claudyane de almeida prevalencia de sinais e sintomas...

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Claudyane de Almeida PREVALENCIA DE SINAIS E SINTOMAS DE DISFUN9Ao TEMPOROMANDIBULAR EM MUSICOS NA CIDADE DE CURITIBA Monografia apresentada ao Curso de Especializat;ao em Disfunc;:a.o Temporomandibular e Dor Orofacial da Faculdade de Ciencias Biol6gicas e da Saude da Universidade Tuiuti do Parana, como requisito parcial para a obtenc;:ao do grau de Especialista. Orientadora: Eliete Rodrigues Bradasch Curitiba 2005

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Claudyane de Almeida

PREVALENCIA DE SINAIS E SINTOMAS DE DISFUN9Ao

TEMPOROMANDIBULAR EM MUSICOS NA CIDADE DE CURITIBA

Monografia apresentada ao Curso de Especializat;aoem Disfunc;:a.o Temporomandibular e Dor Orofacial daFaculdade de Ciencias Biol6gicas e da Saude daUniversidade Tuiuti do Parana, como requisito parcialpara a obtenc;:ao do grau de Especialista.

Orientadora: Eliete Rodrigues Bradasch

Curitiba2005

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RESUMO

o objetivo deste trabalho foi verificar a presen~ de sinais e sintomas de Disfunl'aoTemporomandibular em musicos na cidade de Curitiba. Foram entrevistados 92musicos de instrumentos de sopro e cordas pertencentes a bandas e orquestras,que praticam seus instrumentos regularmente. Atraves de urn questionario foramcoletados dados referentes ao tempo diario envolvido na atividade musical, presenl'ade habitos parafuncionais, limita90es e ruidos nos movimentos mandibulares epresenc;:a de sintomatoiogia delorosa. Urn numero relevante de musicos respondeuafirmativamente as quest5es abordadas, mostrando ser consideravel entre estesprofissionais, a presenc;:a de sinais e sintomas de Disfungao Temporomandibular.

Palavras-chave: disfunc;:ao temporomandibular em musicos; les6es ocupacionais emmusicos; problemas musculoesqueletais em musicos.

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RESUMO

o objetivo deste trabalho foi verificar a presenc;:a de sinais e sintomas de Disfunc;:aoTemporomandibular em musicos na cidade de Curitiba. Foram entrevistados 92musicos de instrumentos de sopro e cordas pertencentes a bandas e orquestras,que praticam seus instrumentos regularmente. Atraves de urn questionario foramcoletados dados referentes ao tempo diario envolvido na atividade musical, presen,ade habitos parafuncionais, limitac;:oes e ruidos nos movimentos mandibulares epresencya de sintomatologia dolarosa. Urn numero relevante de musicos respondeuafirmativamente as questoes abordadas, mostrando ser consideravel entre estesprofissionais, a presenc;:a de sinais e sintomas de Disfunc;:ao Temporomandibular.

Palavras-chave: disfunc;:ao temporomandibular em musicos; les6es ocupacionais emmusicos; problemas musculoesqueletais em musicos.

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ABSTRACT

The objective of this paper was to verify the presence of signs and symptoms ofTemporomandibular Disorder in musicians in the city of Curitiba. Ninety two (92)musicians that play wind and stringed instruments were inteIViewed. They all belongto band and orchestras that practice their instruments regularly. Through theinterview form, data was collected in daily time spent in music activity, the presenceof para functional habits, limitations and noises in the mandibular movements and thepresence of painful symptoms. A substantial number of musicians respondedpositively to the questions asked, demonstrating among these professionals a highdegree of sings and symptoms of Temporomandibular Disorder.

Key-words: temporomandibular dysfunction in musicians; occupational lesions inmusicians; musculoskeletal problems in musicians.

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SUMARIO

1 INTRODUC;AO .. .....10

2 REVISAo DE LITERA TURA.. ... 12

3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS 16

4 RESULTADOS E DISCUssAo ...

5 CONCLUsAo ..

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ..

ANEXO ..

ANEXO- QUETIONARIO ....

