - UnivilleFrancine Machado Vieira - Design de Moda - UnivilleHerbert Nickel Junior - Administração - Sociesc Jeziel Farias de Jesus – Direito - FCJMagali Bazzanella - Farmácia-UnivillePaulo Henrique Auada - Engenharia de Produção Mecênica, Adm. de Empresas - Sociesc e AcafeThayse Holthausen Lehm – Direito - FCJThiago Lucas Alonso - Turismo e Hotelaria - Univali Tiélly Rabello - Adm. de Empresa - Sociesc, Univille e FCJ

3º CAmanda Caroline Wormsbecker – Direito - FCJAna Paula Lipinski Orellana - Engenharia Civil - SociescBruna do Valle Duarte – Design - Univille Camila Thais Barater - Administração de Empresas e Negócios - FCJCláudia Caroline Schmidt - Medicina Veterinária e Administração - Udesc e SociescEduardo Felipe Mendonça - Design Gráfico e Administração em Marketing - Univali e FCJFelipe Teixeira de Souza - Engenharia Mecânica - vSociescGilson Lisandro Schelbauer Junior – Direito - FCJGulherme Baniski Garbin - Administração de Empresas e Negócios - FCJGustavo Hülsmann – Geografia - Univille Henrique de Souza de Lima – Turismo - UnivilleKettliyn Carrança Gomes - Adm. Empresas e Negócios - FCJLeandro Gustavo Meurer – Gastronomia - UnivaliLuana Oliveira da Silva - Negócios Internacionais e Farmácia - FCJ e AcafeMilena Soares - Administração e Relações Internacionais - UFPR e UnivaliPedro Guilherme de Oliveira - Design de Animação Digital - Univille Rafael Dolsan - Engenharia Mecânica - SociescRicardo Aurides Gretter - Design de Animação Digital e Ciências da Computação -Univille e Udesc Thais Francielle Floriano de Ramos - Gestão Empreendedora e Matemática - Sociesc e UdescCamila Schneider - Direito e Economia - FCJ e AcafeAdriano Marcelo Bauer - Direito e Engenharia - FCJ e SociescAndré Felipe Meyer – História - Univille

3º DCamila da Silva - Publicidade e Propaganda - IeluscElisabeth Cristina Beathalter - Administração de Empresas e Negócios e Engenharia Civil - FCJ e SociescFelipe Bez – Direito - FCJFernanda Cisz Dorn - Direito - ACEGislaine Estevão - Arquitetura e Urbanismo - SociescGuilherme Felipe do Nascimento - Publicidade e Propaganda - AcafeGuilherme Henrique dos Santos - Negócios Internacionais e Administração de Empresas - FCJ e UnivilleJames Piai Haverroth - Ciências Contábeis e Direito - Sociesc e FCJJuliana Cristina de Macedo - Psicologia - ACELarisse Moreira Gomes - Sistemas de Informação - FCJMarcela Monise Bohn da Silva – Fisioterapia - ACEMarcus Vinicius – Direito - FCJRodrigo Dondé - Relações Internacionais - UnivaliTalita Carazo Ferreira da Silva – Psicologia - ACEThays Dalla-Bona Nodary Silva - Publicidade e Propaganda - Ielusc

