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EDER DE SOUZA RESPONSABILIDADE – CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVA – DO POLICIAL MILITAR POR CRIME DE LESÕES CORPORAIS CULPOSAS CURITIBA 2013

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EDER DE SOUZA

RESPONSABILIDADE – CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVA – DO POLICIAL MILITAR POR CRIME DE LESÕES CORPORAIS CULPOSAS

CURITIBA

2013

  

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EDER DE SOUZA

RESPONSABILIDADE – CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVA – DO POLICIAL MILITAR POR CRIME DE LESÕES CORPORAIS CULPOSAS

Artigo científico apresentado à disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica como requisito parcial para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu – Especialização em Direito Militar Contemporâneo do Núcleo de Pesquisa em Segurança Pública e Privada da Universidade Tuiuti do Paraná. Orientador: Prof. Esp. João Carlos Toledo Júnior.

CURITIBA

2013

  

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RESPONSABILIDADE – CIVIL, PENAL E ADMINISTRATIVA – DO POLICIAL MILITAR POR CRIME CULPOSO DE LESÕES CORPORAIS

Eder de Souza1

RESUMO

A presente pesquisa aborda o tema da responsabilidade civil, penal e administrativa do policial militar pelo crime de lesões corporais culposas, trata-se de um artigo científico desenvolvido mediante o processo lógico dedutivo e a observância das normas de metodologia de pesquisa. A pesquisa consiste na abordagem científica da atividade policial militar sob a perspectiva da responsabilidade civil, administrativa e disciplinar em decorrência dos desvios de finalidade ou abuso de autoridade no exercício da função. A dinâmica de estudo direciona-se no sentido de caracterizar que no âmbito da justiça militar estadual, compete singularmente ao juiz do juízo militar estadual o processo e julgamento do crime de lesões corporais culposas cometidos contra civis por policiais militares no exercício da função. O crime admite a possibilidade de ser aplicada punição ao policial militar por residual disciplinar a ser apurado. Palavras-chave: Lesão Corporal Culposa. Responsabilidade. Policial Militar.

 

                                                           

 1 Bacharel em Segurança Pública, pela Academia Policial Militar do Guatupê. 1º Tenente QOPM/PR. Estudante de Direito no Centro Universitário Campos de Andrade - Uniandrade.

 

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LIABILITY - CIVIL , CRIMINAL AND ADMINISTRATIVE - MILITARY POLICE IN THE CRIME OF INJURY CULPABLE

ABSTRACT

This research addresses the issue of civil liability, criminal and administrative military police for the crime of culpable injury, it is a scientific paper developed by the logical process and deductive observance of rules on research methodology. The research is the scientific approach to military police activity from the perspective of civil, administrative and disciplinary action as a result of deviations of purpose or abuse of authority in the exercise of the function. The dynamic study is directed towards characterizing that under the state military justice, it is singularly the court's judgment the state military prosecution and trial of the crime of culpable injury committed against civilians by military police on the job. The crime admits the possibility of being applied to the punishment by military police disciplinary residual to be determined.

Keywords: Bodily Injury culpable. Responsibility. Military Police.

  

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2 REFERENCIAL DE LITERATURA .......................................................................... 7 2.1 ATIVIDADE POLICIAL MILITAR ........................................................................... 9

2.2 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ............................................................................. 12

2.3 TRÍPLICE RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO ............................ 14 2.4 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA DO POLICIAL MILITAR PELO

COMETIMENTO DE CRIME DE LESÕES CORPORAIS CULPOSAS ..................... 15 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 21 3.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS ................................................................ 22

4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 23 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 25

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1 INTRODUÇÃO

O presente artigo científico aborda os aspectos relacionados ao estudo do

Direito Militar Contemporâneo, tendo por objeto de estudo a responsabilidade –

penal, civil e administrativa – do policial militar por crime de lesões corporais

culposas no exercício da função.

Conquanto à necessidade de realizar-se uma abordagem sistemática do

presente estudo, opta-se pela interpretação sob a égide da interpretação conforme a

Constituição, sob uma abordagem de cunho contemporâneo. Destaca-se o caráter

pragmático do estudo, sendo importantes: a observação das características da

responsabilidade objetiva do Estado e do dever de impingir ao agente público as

sanções respectivas.

Em síntese, pode-se afirmar que o de polícia administrativa consistente na

preservação da ordem pública, tem como elemento norteador, a observância dos

direitos e garantias fundamentais das pessoas envolvidas: policiais militares,

testemunhas, o acusado e demais envolvidos. No decorrer da pesquisa realizou-se

uma abordagem dos direitos e garantias fundamentais da pessoa humana e a

responsabilidade – civil, penal e administrativa – do policial militar por crime de

lesões corporais culposas.

Com a apresentação e identificação dos principais dados da pesquisa,

realizar-se-á uma apresentação dinâmica do conhecimento existente, tendo por

finalidade, apontar possíveis direcionamentos de pesquisa, bem como, proceder-se

às considerações finais do presente estudo.

Diversos fatores alimentaram a realização deste projeto, dentre os quais a

perspectiva contemporânea desta vertente científica, bem como, a experiência e a

importância do aprofundamento dos conhecimentos tratados nesta abordagem

temática. Adotou-se esta perspectiva de delimitação em razão dos recursos,

possíveis e necessários. Os aspectos a serem tratados no decorrer serão abordados

sob uma perspectiva impessoal, objetiva, clara e precisa, buscando-se a coerência,

concisão e simplicidade dos argumentos.

No presente estudo foram abordados os posicionamentos de autores e

doutrinadores acerca do objeto de estudo, posteriormente, será apresentado o

entendimento jurisprudencial, concluindo-se o estudo com uma abordagem dos

  

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principais aspectos das leis relacionadas ao tema abordado sob o prisma da

hermenêutica do sistema jurídico constitucionalizado.

