cetesb - 2001 - relatório de estabelecimento de valores orientadores

Upload: bydeh

Post on 14-Jul-2015

173 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Governo do Estado de So Paulo Geraldo Alckmin Governador Secretaria de Estado do Meio Ambiente Ricardo Tripoli Secretrio CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental Drusio Barreto Diretor Presidente

Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

alores Relatrio de estabelecimento de Valores Orientadores para Solos e guas Subterrneas no Estado de So Paulo

PA SO PAULO 2001

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) SP, (CETESB Biblioteca, SP, Brasil) R321 Relatrio de estabelecimento de valores orientadores para solos e guas subterrneas no estado de So Paulo / Dorothy C. P. Casarini [et al.]. - So Paulo : CETESB, 2001. 73 p. + ap. : il. ; 30 cm. - - (Srie Relatrios Ambientais) ISSN 1. gua subterrnea qualidade 2. gua subterrnea poluio 3. Solo qualidade 4. Solo poluio. 5. reas contaminadas 6. Valores orientadores 7. So Paulo Est. 8. Risco avaliao 9. I. Casarini, Dorothy C. Pinatti II. Dias, Claudio Luiz III. Lemos, Mara Magalhes Gaeta. IV. Srie.

CDD (18.ed.)

628.1686 816 628.55 628.515/.516 (815.6)

CDU (ed. 99 port.)

Tiragem : 400 exemplares

Edio de Arte Vera Severo - Centro de Editorao da Secretaria de Estado do Meio Ambiente Projeto Grfico BBOX design Diagramao: Alexandre Corra Barros Foto da Capa N. Arcanjo Fotolito e Impresso

EdioCoordenao Geral: Qum. Claudio Darwin Alonso Coordenao Tcnica: Bil. Dorothy Carmen Pinatti Casarini Eng. Claudio Luiz Dias Reviso Tcnica: Eng. Alfredo Carlos Cardoso Rocca Elaborao Tcnica: Eng. Claudio Luiz Dias Bil. Mara Magalhes Gaeta Lemos Est. de Geol. Edson Rogrio Batello Est. Proc. Dados Juliana Gaiba de Almeida Ecol. Andreia Capeleti (Mestranda da Faculdade de Sade Pblica) Desenhista: Marisa Cury Estatstica: Ana Cristina Truzzi Coleta de Amostras, Anlise e Aquisio de Dados: Setor de Qualidade de Solos e guas Subterrneas Diviso de Anlises Fsico-Qumicas - CETESB Setor de Laboratrio das Bacias do Paraba do Sul e Litoral Norte Estaes Experim. do IAC de Assis, Pariquera-A, Pindamonhangaba, Piracicaba, Rib.Preto; Ubatuba Instituto de Zootecnia de Pindamonhangaba Instituto Florestal de Ribeiro Preto e de Ubatuba Horto Florestal da FEPASA Rio Claro Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ESALQ (Dra. Maria Emlia Mattiazzo) Instituto Agronmico de Campinas IAC (Dr. Hlio do Prado)

Colaborao: Tauw Milieu - Environmental Consultants and Laboratories. Deventer, Holanda. (Dr. Rob. M. C. Theelen, Dra. Annemieke Nijhof, Dra. Wilma J. F. Visser) Instituto Nacional de Sade Pblica e Proteo Ambiental RIVM, Holanda. (Dr. Frank A. Swartjes) Ministrio da Habitao, Planejamento e Meio Ambiente VROM, Holanda (Dr. Carl A. T. Denneman) U.S. Environmental Protection Agency EPA Washington DC USA (Dra. Janine Dinan) Ministrio de Meio Ambiente da Alemanha Berlim Alemanha (Dr. Gunther Bachmann).

Distribuio: CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental Av. Prof. Frederico Hermann Jr., 345 - Alto de Pinheiros Tel. 3030.6000 - CEP 05489-900 - So Paulo/SP - Brasil

Endereo Internet: Este relatrio est disponvel tambm na pgina da CETESB http://www.cetesb.sp.gov.br Tiragem: 400 exemplares

Sumrio

SumrioRESUMO EXECUTIVO ................................................................................................................ 10 1. Introduo.......... ...................................................................................................................... 13 2. UTILIZAO INTERNACIONAL DE VALORES ORIENTADORES EM DIFERENTES ABORDA- . GENS DE GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DE SOLOS E GUAS SUBTERRNEAS .......... 17 2.1. SISTEMAS ADOTADOS PELA AGNCIA DE PROTEO AMBIENTAL DOS ESTADOS UNIDOS - EPA ............. 20 2.2. METODOLOGIA AO CORRETIVA BASEADA EM RISCO RBCA ASTM ..................................... 25 2.3. METODOLOGIA DESENVOLVIDA PELO MINISTRIO DA HABITAO, PLANEJAMENTO E MEIO AMBIENTE DA HOLANDA ............................................................................................... 26 2.4. LEGISLAO NA ALEMANHA ................................................................................................... 28 2.5. METODOLOGIA ADOTADA PARA O ESTADO DE SO PAULO ........................................................... 32 3. ESTABELECIMENTO DE VALORES DE REFERNCIA DE QUALIDADE PARA SOLOS E PARA GUAS SUBTERRNEAS ........................................................................................ 35 3.1. SUBSTNCIAS NATURALMENTE AUSENTES NO SOLO .................................................................... 36 3.2. SUBSTNCIAS NATURALMENTE PRESENTES NO SOLO ................................................................... 37 3.2.1. METODOLOGIA ........................................................................................................ 39 3.2.2. RESULTADOS ........................................................................................................... 46 3.3. ESTABELECIMENTO DE VALORES DE REFERNCIA DE QUALIDADE PARA GUAS SUBTERRNEAS .............. 49 3.3.1. SUBSTNCIAS NATURALMENTE AUSENTES NAS GUAS SUBTERRNEAS .................................. 49 3.3.2. SUBSTNCIAS NATURALMENTE PRESENTES NAS GUAS SUBTERRNEAS ................................ 50 4. DERIVAO DE VALORES DE INTERVENO PARA SOLOS E GUAS SUBTERRNEAS .. 51 4.1. METODOLOGIA PARA DERIVAO DE VALORES DE INTERVENO PARA SOLOS ...................................... 52 4.1.1. DEFINIO DE CENRIOS DE USO E OCUPAO DO SOLO ................................................. 56 4.1.2. DEFINIO DAS VARIVEIS DE POPULAO .................................................................... 56 4.1.3. CARACTERIZAO DE UMA REA CONTAMINADA HIPOTTICA ............................................... 61 4.1.4. CARACTERIZAO DOS CONTAMINANTES ......................................................................... 64 4.1.5. CARACTERIZAO DAS VIAS DE EXPOSIO .................................................................... 69 4.1.6. AVALIAO DO MODELO C-SOIL ................................................................................ 71 4.2. VALORES DE INTERVENO PARA GUAS SUBTERRNEAS ............................................................. 71 4.3. RESULTADOS ...................................................................................................................... 72 5. VALOR DE ALERTA ................................................................................................................. 75 5.1. SUBSTNCIAS NATURALMENTE PRESENTES NO SOLO- METAIS ........................................................ 76 5.2. SUBSTNCIAS NATURALMENTE AUSENTES NO SOLO - ORGNICAS .................................................. 78

7

Sumrio

6. DISCUSSO

......................................................................................................................... 79

6.1. VALORES DE REFERNCIA DE QUALIDADE ................................................................................. 84 6.2. VALORES DE ALERTA ........................................................................................................... 85 6.3. VALORES DE INTERVENO ................................................................................................... 86 6.3.1. SOLOS ................................................................................................................... 86 6.3.2. GUAS SUBTERRNEAS .............................................................................................. 88 6.3.3. PROPOSTAS DE CONTINUIDADE ...................................................................................... 88 6.4. APLICAO DOS VALORES DE REFERNCIA DE QUALIDADE E VALORES DE INTERVENO ....................... 89 7. CONCLUSES ........................................................................................................................ 91 8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................................................... 93 ndice de Tabelas ...................................................................................................................... 99 ndice de Figuras .................................................................................................................... 100 ndice de Apndices ............................................................................................................... 101 Lista de Siglas e Abreviaturas ................................................................................................ 101 Glossrio dos Termos Utilizados neste Relatrio ..................................................................... 102

