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1AntonioAntonio A. S. FranciscoA. S. Francisco
1717--18 Agosto 200718 Agosto 2007MaputoMaputo
É possível , Viável e Sutentável, no Contexto
das Estratégias de Desenvolvimento Rural
Dominantes em Moçambique?
C1. Progresso em Muletas C4. Progresso Efectivo e Inclusivo
C2. Tragédia dos Comuns C3. Progresso Efectivo e Exclusivo
MOÇAMBIQUE: CENÁRIOS ESTRATÉGICOS POSSÍVEIS ATÉ 2005
AM
BIE
NTE
GLO
BA
L EX
CLU
SIVO
PROCESSO CONSUMISTA E INEFECTIVO
AM
BIE
NTE
GLO
BA
L IN
CLU
SIVO
PROGRESSO EFECTIVO E DIVERSIFICADO
22
Estrutura da Apresentação
Esta apresentação inspira-se num projecto de investigação mais amplo, parte do qual é usado para enquadrar a reflexão sobre o tema desta Conferência da FDC. O
projecto retoma e sistematiza exercícios anteriores de cenarização e projecção demográfica e económica, sobre a economia nacional moçambicana, economia rural,
Corredores de Desenvolvimento de Moçambique e Vales do Limpopo e do Zambeze. Na Conferência Inaugural do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE),
prevista para 19.09.2007, será apresentado um informe mais detalhado dos resultados do projecto de pesquisa, o qual merecerá aprofundamento e continuidade em
algumas das futras linhas de pesquisa do .
33
A Problemática em DebateO sucesso ou insucesso do desenvolvimento de Moçambique, nas duas próximas décadas, deverágirar em torno do progresso económico, em dois sentidos: a direcção e o ritmo do crescimento e a sua natureza e composição.
No fim do primeiro quarto do Século XXI, Moçambique será aquilo que os seus cidadãos conseguirem fazer do seu país, em termos da produtividade da população activa, do padrão de acumulação da economia nacional e, de forma mais ampla, do nível de eficácia, eficiência e equidade do desenvolvimento geral da sociedade moçambicana.
O futuro é incerto e imprevisível, pelo menos em muitos aspectos. Mas não é menos verdade que pensar sobre o futuro permite antecipar o leque de oportunidades, ameaças e desafios nos ano vindouros. Pensar no futuro permite, como escreve Franco (2007), aumentar as chances de sobrevivência. Pelo menos por isso, vale a pena dedicar-lhe o tempo e esforço que esta Conferência da PDC proporciona, focalizados na reflexão crítica sobre o potencial de uma Revolução Verde Africana (RVA), ou no caso de Moçambique, uma Revolução Verde Moçambicana (RVM).
Entende-se por Revolução Verde (RV), nesta apresentação, o processo em que os agricultores moçambicanos se libertam da armadilha de pobreza, através do aumento substancial da produtividade agrária e da melhoria da segurança alimentar rural.
Esta definição opercional levanta questões específicas como as seguintes:Em que condições a RVM poderá oferecer uma alternativa viável e sustentável às estratégicas de desenvolvimento agrário predominantes em Moçambique? Como evitar que a RVM se transforme em mais uma “fashion”, uma onda para consumo rápido dos burocratas políticos e administrativos?Que enquadramento estratégico poderá permitir que a RVA, preconizada pela NEPAD na África e, em Moçambique pelo próprio Presidente da República, dinamize um desenvolvimento rural efectivo, viável e sustentável em Moçambique?
