cinesioterapia

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1. DEFINIÇÃO Cinesioterapia é uma palavra de etimologia grega, que vem da junção das palavras gregas kinêsia (movimento) e thérapéia (terapia), sendo portanto definida como a terapia do movimento. A cinesioterapia é uma modalidade terapêutica que visa a restauração de tecidos através de recursos manuais, exercícios ou auxiliaries, enfim, todas as técnicas do movimento, que pode ser aplicada de maneira generalista ou específica. Baseia-se nos conhecimentos de anatomia, fisiologia e biomecânica, com a finalidade de proporcionar ao paciente um trabalho de prevenção, cura e tratamento eficazes. A cinesioterapia pode ser realizada por meio de: 1. Movimentos passivos: são realizados sem contração muscular da area mobilizada. Um força externa é responsável por mover o segmento. 2. Movimentos ativo-assistidos: tipo de amplitude de movimento ativa, na qual a assistência é feita por uma força externa, manual ou mecânica. O Indivíduo realiza uma parte do movimento e é assitido no restante. 3. Movimentos ativos livres: movimento dentro da amplitude de movimento livre para um segmento, que é produzido por uma contração ativa dos músculos que cruzam aquela articulação. É necessário que o indivíduo tenha força suficiente para vencer a força da gravidade. 3

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Fundamentos básicos dos exercícios cinesioterapêuticos.

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Definio

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1. DEFINIOCinesioterapia uma palavra de etimologia grega, que vem da juno das palavras gregas kinsia (movimento) e thrapia (terapia), sendo portanto definida como a terapia do movimento. A cinesioterapia uma modalidade teraputica que visa a restaurao de tecidos atravs de recursos manuais, exerccios ou auxiliaries, enfim, todas as tcnicas do movimento, que pode ser aplicada de maneira generalista ou especfica.Baseia-se nos conhecimentos de anatomia, fisiologia e biomecnica, com a finalidade de proporcionar ao paciente um trabalho de preveno, cura e tratamento eficazes.A cinesioterapia pode ser realizada por meio de:

1. Movimentos passivos: so realizados sem contrao muscular da area mobilizada. Um fora externa responsvel por mover o segmento.2. Movimentos ativo-assistidos: tipo de amplitude de movimento ativa, na qual a assistncia feita por uma fora externa, manual ou mecnica. O Indivduo realiza uma parte do movimento e assitido no restante. 3. Movimentos ativos livres: movimento dentro da amplitude de movimento livre para um segmento, que produzido por uma contrao ativa dos msculos que cruzam aquela articulao. necessrio que o indivduo tenha fora suficiente para vencer a fora da gravidade.4. Movimento resistidos: uma forma de movimento na qual uma contrao muscular mecnica ou esttica resistida por uma fora externa. A fora externa pode ser aplicada manualmente ou mecanicamente.Antes de iniciar a sesso e ou mesmo traar o plano de tratamento fundamental a realizao de uma anamnese e exame fsico criteriosos. 2. DADOS HISTRICOSEntre 4000 a.C. a 395 d.C., o movimento j era utilizado pelos sacerdotes para tratar disfunes estabelecidas e instaladas. Os primeiros estudos a respeito da cinesioterapia, datam da Grcia e Roma antigas, pois nessas culturas o a beleza corporal era altamente valorizada. Na Idade Mdia os estudos que envolviam o estudo do corpo e de tcnicas da rea de sade foram colocados em segundo plano, pois a Igreja Catlica era instituio dominante na poca, portanto, o corpo tinha menos importncia quando comparado ao culto ao esprito. No final da Idade Mdia incio do Renascimento, houve uma completa inverso de valores e a beleza do corpo voltou a ser valorizada. Nessa poca, Don Francisco e Ondeano Amors (1779-1849) dividiram a ginstica em quatro pontos, sendo o terceiro ponto a cinesioterapia, que tinha a finalidade de manuteno de uma sade forte, tratamento de enfermidades, reeducao de convalescentes e correo de deformidades.Em 1847, Auguste Georgii, definiu cinesioterapia como o tratamento das doenas atravs do movimento, sendo a cinesioterapia ativa, portanto, a parte da fisioterapia que utiliza o movimento provocado pela atividade muscular do paciente com uma finalidade precisamente teraputica. Uma viso limitada e restrita dessa modalidade teraputica.

O advento da I Guerra Mundial, trouxe grandes avanos nessa rea, pois uma parte bastante considervel da populao europia encontrava-se incapacitada para trabalhar aps o fim da guerra, inclusive na reconstruo no continente, isso favoreceu o desenvolvimento da cinesioterapia para reabilitao desses indivduos. Recentemente, um novo conceito foi proposto para o que seria cinesioterapia por Boris Dolto. A definio dada por ele foi a seguinte:A cinesioterapia no um tratamento atravs do movimento, mas o tratamento do movimento. Ampliando assim, a noo do que a cinesioterapia e do que ela inclui. 3. EXERCCIOS PARA GANHO DE ADMExerccios para ganho de ADM envolvem todas as estruturas (msculos, superfcies articulares, tendes, cpsulas, ligamentos, fscias, vasos e nervos) do segmento que est sendo movimentado. Os exerccios de ADM podem ser descritos em termos de amplitude articular, onde so usados termos como flexo, extenso, etc e amplitude muscular que est relacionada com excurso functional dos msculos.

