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Afalta de luminosi-dade nas lavourasde soja do Pa- ranápode prejudicar o

rendimento da cultura nestatemporada. O estado quetem o plantio da oleaginosamais adiantado no país, vemsofrendo com a falta de solem algumas regiões.

Técnicos explicam que asprimeiras sojas plantadas nofinal de setembro e começode outubro estão iniciando oflorescimento, mas está fal-tando sol. Em novembro,choveu por muitos dias se-guidos, praticamente o perí-odo todo, com poucos diasde sol.

Segundo eles, a falta deluz solar impede que aplanta se desenvolva bem,diminuindo o tamanho daraiz, da planta, do pega-mento de flor e de vagem.Por conta desse cenário, aregião sudoeste já estimaperdas.

CONTINUAM - Os cultivosprecisariam de pelo menos10 dias de tempo aberto pararetomar o máximo potencialprodutivo. As previsões cli-máticas, no entanto, indicamuma continuidade das chu-vas para o estado. O boletimclimático da Simepar (Sis-tema Meteorológico do Pa-raná) informa que áreas deinstabilidades vindas do Pa-raguai avançam pelo Paranácom chuvas fortes e grandeschances para ocorrências detemporais localizados nas di-versas regiões até o final denovembro.

Ao mesmo tempo, tem au-mentado no Paraná o núme-ro de lavouras de soja compodridão radicular de fitófto-ra, doença que causa a mortedas plantas. Na região da Co-camar, produtores e técnicosjá observaram o problema emalguns municípios, entre elesJussara – próximo a Cianorte– e Doutor Camargo, nas ime-diações de Maringá.

O problema, também, é queos produtores não conse-guem entrar nas lavouraspara fazer a pulverização.Com tanta umidade, para seter uma ideia do volume dechuvas em novembro, até odia 23 as precipitações noestado haviam atingido 234milímetros, para uma médiahistória de 117 milímetros.Seria a pior situação desde oano de 1998. Mas o meteoro-logista Luiz Renato Lazinski,do Instituto Nacional de Me-teorologia (Inmet), afirmaque as chuvas poderão che-gar a 400 milímetros no Pa-raná, em média, até o final

do mês. Detalhe importante,segundo ele, é que as preci-pitações podem continuarnesse mesmo ritmo em de-zembro, sem que se tenhamais de 4 dias sem chuva.“Não podemos perder as ja-

nelas de pulverização e nes-te ano, em especial, a apli-cação por meio de avião se-rá muito importante”, frisouo gerente técnico da Coca-mar, Leandro Cezar Teixeira.

2 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

Chuvas excessivas trazem problemasSOJA FALTA LUMINOSIDADEPARA O DESENVOLVIMENTO DALAVOURA E, NA REGIÃO DEMARINGÁ, PRODUTORESPERCEBEM O SURGIMENTODE DOENÇAS. DA REDAÇÃO

SAFRA 2015/16

Podridão radicular de fitóftora é uma das doenças percebidasnos municípios de Doutor Camargo e Jussara

Não podemos perder as janelasde pulverização e neste ano, emespecial, a aplicação por meio deavião será muito importante”

LEANDRO CEZAR TEIXEIRA, gerentetécnico da Cocamar

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3 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

Terceiro maior produ-tor e vice-líder nasexportações globaisde milho, o Brasil

tem potencial para elevar seunível de produtividade empelo menos 30% a 40% (duasa três toneladas por hectare),o que traria uma oferta adi-cional de 30 milhões a 45 mi-lhões de toneladas. Seria co-mo acrescentar à safra dopaís quase o mesmo volumecolhido atualmente em MatoGrosso e no Paraná, os doisprincipais produtores nacio-nais do grão, e tudo isso nosmesmos 15 milhões de hecta-res que a cultura já ocupa.

Este foi um dos assuntostratados durante o XXIII Se-minário Nacional de MilhoSafrinha, realizado de 24 a26 de novembro em Marin-gá. A iniciativa da AssociaçãoNacional de Milho e Sorgo,cuja organização ficou a car-go do Departamento de Agro-nomia da Universidade Es-tadual de Maringá (UEM),teve o apoio da Cocamar.

Foram discutidos temas re-

lacionados ao desenvolvi-mento da cultura, visando oincremento da produtividadede forma sustentável e comviabilidade econômica.

PARANÁ - Conforme dadosda Companhia Nacional deAbastecimento (Conab), aárea cultivada com milho sa-frinha no Paraná, no ano de2015, foi de 1,91 milhão dehectares, produtividade mé-dia de 5,84 toneladas por hec-tare e produção total de 11,18milhões de toneladas, tornan-do-se uma cultura de grandeimportância para as regiõesnorte, noroeste e oeste do es-tado.

FLORESTA - Uma curiosida-de é que o cultivo de milhosafrinha iniciou-se justamen-te na região de Maringá,mais precisamente no muni-cípio de Floresta. Nos pri-meiros anos de 1980, os pro-dutores encontravam-se des-capitalizados, ainda se res-sentindo das perdas decor-rentes da grande geada de1975. Suas lavouras eramconduzidas com baixo nível

tecnológico e, consequente-mente, resultavam em baixaprodutividade. Entretanto,passadas mais de três déca-das, o que se observa é umimportante avanço no níveltecnológico empregado pelosprodutores, o que tem resul-tado, segundo os técnicos,em incremento na produtivi-dade, quantidade, e princi-palmente, na qualidade doproduto obtido.

Sempre falamos que o gar-galo está lá na frente, em lo-gística, mas não quer dizerque não tenhamos potenciala capturar no campo”, afirmaNélson Russo Ferreira, sócioda McKinsey e líder de agri-

business da consultoria naAmérica Latina.

De fato, o protagonismo doBrasil no mercado do milhodestoa de seus índices de pro-dutividade. A média no paísé de 5,3 toneladas (88 sacasde 60 quilos) por hectare,praticamente a metade daspouco mais de 10,5 toneladas(175 sacas) dos EUA, que têma seu favor vantagens de cli-ma e solo que se refletem emcustos menores. Com tama-nha diferença nos volumesde milho saídos do campoaqui e lá, seria mesmo de sesupor que temos muito aavançar – o desafio é saberquanto.

Produtividade pode crescer muito EVENTO REALIZADO EM MARINGÁ,

XXIII SEMINÁRIO NACIONAL DE MILHO

SAFRINHA CHAMOU ATENÇÃO PARA

O POTENCIAL A CAPTURAR NO CAMPO,

EM PRODUTIVIDADE. DA REDAÇÃO

MILHO

Detalhe do Seminário,que reuniu produtores,pesquisadores, técnicos

e estudantes e contoucom o apoio da Cocamar

88sacas por hectareé a produtividademédia brasileira,metade do que se colhe nos EUA

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4 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

DESAFIO - O principal desafio para uma organizaçãocomo a Cocamar, que está inserida em um segmentoaltamente competitivo, é mantê-la em ritmo de cres-cimento, da forma como vem acontecendo. Temos

três desafios quantitativos (crescer, investir para dar suporteao crescimento e, consequentemente, melhorar o resultado) edois qualitativos (capacitar e profissionalizar a equipe de co-laboradores e fidelizar os associados), consolidando nossa pre-sença na região tradicional e elevando a participação nasnovas regiões.

COMPETITIVIDADE - Crescer é fundamental para que a es-trutura se mantenha competitiva e, conforme estabelece o pla-nejamento estratégico da cooperativa, no período de2015-2020, o faturamento deve saltar de R$ 3 bilhões previs-tos para este ano para R$ 6 bilhões, ou seja, dobrar. Para cres-cer assim, teremos que ampliar o recebimento de produtosagrícolas, bem como impulsionar as vendas de produtos in-dustrializados e insumos agropecuários. Outro desafio é con-seguir aproveitar oportunidades para expansão nas regiõesonde já atuamos, bem como em estados vizinhos.

INVESTIMENTOS – A programação de recursos a serem in-vestidos em 2015-2020 está diretamente relacionada à nossaperspectiva de crescimento. Serão R$ 1,2 bilhão ao todo, dire-cionados para a construção de novas unidades operacionais,ampliações e melhorias em unidades, aumentar a capacidadede armazenamento de 1 milhão para 1,4 milhão de toneladas

e atualizações no parque industrial. Mas vamos fazer isto comcuidado e analisando cada passo, pois temos o compromissode preservar a saúde financeira da cooperativa.

INFORMAÇÃO - A Cocamar faz a transferência de tecnologiasaos seus produtores, por meio da realização de inúmeroseventos todos os anos, como dias de campo, palestras, visitasa feiras e locais de referência, além de organizar o Safratec –importante encontro de soluções em agronegócios – nos perío-dos de verão e inverno. Vale frisar que este é um serviço damaior importância oferecido pela cooperativa aos seus asso-ciados: levar informação para que eles não tenham apenasmais produtividade na lavoura, como também um gerencia-mento melhor dos seus negócios e se mantenham competiti-vos. A cooperativa trabalha para que o associado tenha omelhor resultado em sua atividade.

TRANSPARÊNCIA – A fidelização se faz com a satisfação docooperado seja percebida na venda de insumos, prestação deserviços, informações ou compra de produtos. A Cocamar ga-rante que os produtores recebam por suas safras valores re-alistas e, ao mesmo tempo, impede que eles sejam exploradosna hora de comprar bens de produção, assegurando preçosjustos e produtos de qualidade. Além disso, um dos compro-missos da diretoria e da superintendência é estar cada vezmais perto do cooperado, entendendo suas necessidades e ob-jetivos. Afinal, acreditamos que cooperado e cooperativa cres-cem juntos.

A Cocamar trabalha para que oassociado tenha o melhor resultadoESPECIAL NOVO PRESIDENTE-EXECUTIVO FALA DOS PONTOS CENTRAIS QUENORTEIAM A TRAJETÓRIA DA COOPERATIVA NOS PRÓXIMOS CINCO ANOS

DIVANIR HIGINO DA SILVA

Didi, de 53 anos,dos quais 37 na

cooperativa, assumiuo cargo no dia21 de outubro

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6 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

Grupo da Cocamarvisita propriedadesaltamente produtivasnos Campos Gerais PARANÁ CONSELHEIROS, PRODUTORES E TÉCNICOSESTIVERAM NA FAZENDA MUTUCA, EM ARAPOTI, E NAFAZENDA DA FAMÍLIA HILGENBERG, EM PONTAGROSSA, PRIMEIRA COLOCADA NO DESAFIO NACIONALDO CESB EM 2014/15. POR ROGÉRIO RECCO

PRODUTIVIDADE

Ao lado, reunião na Fazenda Mutuca e, embaixo,o agrônomo Rafael Furlanetto, da Cocamar,com Alisson Alceu Hilgenberg

Um grupo formadopor integrantes dosConselhos de Admi-nistração e Fiscal da

Cocamar, produtores e técni-cos, visitou dias 25 e 26 de no-vembro duas propriedades daregião dos Campos Gerais, noParaná, que têm se destacadopor seus níveis de produtivi-dade de soja.