DESTAQUES

APROVADOS

Augusto Fleith Comotti 3B Engenharia Elétrica Udesc

Bruna Caroline dos Santos 3B Medicina Veterinária UFPR

Caroline Cristine Wuthstrack 3B Licenciatura em Física Udesc

Cláudia Caroline Schmidt 3C Medicina Veterinária Udesc

Danielle Saraçol Ruídias 3A Ciências Econômicas 7º UFPR

Felipe Kruger Silveira 3A Ciências da Computação Udesc

Felipe de Souza Longo 3B Ciências da Computação

Udesc e UFPR

Julio André Budal 3B Ciências da Computação Udesc

Leíza Reis da Silva 3B Engenharia Elétrica Udesc

Matheus de Oliveira Demetrio 3B Engenharia

Elétrica

Udesc

Milena Soares 3C Administração UFPR

Raquel Wille Sarquis 3C Contabilidade 2º Udesc e UFPR

Ricardo Aurides Gretter 3C Ciências da Computação Udesc

Thayná Helena Degelo Galhego 3B Turismo UEPG

Thais Francielle Floriano de Ramos 3C Matemática Udesc

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Aprovado!Samir Machado de Oliveira Filho encerrou o 3º ano do Ensino Médio em 2008 no Elias Moreira. Agora, seu plano é voar alto, literalmente. Passou no vestibular de Enge-nharia Mecânica, mas seu sonho é ser piloto de avião. Desde janeiro, Samir está fazendo um curso de piloto em Blumenau. Para 2010, ele parte rumo a Curitiba para fazer o Curso Superior de Tecnologia em Pilotagem Profissional de Aeronaves, na Universidade Tuiuti do Paraná, e se tor-nar um profissional em pilotagem. “Estou muito ansioso. É algo bem diferente e espero aproveitar bastante”, conta.Sobre os alunos que entraram agora no terceiro ano, Samir dá a dica: “O terceirão foi muito bom porque tive notas boas e fiz amizades. Para quem está indo para o último ano, eu aconselho que aproveite, escolha bem a faculdade e o curso, para não deixar a decisão para cima da hora”.

Ela foi a segunda colocada em Contabilidade no vestibular da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e ainda foi aprovada no mesmo curso pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). A ex-aluna do 3º ano do Ensino Médio do Elias Moreira Raquel Wille Sarquis arrumou as malas e está pronta para morar sem a família em Curitiba.“O terceiro ano foi puxado e eu conquistei o meu objetivo, que era passar no vestibular. Fiz o que pude, me esforcei ao máximo e diria, para quem está entrando, que se dedi-que pra valer”, aconselha. Quando terminar a faculdade, Raquel quer abrir o próprio escritório. Sobre o curso, ansie-dade: “Estou ansiosa para que comece logo. Gosto muito de matemática e acho que vou me dar bem”.

para o vestiba!

Traçar objetivos: decidir • qual vestibular prestar e definir o curso.Ler o manual do • vestibulando.Ler as obras literárias • inteiras.Ler periódicos, como • jornais diários e revistas semanais.Estudar todos os dias. Se • não tiver o hábito, começar com meia hora e aumentar gradativamente.

Duas horas de estudo por • dia é o ideal.Não estudar só para as • provas, mas para aprender.Estudar todas as • disciplinas.Participar de simulados. • Assistir a revisões.• Ter compromisso e não • desanimar.Conversar com pais, • professores e colegas sobre profissões.

Por: Prof. Anselmo GiaccheroDicas

3ºEAna Claudia Dams - Administração de Empresas e Negócios - FCJ Bruna Emanuelle da Rosa Guesser - Administração de Marketing e Negócios Internacionais - Univille e FCJDouglas Willian de Oliveira - Administração de Marketing - FCJ Fernando dos Santos Inácio - Ciências Contábeis - Univille Franciele Salvador – Direito - FCJJean Diego Gaspareto Ferreira - Sistemas de Informação - Univille Luana Vanessa Medeiros - Administração em Gestão de Pessoas e Ciências Econômicas - FCJ e UnivilleLucas José Muniz – Psicologia - ACE Rafael Naur Lopes Esmeraldino - Ciências Contábeis - Univille

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Históriasinterligadas

Há 158 anos, no dia 9 de março, surgia Joinville, misturando a tenacidade europeia com o amor à terra encontrado entre os nativos. Cidade de muitas histórias vividas, de gente de todo o mundo, de imigrantes... Em Joinville, muito se criou, se de-senvolveu e se fixou. Foi nesta cidade de príncipes, de flores, de indústrias e de bicicletas que surgiu e se desenvolveu com

sucesso na educação a CNEC Joinville, em 19 de março de 1962. Março, portanto, é mês de comemoração do aniversário de duas histórias e de uma parceria que deu certo: Joinville e a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade. Para prestar uma justa homenagem nada melhor do que contar histórias de pessoas. Gente que viveu aqui, estudou aqui e é feliz aqui.

“O Elias Moreira sempre teve presença forte em mi-nha vida.” A afirmação é do jornalista, historiador e escritor Apolinário Ternes, que foi aluno e professor no Colégio Elias Moreira. Ele interrompeu os estudos no seminário, em 1966, reiniciando-os em seguida no Elias, que então funcionava na rua Conselheiro Mafra. Depois, estudou e deu aulas nas primeiras salas do atual complexo, que viu se ampliando ao longo dos anos, com o crescimento da cidade e da instituição. “O Elias sempre esteve sob o comando de nomes exemplares, como o professor Paulo Hilário Buschle, Gonçalo Nascimento e Félix Ne-gherbon, os dois últimos grandes comandantes da expansão da ‘escola da vida’ em Santa Catarina.” No Elias, na década de 1970, Apolinário foi professor por algum tempo, e hoje é conselheiro. Na biblioteca do colégio, desde 2002, está boa parte de sua biblioteca particular. “Assim, o agora tradicional Colégio do Elias ocupa permanentemente pedaço generoso do meu coração e continuo nele através de meus livros, retribuindo um pouco do muito que recebi em seu ambiente de trabalho, estudo e disciplina”, conclui Apolinário Ternes.

Um lugarno coração

Joinville e CNEC são exemplos de uma parceria que deu certo

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Uma história de Joinville em dados, quem fez e quem faz a cidade. É assim, de forma detalhada, sem se ater a uma análise do passado, que o professor Nicácio Machado vem escrevendo a história de Joinville, desde que chegou à cidade, em 1974. Professor de Língua Portuguesa há 38 anos, Nicácio já escreveu uma gramática, por achar que “o papel do professor é de ampliar o conhecimento”. Também redigiu um almanaque, com a intenção de mostrar às pessoas o que são as coisas e de onde elas vêm. Já fez trabalhos sobre os grandes pensadores da história, outro sobre construções do mundo, sobre a família imperial brasileira e sobre a história do dinheiro. Para contar a história de Joinville, Nicácio recolheu fatos raros, fotos inusitadas e juntou informações nunca antes lidas.

Natural de Tijucas (SC), o professor já estudou em escola de padres, fez Filosofia e se formou em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina,

Quem fezJoinville

1928 na rua Engenheiro Niemeyer

1915 - Joinville

1926

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os

Curiosidades de Joinville por Nicácio Machado

De cada 10 trabalhadores,

seis são de outra cidade*.

50% da população ganha

de 1 a 3 salários mínimos*.

Joinville foi uma das primeiras cidades

do estado a ter casa bancária.

*(IBGE, 2007)

em Florianópolis. Lá começou a dar aulas de Língua Portuguesa. Desde que se radicou em Joinville, passou a recolher dados, matérias de jornais e fotos. Com mais de 3.600 slides, a história de Joinville contada por Nicácio tem mais imagens do que texto. “É a história contada do meu jeito, com didática. Eu sou um fofoqueiro da história de Joinville”, brinca.

Ele andava a pé no centro da cidade e ouvia as pessoas contar histórias diferentes, juntou informações antigas e tirou fotos de vários pontos. “Procuro mostrar aspectos demográficos, sempre com indagações. Joinville tem uma história bonita, mas está suja, seu patrimônio está se esfarelando, não existem parques, áreas de lazer e há pedras em vez de flores”, lamenta.

No Colégio Elias Moreira/FCJ, Nicácio dá aulas de Língua Portuguesa, há cinco anos.

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O agente de viagens André Krammel, 67 anos, não nasceu aqui mas viveu a maior parte da vida em Joinville. Ele veio de Pouso Redondo aos 18 anos, morou no Paranaguamirim e trabalhou com a família no cultivo do arroz. Em 1960, entrou na Tupy, como muitos que moravam em Joinville. “Eu era peão. Mas um dia, um amigo, José Domingos, me fez um convite: ‘ Vamos estudar, André?’ E eu disse que não. Pois vim do mato e achei que não ia acompanhar. E aí ele me disse: ‘Se nós não passarmos o tempo, ele passa do mesmo jeito’.” Aí começou um curso de datilografia e prática comercial, sempre conciliando com o trabalho. “Senti gosto pelos estudos e sabia que não deveria parar ali. Foi uma consideração muito grande, um momento que mudou minha vida. Por isso, hoje procuro sempre ajudar as pessoas. Uma oportunidade vale mais que dinheiro”, garante.

Em 1963 André era aluno do ginásio no Elias Moreira. Envolveu-se com o grêmio estudantil, liderança de classe, voluntariado e organização de viagens. “O Elias era uma família. Ajudávamos nas matrículas, vendíamos e comprávamos livros para auxiliar quem precisava. Fazíamos jantares entre funcionários, alunos e professores”, lembra. Em 1966, formou-se na terceira turma. Sua carreira de agente de viagens começou no Elias Moreira, quando organizava curtas viagens no estado para os colegas. Depois, as viagens foram realizadas por meio do Clube Excursionista Monte Crista. Mesmo depois de terminar o ginásio, André ainda fazia os roteiros e levava os alunos do Elias Moreira para conhecer diversos lugares do país. Hoje, André Krammel é o gestor da Allestur, agência que criou em 1982. E continua ligado à CNEC Joinville, por meio do Conselho. “Discutimos investimentos, salários de professores e outras coisas, pois temos pelo Elias Moreira uma grande consideração. Comecei minha vida lá.”