4
0.2
6.30.3
7.3
0.5
8.8
1.6
10.5
2.8
10.6
5.8
12.2
7.4
12.1
9.5
12.4
11.9
12.6
14.0
12.5
16.1
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0.0
5.0
10.0
15.0
20.0
25.0
30.0
Pop
(Milh
ões)
1950 1970 1990 2005Proj. 2015Proj. 2025Proj.Anos
Figura 2: Evolução da População Urbana e Rural, 1950-2025
Series2 Series3Fonte: INE, 2004; UN, 2006
(em Milhões de Habitantes)
O que Motiva e Justifica uma Revolução Verde em Moçambique? A Resposta dos Factos em Slides ... (1 de 5)
Fonte: INE, 2002:2
Figura 3: Trabalhadores Rurais em Actividades Agro-pecuárias por Sexos e Idades, Moçambique 2000-01
0 5 10 15 2005101520
0 - 9 10 - 19 20 - 29 30 - 39 40 - 49 50 - 59 60 +0
Homens Mulheres
0
50
100
150
200
Inde
x: 1
999-
2001
=100
0
1961 1970 1980 1990 2000 2003
Anos
Figura 14: Evolução da Produção Agrícola per Capita em Moçambique, 1961-2003
Fonte: FAO, 2006
Produção Agrícola per Capita em Níveis Inferiores a 1960
Em 2025 Existirão 28,5 Milhões de Moçambicanos
1/3 dos Camponeses Tem Menos de 19 anos de Idade
Índices de Produção Alimentar, Não-Alimentar e Cereais Moçambique 1960-2005
Agricultura
Total de Cereais
Produção Alimentar
Produção Não-Alimentar
0
50
100
150
200
250
300
350
1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
Anos
(Inde
x: 1
999-
2001
=100
)
Agricultura Total de Cereais Produção Alimentar Produção Não-Alimentar Fonte: FAO, 2006
2010: ≈40% urbanos
5
Índice do Desenvolvimento Humano, 2000-04 Figura 5: Média do Desenvolvimento Humano Provincial
em Moçambique, 2000-04
0.288
0.315
0.515
0.563
0.391
0.365
0.634
0.0 0.3 0.5 0.8 1.0
Niassa
Cabo Delgado
Nampula
Norte
Zambezia
Tere
Manica
Sofala
Centro
Inhambane
Gaza
Maputo Prov.
Maputo Cid.
Sul
Mozambique
Source: INE,2006
Figura 24: Índice de Liberdade Económica para Países Seleccionados, 1995-2006
Botswana
Hong Kong
Mauritius
Mozambique
Singapore
South Africa
New Zealand
1
1,25
1,5
1,75
2
2,25
2,5
2,75
3
3,25
3,5
3,75
4
4,25
4,5
4,75
5
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Anos/Years
Scor
es
(Pior/Worst)
(Melhor/Best)
CATEGORIAS: Livre: [0 - 1,99]Maioritariamente Livre [2,00 - 2,99]Maioritariamente Controlada [3,00 - 3,99]Reprimida [4,00 ou +]
Fonte: Miles et al., 2006
Índice de Liberdade Económica, 1995-2006
Sistemas de Posse da Terra na África Austral, em Percentagem do Território Nacional
2 3 3 5 5 840 41 44
7284
100
16 257
20
16 13 5
1415
80
81 7088
72 6043 43
95 14
44
0
40
80
120
160
200
Tanza
nia, U
. Rep
.Moza
mbique
Zambia
Botswan
a
Angola
Malawi
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nd
Zimbab
we
Namibia
Lesotho
South Afri
ca
Países
Perc
enta
gem
Individual/Privado Estatal e outros ConsuetudinárioFonte: ECA/SA/EGM.Land, 2003
Desnutrição Crónica em Crianças < de 5 anos, Moçambique
O que Motiva e Justifica uma Revolução Verde em Moçambique? A Resposta dos Factos em Slides ... (2 de 5)
6
Produtividade e Produção Agrícola Continua em Níveis Inferiores a 1960
Figura 11: Posição de Moçambique n Índice de Competitividade em Africa, 2004
0 20 40 60 80 100 120
Chad
Angola
Mali
Zimbabwe
Madagascar
Mozambique
Ethiopia
Cameroon
Zambia
Nigeria
Kenya
Uganda
Senegal
Malawi
Algeria
Ghana
Tanzania
Morocco
Egypt
Gambia
Namibia
Mauritius
South Africa
Tunisia
Botswana
Figura 16: Posição de Moçambique no Índice de Tecnologia em Africa, 2004
0 20 40 60 80 100 120
Chad
Ethiopia
Mali
Angola
Madagascar
Algeria
Malawi
Cameroon
Mozambique
Zambia
Senegal
Ghana
Nigeria
Tanzania
Gambia
Uganda
Zimbabwe
Kenya
Morocco
Egypt
Namibia
Botswana
Tunisia
Mauritius
South Africa
Figura 17: Posição de Moçambique no Índice das Instituições Públicas em Africa, 2004
0 20 40 60 80 100 120
Chad
Nigeria
Madagascar
Cameroon
Kenya
Angola
Zimbabwe
Uganda
Mali
Mozambique
Senegal
Ethiopia
Zambia
Morocco
Algeria
Ghana
Tanzania
Egypt
Namibia
Mauritius
South Africa
Gambia
Malawi
Tunisia
Botswana
Índice de Competitividade Índice de Tecnologia Índice das Instituições
O que Motiva e Justifica uma Revolução Verde em Moçambique? A Resposta dos Factos em Slides ... (3/5)
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O que Motiva e Justifica uma Revolução Verde em Moçambique? A Resposta dos Factos em Slides (4/5)
S. Tomé & Principe - Zambia 12,39 South Africa 65,42Angola - Botswana 12,43 Mauritius 250Djibouti - Algeria 12,79 Egypt 437,52Liberia - Senegal 13,61 Total 752,94Eq. Guinea - Rwanda 13,71Central Africa Rep. 0,31 Ethiopia 15,10Namibia 0,37 Benin 18,76Burkina Faso 0,38 Kenya 31,03Somalia 0,48 Libya 34,10Sierra Leone 0,56 Zimbabwe 34,16Gabon 0,92 Lesotho 34,24Niger 1,11 Cote d'Ivore 35,16Congo 1,24 Tunisia 36,81Congor RD 1,57 Swaziland 39,33Tanzania 1,79 Malawi 43,00Uganda 1,82 Morocco 47,52Burundi 2,58 Total 434,14Madagascar 3,09Gambia 3,20Guinea 3,56Comoros 3,75Sudan 4,28Chad 4,86Cape Verde 5,24Nigeria 5,50Cameron 5,86Mozambique 5,93Mauritania 5,94Togo 6,79Eritrea 7,35Ghana 7,42Guinea-Bissau 8,00Mali 9,01
Total 102,91Source: Camara and Heinmann, 2006: 6
< de 10 Entre 10-15 > 50
Intensidade de Uso de Fertilizantes (Kg/ha) por Países Africanos, 2002
Produtividade agrícola na década passada : • Moçambique (0,7-0,9 t/ha)• África Austral (1,2 t/ha)
Percentagem dos Imóveis Habitacionais Urbanos Vendidos e já Titulados, Moçambique 2002
Sem título
24%
Com título
76%
Notícias, 2002
Processos abertos pela DINAGECA para explorações, até Setembro de 2005
Processo Aberto 2005
1.0%
Com título completo
0.8%Sem título
97,5%
INE, 2002: 50
Explorações Agrícolas com Acesso a Crédito Formal, Moçambique 2000-2001
Com Crédito
2%
Sem Crédito
98%
INE, 2002: 50
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Em Resumo, o que Motiva e Justifica uma Revolução Verde em Moçambique?
1. Os factos ilustrados anteriormente, evidenciam aspectos ao longo dos anos passados, uns mais radicais e dramáticos do que outros, e conduzindo à involução, estagnação ou progresso social, demográfico e económico.
2. Nas três décadas passadas, a involução e a estagnação, predominaram sobre a evolução e o progresso. A dinâmica demográfica e a economia de subsistência compensaram os efeitos dos choques e rupturas radicais, de natureza política e económica, mas não foram capazes de evitar a deterioração profunda da produtividade e do padrão de vida.
3. Em diversos domínios, Moçambique tem sofrido uma autêntica contra-revolução verde, provocada pelo domínio de estratégicas regressivas, que mergulharam os agricultores moçambicanos num prolongado empobrecimento, na desapropriação fundiária e desvalorização económica do seu principal activo – a terra.
4. Apesar da paz e do restabelecimento de uma estabilidade relativa, se bem que débil, os níveis de produção e produtividade agrícola per capita situam-se em níveis inferiores aos da década de 60.
5. A terra continua impedida, em termos jurídicos e políticos, de transformar-se em capital. Este factor, entre vários outros, faz da agricultura moçambicana globalmente inviável e insustentável.
6. A população moçambicana praticamente ainda não iniciou a transição demográfica, para o estado de equilíbrio entre a fecundidade e mortalidade, com níveis baixos, em vez dos níveis elevados actuais. Existem evidências do início da transição demográfica na zona Sul do País(más só aqui!).
7. A implementação com sucesso duma revolução verde certamente contribuiria para a realização duma transição demográfica saudável. Todavia, existe um conjunto de instituições, tanto de natureza pré-capitalista como do pseudo-colectivismo do período pós-independência, ou ainda da liberalização mercantilista mais recente, que colocam fortes obstáculos ao progresso económico e social.