A pesquisa tem o seu início com a apresentação dos aspectos relacionados

à segurança pública e as perspectivas atuais no campo do desenvolvimento das

atividades afetas aos respectivos órgãos que compõe o sistema nacional de

segurança pública.

Posteriormente são apresentados conceitos relacionados à atividade policial

militar, bem como a atribuição das Corporações Policiais Militares no campo de suas

atribuições, afetas à preservação da ordem pública mediante a realização do

policiamento ostensivo fardado, preventivo e repressivo imediato.

As atividades realizadas pelas instituições policiais consolidam-se no âmbito

dos princípios da administração pública, devendo a atuação dos respectivos órgãos

estar de acordo com os limites da lei.

O desvio de conduta do policial militar e desvios de finalidade dos atos de

polícia administrativa praticados resultam em responsabilidades de natureza civil,

administrativa e disciplinar.

Ao final da pesquisa serão discutidos os aspectos relacionados à

responsabilidade administrativa do policial militar pelo cometimento de crime de

lesões corporais culposas cometidos contra civis, sendo demonstrado, inclusive, a

análise e discussão de dados, bem como, a metodologia e o processo de pesquisa

utilizados.

  

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2 REFERENCIAL DE LITERATURA De acordo com o artigo 144, in verbis, da Constituição da República do

Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, a segurança pública apresenta-se

como um dever do Estado e também como um dever de todos:

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I – polícia federal; II – polícia rodoviária federal; III – polícia ferroviária federal; IV – polícias civis; V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.

Constituem órgãos de segurança pública federais, mantidos pela União, e

estruturados em carreira: a polícia federal, a polícia rodoviária federal e, a polícia

ferroviária federal. Importante serem observadas as atribuições concernentes aos

respectivos órgãos:

Polícia Federal – de acordo com o § 1°, trata-se de órgão permanente

estruturado em carreira, cujas atribuições consistem na apuração das infrações

penais contra os interesses da União e de suas entidades autárquicas e empresas

públicas, e, também, a apuração dos crimes de repercussão interestadual e

internacional. Atribui-se à polícia federal, inclusive, a prevenção e a repressão dos

crimes relacionados ao tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o combate ao

contrabando e o descaminho. Importa caracterizar, que cumpre à polícia federal o

exercício das funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteira. A polícia

federal exerce com exclusividade as funções de polícia judiciária da União.

Polícia Rodoviária Federal – no § 2°, observa-se que o trata-se este de um

órgão permanente e estruturado em carreira, mantido pela União, destinado ao

exercício das atividades de patrulhamento ostensivo das rodovias federais.

Polícia Ferroviária Federal – de acordo com o § 3°, pode se observar que à

polícia ferroviária federal compete o policiamento ostensivo das ferrovias federais,

sendo importante assinalar que, em razão da privatização das ferrovias federais, o

respectivo órgão tem sido pouco privilegiado pela União, muito embora a

Constituição de 1988 tenha estabelecido a polícia ferroviária federal como órgão

permanente, mantido pela União e estruturado em carreira. Na atualidade existem

  

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apenas poucos integrantes da polícia ferroviária federal; grande parte da doutrina

acredita que o respectivo órgão possa vir a ser extinto.

Constituem órgãos de segurança pública Estadual, dos Territórios e do

Distrito Federal: as polícias civis, as polícias militares e os corpos de bombeiros

militares. As polícias militares e corpos de bombeiros militares encontram-se na

condição de forças auxiliares e reservas do exército, estando subordinadas,

juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal

e dos Territórios. Importante serem observados os seguintes aspectos:

Polícias Civis – em conformidade com o § 4°, às polícias civis, dirigidas por

delegados de carreira, atribuem-se as funções de polícia judiciária, responsáveis

pela apuração das infrações penais, ressalvada a competência da União e a

apuração das infrações penais militares.

Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares – de acordo com o § 5°,

às polícias militares atribuem-se o exercício das atividades de polícia ostensiva e a

preservação da ordem pública; aos bombeiros militares, além das atribuições

definidas em lei, compete a execução das atividades de defesa civil.

O legislador constituinte entendeu não existir fundamento que justificasse a

criação de órgãos de segurança pública municipais de caráter permanente,

facultando a criação de guardas municipais, as quais se destinam à proteção de

bens, serviços e instalações.

Na atualidade, a eficiência das instituições policiais brasileiras tem sido foco

de diversos questionamentos, destarte, podem ser considerados como os principais

pontos de discussão, constam na Proposta de Emenda Constitucional n° 51/13, de

autoria do Senador Lindeberg Farias, a qual propõe a alteração dos artigos 21, 24 e

144, sendo incluídos os artigos 143-A, 144-A e 144-B, na Constituição de 1988,

sendo abordados diversos aspectos, dentre estes:

a. Poder de Polícia às Guardas Municipais – em razão da falta de efetivo dos

órgãos de segurança pública tem-se discutido a ampliação do campo de atuação

das guardas municipais, especialmente nos grandes centros urbanos, além de

outros aspectos, discute-se a transformação das guardas municipais em polícias

municipais (art. 6°, PEC n° 51/13).

b. Unificação das Polícias Civis e Polícias Militares – no sistema de

segurança pública brasileiro discute-se a eficiência dos órgãos de segurança pública

  

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dos Estados-membros, especialmente em razão da dicotomia policial civil e policial

militar. Esta divisão impõe uma secção de atividades, o que gera dificuldades em

relação à prevenção e a própria repressão criminal. Dentre as perspectivas de

aprimoramento destes órgãos se discute a adoção do ciclo total de polícia, e a

carreira única, permitindo serem adotadas medidas preventivas e repressivas, neste

último caso, desde a eclosão do delito até a conclusão da fase administrativa da

persecução criminal - controle da persecução criminal (art. 4°, PEC n° 51/13).

A violência policial também tem sido foco de diversas críticas no âmbito da

segurança pública, sendo este o principal aspecto que motiva a adoção de modelos

de atuação mais eficientes e menos ofensivos, exigindo-se uma postura mais

rigorosa da Administração Pública no sentido de serem combatidos os desvios de

conduta e os abusos de autoridade cometidos pelos agentes de segurança pública

no desempenho de suas funções, neste sentido Balestreri (2003, p. 28): “isso

significa que a truculência policial, como sugestão modelar inconsciente, só pode ser

causadora de mais truculência da qual, mui comumente, o próprio policial se torna

vítima”. A violência policial sugere o estabelecimento de políticas de segurança

pública efetivas, priorizando-se a dignidade da pessoa humana com a proteção dos

direitos e garantias individuais e o respeito aos Direitos Humanos.

2.1 ATIVIDADE POLICIAL MILITAR

A atividade policial militar incide na preservação da ordem pública, e cuja

atribuição constitucional assevera a realização do policiamento ostensivo fardado e

na repressão imediata dos crimes, assim como, a atividade de polícia judiciária

militar e a investigação dos crimes militares cometidos pelos integrantes da

corporação. Os policiais militares, no cumprimento de suas missões, encontram-se

diante de elevados riscos; constituem forças públicas e armadas, direcionadas à

preservação da ordem e ao combate da criminalidade, sendo necessários

mecanismos rígidos de controle disciplinar os quais visam a preservação da

disciplina e da hierarquia, princípios basilares, necessários à coesão da

Administração Policial Militar. Valla (2000, p. 88) propõe uma profunda análise

destes aspectos, catequizando que: “há imperiosidade de assentar-se um

tratamento dessemelhante, suficientemente forte, prudente e responsável, para

  

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opor-se aos desvios de conduta praticados por essa classe diferenciada de cidadãos

brasileiros”. Para o autor, mesmo estando submetido a rigorosos sistemas de

controle disciplinar, o policial militar não perde a condição de cidadão,

diferentemente, a condição de militar estadual exige que o exercício da cidadania

seja ainda mais aperfeiçoado, principalmente pelos aspectos relacionados ao

patriotismo, o civismo, o respeito às Leis e às ordens das autoridades.

A filosofia de polícia comunitária tem sido o foco dos planejamentos de

segurança pública no âmbito da União, do Distrito Federal e dos Estados-membros,

constante nos programas nacional e estadual de segurança. A polícia comunitária

comunga com as novas perspectivas da segurança pública, trazendo no seu bojo a

importância das interações das polícias com a sociedade, neste prisma Bondaruk e

César (2007, p. 52):

a implementação do policiamento comunitário envolve o engajamento de todo o sistema de Segurança Pública exigindo mudanças na forma de encarar o papel da polícia dentro da comunidade. Sem negar os benefícios do trabalho feito até agora pelas Corporações envolvidas, busca-se atrair e convencer os seus integrantes de que uma nova e revitalizada estratégia de atendimento à comunidade urge ser implementada.

A polícia comunitária apresenta-se como uma filosofia que busca o aumento

da credibilidade das instituições de segurança pública através de um processo de

integração com a sociedade e instituições – públicas e privadas. Segundo os

autores. Para que seja possível a implementação do policiamento comunitário são

necessárias mudanças no âmbito interno das Corporações, as quais devem ser

objeto de estudo para a elaboração de um planejamento estratégico eficiente,

dinâmico e integrativo. Diante desta perspectiva, observa-se a necessidade de

operarem-se mudanças na cultura interna das Instituições Policiais.

A atividade de preservação da ordem pública possui uma dimensão ampla,

relacionada à tranqüilidade, à ordem social e demais elementos necessários para o

convívio harmônico e pacífico da sociedade, segundo Élio (2004, p. 23):

a preservação da ordem pública, responsabilidade nuclear dos órgãos policiais, consubstancia-se na adoção de todas as medidas possíveis para evitar qualquer tipo de violação, que em síntese funda-se nos princípios legais, com a finalidade de tornar a convivência em sociedade possível, dentro de regras de harmonia e de paz.

  

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A atividade pública trata-se de uma atividade precípua dos órgãos de

segurança pública, contudo, apresenta-se como a principal função das polícias

militares, assim, compõe-se na adoção de um conjunto de medidas amplo que visa

obstar a quebra da ordem pública, devendo estas estar em consonância com

princípio da legalidade, tendo como finalidade o atendimento do interesse público,

pois diretamente relacionadas ao atendimento das necessidades da sociedade. Os

desvios de conduta, o abuso de autoridade ou os desvios de finalidade do poder

resultam em conseqüências jurídicas ao servidor público, evidenciadas pela

responsabilidade civil, penal e administrativa.

De acordo com Valla (1999, p. 7), a segurança pública trata-se de um

conjunto de processos políticos e jurídicos, que tem a finalidade de garantir a ordem

pública, permitindo o convívio harmônico e pacífico na sociedade. A preservação da

ordem pública, de acordo com este entendimento, pode ser definida do seguinte

modo:

abrange tanto a prevenção quanto a restauração da ordem pública [...] a polícia de preservação da ordem pública abrange as funções de polícia preventiva e a parte da polícia judiciária, denominada de repressão imediata, pois é nela que ocorre a restauração da ordem pública

A atividade desenvolvida pelas polícias militares pode ser definida como

atividade de polícia administrativa e como atividade de polícia de preservação da

ordem pública. Nota-se que as atividades de polícia preventiva têm a finalidade de

obstar a ocorrência do delito, as atividades de polícia repressiva consistem na

restauração da ordem pública, podendo ocorrer por ocasião de uma infração penal

ou administrativa, destarte, em qualquer das hipóteses, deve ser observado o

princípio da legalidade.

Aprofundando o estudo da atividade policial militar, Assis (1992, p. 16)

argumenta que: “a não aceitação da autoridade policial militar, ou a tentativa de

colocá-la a um plano inferior, decorre tão-somente da falta de conhecimento legal,

da dificuldade de alguns em fazer interpretação e da falta de convívio com o Direito

Administrativo”. A condição de legalidade subsume-se à competência do agente,

não existe competência universal ou geral no Direito Administrativo. A lei estabelece

a cada função pública a forma de seu provimento e suas atribuições, deste modo,

  

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observa-se que a competência será sempre um elemento vinculado e fixado pela lei,

não sendo competente quem deseja, mas aquele que pode, de acordo com a lei.

Assis (1992, p. 16) expõe um aspecto de extrema importância, relacionado

diretamente à atividade policial e suas características:

existem certas profissões, que por suas características, sujeitam as pessoas que as exercem ao cometimento de delitos. Consequentemente paira sempre sobre essas pessoas a possibilidade de um processo e temor de uma condenação criminal. O maior exemplo dessas profissões é a policial [...] Tênue é a linha que separa a legalidade da arbitrariedade na atividade policial. Aqueles que julgam as ações da Polícia, o fazem de longe, bem longe do calor dos acontecimentos, a salvo de gravíssimos riscos, sem levar tiros, socos ou pancadas, no conforto de seus gabinetes, arvorando-se muitas vezes, com antolhos, ao texto gélido da lei.

A atividade policial militar envolve riscos elevados, seja no campo da

exposição aos riscos naturais da profissão como no campo da submissão a

rigorosos processos administrativos e criminais decorrentes do exercício da função.

Mesmo diante das dificuldades da profissão, deve o policial militar atuar nos limites

da legalidade sob pena de ser submetido à responsabilidade pelo desvio de conduta

ou do abuso de autoridade, sendo julgado, muitas vezes, por pessoas que se

encontram distantes do calor dos fatos, que desconhecem o estresse da atividade

policial.

2.2 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

O princípio da legalidade no âmbito da atividade policial militar deve ser

entendido como os limites para o exercício de suas atividades, as quais consistem

na realização de atos de polícia preventiva e repressivo-imediata. Importa observar

que esta atividade constitui a prática de atos discricionários e vinculados. Conquanto

à prática dos atos discricionários, pode o policial militar dimensionar a oportunidade

e a conveniência da prática do ato, de qualquer modo, o juízo destes deve limitar-se

às perspectivas delimitadas pela lei.

Em relação ao ato vinculado não existem limites, devendo ser praticado nas

hipóteses e condições exatamente descritas na norma. Vicente Paulo e Alexandrino

(2009, p. 48) em relação ao princípio da legalidade, expõem que:

  

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o Poder Público não pode atuar, nem contrariamente às leis, nem na ausência de lei [...] a discricionariedade não é, em nenhuma hipótese, atividade desenvolvida na ausência de lei, e sim atuação nos limites da lei, quando esta deixa alguma margem para a Administração agir conforme critérios de oportunidade e conveniência.

O princípio da legalidade exige a observância dos requisitos do ato

administrativo – competência, finalidade, forma, motivo e fundamento. Em relação

ao ato administrativo sob a perspectiva do princípio legal, observe-se que é a lei

quem define o agente competente; a finalidade sempre será o atendimento do

interesse público; deve ser obedecida a forma que a lei estabelecer; o motivo

relaciona-se aos fatos de deram origem ao ato administrativo; os atos da

administração pública devem sempre fundamentados, ou seja, devem observar os

aspectos legais. Segundo Hely Lopes Meirelles (2005, p. 87):

a legalidade, como princípio de administração (CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso.

Os desvios de finalidade, o abuso de autoridade ou os desvios de conduta

dos atos de polícia de preservação da ordem pública podem resultar ao policial

militar responsabilidade de natureza administrativo-disciplinar, civil e criminal.

Importante identificar que cumpre ao policial militar expressar a vontade da

Administração Pública, a qual encontra dimensão legal, neste sentido Di Pietro: “na

relação administrativa, a vontade da Administração Pública é a que decorre da lei”.

Os atos praticados pela Administração Pública, através de seus agentes ou

autoridades, devem expressar a supremacia do interesse público, não consistindo

em interesses pessoais, pois direcionados a uma finalidade pública, e por isso

presume-se a sua legitimidade.

Medauar (2009, p. 128), em relação ao princípio da legalidade e a sua

relação frente aos direitos e garantias das pessoas, argumenta que:

as medidas de repercussão mais forte nos direitos dos cidadãos há vinculação mais estrita da medida administrativa ao conteúdo da norma [...] o sentido do princípio da legalidade não se exaure com o significado de habilitação legal. Este deve ser combinado com o primeiro significado, com o sentido de ser vedado à Administração editar atos ou tomar medidas contrárias às normas do ordenamento. A Administração, no desempenho de suas atividades, tem o dever de respeitar todas as normas do ordenamento.

  

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De acordo com este posicionamento, pode-se observar que os atos

praticados pelos policiais militares no exercício de suas funções possuem reduzido

campo de discricionariedade, especialmente em situações que influenciam

diretamente nas liberdades individuais. Assim, o princípio da legalidade não pode

ser observado apenas como uma habilitação do agente para a prática do ato, mas,

diferentemente, deve ser o ato legal e moral, assim como, moral e conveniente, e,

sob qualquer argumento, não sendo admitida a prática de atos contrários à Lei ou

que exorbitem os limites desta.

2.3 TRÍPLICE RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO

O estudo da responsabilidade do servidor público, e também do policial

militar, admite três esferas de aplicabilidade, a civil, a penal e a administrativa,

admitindo-se a independência destas. O descumprimento de um dever que afeta a

ordem interna da Administração Militar impõe ao policial militar a responsabilidade

administrativa. A conduta omissiva ou comissiva que resulta em dano à

Administração impõe ao servidor público o dever de reparar o dano, podendo a

responsabilidade civil ter início e conclusão no âmbito administrativo ou perante o

Poder Judiciário. Pode o militar estadual praticar ato que se subsume a hipótese de

crime funcional, sendo responsabilizado criminalmente, mediante apuração em

processo penal. Segundo Medauar (2009, p. 309):

é possível que a mesma conduta configure infração administrativa, acarrete dano à Administração e seja tipificada como crime. Neste caso, o servidor arcará com as consequências da responsabilidade administrativa, civil e criminal, pois as três têm fundamento e natureza diversos. O mesmo se aplica na ocorrência de duas modalidades de infrações.

O interesse público é indisponível, devendo os superiores hierárquicos tomar

providências para promover a apuração dos fatos e a responsabilização dos

militares estaduais nas hipóteses de desvios de conduta ou infração administrativa.

Em relação à possibilidade de responsabilização do servidor público, e do

militar estadual, Di Pietro (2009, p. 608) explica que: “o servidor público sujeita-se à

responsabilidade civil, penal e administrativa decorrente do exercício do cargo,

emprego ou função. Por outras palavras, ele pode praticar ilícitos no âmbito civil,

penal e administrativo”. As se comunicam, e embora independentes, exigem que  

 

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sejam responsabilizados os servidores públicos por ocasião de residual disciplinar

administrativo, principalmente nas hipóteses de concurso entre crime e transgressão

disciplinar: “quando o funcionário for condenado na esfera criminal, o juízo cível e a

autoridade administrativa não podem decidir de forma contrária, uma vez que, nessa

hipótese, houve decisão definitiva quanto ao fato e à autoria” (DI PIETRO, 2009, p.

613). Importante a consideração de que nas hipóteses de absolvição do réu,

mediante sentença que negue a autoria ou a ocorrência do fato, repercute-se

positivamente, resultando em absolvição na esfera administrativa. Nas hipóteses de

ser o réu absolvido por falta de provas na esfera penal, pode ser o servidor público

punido apenas na esfera administrativa. Outro aspecto a ser considerado, trata-se

da circunstância de não constituir o fato uma infração penal, porém, pode constituir

uma infração administrativa, destarte, exigindo a responsabilização do servidor

público.

Hely Lopes Meirelles (2005, p. 480), contempla, ainda, uma quarta

modalidade de responsabilidade, a improbidade administrativa:

os servidores públicos, no desempenho de suas funções ou a pretexto de exercê-las, podem cometer infrações de quatro ordens: administrativa, civil, criminal e improbidade administrativa [...] a responsabilização dos servidores públicos é dever genérico da Administração e específico de todo chefe em relação a seus subordinados.

Para o autor, a responsabilização trata-se de uma obrigação legal, cuja

omissão do superior hierárquico é considerada crime de condescendência

criminosa, previsto no artigo 320, do Código Penal, deste modo, ocorre ofensa aos

interessas da Administração Pública tanto a infração cometida pelo servidor, como a

tolerância da autoridade disciplinar competente que, ao evitar a aplicação de uma

sanção disciplinar, estaria estimulando a ocorrência de novas infrações,

corrompendo, deste modo, a harmonia e a coesão da Instituição.

2.4 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA DO POLICIAL MILITAR PELO

COMETIMENTO DE CRIME DE LESÕES CORPORAIS CULPOSAS

Em regra o Direito Militar direciona-se a uma determinada classe de pessoas

– os militares – e excepcionalmente a civis. No âmbito da Justiça Militar Federal,

podem ser processados e julgados os militares e civis, no âmbito da Justiça Militar  

 

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Estadual, apenas os militares pertencentes à Corporação. O Direito Penal Militar

trata-se de norma penal especial, e resulta da observância, pelo legislador, da

importância das características, princípios e dos valores, necessários à preservação

das Instituições Militares, neste sentido Assis (2008, p. 22): “o Direito Penal Militar é

um direito especial, com características próprias e que se destina, igualmente à

tutela indispensável dos altos valores que compõem as Instituições Militares”.

Em relação à característica especial do Direito Penal Militar, Álvaro Mayrink

da Costa (2005, p. 46) ensina que:

o Direito Penal Militar é um corpo de manifesto particularismo que nasceu de sua própria natureza, razão pela qual goza de indisputável substantividade, embora se destine a uma esfera de atividade especial que gira ao redor de uma profissão e serviço – as armas.

Segundo este autor, o Direito Penal Militar possui elementos congruentes

com a norma constitucional e relacionados com o próprio Direito Penal, pois

prescinde de um mesmo campo de estudo, comunga de diversos princípios, porém,

alberga objetivos específicos e peculiares, relacionados à preservação dos valores

da hierarquia e disciplina militares, bens e interesses da Administração Militar.

No âmbito da Justiça Militar Federal, compete ao Conselho de Justiça,

presidido pelo oficial de posto mais alto ou o mais antigo, o processo e julgamento

de crimes militares de quaisquer naturezas. Em relação à Justiça Militar Estadual, de

acordo com o artigo 125, § 4° e § 5°, in verbis, da Constituição de 1988, verifica-se

que:

§ 4°. Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. § 5°. Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.

A justiça militar estadual não detém competência para o julgamento de civis,

ressaltando-se que compete ao juiz de direito do juízo militar processar e julgar

singularmente os crimes militares cometidos contra civis e as ações contra atos

  

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disciplinares militares, ao Conselho de Justiça presidido pelo juiz de direito do juízo

militar, compete o julgamento dos demais crimes militares.

No artigo 9°, do Decreto-Lei n° 1001, de 21 de outubro de 1969 - Código

Penal Militar apresenta-se o conceito de crimes militares em tempo de paz. Os

crimes constantes no inciso I correspondem às hipóteses de crimes próprios, e os

constantes no inciso II, as hipóteses de crimes impropriamente militares.