. 18

. 31

. 33

....................................... 35

. 35

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LlSTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - POSICIONAMENTO DO VIOLlNO ... ... 19

FIGURA 2 - DIAGRAMA ILUSTRANDO EMBOCADURA PARA CLARINETE E

SAXOFONE.. ...21

FIGURA 3 - DIAGRAMA ILUSTRANDO A EMBOCADURA PARA OS

INSTRUMENTOS DO GRUPO DE METAlS ....

FIGURA 4 - EMBOCADURA DA TUBA EM VISTA LATERAL ....

FIGURA 5 - MUSICO INTERPRETANDO TROMPA ...

. 22

. 24

. 27

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LlSTA DE GRAFICOS

GRAFICO 1 - RANGE E/OU APERTA OS DENTES... . 18

GRAFICO 2 - RANGE ElOU APERTA ENQUANTO TOCA... . 19

GRAFICO 3 - RANGE OUVINDO MUSICA... . 20

GRAFICO 4 - PERCEBE REDUCAO NO TAMANHO DOS DENTES .

GRAFICO 5 - PERCEBE MUDANCA NA POSICAO DOS DENTES .

. 21

. 23

GRAFICO 6 - ESCUTA RuiDOS NA ARTICULACAO TEMPOROMANDIBULAR24

GRAFICO 7 - DIFICULDADE PARA ABRIR A BOCA ... . 25

GRAFICO 8 - CANSACO PARA MASTIGAR 25

GRAFICO 9 - PRESENCA DE CEFALEIAS ...

GRAFICO 10 - DOR NA ARTICULACAO TEMPOROMANDIBULAR ..

. 26

. 27

GRAFICO 11 - DOR NA ARTICULACAO TEMPOROMANDIBULAR QUANDO

TOCA... . 28

GRAFICO 12 - DOR NOS LABIOS ... . 28

GRAFICO 13 - DOR NOS OM BROS E/OU PESCOCO... . 29

GRAFICO 14 - PRESENCA DE ZUMBIDO.... . 29

GRAFICO 15 - PLENITUDE AURiCULAR... . 30

GRAFICO 16 - SENTE ESTRESSE E ANSIEDADE COM A PROFISSAO... . 30

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1INTRODUC;Ao

Desde que a historia da humanidade cometyou a ser registrada, e passivel

perceber que a musica tern side parte integrante das 8xperiencias do ser humano e

urn meio de expressar emoc;5es. A musica esta presente no cotidiano e, muitas

vezes, atua como urn marcador para as fases da existencia humana.

Quando S8 pensa em musica, geralmente vern a mente a ideia de diversao,

relaxamento, bern estar e equilibria; isto, talv8Z, proporcione certa dificuldade em

enxerga-Ia como uma ocupac;ao cuja pratica atraves da execUI;ao de urn instrumento

musical, possa trazer r;scos para a saude.

Atualmente, a prtdica de instrumentos musicais tern S8 tornado cada vez

mais acessivel a urn maior numera de pessoas, ocorrendo uma popularizar.;:ao da

atividade. Assim, ha uma maior probabilidade de 0 Cirurgiao Dentista vir a receber

musicos de todas as idades e praticantes dos mais variados instrumentos, em busca

de tratamenta adantal6gica.

Recentemente, comec;:ou-se a dispensar uma maior atenr.;:ao aos diversos

problemas de saude que pod em acometer os musicos. Oesta forma, estudos

comec;:am a ser realizados com 0 intuito de identificar os riscos inerentes a esta

atividade. Estes riscos podem interferir significativamente na habilidade e na atuac:;:ao

do musico, po is podem levar ao aparecimento de problemas de saude capazes de

limitar, interromper ou, ate mesmo, por fim a carreira do individuo.

Certos grupos de instrumentos musicais exigem uma grande atividade da

musculatura que envolve a regiao orofacial e do pescor.;:o. Oiariamente, muitos

musicos praticam seus instrumentos par longos periodos; algumas posic;:oes, pouco

ergonomicas, sao requeridas para manter 0 instrumento em posic;:ao durante a

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II

pratica. Ha, ainda, na execuyao de alguns grupos de instrumentos, a necessidade

da aplica9ao de for9as ao sistema estomatognatico de forma repetitiva; 0 que gera

urn estresse mecanico capaz de, muitas vezes, extrapolar a capacidade fisiol6gica e

produzir um microtrauma. Alem disso, freqOentemente 0 musico se encontra exposto

a situa<;6es de estresse emocional e ansiedade, gerados pela autodisciplina e pela

competitividade do meio de trabalho; podendo, isto, ocasionar 0 aparecimento de

habito5 parafuncionais como rangimento e apertamento dentarios. Estes fatores

fazem dos musicos um grupo de individuos suscetiveis a apresentar altera<;oes

disfuncionais na articula<;8:o temporomandibular. na musculatura orofacial enos

dentes.