A cooperativa desenvolveesforços para que seja explo-rado todo o potencial produ-tivo das lavouras, com metano patamar de 100 sacas porhectare.

A primeira visita foi à sededa Fazenda Mutuca, em Ara-poti. A segunda, nas terras dafamília Hilgenberg em PontaGrossa, onde o grupo encon-trou-se com Alisson Alceu Hil-genbertg, vencedor do DesafioNacional de Máxima Produti-

vidade do Comitê EstratégicoSoja Brasil – Cesb – na safra2014/15.

SEMENTES - Na Mutuca, es-pecializada na produção de se-mentes de soja e trigo, édesenvolvida agricultura dealta performance e produtivi-dade em soja, trigo e milho,por meio de uma gestão mo-derna e integrada, conformeexplicou o engenheiro agrô-nomo Fausto Tadeu Franchin.São 2,5 mil hectares de áreascultivadas e mais 2,3 mil dereflorestamento. Em relaçãoao espaço agrícola, 67% sãodestinados à soja e 33% aomilho durante os meses deverão; o trigo ocupa pratica-mente toda a superfície no in-verno.

Quanto ao manejo, é feita cor-reção de solo em perfil maisprofundo (até 60 cm), utili-

zando calcário dolomítico ecalcítico, gesso e cama deaviário. Por ano, cerca de 1/3das terras são corrigidas como emprego de drone para omapeamento. O plantio no ou-tono de milheto produz de 5 a6 toneladas de palha por hec-tare, que vai fazer a coberturade solo (evitando a erosão e acompactação e controlandoervas daninhas), a reciclagemde nutrientes e a diminuiçãode problemas radiculares.

VERTICALIZAR - “Nosso des-afio contínuo é verticalizar,fazer mais com a mesmaárea”, disse Franchin. “Quantomais se investe, mais retornose tem”, frisou, salientandoque usar uma semente semqualidade acaba saindo muitocaro para o produtor. “O maiorcusto é o uso da terra e dasmáquinas”, disse. Segundoele, a produção anual de soja,

considerando safra normal esafrinha, é de 8.400 quilos porhectare – o equivalente a 338sacas/alqueire. Em relação aomilho, a média dos últimoscinco anos foi de 10,9 mil qui-los por hectare. A média geralanual de trigo é de 3.714 qui-los/hectare.

VIGOR - Franchin insistiu so-bre a importância do uso desementes de boa qualidade,“pois vão gerar plantas de altodesempenho”, ressaltando:“sementes de alta qualidadesão sementes vigorosas, quevão resultar em plantas tam-bém vigorosas, trazendomaior segurança ao produtor”.“Quanto mais vigor, maiorserá o número de vagens”,mencionando que isto podetrazer um acréscimo de 35%na produtividade. Sobre os ca-

minhos para aumentar a pro-dutividade, ele citou, entre ou-tros itens, o emprego da me-lhor genética possível e omaior número de plantas pro-dutivas por área.

PONTA GROSSA - Na fazendade 900 hectares da famíliaHilgenberg, os visitantes con-versaram primeiramente como coordenador técnico do Cesb,Henry Sako. De acordo comele, são empregadas varieda-des muito produtivas, “com oprodutor trabalhando a popu-lação de plantas até achar aquantidade ideal”. A média éde 300 mil plantas em médiapor hectare, mas tem havidoexperiências com 330 mil eaté com 380 mil. Na safra2015/ 16, o espaçamento foidiminuído de50cm para 45cm.

Soja começa a germinar na fazenda da família Hilgenberg,em Ponta Grossa. Na safra 2014/15, o produtor Alissonconquistou o primeiro lugar no Concurso de Máxima

Produtividade do Cesb com média de 141 sacas por hectare

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A família sem-pre procurou fa-

zer rotação de culturas e,conforme Sako, nos últimosanos usou principalmenteaveia preta. Na área do con-curso, de 5 hectares, foram132 dias de ciclo, colhendo141,79 sacas por hectare ou343,14 por alqueire. “O solotem de 50% a 70% de teor deargila, corrigido no último anocom 1,5 tonelada de calcáriodolomítico por hectare”, disseo coordenador técnico, lem-brando que são aplicados,todos os anos, entre 1,0 a 1,5tonelada, mas eles já chega-ram a utilizar 3 toneladas du-rante vários anos seguidos. Afamília foi, também, uma dasprimeiras a fazer agriculturade precisão.

Alisson, de 30 anos, comen-tou que quando assumiu agestão da lavoura, em 2007, amédia de produtividade era de70 sacas por hectare, a qualevoluiu para 90 sacas/hectareno ciclo 2014/15. Na últimasafra, o custo de produção

ficou em R$ 1,070/hectare.Com a venda da soja a R$ 67a saca, o faturamento foi deR$ 9,5 mil por hectare. Se-gundo Alisson, as chuvasconstantes têm atrapalhado oplantio da safra 2015/16. Os vi-sitantes tiveram a oportuni-dade de conversar longamen-te com o produtor, que nãodeixou nenhuma perguntasem resposta, das muitas quelhe foram feitas.

IMPRESSÕES - “É um produ-tor arrojado que se preocupamuito em ir atrás de novida-des e investir no solo”, afir-mou Armando Pauro, de SãoJorge do Ivaí, lembrando quenão se vê curvas de nível,uma vez que a água infiltrabem, diferente do que acon-tece no norte e noroeste do es-tado. “O cuidado com o solofoi observado nas duas fazen-das. Eles investem bastantena correção e têm a vantagemdo custo da cama de frangoser muito barata na região”,comentou Valdomiro Peres,de Terra Boa. Para Francisco

Valias Didier, a viagem foi im-portante para oferecer novosparâmetros:”Temos que ver oque se faz de novo e tentar in-corporar isso à nossa reali-dade”. Antonio Lazzari, quepossui propriedade em Fran-cisco Alves, fez um balançopositivo: “a gente sempreaprende alguma coisa. O tra-balho realizado pelo Alisson,especialmente, é muito bom”.

“A evolução precisa acontecerde forma contínua, de umasafra para outra, e nada me-lhor que visitar produtores

que tenham experiênciasbem-sucedidas”, ressaltou oengenheiro agrônomo RafaelHerrig Furlanetto, que coorde-

nou o grupo.

A viagem foi patrocinada porTimac, Syngenta e Stoller.

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Integrantes do Conselho de Administração como produtorAlisson Alceu Hilgenberg

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MERCADO

Recomendação é travar os custos SOJA E MILHO TODO CUIDADO É POUCO NESTE MOMENTO DE INSTABILIDADE

ECONÔMICA E POLÍTICA. PRODUTOR DEVE PRECAVER-SE. POR MARLY AIRES

Impulsionado pela insta-bilidade econômica e acrise política no país, ocâmbio é o fator que

mais tem influído para a for-mação dos preços da soja.Por isso, o produtor precisase acercar de todos os cuida-dos ao comercializar a safra2015/16, orienta o vice-presi-dente de Negócios da Coca-mar, José Cícero Aderaldo, oZico. Nos dias 17 e 18, emMaringá e Londrina, ele foi opalestrante da quarta e úl-tima etapa em 2015 doFórum Nacional de Agrone-gócios CBN, promovido pelaRádio CBN Maringá, quetem a cooperativa como prin-cipal parceira.

Zico deixa claro: “Em algummomento, a economia seajusta. Por isso, não dá paraapostar tudo esperando oque vai acontecer lá na fren-te. O produtor precisa nestemomento, pelo menos, travaro seu custo de produção”.

RISCO - A questão, segundoele, é que os insumos desta

safra foram comprados como dólar em alta. Se os proble-mas que têm elevado o dólarse resolverem no Brasil, acotação da moeda norte-ame-ricana pode cair. Por isso,afirma Zico: “cautela não fazmal a ninguém”.

Há também outro agra-vante, que puxa para baixoas cotações da oleaginosa.Nos últimos três anos, o mun-do produziu mais soja do queconsumiu, devendo fechar oano com 319 milhões de tone-ladas produzidas e 304 mi-lhões consumidas, restandoum estoque de 78 milhões, oequivalente a 26% do con-sumo. Para o próximo ano, aestimativa de produção é de321 milhões de toneladas,com previsão de 316 milhõesde consumo e 83 milhões deestoque.

O vice-presidente lembraque apesar de a demandaestar aumentando a uma mé-dia de 4% ao ano, e na tem-porada 2014/15 ter havidouma expansão de 9% , a re-serva mundial cresceu prin-cipalmente por causa dosdois anos seguidos de altaprodução nos EUA. Aquelepaís trabalha atualmente comum dos maiores estoques dosúltimos anos, de 12,6 milhõesde toneladas, o que impactafortemente nos preços, tendohavido uma redução de 35%na renda bruta do produtornorte-americano.

PANCADA - “O agricultorbrasileiro só não sentiu apancada por causa do câm-bio, razão pela qual a produ-ção por aqui continua cres-cendo”, pontua Aderaldo. Nasafra brasileira 2014/15 fo-ram produzidas 96 milhõesde toneladas e consumidas97 milhões (com a exporta-ção de 53 milhões de tonela-das). Para a safra 2015/16,em curso, a previsão é de opaís produzir 102 milhões detoneladas e consumir tudo,exportando 55 milhões de to-neladas.

LUCRAR - Zico destaca quecom uma produtividade mé-dia de 129 sacas por alqueire

(53,3 sacas/hectare), o pro-dutor da região teve a se-gunda maior receita dosúltimos anos. Mesmo com ocusto de produção em alta,ainda foi possível obter umarentabilidade média de R$4.465/alqueire (R$ 1.845/hectare). Mas, se o dólar nãocair, na safra 2015/16 é pos-sível que o produtor obtenhauma receita ainda maior, deR$ 4.815/alqueire (R$ 1.989/hectare).

O palestrante considera,ainda, fatores como a inci-dência do fenômeno climá-tico El Niño, normalmentefavorável para a produção degrãos na região. Ao mesmo

tempo, com a vitória da opo-sição nas eleições na Argen-tina, uma possível menorintervenção do governo naeconomia daquele país podelevar a um aumento do plan-tio e exportação no país. “Porisso é importante que aChina continue crescendo econsumindo soja”, avalia.

José Cícero Aderaldo,o Zico, fez palestras

em Maringá e Londrina,nos dias 17 e 18 de

novembro, na últimaetapa em 2015 do

Fórum Nacional deAgronegócios CBN

35%é a redução da rendabruta do produtornorte-americano,em 2015, com aqueda dos preços

internacionais da soja

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9 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

Dos 321 milhões de toneladas que se espera sejam produzidos na safra 2015/16 nomundo, 108 milhões devem sair dos EUA, 103 milhões do Brasil e 57 milhões da Argen-tina, sendo o restante dos demais países. Avaliando o histórico dos últimos 15 anos, ovice-presidente da Cocamar, José Cícero Aderaldo, observou que enquanto a produçãodos EUA cresceu 44% e na Argentina 105%, a brasileira evoluiu 156% no período.