• A referência ao termo “estratégia” merece uma nota especial, devido à deturpação do seu significado.• Na linguagem comum prevalece uma grande confusão analítica. Praticamente não se consegue diferenciar o uso
correcto do abuso indevido do termo estratégia. Confunde-se estratégia com plano, planeamento, táctica, intencionalidade e conduta política.
• O termo “estratégia” é usado em situações totalmente inapropriadas: estratégia “educativa”, estratégia “anti-ruga”ou “de emagracimento”, estratégia de investigação, estratégia de conquista “amorosa”, estratégia de jogo, plano estratégico .... .
• Esta utilização indevida neutraliza ou elimina completamente o conteúdo essencial duma estratégia como algo que ajuda a determinar vencidos e vencedores. Estratégia trata da questão “ganhar versus vencer”.
• A RVA só assumirá uma característica estratégica, quando estão em jogo interesses antagónicos, conflitos de interesses e vontades incompatíveis. Nesta perspectiva, a controvérsia provocada pelo anúncio de 2006, para a Aliança por uma Revolução Verde Africana (ARVA), promovida pela Fundação Rockefeller e a Fundação Bill & Melinda Gates, ilustra uma realidade estratégico, envolvendo a gestão de conflitos e competição específicas.
• Holt-Gimenez et al. (2006) sistematizaram parte da reacção crítica à ARVA, no artigo “Dez Razões pelas quais a Aliança por uma Nova Revolução Verde ... não resolverá os problemas de pobreza e fome na África Subsaariana”( http://www.foodfirst.org).
• Numa situação de paz, o que diferencia as estratégias em jogo duma situação de guerra, reside nos métodos de resolução dos conflitos e do antagonismo de interesses dos actores envolvidos.
• Esta apresentação distancia-se da vulgarização do conceito de estratégia e partilha a ideia que não existe estratégia, mas apenas conduta política geral, quando não se corre o risco de esbarrar com o Outro.
• “Daqui resulta”, como sugere Francisco Abreu: Que a finalidade essencial da acção estratégica fica marcada pela necessidade imperiosa de obter superioridade relativamente a um opositor ... Ao nível mais elevado de abstracção, ... o princípio estratégico crucial consiste em identificar, desenvolver e aplicar as competências específicas e distintas que permitam fazer melhor que qualquer antagonista (Abreu, 2003: 35).
• As dificuldades de entendimento sobre as estratégias em jogo começam na dificuldade de reconhecimento do que é uma estratégia e para serve.
A Realidade estratégica da Revolução Verde
10
C1. Progresso em Muletas (Situação Actual) C4. Progresso Efectivo e Inclusivo
Capital HumanoCondições básicas de vida Condições básicas de vidaServiço nacional de saúde Serviço nacional de saúdeEducação e Formação Integral Educação e Formação Integral
Capital Social Capital SocialJustiça social Justiça socialAcesso e Posse da terra Acesso e Posse da terraTradição, Cultura e Instituições Locais Tradição, Cultura e Instituições LocaisBaixos custos de transacção Baixos custos de transacçãoFortalecimento da família Fortalecimento da família
Economia e desenvolvimento Economia e desenvolvimentoPoliticas macroecon. relação c/ microecon. Politicas macroecon. relação c/ microecon.Produção e Competitividade/Tecnologia Produção e Competitividade/TecnologiaPoupança e investimento Poupança e investimentoEmpresa eficiente e competitiva (com ética) Empresa eficiente e competitiva (com ética)Infraestruturas InfraestruturasOutras variáveis criticas Outras variáveis criticas
Governação GovernaçãoSistema politico e estabilidade governativa Sistema politico e estabilidade governativaDemocracia e Participação Democracia e ParticipaçãoDescentralização DescentralizaçãoDesconcentração DesconcentraçãoLegalidade LegalidadeInformação Informação
C2. "Tragédia dos Comuns" C3. Progresso Efectivo e Exclusivo
Condições básicas de vida Condições básicas de vidaServiço nacional de saúde Serviço nacional de saúdeEducação e Formação Integral Educação e Formação Integral
