Ciclovias

• Todos concordamos que a cidade está cada dia mais caótica e é necessário sim investir em alternativas de transporte, como o caso das ciclovias.

• A meta da administração municipal é instalar 400 km de via até 2016. Uma ótima notícia!

• O problema é que para cumprir uma meta eleitoral e recuperar parte da popularidade perdida, elas estão sendo implantadas sem planejamento, comunicado ou consulta prévia dos moradores.

• Problema este enfrentado pelos moradores da rua Fernandes Moreira, da Chácara Santo Antônio, como explicarei a seguir.

Ciclovia da rua Fernandes Moreira,

Chácara Santo Antônio

* Implantada pela prefeitura sem que a população fosse consultada ou comunicada;

* Rua estreita, sem acesso direto a parques, praças, escolas ou estações de trem, conforme estabelece o projeto municipal;

* Coloca em risco a vida dos pedestres e ciclistas;

* Tem prejudicado principalmente os idosos que, agora, passam a ter mais dificuldades em entrar e sair de suas casas ou localizar vagas próximas para os automóveis;

* O comércio local também foi prejudicado.

A via agora tem ciclovia, mas não tem calçada

Todas essas questões foram abordadas pelos moradores da região em reunião com representantes da CET e da subprefeitura de Santo Amaro. Alguns pontos principais:

Não houve consulta ou comunicado prévio aos moradores e a atual administração tem como premissa o governo participativo. No plano de metas para instalação do projeto cicloviário, divulgado no site da CET em junho deste ano, não havia informações sobre as ruas da Chácara Santo Antônio que receberiam o projeto. A ciclovia da Rua Fernandes Moreira foi instalada na segunda quinzena de julho (um mês após a divulgação do plano de metas municipal) e a Companhia não se deu ao trabalho de informar com antecedência sobre a alteração.

O que diz a CET: A consulta prévia foi inviável em função das necessidades de cumprir o plano de metas e definir rapidamente o percurso.

 

Consulta

A Ciclovia da Rua Fernandes Moreira está em desacordo com o projeto/traçado original e mapa das ciclorrotas divulgados pela CET. (Essa via não fazia parte da ciclorrota - por ser rua estreita, sem acesso à estações de trem/metro/ônibus, parque, comercio ou avenidas, além de ser a única que não cruza as avenidas Santo Amaro, Adolfo Pinheiro e Ver. José Diniz em direção ao Alto da Boa Vista) e, mesmo assim, recebeu a ciclovia permanente). O que diz a CET: As ruas paralelas – mais largas e adequadas para abrigar a ciclovia – são rotas de ônibus e a CET considerou mais viável alterar o traçado da ciclovia, transferido o percurso para a Rua Fernandes Moreira, a ter que alterar os itinerários dos coletivos para ruas próximas e instalar a ciclovia em local seguro. 

Alteração do projeto

A Rua Fernandes Moreira, em função da alteração no trajeto da ciclovia, foi asfaltada. A cobertura dos paralelepípedos, além de tornar o projeto mais caro, dificultou a absorção de água das chuvas e elevou o piso do leito para as sarjetas. O recapeamento da via aumentou o risco de alagamento na faixa destinada aos ciclistas e nas residências localizadas na parte baixa da rua. Ao longo desta via não há galerias pluviais, nem bocas de lobo (bueiros) suficientes para absorver a água que desce do Alto da Boa Vista e do alto da Chácara Santo Antônio. O que diz a CET: A questão não foi esclarecida pela Cia. Quanto à instalação de bueiros para escoamento da água, a subprefeitura considera inviável em razão do alto custo da obra.

Alagamento

A Prefeitura (CET) desviou a rota da ciclovia na Rua Fernandes Moreira (altura dos 664/599). Neste trecho, localizado na esquina da Rua Bento Barbosa, a pista de ciclismo passa do lado par para o lado impar da via, faz um “S” e coloca em risco a segurança dos ciclistas. O que diz a CET: Quando a ciclovia foi instalada existiam obstáculos no meio fio e, por esse motivo, a Companhia considerou mais “fácil” alterar a rota e transferir a ciclovia para o lado direito da rua (sentido Av.Santo Amaro). Quanto ao fator “segurança”, a questão não foi respondida pelos técnicos. 

Desvio

A Rua Fernandes Moreira possui apenas uma faixa carroçável o que coloca em risco a segurança dos próprios ciclistas apesar da sinalização, pois veículos de grande porte ao adentrarem à via passam sobre a ciclovia (principalmente na área de desvio, na esquina com a Rua Bento Barbosa). O que diz a CET: A questão não foi esclarecida pela Cia. Apenas disseram que a rua é suficientemente larga para comportar a ciclovia, um veículo estacionado do lado oposto e ainda sobra espaço até mesmo para o tráfego de um caminhão como por exemplo o de coleta lixo.

Rua estreita

A alteração da rota cicloviária, com a inclusão da Rua Fernandes Moreira, prolongou o trajeto original que tinha como proposta ligar o Alto da Boa Vista passando próximo às futuras estações do METRÔ à Estação Granja Julieta da CPTM e o Parque Severo Gomes – e estabeleceu desvios nos extremos desta via: na esquina da Rua José Vicente Cavalheiro (lado Marginal Pinheiros) e na Rua Francisco de Moraes (lado da Av. Santo Amaro) para dar acesso à Rua Alexandre Dumas. O asfaltamento da via e os problemas ocasionados pela pavimentação (falta de absorção da água da chuva e necessidade de instalação de bueiros para escoamento da água) são fatores que elevam o valor do projeto original.

O que diz a CET: A questão não foi esclarecida pela Cia.

Valor da obra

O objetivo desta discussão não é acabar com as ciclovias, mas propor que a Prefeitura reveja o projeto; faça um planejamento adequado e debata com a população os critérios de instalação e definição dos trajetos para que erros iguais aos cometidos na Rua Fernandes Moreira não se repitam em outros pontos da cidade e não coloquem em risco a segurança de moradores, comerciantes, ciclistas e pedestres.