Analisando as últimas 15 safras, Zico mostra que a produção brasileira saiu de 38 mi-lhões de toneladas para 96 milhões no período 2014/15 e espera-se fechar o próximo cicloem 103 milhões de toneladas. Desse total, 36 milhões virão da Região Sul.

“É o Centro Oeste que a safra da soja cresce fortemente, produzindo 47 milhões de to-neladas, uma expansão de 175% em 15 anos, impulsionada principalmente pelos novoscorredores de exportação, com saída para o Norte do país, e que tornam o produto maisrentável na região”, afirma.

Quanto a destinação, 57 milhões de toneladas da safra 2014/15 devem ser exportadas,registrando um crescimento de 265% nos últimos 15 anos, com o processamento de 40milhões. Em 2016, só a região Centro Oeste deve escoar 30 milhões de toneladas de sojapara o mercado internacional.

Produção brasileira de soja evoluiu 156% em 15 anos

96milhões de toneladas da

oleaginosa foram colhidasno Brasil em 2014/15

175%foi a expansão da soja

no Centro-Oestedurante o período

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O consumo mundial de milho aumentou em 60% nosúltimos 15 anos e a produção em 65%, saltando de 592milhões de toneladas para 975 milhões. O Brasil é o ter-ceiro maior produtor, atrás dos EUA (347 milhões/t) eChina (225 milhões/t), tendo praticamente dobrado aprodução nos últimos 15 anos, de 42 milhões de tonela-das para 82 milhões. Ainda nos últimos 15 anos a áreacultivada cresceu de 13 milhões de hectares para 15 mi-lhões, com a produtividade subindo de 3.260 kg/hapara 5.368 kg/ha.

“Houve um salto importante, mas ainda estamos dis-tantes dos EUA. Quando vemos os 10 mil kg/ha demédia ou os mais de 15 mil kg/ha obtidos por muitosprodutores norte-americanos, vemos o quanto ainda épossível crescer”, afirma Zico.

Produtividade cresceu 115% em 15 anos

10 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

MERCADO

“Projeções são difíceis defazer com o preço do milhoatrelado ao dólar, mas tudoindica que as condições se-rão excelentes para o produ-tor brasileiro no ano quevem”, afirma Zico, ressaltan-do que a exemplo da soja, “ogrande fator são a forte ex-portação e o câmbio favorá-vel”. Na visão dele, a conti-nuar assim, poderá até mes-mo haver falta localizada docereal no Brasil.

“Tudo pode acontecer anteas incertezas da economia eda política brasileira. Isso

deixa o câmbio muito instá-vel. Por isso, a recomenda-ção é travar os custos quan-do da compra de insumos efazer seguro para coberturada safra. Aí o produtor se ga-rante”, cita.

LIQUIDEZ - De acordo com ovice-presidente, o principaldiferencial do mercado demilho no país, atualmente, éque com o salto de produti-vidade ocorrido nos últimosanos, houve redução de cus-to e o Brasil passou a ser ex-portador de milho, havendoliquidez.

Zico destaca que nas últi-mas duas safras a produçãomundial foi bem superior aoconsumo, resultando em umestoque de 208 milhões detoneladas, cerca de 21% dademanda anual, ocasionan-do a queda de preços em dó-lar. Por isso, na safra 2015/16, a previsão é de que hajauma redução de 30 milhõesde toneladas na produçãomundial, fechando com 975milhões de toneladas e pra-ticamente igualando ao con-sumo, de 971 milhões.

PREÇOS - Na Bolsa de Chi-

cago, os preços declinaramde US$ 7 a US$ 8 o bushel –praticados após a quebra de35% na safra norte ameri-cana em 2012 -, para US$ 5em 2014 e US$ 3,75 agora.“Nós só não sofremos comoos produtores dos EUA porcausa do câmbio, que aju-dou”, comenta, ressaltandoque as previsões eram bas-tante pessimistas para o mi-lho este ano. Os preços dasaca em reais, entretanto, seequiparam aos picos pratica-dos logo após a quebra dasafra norte-americana em2012.

Projeções para o milho são excelentes em 2016

US$ 3,75é a cotação atual

do bushel do milho,que chegou a

US$ 7 e até US$ 8em 2012, após a quebra da safranorte-americana

Na safra 2014/15, o Brasil produziu 84,7 milhões de toneladas e a expectativa eraconsumir 85,7 milhões. Mesmo assim, ainda restaria um estoque de 11,2%, um dosmaiores da história. Mas para isso, o consumo interno teria que ser de 56 milhõesde toneladas e a exportação de 29,7 milhões até o final do ano, exportações quevinham em ritmo bastante lento. O movimento se inverteu com a disparada do dólar.Para a safra 2015/16, a previsão é produzir 81,9 milhões de toneladas e consumir86,2 milhões, reduzindo os estoques para 7,4%. “A desvalorização do dólar é quesalvou os preços do milho, trazendo uma rentabilidade interessante ao produtorbrasileiro este ano”, afirma Zico. O lucro foi de R$ 1.519/alqueire (R$ 627,6/hectare),enquanto a de 2016 está prevista em R$ 2.556/alqueire (R$ 1.056/hectare), poucomenor que a de 2013, de R$ 2.610/alqueire (R$ 1.078/hectare), mesmo considerandoum aumento de 20% nos custos de produção e uma produtividade média de 240sacas/alqueire (99/hectare).

As previsões eram bastantepessimistas para o milho este ano.Os preços da saca em reais,entretanto, se equiparam aos picospraticados logo após a quebra dasafra norte-americana em 2012”

JOSÉ CÍCERO ADERALDO

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Brasil terá que ampliara produção de soja em

40% até 2025 paraatender a expansãodo mercado, que é

de 4% ao ano

12 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

PERSPECTIVAS

OFERTA/DEMANDA PRODUÇÃO TERÁ QUE AUMENTAR BASTANTEPARA ATENDER A PREVISÃO DE CRESCIMENTO DO CONSUMO GLOBALENTRE 2014 E 2025. POR MARLY AIRES

Cenário do agronegócioé de alta competitividade

Nos últimos 15anos, segundoafirmou o vice-presidente de Ne-

gócios da Cocamar, JoséCícero Aderaldo, o Zico, du-rante o Fórum Nacional deAgronegócios CBN realizadodias 17 em Maringá e 18 emLondrina, houve uma com-pleta inversão do cenáriomundial para o agronegócio.“Em 2000, ele era muito di-ferente, marcado por incer-tezas. Agora, o produtor po-de investir porque o seu ne-

gócio é de alta competitivi-dade”, afirma.

Dados do Departamentode Agricultura dos EUA(USDA) projetam no mun-do, de 2014 a 2025, um for-te aumento de consumo,que deve crescer em 28%para o caso de carne deaves, 17% de suínos e 13%de bovinos. Quanto aosgrãos, a expansão da de-manda seria de 34% para asoja, 20% para o milho e9% para o trigo.

ATENDER - Com base nisso,o Ministério de Agricultura ea Embrapa projetaram a de-manda pela produção brasi-leira, que teria que aumentarno período 2014 e 2025 em52% para o caso de aves, 50%de suínos, 43% de bovinos,40% de soja, 68% de milho e50% de trigo.Isto para susten-tar o consumo local e expor-tar. “É sem dúvida um mer-cado promissor, mas isso nãosignifica que haverá preçobom todo ano, porque há mui-tos fatores em jogo”, avisa.

Zico acrescenta que a ten-dência de crescimento contí-nuo no consumo mundial degrãos já vem ocorrendo nosúltimos 15 anos. A produçãoda oleaginosa saiu de 172milhões de toneladas em2000 para 312 milhões atual-mente, registrando uma evo-lução de 82% no período ou4,05% ao ano (aa). Os volu-mes de milho aumentaram60%,saindo de 611 milhõesde toneladas para 971 mi-lhões (3,14% aa).O mesmo ocor-

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reu com carnes, cuja demanda subiu 40% (2,26%aa), saltando de 181milhões de toneladas para 253

milhões. No complexo carnes, o que mais cresceu nos últi-mos 15 anos foi o consumo de carne suína, 43%, seguido dofrango, 34%, e bovino, 23%.

O crescimento da população mundial entre 2000 a 2015,de cerca de 20%, especialmente nos países pobres ou emdesenvolvimento, explica em parte esses números. O nú-mero de habitantes pulou de 6,13 bilhões para 7,32 bilhões.A evolução foi mais intensa especialmente nos últimos anos,com o aumento da expectativa de vida.

A demanda de grãos para a produção de biocombustíveis– etanol, no caso do milho norte americano, e biodiesel, noda soja – é outro fator que tem influenciado no aumento doconsumo. A demanda de milho nos EUA teve início em 2003e já absorve 133 milhões de toneladas por ano, 38% da pro-dução norte-americana e 15% da safra mundial. Já a produ-ção de biodiesel no mundo saltou de 15 milhões debarris/dia para 431 milhões em 15 anos.

A maior parte do aumento no consumo mundial se explicapela urbanização e o crescimento da renda per capita da po-pulação do planeta. Enquanto a evolução do número de ha-bitantes foi de 18%, o de renda atingiu 99%, saindo de US$5.430 para US$10.779.

Em 2000, a população rural era maior que a urbana nomundo: 3,27 bilhões contra 2,86 bilhões, respectivamente.Em 2007, houve a inversão e hoje são 3,96 bilhões de mo-radores nos centros urbanos para 3,37 bilhões no campo.As pessoas saíram de uma alimentação de subsistênciapara uma de maior qualidade, com proteína animal.

O vice-presidente de Negócios da Cocamar explica que essamudança é importante porque traz boas perspectivas parao setor. A história mostra que o crescimento econômico dospaíses e da renda per capita significa também aumento daexpectativa de vida e da qualidade da alimentação. “Quantomais aumenta a renda, mais as pessoas vivem, maior é oconsumo e o impacto sobre o nosso negócio”.

Além dos países do leste europeu, que vêm crescendo rá-pido, criando um mercado novo para nossos produtos, aChina é o grande mercado. Nos últimos 15 anos, a popula-ção cresceu 8%, de 1,26 bilhão de habitantes, para 1,38 bi-lhão, mas o grande boom no consumo se deu pelo aumentoda renda per capita de 694% no período, saltando de US$930 para US$ 7.380.

Urbanização e aumento de renda

68%é a projeção de quanto

precisa crescer a produção brasileirade milho até 2025

Quanto maisaumenta arenda, mais aspessoas vivem,maior é oconsumo e oimpacto sobreo nossonegócio”.

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BRASIL

Moro lembra queno começo do anoo governo lançouprojetos tímidosde combate àcorrupção: “Nuncamais ouvi falar”

INDIFERENÇA MAGISTRADO AFIRMOU ESTAR DECEPCIONADO COM AFALTA DE RESPOSTAS POR PARTE DO CONGRESSO E DO GOVERNO FEDERAL

Lava Jato “é uma vozpregando no deserto”,diz Sérgio Moro em Maringá

Ojuiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações daOperação Lava Jato em primeira instância, afirmouno dia 22 em Maringá, onde participou de umevento ecumênico, que a Operação Lava jato sozinha

não vai livrar o país da corrupção. “Esse processo tem idobem, mas não posso assegurar o dia de amanhã”, disse. “ALava Jato é uma voz pregando no deserto”, continuou. Morolembrou os recentes protestos no País, afirmou que a cor-rupção no Brasil é sistêmica e que não tem visto mudançaspor parte do Congresso e do governo federal nem após a de-flagração da Lava jato e a ampla pressão popular.