Capital Social Capital SocialJustiça social Justiça socialAcesso e Posse da terra Acesso e Posse da terraTradição, Cultura e Instituições Locais Tradição, Cultura e Instituições LocaisBaixos custos de transacção Baixos custos de transacçãoFortalecimento da família Fortalecimento da família
Economia e desenvolvimento Economia e desenvolvimentoPoliticas macroecon. relação c/ microecon. Politicas macroecon. relação c/ microecon.Produção e Competitividade/Tecnologia Produção e Competitividade/TecnologiaPoupança e investimento Poupança e investimentoEmpresa eficiente e competitiva (com ética) Empresa eficiente e competitiva (com ética)Infraestruturas InfraestruturasOutras variáveis criticas Outras variáveis criticas
Governação GovernaçãoSistema politico e estabilidade governativa Sistema politico e estabilidade governativaDemocracia e Participação Democracia e ParticipaçãoDescentralização DescentralizaçãoDesconcentração DesconcentraçãoLegalidade LegalidadeInformação Informação
MOÇAMBIQUE: CENÁRIOS POSSÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO ATÉ 2025
Capital Humano
Capital Humano
Capital Humano
Dendência externa conveniente, para o consumo improdutivo e estabilidade temporária, em troca do "Whishfull thinking", expressão inglesa de difícil tradução em português, que significa tomar os desejos por realidade e tomar decisões, ou seguir raciocínios, na base desses desejos, em vez dos factos ou da racionalidade adequada à sociedade. Na Agenda 2025, corresponde ao Cenário do Cabrito: corrupção, deixa-andar , intolerância, exclusão social que, se continuar a aumentar, poderá eventualmente conduzir a conflitos ou mesmo à guerra. Neste cenário a variável determinante, cujo retrocesso tem implicações significativas sobre o futuro, é o da deterioração das condições que envolvem a variável determinante Paz e Estabilidade Social . "Num país do faz do conta, tudo acaba em tanto faz" "O cabrito come onde está amarrado " .
Na Agenda 2025, corresponde ao Cenário do Caranguejo: cada actor anda aos zig-zags, ou tão depressa vai para a frente como retrocede, provocando crises ciclicas, seguidas de momentos de recuperação lenta e ténue devido a desestruturação causada pela crise. Aqui, simulou-se as consequências que advêm de alteraçöes significativas na variável determinante Democracia e da Participação. Se acontecerem crises externa substanciais (e.g. um possível crise mundial de pretróleo), conjuntamente com a ascenção dum certo totalitarismo ou fundamentalismo, político e ideológico, o processo poderá desembocar na tensão social e mesmo numa outra guerra.O Cenário apropriado para um outro "socialismo possível".
Na Agenda 2025, corresponde ao Cenário do Cágado: alguns dos factores crescem mais que outros, desiquilibrando o crescimento. É um cenário melhor que o actual, no qual ainda prevalecem grandes assimetrias e desigualdades. A simulação teve como ponto de partida a melhoria significativa da variável determinante Competitividade e Transformação Tecnológica e tudo que a ela diga respeito, independentemente, da qualidade de vida da maioria dos cidadãos.Este é o cenário que acomoda, pelo meno em parte, o projecto da ARVA, com ênfase na mudança tecnológica. Muita coisa positiva pode acontecer nesta alternativa, mas a sua sustentabilidade é duvidosa, por causa do rent-seeking e da exclusão social.
Crescimento e desenvolvimento efectivo, no sentido de eficácia e eficiência, tanto na economia como noutras instituições da sociedade em geral.Na Agenda 2025, corresponde ao Cenário da Abelha: da inclusão, da unidade, da tolerância, do máximo uso das capacidades de cada actor, da harmonia e do crescimento consistente. Este cenário foi construido a partir da hipótese de que o desempenho das variáveis determinantes Paz e Estabilidade Social, Democracia e Participação, Competitividade e Transformação Tecnológica é positivo e, por consequência, verifica-se um crescimento significativo nas variáveis do Capital Humano e do Capital Social.