Dedicação ao turismo e à CNEC

1º ato ecumênico do Colégio Elias Moreira

André na formatura do ginásio (1966) - entrega dodiploma pelo professor Paulo Hilário Buschle12

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Samuel Floriano de Sá, 23 anos, saiu de Ipuiúna, interior de Minas Gerais, para estudar e trabalhar aqui. Para ele, “Joinville é um grande polo industrial e tecnológico”, diferente da cidade mineira, onde o foco é a agricultura. “Na minha cidade não existiam grandes indústrias e o emprego, na sua grande maioria, ocorria sem registro em carteira ou na zona rural”, explica. Samuel se formou na FCJ em 2008 no curso de Administração de Negócios Internacionais. Por meio do ProUni (Programa Universidade para Todos), escolheu a FCJ por ser uma das primeiras instituições cadastradas no programa e por oferecer um curso voltado ao comércio internacional. “Além disso, a FCJ está localizada em uma das melhores cidades do estado, levando em conta o cenário industrial.” Hoje, Samuel trabalha em uma grande indústria, a Tupy, como escriturário administrativo no Planejamento de Carteira, cargo que conquistou com auxílio do Núcleo de Apoio ao Estudante (Nae) e com a indicação do professor Marcos Antonio dos Santos. “A FCJ me ajudou com ótimas oportunidades. O ensino de qualidade me proporcionou meses de estudo e a minha inserção no mercado”, destaca.Samuel continua aluno da CNEC Joinville no curso técnico de Comunicação e Expressão em Língua Inglesa. “Gosto muito do curso. Senti a necessidade de aprender mais o idioma, e na minha função é importantíssimo, pois trabalho diretamente ligado com o planejamento de exportação”, explica.

Thiago Zschornack cresceu dentro da CNEC Joinville. Entrou na pré-escola, em 1989, e terminou a oitava série em 1997. Voltou em 2001 e em quatro anos se formou na primeira turma de Administração de Empresas e Marketing. Hoje, participa da Comissão Própria de Avaliação (CPA/FCJ), como representante da sociedade civil. Thiago optou pela FCJ por pertencer à rede CNEC. “Escolhi devido ao valor da marca no mercado joinvilense, pela qualidade do ensino e porque a CNEC é uma das maiores e melhores redes de ensino do país”, explica. Hoje, é coordenador de sistemas de gestão na Companhia Águas de Joinville e responsável pela participação em prêmios de qualidade. “A Companhia foi a empresa mais jovem a conquistar o prêmio PNQS – Prêmio Nacional de Qualidade no Saneamento no Brasil. Com certeza, a bagagem do curso na FCJ foi fundamental para a realização deste trabalho”, orgulha-se. Na época em que estudava no Elias Moreira, Thiago gostava muito do teatro de bolso. Tanto que fez oficinas de cinema, teatro e atualmente, como hobby, produz pequenos vídeos de 1 minuto, dos quais rendeu uma participação no Festival do Minuto. Seu objetivo é se aprofundar ainda mais na área de cinema. Já fez mais uma graduação e duas especializações. Atualmente, estuda Ciências Contábeis. “Pretendo fazer também graduação em cinema, mas conciliando com o meu trabalho atual”, antecipa.

Uma das melhoresredes do país

Do interior ao polo industrial

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A CNEC Joinville não define religião, cor, raça e nacionalidade. Em seus 47 anos, japoneses, italianos, alemães, colombianos e americanos já passaram por aqui. Pode-se dizer que a história do Colégio Elias Moreira e FCJ é marcada pelo pluralismo cultural. Características e tradições acabam definindo a particularidade de cada família cenecista. Elas trazem para dentro da escola seus costumes e hábitos. Desta forma, os alunos aprendem a conviver com pessoas diferentes, aprendendo a respeitá-las.

