cirurgia suinos 2010-2011
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Cirurgia em Suínos
•Cesariana
•Castração
•Herniorrafia
•Prolapso uterino
Cesariana na porca
Indicações
DISTOCIAS •Raras em suínos ( <1%)
•Existe distocia se :
•Expulsão do 1º leitão não ocorre até 2 horas do inicio do trabalho de parto
•O intervalo entre cada leitão expulso é superior a 1 hora
•Gestação prolongada ( >116 dias)
Cesariana na porca
Indicações:1. Inércia uterina: ambientes muito quentes, Hipocalcémia ( eclampsia)
2. Excesso de tecido adiposo no canal obstétrico: condição corporal excessiva
3. Desproporção feto- maternal:
1. Porcas muito pequenas e imaturas : inseminadas muito precocemente
2. Fetos enfisematosos ( choque endotoxico) : devido á Hipotensão e à Toxémia o parto não se desenrola facilmente, o proprietário por vezes só se apercebe 24-48 horas após inicio do parto, confundindo a situação com MMA
Cesariana na porcaIndicações:
4. Monstros fetais
5. Má conformação do canal obstétrico devido a fracturas ou fibrose de partos anteriores
6. Má dilatação ou lacerações no canal obstétrico devido a manipulações incorrectas : a inflamação subsequente , diminui o diâmetro do canal obstétrico
7. Produção de leitões livres de patogenios específicos
Cesariana na porca
Alguns exemplos de distocia:
Obstrução do canal obstétrico por distensão da bexiga
Cesariana na porca
Posição incorrecta dos fetos
Cesariana na porca
Prognostico:1. BOM :
Cirurgia com êxito, sobrevivência da porca e dos leitões quando realizada no inicio de trabalho de parto ( 6 –12 H).
2.RESERVADO:
Cirurgia realizada há mais de 12h do inicio de trabalho de parto:
Paciente fatigado, com lacerações no canal obstétrico devido a manipulações incorrectas
Fetos já enfisematosos Porcas em choque Endotóxico com elevado risco cirúrgico e anestésico
Cesariana na porca
PLANEAMENTO CIRURGICO:
1. Sedação/ analgesia
2. Posicionar o paciente
3. Preparação do campo cirúrgico
4. Preparação do cirurgião
5. Procedimentos cirúrgicos
6. Planeamento pós-operatorio
Cesariana na porca
1. PROTOCOLO ANESTESICO ACONSELHADO:
Considerações gerais:
Não é aconselhável uma anestesia profunda ( Animais em choque)
Não é aconselhável uma anestesia que provoque depressão cardio-respiratória dos fetos
É desejável que a porca tenha capacidade de alimentar os seus filhotes logo após a Cirurgia ( anestesia de média duração)
Aplicação do anestésico deve ser possível sem recorrer a manipulações traumáticas
Protocolos anestésicos aconselhados
Anestesia SistAnestesia Sistéémica:mica:
•Atropina ( 0,04 –0,09 mg/kg) IM
•Xilazina(2mg /Kg) + Ketamina (20mg / Kg) IM mma seringa
Ou
•Azaperona( Stressnil) – sedação e analgesia (1 – 2mg/Kg : 0,5 a 1 ml/ Kg)IM
+ Ketamina (20mg / Kg)IV
Ou
•Ketamina (20 mg/Kg) + Acepromazina (1.1mg/kg) IM mmaseringa
Protocolos anestésicos aconselhados
Epidural lombosagradaEpidural lombosagrada
10 –20 ml lidocaína a 2% ( porca de 120 a 160 Kg)
Anestesia local:Anestesia local:
É aconselhada em porcas com choque endotoxico
Deve ser combinada com analgesia
Lidocaína a 2%
Fluidoterapia ?Em porcas em choque é aconselhável a cateterização de uma veia periférica ( Auricular )
Vantagens:
•Manter uma via aberta – repor dose anestésica
•Combater o choque
•Administração de outros fármacos – analgésicos, antibiótico, cálcio...