8

Apresentao Apresentao

A CETESB, cumprindo sua atribuio de prevenir e controlar a poluio no Estado de So Paulo, vem atravs deste relatrio, publicar uma lista de valores orientadores para proteo da qualidade de solos e das guas subterrneas. O emprego de listas com valores orientadores tem sido prtica usual nos pases com tradio na questo do monitoramento da qualidade de solos e guas subterrneas e no controle de reas contaminadas. A CETESB coloca em prtica os nmeros aqui apresentados, por um perodo de 4 (quatro) anos, buscando seu aprimoramento com a sua aplicao tanto na preveno da poluio de solos e guas subterrneas, bem como no controle de reas contaminadas. A leitura deste relatrio permitir o conhecimento da metodologia adotada e os valores orientadores estabelecidos como referncia de qualidade, alerta e interveno para proteo da qualidade de solos e guas subterrneas no Estado de So Paulo. O controle e a fiscalizao da qualidade dos solos e das guas subterrneas tm sido importante nos ltimos anos em funo do aumento da demanda do recurso hdrico subterrneo para o abastecimento pblico, sendo este relatrio, um subsdio para implementao de aes especficas. Esperamos que os dados e informaes reunidas neste relatrio sejam utilizadas como uma referncia inicial que possibilite acompanhar a evoluo da qualidade do solo ao longo do tempo, permitindo uma anlise sobre os efeitos na qualidade das guas subterrneas, identificando-se as prioridades de ao no controle da poluio desses meios.

RICARDO TRIPOLI Secretrio de Estado do Meio Ambiente

Resumo Executivo

EXECUTIVO RESUMO EXECUTIVOA CETESB, cumprindo sua atribuio de prevenir e controlar a poluio no Estado de So Paulo, vem com este relatrio, publicar uma lista preliminar de valores orientadores para proteo da qualidade de solos e das guas subterrneas. O emprego de listas com valores orientadores tem sido prtica usual nos pases com tradio na questo do monitoramento da qualidade de solos e guas subterrneas e no controle de reas contaminadas. A CETESB adota os valores orientadores estabelecidos neste relatrio, por um perodo de vigncia de 4 anos, aplicando-os tanto na preveno da poluio de solos e guas subterrneas, como no controle de reas contaminadas, a fim de efetuar o seu aprimoramento. Esses valores foram aprovados pelo Relatrio de Diretoria RD n 011/01/E Aprovao do Relatrio sobre estabelecimento de Valores Orientadores para Solos e guas Subterrneas no Estado de So Paulo e a aplicao dos valores orientadores pela CETESB, de 26.01.2001, apresentado no Apndice I. O valor de referncia de qualidade, indica o limite de qualidade para um solo considerado limpo ou a qualidade natural das guas subterrneas a ser utilizado em aes de preveno da poluio do solo e das guas subterrneas e no controle de reas contaminadas. Foi estabelecido com base em anlises qumicas dos diversos tipos de solos do Estado de So Paulo. O valor de alerta, indica uma possvel alterao da qualidade natural dos solos, ser utilizado em carter preventivo e quando excedido no solo, dever ser exigido o monitoramento das guas subterrneas, identificando-se e controlando-se as fontes de poluio. Foi derivado para metais, com base em reviso bibliogrfica sobre fitotoxicidade. O valor de interveno, indica o limite de contaminao do solo e das guas subterrneas, acima do qual, existe risco potencial sade humana, e ser utilizado em carter corretivo no gerenciamento de reas contaminadas e quando excedido requer alguma forma de interveno na rea avaliada, de forma a interceptar as vias de exposio, devendo ser efetuada uma avaliao de risco caso a caso, como resolvido no Relatrio de Diretoria RD n 023/00/C/E de 15.06.2000 Implantao de procedimentos para o gerenciamento de reas contaminadas, apresentada no apndice H. Esse valor foi derivado com base em modelo matemtico de avaliao de risco, considerando diversas vias de exposio em trs cenrios de uso e ocupao do solo. Para as guas subterrneas, considerou-se como valor de interveno, os padres de potabilidade da Portaria 36 de 1990, atualizados pela Portaria 1.469 de 29.12.2000, ambas do Ministrio da Sade.

10

Resumo Executivo

Valores orientadores para solos e para guas subterrneas no Estado de So Paulo.VALORES ORIENTADORES Solos (mg.kg-1) Substncia Referncia Alumnio Antimnio Arsnio Brio Cdmio Chumbo Cobalto Cobre Cromo Ferro Mangans Mercrio Molibdnio Nquel Prata Selnio Vandio Zinco Benzeno Tolueno Xilenos Estireno Naftaleno Diclorobenzeno Hexaclorobenzeno Tetracloroetileno Tricloroetileno 1,1,1 Tricloroetano 1,2 Dicloroetano Cloreto de Vinila Pentaclorofenol 2,4,6 Triclorofenol Fenol Aldrin e Dieldrin DDT Endrin Lindano (d-BHC)