“Nós temos uma corrupção sistêmica profunda e penetranteno âmbito da administração pública”, sustentou. “O nível dedeterioração da coisa pública é extremamente preocupante”,afirmou. “Apesar dessas revelações (da Lava Jato) não assistirespostas institucionais por parte do nosso Congresso e donosso governo”, seguiu.

O magistrado ainda lembrou o julgamento do mensalão,pelo Supremo Tribunal Federal, e disse que não vai ser ele,nem a operação Lava Jato que vão acabar com este problemano país. “Não vai ser eu que vou resolver, não foi a açãopenal 470, é o que nós como cidadãos precisamos fazer apartir de agora”, provocou o magistrado que, logo em se-guida, lamentou a falta de iniciativas institucionais mais for-tes para sanar o problema.

SEM FIM - “Vou falar de maneira significativa, não vejo issoacontecendo de maneira nenhuma (diminuição da corrup-ção), do ponto de vista de iniciativas mais gerais contra acorrupção existe um deserto. Parece que a operação LavaJato nesse sentido é uma voz pregando no deserto”.

Moro repetiu estar “decepcionado” com a falta de respostasinstitucionais do Congresso Nacional e do governo federal

para os problemas decorrentes da corrupção no país. Desdeo início do ano o juiz defende, em parceria com a Associaçãode Juízes Federais (Ajufe), uma série de reformas legislati-vas para diminuir a impunidade e melhorar procedimentosde combate à corrupção no país.

REFORMAS - Para Moro, só as reformas necessárias per-mitirão que investigações como a Lava-Jato não sejam tra-tados como “casos extraordinários”, mas “de maneiraordinária nas cortes de Justiça”.

Moro lembrou que no início do ano o governo lançouprojetos “interessantes, ainda que tímidos” de combate à cor-rupção, quando se encontrava em “quadro político delicado”.E concluiu: “Nunca mais ouvi falar”.

O nível dedeterioraçãoda coisapública éextremamentepreocupante”

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“Apecuária de baixa produtividade é que puxao agronegócio brasileiro para baixo”. Ao par-ticipar no dia 17 de novembro como pales-trante de um evento que reuniu pecuaristas

e foi promovido pela Cocamar e Sicredi no Parque Inter-nacional de Exposições Governador Ney Braga, em Lon-drina, o professor de Zootecnia e Engenharia de Ali-mentos da Universidade de São Paulo (USP), José BentoFerraz, não utilizou meias palavras.

Segundo Ferraz, que discorreu sobre “Melhoramentogenético de bovinos – a dependência da nutrição e ali-mentação”, o pecuarista que continua seguindo o modelotradicional, precisa preocupar-se porque o seu negóciopode estar caminhando para o fim. “Falta empreendedo-rismo”, ressaltou, dizendo que “a tradição é grande ini-miga do produtor”. Ele justificou dizendo que o paísexibe a pior produtividade dentre os cinco principaisprodutores mundiais. Enquanto os Estados Unidos, osmais eficientes, tinham em 2014 um rebanho de 96,7milhões de cabeças, um abate anual médio de 37,1 mi-lhões de cabeças e uma taxa de desfrute de 38,4%, oBrasil possuía 205 milhões de cabeças, com um abatemédio de 39,6 milhões de cabeças por ano e uma taxade desfrute de apenas 19,3%. “Nós somos incompeten-tes”, disparou.

Quanto a eficiência reprodutiva do rebanho brasileiro,ele informou, também com dados de 2011, que as 74,4 mi-lhões de matrizes apresentaram 48,6 milhões de bezerrosdesmamados (taxa de 65,3%) e 52,5 milhões de animaisnascidos (70,5%).

MELHORAMENTO - “Será que estamos mesmo fazendomelhoramento genético?”, inquiriu, justificando que paraas 74,4 milhões de matrizes em 2011, havia no Brasil ape-nas 2,9 milhões de touros, ou seja, um para cada 25 fê-meas. “Temos necessidade de 600 mil touros por ano sópara fazer reposição”, explicou, acrescentando que nototal de touros existentes, só 7,5% são avaliados geneti-camente ou registrados.

SEM RUMO - Ferraz comentou que há uma demandagrande no país por inseminação artificial (IA), o mesmoacontecendo em relação a transferência de embriões (TE).Em 2013, de acordo com o mercado, foram vendidas cercade 14 milhões de doses de sêmen, com 67% de IA com de-tecção de cio. Ao mesmo tempo, 8,7 milhões de doses foramusadas em inseminação artificial com tempo fixo (IATF).Ele questionou: “Estamos em plena época de adquirir ma-terial genético, como tourinhos ou novilhas de reposição,bem como sêmen e embriões? Como fazemos isto? Quaisos critérios observados?”. Na visão do palestrante, todo pe-cuarista quer o melhor para o seu rebanho, masnão sabe para onde o está conduzindo.

Brasil tem a piortaxa de desfrute entre

os cinco principaispaíses produtores.

Para Ferraz(foto abaixo), “somos

incompetentes”

16 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

BOVINOS

SETOR PARA ESPECIALISTA,CRIADOR QUE CONTINUASENDO REFRATÁRIO ANOVAS TECNOLOGIAS, TENDEA DESAPARECER.POR ROGÉRIO RECCO

A tradição é inimiga do pecuarista

Touro velho é atraso de vida. Quem usa, desconhece que houve evolução”

JOSÉ BENTO FERRAZ

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17 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

Ferraz enumerou, em sua palestra, alguns itens que con-sidera importantes para a pecuária de corte: adaptabili-dade (tipo de pelagem, adaptação ao carrapato e moscas),eficiência no uso de alimento, reprodução (precocidade,prenhez de primíparas, fertilidade), qualidade do produto(desempenho à desmama, ao sobreano, padrão de carcaça,qualidade da carne), facilidade de manejo, bem-estar ani-mal e paternidade conhecida.

Segundo ele, para evitar as decisões erradas, o pecua-rista precisa fazer um exame de consciência e respondera três questionamentos:

1- quem sou eu? – o que desejo de minha empresa pe-cuária, quais as qualificações (pontos fortes e fracos),

saber se existe mercado para o produto que quero produ-zir, saber se há futuro para esse produto e saber tambémse daqui há dez anos estarei remunerando o meu capital.

2- Qual o ambiente que tenho a oferecer aos animais? –esse ambiente é o ideal para ter rentabilidade e valer

a pena, tendo em vista o investimento realizado ou neces-sário? Como melhoro meu ambiente?

3- Como faço para ter produtividade e rentabilidade emminha empresa pecuária? Qual a melhor genética, ou

melhor, a mais adequada?

Ferraz lembra que paracada sistema de produçãohá objetivos, seleção e ne-cessidades diferentes.“Não existe o melhor touroou a melhor raça, o que hásão os melhores animaispara os critérios de sele-ção de cada criador”. Damesma forma, segundoele, não pode haver me-lhoramento genético e au-mento de produtividade,sem definição clara dosobjetivos.

“Trabalhamos para terrentabilidade por unidadede área, com sustentabili-dade e visão de longo pra-zo”, disse Ferraz, explican-do que para garantir produ-tividade e lucratividade, épreciso ter uma definiçãoclara dos objetivos, metas eprazos, conhecimento, eaplicação adequada dos

melhores métodos e tecno-logias disponíveis.

Para ser mais eficiente emseu negócio, o pecuaristapode recorrer à seleção ge-nômica, já usada em gadode leite e disponível a partirde 2010 para animais decorte. A biologia molecular(seleção assistida por mar-cadores genéticos), que co-

meçou também em 2010, éigualmente recomendada.

No entanto, segundo o pa-lestrante, o que mais se vêhoje em dia é a “tradição”,ou seja, a fama de criadorde animais desde sempre, oapelo ao pedigree (que jávem desde o século XVIII)e a avaliação vi-sual do rebanho.

Como fugir de decisões erradas

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Um quinhão extra de terra agrícola equivalente a quasemetade de toda a área plantada com soja no Brasil seránecessário ao longo da próxima década para atender aoapetite chinês por carnes – que, segundo o estudo “De-safios agrícolas da China – caminhos a serem persegui-dos”, da consultoria PwC, não deverá parar de aumentar.Ao menos 15 milhões de hectares deverão ser converti-dos até 2025 em lavouras de soja e milho para alimentaros bois, os suínos e as aves que milhões de chineses pas-saram a consumir.

A maior parte da expansão, porém, não será em territó-rio chinês, apesar de suas dimensões continentais. Porgraves limitações como falta de água, poluição do solo eescassez de terra agricultável, a China continuará ditandoo ritmo de expansão dos grãos em outros países, inclu-sive no Brasil, como já acontece. Tampouco a desacele-ração econômica – o país anunciou uma expansão realdo PIB de 6,9% no terceiro trimestre, o pior desempenhodesde a crise financeira de 2008 – deverá impactar deforma negativa o consumo de proteínas animais no país.

“A necessidade de construir pontes, estradas e proprie-dades comerciais será menos proeminente, mas a mu-dança na dieta alimentar chinesa continuará. E issoimpõe um peso à segurança alimentar, com ramificaçõesimportantes no comércio agrícola global”, diz o trabalhoda PwC.

Com base na curva de crescimento do consumo de ca-lorias da população na última década, o estudo, assinadopor Richard Ferguson e Suwei Jiang, projetou a tendên-cia até 2025 e chegou à conclusão de que os chineses es-tarão comendo, individualmente, 23 quilos de carne porano a mais do que hoje. Só a China – sem considerar oconsumo de proteínas dos demais países – representaria,portanto, um volume adicional necessário de 94 milhõesde toneladas de milho e soja.

18 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

Para José Bento Ferraz, quem usa ILPF tem os melhores resultadosde fertilidade de novilhas jovens

Nos pastos, “máquinas” de produzir bezerros

BOVINOS

“Os reprodutores e matri-zes são as nossas máqui-nas de produzir bezerros”,ressaltou. Ferraz disse quealguns fatores condicio-nam o desempenho de umanimal, entre os quais anutrição/alimentação, mãode obra, manejo, instala-ções, sanidade, outros efei-tos do ambiente e, em es-pecial, genética. “Selecio-nar vacas excelentes quan-to a precocidade sexual ede acabamento e à habili-dade materna, e acasalarcom touros excelentes deoutra raça, é 70% do ca-minho andado para o su-cesso”. Da mesma forma,

usar vacas de baixo padrãogenético, acasalados comqualquer touro de outraraça é 85% do caminho an-dado para o fracasso. Ecompletou: “O pecuaristadeve selecionar bem suasvacas nelore, elas são oseu maior patrimônio”.

Para o palestrante, o sis-tema de Integração La-voura, Pecuária e Floresta(ILPF) é interessante por-que permite criar bezerrasnos melhores pastos, oque vai conferir maior pro-dutividade. “Fêmeas malnutridas na fase de cresci-mento bloqueiam a expres-

são de parte de seus ge-nes. Isto as afeta, vai pre-judicar o desenvolvimentode suas filhas em gestaçãoe também das filhas desuas filhas. São, pelo me-nos, três gerações de pre-juízos de fertilidade”.

Segundo ele, quem usaILPF tem, também, melho-res resultados de fertili-dade de novilhas jovens.No Mato Grosso do Sul, foiatingido um índice de fer-tilidade de 52% em novi-lhas de 14 a 16 meses,após recria em pastosmantidos por esse siste-ma.

Consumo de carnestende a seguir forteno mercado chinês

6,9%foi a expansão real do PIBchinês no terceiro trimestre,o mais baixo desde 2008

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LARANJA

Após auditoria, aorganização não-governamentalFairtrade Labe-

lling Organization (FLO), queatua no mercado solidáriointernacional, manteve ocertificado fairtrade conquis-

tado em 2012 pela Cocamar.

A cooperativa está creden-ciada a fornecer materia-prima para a produção desuco concentrado de laranjaque é exportado àquelemercado. Ao chegar aos

pontos de venda, o produtoé identificado com o selofairtrade, assegurando aoconsumidor, por exemplo,que o mesmo não foi elabo-rado por meio de explora-ção de mão de obra e nemcom agressão ao meio am-

biente. Assim, a cada tone-lada de suco embarcado,200 dólares retornam paraser investidos em melho-rias junto aos produtores.O recurso tem sido utili-zado, entre outros fins, paraa substituição de plantasdoentes e a construção dedepósitos, nas proprieda-des, para armazenar pro-ductos químicos.

Tradicional parceira da FLO,a Cocamar é cumpridora dasexigências para participar domercado fairtrade: os produ-

tores associados mantêmseus pomares atendendo auma série de requisitos, soba constante supervisão de téc-nicos da cooperativa e me-diante a realização periódicade auditorias especializadas.

Após a última auditoria desegmento, a FLO expressou“apreciar os esforços que aCocamar empreendeu nobem-sucedido processo decertificação”, mantendo apermissão para comerciali-zar produtos sob condiçõesfairtrade.

EM DIA POR MEIO DE SEUS PRODUTORES,COOPERATIVA FORNECE MATÉRIA-PRIMA PARA APRODUÇÃO DE SUCO DESTINADO AO MERCADOSOLIDÁRIO INTERNACIONAL. DA REDAÇÃO

Cocamar mantém certificado Faitrade

O produtor Fernando Piga,proprietário de pomares delaranja em Paraíso do Norte,região de Paranavaí, rece-beu um importante benefíciopor participar do Fairtrade,o mercado solidário interna-cional. No dia 4 de novem-bro, sua propriedade foi ser-vida de um sanitário móvelpara uso dos trabalhadores

envolvidos com a atividade.A estrutura foi entregue peloInstituto Constâncio PereiraDias (ICPD) de Responsabili-dade Social, da Cocamar,que faz a gestão dos recur-sos inerentes ao PrêmioFairtrade. Fernando irá utili-zar o equipamento em par-ceria com o irmão, o tam-bém produtor Fabrício Piga.

A família mantém pomaresdesde 1990.

“Vale a pena participar des-se mercado. Isto representa,para nós, uma evolução”,afirmou Fernando.

EXIGÊNCIAS - A ação fazparte do Plano de Desen-volvimento de Comércio

Justo para 2015. De acordocom o ATO-0131 V.1 - Diretri-zes para seleção de mem-bros para os projetos Fair-trade e a normativa de en-trega validada com os pro-dutores no dia 27 de ou-tubro deste ano em reuniãoem Paranavaí e Cambé,ficou estabelecido, no item2.1, a entrega de sanitáriosmóveis. Para ter direito aorecebimento, produtor deveatender a algumas exigên-cias como possuir cadastroatualizado, ser classificadocomo pequeno produtor,não pode estar suspenso,não possuir local específicopara essa finalidade e deacordo com a legislação vi-gente (sanitário móvel, fixo

ou portátil), concordar coma cláusula de devolução(caso erradique o pomar,deverá devolver o sanitáriomóvel para o ICPD para queo mesmo seja destinado aoutro produtor Fairtradeativo com propriedade delaranja), possuir tempo decolheita e quantidade decolhedores que requeira ainstalação desse tipo de sa-nitário, havendo prioridadede entrega para as proprie-dades que apresentarammaior número de plantas emaior tempo de colheita.

Serão entregues 10 sanitá-rios móveis a produtores se-lecionados, a partir de de-zembro.

Produtor recebe sanitário móvel

Os produtores Fabrício e Fernando Piga (ao centro),com o gerente das unidades Floraí e Paraíso do Norte,Itamar Ansileiro, o engenheiro agrônomo Alex EduardoZaniboni e o técnico ambiental do Instituto ConstâncioPereira Dias (ICPD) Walter Bressan

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REUNIÕES - Sob a coordenação do Instituto Constâncio Pereira Dias (ICPD),foram promovidas no dia 27 de outubro duas reuniões com produtores de laranja dasregiões noroeste e norte do estado, respectivamente nas cidades de Paranavaí e Cambé.Em pauta, critérios de Comércio Justo, auditoria e resultados, processo de suspensão,status do Plano de Desenvolvimento de Comércio Justo (PDCJ) em 2015, proposta decritérios e PDCJ em 2016, e complemento de preço. Em Paranavaí, os temas foramtratados pelo superintendente de Negócios Arquimedes Alexandrino e o gerente técnico,Leandro Cezar Teixeira (que conduziu a reunião, também, em Cambé). No dia 12 denovembro, uma nova rodada de reuniões em Paranavaí e Rolândia analisou assuntosreferentes a safra 2016/17, com a apresentação de um histórico sobre as vendasde laranja e de suco concentrado nos últimos três anos.

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Osítio de dona Antonia Martins da Silva, de Tamarana,região de Londrina, é de apenas 19 hectares. Poranos, ela e o marido, já falecido, trabalharam apenascom o plantio de soja, milho, feijão e arroz. Mas, con-

forme a família ia crescendo, eles viram que não daria maispara sobreviver apenas com o que faziam. “Os filhos teriamque ir embora para a cidade”, diz a produtora.

A solução foi diversificar com o cultivo de hortaliças, o quemanteve todo mundo no campo. Hoje, quatro famílias, so-mando 10 pessoas, sobrevivem e moram na propriedade.“Mesmo sendo uma área pequena, dá para todos sobrevive-rem, mas serviço é de domingo a domingo”, conta dona An-tonia, que se dedica há mais de 20 anos a essa atividade.

O plantio de grãos, especialmente soja, ocupa 12 hectares.Outros cinco hectares são destinados para horticultura e norestante há pasto para criação de vacas mistas, mais paraconsumo da família. São mantidos, ainda, suínos, um tanquepara criação de tilápia e galinhas caipiras, que reforçam nãosó as refeições, mas também a renda.

Todos ajudam como podem, mas a maior parte do trabalhoé feita pela própria dona Antonia e os filhos Nerivaldo, Rogé-rio e Ronaldo, com a ajuda de apenas um funcionário. A mãode obra familiar permite reduzir os custos e aumentar a ren-tabilidade. Ao mesmo tempo, a mecanização parcial das ati-vidades na horta facilitou a vida deles, assim como airrigação, que possibilita maiores produtividades.

Em média, Nerivaldo calcula que as hortaliças rendem deseis a oito vezes mais do que a soja, sobrevivendo basica-

mente dessa renda. O que entra com a venda dos grãos vaipara investimentos ou gastos extras. A soja e demais grãosentram também como um importante aliado no controle dedoenças das hortaliças, sendo plantada em rotação.

“Os preços das verduras e legumes oscilam muito. É ummercado difícil. Pode dar muito lucro ou um enorme prejuí-zo”, comenta Nerivaldo. Por isso a enorme variedade plan-tada. “Temos um pouco de tudo. É mais fácil na hora decomercializar”, diz. Eles cultivam, entre outros, repolho, couveflor, acelga, brócolis, pimentão, pimenta, berinjela, jiló, pepino,vagem, tomate e abóbora.

Como forma de aumentar a rentabilidade, a família procuranão ter atravessadores, fazendo eles próprios a comercializa-ção da produção.

Acima, parte da família,que produz e comercializa

direto, sem atravessadores.Abaixo, dona Antonia

e o filho Nerivaldo

PEQUENOS

22 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

TAMARANASÃO APENAS

19 HECTARES,

ONDE VIVEM

10 PESSOAS. COM

HORTICULTURA,

RECEITA DA SOJA

SAI ‘LIVRE’.

POR MARLY AIRES

Grãos é bom negócio, mas diversificando fica ainda melhor

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Boa parte das tradições rurais está se perdendo. Umadelas, as acaloradas e domingueiras partidas de fu-tebol que movimentavam muitos times formadospor produtores, acompanhados por um público fiel.

Mas em Sabáudia, apesar das mudanças no campo, o cos-tume da várzea é mantido vivo por agricultores e amigos,com o time denominado “Vinte e Um”. Fundado em 1969,promove seus jogos recebendo os adversários no campo lo-calizado na estrada velha de paralelepípedo que dá acessoàs vilas Vitória, Progresso e Pirapó, sempre acompanhadopor um público numeroso.

Chuva ou sol, as partidas têm início às 15 horas. Primeiroentram em campo os aspirantes e, na sequência, os titulares,que têm entre seus jogadores o agricultor e ponta-esquerdaAdeilson Fontoura. “Desde criança jogo aqui, lá se vão 26anos. É uma alegria fazer parte desta equipe, uma verda-deira família”.

GLÓRIAS - Um cômodo na casa de José Marques, 64 anos,atual diretor da equipe, tem amontados mais de 200 troféusobtidos em campeonatos amadores da região, torneios mu-

nicipais e de comunidades. Cada conquista é uma história,segundo o responsável, que possui também um vasto acervofotográfico com as principais equipes e títulos em quase 50anos de história. “O dia que não jogamos de domingo nemparece domingo”, brinca. “Além de acompanhar as partidas,a torcida gosta de jogar conversa fora nos bancos embaixodas grevíleas”.

‘GARANTIA’ - No campo há um bar onde são vendidas cer-vejas e refrigerantes. O lucro do pequeno comércio ajuda acustear as despesas do time, que não são poucas. Além dosgastos para manter o campo em boas condições é preciso in-vestir em uniformes e bolas. Mas o custo principal vai paraa “garantia”, nome dado à taxa cobrada pelas equipes adver-sárias – varia de R$ 200 a R$ 350 por jogo, dependendo dadistância. Quanto mais longe for o time adversário mais caroé. Este valor, segundo o diretor Marques, coloca em risco aexistência do time. “É muito caro manter um campo e aindapagar as outras equipes para vir jogar. O esporte amador pre-cisa de mais incentivo”, cobrou.

Os jogos são travados contra equipes de Astorga, Pitanguei-ras, Maringá, Londrina, Jaguapitã, Arapongas, dentre outras.Assim como Brasil x Argentina o “Vinte e Um” também temseus rivais. Os principais, segundo Marques, são os vizinhosde Sabaúdia mesmo. “Os confrontos são de sair faísca, poisninguém quer perder”, revela o diretor, que tem toda a fa-mília envolvida nisso. “Desde que passei a tomar conta dotime minha esposa Elisabeth sempre me apoiou e lava osuniformes. Meus dois filhos também gostam bastante ejogam no time principal”.

CONTATO: Para marcar um jogo contra o Vinte e Um o nú-mero é (43) 9971-3227. Quem marca os jogos é o próprio di-retor.

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preparo, além de histórias e curiosidades

24 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

SABÁUDIA FUNDADA HÁQUASE 50 ANOS, EQUIPE ‘VINTEE UM’ PRESERVA O VELHOESPÍRITO DAS ACIRRADASDISPUTAS DOMINGUEIRAS.POR CLEBER FRANÇA

Produtores mantêm vivo o futebol de várzea

Equipe fundadaem 1969 conta com

vasto acervo detroféus. Na foto

abaixo, o diretorJosé Marques:

“o esporte amadorprecisa de mais

incentivo”

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Em Paranavaí, município que é polo deuma das mais importantes regiões produ-toras de mandioca do estado, Irma Roh-ling, esposa do produtor e cooperadoAnildo Rohling, ensina, com uma receitade família, como aproveitar a raiz parafazer um bolo que, acompanhado de umcafé, se transforma em um lanche da tardeirresistível.

INGREDIENTES

• 6 ovos• 4 xícaras (chá) de mandioca ralada crua

• 3 xícaras (chá) de açúcar• 1 xícara (chá) de coco ralado• ½ copo de leite• 3 colheres (sopa) de manteiga• 2 colheres (sopa) de queijo ralado• 3 colheres (sopa) de farinha de trigo• 1 colher (sopa) de fermento em pó• 1 pitada de sal

PREPARO

Misture todos os ingredientes, bata bem eleve ao forno quente em uma forma untada.Dá de oito a dez porções.

Bolo de mandioca:simplesmente irresistível

25 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

PISCICULTURA - O sítio São João, de propriedadeda família Oliveira, em Sabaúdia, localizado na estrada daVila Coelho, é destinado à pecuária e produção de grãos,mas o que mais chama a atenção é a piscicultura, ativi-dade iniciada há duas décadas como fonte de renda alter-nativa. É o Pesqueiro do Jair. A propriedade de apro-ximadamente 40 alqueires fica num grotão, possui 18 la-goas destinadas à criação de peixes e também ao pesquee pague. A tilápia é o carro-chefe, mas há também outrasespécies, como o pacu e o piauçu. Em algumas lagoas tam-bém é possível fisgar grandes carpas, algumas com maisde 10 quilos. Cada peixe demora entre 8 a 10 meses parachegar ao ponto de abate, que é de aproximadamente 1quilo. Por mês, são produzidos, em média, 3 mil peixes,boa parte comercializada ali mesmo na propriedade. “Noverão a produção é maior e com menos problemas de fun-gos. Durante o inverno precisamos redobrar os cuidados.Hoje é uma atividade lucrativa, mas dá bastante trabalho.Durante o ano empregamos 10 pessoas”, comenta o coo-perado Jairo Aparecido de Oliveira, 38 anos. “Para facilitarum pouco nosso trabalho desenvolvemos tratadores e tan-que de transporte mecanizados. Isso tem ajudado bastantenosso serviço”.

receita

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Em alguns municí-pios como Cambé,no norte do estado,produtores estão

sendo reunidos pela promo-toria ambiental para discutira conservação do solo. Numprimeiro momento, o obje-tivo é a conscientização; pos-teriormente, aqueles quenão se adequarem, poderãoser autuados.

O momento é de alertapara a agricultura parana-ense. Estudos revelam quea quantidade de sedimentosencontrados nos rios, princi-palmente nas regiões norte,noroeste e oeste é bem se-melhante aos valores coleta-dos antes da implementaçãodas microbacias na décadade 1980. “Naquela época osnúmeros eram alarmantes

e, infelizmente, em algumasregiões o panorama se re-pete. Isso revela a falta decurvas de nível”, explicou odoutor em geociências e pro-fessor da Universidade Esta-dual de Maringá (UEM),Hélio Silveira, que realizapesquisas sobre o solo para-naense há mais de 20 anos.

NOROESTE - Segundo Sil-

veira, na região noroeste oproblema é ainda mais gra-ve, uma vez que a tempera-tura em média maior nacomparação com o restantedo Paraná, faz com a cober-tura do solo se degrade commais rapidez. “Nos últimosanos muitos agricultorescompraram equipamentosmaiores e, por uma questãode comodidade, acabarameliminando as curvas de ní-vel e os próprios terraços.Por conta disso, o volume desedimentos levado para osafluentes aumentou drasti-camente”, citou. “O noroesteparanaense tam-bém tem uma in-

26 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

SOLO

Problema é aindamais grave na região

noroeste do estado

RETROCESSO DESCUIDAR DAS CURVAS DENÍVEL ABRE CAMINHO PARA A EROSÃO. PARAESPECIALISTA, SITUAÇÃO É PREOCUPANTE.POR CLEBER FRANÇA

Nível de sedimentos nos rios volta a níveis críticos

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cidência muitogrande de chu-

vas intensas, com fortespancadas em um curto es-paço de tempo, que é favorá-vel ao processo erosivo”.

Isso pôde ser visto no mêsde julho, considerado o maisseco do ano. Em apenas 13dias caíram 328 milímetrosna região, sendo o mês maisúmido desde que a EstaçãoClimatológica da UEM ini-ciou as medições, há 35anos. “Tem caído muita chu-va em um curto espaço detempo, o que também contri-bui para a degradação dosolo. Os órgãos do setor de-vem fazer um alerta aosagricultores para que im-plantem os terraços ou cur-vas de nível conforme orien-tação agronômica”, relatouSilveira, acrescentando: “Ou-tro importante alerta é queos produtores não cultivemno sistema convencional,

uma vez que o solo pode serbastante degradado em ca-sos de chuvas torrenciais”.

COMPACTAÇÃO – O Sistemade Plantio Direto na Palha(SPDP) contribui para que osolo não seja levado pelaerosão, mas em algumas si-tuações, pode ocorrer com-pactação quando não bemconduzido. Além da rotaçãode cultura, a orientação dopesquisador é que plantas

que auxiliam na aeração doterra sejam escolhidas. Umadas opções é o nabo forra-geiro. “O capim braquiáriatambém tem sido um impor-tante aliado do produtor,tanto nesta questão de pre-servação do solo, como naformação de massa orgâ-nica”, avaliou o professor.

ASSOREAMENTO – E senada for feito, o pesquisa-dor estima que, em 20

anos, o Brasil pode sofreruma crise energética semprecedentes, uma vez queas hidrelétricas podem teras represas assoreadas. Omesmo problema tende aafetar a navegação dos rios,a qual ainda não é explo-rada como deveria pelopaís, segundo ele.

ILF – O estudioso também clas-sificou a Integração LavouraPecuária (ILF), um dos princi-pais instrumentos para a recu-peração de áreas de pastagensdegradadas, como a mais mo-derna tecnologia agrícola. “Asrespostas têm sido excelentes,com resultados extremamentepositivos”, finalizou.

27 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

O capim braquiária tambémtem sido um importante aliadodo produtor, tanto nessa questãode preservação do solo, comona formação de massa orgânica”

HÉLIO SILVEIRA, doutor em geociênciase professor da UEM Degradação do solo pode comprometer a operação de

hidrelétricas em razão do assoreamento dos rios

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MEIO AMBIENTE

Paraná implanta o Programa deRegularização Ambiental (PRA)

No dia 5 de novembro foi implantado no estadodo Paraná o Programa de Regularização Am-biental (PRA), com a assinatura do Decreto Es-tadual 2711 - que regulamenta a lei estadual

18295/2014, que implantou o Código Florestal no estado.Com isso, ganharam regulamentação os procedimentos decartório de registro de imóveis rurais.

A inscrição é condição necessária para que os imóveispossam aderir ao PRA, se adequando ao novo Código Flo-restal, O decreto estabelece as formas, prazos e procedi-mentos para regularização. Todas as propriedades ruraisprecisam fazer o Cadastro Ambiental: o CAR é a porta deentrada para a adequação ambiental.

De acordo com especialistas, essa é uma oportunidadepara aqueles produtores que assinaram Termos de Com-promisso de acordo com o antigo Códi- go Florestal se ade-quarem à nova legislação. Com o decreto 2.771, passou a

ser permitida a revisão dos termos antigos e adequaçãoao novo Código Florestal. Assim, o interessado deverá rea-lizar o pedido de revisão do termo ao órgão ambiental. Seele não solicitar o pedido, fica valendo o antigo termo as-sinado.

Ainda foram definidos os procedimentos de retificação,readequação e realocação da reserva legal, que agora po-dem ser solicitados também.

PRAZO - O diretor-secretário da cooperativa Unicampo, Ni-valdo Barbosa de Mattos, alerta que o prazo de vigênciapara adesão ao PRA é o dia 5 de maio de 2016, o mesmopara a declaração do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Como PRA, o produtor que deseja fazer a revisão do Termo deCompromisso (TEC), deve procurar o órgão ambiental.

Mattos ressalta, no entanto, a importância deo proprietário rural fazer um CAR “bem feito”.

ATENÇÃO O prazo para o CAR

termina dia 6 de maiode 2016. O produtorrural que não estivercadastrado pode perdero direito a todos os be-nefícios para a consoli-dação das áreas da pro-priedade, como, porexemplo, não poderámais obter licenciamen-to ambiental e, a partirde 2017, não terá acessoao crédito rural e linhasde financiamento.

Prazo para adesãodo programa é omesmo do CAR:5 de maio de 2016

ENTENDA DECRETO REGULAMENTA PROCEDIMENTOS DE CARTÓRIO DEREGISTROS DE IMÓVEIS RURAIS. INSCRIÇÃO É NECESSÁRIA PARA QUE OSIMÓVEIS POSSAM ADERIR AO PRA. DA REDAÇÃO

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TERMOS DE COMPROMISSO - Quanto às no-vas regras, e engenheira agrônoma Carla

Beck, do Departamento Técnico Econômico da Federaçãoda Agricultura do Estado do Paraná (Faep), explica queem relação aos Termos de Compromissos (TC) averbados,e que tenha sido firmados conforme exigências do CódigoFlorestal (Lei Federal 4.771/65) e não cumpridos, deverãoser adequados à nova Lei Florestal (Lei Federal 12.651/12)e caso averbados na matrícula do imóvel, ter a averbaçãosubstituída pela apresentação do protocolo de revisão dotermo. Para obter o protocolo o produtor deverá realizar ainscrição no CAR e solicitar ao órgão ambiental a revisãodo termo.

Carla lembra também que o imóvel que tinha ReservaLegal (RL) ou Termo de Compromisso Averbado, mas semcobertura florestal, poderá regularizar a RL junto ao CAR,requerendo ao cartório de registro de imóveis o cancela-mento da situação anterior.

AVERBAÇÃO DA RL – A especialista explica que o registroda Reserva Legal desobriga a averbação no cartório de re-gistro de imóveis. A averbação do número do CAR nas ma-trículas dos imóveis não é obrigatória.

Ela esclarece que as averbações de RL realizadas em per-centual menor ao exigido pela nova legislação, deverão seradequadas às novas leis e utilizadas para outras áreas comRL faltante. Por exemplo, na soma de Área de Preservação

Permanente (APP) para formar a RL, num total de 20% so-brar área de vegetação nativa, após análise do órgão am-biental, essa vegetação poderá ser utilizada para outraárea. Esse procedimento precisa ser requerido pelo produ-tor rural. Se for em solicitação de urgência, o órgão am-biental terá 30 dias para analisar.

Para os casos de imóveis resultantes de desmatamento,o imóvel com averbação regular e no qual a cobertura flo-restal seja fisicamente existente terão averbações nos re-gistros de imóveis em percentuais proporcionais a cadafração, podendo, por acordo expresso das partes, a áreaaverbada permanecer em um só dos imóveis.

Por sua vez, as propriedades com área de até quatro mó-dulos fiscais que tenham averbado RL em áreas desprovi-das de vegetação ou termos de compromisso nos moldesda Lei Federal 4.771/65 e que se enquadrem no perfil dedispensa de regeneração, recomposição ou compensaçãode RL, depois de se inscreverem no CAR poderão requerero cancelamento da averbação, após a análise do órgão am-biental. Se solicitado pelo produtor em regime de urgência,o órgão ambiental terá trinta dias para analisar.

Finalmente, com a apresentação do CAR ATIVO cons-tando a compensação de RL efetivada em outra área, oscartórios de registro de imóveis promoverão o cancela-mento na averbação de RL anterior, promovendo umanova averbação.

33,9%das propriedadesrurais do Paraná

estavamregularizadas,com o CAR, até

o final de outubro, segundo a FAEP.

Em área cadastrada,o percentual do

estado era de 48,7%

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No oeste paulista existem cerca de 4 milhões dehectares de pastos degradados. Essas áreaspodem ser recuperadas e se tornarem altamenteprodutivas por meio dos sistemas de Integração-

Lavoura-Pecuária (ILP) e Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).Para a difusão dessas tecnologias, a Unoeste promoveu nodia 12 de novembro o 4º Fórum de Integração-Lavoura-Pe-cuária-Floresta de Presidente Prudente. Realizada no Es-paço Solarium, campus II, a iniciativa contou comaproximadamente 250 participantes entre pesquisadores,acadêmicos e produtores da região e contou com o apoio daCocamar.

MUDAR POSTURA - Após a solenidade de abertura, o pes-quisador da Embrapa Gado de Corte, Ademir Hugo Zimmerabordou o tema "Por que utilizar a ILP na reforma de pas-tagem?". Ele reforça que é possível recuperar pastagens,por meio da agricultura, via cultivos anuais de culturascomo soja, milho, sorgo e arroz. "Na maioria das vezes, opecuarista considera o boi como o seu objetivo principal. Énecessário que ele mude essa postura para que a sua pro-priedade se torne altamente produtiva, olhando o solo e apastagem como o seu equipamento de produção, onde ogado é o produto final".

O especialista Luiz Adriano Maia Cordeiro, da EmbrapaCerrados, apresentou exemplos de sucesso de integraçãono Brasil. "O que temos atualmente são sistemas distintosque podem ser adotados nas diferentes regiões do país.Aproveitei para mostrar um leque de tecnologias, que pro-porcionam uma produção diversificada e sustentável, ge-rando estabilidade econômica para o homem do campo",revelou.

ÁRVORES - O diretor executivo da Fundação MS, Alex Mar-cel Mello, destacou a importância da utilização da florestanos sistemas integrados de produção agropecuária. "A adi-ção das árvores na agricultura e pecuária é um grande pa-radigma, pois a postura mais comum é a retirada dasmesmas. Relatei que a inclusão da floresta melhora o mi-

croclima da propriedade e é o maior benefício para o pecua-rista, já que essa região de Prudente possui um estresseclimático muito grande em todos os meses do ano. Só o fatode você colocar os animais na sombra faz com que eles pro-duzam mais, trazendo maior rentabilidade ao sistema", dizMello.

CAMPINA - Completando as apresentações do 4º FórumILPF, o zootecnista e diretor de produção do Grupo NeloreMocho, Juliano Roberto da Silva, apresentou a Integração-Lavoura-Pecuária (ILP) como facilitadora da pecuária de altaperformance, adotada na Fazenda Campina, propriedadepertencente ao Grupo Carlos Viacava (CV), localizada emCaiuá (SP).

O produtor rural, Rogério Alves Rocha foi de Iepê (SP)para participar do fórum. "Acho importante a realização deeventos como esse, pois apresenta novas tecnologias quecontribuem com uma produção sustentável e mais rentável".

30 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

OESTE PAULISTA

Evento apoiado pelaCocamar, no dia 12/11,

contou com a participaçãode 250 produtores do

município e região

PRESIDENTE PRUDENTEEVENTO PROMOVIDO PELA

UNOESTE CONTRIBUIU PARA A

DIFUSÃO DE TECNOLOGIAS QUE

POTENCIALIZAM A ATIVIDADE

AGROPECUÁRIA. POR GABRIELA

OLIVEIRA, DA UNOESTE

Pesquisadores e produtores se reúnem em fórum sobre ILPF

Na maioria das vezes, o pecuarista considerao boi como o seu objetivo principal.É necessário que ele mude essa posturapara que a sua propriedade se tornealtamente produtiva”

ADEMIR HUGO ZIMMER, pesquisador da Embrapa Gado de Corte

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Fundada em 1992, a Unicampo está comemorando 23 anos,sendo uma história de grande sucesso no mercado agronô-mico. Com a missão de oferecer representatividade para seuscooperados, e melhores oportunidades de trabalho, renda ebenefícios, a cooperativa que surgiu para atender a uma ne-cessidade da Cocamar na terceirização de serviços, hoje sesobressai no mercado agronômico nacional, mantendo par-ceria com mais de 40 clientes entre empresas agroquímicas,instituições financeiras e seguradoras.

A evolução da Unicampo também pode ser observada pelosnúmeros: em 1992 a cooperativa teve início com 22 funda-dores; atualmente, são 4.189 associados, dos quais 1.580ativos.

Em 2014 o faturamento foi de R$ 75,4 milhões, o patrimô-nio liquido somou R$ 17 milhões e foram distribuídas sobrasde R$ 1,7 milhões aos associados. A previsão de faturamentopara este ano é de R$ 78,5 milhões, patrimônio liquido deR$ 19,2 milhões e capital social de R$ 9,6 milhões. “A Uni-campo é destaque pela qualidade dos serviços prestados porseus cooperados em todas as regiões do Brasil”, comenta opresidente Luciano Ferreira Lopes.

Segundo ele, os bons resultados e o crescimento da coope-rativa são fruto do trabalho diferenciado dos cooperados,que atuam desde a assistência técnica ao crédito rural, pas-sando pela regularização fundiária (georreferenciamento),regularização ambiental (CAR), perícias e avaliações.

Aos 23 anos, Unicampoé um “case” de sucesso

SOJA – Com maior volume exportado – mas preços inter-nacionais menos competitivos – o agronegócio paranaensee brasileiro continua fazendo bons negócios no mercado ex-terno. No acumulado do ano, até outubro, as exportações to-talizaram US$ 74,73 bilhões, representando queda de 10,9%em relação ao mesmo período do ano passado. O saldo dabalança do setor foi superavitário em US$ 63,5 bilhões.

MILHO – A influência de fatores como câmbio e prêmiosde exportação favoráveis deve exercer papel fundamentalna ampliação das vendas externas de milho pelo país em2016, prevê a consultoria Agroconsult. “O Brasil será bas-tante agressivo nas exportações”, projetou Marcos Rubin,sócio da consultoria. Nas contas da Agroconsult, os embar-ques brasileiros de milho poderão superar 32 milhões de to-neladas, bem acima das 28 milhões de toneladas previstaspela Conab para esta temporada 2015/16.

PARAGUAI (1)– Os baixos preços da soja no mercadointernacional frearam o avanço do plantio do grão no Para-guai nesta safra 2015/16, quebrando pelo menos uma dé-cada de expansão da área, segundo informou o Valor Eco-nômico. E ainda que o clima favorável tenda a sustentar umaboa produtividade, é crescente a preocupação com o endivi-

damento dos agricultores do país, quarto maior exportadormundial da oleaginosa.

PARAGUAI (2) – “Muitos produtores tinham se progra-mado para cotações mais elevadas, investiram em infraestru-tura e acabaram levando um balde de água fria”, afirmouKarsten Friedrichsen, presidente da APS, associação que repre-senta os produtores locais. Na última década, segundo ele, asoja ganhou de 150 mil a 200 mil hectares por ano no Paraguai.

LIVRO – Reunindo histórias de 20 famílias de produtores associados quehaviam sido pesquisadas e relatadas pela equipe do Jornal de Serviço Cocamar,

o livro “Família Cocamar” foi uma das publicações lançadas durante a FestaLiterária Internacional de Maringá (Flim), promovida no final de outubro

pela Secretaria de Cultura do município. No dia, cerca de 150 produtoresprestigiaram o evento, que teve como convidado especial o

ex-secretário de Agricultura de São Paulo, Xico Graziano.Autor de várias obras importantes – sendo a mais recente“O novo mundo rural” – Xico discorreu sobre as recentes

mudanças no agronegócio. O livro “Família Cocamar” está sendodistribuído para bibliotecas, escolas e poderes constituídos em toda a região

de atuação da cooperativa.

Foto

: APP

A

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Nesta edição vocêvai conhecer ahistória da famíliaTurra, uma das

mais tradicionais de Ângu-lo, município da região nor-oeste do estado, perto deMaringá.

O agricultor Luiz Turra, 66anos, cooperado da Coca-mar, é o mais novo dentreos 14 filhos do casal Antônioe Aurélia, que vieram em1953 de Taquaritinga (SP). Écasado com Maria Apare-cida, de 58 anos, com quemtem quatro filhos: Dulcinéia(38), Michele (35), Lúbia(28) e Luiz Antônio (25), quelhes deram os netos Geo-vani, Natan, Neon Mário eMaria Luiza. O filho segueos passos do pai, ajudando-o a administrar os negócios.

Luiz conta que antes de sefixar no Paraná, a famíliaviveu por alguns anos em

Presidente Prudente, no oes-te paulista, onde o pai tra-balhou como carroceiro,transportando café na pro-priedade de um produtorconhecido na região como“Zé Augusto”.

PROPAGANDA - Depois dejuntar dinheiro, Antônio semudou para Pirapozinho,onde comprou uma proprie-dade para cultivar café. Maso clima e a qualidade dosolo não o favoreceram. Foientão que ele se sentiu atra-ído pela propaganda das te-rras férteis paranaenses, naépoca uma nova fronteiraagrícola. “Venha e traga suafamília”, ouviu pelo rádio.Sem pensar duas vezes, elefoi ver, gostou, fechou negó-cio e, retornando, colocou amudança em cima do ca-minhão e a família seguiupara seu novo destino.

A viagem de aproximada-

mente 120 quilômetros, feitapor estrada precária, foi so-frida. “Primeiramente nossafamília se instalou em Igua-raçu, município vizinho, emuma propriedade de 17,5 al-queires adquirida por meupai na Água Muriaé”, lem-bra Luiz. “Assim que fechounegócio, ele construiu umrancho de peroba no meioda mata. “Foi ali que a gentese abrigou. Os primeirosanos não foram fáceis, tudoainda estava bruto”.

A floresta densa, formadapor grandes árvores e tam-bém por uma capoeira ras-teira e espinhosa, foi desbra-vada a golpes de machado efoice pela própria família.

Além dos perigos diários naderrubada, era preciso tercuidado: na região haviamuitas cobras e jaguatiricas.Volta e meia um bicho vi-nha pegar as galinhas e por-cos criados perto da casa.

GEADAS - No sítio de terrasférteis adquiridas junto aCompanhia MelhoramentosNorte do Parará (CMNP),Antônio formou 20 mil pésde café, mas sem muito êxi-to, pois por várias vezes alavoura sofreu a ação de ge-adas. Em 1975, o Paraná in-teiro acabou devastado pelafamosa geada negra, a maisforte de todos os tempos. Otal fenômeno climático, aexemplo do que aconteceu

com muitas outras famílias,acabou ajudando os Turra amudarem de rumo. Eles lar-garam a cafeicultura paraapostar em outros negócios:os cultivos de algodão e ma-mona, época em que as la-vouras de soja e milho jácomeçavam a ganhar corpona região.

Família Turra, de Ângulo, enfrentou a “mata bruta”

Acima, parte dafamília, em foto antiga.

Embaixo, o produtorLuiz Turra e a esposa,

um dos primeirosa apostar no

arrendamento deterras, umaexperiência

bem-sucedida.

34 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

HISTÓRIA

FAMÍLIA DO CAMPO EM 1953,QUANDO CHEGARAM DO INTERIORPAULISTA, ELES TIVERAM QUE SEABRIGAR, DURANTE ANOS, EM UMRANCHO IMPROVISADO NO SERTÃO.POR CLEBER FRANÇA

Para lidar com algodão, a família Turra adquiriu as suasprimeiras máquinas agrícolas: um trator Massey Ferguson55-X, e alguns implementos – um arado e uma grade nive-ladora. Na garagem, já havia um caminhão Chevrolet 1948,comprado alguns anos antes para transportar café. Feliz-mente, a troca de culturas deu certo. Com o passar dosanos, eles prosperaram e até adquiriram outras proprieda-des na região, inclusive em Ângulo, para ondese mudariam.

As primeiras máquinas eo arrendamento de terras

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O município de Ângulo possui cerca de 3 mil habitantese área territorial de 106 quilômetros quadrados, conformedados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE). Seus primeiros moradores chegaram ao lugar noano de 1946. Foram três imigrantes russos: Basílio Pertsew,Dimitri Novikov e Georg Felmans, que também haviam ad-quirido terras da Companhia Melhoramentos Norte do Pa-raná (CMNP) para a formação de lavouras de café. Elesdesmembraram 30 alqueires para a criação de uma áreaurbana, inicialmente denominada “Fazenda Dois Irmãos” –nome dado em homenagem aos dois filhos de Basílio. Oprojeto arquitetônico, elaborado pelo engenheiro civil Dimi-tri, foi inspirado na cidade de Belo Horizonte (MG).

Alguns anos depois, o nome do povoado foi mudado parao atual, por conta do ângulo formado por uma picada queligava o então vilarejo à Iguaraçu e Flórida. Domingos Gas-que e Ivan Kuschener, as famílias Germano, Ernest, Cam-buçu da Costa, Takaki, Silva, Silveira, Yokohama, Komo eKrescuz, figuram também entre os pioneiros do lugar.

Até 1955, Ângulo pertencia a Arapongas, quando foi criadoo município de Iguaraçu, passando a ser distrito do mesmo.Em 25 de julho de 1960, a criação do município de Flóridaincluiu a anexação de Ângulo, mas um ano depois, pormeio de um plebiscito, a população decidiu que deveria re-tornar ao município de Iguaraçu, o que só aconteceu em1963. Ângulo esperaria 30 anos para se emancipar, o queaconteceu no dia 1º de janeiro de 1993. O aniversário domunicípio é comemorado no dia 3 de setembro e o padro-eiro é São João Batista, homenageado no dia 24 de junho.

Cidade surgiu por iniciativa de russos

ARRENDAR - Nesta época, Luiz já seguia o pró-prio caminho. Além de cinco alqueires que

havia recebido do pai, resolveu partir para o arrendamentode terras, algo que pouca gente tinha ouvido falar até então.Foi assim que ele conseguiu aumentar a área cultivada,assim como os seus resultados. “Fiquei mexendo com al-godão até o início dos anos 90, mas começou a ficar com-plicado para fazer a colheita”, explica o produtor. Ostrabalhadores, segundo ele, executavam o serviço de qual-quer jeito, com muita sujeira.” Como eu não aceitava umtrabalho assim, achei melhor abandonar a atividade”, acres-centa Luiz, que na mesma época resolveu lidar com soja emilho. Atualmente ele mantém 116 alqueires, entre áreaspróprias e arrendadas, e possui uma fazenda na Bahia.

35 | Jo rna l de Serv iço Cocamar | Novembro 2015

A região noroeste do Pa-raná foi uma importanteprodutora de algodão, o quefez com que o estado, pormuitos anos, liderasse asafra nacional. Os algodoaisentraram no lugar da debi-litada cultura cafeeira, nadécada de 1960, empregan-do durante o seu ciclo umagrande massa de trabalha-dores que se dedicava aoscafezais.

Com o avanço da cotoni-

cultura, as cidades recebe-ram empresas comprado-ras, algumas multinacio-nais. Mas, como disse o pro-dutor Luiz Turra, havia faltade qualidade no algodão,por conta, principalmente,da forma como era colhido.Trabalhadores e até mesmoagricultores não se preocu-pavam com isso, o que dei-xava o produto repleto deimpurezas, às vezes atémesmo com paus e pedrasnos sacos para dar mais pe-

so na hora de entregar.

Na década de 1990, o algo-dão entrou em declínio noParaná, tornando-se inviá-vel em razão dos altos cus-tos com o trabalho manuale a baixa produtividade.Com isso, a cultura migroupara outros estados, onde éconduzida de forma mecani-zada e em grandes áreas. OBrasil aparece entre oscinco principais produtoresmundiais.

Região produziu muito algodão

Desde o início do ano passado, a Cocamar conta com umaestrutura de recebimento de grãos em Ângulo, o que trouxemais facilidade para os produtores, que antes precisavamdeslocar-se até a unidade Guerra, na comunidade rural domesmo nome,em Maringá, ou em Atalaia, para fazer a en-trega de suas safras. Na oportunidade, o prefeito Pedro Vi-centin ressaltou a importância da chegada da Cocamar parao município. Ele disse já ter sido associado e se disse orgulhopelo crescimento da cooperativa. “Temos potencial e, com cer-teza, as expectativas serão plenamente atendidas”, frisou.

Cocamar mantém estruturapara receber grãos

Acima, detalhe dealgodão, cultura quefez do Paraná oprincipal produtornacional até o finalda década de 1990,quando a culturadesapareceu doestado. Ao lado,a estrutura daCocamar nomunicípio

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LAZER

O maior número de jogadores é no futebol, mas a quantidade de truqueiros e bocheiros também é representativa. Evento é uma das maiores realizaçõesesportivas rurais do país

Copa Cocamar devereunir 3 mil participantesESPORTE EVENTO SERÁ DIA 12 DE DEZEMBRO

MANTENDO A TRADIÇÃO DAS DISPUTAS DE

FUTEBOL EM TRÊS CATEGORIAS, BOCHA E

TRUCO. POR CLEBER FRANÇA

Ivatuba foi a cidade que mais venceu as disputas de futebol da Copa Cocamar, na cate-goria principal. São cinco títulos, à frente de Maringá, com quatro, e São Jorge do Ivaí,três. A partir de 2010, quando a cooperativa passou a atuar também na região norte doestado, os times do noroeste começaram a enfrentar mais adversários, igualmente fortes.Em 2010 e 2012, por exemplo, os vencedores foram, respectivamente, Cambé e Sabáudia.

Mesmo assim, nas duas últimas edições, só deu Ivatuba.

Ivatuba na frente

• 1985 – Floresta

• 1986 – São Jorge do Patrocínio

• 1987 – Ivatuba

• 1988 – Iporã

• 1989 – Iporã

• 1990 – Nova Esperança

• 1991 – Floraí

• 1992 – São Jorge do Patrocínio

• 1993 – Paranavaí

• 1994 – Floresta

• 1995 – Maringá

• 1996 – Não foi realizada

• 1997 – Floresta

• 1998 – Cianorte

• 1999 – Maringá

• 2000 – Maringá

• 2001 – Maringá

• 2002 – Ivatuba

• 2003 – Ivatuba

• 2004 – Altônia

• 2005 – Altônia

• 2006 – Pérola

• 2007 – São Jorge do Ivaí

• 2008 – São Jorge do Ivaí

• 2009 – Ivatuba

• 2010 – Cambé

• 2011 – São Jorge do Ivaí

• 2012 – Sabaúdia

• 2013 – Ivatuba

• 2014 – Ivatuba

Vencedores categoria principal

No segundo sábadode dezembro, dia12, os produtoresvão deixar de la-

do, por alguns momentos, assuas atividades na lavoura.Representando todos os mu-nicípios onde a cooperativamantém estruturas nas re-giões norte e noroeste do Pa-raná, eles estarão disputan-do partidas de futebol em trêscategorias, além de truco ebocha. É mais uma edição daCopa Cocamar, um dos maio-res eventos esportivos rurais

do país. A expectativa é queao menos 3 mil convidadosprestigiem o evento, que co-meça às 8:30h e vai até o iní-cio da noite na AssociaçãoCocamar em Maringá.

NÚMEROS - Estão inscritas44 equipes de futebol, dividi-das nas categorias livre, ve-terano e master. Participam,também, 98 duplas de trucoe outras 35 de bocha. Os atle-tas estão ligados a 56 unida-des da cooperativa. Em para-lelo, como acontece todos os

anos, haverá uma competi-ção solidária entre as unida-des, para arrecadação de ali-mentos, que serão destina-dos a entidades assisten-ciais. Uma programação àparte vai movimentar os pú-blicos infantil e feminino, in-cluindo bingo.

“A Copa Cocamar tem o obje-tivo de confraternizar e cele-brar o final de mais umano”, destaca o gerente decooperativismo, Nilton CesarMartins.