Este trabalho teve par objetivo, verificar a prevalemcia de sinais e sintomas

de Disfun~ao Temporomandibular, atraves de informa~oes obtidas junto a grupos de

instrumentistas que praticam a mus;ca como profissao.

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2 REVISAo DE LlTERATURA

Herman (1974), relata que violinistas e, principalmente, tocadores de viola,

devido ao maior peso e tamanho deste instrumento, podem sofrer de cefah3ias,

rigidez no pescoc;o e dares na re9iaO da articulac;ao temporomandibular, se tocam de

forma continuada par tres horas ou mais.

o clarinete e 0 saxofone compoem urn grupo de instrumentos cuja boquilha

de acrilico, em forma de cunha com uma palheta de bambu unida a superficie

inferior desta, e colocada entre as incisivos superiores e inferiores, em urn angulo

que exerce uma forc;a no sentido vestibular para as dentes superiores e para 0

sentido lingual nos dentes inferiores aumentando, assim, a overjet. Gualtieri (1979),

examinou urn grupo de 150 sujeitos, comparando urn grupo de musicos profissionais

instrumentistas de sopro com urn grupo controle. Encontrou atraves de exame

clinico, uma alta incide!ncia de click e crepita<;:ao na ATM de interpretes de trombone

e tuba (31%), e no grupo contrale (12%). Com a emprego de am,lises cefalometricas

de crania e telerradiografias laterais, a autor demonstrou que ao interpretar a tuba e

o trombone, a mandibula se desloca de uma posic;ao de repouso para cima e para

tras de forma repetitiva, favorecendo 0 deslocamento posterior do c6ndilo

mandibular e aumentando a probabilidade de luxa<;:ao anterior do disco articular. Em

todos os outros instrumentos, 0 mavimento mandibular vai da posic;ao de repouso

para baixo e para frente au para baixo e para tras, nunca para cima. Neste mesmo

estudo ele encontrou uma inclina<;:ao lingual anormal dos incisivos inferiores cuja

freqOencia era 0 dobra se camparado ao grupo contrale.

Segundo Herman (1981), num estudo de dais anos com 91 musicos

principiantes de instrumentos de sopra, com idades variando entre 11 e 13 anos,

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foram encontradas diferenc;as estatisticamente

posicionamento dos dentes ante rio res quando comparados ao grupo controles.

Planas (1982), relalou 0 caso cHnicode um musico Irompelisla que sofreu

ruplura do musculo orbicular da boca, causada pela pressao exercida pelo

instrumento.

Hirsh e Bishop (1982), compararam 66 violinistas profissionais com um

grupo controle. Determinaram que a limitaC;8o do movimento mandibular e a des via

na abertura bucal para a direita foi maior no grupo em estudo.

A pressao exercida para manter a posicionamento do violino e da viola entre

a mento e 0 ombro esquerdo, requer uma atividade muscular mandibular e crania

cervical prolongada que, na maioria das vezes, ultrapassa a funC;8o fisiologica

normal; Alanen e Kirveskari (1985) consideraram, enlao, lal alividade como

parafuncional, capaz de gerar uma patologia crania cervical e temporomandibular.

Em urn estuda cefalometrico com trompetistas que apresentavam

maloclusao de cia sse II divisao 1, com retroposic;ao mandibular, Parker, citado par

Taddey notou que para manter a contata dos labios com 0 boca I, estes musicos

precisavam projetar muito a mandibula para frente, 0 que poderia explicar a

presenc;a de sintomas na articula':(8o temporomandibular, devido a fadiga do

musculopterig6ideolaleral (TADDEY,1992).