Podem ser realizados para ganho ou manuteno de ADM.

Podem ser: passivos, ativo-assistidos ou ativos livres (quando o paciente possui fora suficiente para vencer a gravidade). Equipamentos como bastes, faixa elstica, polias, entre outros, podem ser utilizados para auxiliar os exerccios. Ajudam o indivduo a voltar a realizar atividades de vida diria que no mais conseguia restaurando a ADM necessria para a realizao das atividades. Exemplos de exerccios para ganho de ADM:

Exerccio para ganho de ADM de flexo e extenso de ombro: indivduo em p, segurando um basto com as mos separadas na altura dos ombros e orientado a realizar flexo de ombro e retornar para a posio inicial (extenso), ele ir repetir esse procedimento durante um nmero determinado de vezes. Exerccio para ganho de ADM passiva de rotao da coluna cervical cervical: paciente em decbito dorsal, com a cervical neutral, cabea e pescoo para fora da maca, terapeuta vai rodar a cabea do paciente para o lado onde existe o deficit ou bilateralmente. Tnicas de energia muscular, mobilizaes passivas, exerccos de Codman, podem ser aplicados com o intuto de ganhar ADM.

importante salientar que nem sempre a ADM de movimento que o paciente possuia anteriormente a leso vai ser restaurada, portanto, o fundamental alcanar um nvel timo. Sempre deve ser respeitada a dor do paciente como um fator limitante.

4. EXERCCIOS PARA GANHO DE FORAA fora muscular se refere a capacidade do tecido contrtil de produzir tenso, gerando uma fora resultante e pode ser definida como a maior fora mensurvel que pode ser exercida por um msculo ou grupo muscular para vencer uma resistncia durante um esforo mximo nico. Quando a fora muscular encontra-se diminuda a pessoa tem grandes perdas funcionais, pois torna-se incapaz de realizar parte de suas atividades de vida diria ou ento de realiz-las da mesma forma com realizava anteriormente.

O ganho de fora muscular obtido atravs de exerccios de fortalecimento (treinamento de fora) e um componente fundamental no apenas de programas de reabilitao, mas como, tambm de condicionamento. Caracteriza-se como um procedimento sistemtico de um msculo ou grupo muscular de levantar, abaixar ou controlar resistncias impostas durante um nmero especfico de repeties ou por um curto perodo de tempo. Gera adaptaes neurais e aumento no tamanho das fibras do msculo levando ao aumento da fora muscular. A resistncia imposta ao movimento pode ser manual ou mecnica Para ganho de fora os exerccios devem ser realizados com mais carga e menos repeties e aqueles em cadeia cintica aberta trazem maiores ganhos nesse mbito. Exemplos de exerccios para ganho de fora:

Exerccio para ganho de fora de extenso de joelho e flexo plantar: paciente deitado com joelho fletido e tornozelo neutron. Terapeuta apoia com o brao na fossa popltea do joelho fletido e com a outra mo aplica resistncia na regio plantar do p do indivduo e pede para que ele realize extenso de joelho e flexo plantar. O terapeuta deve resistir durante o movimento descrito. Nesse caso, a resistncia aplicada manual. Exerccio para ganho fora de abduo e aduo do ombro: paciente em p segurando um peso na mo do lado lesado instrudo a abrir (abduo) e fechar (aduo) o brao. Equipamentos como peso, faixa elstica e aparelhos de mecanoterapia, etc, podem ser usados como resistncia.5. EXERCCIOS PARA GANHO DE POTNCIAA potncia est diretamente relacionada com fora e velocidade do movimento e pode ser caracterizada como trabalho (fora x velocidade) realizado pelo msculo por unidade de tempo (fora x distncia / tempo). A potncia influenciada pela velocidade de contrao do msculo e a relao entre fora e trabalho. Pode ser expressa por um nico disparo de atividade de alta intensidade ou por vrios disparos repetidos de atividades muscular menos intensa. Pode ser diferenciada em dois aspectos: potncia aerbica e anaerbica. O restabelecimento da potncia fundamental dentro de um programa de reabilitao, pois uma parte considervel das atividades que so realizadas no dia a dia envolvem fora e velocidade, portanto, potncia, entretanto, para desenvolv-la necessrio possuir fora muscular. O incremento da potncia acontece quando o trabalho realizado pelo msculo em um tempo especfico aumentado, ou reduzindo-se a quantidade de tempo necessrio para produzir uma determinada fora, sendo que, quanto maior a intensidade do exerccio e menor o perodo de tempo levado para gerar fora, maior a potncia muscular. Exerccios que englobam sequncias de alongamento-encurtamento como os pliomtricos so indicados para ganho de potncia, pois permitem variao de velocidade. Exemplos de exerccios para ganho de potncia:

Exerccios pliomtricos como:1. Saltos bilaterias: baixa intensidade e impacto2. Saltos no lugar: os MMII aterrisam no mesmo lugar onde saltaram3. Saltos com mudana de direo: os MMII aterrisam em ponto diferente de onde saltaram 4. Saltos em profundidade: so feitos com a caixa de salto e exigem maiores qualidades reativas e exploso muscular

5. Para MMSS pode-se usar equipamentos como a medicine ball para realizao de exerccios de arremesso e alguns tipos de abdominais; elsticos e push ups na parede ou no solo.

6. EXERCCIOS PARA GANHO DE FLEXIBILIDADEA flexibilidade a capacidade de mover uma nica articulao ou uma srie de articulaes de maneira suave e confortvel por meio de ADM irrestrita e sem presena de dor. A flexibilidade determinada pelo comprimento do msculo juntamente com a integridade articular e a extensibilidade dos tecidos moles periarticulares.

Pode ser de dois tipos: dinmica, refere-se ADM ativa de uma articulao; e passiva, diz respeito ao grau que uma articulao pode ser movida passivamente por meio da ADM disponvel. A flexibilidade passiva um pr-requisito para a flexibilidade dinmica, mas a existncia da primeiro, no garante a da segunda. A flexibilidade aumenta a eficincia mecnica dos movimentos e sem ela, muitas das AVD`s ficariam limitadas.

O ganho de flexibilidade est intimamente relacionado com os alongamentos, pois eles so capazes de aumentar o grau de flexibilidade dos msculos e outras estruturas envolvidas.

O alongamento est fortemente relacionada com a respirao, pois respiraes profundas aumento o grau de relaxamento muscular; responsvel por dar ritmo ao alongamento que deve ser realizado durante a fase expiratria do clico respiratrio. Os limites de cada indivduo devem ser respeitados e os alongamentos devem ser realizados com frequncia, no apenas para ganho de flexibilidade, mas como tambm para manuteno. Outro aspecto importante pelo qual o alongamento deve ser mantido, indica-se no mnimo trinta segundos para que se obtenha o efeito desejado. Igualmente importante estar atento para o alinhamento e manuteno da postura corretos e explicar ao paciente a importncia desses fatores.O alongamento pode ser manual, mecnico, auto-alongamento, passivo (realizado por outra pessoa, como por exemplo o terapeuta), assitido ou ativo.

Exemplos de exerccios para ganho de flexibilidade:

Alongamento:

1. Alongamento ativo de reto femoral (quadriceps): indivduo em p, com joelho fletido, regio do calcanhar encostando ou prxima ao glteo, mo segurando na regio do dorso do p. A pelve e o quadril devem ser mantidos em posio neutra, os dois joelhos devem estar alinhados, assim, como a coluna. Deve realizar o alongamento durante a expirao. 2. Alongamento passivo de flexores do ombro: paciente em decbito ventral, o terapeuta vai segurar a face posterior distal do mero, logo acima do cotovelo e estabilizar a escpula, em seguida ele vai pedir ao paciente um que ele inspire e expire lento e profundamente e no momento da expirao ele ir mover o brao do indivduo realizando uma extenso de ombro e a posio deve ser mantido pelo mnimo de 30 segundos. 3. Alongamento dos msculos posteriores de tronco: indivduo em p, vai se inclinar para frente at que o seu tronco e pelve formem um ngulo de 90 graus, em seguida ele vai inspirar e expirar de forma lenta e profundas e durante a expirao, ele vai descer o tronco como se fosse encostar as mos no cho. 7. REFERNCIAS

1. http://corporalidade.gehspace.com/tag/cinesioterapia/2. http://www.cinesioterapia.com/3. http://www.fisioculturismo.hpg.com.br/38.htm

4. Rossi, L. P; Brandalize, M. Pliometria aplicada reabilitao de atletas. Revista Salus, Guarapuava, PR, v. 13, n. 1, p. 77-88, 20075. Kisner, C.; Colby, L. A.. Exerccios Teraputicos: Fundamentos e Tcnicas. Quarta edio. Trad. sob a direo de Lilia Breternitz Ribeiro. Barueri, Sp: Editora Manole, 2005. 841 p. SUMRIO1. Definio 03

2. Dados Histricos 04

3. Exerccios para ganho de ADM 05

4. Exerccios para ganho de fora 06

5. Exerccios para ganho de potncia 07

6. Exerccios para ganho de flexibilidade 08

7. Referncias 10