O crime de lesão corporal culposa encontra-se previsto no Código Penal

comum no artigo 129, § 6°, e no Código Penal Militar no artigo 209 e 210,

considerando o inciso II, do artigo 9°, do Código Penal Militar: “os crimes previstos

neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum”.

Observa-se que o crime de lesão corporal culposa praticado contra civil por policial

militar no exercício de suas funções trata-se de crime impropriamente militar.

O crime militar de lesão corporal culposa, por ser crime impropriamente

militar, será processado e julgado singularmente pelo juiz do juízo militar estadual,

cuja penalidade pode alcançar a pena de detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano.

No parágrafo §1°, in verbis, do artigo 210, do Código Penal Militar, pode-se

observar a hipótese de lesão corporal culposa por inobservância de regra técnica, o

dispositivo também contempla a hipótese de o agente deixar de prestar socorro

imediato à vítima. Estas circunstâncias permitem observar o dever de agir com

cautela e dentro das normas técnicas. O militar estadual, para o desempenho de

suar atividades, submete-se a processos de aprendizado, os quais envolvem o

condicionamento físico, técnicas de defesa pessoal, utilização de armamentos e

equipamentos. Encontra-se no âmbito da disciplina consciente, o dever de buscar o

desenvolvimento e aperfeiçoamento destes conhecimentos adquiridos, destarte,

durante a atividade, também se realizam instruções e treinamentos voltados a estes

propósitos. O policial militar mediano deve possuir o preparo suficiente e necessário

para o desempenho de suas atividades, deste modo, exige-se do policial militar deve

conhecimentos técnicos e científicos de sua atividade em níveis superiores, quando

comparados ao do cidadão comum, por este motivo, a inobservância de normas e

regras técnicas, que resultam em ofensa à integridade física de pessoas submetidas

a tutela do Estado apresentam-se como elementos que agravam a conduta policial

militar, ainda que na modalidade de culpa: “§ 1º A pena pode ser agravada se o

  

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crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o

agente deixa de prestar imediato socorro à vítima”.

De acordo com o Superior Tribunal Militar, exige-se do militar

comportamento adequado às circunstâncias, especialmente quando no desempenho

de atividades que envolvem o uso e manejo de armamento, pois o uso e manuseio

consignam-se na previsibilidade de riscos:

Ementa: EMENTA. APELAÇÃO. LESÃO CULPOSA. ART. 210 DO CPM. Militar, com o intuito de realizar brincadeira, faltando com o cuidado necessário ao manusear a arma dentro do posto da guarda do quartel, lesiona um colega de farda com tiro. Não há como se falar em falta de previsibilidade. O soldado, logo nos primeiros dias de aquartelamento, recebe instruções sobre o manuseio de armamento, sendo-lhe ministrados todos os procedimentos que devem ser seguidos no uso de armas, sempre se enfatizando sobre a impropriedade de utilizá-las em brincadeiras. Evidencia-se neste processo que o Apelante poderia ter evitado o acidente se tivesse tomado o cuidado necessário, quando do manuseio da pistola. A ordem jurídica impõe a obrigação de respeitar os bens jurídicos de terceiros, de ter cuidado ao efetuar ações perigosas, de agir com a prudência devida. Frente ao acervo probatório, restou comprovado que o militar realmente faltou com o dever de cuidado, enquanto manuseava arma dentro do posto da guarda, e, acreditando dar golpe de segurança, acabou por municiá-la, apontando-a na direção da vítima, ocasião em que ocorreu o disparo acidental que causou os ferimentos constantes do Laudo Pericial, vindo a praticar o crime de lesão corporal culposa. Comprovadas autoria e materialidade. Nega-se provimento ao Apelo. Decisão Unânime. (STM - APELAÇÃO AP 244720097090009 MS 0000024-47.2009.7.09.0009, Publicado no Diário Oficial da Justiça de 30 de setembro de 2011).

O § 2°, in verbis, do artigo 210, trata-se de causa de aumento de pena: “§ 2º

Se, em conseqüência de uma só ação ou omissão culposa, ocorrem lesões em

várias pessoas, a pena é aumentada de um sexto até metade”. Em relação ao

respectivo dispositivo o Supremo Tribunal Militar posicionou-se no seguinte sentido:

Ementa: APELAÇÃO. LESÃO CORPORAL CULPOSA (ART. 210, § 2º DO CPM ). . Primeiro Sargento que submete seis soldados, recrutas, a um "Corredor Polonês" formado por 67 (sessenta e sete) militares, como forma de punição por não estarem portando suas identidades militares, resultando em lesões corporais nos seis recrutas, incorre no crime tipificado no art. 210, § 2º do CPM. O acervo probatório dos autos comprova que o militar realmente submeteu os ofendidos ao "Corredor Polonês", dando causa aos ferimentos constantes do Laudo Pericial, mas os ferimentos foram levíssimos, devendo o crime ser desclassificado para infração disciplinar. Mantida a Sentença por seus próprios e jurídicos fundamentos. (STM – APELAÇÃO (FO) Apelação 50791 DF 2007.01.050791-4,Publicado no Diário Oficial da Justiça de 18 de fevereiro de 2009).

  

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De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, em relação ao

dispositivo em comento, o legislador, além de considerar os mesmos aspectos do §

1° e por ser a conduta mais grave, entendeu ser necessária uma pena mais severa,

deste modo, ainda que decorrente da inobservância de normas e procedimentos

técnicos, quando várias pessoas acabam lesionadas, a pena aumenta-se de um

sexto até a metade.