Corcaram, tambem citado por Taddey, relatou que e comum observar

musicos de viola e violino freqlientemente apertando os dentes enquanto executam

seus inslrumenlos(TADDEY,1992).

Em urn estudo com 72 musicos amado res cujos instrumentos eram: flauta

transversa, clarinete, saxofone e oboe, Howard e Lovrovich, citados par Taddey,

enconlraram um alto indice de desconforto cervical. A ocorrencia de dor na

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articulacao temporomandibular foi comparilVel ao da populacao em geral, contudo

relata ram que a dar era acentuada enquanto interpretavam seus instrumentos

(TADDEY, 1992).

Segundo TADDEY (1992), muitos trompetistas na acao de empurrar a

mandibula para pressionar 0 bocal contra os labies ativam as rnusculos pterigoideos

mediais e, em especial, as latera is.

Engelman, citado par Zimmers e GobeUi, mediu a pressao exercida par

instrumentos musicais sabres as [abies e dentes. Constatou que no grupo de metais

como trompa, tram pete e trombone, a pressao alcanc;ou valores de ate 500 gramas.

Sendo que menes de 100 gramas ja e uma pressao suficiente para mover urn dente

ortodonticamente concluiu, entaD, que a magnitude, a durac;ao e a direC;8o das

fon;as produzidas par alguns instrumentos musicais podem ocasionar maloclusao.

(ZIMMERS, GOBEnl, 1994).

Zimmers e Gobetti (1994), observaram que alguns musicos de violin a e viola

mantem uma posi~ao de mordida cruzada para a esquerda enquanto estao tocando.

Relataram, tambem, 0 casa de urn musico trompista que praticava seu instrumento

cerea de seis haras par dia. Ao final do estudo, tinha dificuldade para abrir a boca,

dor na ATM em ambos as lados enos museu los pr6ximos it articula.yao. Ademais,

estava sob estresse relacionado a sua atividade como musica, a que 0 levava a

ranger as dentes it noite. Oesta forma, esle musico relatou que estava tendo

dificuldade para taear seu instrumento.

Kovero e Kanonen (1995), afirmaram que os achados radiograficos em

rnusicos tocadores de violino e viola, fcram caracterizados par uma diminuic;;ao do

espago articular bem como sinais de irregularidade na superficie condilar, como

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esfuma9amento da cortical ossea, eros6es e aplainamentos em comparac;ao com 0

lad a oposto.

Reider, citado par Salinas, relatou 0 case de urn jovem violinista de 20 anos,

no qual, atraves de radiografias transcranianas obliquas, observou achados

degenerativos na ATM do lado direito, a lad a oposto ao apoio mentual, devido adeflexao para a lado direito que ocorre na mandibula quando 0 instrumento eexecutado (SALINAS, 2002).

Musicos de viola e violino apresentaram sensibilidade ell palpac;ao nos

rnusculos esternocleidomast6ideo, trapezia e inser9c3o do temporal esquerdo, em urn

estudo realizado par Bryant, citado par Salinas. Observou-se, tambem, uma

contra,ao assimetrica do pterig6ideo lateral esquerdo, adiantando e defletindo a

mandibula para a lado direito, com a apari,ao de ruidos articulares (SALINAS.

2002).

Muitos musicos, segundo Sternbach, citado par Robinson e Zander,

assumem que a sua condic;ao de dor e normal e encontram meiDs de mascarar os

efeitos do problema (ROBINSON, ZANDER, 2002).

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3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

Participaram desta pesquisa 92 sujeitos, dez mulheres (10,86%) e 82

homens (89,13%), com idades variando entre 18 e 58 anos, tendo uma media de

36,5 anas.

Foram entrevistados 70 musicos interpretes de instrumentos de sopro,

como metais e palhetas (76,08%), e 22 musicos interpretes de instrumentos de

corda, como viola e violino (23,91%). Todos musicos na cidade de Curitiba,

pertencentes a Orquestra Sinf6nica do Parana, Banda da Palicia Militar do Parana e

Banda do Exercito, que praticam seus instrumentos com regularidade quase todos

as dias.

A pesquisa foi realizada em duas etapas. Na primeira, foi realizada uma

palestra explicativa sabre 0 que e disfungao temporomandibular e sabre sinais e

sintomas envolvidos como: cefaleias, presenc;:a de ruidos na articulac;:ao, dificuldades

para realizac;:ao dos movimentos mandibulares, cansac;:o e/ou dar a mastigac;:ao,

desgastes dentarios, dar na articulac;:ao temporomandibular, presenc;:a de zumbido,

sensac;:ao de plenitude auricular e habitos de rangimento e/ou apertamento dentario.

Ap6s a explanac;:ao, solicitou-se que durante os dias seguintes, os musicos

estivessem atentos a presenc;:a destes sinais, sintomas e habitos, para que

pudessem ser entrevistados. A segunda etapa foi realizada cerca de 10 a 15 dias

ap6s a primeira quando, entao, foi feita uma entrevista, cujas quest6es foram

relacionadas em urn questionario contendo uma parte referente a identificac;:ao dos

entrevistados, uma parte abrangendo quest6es a cerca do tempo envolvido na

pratica do instrumento e uma parte envolvendo perguntas relacionadas a presenc;:a

de sinais, sintomas e habitos relacionados as disfunC;:6es temporomandibulares. As

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entrevistas fcram realizadas de forma individualizada e as respostas anotadas pela

pr6pria pesquisadora. 0 tempo media de cada entrevista foi de 15 minutos.

A abordagem aos musicos fa; feita em seus locais de ensaio: a Orquestra

Sinf6nica do Parana, no Teatro Guaira; a Banda da Polieia Militar, no Quartel

General da Policia Militar do Parana; a Banda do Exercito, no 20' BIB (Vigesimo

Batalhao de Infantaria Blindada).

A pesquisa foi autorizada peio Comit;; de Etica sob protocoio de numero

075/2005.

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4 RESULTADOS E DISCUssAo

Primeiramente, procurou-se obter informaC;:6es referentes aD tempo

relacionado it pratica do instrumento. Com rela<;:ao ha quanta tempo interpretam

seus respectivos instrumentos, as respostas varia ram de cinco a 40 anos, obtendo-

se uma media de 20,54 anos. Diariamente, 0 periodo que dedicam para tOC8r seus

instrumentos variou de uma a dez haras, com urn tempo medic de 4,87 haras par

musico. A frequencia semanal de apresentar;oes teve uma media de 3,91, variando

de uma a dez apresentac;:oes par semana.

A seguir, comec;ou-se a investigar a presen9a de sinais, sintomas e

habitos relacionados a disfunr;ao temporomandibular. Com relac;ao aD habito de

rangimento e apertamento dentario, obtivemos as resultados a seguir (grafico 1).

GRAFICO 1 - RANGE E/OU APERTA OS DENTES

NAO SABE: 3 - 3%

Um total de 41 musicos respondeu que range os dentes durante a

noite au mesmo acordados. Dentre os 22 musicos interpretes de viola e violino (fig.

1), cinco deles relata ram que rangem ou apertam os dentes enquanto estao tocando

(9",fica 2). Herman (1974), abservau este hilbita entre as musicas de corda e que,

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enquanto tocam, apresentam urn desvio mandibular para a esquerda, assumindo

uma relac;:ao de mordida cruzada para este mesma lado. 0 violino e a viola sao

posicion ados entre a ombro esquerdo e a borda inferior da mandibula e, muitas

vezes, as dentes sao mantidos em apertamento para estabilizar a mandibula e

impedir sua deflexao para a direita.

FIGURA 1: Posicionamento do violino. Violino segurado para lela ao chao, no ladoesquerdo, entre 0 ombro e a bochecha. Fonte: Australian Dental Journal. Disponivelem: www.ada.org.au/media/documents. Acesso em 25 jul. 2005.

GRAF1CO 2 - RANGE E/OU APERTA ENQUANTO TOCA

SIM:5-5%

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Encontramos dais cases de musicos que afirmaram passuir a habito de

ranger as dentes enquanto ouvem musica, marcando inconscientemente 0 tempo

das melodias (grafieD 3). Na literatura naD encontramos nenhuma referencia a este

achado.

GRAFICO 3 - RANGE OUVINDO MOSICA

SIM:2-2%

Encontramos 22 musicos que afirmararn ter observado urn desgaste

acentuado em seus dentes (9n;fico 4) percebendo, assim, altera9ao no tamanho dos

mesmos. Segundo urn estudo longitudinal com crianc;as musicistas de sopro,

realizado por Brasttstrom e citado por Yeo (2002), em musicos de saxolone e

clarinete (figura 2). ocorre urn desgaste dentario dos incisivos anteriores causado

pela boquilha. Esta e posicion ada intraoralmente, passui uma palheta de madeira

presa na face inferior, e os incisivDS superiores sao posicion ados diretamente em

cantata com a face superior, enquanto os labios inferiores dobram-se sabre as

incisivas inferiores.

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FIGURA 2: (a) Diagrama ilustrando embocadura para c1arinete e saxofone. (b)Embocadura para 0 clarinete em vista lateral. FONTE: Australian Dental Journal.Oisponivel em: www.ada.org.au/media/documents.

GRAFlCO 4 - PERCEBE REDU<;AO NO TAMANHO DOS DENTES

Verificamos que 30 rnusicos relata ram que seus dentes tern sofrido mudanyas

no posicionamento (grafico 5), e relacionam a alterayao a forc;a exercida pela

embocadura realizada na execu~ao do instrumento. De acordo com Gualtieri (1979),

a POSiy80 da boquilha do clarinete e do saxofone entre as incisivos superiores e

inferiores, ocorre em um angulo que fon;a as incisivos superiores em direy80

vestibular, aumentando assim a overjet. Neste mesma estudo, encontrou urna

inclinaC;80lingual anormal dos dentes antero inferiores nos musicos de instrumentos

de metal (trompete, trombone, trompa e tuba), em rela~ao ao grupo controle, pois 0

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boca I metalico utilizado na embocadura destes instrumentos, e posicionado

extraoralmente, transmitindo uma for~a no sentido lingual contra as dentes

anteriores (figura 3). Engelman, citado por Yeo (2002), quando mediu a for9a

exercida pelos instrumentos de sopro sabre os labios e dentes, encontrou valores de

211 gramas para flauta, 270 gramas para os instrumentos com palheta e ate 500

gramas para 0 grupo de meta is.

FIGURA 3: (a) Diagrama ilustrando a embocadura para instrumentos do grupo demetais. (b) Embocadura para 0 trompete em vista lateral. (c) Embocadura paratrompa em vista lateral. (d) Embocadura para trombone em vista lateral. FONTE:Australian Dental Journal. Disponivel em: www.ada.org.au/media/documents.Acesso em 25 jul. 2005.

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GRAFICO 5 - PERCEBE MUDAN<;A NA POSI<;AO DOS DENTES

81M:30·33%

Referente a presen~a de ruidos na articula~1io temporomandibular (grilfico 6),

33 musicos responderam afirmativamente, uma violinista relatou que as ruidos

desapareceram apos uma cirurgia na articulaC;2Ioe urn interprete de viola relatou que

as ruidas desapareceram ap6s colocar aparelho ortod6ntico. Bryant, citado par

Salinas (2002), observou em interpretes de violino e viola, sensibilidade a palpa~ao

na insen;ao do musculo temporal esquerdo e uma contra9;30 assimetrica do musculo

pterig6ideo lateral esquerdo, com 0 aparecimento de click neste lado. Gualtieri

(1979), relata que os instrumentos trombone e tuba (frgura 4) exercem sobre a

mandibula uma fon;a no sentido p6stero superior. Fai encontrada uma alta

incidencia de click e crepitac;ao nestes musicos (31 %) comparados ao grupo contrale

(12%). Segundo Vincent e Lilly, citados por Kovero e Kononen, a freqliencia de ruido

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na articulayao temporomandibular na populay8o geral, sem usa de estetoscopio, e

de 13%.

FIGURA 4: (e) Embocadura da tuba em vista lateral. FONTE: Australian DentalJournal. Disponivel em: www.ada.org.au/media/documents. Acesso em 25 jul. 2005.