Cesariana na porca
Cesariana na porca
POSICIONAR O PACIENTE:
Posicionar o paciente em decúbito lateral ( Esq. Ou Dto.), ou dorsal dependendo do acesso cirúrgico utilizado
Com auxilio de cordas nos membros ( imobilização física), local asseado, sem poeiras, boa iluminação.
Acessos cirúrgicos de Cesariana:
A. Decúbito lateral:
1. Incisão Vertical na fossa paralombar direita ou esquerda
2. Incisão Horizontal na região paralombar
1. Incisão de Wright
2. Incisão de Walker
B. Decúbito dorsal:
1. Incisão na linha média ventral
Acessos cirúrgicos de Cesariana:
Incisão Vertical:Incisão Vertical:
Fossa paralombar esquerda ou direita
Acessos cirúrgicos de Cesariana:
Incisão Horizontal de Incisão Horizontal de WrightWright::
Região paralombar esquerda ou direita
7 – 8 cm paralelamente á cadeia mamaria
Acessos cirúrgicos de Cesariana:
Incisão Horizontal de Incisão Horizontal de WalkerWalker::
Região paralombar
6- 7 cm acima da incisão de Wright
Permite diminuir a tensão da glândula mamaria sobre a linha de incisão
Acessos cirúrgicos de Cesariana:
Incisão na linha mIncisão na linha méédia ventraldia ventral::
Bom acesso aos dois cornos uterinos e região vaginal
Incisão estende-se desde a região do púbis até ao umbigo
Proporciona menor lesão dos tecidos, sangramento é mínimo
Dificuldade reside em manter a posição de decúbito dorsal
Cesariana na porca
Preparação do campo cirúrgico:1. Lavagem com água morna e Solução antisséptica em espuma
2. Tricotomia – remoção das cerdas
3. Antissépsia com povidona iodada intercalada com álcool etílico a 70º - Durante 3-5 min.
4. Ultima passagem com povidona iodada
Cesariana na porca
5. Aplicação da anestesia local de bloqueio linear ou L invertido
6. Nova aplicação de anti séptico
7. Aplicação de panos de campo
8. Preparação do cirurgião :
com luvas a cobrir a totalidade dos braços ( Ex: Luvas obstétricas e por cima luvas látex esterilizadas)
Técnica cirúrgica com incisão vertical:
Incisão vertical com cerca de 20 cm na fossa paralombar, distando 6-8 cm dos processos transversos das vértebras, na zona média entre a ultima costela e a coxa
INCISÃOINCISÃO
• Incisão da pele
• Incisão do tecido adiposo
• Incisão dos músculos abdominais
• Incisão do tecido adiposo sub-peritoneal
• Incisão do peritoneu
EXPLORAEXPLORAÇÇÃO CAVIDADE ABDOMINALÃO CAVIDADE ABDOMINAL
• Identificação da bifurcação uterina
• Verificar a existência de lacerações uterinas
• Verificar a existência de fetos extra-uterinos
• Verificar a existência de um feto aprisionado no corpo do útero
EXTERIORIZAR O CORNO UTERINO:EXTERIORIZAR O CORNO UTERINO:
Após localizar a bifurcação uterina, exteriorizar apenas uma parte do corno uterino , o mais próximo possível àbifurcação e evitar retirar todo o útero :
CHOQUE
Maior risco de contaminação
Difícil manipulação de todo o útero
Incisão do Incisão do úútero:tero:
1. Incisão de 15-20 cm longitudinal através da parede do útero o mais próximo possível da bifurcação uterina
2. Exteriorizar os leitões por uma única incisão se possível (diminui tempo de cirurgia)
3. Retirar a placenta se esta se encontrar solta
4. Medicação intra uterina ( Antibiótico)
Sutura do Sutura do ÚÚtero:tero:
1. Fio absorvível:
• Catgut 1 – 2 USP
• Poliglactyn 910 (Vicryl) 1 – 2 USP