No Direito Penal Militar, o princípio da insignificância apresenta-se relativo,

ou seja, quando ausentes provas suficientes, permissivas de aferição de juízo de

culpa e sanção penal militar, podem estas ser legitimadas no âmbito da esfera

Administrativo Disciplinar:

Ementa. LESÃO CORPORAL LEVÍSSIMA. DESCLASSIFICAÇÃO. INFRAÇÃO DISCIPLINAR. Entrevero entre soldados de que resultam ofensas físicas recíprocas de natureza levíssima. Lesões corporais consistentes em "pequena escoriação no punho direito, edema de nariz, com pequeno sangramento", não constituem afronta à integridade corporal de modo a colocar em risco a saúde da vítima. Sentença absolutória de primeira instância, considerando o fato como infração disciplinar, confirmada integralmente. Recurso Ministerial improvido. Decisão unânime. (Superior Tribunal Militar. Apelação 50181 MG 2006.01.050181-9. Rel. Henrique Marini e Souza. Publicado no Diário Oficial de 5 de dezembro de 2006)

Nesta hipótese, entendeu o Superior Tribunal Militar que o fato não constitui

infração penal, tendo desclassificado a conduta como infração disciplinar,

alcançando apenas a esfera da Disciplina Militar. Pacífico o entendimento

jurisprudencial, de que na hipótese de lesão corporal levíssima, o bem jurídico

atingido alcança apenas a esfera da Disciplina Militar, pois o Direito Penal Militar

apresenta-se como norma subsidiária, destinada à proteção dos bens mais

importantes da Administração Militar, encontrando-se neste campo de proteção as

lesões corporais leves, graves e gravíssimas, conquanto às lesões corporais

levíssimas, o fato deve ser apurado no âmbito da Administração Militar.

Importante ser observada a seguinte decisão exarada pelo Tribunal de

Justiça do Distrito Federal, em relação ao concurso material entre crime militar de

lesões corporais leves e o crime de abuso de autoridade:

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL - CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA - ABUSO DE AUTORIDADE, LESÕES CORPORAIS LEVES E INJÚRIA REAL - CRIMES AUTÔNOMOS - POLICIAL MILITAR - COMPETÊNCIA - 1º JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DE CEILÂNDIA E AUDITORIA MILITAR. 1. OS CRIMES DE LESÕES CORPORAIS LEVES,

  

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INJÚRIA REAL E ABUSO DE AUTORIDADE SÃO AUTÔNOMOS, POIS TÊM OBJETOS JURÍDICOS DISTINTOS, APESAR DE TEREM SIDO COMETIDOS SIMULTANEAMENTE, EM TESE. 2. OS CRIMES DE LESÃO CORPORAL LEVE E O DE INJÚRIA REAL ESTÃO PREVISTOS NO CÓDIGO PENAL MILITAR (CPM 209 E 217) E, SENDO SUPOSTAMENTE COMETIDOS POR POLICIAL MILITAR, EM SERVIÇO, CONTRA CIVIL (CPM 9º II, C), A COMPETÊNCIA PARA SUA APRECIAÇÃO É DA JUSTIÇA MILITAR (SÚMULA 90/STJ). 3. O CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI Nº 4.898 /65, ARTS. 3º I E 4º A, B E H) SUPOSTAMENTE COMETIDO POR POLICIAL MILITAR, EM SERVIÇO, CONTRA CIVIL, DEVE SER JULGADO E PROCESSADO PELA JUSTIÇA COMUM, AINDA QUE PRATICADO NO MESMO CONTEXTO FÁTICO QUE OS CRIMES DE LESÃO CORPORAL LEVE E INJÚRIA REAL (SÚMULA 172/STJ). 4. A EXISTÊNCIA DE CONCURSO MATERIAL OU FORMAL SERÁ APRECIADA PELO JUIZ DA VEC. 5. JULGOU-SE IMPROCEDENTE O CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. (Tribunal de Justiça do Distrito Federal. CCP 72588020098070000 DF 0007258-80.2009.807.0000. Publicado no Diário da Justiça do Distrito Federal em 4 de dezembro de 2009)

Em relação à Lei 4898, de 4 de dezembro de 1965 - Crimes de abuso de

autoridade, Capez (2012, p. 60) argumenta que: “o crime somente admite a

modalidade dolosa, ou seja, a vontade de praticar o ato com a consciência de que

exorbita do seu poder”. Como os crimes de abuso de autoridade têm como elemento

subjetivo o dolo, os crimes de lesão corporal culposa, constantes no artigo 210, § 1°

e 2°, do Código Penal Militar, possuem incompatibilidade com a respectiva norma

enquanto cometidos em sua forma erudita ou pura, que sugere serem compatíveis

nas hipóteses de excesso doloso, admitindo-se, nesta circunstância, concurso

material entre crime militar de lesões corporais e o crime de abuso de autoridade,

onde este será julgado perante o juízo comum, e, aquele, perante o juízo militar.

  

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3 METODOLOGIA

A pesquisa foi desenvolvida utilizando-se os procedimentos e processos de

pesquisa regulados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, adotando-se o

processo lógico dedutivo. Trata-se de pesquisa qualitativa, onde foram abordados os

aspectos relacionados aos direitos e garantias fundamentais do cidadão, constantes

na Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de

1988, e sua relação com os demais dispositivos das normas de Direito Penal, Direito

Processual e Direito Penal Militar e Direito Processual Penal Militar.

O tema de pesquisa situa-se no campo da Responsabilidade – penal, civil e

administrativa – do policial militar por crime de lesões corporais culposas no

exercício de sua função.

Trata-se de pesquisa exploratória, original e qualitativa, alicerçando-se o

estudo em obras e documentos relacionados ao tema. A pesquisa qualitativa insere-

se na abordagem científica de dados qualitativos, utilizando-se das variáveis de

cunho exploratório.