GRAFICO 06 - ESCUTA RuiDOS NA ARTICULA<;:AO TEMPOROMANDIBULAR

SIM: 33·36%

NAo: 59-64%

Apresentam dificuldades quando necessitam de uma abertura bucal

maior, 20 musicos, especialmente ern situac;oes que envolvem alimentac;ao au

bocejo (grafico 7). Em um estudo realizado com violinistas adolescentes, por Kovero

e K6n6nen (1996), ao exame cHnica constatou-se, em abertura maxima, dor na

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articulayao temporomandibular numa relayao de oito em 31 e dois em 31 , nos

grupos de estudo e de controle, respectivamente.

GRAFICO 7 - DIFICULDADE PARA ABRIR A BOCA

Obtivemos resposta afirmativa de 32 musicos quanta a present;:a de cansat;:o

muscular na regiao do musculo masseter, durante a mastigayao de alimentos de

consistemcia mais dura (grafico 8). Para Zimmers e Gobetli (1994), musicos de viola

e violin a apresentam uma incidemcia maior de sensihilidade dolorosa em masseter e

temporal, com parada a popula9ao em geral.

GRAFICO 8 - CANSAC;;O PARA MASTIGAR

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Quanto a presen9a de cefaleias, 34 entrevistados responderam

afirmativamente (grafico 9). A freqOencia das crises variou de urna ao mes a quase

todos as dias e a intensidade de leve a severa. De acordo com Kovero e Kanonen

(1996), em um estudo com um grupo de 31 adolescentes violinistas, comparados a

urn grupo contrale, nao foi encontrada diferenya referente a freqOencia das cefaleias.

Cefah~ias semanais fcram relatadas em aita de 31 e sete de 31 nos grupos de

estudo e de controle, respectivamente. Contudo, crises severas ocasionais fcram

reportadas por 11 de 31 e tres de 31 nos grupos de estudo e contrale,

respectivamente.

GRAFICO 9 - PRESENi;A DE CEFALEIAS

Encontramos 25% dos musicos, ou seja, 23 sujeitos que relata ram a presenc;a

de dores na regiao da articula9ao temporomandibular (grafico 10).

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GRAFICO 10· DOR NA ARTICULA~AO TEMPOROMANDIBULAR

Urn total de 12 musicos sente dar na regiao da articula~ao temporomandibular

quando executam seus instrumentos (gratico 11), especial mente quando tocam par

longos periodos. Herman (1974), em urn trabalho com 30 violinistas, encontrou tres

deles que frequentemente apresentavam dar na articulayao temporomandibular

direita quando preeisavam toear par tempo prolongado. Zimmers e Gobetti (1994)

relatam 0 caso de urn trompista (figura 5) que passou a apresentar dores na

articulac;:ao temporomandibular ap6s precisar aumentar 0 tempo de pratica do instru

FIGURA 5: Musico interpretando trompa. FONTE: Thomas Bruce Studio. Disponivel

em: www.thomasbrucestudio.comlfloridaorchestra. Acesso em 25 ju1.2005.

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GRAFICO 11 - DOR NA ARTICULAc;:AO TEMPOROMANDIBULAR QUANDO TOCA

Oentre as instrumentistas de sopro, dez relata ram que sentem dar na regiao

dos labios durante ou ap6s toear 0 instrumento (grafieo 12). Planas (1982), relatou 0

casa clfnico de urn famoso trompetista com ruptura do musculo orbicular da boca

(figura 06), eujo pai tambem trompetista, teve que abandonar a profissao devido ao

mesmo problema. Gualtieri (1979) e Herman (1974) meneionam a alta eompressao

sofrida pelos labios durante a embocadura de instrumentos pertencentes ao grupo

de metais.

GRAFICO 12 - DOR NOS LABIOS

SIM: 10-11%

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Referente a dares em regiaa de pesco,a e ambras (gratica 13), 41 musicas

responderam afirmativamente. Howard e Lovrovich, citados par Taddey (1992), de

543 musicos de violino e viola, relataram que 40% apresentavam dares no pesco90,

comparadas a 14% na populac;ao em geral.

GRAFICO 13 - DOR NOS OM BROS E/OU PESCOC;;O

SIM: 41 - 45%

NAo: 51-

Relataram presen,a de zumbida, 33 entrevistadas (grafica 14). Namur,

Fukuda et. al. (1999), avaliaram a audi,aa e as transtarnas auditivas em 16 musicas

da Orquestra Sinf6nica municipal de Sao Paulo (OMS/SP). Encantraram sete

musicos cuja queixa principal era 0 zumbido, destes, quatro apresentavam exame de

audiometria normal.