• Polidioxanona( PDS) Ploigliconato(Maxon) –monofilamentar 1 – 2 USP
2. Com agulha atraumática
3. Sutura continua invertida:
Cushing; Lembert
Utrecht
4. Sutura dupla em caso de risco de infecção
Sutura da parede abdominal:Sutura da parede abdominal:
1. Musculo e camada subcutânea, são fechados num só plano
2. Sutura continua simples; Catgut crómico 1- 2 USP ou material sintético absorvivel
Sutura da pele:Sutura da pele:
1. Supramid ou Caprolactam nº 2- 3 USP
2. Padrão de sutura:
Ancorada ou de Ford
Sutura simples contínua
pós-operatório1. Local seco e limpo
pós-operatório
Fármacos:1. Antibiótico largo espectro de acção:
• Penicilina + estreptomicina , SID ou BID , 5-8 dias
2. Ocitocina
• 20-30 UI, BID, 4 dias
3. Aplicação anti -séptico sobre a sutura diariamente
4. Remoção da sutura passados 10 a 14 dias
Castração de suínos
Castração de suínosIndicaIndicaçções:ões:1. Melhorar o maneio do bando
2. Melhorar a qualidade da carcaça
3. Promover o aumento rápido de peso
4. Deve ser realizada na primeiras 3 semanas de vida
5. Também pode ser feita em varrascos após a sua utilização como reprodutores
Planeamento pré-operatório: Castração de leitões
•Ninhada em perfeito estado de saúde
•Local de castração limpo, sem poeiras
•Evitar dias de calor excessivo
Castração de leitões: (até 3 semanas de idade)
1. Não é obrigatório a aplicação de anestesia
2. Imobilização física
3. Exame e palpação para existência de Hérnias
4. Direccionar os testículos cranialmente
5. Incisão longitudinal em cima de cada testículo
6. Não suturar no final
CASTRAÇÃO LEITÕES
Castração de varrascos:I. Requer sedaRequer sedaçção / anestesia intra testicular:ão / anestesia intra testicular:
•Pentobarbital sódico (5-6gr), intratesticular
O varrasco entra no plano anestesio em 5 a 10 min., efectuando-se a recuperação anestésica em 15 – 20 min.
Castração deve ser rápida ( perigo de overdose)
Incisão ventral em cada testículo
Por tracção exteriorizar todo o testículo com as túnicas intactas
Aplicar emasculador o mais próximo possível á região inguinal, apertando todo o cordão espermático, deixando durante 4 minutos.
Castração de varrascos:II.II. SedaSedaçção (ão (azaperonaazaperona) e anestesia intra testicular com ) e anestesia intra testicular com
lidocaina 2% ( 5 lidocaina 2% ( 5 –– 10 ml):10 ml):
Castração de varrascos:II.II. SedaSedaçção (ão (azaperonaazaperona) e anestesia intra testicular com ) e anestesia intra testicular com
lidocaina 2% ( 5 lidocaina 2% ( 5 –– 10 ml):10 ml):
Varrasco posicionado em decúbito lateral
Incisão ventral no escroto, ou na rafe média do escroto ( retirar septo médio)
Exteriorizar o testículo fazendo tracção sobre cordão espermático
Cortar a túnica vaginal
Adicionar lidocaina no cremaster se houver demasiada retracção
Colocação de emasculador / ligadura de transfixação( catgut cromico 3-4 USP)
Varrasco posicionado em decúbito lateral
Mesmo com Sedação é necessário imobilização física
Preparação asséptica do escroto, lavagem, tricotomia e assépsia
Aplicação de anestésico local (Lidocaina) no escroto ou na rafe média do escroto mediante o acesso cirúrgico utilizado.
Aplicação de anestésico intratesticular ( Lidocaina) cerca de 5 a 10 ml em cada testiculo.