AM
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SIVO
PROGRESSO EFECTIVO E DIVERSIFICADO
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PROCESSO CONSUMISTA E INEFECTIVO
1111
"Agenda 2025": Cenários Possíveis em Moçambique 2025
0
20
40
60
80
100Ideal
Moç. Actual (Cab)
C1 Guerra (Caranguejo)
C2 C/R (Cágado)
C3 M&R (Abelha)
Visão 2025
Fonte: Agenda 2025
12
Papel da Revolução Verde no C1?• Fictício• Wishful thinking• Revoluçã Verde para “Inglês ver”• Abandonar o campo é a alternativa àindigência e pobreza
PIBpcapita MoçambiquePIBpcapita RuralPIBpcapita Urbano
$413 $555 $776 $1,084 6.5$250 $316 $418 $555 5.2$625 $809 $1,095 $1,492 5.8
Média
2000-'252010 2015 2020 2025
Algumas VariáveisCapital Humano
Progresso desiquilibrado e temporário Melhoria lenta do desenvolvimento humanoEducação informal é a mais relevante para o cidadão
Capital SocialInjustiça social e corrupção endêmicaEstado de Direito aparenteCultura de silêncio e irresponsabilização socialPolítica da terra - pseudo-colectivismoEstatégia de migração reactivaDesenvolvimento rural negligenciadoInstituições fracas e ractivas
Economia e desenvolvimentoElevada dependência externa, apoiada no PARPAEconomia maioritariamente controladaElevada dependência externa e fraca captação de impostoFraca competitividade e elevada informalidadeUrbanização a 4% ao anoPIB per capital em 2025: +/- $30 mil Milhões de USD
Governação e LiderançaFraca participação do cidadão no exercício do poderBipartidarização políticaCentralização, dirigismo e burocratismo"Deixa-andar" ou "deixa-fazer"Liderança voluntarista, populista e demogógicaInformação livre mas ineficazFalta de visão de longo prazo ("Wisfull thinking")
CENÁRIO 1: Cenário de Tendência, "Progresso em Muletas"
Cenário 1: Cenário de Tendência - Progresso em Muletas, Moçambique 2000-2025
$30,938
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
2000 2004 2005 2010 2015 2020 2025
PIB
em
Milh
ões
de $
US
PIB-C1
(em Milhões de USD)
Anos
13
Papel da Revolução Verde no C2?
• Nenhum• Contra-revolução verde • Zonas rurais em ambiente regressivo • Sair do campo é esperança de melhoria• Tensão nas zonas urbanas aumenta
PIBpcapita MoçambiquePIBpcapita RuralPIBpcapita Urbano
Média
2000-'252010 2015 2020 2025$307 $308 $320 $333 0.4$62 $64 $69 $76 -2.4
$766 $972 $1,292 $1,735 5.4
Algumas Variáveis
Progresso desiquilibrado e regressivo Não há melhoria do desenvolvimento humanoEducação informal é a mais relevante para o cidadão
Capital SocialCorrupção e agravamento de conflitos sociaisEstado predator e totalitárioCultura de irresponsabilização e prevaricaçãoPolítica da terra pseudo-colectivista e especulativaEstatégia de migração regressivaAnti-desenvolvimento ruralInstituições fraças e anti-crescimento económico
Economia e desenvolvimentoDecrescimo do apoio externo, por diversos factoresUrbanização a 4% ao ano e desordenamentoImpacto de crises externas (e.g. Crise do petróleo)Fraca competitividade e elevada informalidadePIB per capital nacional cresce pouco, não no campoEconomia mais ou menos reprimidaPIB per capital em 2025: < que $30 mil Milhões USD
Governação e LiderançaLiderança totalitária e fundamentalistaExclusão generalizada da participação do cidadãoCentralização, dirigismo e burocratismo"O socialismo do possível"Informação maioritariamente reprimida
CENÁRIO 2: "Tragédia dos Comuns" - Regressão e Involução Económica
Capital Humano
Cenário 2: Ruptura Regressiva - "Tragédia dos Comuns", Moçambique 2010-2025
PIB-C2, $9,491
PIB rural, $948
PIB urbano, $24,036
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
2000 2004 2005 2010 2015 2020 2025
PIB
em
Milh
ões
de $
US
PIB-C2 PIB rural PIB urbano
(em Milhões de USD)
Anos
14
Papel da Revolução Verde no C3?• Fertilizantes como mercadoria estratégica• Predomínio da abordagem tecnológica• RV menos “verde” do que em C4, mas com progressos em sectores importantes• Melhora a produtividade agrícola• Melhoria parcial da segurança alimentar
PIBpcapita MoçambiquePIBpcapita RuralPIBpcapita Urbano
Média
2000-'252010 2015 2020 2025$456 $613 $955 $1,486 8.2$280 $393 $551 $773 7.0
$688 $853 $1,300 $1,959 7.2
Algumas Variáveis
Progresso efectivo, mas socialmente exclusivoMelhoria dos indicadores de desenvolvimento humanoÊnfase nas mudanças tecnológica
Capital SocialRedução da corrupção, mas discriminatóriaTransacionabilidade dos Títulos de TerraProtecção da propriedade privadaCultura de responsabilizaçãoProcesso de urbanização mais acelerado (4,4%)Aumenta transparência da Administração PúblicaMigração selectiva pro-desenvolvimento
Economia e desenvolvimentoAumento da competividade em alguns sectoresReduz dependência externa, aumenta investimento produtivoRedução da informalidade a favor do formalidadeMelhoria do padrão de vida pro-urbanoEstratégia energética com incidência nos bio-combustíveisInstituições favoráveis ao crescimento tecnológicoPIB per capital em 2025: > $30 e < $60 mil Milhões USD
Governação e LiderançaMelhoria da participação do cidadão no poderAumento da descentralização e dinâmica pública localLiderança profissional, mas tecnicista e administrativaInformação livre e operativa
CENÁRIO 3: Progresso Efectivo e Exclusivo
Capital HumanoCenário 3: Progresso Efectivo e Exclusivo, Moçambique 2007-2025
$42,886
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
50000
2000 2004 2005 2010 2015 2020 2025
PIB-C2
(em Milhões de USD)
PIB
em
Milh
ões
de
$US
Anos
15
Papel da Revolução Verde no C4?• Abordagem política e tecnicamente racional• Desenvolvimento rural e RV articulados• Aumento substancial da produtividade agrícola e da segurança alimentar rural
PIBpcapita MoçambiquePIBpcapita RuralPIBpcapita Urbano
Média
2000-'252010 2015 2020 2025
$448 $689 $1,169 $2,115 10.3$322 $518 $835 $1,344 10.0
$616 $877 $1,485 $2,770 9.1
Algumas Variáveis
Desenvolvimento humano inclusivoMelhoria substancial do desenvolvimento humanoEducação e formação/informal relevante
Capital SocialJustiça social melhora substancialmenteRespeito efectivo pela propriedade privadaCultura de responsabilização e transparênciaEstado de Direito inclusivo consolida-sePolítica de migração progressivaMultipardirarismo real e amploPapel activo na integração da África Austral
Economia e desenvolvimentoRedução da dependência externaUrbanização desacelera, por viabilização economica ruralAumento da competitividade e diminuição da informalidadeDesenvolvimento rural efectivo e diversificadoEstratégia de bio-combustíveis reduz dependência energéticaMelhoria do padrão de vida efectivaEconomia maioritáriamente livrePIB per capital em 2025: +/- $60 mil Milhões de USD
Governação e LiderançaAdiministração Pública melhora eficácia e eficiênciaAumenta participação e inclusão social do cidadãoDescentralização progressivaLiderança unificadora e profissionalInformação livre e instituicionalmente protegidaVisão estratégica progressiva e inclusiva
CENÁRIO 4: Progresso Efectivo e Inclusivo
Capital Humano Cenário 4: Progresso Efectivo e Inclusivo, Moçambique 2010-2025
$30,938
$5,989
$60,121
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
2000 2004 2005 2010 2015 2020 2025
PIB-C1 PIB-C4
(em Milhões de USD)
PIB
em
Milh
ões
de
$US
Anos
1616
Desenvolvimento Rural nos Cenários Possíveis, Moçambique 2025
0
1
2
3
4
5
6Articulação Macro-micro Económica
Desenvolvimento rural
Competitividade & Transf. TecnológicaPopança e Investimento
Infraestruturas
Ideal C4: Visão C3 C1 C2
C1C2
C3 C4
Fonte: Agenda 2025
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Revolução Verde Africana, Cimeira de Abuja sobre Fertilizantes, Junho 20061. Até 2015, aumentar o nvel do uso dos fertilizantes de 8 kg/ha para, pelos menos, 50 kg/ha. 2. Até meados de 2007, garantir a redução do custo dos fertilizantes, através da harmonização das políticas e
regulamentos que garantam a circulação isenta de impostos e de taxas, e o controle da qualidade. Como medida de urgência, eliminar as taxas e impostos sobre fertilizantes e todos os materiais para a produção de fertilizantes.
3. Até meados de 2007, os Governos devem tomar medidas para melhorar acesso dos agricultores a fertilizantes, aumentando o envolvimento dos retalhistas e redes comunitárias rurais, com apoio dos privados e parceiros.
4. Em 2007, responder às necessidades de fertilizantes dos agricultores, especialmente das mulheres, jovens, associações de agricultores, organizações da sociedade civil e privados.
5. Com efeito imediato, melhorar o acesso dos agricultores aos fertilizantes, através da concessão, subvenções dos fertilizantes, com atenção especial para os agricultores pobres.
6. Tomar medidas imediatas para acelerar os investimentos em infra-estrutura, particularmente o transporte, incentivos físicos, fortalecimento das organizações de agricultores e incentivos aos rendimentos dos mercados.
7. Estabelecer estruturas de financiamento nacional de apoio ao fornecimento de insumos, e maior acesso ao crédito, particularmente para as mulheres.
8. Em 2007, criar Instalações de Compras e Distribuição Regional de fertilizantes, com o apoio do BAD, da CEA, das Comunidades Económicas Regionais, Bancos de Desenvolvimento Regionais, e de parcerias privado-publicas.
9. Promover a produção e mercado regional/nacional e intra-regional, com economias de escala.10. Tomar medidas especificas de melhoramento do acesso a sementes de qualidade, estruturas de irrigação, serviços
de extensão, informações relativas ao mercado, avaliação dos nutrientes do solo e mapeamento de facilitação do uso efectivo de fertilizantes orgânico e inorgânico, adaptados ao ambiente.
11. O BAD, com o apoio da CEA e da UA, deve estabelecer em 2007, um Mecanismo de Financiamento Africano para o Desenvolvimento dos Fertilizantes facilitador de requisitos e recursos financeiros adequados àconcretização do acordado na Cimeira.
12. Estabelecer um mecanismo de monitora e a avaliação da execução da resolução da Cimeira, incluindo um relatório anual, a partir de Janeiro de 2007, a apresentar aos Chefes de Estados Africanos na Cimeira bi-anual..
http://www.africafertilizersummit.org/FAQ.html
Algumas Considerações Conclusivas
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Considerações ConclusivasA partir da análise anterior, uma das principais conclusões que se pode inferir é que, ao longo da próxima década, a Revolução Verde em Moçambique não depende do conceito sobre ela definido, mas da conjugação da correlação de instituições. Pelo menos quatro alternativas podem surgir:
Fictícia,Impossível, por tempo indeterminado,Um sucesso parcial, eUm sucesso real e efectivo.
Há várias décadas que a agricultura em Moçambique tem-se revelado globalmente inviável e insustentável. As causas são predominantemente políticas e institucionais, não tanto tecnológicas. Na verdade, o potencial de soluções tecnológicas modernas depara-se com sérias limitações e aplicação. Isto coloca Moçambique, em termos de desenvolvimento a longo prazo, numa situação delicada, com sérias possibilidade de se tornar insustentável e dramática. A incerteza sobre as quatro possibilidades aqui consideradas, entre outras certamente possíveis, sóem parte tem que ver com abordagem tecnologia associada à ARVA. O próprio sucesso ou fracasso da disseminação de tecnologias agrícolas modernas (e.g. fertilizantes orgânicos, biotecnologia, trangénicos, etc.) também não depende da boa vontade de voluntariosos ou ajuda financeira.O sucesso ou fracasso da RVM, não depende da boa vontade de entusiastas, animados por qualquer espírito de altruismo, voluntarismo, paternalismo ou demagogia, unidos em torno de mais um mega-projecto de financiamento internacional.Em última instância, o sucesso ou fracasso da RVM dependerá da correlação de forças entre as instituições dominantes, ou das “regras de jogo”, no quadro das alternativas consideradas. Num Cenário de “Progresso em Muletas”, a RVM converte-se num processo fictício e consistente com o “wishful thinking” prevalecente no passado e presente. Num Cenário de “Tragédia dos Comuns” a RVM é impossível. Predominaria a involução económica, contra-revolução verde, anti-crescimento e desenvolvimento saudável em Moçambique.Num Cenário de “Progresso Efectivo e Exclusivo”, as instituições favoráveis ao progresso prevalecem, mesmo que continuem exclusivas e discriminatórias. O sucesso da melhoria da competividade e transformação tecnológica seria um avanço. Nesta alternativa a RVM já tem um papel positivo e real, se bem que socialmente limitado.Num Cenário de “Progressivo Efectivo e Inclusivo”, a RVM será um sucesso, tanto tecnológico como político e económico. E se tal acontecer, não dependerá da Revolução Verde Moçambicana, mas certamente que o sucesso desta tornar-se-à vital.