GRAFICO 14 - PRESENC;;A DE ZUMBIDO

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Plenitude auricular loi relatada por 37 musicos (grMico 15).

GRAFICO 15 - SENSA9AO DE PLENITUDE AURICULAR

37·40%

Encontramos 61 rnusicos que sentem-se estressados no exercicio da

profissao. Hirsch e Bishop (1982), consideram 0 estresse como urn importante tator

relacionado a profissao do musico. Fishbein, citado por Taddey (1992), encontrou

em sua pesquisa urn indice de 14% de musicos violinistas, que apresentavam medo

no palco. Em nossa entrevista encontramos urn musico que disse sentir "panico" nas

apresenta90es.

GRAFICO 16 - SENTE ESTRESSE E ANSIEDADE COM A PROFISsAo

61·66%

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5 CONCLUsAo

• A grande maieria dos musicos inicia a pratica do instrumento bastante cedo,

na infancia au na adolescencia. Geralmente dedicam-se a esta atividade

praticamente todos as dias, inclusive nos finais de semana.

• Cada grupo de instrumentos requer urn padrao muscular para a sua

execu~o.

Ao tocar urn instrumento musical, fon;:as capazes de ultrapassar a capacidade

fisiologica do organismo podem ser geradas, podendo causar microtraumas 8,

conseqOentemente, afetar as dentes, museu los e a articulac;ao

temporomandibular.

• 0 estresse e a ansiedade encontram-se presentes na vida profissional de

grande parte dos musicos, 0 que pade justificar habitos parafuncionais como

o rangimento e 0 apertamento dentario relatado por alguns deles.

• FreqOentemente, os musicos se encontram expostos a altos volumes son ores

por periodos prolongados. Grande parte dos que relata ram a presen9a de

zumbido, 0 associaram a este fator.

• Acreditamos ser de grande importancia que 0 Cirurgiao Dentista ao receber

um musico para atendimento odontol6gico, esteja atento a realizar uma

anamnese que investigue a a((ao do respectivo instrumento musical sabre as

estruturas orefaciais.

• A somat6ria dos fatores apresentados caloca os praticantes de determinados

instrumentos musicais, como urn grupo suscetivel a apresentar sinais e

sintomas de Disfun98.0 Temporomandibular, podendo a pn:itica do instrumento

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ser considerada, tanto urn fator desencadeante, quanta urn fator agravante au

perpetuador de um problema ja existente.

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QUESTIONARIO

DATA: NoME: _

SEXO: DATA NASC.: PROFISsAO: _

NATURALIDADE: ,NACIONALIDADE _

ENDERE~O: _

TEL.RES.: COM.· CEL.: _

EMAIL: _

ORQUESTRNBANDA: _

Que instrumento voce toca? Ha quanta tempo? _

Toea quantas haras par dia? Quantas haras seguidas? _

Hi! intervalos? A cada quanta tempo? Qual a durac;ao em media

de cada intervalo? Sao quantos ensaios par semana? _

Quais dias da semana? _

Qual a freqOencia semanall mensal das apresentac;oes? _

Qual 0 tempo media de durac;:ao das apresentac;:6es? _

Range au aperta as dentes? Quando? _

Percebe que seus dentes estao reduzindo de tamanho? _

Percebe que seus dentes estao mudando de posic;:ao? _

Escuta ruidos na ATM quando movimenta a boca? _

Sente dificuldade para abrir a boca? _

Sente cansac;o ao mastigar? _

Sente dares de cabec;:a? Quantas vezes por semanal mes? _

Localizat;:iio do dor:

Fj,

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Sente dares no pescoc;o? _

Sente dares nos ombros? _

Sente dares na regiao da ATM, proximo ao ouvido? _

Escuta zurnbido? Tem sensac;ao do ouvido estar tampado? _

Sente-se estressado, ansioso nas apresentac;oes e ensaios7 _

Sente algum tipo de dar durante au apes taear seu instrumento? _

Ja sofreu algum trauma envolvendo a face? _

Ja fez algum tipo de tratamento para Disfunc;ao temporomandibular? _Obs.: _