Uma viagem em busca de novas oportunidades à Itália rendeu uma história de amor e um filho. Edoardo Morino, 9 anos, aluno do 4º ano do Elias Moreira, nasceu em Turim, Norte da Itália, fruto do casamento de Maria Bernadete Aragão e Mauro Morino. Bernadete é joinvilense e foi visitar uma amiga na Europa. Conheceu o italiano Mauro e pronto: “Foi amor a primeira vista”. Em 2004, o trio trocou a Europa por Joinville para mudar a rotina, muito corrida. Mauro trabalhava intensamente na sua empresa de informática e Edoardo ficava na escola 12 horas por dia. “No dia do aniversário dele, tomamos a decisão de mudar de vida para permanecer mais tempo com o nosso filho”, explica Mauro. Não tiveram dificuldades para se adaptar ao Brasil. Bernadete já conversava português com Edoardo na Europa. O menino entendia bem, mas respondia em italiano. Ao chegar em Joinville ficava apenas ouvindo, mas o processo de comunicação foi rápido. “Em 20 dias ele já estava falando”, conta o pai. “Quando eu não sabia alguma palavra, perguntava pra minha mãe”, lembra o menino, porém o idioma número 1 em família é sempre o italiano. Mauro critica o trânsito da cidade e as maneiras dos moradores. Ele percebe que muitos jogam lixo no chão e não respeitam os pedestres. “Custo a aceitar isso, mas tenho esperança de que isso mude. Dá vontade de lutar sempre para obter bons resultados.” Bernadete concorda com o marido: “Os pais são os exemplos para os filhos. Eles devem pensar seriamente na educação de base que dão a eles”.Em Joinville, o que a família mais gosta é reunir os amigos e comer uma massa ou pasta. “Gosto de pasta al pesto”, diz Edoardo. Bernadete explica que pesto é um molho a base de manjericão, queijo parmesão, óleo e “pinoli”, que é uma espécie de pinhãozinho, típico da região do Mediterrâneo na Itália.

Aprendendo a conviver com

diferentes culturas

Bons costumes

europeus

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A família Lopez veio de Medellin, Colômbia, para morar em um lugar mais tranquilo e perto do litoral. Joinville foi a opção, pois familiares já moravam aqui. Para os filhos se adaptarem ao idioma e à cultura brasileira, os pais Julian e Diana, logo que chegaram em Joinville, escolheram o Elias Moreira para Sebastian, 11 anos, e Mateo, 7, estudarem. Eles adoram as pessoas daqui e se adaptaram rápido. “O clima e a comida são diferentes, mas o idioma e os costumes são parecidos”, explica Julian. Diana diz que na Colômbia não é frio, como no inverno sul-brasileiro. “Lá é uma eterna primavera.” Com relação à comida, a família colombiana prefere guaca mole, puñuello (bolo de queijo) e arepa (massa de milho). Sebastian gosta muito da escola: “Acho legal aqui”. Já Julian elogia a estrutura física e o método de ensino: “Há uma grande diferença do estudo na Colômbia. É muito bom o Elias Moreira. O colégio também tem uma estrutura boa e um complexo esportivo grande”. Nos horários livres, a família gosta de ir ao Zoobotânico, parques aquáticos, visitar a área rural e andar de bicicleta. “Mas sentimos falta de um lugar seguro para andar de bike na cidade”, diz Julian.

Em busca de um lugar tranquilo

Admiração pelo carinho brasileiroHá oito meses no Brasil, Cathrin Karina Wirkner, 15 anos, se surpreendeu com o jeito de cumprimentar dos brasileiros. “Aqui as pessoas são abertas, te abraçam. É muito legal”, conta a intercambista alemã e aluna do 2º ano do Ensino Médio do Elias Moreira. Na Alemanha, as pessoas são mais distantes e frias, o que Cathrin não gostava. “Aqui até os professores são carinhosos. Eles conversam com a gente, contam histórias.” A alemã optou por Joinville após verificar na internet que a cidade tem características europeias. Os amigos alemães não tinham interesse em vir aprender o português, e ela não sabia se realmente o Brasil seria um país legal para o intercâmbio. Então, perguntou a uma conhecida que morou um tempo aqui. “Ela disse que aqui era legal. Daí eu vim”, conta. Cathrin gosta de Joinville e das praias próximas. No município de Uttenreuth, no distrito de Erlanger, onde mora sua família, neva, chove e fica a oito horas da praia, o que torna difícil sua ida ao litoral. Em janeiro, ela e a família brasileira passaram duas semanas em Piçarras, onde conheceu André, seu namorado. Mas ela o vê pouco, porque o estudante mora em Porto União. “Em junho vou embora, e vou ter que deixá-lo”, lamenta. Em compensação, o Brasil lhe trouxe muitas alegrias. A comida, para ela, é maravilhosa: “Gosto muito de feijoada e brigadeiro. Adoro tomar guaraná também. Isso não tem lá”. Cathrin gosta de jogar handebol com as colegas e de sair com elas para passear, ver filmes e ir ao shopping.

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