Incisão ventral no escroto, ou na rafe média do escroto
Retirar ou desbridar o septo médio até encontrar a túnica vaginal
Acesso pela rafe mediana do escroto
Incisão ventral do escroto em cada testiculo
Exteriorizar o testículo fazendo tracção sobre cordão espermático
Cortar a túnica vaginal
Adicionar lidocaina no cremaster se houver demasiada retracção
Colocação de emasculador / ligadura de transfixação(catgut cromico 3-4 USP)
Emasculador:
deve permanecer durante 4 minutos
Ligadura de transfixação:
Colocar uma pinça hemostática e fazer a ligadura de transfixação abaixo da pinça, cortar o testículo acima da pinça
Retirar um emasculador de cada vez e lentamente de forma a garantir que foi feita uma boa hemostase e não existe hemorragia.
Não se efectua sutura do escroto, para permitir drenagem de exsudados inflamatórios, colocar antibioticolocal.
Procedimento pós-cirúrgico:
Local limpo e seco
Antibiótico sistémico:
Penicilina+ estreptomicina, SID, 5 Dias
Antibiótico Local ( Spray) BID
Duches de água Fria se existir muita inflamação
Herniorrafia em leitões:
Herniorrafia em leitões:•As Herniorrafias podem ser percebidas na altura da castração podendo esta ser realizada de forma particular:
•Incisão de 7 cm sobre a pele, tecidos sub-cutâneos acima do anel inguinal externo
•Testículo e cordão espermático são isolados por dissecção romba
•Aplica-se torção puxando-os do escroto
•Não seccionar a túnica vaginal
•Reduzir a hérnia com auxilio dos dedos
•Ligadura de transfixação é aplicada sobre o cordão espermático( catgut cromico nº1-2)
•Sutura da pele com material não absorvível
Herniorrafia inguinal em leitões
Prolapso uterino:
Prolapso uterino:Causas:1. Atonia uterina
2. Partos distocicos
3. Lesões no canal obstétrico
4. Mau estado de nutrição
5. Predisposição hereditária
Prolapso uterino:
Prognostico:
Muito Reservado!
Na grande maioria dos casos a morte ocorre devido a choque hipovolémico ( hemorragia e congestão do órgão)
Procedimentos cirúrgicos:
•Fluidoterapia ( veia marginal da orelha):
Soro fisiologico isotonico ou Lactato de Ringer
Permite combater o choque hipovolémico,
Permite administração do anestésico ( Ketamina)
Permite manter uma via aberta para medicação de urgência
Procedimentos cirúrgicos:
•Anestesia :
•Atropina + Ketamina ( Dose baixa)
•Evitar a Azaperona ( Bradicardia, agrava a hipotensão, agrava o choque)
Procedimentos cirúrgicos:
•Imobilização física da paciente:•Para evitar escoriações suplementares no útero
•Para permitir, sob uma anestesia pouco profunda, efectuar a redução do prolapso
•Decúbito lateral ou ventral com o terço posterior elevado
•Limpeza do útero•Com água fria ( vasoconstrição) com antisséptico diluído
•Retirar todos os detritos, identificar lacerações e corrigi-las
Procedimentos cirúrgicos:
•Técnica cirúrgica de redução:•Incisão no corpo do útero prolapsadocom cerca de 15 cm de comprimento ( o suficiente para colocar uma mão)
•Redução manual, iniciando-se pela ponta dos cornos uterinos, dirigindo-os até á incisão do corpo uterino, através da qual se colocam dentro da cavidade abdominal os cornos uterinos
Procedimentos cirúrgicos:
•Técnica cirúrgica de redução:•Colocar Antibiótico intra-abdominal
•Sutura da incisão com material absorvível nº 2-3 USP
•Reduzir o corpo do útero e a vagina
•Sutura de contenção da vulva
Procedimentos pós-cirúrgicos:
•Antibioticoterapia sistémica
•Beta-lactamico, BID, 7 dias
•Ocitocina
•20-30 UI, BID, 4 dias
FIM: