prevalencia has/dm progastro 2007-14
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Estudo da prevalência de portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e
Diabetes Mellitus em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica pela
equipe Progastro entre janeiro de 2007 e dezembro de 2011 no Hospital
Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Diego Loureiro dos Santos
Objetivo
• Identificar a prevalência de portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica e
de Diabetes Mellitus em pacientes submetidos a cirurgias bariátricas pela
equipe Progastro, entre janeiro de 2007 e dezembro de 2011, no Hospital
Beneficência Portuguesa, e compará-los aos dados da literatura.
Método
• Estudo transversal, que possibilita avaliar a prevalência das doenças (HAS
e DM) em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica (n – 227)
• Os dados obtidos em prontuário foram: sexo, idade, tipo de cirurgia, IMC
durante a consulta de avaliação, hipertensão arterial sistêmica (HAS),
diabetes mellitus (DM) e outras comorbidades.
• Critérios de inclusão HAS ou DM – diagnóstico prévio ou uso medicações
prévias.
• Critérios cirúrgicos:
- IMC > 40, independentemente da presenca de comorbidades.
- IMC entre 35 e 40 na presenca de comorbidades.
Resultados
• A média de idade foi 37,8 ± 9,6 anos, tendo como idade mínima de 19 anos e
máxima de 73 anos.
• A média de IMC foi de 45,04 ± 6,68 kg/m², tendo como extremos de 31,1
kg/m² e 72,5 kg/m².
76,2% (95% IC=0,70–0,81)
23,8% (95% IC=0,18-0,29)
Resultados
• HAS - 48,9%, 95% IC=0,42-0,55
• DM - 16,7%, 95% IC=0,12-0,22
• HAS + DM - 12,3%, 95% IC=0,08-0,17
• Sem HAS/DM - 46,7%, 95% IC =0,40-0,53
Homens:HAS - 44,4%, 95% IC = 0,32-0,57
DM - 13,0%, 95% IC = 0,06-0,24
HAS+DM - 9,3%, 95% IC = 0,04-0,19
Sem HAS/DM - 53,7%, 95% IC = 0,40-0,66
Mulheres:HAS - 50,3%, 95% IC = 0,43-0,58
DM - 17,9%, 95% IC = 0,13-0.24
HAS+DM - 13,3%, 95% IC = 0,09-0,19
Sem HAS/DM - 45,1, 95% IC = 0,38-0,52
Resultados
• Entre os pacientes diabéticos, a maioria era hipertenso (X2(1) = 11,22,
p-valor=0,0008) (Tabela 1).
HAS Sem HAS Total
DM 28 10 38
Sem DM 83 106 189
Total 111 116 227
Tabela 1. Relação entre pacientes hipertensos e diabéticos submetidos a cirurgia bariátrica
entre os anos de 2007 e 2011 pela equipe Progastro, Hospital Beneficência Portuguesa, São
Paulo.
Conclusões
• Obesos no Brasil:
A prevalência na população adulta aumentou no período de 2006 a
2012, de 11.6 para 17,4%
Maior aumento entre mulheres, indivíduos entre 25 e 44 anos e nas
menores escolaridades.
A prevalência entre homens passou de 11,4 para 16,5% e entre mulheres
de 11,8 para 18,2%.
Em 2012 a obesidade passou a ser mais frequente em mulheres do que
em homens.
Em dez anos: ⅔ excesso de peso e ¼ obesos.
0,89% ao ano.
MALTA, Debora C. et al. Evolução anual da prevalência de excesso de peso e obesidade em adultos nas capitais dos 26 estados
brasileiros e no Distrito Federal entre 2006 e 2012. Rev. Bras. Epidemiol., São Paulo, v. 17, supl 1, p. 267-276, 2014.
Conclusões
• Obesidade no mundo:
Em 2014, mais de 1,9 bilhões de adultos acima de 18 anos estão acima
do peso e entre estes, 600 milhões são obesos.
39% dos adultos acima dos 18 anos estão com excesso de peso (38%
homens e 40% mulheres).
13% da população adulta mundial estavam obesos em 2014 (11% de
homens e 15% de mulheres.
WHO Fact Sheet No: 311 (2015). Overweight and Obesity. Updated June 2016.
Conclusões
• A media de idade e de IMC entre os pacientes incluidos no estudo está
concordante com a literatura..
KELLES, Silvana Marcia Brusch et al. Perfil de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde do
Brasil: revisão sistemática. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 8, p 1587-1601, Aug 2015.
IDA
DE
IMC
41,4 anos
48,6 Kg/m2
37,8 anos ± 9,6 anos
45,04 ± 6,68 kg/m²
Conclusões
• A prevalência de hipertensos e diabéticos é menor do que a encontrada na
literatura.
KELLES, Silvana Marcia Brusch et al. Perfil de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde do Brasil:
revisão sistemática. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 8, p 1587-1601, Aug 2015.
HAS
60,8%
22,3%
DM
48,9%
16,7%
Conclusões
• O DM tipo 2 é 2,5x mais frequente de se desenvolver em pacientes
hipertensos.
• Quanto a relação da HAS com DM, apenas 42% das pessoas com diabetes
tem níveis pressóricos normais e apenas 56% das pessoas com hipertensão
tem tolerância glicêmica normal.
CHEUNG, Bernard M. Y. et al Diabetes and Hypertension: Is There a
Commom Metabolic Pathway? Curr Atheroscler Rep, v.14, n. 2, p. 160-166,
2012.
• Mesmo após o emagrecimento, o risco de diabetes foi de 2,4x nos pacientes
que permancerem hipertensos.
2013 AHA/ACC/TOS Guideline for the Management of Overweight and Obesity in Adults
Conclusões
• DM tipo 2 e a HAS estão fortemente relacionados à obesidade e à
distribuição central de gordura corporal.
• A hiperinsulinemia induz:
alterações no perfil lipídico, predispondo a aterosclerose vascular.
elevação da pressão arterial por diversos mecanismos, incluindo
ativação do sistema nervoso simpático com retenção de sódio.
• Alterações na medula renal, resultando em ativação do SRAA, poderiam
também contribuir para a retenção de sódio e HAS em indivíduos obesos.
FARIA, Alessandra N. et al. Tratamento de Diabetes e Hipertensão no Paciente
Obeso. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 46, n. 2, p. 137-142, 2002.
CHEUNG, Bernard M. Y. et al Diabetes and Hypertension: Is There a Commom
Metabolic Pathway? Curr Atheroscler Rep, v.14, n. 2, p. 160-166, 2012.
Figura 1. Sumário do suposto mecanismo fisiopatológico no desenvolvimento de HAS no DM.
RAAS – sistema renina-angiotensina-aldosterona; SNS – sistema nervoso simpático; VSMC –
células do músculo liso vascular
Conclusões
• Em um estudo transversal do Jornal Americano de Cirurgia Bariátrica,constatou-se:
A prevalência de obesos sem diabetes e hipertensão foi de cerca 25%.
Brancos e mulheres obesas são mais propensos a este fenótipo (s/ HAS ou DM), apesar de aobesidade afetar mais negros (44,1%), comparado a população geral (34%).
Os dados provavelmente refletem barreiras assistenciais e culturais, pois homens negros sãosubmetidos a cirurgia mais velhos e em estágios mais avançados de obesidade.
• A prevalência de pacientes “sadios” em nosso estudo é de cerca de 50%, oque pode refletir o melhor acesso aos serviços de saúde ou ao menordiagnóstico de comorbidades.
LEE, Clare J. et al. Prevalence and Characteristics of Individuals without Diabetes and Hypertension Who Underwent Bariatric
Surgery: Lessons Learned about Metabolically Healthy Obese. Surg Obes Relat Dis, v. 11, n. 1, p 142-146, 2015.
Referências Bibliográficas
• KELLES, Silvana Marcia Brusch et al. Perfil de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica pelo Sistema
Único de Saúde do Brasil: revisão sistemática. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 8, p 1587-
1601, Aug 2015.
• LEE, Clare J. et al. Prevalence and Characteristics of Individuals without Diabetes and Hypertension Who
Underwent Bariatric Surgery: Lessons Learned about Metabolically Healthy Obese. Surg Obes Relat Dis,
v. 11, n. 1, p 142-146, 2015.
• MALTA, Debora C. et al. Evolução anual da prevalência de excesso de peso e obesidade em adultos nas
capitaus dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal entre 2006 e 2012. Rev. Bras. Epidemiol., São
Paulo, v. 17, supl 1, p. 267-276, 2014.
• WHO Fact Sheet No: 311 (2015). Overweight and Obesity. Updated June 2016.
• CHEUNG, Bernard M. Y. et al Diabetes and Hypertension: Is There a Commom Metabolic Pathway? Curr
Atheroscler Rep, v.14, n. 2, p. 160-166, 2012.
• FARIA, Alessandra N. Et al. Tratamento de Diabetes e Hipertensão no Paciente Obeso. Arq Bras
Endocrinol Metab, São Paulo, v. 46, n. 2, p. 137-142, 2002.