O estudo parte da seguinte hipótese: “Mesmo no exercício da função, o

crime de lesão corporal culposa admite a responsabilização – penal, civil e

administrativa – do policial militar”. Considerando a respectiva hipótese, propôs-se o

seguinte questionamento: “À luz da Constituição de 1988 e dos demais dispositivos

normativos vigentes, a aplicação das respectivas sanções no campo administrativo,

civil e Penal, apresentam-se como um dever do Estado?”.

O objetivo geral da pesquisa tem por finalidade observar os aspectos

relacionados à natureza jurídica das sanções por responsabilidade – penal, civil e

administrativa – do policial militar pelo crime de lesões corporais culposas no

exercício da função. O objetivo específico da pesquisa consiste no estudo e

aprofundamento do tema relacionando-se a importância do exercício das atividades

de segurança pública no âmbito da eficiência e de suas finalidades, voltadas ao o

atendimento das necessidades da sociedade com respeito aos princípios gerais do

direito, e a proteção dos direitos e garantias dos cidadãos.

O processo lógico-dedutivo de pesquisa científica parte da observância dos

aspectos gerais para os específicos, tendo a pesquisa iniciado com o estudo dos

aspectos relacionados ao princípio da legalidade no âmbito do ato de polícia

  

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administrativa e consistentes na preservação da ordem pública, destarte,

diretamente relacionado à proteção dos direitos e garantias fundamentais da pessoa

humana. Ao final da pesquisa apresentam-se as características e peculiaridades da

responsabilidade – penal, civil e administrativa – do policial militar pelo crime culposo

lesões corporais no exercício da função.

3.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS

Os atos revestidos de poder de polícia de segurança pública vinculam-se ao

princípio da legalidade, por esta razão a aplicação das sanções apresentam-se

como um dever do Estado.

À luz da doutrina e da jurisprudência foram apresentados os aspectos da

responsabilidade do policial militar por crime de lesões corporais culposas, partindo-

se de uma interpretação constitucional, realizando-se uma abordagem sistemática

do princípio da legalidade. Na atualidade tem-se discutido a importância da adoção,

pela Administração Pública, de políticas públicas efetivas de segurança pública,

existindo críticos, doutrinadores, juristas, e administradores, o qual tem alimentado a

importância dos estudos com o objetivo de fortalecerem-se as instituições policiais

por meio de tecnologias menos ofensivas, bem como, a adoção de técnicas e

procedimentos de ensino no âmbito das ciências policiais, de qualquer modo, o uso

de recursos e meios mais adequados à atual conjuntura da sociedade e das

instituições policiais. Com este mesmo propósito, têm-se discutido a adoção de

procedimentos administrativos mais eficazes no controle da disciplina, reduzindo-se

os desvios de conduta e de finalidade da atividade policial.

Em síntese, o campo de delimitação deste estudo apresenta aspectos

relacionados à tríplice responsabilidade do policial militar pelo crime de lesões

corporais culposas no exercício da função, contudo, admite a necessidade de

aprofundamento do estudo, diante da complexidade do tema.

  

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4 CONCLUSÃO De acordo com Irineu Ozires Cunha (2004, p. 39), somente podem ser

aplicadas sanções disciplinares às condutas tipificadas como transgressões,

estando a Administração Militar sujeita ao princípio da legalidade.

Ozires Cunha (2004, p. 42-44), analisando o artigo 14, e seus dispositivos,

entende que, de acordo com o § 1°, no concurso entre transgressão disciplinar e

crime militar, aplicar-se-á somente a pena relativa ao crime militar, pois se considera

esta como uma ofensa mais grave ao dever militar, sendo absorvida a transgressão

disciplinar pelo crime militar; de acordo com o § 2°, as esferas penal, civil e

administrativa são independentes, podendo o militar ser responsabilizado nas três

esferas; o § 3° afasta a responsabilidade civil e administrativa por ocasião de

absolvição criminal, negando a existência do fato e a autoria do crime. Pode,

contudo, ser responsabilizado civil e administrativamente o militar nas hipóteses de

ausência de provas, pois um fato não considerado como crime militar poderá ser

constituir uma transgressão disciplinar ou um ilícito civil; no § 4°, ocorre hipótese de

concurso de crime e transgressão disciplinar da mesma natureza, aplicando-se

somente a pena relativa ao crime: “apenas no que se refere aos crimes militares”;

observando o § 5°, percebe-se a necessidade de a autoridade disciplinar

competente aguardar a decisão judicial para a avaliação da questão no âmbito

administrativo. Quando ocorre a descaracterização do crime para transgressão

disciplinar ou rejeitada a denúncia; o § 6° estabelece que o fato seja apreciado pela

autoridade disciplinar competente. Em sintonia com a perspectiva do non bis in

idem; o § 7°, impede que o militar seja punido duas vezes pelo mesmo fato; o § 8°,

estabelece que a apreciação de transgressão disciplinar cometida contra o

Comandante da Organização Militar, deverá ser levada à apreciação, perante a

autoridade a que estiver subordinado o ofendido; de acordo com o § 9°.

Consideram-se equivalentes, para efeito do Regulamento Disciplinar do Exército, a

expressão transgressão disciplinar e transgressão militar.

Por ocasião de sentença condenatória na esfera criminal, nas exceções de

negativa de autoria e de infração penal, os efeitos desta podem refletir na esfera

administrativa. Importa observar que em relação ao crime de lesões corporais

culposas, pelo fato de sua penalidade e natureza, não se subsume a hipótese de

  

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perda da função pública, admitindo, contudo, a imposição de sanção por residual

disciplinar a ser apurado mediante a instauração de processo disciplinar na esfera

administrativa, uma vez observados os aspectos e requisitos constantes no artigo

14°, do Decreto n° 4346, de 26 de agosto de 2002 - Regulamento Disciplinar do

Exército, os quais definem o conceito de transgressão disciplinar e a sua dimensão

de aplicabilidade.

  

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